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BLUMENAU
2013
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BLUMENAU
2013
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 3
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 54
REFERÊNCIAS........................................................................................... 56
ANEXOS.......................................................................................................
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1 INTRODUÇÃO
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Grade curricular em que o estagiário se situa, mas que passou por reformulações a partir de 2012.
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a região geográfica em que foi escolhida a escola campo de estágio e o grupo de pesquisa são
do interesse do estagiário porque contemplam também o tema do Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) do Bacharel em Ciências Sociais2. Desta forma buscou-se associar a prática de
estágio com a atividade técnica e científica e, em função disso, a escolha do campo da prática
do estágio esteve associada ao território a ser investigado na pesquisa de TCC, o Parque
Nacional da Serra do Itajaí, onde o GPHAVI3 concentra suas pesquisas. Portanto, a região do
PNSI e do campo de atuação do GPHAVI são de interesse científico do estagiário. E é na
região do parque e na da atuação científica do grupo que foi feita a busca de uma escola para a
primeira parte do estágio: a escola Padre José Maurício. A existência de uma UC na região da
escola apresenta à comunidade escolar a responsabilidade de práticas condizentes com a
conservação da natureza. E nessa temática, com uma abordagem voltada para a questão
ambiental, o ensino de sociologia pode proporcionar uma discussão a respeito da sociologia
ambiental e história ambiental da região.
Dentro da temática da questão ambiental, o estágio possibilitou proporcionar aos
estudantes dos Segundos Anos do Ensino Médio noturno da escola Padre José Maurício,
informações e questionamentos sobre as práticas de desenvolvimento de nossa sociedade no
sentido de amenizar o uso inconsciente da natureza. A temática escolhida possibilitou também
aos jovens identificar falhas da prática consumista e exploratória da região e os distúrbios ou
problemas ambientais na comunidade, o que os fez desenvolver o senso crítico relativamente
à questão da conservação da natureza.
A prática de estágio de ensino no Ensino Médio ocorreu na Escola Padre José
Maurício durante os meses de junho a novembro de XX, estando dividida em duas etapas: de
junho a julho (Prática de Estágio II) e posteriormente entre setembro a novembro de 2012
(Prática de Estágio III). Durante o primeiro período (de observação) foram realizadas diversas
visitas à escola para conhecer o espaço, a estrutura de ensino, as turmas, os professores. O
professor de sociologia da escola, Alcides Siebert, é professor bolsista do PIBID (Programa
Institucional de Bolsas a Iniciação a Docência, do Governo Federal), formado em Estudos
Sociais pela FURB e habilitado para lecionar Sociologia, História e Filosofia. Este professor
atua na instituição há 20 anos, e logo lhe ocorrerá a aposentadoria. Ele desenvolve na escola
atividades de ensino e pesquisa em Ciências Sociais. O professor realiza também atividades
na Universidade Regional de Blumenau, e foi nesse espaço que conheci o professor e negociei
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O TCC em desenvolvimento analisa as interações socioambientais no processo histórico de ocupação humana
na região do Parque Nacional da Serra do Itajaí.
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O GPHAVI será apresentado adiante, mas a instituição possui na região do PNSI mais de 20 pesquisas
realizadas e atividades de extensão com a promoção do conservacionismo através da Educação Ambiental.
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PRÁTICA DE ESTÁGIO
Marx constata a existência de classes na sociedade, e afirma que a luta entre elas
leva necessariamente á ditadura do proletariado, que deverá por fim á divisão em
classes.[...] Analisando especialmente o capitalismo em sua obra, Marx define
conceitos de análise importantes, como a mercadoria, forma assumida pelos
produtos e pela própria força de trabalho, valor de uso, e valor de troca, e tempo de
trabalho socialmente necessário.[...] Para Marx no capitalismo o mercado é o centro
das relações sociais de produção. É no mercado que a força de trabalho é
comercializada como mercadoria. Durante a produção, o trabalhador excede o tempo
de trabalho necessário, que é o necessário para produzir o equivalente ao seu salário,
gerando assim tempo de trabalho excedente, que cria riqueza para o dono dos meios
de produção, a mais-valia [...] Segundo Marx, no capitalismo o trabalhador é
alienado pelo próprio processo de produção e reprodução. O produto do trabalho é
sempre alheio ao trabalhador. A vida produtiva é apenas uma obrigação a ser suprida
para garantir a sobrevida. O trabalhador não tem consciência do seu próprio papel na
sociedade (SILVA, 2003, p.3-4).
A teoria das ciências sociais não foi discutida por Marx, mas ele e seus estudos
possibilitaram um dos primeiros passos para se analisar a sociedade. O conhecimento da
realidade social foi se convertendo após Marx, em um instrumento político, capaz de orientar
os grupos e as classes sociais para a transformação da sociedade. O papel da sociologia na
perspectiva que se inspira em Marx não foi a de estabelecer o bom funcionamento da
sociedade, como idealizaram os positivistas. Distante disso, ela deveria contribuir para a
realização de mudanças radicais na sociedade, e foi responsável em despertar a vocação
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[..] para Durkheim (1858-1917) a questão da ordem social seria uma preocupação
constante. De forma sistemática, ocupou-se também com estabelecer o objeto
de estudo da sociologia, assim como indicar o seu método de investigação. É através
dele que a sociologia penetrou a Universidade, conferindo a esta disciplina o
reconhecimento acadêmico. Sua obra foi elaborada num período de constantes crises
econômicas, que causavam desemprego e miséria entre os trabalhadores,
ocasionando o aguçamento das lutas de classes, com os operários passando a
utilizar a greve como instrumento de luta e fundando os seus sindicatos. Não
obstante esta situação de conflito, o início do século XX também é marcado por
grandes progressos no campo tecnológico, como a utilização do petróleo e da
eletricidade como fontes de energia, o que criava um certo clima de euforia e de
esperança em torno do progresso econômico (MARTINS, 1994, p14).
