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Universidade Federal de Ouro Preto

Departamento de Engenharia Civil – DECIV


Superestrutura de Ferrovias – CIV 259

RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE


AMOSTRA DE AGREGADO PARA LASTRO PADRÃO

ANÁLISE GRANULOMÉTRICA
ABRASÃO LOS ANGELES
ENSAIO TRETON
MASSA ESPECÍFICA APARENTE, ABSORÇÃO E POROSIDADE
FORMATO DO MATERIAL
MACIOS E FRIÁVEIS

GRUPO: 01
NOMES: Augusto Franco de Lima
Gustavo Pereira Viana
Hugo Mouro Leão
Lucas Moreira Araújo
Phillipe Leon Oliveira Custódio
Samuel de Mendonça
Thiago Valentim Val

Ouro Preto, 13 de abril de 2018


SUMÁRIO

1. OBJETIVO .................................................................................................. 3
2. METODOLOGIA ....................................................................................... 3
2.1. PROPRIEDADES FÍSICAS REQUERIDAS NBR 5564 – VIA
FÉRREA – LASTRO PADRÃO ................................................................................... 3
2.1.1. GRANULOMETRIA .............................................................................. 3
2.1.2. ABRASÃO LOS ANGELES .................................................................... 4
2.1.3. RESISTÊNCIA AO CHOQUE-ÍNDICE DE TENACIDADE TRETON .............. 4
2.1.4. MASSA ESPECÍFICA APARENTE, ABSORÇÃO E POROSIDADE APARENTE5
2.1.5. FORMATO DO MATERIAL ................................................................... 6
2.1.6. FRAGMENTOS MACIOS E FRIÁVEIS ...................................................... 6
3. RESULTADOS DOS ENSAIOS................................................................ 7
3.1. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ................................................................. 7
3.2. ANÁLISE DA RESISTÊNCIA AO CHOQUE – ENSAIO TRETON .................... 8
3.3. ANÁLISE DO FORMATO DO MATERIAL ................................................... 8
3.4. ANÁLISE DA DENSIDADE APARENTE, POROSIDADE E PERMEABILIDADE 9
3.5. FRAGMENTOS MACIOS E FRIÁVEIS ........................................................ 10
4. DISCUSSÕES............................................................................................ 10
5. CONCLUSÕES ......................................................................................... 11
6. ANEXO ...................................................................................................... 12
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 12
ANEXO ( REGISTRO FOTOGRÁFICO) ............ ERRO! INDICADOR NÃO
DEFINIDO.

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MATERIAL: BRITA
APLICAÇÃO: LASTRO FERROVIÁRIO
DATA: 13/04/2018

1. OBJETIVO
Caracterizar o material ensaiado e avaliar seu uso em lastro ferroviário de acordo
com os valores de referência presentes na norma NBR 5564 – VIA FÉRREA –
LASTRO PADRÃO.

2. METODOLOGIA

2.1. PROPRIEDADES FÍSICAS REQUERIDAS NBR 5564 – VIA FÉRREA –


LASTRO PADRÃO

2.1.1. Granulometria
Colocou-se no agitador as peneiras 2”, 1 ½”, 1”, ¾” e ½”. Em seguida peneirou-
se 32883 gramas (desconsiderando o fundo da peneira) sem agitação mecânica,
passando os fragmentos cuidadosamente, de forma manual, nas peneiras citadas acima.
Posteriormente, ensacou-se separadamente os fragmentos de cada diâmetro para
posterior pesagem e construção da curva granulométrica.
A distribuição granulométrica do lastro foi verificada de acordo com a ABNT
NBR NM 248.

Figura 1 - Material sendo peneirado e pesado para determinação da granulometria

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Figura 2 - Materiais de diferentes granulometrias ensacados separadamente

2.1.2. Abrasão Los Angeles


Com base na distribuição granulométrica encontrada foi definida a graduação do
material (segundo “Tabela 2 – Graduação para Ensaio” da NBR NM 51:2000) e
consequentemente determinou-se os padrões para realização do ensaio. Sendo assim,
verificou-se que a amostra se encontra na graduação F, logo o ensaio deveria ser
realizado usando 10000 gramas do material, com 1000 rotações no tambor. Segundo a
“Tabela 1- carga abrasiva” da mesma norma, a carga abrasiva usada deveria ser de 12
esferas, num total de 5000 gramas. Após realizado o ensaio, as esferas deveriam ser
escovadas e o material retido na peneira 12, lavado e seco em estufa por pelo menos 3
horas. Então, calcula-se a massa perdida durante o ensaio, em porcentagem.

