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Abstract – This article presents a bibliographical survey related to the subject to be studied,
where the sources of research were legislation and articles, through the descriptors: Reverse
Logistics, Reverse Logistics of Medications, Residue of Medication and Disposal of
Medication. The final consumer has a great participation when it comes to the inappropriate
disposal of medicines, since most of the population is unaware of this subject, due to the lack
of disclosure of the public bodies themselves in the face of the various existing laws that have
as one of the principles the offer of environmental education for population. This work
addressed issues related to the generation and disposal of medicines residues, which should be
analyzed and discussed by public health authorities, so that collaborative measures are
developed for the implementation of reverse logistics, which aims to promote the correct
disposal by consumers of medicines.
Keywords: reverse logistics, medicines, environment, and public health.
1. INTRODUÇÃO
Em nenhuma fase do desenvolvimento humano se produziu tanto “lixo” como no século XX.
A grande quantidade está associada com a diversidade de componentes destes resíduos, que
incluem uma vasta variabilidade de substâncias químicas tóxicas e de microrganismos
patogênicos, trazendo sérias consequências à saúde da população e ao meio ambiente
(SISINNO; OLIVEIRA, 2006). O consumo de medicamentos vem aumentando com o passar
dos anos, e em conjunto a quantidade de resíduos, gerando uma preocupação com a saúde
pública e com o meio ambiente, uma vez que o modo de descarte é desconhecido.
A logística reversa pode ser definida como um segmento especializado da logística, focado na
movimentação e gestão de recursos pós-venda e pós-consumo, ou ainda como um processo de
retorno de produtos ou resíduos do seu ponto de consumo até o seu ponto de origem
(LACERDA, 2002; LEITE, 2003), entretanto para aplicação correta da mesma, é necessário
um trabalho conjunto com dos órgãos responsáveis da área em questão, neste caso a Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Segundo a ANVISA, “medicamentos são produtos farmacêuticos, tecnicamente obtido ou
elaborado, utilizado na prevenção e cura de doenças, no alívio da dor ou para fins de
diagnóstico”.
Apesar da grande importância do uso de medicamentos é necessário atentar-se para o uso
racional do mesmo, uma vez que quando o tratamento termina ou é interrompido, o usuário
pode descartar este medicamento de forma inadequada, ou fornecer para sem prescrição
médica. O descarte inadequado pode acarretar na contaminação do solo, de águas
subterrâneas, contaminação de animais e expor a vida humana em risco.
Uma forma estratégica de minimizar ou erradicar as ocorrências de descarte em local
inadequado é a dispensação fracionada de medicamentos por parte dos órgãos públicos e
privados, pois este ato acaba com as sobras de medicamentos após tratamentos e a
transferências de medicamentos para terceiro, ou mesmo o descarte inadequado. A segunda
alternativa é a criação de postos de recolhimento de medicamentos em desuso, fora da
validade ou avariado.
A população normalmente realiza o descarte indevido dos medicamentos em desuso, vencidos
ou deteriorados, em aterros e lixões, associados ao resíduo domiciliar comum, contaminando
as águas superficiais e profundas (ZAPPAROLI; CAMARA; BECK, 2011).
O assunto a ser discutido neste trabalho, é resíduo de medicamentos pós-consumo ou sem uso,
que são classificados pela Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA no 222/18 e
Resolução Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA no 358/05 como substâncias
químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de
suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade (CONAMA,
2005).
2. DESENVOLVIMENTO
A administração de materiais é um departamento especializado que tem como objetivo
providenciar o material correto, para a necessidade certa, no momento exato que for
requisitado. Para fazer com que isto ocorra, torna-se fundamental gerar informações
adequadas. Durante a obtenção das informações é importante planejar controlar e organizar as
necessidades, pois, em geral os materiais devem estar disponíveis em níveis adequados,
evitando faltas ou excessos que comprometam o capital de giro. Segundo Fogaça (2006),
citado por Rodrigues (2009), nos casos de empresas voltadas para a área de saúde, o cuidado
deverá ser ainda maior, pois a falta poderá colocar em risco vidas humanas.
O setor farmacêutico atual caracteriza-se por ser extremamente complexo, devido à
quantidade de atores envolvidos e seus diferentes papéis, que vão desde a pesquisa e
desenvolvimento, passando pela produção e comercialização, até o consumo e pós-consumo
dos medicamentos (SANTOS, 2001).
Segundo Novaes (2001), o Council of Logistics Management (CLM) define logística, como o
processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem
de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de
origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.
“A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação
e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos deste o ponto de
aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como
dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,
com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos
clientes a um custo razoável”(BALLOU, 1993).