situação fazia com que a sociedade industrial mergulhasse em um estado de anomia, ou seja,
experimentasse uma ausência de regras claramente estabelecidas. Para Durkheim, a anomia
era uma demonstração contundente de que a sociedade encontrava-se socialmente doente. As
frequentes ondas de suicídios na nascente sociedade industrial foram analisadas por ele como
um bom indício de que a sociedade encontrava-se incapaz de exercer controle sobre o
comportamento de seus membros. Assim, preocupado em estabelecer um objeto de estudo e
um método para a sociologia, Durkheim dedicou-se a esta questão, salientando que nenhuma
ciência poderia se constituir sem uma área própria de investigação. A sociologia deveria
tornar-se uma disciplina independente, pois existia um conjunto de fenômenos na realidade
que se distinguia daqueles estudados por outras ciências, não se confundindo seu objeto, por
exemplo, com a biologia ou a psicologia. A sociologia deveria se ocupar, de acordo com ele,
com os fatos sociais que se apresentavam aos indivíduos como exteriores e coercitivos. O que
ele desejava salientar com isso é que um indivíduo, ao nascer, já encontra pronta e constituída
a sociedade (MARTINS, 1994)
Outro pensador que elaborou sistemática explicação ou respostas para compreender a
sociedade foi Max Weber. Para Weber a sociedade poderia ser compreendida se fosse
analisada a ação social. A ação social possui um sentido para aquele que a pratica, mas que
sempre está embasada na ação do outro. Uma ação social pode ser entendida como uma
relação social, onde cada indivíduo é participante de uma conduta plural orientando a sua
própria conduta, tendo como argumentos as atitudes e condutas dos outros do grupo (SILVA,
2003).
Weber inaugura a microssociologia, analisando casos específicos sem precisamente
analisar a totalidade social, mas relacionando os níveis micro e macro de analise. Desta forma
analisa os sentidos das ações sociais. Diversas análises de casos específicos poderiam dar um
panorama geral da sociedade. A sociedade e os indivíduos caminham juntos, e praticam ações
recíprocas e estas resultam na sociedade. Portanto, Weber defendia que o sociólogo deve
compreender as ações sociais encontrando os nexos causais que a determinam. Como a
sociedade é complexa ela deve ser analisada por tipos ideais definidos para nortear a análise:
a) Ação social racional com relação a fins, na qual a ação é estritamente racional. Toma-se um
fim e este é, então, racionalmente buscado. Há a escolha dos melhores meios para se realizar
um fim; b) Ação social racional com relação a valores, na qual não é o fim que orienta a ação,
mas o valor, seja este ético, religioso, político ou estético; c) Ação social afetiva, em que a
conduta é movida por sentimentos, tais como orgulho, vingança, loucura, paixão, inveja,
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medo, etc; d)Ação social tradicional, que tem como fonte motivadora os costumes ou hábitos
arraigados. (MARTINS, 1994; SILVA, 2003, CABRAL, 2011).
Os grandes fundadores do pensamento sociológico estavam preocupados com
processos macrossociais oriundos da grande transformação da Europa no século XIX. Para
Marx, a emergência de um novo modo de produção, o capitalismo. Para Durkheim,
inicialmente, a passagem da solidariedade mecânica para a solidariedade orgânica. Para
Weber, tal processo macrossocial estava associado à secularização e ao correlato processo de
racionalização. As reflexões da Sociologia, em seu nascimento, buscavam compreender o
nascimento da modernidade na Europa, assim como as tensões então estabelecidas entre
modernidade e tradição. Assim, quando os três fundadores da Sociologia acionavam alguma
informação de natureza histórica, faziam-no no sentido de ilustrar ou explicitar as suas
reflexões de natureza macrossocial (HISTÓRIA E SOCIOLOGIA, 2011).
De acordo com Buttel (1986), a Ciência Social tem como propósito possibilitar uma
análise integrada de todos os aspectos institucionais da sociedade, tendo em conta as
interações entre os temas macro e micro da história da sociedade humana. Ocorre hoje uma
perspectiva holística nos estudos sociais que levantam questões amplas para analisar como os
humanos obtém seu sustento material e como interagem enquanto indivíduo-sociedade-
ambiente, avaliando sociedade e bases de seus recursos de sobrevivências. Nesse sentido, uma
das correntes das Ciências Sociais mais atuais é a Sociologia Ambiental.
Conforme Buttel (1986) na história da disciplina das Ciências Sociais sempre houve
um relacionamento ou uma ambivalência com a biologia e outras disciplinas que estudam o
ambiental e natural. Dentro do mundo ocidental a ciências sociais é fruto de uma fusão entre
biologia, ecologia e mundo não humano. A área fundamentou-se transpondo ou se utilizando
de conceitos e posturas metodológicas das ciências biológicas para analisar o humano no seu
contexto. Mas ao mesmo tempo em que se desenvolveu a teoria sociológica ela se moldou em
combater as reações contra o simplismo biológico como o determinismo ambiental.
mas ela passou a demonstrar traços de desgastes. Entre os principais fatores que ocasionaram
o desgaste ambiental e promoveram o que hoje se entende como crise ambiental são
decorrentes da ação humana: a poluição atmosférica, a poluição das águas, a poluição dos
alimentos e a ameaça atômica (FERREIRA, 1990, p.261-264).
