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CETCC - CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

MICHELLI BERNINI PEDRO

PLANO DE PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADO NA TCC

PARA PACIENTES PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.

São Paulo
2018
MICHELLI BERNINI PEDRO

PLANO DE PREVENÇÃO DE RECAÍDA BASEADO NA TCC

PARA PACIENTES PÓS CIRURGIA BARIÁTRICA.

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu


Área de concentração:
Terapia Cognitivo-Comportamental
Orientador: Prof. Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga
Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo
2018
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.
Pedro, Michelli B.

Plano de prevenção de recaída baseado na tcc para pacientes pós cirurgia

bariátrica.

Michelli Bernini Pedro, Luiz Ricardo Vieira Gonzaga, Eliana Melcher Martins –
São Paulo, 2018.

73 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia


Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientador: Profº. Drº. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga


Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1. Terapia Cognitivo-Comportamental, 2. Cirurgia Bariátrica, 3. Prevenção de


Recaída. I. Pedro, Michelli Bernini. II. Gonzaga, Luiz Ricardo Vieira. III. Martins,
Eliana Melcher.
Michelli Bernini Pedro

Plano de prevenção de recaída baseado na tcc para pacientes pós cirurgia

bariátrica.

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em


Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista
em Terapia Cognitivo-Comportamental.

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Profº. ______________________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Profº. ______________________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____


DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu esposo, meus filhos e minha família, também meu
carinho aos amigos e mentores.
AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por me amar e me fazer sonhar e buscar pela realização dos meus
sonhos.
Agradeço ao meu esposo que é meu amado e companheiro, me apoia e incentiva o
meu crescimento pessoal e profissional. Aos meus filhos, Hugo por compartilhar a
atenção merecida e possibilitar que eu conclua esta formação e Noah que está
sendo gerado em meu ventre. À minha família e amigos por me apoiar.
Meu agradecimento aos professores que compartilham o conhecimento e favorecem
meu crescimento profissional.
RESUMO

O trabalho teve como objetivo elaborar um modelo de proposta de intervenção de


modificação de crenças associadas à obesidade em pacientes submetidos à cirurgia
bariátrica. Utilizou-se o método da revisão bibliográfica. Como estratégia de busca
foram utilizadas as bases de dados MEDLINE, IBECS, SciELO e livros
especializados da área. A seleção dos artigos aconteceu a partir da utilização dos
descritores (DeCS): terapia cognitiva, cirurgia bariátrica e operatório, usando
formulário básico de pesquisa com o termo AND para relacionar as palavras. Através
dos critérios de inclusão foi encontrado um artigo de relevância. Elaborou-se um
plano de prevenção de recaída, fundamentado na Terapia Cognitivo-
Comportamental a ser realizado em 24 sessões e tendo seu início no segundo ano
pós cirúrgico. Foram identificados neste estudo a escassez de trabalhos científicos
que norteiam a intervenção do terapeuta da TCC em pacientes de cirurgia bariátrica.
A partir dos resultados, foi elaborado um plano de prevenção de recaída, para
modificação de crenças, que se iniciará após dois anos após a cirurgia. Este plano
está distribuído em 24 sessões que acontecerão em período de seis meses,
podendo sofrer alterações conforme decisão conjunta entre terapeuta e paciente.

Palavras Chaves: Terapia Cognitivo-Comportamental, Cirurgia Bariátrica,


Prevenção de Recaída.
ABSTRACT
The objective of this study was to elaborate a model of intervention proposal for
modifying beliefs associated with obesity in patients submitted to bariatric surgery.
The bibliographic review method was used. As a search strategy, the MEDLINE,
IBECS, SciELO and specialized books of the area were used. The selection of the
articles happened from the use of descriptors (DeCS): cognitive therapy, bariatric and
operative surgery, using basic form of research with the term AND to relate the
words. Through the inclusion criteria an article of relevance was found. A relapse
prevention plan was developed, based on Cognitive-Behavioral Therapy to be
performed in 24 sessions and beginning in the second year after surgery. This study
identified the scarcity of scientific studies that guide the intervention of the CBT
therapist in bariatric surgery patients. Based on the results, a relapse prevention plan
was developed to modify beliefs, which will begin two years after surgery. This plan is
distributed in 24 sessions that will take place in a period of six months, and may
undergo changes according to a joint decision between therapist and patient.

Key Words: Cognitive-Behavioral Therapy, Bariatric Surgery, Relapse Prevention.


SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 13

2.1 Obesidade e Cirurgia Bariátrica.................................................................... 13

2.2 Terapia Cognitiva-Comportamental ............................................................. 14

3 OBJETIVO ............................................................................................................. 16

3.1 Objetivos Específicos .................................................................................... 16

4 METODOLOGIA .................................................................................................... 17

5 RESULTADOS ....................................................................................................... 18

5.1 Proposta de intervenção ............................................................................... 18

5.1.1 Plano de prevenção de recaída .............................................................. 19

5.1.2 Definição dos Inventários e Técnicas .................................................... 24

6 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 29

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32

ANEXOS ................................................................................................................... 35
10

1 INTRODUÇÃO

O tema abordado surgiu devido a experiência vivida na divisão de cirurgia


bariátrica em um hospital na cidade de São Paulo. Trata-se de um serviço pioneiro
de avaliação psicológica para candidatos à cirurgia bariátrica. Neste, observa-se a
grande complexidade dos fenômenos psicológicos envolvidos no processo de
emagrecimento e manutenção do peso a longo prazo. A pesquisadora identificou
grande escassez de trabalhos científicos na área da Terapia Cognitivo
Comportamental (TCC) que abordem o assunto. Também identificou a necessidade
de elaborar uma proposta de intervenção que instrumentalizasse os psicólogos que
queiram utilizar técnicas da TCC para intervir no pós operatório em médio, curto e
longo prazo, trabalhando o processo de emagrecimento e crenças envolvidas na
obesidade.
Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica (ABESO) “a etiologia da obesidade é complexa e multifatorial, resultando
da interação de genes, ambiente, estilo de vida e fatores emocionais” (ABESO,
2016, p. 33).
A Organização Mundial de Saúde aponta a obesidade como um dos
maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que, em 2025,
cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso; e mais de 700
milhões, obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade no
mundo poderia chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
No Brasil, a obesidade vem crescendo cada vez mais. Alguns
levantamentos apontam que mais de 50% da população está acima do
peso, ou seja, na faixa de sobrepeso e obesidade. Entre crianças, estaria
em torno de 15% (ABESO).

Atualmente, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica


(SBCBM) elaborou um consenso onde inclui o relatório psicológico como pré-
requisito para a realização da cirurgia, também considera que se faz necessário o
acompanhamento multidisciplinar no pós-operatório, sendo o psicólogo parte desta
equipe. O paciente irá passar por muitas mudanças alimentares, psíquicas,
comportamentais e de estilo de vida em decorrência da cirurgia, o que justifica a
necessidade de um acompanhamento especializado.
Após a cirurgia o cirurgiado irá perceber muitas modificações em seu corpo
que irão refletir no exterior. Essas, como a privação por comida decorrente pela nova
capacidade orgânica; mudança corporal e possível impacto frente a nova imagem
11

vista no espelho; antes era possível amenizar os sintomas ansiosos com comida e
após a cirurgia isso não será realizado tão facilmente; uso de medicação regular
para reposição de nutrientes, devido a modificação na absorção; mudança na
estrutura familiar, já que o posicionamento do ex-obeso frente a família pode
modificar; mudança nos hábitos alimentares e provavelmente na vida social e
escolhas de lazer (FINGER e OLIVEIRA, 2016).
Como regulamentado pela SBCBM, muitos pacientes passam pelo psicólogo
no pré operatório por se tratar de um pré requisito para o andamento do processo
cirúrgico, assim, o questionamento é quanto a validade do vínculo estabelecido.
Após a cirurgia, o cirurgiado começa a desfrutar do mais esperado benefício da
cirurgia que é a redução de peso e medidas. Sprengel (2015) fala que uma pequena
população segue a recomendação de acompanhamento psicológico, principalmente
por ser visível a melhora física. No entanto, os cuidados com as emoções,
comportamentos e estilo de vida são pouco priorizados. Esse descuido pode e
provavelmente irá refletir no futuro (ANDRETTA e FERREIRA, 2016). Vale ainda
considerar, que sintomas - já existentes antes mesmo da cirurgia e que possam ter
contribuído para o desenvolvimento da obesidade - de ansiedade, depressão e
outros, que não foram tratados, podem emergir futuramente.
A TCC vem crescendo e mostrando sua eficácia em vários tipos de demandas
psicológicas, inclusive aponta excelentes resultados no tratamento da obesidade e
de transtornos alimentares (WRIGHT, BASCO e THASE, 2008). Trata-se de uma
terapia focada no presente, onde visa a preparação do paciente para enfrentar os
desafios que ultrapassam as paredes do consultório.
Em virtude dos resultados, do método de trabalho, da seriedade envolvida e
de outros fatores, os pacientes estão recebendo a orientação de seus médicos para
que façam acompanhamento baseado na TCC.
O tratamento da obesidade irá exigir grande comprometimento do paciente, e
poderá influenciar e ser influenciado por várias áreas da sua vida, como o
emocional, físico, social, ambiental e familiar. Fatores internos como o comer
emocional, que provavelmente já era um hábito antigo, no início não será possível
principalmente por causa das limitações da cirurgia e com o tempo será necessário
autocontrole para manter a limitação. A importância atribuída ao processo de
emagrecimento versus o merecimento ilusório de comida é um dos exemplos que
chama atenção quando se trata da obesidade, porque existe uma negociação
12