A cadeia produtiva farmacêutica inicia-se com os fornecedores de matérias-primas até o
consumidor final, passando pelos fabricantes, representados pelos laboratórios farmacêuticos,
que podem entregar os medicamentos diretamente as farmácias ou de forma indireta através
de distribuidoras, o meio mais utilizado. O segmento institucional, composto por hospitais,
centros de saúde, secretarias públicas estaduais e municipais de saúde, ao lado das farmácias
constitui importante mercado.
O Brasil dispõe de uma ampla e moderna rede de distribuição de medicamentos, permitindo
que as farmácias realizem as entregas dos pedidos em menos de seis horas (SAMPAIO;
CSILLAG, 2010).
Entretanto é importante destacar os efeitos negativos desta agilidade e do aumento da
aquisição de medicamento, tendo em vista que nem todo medicamento adquirido é usado.
A RDC nº 80, de 11 de maio de 2006, autoriza farmácias e drogarias a fracionar medicamento
desde que estejam em embalagens adequadas que assegure a qualidade do produto original,
permitindo que os medicamentos possam ser dispensados em quantidades individuais a fim de
atender a necessidade do consumidor.
É importante salientar que o fracionamento não se aplica aos medicamentos de controle
especial de que trata a Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998, e suas posteriores atualizações,
não podem ser fracionados (ANVISA, 2006a).
De acordo com artigo 15 do Cap. V da RDC nº 80, de 11 de maio de 2006, os medicamentos
fracionáveis são:
Art. 15. Apenas pode ser fracionada a apresentação do medicamento,
a partir de sua embalagem original para fracionáveis, para possibilitar
um atendimento exato da prescrição ou das necessidades terapêuticas
dos consumidores e usuários de medicamentos no caso dos
medicamentos isentos de prescrição..., sem rompimento da
embalagem primária.
O objetivo do fracionamento é fazer com que o consumidor adquira apenas a quantidade
necessária de medicamento para o seu tratamento, gerando uma economia financeira e
evitando sobras de medicamentos após o tratamento, evitando o uso posterior sem nova
consulta médica, e a transferência das sobras para terceiros sem orientação médica.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (1985), entende-se que há uso racional de
medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições
clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao
menor custo para si e para a comunidade.
O fracionamento do medicamento no SUS e nas drogarias é importante, pois dissemina o uso
racional e acarreta na redução e geração de resíduos químicos. Entretanto o que acontece no
Brasil se contrapõe à proposta da OMS, pois segundo Barros, pelo menos 35% dos
medicamentos adquiridos no Brasil é realizado através de automedicação. (BARROS, 1995).
A precariedade dos serviços de saúde contrasta com a facilidade de se obter medicamentos,
sem pagamento de consulta e sem receita médica em qualquer farmácia, onde, não raro, se
encontra o estímulo do balconista. Por outro lado o crescente uso da Internet para disseminar
propaganda estimula o uso de medicamentos, onde os mesmos são comercializados pela
internet sem qualquer prescrição ou orientação médica (BARROS, 2004).
De acordo com a NBR n. 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),
resíduos sólidos são definidos pelos estados sólido e semissólido, resultante de atividades da
comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de
varrição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu
lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso soluções
técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível. Já a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) surgiu com uma versão incluindo os gases contidos em
recipientes.
Os conflitos existentes na definição dos resíduos sólidos convergem com os conflitos e
dificuldades enfrentados pela sociedade moderna para o seu gerenciamento e destinação final
(DE SOUZA, 2014), pois com o crescimento populacional, o incentivo ao consumismo e a
redução do ciclo de vida dos produtos, faz com que a geração de resíduos aumente, e deixa de
ser um tema anteriormente de interesse apenas órgãos e instituições públicas e privadas, mas
também da sociedade.
Até a década de 80, os resíduos considerados perigosos incluíam aqueles provenientes de
hospitais. A denominação "lixo hospitalar" tornou-se comumente utilizada, mesmo quando os
resíduos não eram gerados em unidades hospitalares. Atualmente, esse termo foi substituído
por resíduos sólidos de serviços de saúde (RSS)
Segundo a Resolução CONAMA 358/05
“...os RSS são todos aquelas resultantes de atividade exercidas nos
serviços de saúde que, por suas características, necessitam de
processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento
prévio à sua disposição final”. Assim, os RSS englobam os resíduos
gerados no atendimento à saúde humana e animal, incluindo os
serviços de assistência domiciliar e .... (CONAMA, 2005).