Desde os anos 1960, a sociedade visualiza o esgotamento dos recursos naturais através
do desequilíbrio ecológico do planeta. Desde então surgem movimentos sociais em busca de
levantar críticas sobre as formas e processos de desenvolvimento que levaram a natureza ao
esgotamento. A partir dos anos 1970 tragédias ecológicas como o “derramamento de petróleo
no canal da mancha, o envenenamento das águas da baía japonesa de Minimata por mercúrio,
e a contaminação de uma cidade italiana por gases tóxicos expelidos por uma fábrica”
instigam o aparecimento de diversos grupos que passam a defender a causa ambiental.
Evidencia-se a problemática ambiental, ou a questão ambiental, como um tema que aborda as
consequências do desenvolvimento humano ao ambiente (FERREIRA, 1990, p.265).
A questão ambiental, ou ecológica conforme Leff (2003, p.7), é um assunto que se
torna relevante no cenário político, científico e educacional, como um dos maiores problemas
do século XX e XXI. A partir de 1970 iniciam-se discussões sobre a qualidade ambiental e as
formas de impactos na qualidade ambiental ocasionadas pelo modelo desenvolvimentista
pautado no economiscismo, no individualismo e no consumismo. O exemplo disso foi a
Conferência de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano de 1972, e que resultou em
outros eventos, como a ECO Rio 1992 e a mais recentemente a Rio + 20 em 2012 (Grifos
meus). Para Leff, a crise ambiental é de nosso tempo e possibilita uma ressignificação de
como devemos, espécie humana, nos comportar dentro da ecologia do planeta.
A questão ambiental é um tema que interlaça-se com os objetivos da sociologia
ambiental, pois abrange os acontecimentos relativos a sobrevivência humana, suas formas e
como isso afeta o ambiente. Para Lima (1999, p.133), o estudo da questão ambiental engloba
o conjunto de:
com Gaspar e a Oeste e Leste com a Zona Rural da cidade. A área do bairro corresponde a
6,68 km² nos vales dos ribeirões Garcia, Jordão, Zox, Krohberger e do córrego Caeté. A
morraria não ultrapassa 200 metros de altitude, mas as encostas apresentam muita
declividade. A floresta é densa, com árvores que em alguns pontos chegam a 80 metros de
altura. No seu extremo sul, na região denominada Nova Rússia está presente o Parque
Nacional da Serra do Itajaí, que abrande mais outros 8 municípios do vale europeu, e conserva
mais de 50 mil hectares de Floresta Atlântica. A EEB Pe. José Maurício está localizada no
entorno da Zona de Amortecimento da UC. O que limita diversas práticas de exploração e uso
do solo na região. Mas ao mesmo tempo proporciona enorme qualidade ambiental, regulação
do clima e recreação, assim como serve de santuário para a conservação da biodiversidade da
floresta atlântica.
Conforme vemos nas figuras 1 e 2, a comunidade da EEB Pe. José Maurício está
inserida geograficamente na região sul de Blumenau e está espacializada no vale do rio
Garcia, dentro de vales profundos e com problemas geológicos que em momentos de
precipitações pluviométricas, favorecem o deslizamento das encostas. A geografia de vales
profundos, onde periodicamente, em ocasiões de alta pluviosidade ocorrem deslizamentos, e
com isso danos sociais, promove o que o geógrafo Yi-Fu Tuan (2005) denomina de
“paisagem do medo”.
mesmo evidencia-se no PPP (2012) da escola, afirmando que “existe um ambiente de trabalho
de qualidade e incentivo aos professores dispostos a desenvolverem trabalho diferenciado,
desde que não extrapolem os limites que o espírito escolar e do bairro tem condições de
impor”.
Segundo o PPP (2012) existe na escola as seguintes estruturas: 01 sala de direção, 01
sala de orientação, 01 sala de secretaria, 01 sala de professores, 01 sala de estudo para
professores, 21 salas de aula, 1 biblioteca que contém mais de 1500 livros no seu acervo, além
de disponibilizar espaço para pesquisa na internet, 01 sala informatizada, com computadores
em bom estado de conservação, 01 laboratório, 01 sala de vídeo com multimídia, 01 sala para
fanfarra, 01 cantina, 01 sala de livros, 01 sala para materiais de artes, 01 ginásio coberto, 02
quadras ao ar livre, 01 sala para armazenar a merenda, 01 almoxarifado, 01 depósito para
guardar móveis, 01 galpão, 21 banheiros, distribuídos entre alunos e professores, 01 cozinha,
01 pátio coberto, 01 pequeno estacionamento para uso interno. Nesse espaço escolar a escola
possui atualmente 1300 alunos, 48 professores, sendo 28 efetivos e 20 contratados. Abaixo,
imagens ilustram como é o campo de estágio EEB Padre José Maurício:
professor Alcides, no intuito de adequar a carga horária na qual eu tinha disponibilidade para
realizar observação e regência, ao invés de escolher uma turma e nela desenvolver uma
proposta, adequei o estágio conforme minhas possibilidades, e nos espaços que o professor
regente me deixou optar. Foram escolhidos três turmas de segundo ano. O motivo foi estas
turmas terem aula de sociologia na terça-feira, sendo o dia com mais aulas de sociologia do
professor, o que facilitou muito. Após a aprovação da professora orientadora da disciplina de
estágio da FURB preparei um plano de ensino para essas três turmas de segundos anos e os
devidos planos de aula. Foram assim realizadas, nessa primeira fase, nove horas aulas de
regência, sendo organizadas as 9 aulas (para a 3 turmas) em 3 planos de aula. Na segunda fase
do estágio foram realizadas 18 horas aulas de regência, estando as aulas organizadas em 4
planos de aulas. Vale relembrar que em cada dia no qual compareci para aplicar as regências,
lecionei para três turmas, o que totalizou 3 horas aulas por encontro, sendo usado um plano
único de aula para as 3 turmas.