2.1.3. Resistência ao choque-índice de tenacidade Treton


A amostra para o ensaio foi retirada do material passante na peneira 19 mm e
retidas na 12 mm. Foram separados 20 fragmentos, com isso colocou-se a amostra no
cilindro oco padrão do ensaio, e deixou-se cair o martelo, também padronizado, por 10
vezes de uma altura de 39,37 cm. O resultado é dado em porcentagem, pela diferença de
massa da amostra inicial e a massa final, retida na peneira de 1,7 mm.

Figura 3 - Pesagem do material para o ensaio, e inserção dentro do equipamento de choque

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2.1.4. Massa específica aparente, absorção e porosidade aparente
Dez corpos de prova mais representativos da amostra inicial foram separados,
lavados e escovados. Então, colocou-se os corpos de prova em uma bandeja e
adicionou-se água três vezes, com um intervalo de 4 horas, cada uma colocando 1/3 da
altura do corpo de prova. Após 24 horas, retirou-se as amostras e secou-as com o
objetivo de deixar a amostra saturada, com superfície seca. Os corpos de prova foram
pesados individualmente e depois, submersos foram novamente pesados. Feito isso, a
amostra foi colocada na estufa por 24 horas e posteriormente pesadas secas.

Figura 4 - Pesagem do material imerso durante execução do ensaio

Figura 5 - Fragmentos submersos para determinação da absorção

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2.1.5. Formato do Material

Mediu-se as dimensões A, B e C de cada corpo de prova, com paquímetro, em


milímetros, conforme figura acima.

2.1.6. Fragmentos macios e friáveis


Foi selecionado 4500 gramas da parte com maior representatividade da amostra,
sendo os fragmentos, nesse caso, retirados da peneira 1 ½”. Assim cada partícula do
corpo de prova foi submetida ao impacto de uma vareta de bronze, separando-se as
partículas macias e friáveis.
O material é definido como macio ou friável se não houver depósito do material
da vareta de bronze no mesmo ou se houver fragmentação da rocha durante a queda da
vareta de bronze.

Figura 6 - Exemplo de material macio ou friável

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3. RESULTADOS DOS ENSAIOS

3.1. Análise Granulométrica

Ensaio de Granulometria (NBR NM248)


Peneiras Material Percentagem em Peso
Número (mm) Retido (g) % Retido % Acumulada
2 1/2" 64 0 0,0 0,0
2" 50 4729 14,4 14,4
1 1/2" 38 15356 46,7 61,1
1 1/4" 32 0 0,0 61,1
1" 25 10941 33,3 94,4
3/4" 19 853 2,6 96,9
1/2" 12,5 1004 3,1 100,0
3/8" 9,5 0 0,0 100,0
1/4" 6,3 0 0,0 100,0
4 4,8 0 0,0 100,0
8 2,4 0 0,0 100,0
10 2 0 0,0 100,0
16 1,2 0 0,0 100,0
30 0,6 0 0,0 100,0
50 0,3 0 0,0 100,0
100 0,15 0 0,0 100,0
200 0,074 0 0,0 100,0
Prato 916 100,0
Total 32883 100,0
Dimensão Máxima 2 1/2"
Módulo de Finura 8,6
Materiais Pulverulentos (%) 2,8

Tabela 1 - Análise granulométrica

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Gráfico 1 – Curva granulométrica, com tamanho das peneiras no eixo horizontal e porcentagem
retida acumulada no eixo vertical

3.2. Análise da Resistência ao Choque – Ensaio Treton


Ensaio de Determinação da Resistência ao Choque
"Treton" NBR 8398
Peso Peso Retido
N° Resistência ao
Amostra Peneira n°
Fragmentos choque (%)
Inicial (g) 12
20 141,69 122,83 86,7
Tabela 2 - Ensaio Treton

Limite estabelecido pela ABNT: Resistência ao choque 20%


Limite estabelecido pela CVRD: Resistência ao choque 20%
Limite estabelecido pelo AREMA: Não mencionado.

