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NOME DO CURSO

Disciplina: Tópicos Avançados de Filosofia Política


Tutor: Everton Luis Sanches RA: 8089975
Aluno(a): Rafael Henrique Edling Turma: DPGRI1901
Unidade: GRPA0E

Atividade: Após a leitura dos textos indicados, redija um pequeno artigo de, no
mínimo, duas laudas e, no máximo, sete laudas, analisando o que é um Estado
e quais as condições necessárias para se construir um Estado-nação,
enfatizando os diversos aspectos políticos e socioculturais que estão envolvidos.

O fio condutor para dissociação do que é Estado e do que é Estado-


nação deve começar pela definição deste último. Estado-nação é um tipo de
sociedade caracterizado pela soberania, isto é, pelo poder ante outros Estados-
nação. Em seu princípio, como forma substituta do feudalismo e do imperialismo
antigo em meio à revolução capitalista, buscou expansão não apenas pelo
poderio militar, mas sim – eis o que a distingue – pela influência cultural e
linguística, por meio da qual enfatiza a homogeneidade de seus componentes.
Integrando cultural e politicamente suas colônias e seu próprio território, o
Estado-nação expande seu discurso orientado pela unicidade, desenvolvimento
capitalista e industrialização. Busca, portanto, remodelar as relações sociais
tradicionais para adequá-las à necessidade de homogeneidade do Estado
nacional e, para tanto, justifica-se no direito de promover o desenvolvimento e
dignidade a todas as áreas de território sob seu domínio.
O poder soberano que compõe o Estado-nação é a manifestação de três
elementos, quais sejam a Nação, o Estado e o Território. Para adequada
definição do que é Estado se deve lançar mão da autoridade que este detem
para sujeitar os indivíduos que o compõem. A esta autoridade Weber nomeou
violência legítima, afirmando que dela o Estado possui monopólio. Assim sendo,
estado não é apenas o ente representativo da nação ou do poder legislativo
tributador. Antes, pelo entendimento de BRESSER-PEREIRA, é instituição
fulcrada no sistema legal e constitucional, ou seja, é ordem jurídica e o próprio
aparelho que a garante, por meio do monopólio da violência legítima; é a
instituição utilizada pela sociedade para definir e buscar o interesse público,
promovendo os objetivos políticos estatais.
Por outro lado, FERREIRA expõe ser o Estado a instituição que detem
poder de sanção legal e de controle dos meios internos e externos de violência,
refletindo num poder simbólico de constituir e enunciar o interesse público, de
vigiar as ações de seus componentes por meio de coleta, armazenamento e
controle de informações, e de promover a cidadania por meio das políticas
públicas e da inclusão social.
Além do Estado, são componentes do Estado-nação a Nação e o
Território. Este último nada mais é do que o substrato referencial sobre o qual o
poder do Estado surte efeitos. Pode possuir um vínculo histórico com o Estado,
sendo isso que justifica sua formatação, sendo, ainda, os limites do território que
fazem distinção entre sociedade civil e nação. Enquanto àquela são associados
conflitos internos pela promoção de igualdade e liberdade dentro do corpo social
de determinado Estado-nação, a esta se associa o ideal de soberania, o
discurso de concorrência com outros Estados para o alcance do
desenvolvimento.
Nação, por fim, é o componente do Estado nacional que atrela-se à
unicidade de diferentes indivíduos que compartilham um discurso de
pertencimento comum. Na definição de Bresser-Pereira, nação é a sociedade
politicamente organizada com uma história e destino comuns e que, pelo
território, busca autonomia, segurança e desenvolvimento econômico. Não é,
pois, um fenômeno natural, antes, é socialmente constituída, e o é dentro de um
discurso de dominação, unicidade e desenvolvimento. Esta constituição se dá
por meio do nacionalismo, o qual vem a ser condição para a coesão e a
preservação do Estado-nação, sendo uma ideologia utilizada como justificação
de um Estado, seja este nacionalismo eivado de discurso étnico-religioso ou
econômico
Referências:

BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Estado, estado-nação e formas de


intermediação social. São Paulo: FGV, 2016. Disponível em:
<http://www.bresserpereira.org.br/papers/2016/361-Estado-estado-nação-
intermediação-TD409.pdf>. Acesso em 19 de abr. de 2019.

CASTALDI, Valquíria; OLSSON, Giovanni. A violência legítima seletiva: uma


análise sobre o “poder sobre” do estado na realização do controle penal. Revista
Direito UFMS, v.4, n. 1, p. 195 – 208. Campo Grande: UFMS, 2018. Disponível
em: <http://seer.ufms.br/index.php/revdir/article/view/5831>. Acesso em 24 de
abr. de 2019.

FERREIRA, Luciane Ouriques. Estado-Nação, poder e modernidade: revisitando


conceitos. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2013. Disponível em
<http://books.scielo.org/id/f48w3/pdf/ferreira-9788575415108-03.pdf>. Acesso
em 17 de abr. de 2019.

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