Durante as observações, na primeira fase, foram observadas 10 horas aulas do
professor, e a temática que ele tratava era a questão de gênero. Antes de minha atividade de
observação, o professor havia passado um filme tratando sobre um grupo de jovens,
mostrando o preconceito em relação ao homossexualismo. No primeiro dia de observação,
acompanhei o professor que me mostrou onde eram as salas de aula. Apresentou-me para a
turma e eu também expliquei sobre a prática da docência e sobre as Ciências Sociais. As aulas
seguiram com os estudantes relatando pontos que lhes chamaram a atenção, enquanto o
professor anotava os temas no quadro e ampliava o debate. O professor instigava os alunos
usando exemplos e pela participação da turma tanto a proposta quanto o método da aula gerou
diversos questionamentos sobre a questão de gênero.
Na minha segunda data de observação, acompanhando o professor e suas aulas auxiliei
na explicação sobre o que foi o Positivismo, os regimes totalitários e a questão territorial que
gera conflitos no leste europeu, desde as grandes guerras e correlacionando com o embate da
2º Guerra Mundial. O professor trabalhava o tema da Segunda Guerra Mundial, e relacionava
o positivismo extremo, com uso de castigos para instruir a ordem à sociedade gerada pelo
fascismo e nazismo. Os estudantes, em grupos, tiveram que destacar as características desses
fenômenos de conflitos da metade do século XIX. No final das aulas deixou um espaço para
que eu novamente explicasse o que ocorreria em nas próximas terças feiras, momento no qual
ocorreria a regência.
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O planejamento das atividades foi realizado com orientação das professoras Luciane
da Luz (disciplina de Estágio II) e a professora Rita de Cássia Marchi (disciplina de Estágio
III). O estágio consistiu em cumprir horas aulas com as professoras nas respectivas
disciplinas, recebendo orientações e assessoria para o planejamento da intervenção, e no
campo estágio, realizando as observações e as regências com a presença das professoras em
algumas ocasiões. Foram durante as aulas de estágio na FURB que foram desenvolvidos os
problemas de pesquisa e a organização das ideias para sistematizar o projeto de estágio,
temas, atividades e calendário.
Depois de planejar previamente o que seria feito tornou-se necessário constatar se o
que foi pensado estaria de acordo com a realidade das turmas e conteúdos já planejados pelo
professor Alcides. A partir do momento que realizei as observações, readaptei os planos de
aula para as aulas que eu daria nas três turmas: Os documentos que comprovam a realização
do estágio constam no final deste relatório em anexos: a Planilha de Observação e Regência
do Estágio estão no Anexo 2, assim como a Ficha de Avaliação do Estagiário (Anexo 3) e o
material de apoio para as aulas que tratam da questão ambiental (Anexo 4).
O plano de ensino consiste no documento que orienta toda a prática de regência, seja de
um ano letivo de Sociologia, mas nesse caso sobre as 27 horas aulas da prática da regência de
ensino de Ciências Sociais em três segundos anos do noturno do Ensino Médio da Escola
Estadual Padre José Maurício, localizada no bairro Progresso, sul de Blumenau-SC.
O tema pensado para as regências foi a Questão Ambiental e será durante a intervenção
abordada a teoria da sociologia ambiental, assim como noções sobre a ecologia do planeta
(não no sentido ambientalista, mas sistêmico de interação seres vivos e não vivos), os
processos de desenvolvimento da nossa história, os impactos socioambientais e os
movimentos sociais que constituíram o movimento ambientalista, a ética ambiental e a crítica
ao modelo de ordem de mundo que Alain Touraine denomina de processo de
“desmodernização” (TOURAINE, 1998), o que possibilitará aos estudantes posicionamentos
críticos para que compreendam o que é cidadania e como agir frente a realidade de caos e
problemática ambiental, principalmente pelo fato da comunidade escolar estar próxima de
uma Unidade de Conservação (UC). Assim, o objetivo das aulas que foram lecionadas foi
elucidar o que é a questão ambiental e a problemática ambiental atual realizando discussões
sobre o exercício da cidadania e da ética ambiental.
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Objetivos:
Conteúdos:
a) Conceitos de ecologia, desenvolvimento, questão ambiental e percepção ambiental.
b) A problemática socioambiental dos dias de hoje.
Desenvolvimento:
Aula expositiva, explicando os conceitos e colocando-os no quadro. Resgatar exemplos da
comunidade e relacionar com as problemáticas do nosso desenvolvimento.