Devido às condições precárias do sistema de gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil, não
há estatísticas precisas a respeito do número de geradores, nem da quantidade de RSS gerados
diariamente (GARCIA; ZANETTI-RAMOS, 2004). Entretanto a Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) afirma que 4.567
municípios prestaram os serviços de coleta, tratamento e disposição final de 260.063
toneladas de RSS, o equivalente a 1,27kg por habitante/ano, o que ocasionou a redução de
1,8% em relação ao total gerado em 2014 e de 2,6% no valor per capita como mostra a tabela
1 (ABRELPE, 2015).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir dos resultados obtidos com o material selecionado para esta pesquisa destaco alguns
itens que merecem ser discutidos. Como a questão dos medicamentos na vida da sociedade, o
que fazer quando o mesmo não está mais sendo utilizado ou está fora da validade; a
importância dos pontos de coleta e o que as leis brasileiras relatam sobre o processo de
descarte através do uso da logística reversa; as consequências geradas ao meio ambiente
quando há o descarte inadequado.
Os medicamentos no Brasil nunca estiveram tão presentes nas agendas do setor de saúde das
três esferas de governo que compõem o SUS e nas mídias. Na vida do cidadão não é
diferente, pois o mesmo busca no medicamento uma forma de amenizar dores, combater
enfermidades e proporcionar o prolongamento da vida, o que gera um aumento na aquisição e
consumo de medicamento, e aumento dos gastos familiares, obrigando-os escolher entre
determinados medicamentos ou entre a alimentação, dada a sua importância. (CASTRO,
2000).
"O desejo de tomar medicamentos talvez represente o maior aspecto de distinção entre o
homem e os animais". A frase de Sir William Osier citada por Fabricant e Hirschhorn (1987),
demonstra o quão desenfreado se tornou o uso do medicamento, ultrapassando barreiras
culturais, econômicas e sociais. Para combater esse uso desenfreado de medicamento é
importante estabelecer uma necessidade de uso, e para isso é necessária uma prescrição
adequada, na sua forma farmacêutica, doses e períodos de duração do tratamento.
Para proporcionar o uso racional do medicamento é importante contar com a participação de
diversos agentes sociais: paciente, profissionais de saúde, legisladores, formuladores de
políticas públicas, indústria, comércio e governo (CASTRO, 2000).
Observamos que “lixo” não é tudo igual, entretanto o meio ambiente o absorve de maneiras
diferentes e as consequências geradas são extremamente perigosas para a vida, seja ela
humana ou animal.
O fato dos medicamentos conterem substâncias que podem ser prejudiciais à saúde é
importante distinguir os tipos de resíduos e as fontes de geradoras, porque isso facilitará os
critérios a serem adotados na segregação dando o destino final adequado, impedindo a
contaminação do ar, solo, lençóis freáticos, lagos, rios e represas. Os responsáveis por este
descarte são os agentes jurídicos (industrias, hospitais, drogarias...) e físicos (consumidores),
entretanto devemos tratar os agentes de maneira distinta, pois o montante gerado pela esfera
jurídica é substancialmente maior.
As substâncias decorrentes do descarte inadequado podem criar bactérias resistentes que se
tornam difíceis de serem combatidas com os medicamentos e tratamentos existentes;
contaminam a água que apesar de tratada não tem a eliminação total destes resíduos, que
consequentemente contaminam as pessoas que a utilizam seja para consumo próprio, para
tratar de animais, irrigar vegetais, criando um ciclo de contaminação.
Entre as classificações existentes sobre resíduos a PNRS, apesar de não deixar clara a questão
dos medicamentos, os classifica como resíduos perigosos, que tem em sua característica
toxicidade e que apresenta risco significativo à saúde pública e a qualidade ambiental, o que
podemos entender como medicamentos, entretanto isso abre margem para o não cumprimento
da norma, que exige a segregação, reciclagem e destinação final adequada.
Diante da bibliografia analisada existe ferramentas para implementação da logística reversa
dos medicamentos no Brasil, mas a mesma ainda é incipiente e em caráter teórico, pois elas
tratam apenas dos agentes referentes à sua origem e periculosidade. Faltam medidas para a
implantação, operacionalização e penalidades para quem descumprir ou não disponibilizar
meios para o recolhimento. O impasse existente para o início do processo logístico reverso no
Brasil está na sua complexidade enquanto processo, devido ao alto custo para implantação e
operacionalização, pois são necessárias pessoas capacitadas para manusear os medicamentos
descartados, um espaço para armazenamento dos resíduos e frota de transporte especial para
direcionar ao descarte final. Um meio para diluir os custos gerados pelo processo reverso é a
utilização dos modelos de projetos internacionais que fazem uso do Valor de Contrapartida de
Responsabilidade (VCR), que é uma taxa calculada em função do número de embalagens de
medicamento colocadas no mercado, seguindo o princípio “poluidor pagador” um conceito de
responsabilidade ambiental também existente no Brasil segundo a PNRS Art. 6, inciso II.