interna (pensamentos sabotadores (PA)) que irão querer burlar o processo de


emagrecimento. Em alguns momentos, o cirurgiado terá que optar entre estar
presente em momentos de socialização que envolvam comida ou em afastar-se,
comprometendo sua vida social e ou familiar (BECK, 2009).
A cirurgia é uma medida que muitas vezes quem a escolhe já tentou outros
métodos alternativos de emagrecimento e que, por motivos diversos, não foram bem
sucedidos. O organismo é adaptado para suportar receber pouco alimento e assim
gerar o emagrecimento
“O desconforto envolvido no rompimento de velhos hábitos pode estimular
vários pensamentos e crenças que “causam um curto circuito” no processo
de mudança. Pensamentos como “isso não é justo”, “é muito difícil”, “estou
muito aborrecida” e “não estou a fim” podem levar os pacientes a permitir-se
interromper seus esforços para mudar” (WRIGHT et al, 2012, p. 227).

O estudo a seguir sugere o modelo de uma proposta de intervenção para


casos de acompanhamento pós cirurgia bariátrica com um prazo mais estendido do
que as terapia convencionais, mesmo que fundamentada na TCC, pois os PA’s
poderão surgir em qualquer um dos estágios do pós operatório. Esses pensamentos
irão interferir nas emoções, comportamentos e crenças (BECK, 2013).
Será apresentado no conteúdo deste trabalho uma fundamentação teórica o
qual versará sobre a obesidade e em seguida sobre a Terapia Cognitivo
Comportamental. Optou-se neste trabalho, o método da revisão bibliográfica.
Os resultados e a discussão serão apresentados neste trabalho apontando os
artigos elencados através dos critérios de inclusão do estudo e o modelo de
intervenção apresentado sendo finalizado com a conclusão.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Obesidade e Cirurgia Bariátrica

A cirurgia bariátrica tem por finalidade combater a obesidade. Diniz et al


(2012) traz um dado alarmante ao referir que no Brasil existem cerca de 65 milhões
de pessoas com sobrepeso, 14 milhões de obesos e 4 milhões de obesos mórbidos.
A obesidade é classificada por alguns critérios que normalmente envolvem a
medida do Índice de Massa Corporal (IMC), o IMC é calculado dividindo-se o peso
(em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado (SPRENGEL, 2015). Da
classificação do IMC, as informações de maior relevância para o assunto é que IMC
de 25 a 29,9 kg/m² é sobrepeso, já o IMC maior ou igual 30 kg/m² é obesidade
(ABESO, 2016).
Para que exista a indicação da cirurgia bariátrica, existem alguns critérios
importantes a serem seguidos: idade de 18 a 65 anos, IMC maior a 40 kg/m² ou 35
kg/m² associado a uma ou mais comorbidades graves, e documentação de que, no
período de dois anos, o paciente não conseguiu perder ou manter a perda de peso,
mesmo fazendo dietoterapia, psicoterapia, tratamento farmacológico e exercícios
físicos (CARTILHA ABESO). Trata-se de uma preocupação nacional, a SBCBM
complementa que tem havido um importante crescimento de cirurgias bariátricas no
Brasil, o colocando na posição de segundo país com maior número de cirurgias já
feitas.
Essas informações são importantíssimas e exigem uma atenção especial da
psicologia quanto à obesidade em si e também para a abordagem cirúrgica.
Principalmente por que a pessoa que se submete ao procedimento cirúrgico deseja
perder peso e manter essa perda de peso. A autora Sprengel (2015), ressalta que
poucos operados chegam ao IMC normal (entre 20 e 25) e que os fatores que irão
contribuir são o tempo e o grau de obesidade atingida e o seguimento das
orientações pós-operatórias para o sempre. É comum que exista a perda de 70% do
peso em excesso e mesmo assim a autora reforça sobre o reganho de peso que
existem fatores orgânicos, psicológicos e de estilo de vida envolvidos no retorno do
peso, dentre eles o “sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes,
alimentos hipercalóricos, como doces e fast-food, criar ou manter o hábito de
14

beliscar e não tratar a compulsão alimentar (quando existe)” (SPRENGEL, 2015,


p.99).
A obesidade é um problema crônico. Esta deve ser tratada com
responsabilidade e entendimento de que o paciente cirurgiado enfrentará desafios
no pós operatório e também na manutenção do peso.