Avaliação:
Participação dos alunos na aula, levando em conta a atenção nas explicações, e a coerência de
seus comentários com o tema proposto.
Conteúdos:
Desenvolvimento:
Foi realizada a leitura e discussão do texto e em grupos os estudantes responderam as
seguintes questões sobre o texto “A força do verde”:
- Qual é a relação entre industrialização, modelo de vida burguês e a rápida aceleração da
destruição ambiental?
- Elabore um esquema apontando as ações humanas que promoveram a aceleração da
destruição ambiental?
- Conforme o texto, quais são os cavaleiros do apocalipse?
- Conforme o teu cotidiano cite 01 acontecimento que você teve notícia ou presenciou e que
esteja relacionado com cada um dos cavaleiros do apocalipse tratados no texto.
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As aulas ministradas em 12/06 foram as aulas em que os alunos ficaram mais quietos,
em isso valendo para todas as turmas. Durante minha explicação os jovens ficaram atentos,
vidrados na minha fala. Utilizei de desenhos no quadro, explicando o que era a ecologia e
como os seres humanos se integram nela. Expliquei a problemática do desenvolvimento e
suas consequências com a ecologia. Passei então a correlacionar os temas com teóricos da
sociologia, como Karl Marx (1990), tratando do materialismo histórico, e da história
constituída através da transformação do natural na produção cultural. Tratei de Leff (2000)
para aproximar o tema até então apresentado para a questão ambiental, explicando como Leff
trata a problemática ambiental e como, na vida moderna, o nosso modelo de vida prejudica o
desenvolvimento sustentável. Chegando na temática da modernidade e suas problemáticas,
correlacionai a explicação com Giddens e Pierson (2000) e Touraine (1999). No final da aula
os alunos comentavam e conseguiam visualizar práticas e ações que ocorriam na região com o
que foi explicado, assim como comentaram a preocupação deles em não ter na escola ou nas
aulas de sociologia, trabalhado a questão ambiental, pontuando-a como um dos principais
temas da atualidade.
Na segunda aula, que foi realizada no dia 19/06, fiz uma revisão dos conteúdos,
resumindo os temas já trabalhados, e fiz um feedback com os alunos, e estes responderam
bem, mostrando que assimilaram e que deram sentido ao que foi trabalhado sobre a questão
ambiental. Expliquei na ocasião o que era percepção, e passei para os alunos resolverem de
forma individual as questões de percepção sobre o ambiente. Os alunos participaram, e
notavelmente, em silêncio, cada um foi resolvendo e entregando seu trabalho. O que
demonstrou interesse por parte deles em rapidamente se prontificar em fazer a atividade e em
tempo hábil entregá-la. Os que não conseguiram terminar a atividade a tempo, ficaram de
entregar na próxima aula.
Na aula de 26/06 fiz um apanhado de tudo o que foi visto e feito, e em sala foi
realizada a leitura do texto “A Força do Verde” presente no livro didático de história, do
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autor Ferreira (1990). Após a leitura fiz uma breve explicação do texto já orientando o estudo
dirigido. Foram passadas as questões no quadro e divididas as turmas em grupos. Cada grupo
recebeu um texto e numa folha respondeu e entregou as questões. O mesmo ocorreu conforme
a aula passada. Os alunos se dispuseram de forma notável a realizar tarefa e entregaram a
avaliação. As atividades dos alunos foram corrigidas e repassadas para o professor titular
Alcides, e este usou as atividades para conceituar os seus alunos dos segundos anos. A prática
de ciências sociais me despertou a vontade pela licenciatura em ciências sociais e pelo Ensino
Médio. Atuo há 10 anos na rede municipal com o ensino de história, e a experiência que tive
vem me causando transformações, assim como todo o conteúdo que estamos estudando
durante a graduação em Ciências Sociais na modalidade PARFOR.
Objetivos:
Conteúdos:
a) Conceitos de moral e ética
b) Conceito de ética e bioética
Desenvolvimento:
Aula expositiva, explicando os conceitos e colocando-os no quadro. Resgatar exemplos da
comunidade e relacionar com as problemáticas do desenvolvimento humano e problemas
éticos relacionados com a exploração humana e não humana do meio ambiente.
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Avaliação:
Participação dos alunos na aula, levando em conta a atenção nas explicações e a coerência de
seus comentários relativamente ao tema proposto.
Objetivos:
Conteúdos:
Desenvolvimento:
Foi realizada uma revisão dos conteúdos da aula anterior sobre moral, ética e bioética, e foi
dada a sequência na explicação dos conceitos levantados por Peter Singer no seu livro Ética
Prática, no capítulo X (“O Ambiente”). Foram usados dois encontros para expor o tema,
sendo o primeiro para realizar a leitura do texto de Peter Singer (em anexo) e o segundo
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encontro para realizar explicações sobre o texto e tentando captar dos estudantes exemplos
práticos de suas vidas e suas interações com a vida e o meio.
Avaliação:
Participação dos alunos na aula, levando em conta a atenção nas explicações e a coerência de
seus comentários relativos ao tema proposto.
Conteúdos:
Desenvolvimento:
Nesta aula os estudantes foram para o laboratório de informática e com o uso do multimídia
foi passado o documentário.
Avaliação:
Estar presente e assistir ao documentário.
