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Livre da Culpa Sl 51

Os Salmos eram o hinário dos judeus. Eles cantavam as mensagens


mais sublimes da glória e da majestade de Deus, mas também
exprimiam sua realidade de vida através dos hinos. Aprendemos
nos Salmos, dentre tantas coisas, sobre como lidar com a culpa, como
lidar com esse sentimento que produz em nós momentos de horrível
arrependimento. A Palavra de Deus nos mostra como ser bem esmagado
pela culpa: como senti-la, expressá-la, mas também como curá-la.

O Salmo 51 é o grito de socorro de Davi, depois de ter pecado contra


Deus. Davi era um homem de Deus, mas caiu em pecado. Adulterou,
mandou matar o marido da mulher e depois casou-se com ela.
Jeitosamente tentou esconder o seu pecado. Porém, o que Davi fez foi
mau aos olhos do Senhor. Confrontado pelo profeta Natã, Davi
reconheceu seu pecado, confessou-o e clamou pela misericórdia divina.
O pecado é algo maligno e indesculpável. Davi pecou deliberadamente
contra Deus, contra si mesmo, contra Bate-Seba, contra Urias, contra
sua família e contra sua nação.

É digno de nota que para pecados deliberados não havia expiação.

O pecado é uma afronta a Deus antes de ser um golpe no próximo. O


pecado é o maior de todos os males, por nos privar da maior de todas as
bênçãos. O pecado nos priva da comunhão com Deus e faz separação
entre nós e Deus e produz em nós o terrível sentimento de culpa.

Há uma culpa que se assenta na alma e que afugenta toda a paz. Há


uma culpa que coloca em rosto todas as nossas falhas. Essa mesma
culpa nos olhar para nós mesmos e nos fazer perceber o nível da nossa
incapacidade de fazer o bem.

Talvez haja alguém neste mundo alguém que não tenha se sujado nessa
lama do remorso, do sentimento de ter falhado com Deus, com outros e
até consigo mesmo, mas ainda não encontrei tal pessoa.

Quais são as marcas que você traz na sua vida. Quais são os erros que
se você pudesse voltar atrás, você apagaria da sua história.
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Quem sabe quantos de nós carrega um coração pesado pelos erros do


passado, por não ter sido um bom pai, por não ter sido um bom filho, por
ter desperdiçado sua juventude ou seus recursos...

E o resultado¿ a CULPA!

Depois de haver desobedecido ao mandamento direto de Deus, o autor


do livro de gênesis faz o seguinte relato em Gn 3:8
Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela
viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem
e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

O QUE ACONTECEU COM O PRIMEIRO CASAL¿


Eles se esconderam sentido um misto de vergonha, medo e culpa.
Adão e Eva não souberam lidar com o seu fracasso. E nem nós
sabemos lidar com os nossos. De igual modo, buscamos os nossos
esconderijos, onde pensamos que podemos nos abrigar das
consequências que a culpa produz em nós.

EXISTEM MUITOS SUBTERFÚGIOS OS QUAIS NOS UTILIZAMOS


PARA TENTARMOS RESOLVER O PROBLEMA DA CULPA:
O que fazemos com as nossas culpas¿

1. NÓS A NEGAMOS: Fingimos que não tropeçamos. Escondemos os


nossos erros para ver se o tempo é capaz de apagar suas marcas.
Mentimos para nós mesmos e para os outros para escondermos as
nossas falhas. Nos apresentamos com um estereótipo perfeito,
enquanto por dentro mascaramos a nossa real condição de vida.

2. NÓS A MINIMIZAMOS. Dizemos para nós mesmos que não


cometemos pecado grave. Apenas saímos um pouco da rota. Não
pecamos, foi apenas um momento de fraqueza. Um deslize, na
verdade. Queremos nos convencer que não foi tão grave assim.

3. NÓS A ENTERRAMOS: Nós abafamos a culpa debaixo de um


amontoado de trabalho de uma agenda lotada de compromissos.
Quem sabe, se ficarmos muito tempo ocupados, não dá tempo para
pensar nos erros que cometemos. Tentamos abafar o som da nossa
consciência não dando tempo a ela para refletir sobre as nossas
condutas erradas.
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4. NÓS EVITAMOS MENCIONÁ-LA: Não tocamos no assunto. Não


contamos à família, não confessamos a um amigo, a um irmão de
confiança. Deixamos tudo submerso para que o monstro da culpa
não venha à tona para nos trazer à consciência os nossos pecados.

5. NÓS À PERSONIFICAMOS: O que eu fiz foi ruim, mas fulanos fez


algo muito pior. Eu reconheço que errei, mas o meu erro nem se
compara ao do meu próximo. Eu sou ruim, mas ele é muito prior do
que eu.

Adão e Eva não souberam lidar com sua culpa. Eles se esconderam
atrás de folhas de figueira, arbustos e mentiras.
Esses subterfúgios nunca irá resolver o problema da culpa. E a culpa não
resolvida nos transforma em pessoas, doentes, cansadas, angustiadas e
desesperançadas. A culpa suga a vida das nossas almas.

Diante do seu pecado, Davi fez a seguinte constatação:

Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos


pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão
pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão
de estio. Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais
ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e
tu perdoaste a iniquidade do meu pecado. Sl. 32:3-5

Davi não reivindica nada, só roga compaixão. Ele não tem nada a exigir,
apenas pleiteia a misericórdia.

A confissão começa com o coração quebrantado. Manifesta-se não nas


tentativas de fuga, mas no real enfrentamento da culpa. Davi confia na
benignidade Deus e não em seus próprios predicados para rogar o
perdão divino.

A solução de Deus para a culpa


Romanos 5:17-19” Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a
morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da
justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo.
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Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens
para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça
sobre todos os homens para a justificação que dá vida.
Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram
pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se
tornarão justos.
Não havia perdão para nossa culpa! Todos que nasceram em Adão estão
debaixo da culpa. Porque todos pecaram.
Quando Jesus se tornou humano e viveu entre nós, isento de qualquer
traço de pecado (Hebreus 4:15), ele carregou sobre si a culpa de
todos nós. Voluntariamente, ele pagou a nossa dívida e ofereceu perdão
e justiça para todo aquele que nele crê (Romanos 5:1).
Na cruz, Jesus carregou o castigo que nos traz a paz, e as feridas que
nós deveríamos sofrer foram o remédio com que Jesus nos curou da
culpa (Isaías 53:4, 5).
Jesus morreu a nossa morte, morte eterna, e, em troca, nos devolveu o
dom da vida e a conexão direta com Deus, perdida no Éden. Na cruz, a
misericórdia e a paz se manifestaram! Ele nos cobriu com sua graça e
removeu as nossas iniquidades, para que através da sua morte a vida
fluísse em nós.
Essa é a razão para que você não deixe a culpa corroer a sua alma.
Jesus já conquistou perdão para você no Calvário!
Talvez você pense que já foi longe demais para ser alcançado pela sua
graça. Não caia nesse engano de Satanás! Cristo foi até a morte para
resgatar você. Então saiba que é possível se livrar da culpa, pois o
perdão está a uma oração de distância.
Não podemos purificar o nosso próprio coração nem apagar nossas
transgressões. Porém, quando nos arrependemos e confessamos a Deus os
nossos pecados, por causa do sangue de Jesus vertido na cruz e por causa da
multidão de suas misericórdias, ele nos perdoa, nos lava, nos restaura.
Não fuja de Deus, corra para seus braços. Não esconda suas transgressões,
confesse-as e deixe-as. Não acaricie seus delitos, abomine-os e o Deus
misericordioso restaurará a sua sorte.

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