2.2 Terapia Cognitiva-Comportamental

Segundo Beck (2013) a TCC foi desenvolvida por Aaron T. Beck para o
tratamento da depressão, ele desenvolveu uma terapia estruturada, de curta
duração, focada inicialmente no presente, voltada para a solução de problemas
atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais.
“O tratamento também está baseado em uma conceituação, ou
compreensão, de cada paciente (suas crenças específicas e padrões de
comportamento). O terapeuta procura produzir de várias formas uma
mudança cognitiva - modificação no pensamento e no sistema de crenças
do paciente - para produzir uma mudança emocional e comportamental
duradoura” (BECK, 2013, p. 22).

Para a TCC a percepção que uma pessoa tem dos eventos irá influenciar nas
suas emoções, nos seus comportamentos e na própria fisiologia (BECK, 2013). As
técnicas cognitiva-comportamentais estão a cada dia mostrando sua aplicabilidade e
eficácia junto à obesidade. O grande diferencial é que o paciente vai se tornando
mais capacitado a compreender os fenômenos que costumam antecipar o
comportamento compulsivo, justamente por se conhecer e aprender a responder aos
estímulos e aos PAs (BECK, 2009; BECK, 2013; WRIGHT, BASCO e THASE, 2008;
ABESO).
O terapeuta da TCC irá utilizar uma variedade de técnicas para mudar o
pensamento, humor e comportamento da pessoa com o intuito de alcançar os
objetivos traçados (BECK, 2013).

A TCC considera que fatores importantes do passado influenciam no presente


no formato de crenças. As crenças vem se formando desde o nascimento por fatores
ambientais, familiares, sociais e culturais (ANDRETTA; FERREIRA, 2106). As
crenças determinam as interpretações que a pessoa fará diante das experiências de
vida, ou seja, os pensamentos que ela terá e consequentemente seus
comportamentos (BECK, 2013). É como um ciclo onde um fator alimenta o outro:
15

pensamento, sentimento, comportamento e crença. A intervenção do psicólogo tem


por finalidade interferir nos estágios do ciclo, onde por exemplo: ao mudar a forma
de pensar sobre uma situação irá modificar o sentimento no momento e
consequentemente seu comportamento, com o tempo e baseado na repetição ou
impacto emocional causado, irá modificar seu conjunto de crenças (BECK, 2013).

A noção de imagem corporal de um indivíduo é construída desde suas


primeiras relações, na infância. Essa referência vai se mantendo ou
modificando cotidianamente através de experiências na vida, podendo gerar
crenças distorcidas e comportamentos disfuncionais, fenômeno que ocorre
em indivíduos com algum TA (transtorno alimentar) (ANDRETTA e
FERREIRA, 2016, p. 81 apud SILVA et al., 2010).

O sistema de crenças determinará os pensamentos e comportamentos


disfuncionais relacionados ao peso, valor pessoal e alimentação, também a comum
associação de magreza estar ligada ao sucesso e felicidade (ANDRETTA e
FERREIRA, 2016).
Andretta e Ferreira (2016), complementam falando sobre as crenças
distorcidas, que não condizem com a realidade sobre si mesmo, são responsáveis
pela manutenção da doença (obesidade ou outro transtorno alimentar) pois
determina uma ideia de imagem corporal também distorcida, pode estar associada a
uma crença central de desvalia e crença intermediária que “se eu for magra, então
tenho valor”. Vale ressaltar que a cirurgia por si só não irá modificar o conjunto de
crenças de uma pessoa e que as crenças necessitam ser validadas, e isso
contribuirá no reganho de peso. As crenças centrais são capazes de permanecer ao
longo do tempo (KUYKEN; PADESKY; DUDLEY, 2010).
O terapeuta da TCC tem o diferencial de além de compreender o
funcionamento de formação de crenças, também possui técnicas que o auxiliam no
processo de modificação delas.
16

3 OBJETIVO

Elaborar um modelo de proposta de intervenção de modificação de crenças


associadas à obesidade em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.