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Objetivos:
Conteúdos:
Desenvolvimento:
A aula foi realizada em dois encontros. No primeiro foi distribuído o texto e feita sua leitura e
explicação. No segundo encontro os estudantes, em grupo, realizaram as atividades propostas
sobre o texto e apresentaram suas respostas.
Avaliação:
Apresentação das respostas da atividade feita em grupo sobre o texto de Alain Touraine.
respostas puderam gerar algumas bases para introduzir o assunto. Assim, através de um breve
resgate histórico exposto oralmente, deixei claro como as civilizações constituem seus
códigos morais e éticos, assim como definimos o que seria a moral e a ética. No final da aula,
que foi dialogada com a turma levantei alguns exemplos sobre a ação cidadã, já levantando
suas atenções para entenderem o que é cidadania e comportamento ético ambiental. Finalizei
a aula explicando as nossas próximas atividades.
A segunda aula proposta para as turmas foi desenvolvida em dois encontros. No dia
30/10 iniciei a aula fazendo uma revisão dos assuntos anteriormente estudados: moral, ética e
cidadania. Apresentei à turma o livro “Ética Prática” de Peter Singer. Expliquei como Singer
trata a questão da igualdade entre os indivíduos e os seres, apontando a lógica economicista
despertada pelo capitalismo, no qual avalia os valores intrínsecos das ações humanas, e foram
feitas leituras de trechos dos textos. No segundo encontro da segunda aula apresentei com
uma fala a ideia de ética de Singer, e como ele fundamenta que a ética de valoração da vida
deve ser planetária, ou ambiental, considerando humanos, outros animais não humanos e
todos os elementos que compõe a natureza do planeta. Terminei a aula colocando alguns
exemplos citando a caça, coleta de palmitos e poluição na região do Parque Nacional Serra do
Itajaí, e os estudantes comentaram e deram exemplos que possibilitaram uma aula dialogada,
inserindo na conversa os conceitos abordados nas aulas anteriores. Grande parte das
discussões tangeu os problemas políticos e de comportamento consumista da sociedade
contemporânea, que decorrem com a globalização e o modelo econômico neoliberal no qual a
sociedade se aprofunda no rompimento com os valores humanos construídos historicamente, e
que fundamentam a democracia a cidadania, a ética e a moral. Antes de terminar a aula
comentei sobre o documentário a ser trabalhado na próxima aula.
Na terceira aula, dia 12/11 antes de assistirmos ao documentário “A ordem criminosa
do mundo” resumimos em conversa com a turma os problemas do capitalismo. Na sequência
assistimos o documentário e combinamos que cada um anotaria no caderno apontamentos
para discutirmos na próxima aula. Na quarta aula, que estava dividida em dois encontros,
inicialmente no dia 20/11 foi feito um apanhado sobre as ideias e a crítica ao sistema
capitalista na forma na qual se apresenta no cotidiano dos estudantes e passei a retomar as
ideias de Alain Touraine, especificando agora o conceito de “desmodernização”, no qual este
autor realiza uma crítica ao sistema capitalista e às formas das mudanças de valores humanos
para econômicos, o que na era da globalização vem causando um caos socioambiental. No
final da aula foi distribuído um resumo sobre o conceito de desmodernização com algumas
atividades para serem realizadas em grupo. Para aplicar o assunto da questão ambiental
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conforme a proposta do estágio e da mesma forma não atrapalhar o andamento dos assuntos
planejados pelo professor das turmas, os grupos deveriam ler o texto de Touraine (em anexo)
e correlacionar com temas específicos que já estavam sendo trabalhados na turma: Como
Surgiu o Estado Moderno; O poder e o Estado; Poder, política e Estado no Brasil; A
democracia no Brasil; Direitos e Cidadania; Os movimentos sociais; Direitos e cidadania no
Brasil; Os movimentos sociais no Brasil. Cada grupo ficou com um tema e no próximo
encontro ficaram responsáveis em apresentar o tema com um cartaz. No seguinte encontro, no
dia 29/11 cada grupo trouxe o cartaz, eles foram fixados nas paredes e os grupos apresentaram
seus temas.
A realização da prática da docência de sociologia no ensino médio na EEB Padre José
Maurício foi uma experiência única e que elucida o fundamental papel do professor como um
agente que desperta o entendimento crítico da realidade social. Ao tratar da Sociologia
Ambiental e da Questão Ambiental, os estudantes passaram a absorver a teoria, entender e
relacionar com os fatos de suas realidades o que os assuntos ministrados trataram. O ensino e
as discussões geraram reflexões e conscientizações produzindo um conhecimento nas turmas
que passou a pertencer à bagagem cultural dos estudantes, e de certa forma, nas ações sociais
que estes promoverão em suas vidas. Realizar a prática docente durante a graduação favorece
o professor de sociologia em suas práticas quando formado, e aprimora a docência em
Sociologia e a prática social do estudante e professor.
Universidade Regional de Blumenau - FURB são realizados estudos que analisam a relação
sociedade natureza e suas problemáticas.
Para fazer o estágio e alcançar esse objetivo foi necessário identificar um laboratório
ou grupo de pesquisa para verificar como ocorre a produção do conhecimento dentro de um
ambiente acadêmico. Foi realizado um levantamento para averiguar qual laboratório ou grupo
de pesquisas está atuante e produzindo conhecimento sobre o tema da Questão Ambiental na
FURB. Conforme o relatório de Grupos de Pesquisas4 publicados no site da instituição, dos
15 grupos listados, apenas 3 possuem trabalhos na área do tema:
- GPHAVI – Grupo de Pesquisas de História Ambiental do Vale do Itajaí, que está
vinculado ao Departamento de História e Geografia.