3.3. Análise do Formato do Material


Média das Classificação Amostras Partículas
Relações da Forma Lamelares lamelares (%)
B/A 0,752
Cúbica 5 18,52
C/B 0,648
Tabela 3 - Relação entre as dimensões B/A e CB e classificação do material – MB-898

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Relações ΣA e ΣC - Razão
Classificação
RAYMOND e DIYALJEE (ΣA/ΣC)
ΣA 1586,05 Alongada
2,13
ΣC 743,25 Lamelar
Tabela 4 – Relações ΣA e ΣC e classificação do material

Formato estabelecido pela ABNT: cúbico


Formato estabelecido pela CVRD: cúbico
Limite estabelecido pelo AREMA: Não mencionado

3.4. Análise da Densidade Aparente, Porosidade e Permeabilidade


Ensaio de Determinação da Massa Específica e Porisidade Aparente (MB 893)
Mass. Espec.Apar. Absor. Água Por.Aparente
CP M1 (g) M2 (g) M3 (g)
(g/cm3 ) (%) (%)
1 191,32 191,78 119,08 2,63 0,24 0,63
2 224,05 224,61 138,66 2,61 0,25 0,65
3 230,17 230,71 141,28 2,57 0,23 0,60
4 223,76 224,4 139,03 2,62 0,29 0,75
5 162,18 162,64 100,9 2,63 0,28 0,75
6 230,8 231,49 143,36 2,62 0,30 0,78
7 138,84 139,28 86,16 2,61 0,32 0,83
8 147,91 148,41 91,97 2,62 0,34 0,89
9 189,75 190,24 117,97 2,63 0,26 0,68
10 276,15 276,83 171,95 2,63 0,25 0,65
Valores Mínimos 2,57 0,23 0,60
Valores Máximos 2,63 0,34 0,89
Valores Médios 2,62 0,28 0,72
Tabela 5 - Determinação da massa específica, absorção e porosidade aparente

Especificação ABNT: Massa específica aparente (min. 2,4 g/cm3), absorção de água (max. 1%) e
para porosidade (max 1%)
Especificação CVRD: Massa específica aparente (min. 2,6 g/cm3), absorção de água (max. 1%) e
para porosidade (max 1%)
Especificação AREMA: Massa específica aparente (min. 2,6 g/cm3), absorção de água (max. 1%) e
para porosidade (não mencionado)

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3.5. Fragmentos macios e friáveis

Ensaio de Determinação do Teor de Fragmentos Macios e Friável (NBR 8697)

Corpo de Prova Material Macio e Friável


Massa (g) N° Fragmentos Massa (g) Massa (%) N° Fragmentos N° Fragmentos (%)
4502 39 127 2,82 2 5,13
Tabela 6 - Dados obtidos no ensaio de determinação de macios e friáveis

Especificação ABNT: 5%
Especificação CVRD: 5%
Especificação AREMA: 5%.

4. DISCUSSÕES
O lastro tem como função resistir aos esforços ao qual a via estará sujeita,
proteger os dormentes quanto a ação da umidade dentre outras. Para atender essas
funções o material que compõe o mesmo deve atender características determinadas por
normas. Em virtude desses parâmetros comparou-se o material em analise.
Com o Ensaio Treton constatou-se uma resistência ao choque de 86,7%, valor
bem acima dos limites estabelecidos pela ABNT e pela CVRD.
Quanto ao formato do material, tanto a ABNT quanto a CVRD estipulam que o
material para lastro deve ter geometria cúbica. No primeiro método, no qual é
considerada a média das relações B/A e C/B, constatou-se que o material é cúbico,
sendo esse o formato que evita o recalque.
Entretanto, de acordo com o método de RAYMOND e DIYALJEE, o material é
considerado alongado lamelar, o que poderia dificultar a aplicação do mesmo enquanto
material de lastro, uma vez que ele estaria sujeito a se fraturar, causando danos futuros à
via.
Analisando o ensaio de massa específica aparente, porosidade e absorção de
água pode-se concluir que, dentro do nível de precisão estabelecido pelas normas
(ABNT, CVRD e AREMA), o material atende todas as especificações necessárias.
De acordo com ensaio para determinação de macios e friáveis, os fragmentos
obtiveram 5,13% de macios e friáveis. Vale ressaltar que ao realizar esse ensaio a
porcentagem de materias macios e friaveis se deu pela quebra dos fragmentos, o que
pode gerar complicações à longo prazo. As normas estabelecem um limite de 5%.
Sendo assim, o material não é aprovado para ser usado.