A PNRS trata das questões educacionais, sendo inegável que com a conscientização da
população sobre o uso racional de medicamentos, a quantidade de resíduos descartados de
forma inadequada pode reduzir substancialmente. Este é um trabalho que deve ser realizado
de forma conjunta, com a participação de todos os setores principalmente saúde, meio
ambiente, educação e sociedade.
A promoção de campanhas corpo-a-corpo, televisas e virtuais realiza um trabalho de
conscientização mais rápido, preciso e de curto prazo, abrangendo de forma eficiente grande
parte da população que teria o seu primeiro contato com o tema. Devemos salientar que o
consumidor é corresponsável pela destinação correta dos resíduos de medicamentos,
entretanto, a maior parte da população desconhece o assunto, e os que conhecem encontram
empecilhos para realizar o descarte adequado, uma vez que os pontos de coleta existentes não
estão acessíveis a grande parte da população, ou as quantidades existentes são insuficientes
para atender a demanda da população.
As legislações Municipais existentes tratam de forma teórica e muito superficial a questão do
descarte de resíduos de medicamentos. Uma das fragilidades que pode ser apontada é a
inclusão de todos os agentes geradores, uma vez que a mesma deveria ser direcionada para os
resíduos de medicamentos gerados por domiciliares, uma vez que a PNRS atribui a
responsabilidade ao município quanto a implementação e gestão deste processo. Esta
legislação deveria abordar a educação ambiental e a capacitação continuada como instrumento
de ação, visando à capacitação dos profissionais de saúde e da área da educação das redes
públicas e privadas, a criação de uma disciplina escolar obrigatória visando à educação
ambiental e o consumo consciente para combater o problema em longo prazo. Uma disciplina
lecionada em todos os níveis da educação (infantil, fundamental, médio, técnico, superior e
demais) é um meio eficiente de conscientizar sobre a preservação do meio ambiente e a
importância do descarte adequado de medicamentos.
Como o medicamento é um produto presente em todas as fases da vida de uma pessoa é
necessário estimular a população a procurar um profissional de saúde para obter orientações
sobre o uso racional dos medicamentos e seu descarte correto quando este vencer, sobrar ou
não for mais utilizado; isso pode estimular a mudança de habito, gerando frutos concretos
com resultados visíveis além de formar melhores cidadãos para o mundo. Sabe-se que este é
um trabalho árduo e que precisa de dedicação e tempo, para que o assunto seja realmente
absorvido pela população.
4. CONCLUSÃO
Este trabalho evidenciou a importância da logística reversa na área dos resíduos
medicamentos domiciliares vencidos ou fora de uso.
Os impactos ambientais gerados pelo descarte incorreto dos resíduos de medicamentos têm
motivado o governo a debater meios de realizar a destinação final adequada utilizando o
processo logístico reverso, entretanto para este trabalho ser operacionalizado de maneira
eficiente é necessário à participação de todos os agentes geradores e do governo quanto à
saúde pública.
Destaca- se que a destinação final inadequada ocorre por falta de informação e divulgação dos
danos causados à saúde pública e ao meio ambiente e pela fata de pontos de coleta acessíveis
à população. Medidas devem ser realizadas para conscientização da população para o descarte
correto e para o consumo consciente através do uso racional de medicamentos. É
extremamente importante o engajamento das indústrias farmacêuticas na elaboração de
embalagens fracionáveis de medicamentos; Que os médicos receitem a quantidade exata de
medicamento para o período do tratamento; Que as farmácias do SUS e drogarias privadas
realize a dispensação fracionada para que o consumidor utilize o medicamento no tempo
determinado sem sobra, sendo este um meio de minimizar as “farmácias” domiciliares, um
dos grandes geradores de resíduos.
Para que a população tenha meio de realizar o descarte correto dos resíduos de medicamentos
é importante à elaboração de um programa de logística reversa de resíduos de medicamentos
domiciliares sob a visão da responsabilidade compartilhada e a disponibilização de pontos de
coleta distribuídos de forma uniforme. Apesar da publicação da NBR 16.457:2016 que orienta
a criação de pontos de coletas de resíduos destinados ao consumidor (pessoa física), onde são
estabelecidos os requisitos mínimos para proteção e prevenção dos riscos ao meio ambiente,
segurança ocupacional, saúde pública no processo de descarte, todavia a mesma não possui
força de lei, então a implementação depende da adesão espontânea dos gestores municipais.
Neste contexto fica claro que a conscientização ambiental da população é o ponto chave, e
somente acontecerão a partir do momento em que o Estado/Munícipio disponha pontos de
coleta acessíveis, ações integradas que estimulem a participação da população e uma gestão
de estoque gerenciada por profissional qualificado sendo essencial e de suma importância,
pois reduzirá os desperdícios, a geração e o descarte incorreto dos resíduos de medicamentos
domiciliares.
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