- NEPEMOS – Núcleo de Estudos, Pesquisas e Extensão sobre Movimentos Sociais,
que está vinculado ao Departamento de Serviço Social.
- GIPADMA – Grupo Interdisciplinar sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente,
Vinculado ao Departamento de Ciências Sociais e Filosofia.
Entre os grupos levantados, foi definido que o GPHAVI seria o campo da pesquisa a
ser realizada na última etapa do estágio em Ciências Sociais. No grupo, o estagiário tem a
oportunidade de vivenciar um espaço de produção de conhecimento científico, histórico
social, abordando o meio ambiente de forma interdisciplinar. Realizar o estágio junto a um
grupo de pesquisa, no caso do GPHAVI, que além de ser uma instituição de produção de
conhecimento sobre sociedade e natureza, atua também enquanto Organização Não
Governamental – ONG possibilitou um conhecimento sobre as atividades de um cientista para
o estudante estagiário.
Este estágio também deu a oportunidade de vivenciar o que o sociólogo Bruno Latour
(1988; 2000) denominou de Antropologia da Ciência, ou seja, a possibilidade de um aspirante
ou estudante de uma ciência observar em um laboratório de pesquisas científicas, de que
forma o conhecimento é produzido, desde a origem do problema, as formas de abordá-lo, a
formulação de hipóteses, a coleta de fontes, sua análise, as respostas das hipóteses, a
formulação dos relatórios científicos e de seus respectivos materiais de divulgação a
comunidade científica.
4
Para ver a lista acessar http://www.furb.br/web/2937/inovacao-e-pesquisa/grupos-de-pesquisa/grupos-de-
pesquisa-furb/ciencias-humanas/7
46
processos ecológicos, assim como avaliar como a sociedade humana é afetada pelo seu
próprio processo de interação com o meio ambiente.
A História Ambiental é uma área interdisciplinar e dentro do seu objetivo aborda a
temática da questão ambiental bem próximo do que se propõe a Sociologia Ambiental, ou
seja, tendo como pressuposto o discurso ecocêntrico no lugar no antropocêntrico
(FERREIRA, 2006). Conforme depoimentos do coordenador do GPHAVI, o professor 5
Gilberto Friedenreich dos Santos, o grupo atua há mais de dez anos na Universidade Regional
de Blumenau, já realizando com a linha de pesquisa da História Ambiental mais de 20
projetos de Iniciação Científica. É um espaço de produção de conhecimento científico sobre
as interações sociedade-ambiente, tendo como base a teoria da História Ambiental.
Os estudos denominados de História Ambiental começaram a surgir por volta da
década de 1970. Antigamente não se visava tanto a conservação ambiental, pois pensava-se
que os recursos naturais eram ilimitados. Assim, é somente a partir do momento que a
sociedade passa a se preocupar com a escassez de recursos, com as mudanças climáticas e das
paisagens, os grandes impactos ambientais e morte e diminuição da fauna e flora, é que a
questão ambiental passa a se tornar uma agenda mundial e a problemática ambiental passa a
ser agenda dos governos, assim como das carreiras universitárias, sendo na década de 70 a
incorporação da temática tanto na Sociologia como na História (WOSTER, 1982;
FERREIRA, 2006).
O debate ambiental surge, assim, na História em meio a uma época de reavaliação e
reforma cultural e, no campo da ciência social, através da crítica ao positivismo e na busca da
interdisciplinaridade com estudos sistêmicos. Assim a história ambiental nasceu, portanto de
um objetivo moral, tendo por trás fortes compromissos políticos, mas, à medida que
amadureceu, transformou-se também num empreendimento acadêmico, não tendo uma
simples ou uma única agenda moral ou política para promover (WOSTER, 1982). A História
Ambiental tem como objetivo principal aprofundar o conhecimento dos seres humanos e ver
como, através dos tempos, conseguimos afetar e sermos afetados por nosso ambiente.
(PÁDUA, 1986).
Através da análise no âmbito da historiografia ambiental é possível conhecer as
relações entre a sociedade e a natureza, observando nessas relações as consequências positivas
e negativas para ambas as partes. A história resgata os acontecimentos da vida humana, suas
tramas, e com o levante das relações antrópicas com o natural, através da História Ambiental,
5
Conversa especulatória realizada no GPHAVI em julho de 2013.
48
caracteriza-se a compreensão dos indivíduos sobre seus atos em relação ao ambiente. Desta
forma, a historiografia ambiental, além de levantar as características sociais e culturais de um
grupo, trata de uma história que demonstra como foi realizada a ação humana relativa à
natureza, e quais foram as suas consequências à sociedade e ao meio natural (DRUMMOND,
1991; WORSTER, 1991; LEFF, 2005; MARTINS, 2007).