OBS.: O ensaio de abrasão Los Angeles, apresentado em 2.1.2, não foi realizado
porque o equipamento estava danificado no dia do ensaio.

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5. CONCLUSÕES
Em virtude do que foi apresentado nas discussões nota-se que o material
apresenta algumas divergências conforme a norma, porém se fizermos uma
aproximação sem considerar casas decimais para o ensaio de macios e friáveis; e refizer
o ensaio de formato, uma vez que o mesmo está sujeito a erros de medida (conforme
todos os outros ensaios) e esse material apresentar formato geométrico pelo método de
RAYMOND e DIYALJEE, podemos dizer que o material está dentro das especificações
normatizadas.

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6. ANEXO

Ensaio de Determinação da Forma do Material MB 894


Medidas (mm) Relação
Fragtos A B C B/A C/B
1 76,6 47,7 36,4 0,623 0,763
2 62,3 47,85 35,5 0,768 0,742
3 79,5 51,85 46 0,652 0,887
4 77,7 61 29,7 0,785 0,487
5 57,8 51,1 22,7 0,884 0,444
6 83,7 58,9 19,35 0,704 0,329
7 61,7 51,1 22,2 0,828 0,434
8 48,8 39,5 25 0,809 0,633
9 44,8 44,3 36,65 0,989 0,827
10 90,3 48,8 33,6 0,540 0,689
11 70 45,1 15,25 0,644 0,338
12 80,4 52,6 27,4 0,654 0,521
13 51,35 43,4 25,05 0,845 0,577
14 64 50,2 40 0,784 0,797
15 50,3 44 44,5 0,875 1,011
16 63,7 53 31,45 0,832 0,593
17 42,3 31,9 24,5 0,754 0,768
18 60 33,8 21,05 0,563 0,623
19 57,8 40,5 26,2 0,701 0,647
20 54,7 45,9 24,3 0,839 0,529
21 52,8 41,9 25,7 0,794 0,613
22 56,3 44,4 26,8 0,789 0,604
23 49,6 38,05 24,1 0,767 0,633
24 37,05 20,4 25,2 0,551 1,235
25 24,8 16,2 8,9 0,653 0,549
26 39,25 33,45 20,05 0,852 0,599
27 48,5 40,5 25,7 0,835 0,635
Média das Relações 0,752 0,648
Tabela 7 - Dimensões dos Fragmentos Medidos com o Paquímetro para a Realização do Ensaio de
Determinação do Formato do Material

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

NBR 5564: 1991 - Via férrea Lastro Padrão - Especificação


NBR 6465: 1984 - Agregados - Determinação da Abrasão Los Angeles - Método de
ensaio

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NBR 6954: 1989 - Lastro padrão - Determinação da forma do material - Método de
ensaio
NBR 7218: 1987 - Agregados - Determinação do teor de argila em torrões e materiais
friáveis - Método de ensaio
NBR 7219: 1987 - Agregados - Determinação do teor de material pulverulento -
Método de ensaio
NBR 7418: 1987 - Lastro padrão - Determinação da massa específica aparente, da
absorção de água e da porosidade aparente do material - Método de ensaio
NBR 7702: 1983 - Lastro padrão - Determinação da resistência do material à intempérie
do material - Método de ensaio
NBR 7702: 1984 - Lastro padrão - Determinação do teor de fragmentos macio e
friável - Método de ensaio
NBR 8938: 1985 - Determinação da resistência ao choque - Método de ensaio
NBR NM 248: 2003 - Agregados - Determinação da composição granulométrica -
Método de ensaio

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