Além dessa entrevista realizada pelo estagiário, o mesmo acompanhou outras três
entrevistas, onde os bolsistas do GPHAVI realizaram as perguntas. Foram entrevistados dois
senhores que atuaram como lenhadores na exploração da madeira e também o ecólogo Lauro
Eduardo Bacca. Os dados que foram coletados com as entrevistas também eram apresentados
nas reuniões, sendo o estagiário incumbido da apresentação da entrevista que realizou. As
hipóteses discutidas com as fontes documentais eram comparadas com as das entrevistas e foi
52
- Para fazer História Ambiental – texto do biólogo Donald Worster que busca fazer uma
reconstituição histórica do surgimento da história do meio ambiente, como parte de um
esforço para proporcionar ao campo da História maior amplitude narrativa. Rejeitando a
História do meio ambiente como um modismo esotérico e passageiro, o autor realiza uma
pesquisa sobre o que foi recentemente organizado dentro deste campo específico de
conhecimento através das historiografias francesa e americana.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
pesquisa para o TCC será aprofundada e enriquecida com experiências realmente vividas e
experimentadas, a do ensino e da atividade científica.
56
REFERÊNCIAS
CABRAL, João Francisco P. A definição de ação social de Max Weber. Disponível em:
<http://www.brasilescola.com/filosofia/a-definicao-acao-social-max-weber.htm>.Acesso em:
29 de outubro de 2011.
DAY, Adalberto. Escola de Educação Básica Padre José Maurício. Disponível em:
http://adalbertoday.blogspot.com.br/2007/09/escola-de-educao-bsica-padre-jos.html Acesso
em: 12/06/2012.
FERREIRA, Jonh Kennedy. A sociologia no ensino médio (online), 2008. Disponível em: <
http://muitasbocasnotrombone.blogspot.com/2008/03/sociologia-no-ensino-mdio.html>
Acesso em 12 de setembro de 2011.
FERREIRA, Leila da Costa. Ideias para uma sociologia da questão ambiental no Brasil.
São Paulo: Annablume, 2006.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão.2. ed. Petropolis : Vozes, 1983.
LATOUR, Bruno. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora.
57
MARTINS, Carlos Benedito. O que é Sociologia. 38ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, EEB Padre José Maurício. Blumenau: EEB Pa José
Maurício, 2011.
TOMAZI, Nelson Dacio. Iniciação a sociologia (org). São Paulo: Atual, 1993.
TOURAINE, Alain. Poderemos viver juntos?: iguais e diferentes. Petropolis : Vozes, 1999.
WEBER, Max. Metodologia das ciências sociais.3. ed. São Paulo : Cortez; [Campinas] :
UNICAMP, 1999
WORSTER, Donald. 1982. Dust bowl – the southern plains in the 1930’s. Oxford, Oxford
University Press. 1982.
WORSTER, D. para fazer história ambiental. Estudos Históricos. Rio de janeiro: FGV, v4,
nº8, p.98-215, 1991.
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ANEXOS
ANEXO 2
ANEXO 3
ANEXO 4
problemáticas por ela criada principalmente de uma economia selvagem com o uso do
espetáculo promovido pela mídia sobre os produtos fúteis criados por essa indústria.
O modelo de sociedade hoje, que rompe com o modelo clássico já expresso, deteriora-
se na medida em que ocorre uma dissociação entre o econômico e o cultural. Ou seja, a
justificativa do acumular capital, crédito, sem que haja ganhos reais para a qualidade de vida.
A globalização gera um estágio de mentalidade onde o indivíduo deve ter, consumir e ter
bens, propriedades. E este se dissocia do modelo clássico, que é um modelo onde o indivíduo
deve ser, e não ter. Desta forma, gera-se uma crise, e ocorre uma dissociação de uma
identidade coletiva, comunitária, e gera-se uma sociedade do consumo, do egoísmo pela
obtenção dos bens de consumo, dos valores sociais de bem-estar-social substituídos pelos
status promovidos pelas marcas e produtos que passam a se tornar fundamentais para a vida
cotidiana nessa sociedade controlada pela economia.
A desmodernização da sociedade embalou o declínio das instituições, que na ideologia
burguesa organizariam e dariam suporte estrutural e funcional. Desta forma a família foi
desestruturada, a Escola perdeu estrutura e funcionalidade com sua banalização, as Igrejas não
possuem mais seus dogmas aceitos e cumpridos pelos seus membros, o Estado tornou-se
injusto e controlado pelos grupos empresariais que controlam o mercado, e a fé na Justiça
deixou de existir. Isso ocorreu devido a formação de uma economia financeira e industrial,
que apenas visava aumentar os lucros, sem ética, e que passou a ser globalizada, e
controladora simbolicamente pelo sistema monetário virtual sem fronteiras sobre os territórios
(Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional e Organização Mundial do Comércio). O
sistema econômico e seus atores passam a controlar os sistemas políticos alienando-os com as
injeções de capitais, e alienando a sociedade pela mais valia do trabalho. Ocorre assim o que
Touraine chama de desinstitucionalização, que é o enfraquecimento ou a desapropriação das
normas codificadas e protegidas por mecanismos legais e pelo desaparecimento de
julgamentos de normalidade aos comportamentos regidos por instituições. É a perda dos
códigos morais e éticos em benefício do lucro sobre uma servidão moderna embutida a
sociedade humana e recursos naturais.
Como exemplos, claros dessa desistitucionalização, temos a família e a escola. A
família que antes era mais unida, mesmos por traços de tirania e patriarcado, com a onda do
capitalismo financeiro, os sujeitos que compõe a família visam mais o ter do consumo, dos
valores criados pela mídia, do que os valores históricos de nossa espécie, como a da
comunidade e coletividade do bem-estar, e os membros familiares separam-se em seus
microgrupos, isolando-se, ou como em grande parte não possuem tempo para estabelecer
78
QUESTÕES