3.1 Objetivos Específicos

● Identificar ferramentas de intervenção para modificação de crenças em


pacientes pós cirurgia bariátrica.
● Fornecer ao paciente estratégias de prevenção da recaída.
17

4 METODOLOGIA

Utilizou-se o método da revisão bibliográfica. Como estratégia de busca foi


utilizado o portal da BVS (BIREME) onde foram encontrados artigos nas base de
dados MEDLINE e IBECS, também foi utilizada a base de dados SciELO e literatura
de referência sobre o assunto através de livros especializados da área.

Foram utilizados os descritores (DeCS) “terapia cognitiva”, “cirurgia bariátrica”


e “operatório”. Foi utilizado o formulário básico de pesquisa com o termo AND para
relacionar as palavras.

Os critérios de inclusão dos artigos foram: (a) que abordassem o tema


proposto; (b) estar publicado nos idiomas português e / ou inglês; (c) estar disponível
na íntegra na base de dados na modalidade de artigo científico. Foram excluídos os
artigos que: (a) não fossem relacionados ao tema proposto; (b) que não tivessem
disponíveis na íntegra; (c) ou que fossem repetidos através de outras bases de
dados.
18

5 RESULTADOS

Inicialmente foram encontrados 8 artigos. De acordo com os critérios de


exclusão e dos artigos em duplicidade, restou 1 artigo, demonstrado na tabela 1:

Tabela 1. Distribuição das bases de dados e artigos selecionados.

Base de dados Total artigos Total artigos Autor


encontrados selecionados

MEDLINE 7 1 Conceição, Eva M. et


al, 2016.

IBECS 1 0

O artigo selecionado, segundo os critérios de inclusão deste estudo, teve seu


resultado apresentado e analisado a seguir.
Conceição et al (2016) trazem a proposta de intervenção para pacientes em
pós operatório de cirurgia bariátrica, onde utilizaram recursos de internet para apoiar
e monitorar pacientes à longo prazo. Tendo por objetivo desenvolver e testar o
programa APOLO-Bari por um ano. APOLO-Bari é um sistema criado por causa dos
problemas de reganho de peso pós cirurgia bariátrica. O programa oferece: manual
de autoajuda psicoeducacional baseado na terapia cognitivo-comportamental;
sistema de mensagens de feedback semanal que informa a situação relatada pelo
participante; e sessões de bate-papo interativas agendadas com um psicólogo
treinado.

5.1 Proposta de intervenção

A autora Jessica Hernandes, ao realizar um trabalho onde estudou compulsão


alimentar no pós operatório de cirurgia bariátrica, elaborou uma proposta de
intervenção de 10 sessões com técnicas e ferramentas da terapia cognitivo
comportamental (HERNANDES, 2017). Segue modelo de protocolo em anexo
(anexo A).
19

5.1.1 Plano de prevenção de recaída

Dando sequência à proposta de 10 sessões de Hernandes (2017), optou-se


por elaborar um plano sequencial que ofereça assistência psicológica a longo prazo,
uma vez que o paciente irá passar por processo físico-emocional-cultural distintos
nos primeiros meses e anos. O período que existe maior perda de peso é no
primeiro ano, no segundo ano mantém-se perdendo peso. Estima-se que os dois
primeiros anos o cirurgiado irá perder grande quantidade de peso, depois vem o
período de manutenção e que após 3 - 5 anos inicie o reganho de peso
(SPRENGEL, 2015).
A proposta a seguir tem por finalidade intervir após 2 anos de cirurgia e não
se trata de um segmento rígido, pois o terapeuta poderá realizar adaptações
conforme o progresso do paciente. Pelos motivos já citados neste trabalho, é
importante que se mantenha o foco das intervenções na reestruturação de crenças.
Beck (2013) fala que pacientes com crenças disfuncionais muito rígidas e padrões
de sofrimento crônico, podem necessitar de um ou dois anos de terapia (ou
possivelmente mais).
Oliveira, Boff e Zancan (2016, p. 177) entendem que: “Ter lapsos ou recaídas
faz parte de todo processo de mudança de comportamento, sendo que a
manutenção da mudança depende de estratégias criadas pelo paciente que podem
transpor esses obstáculos”. Fornecer ao paciente ferramentas para a prevenção da
recaída ou até mesmo que o ajudem a se restabelecer em casos de recaída, é uma
estratégia necessária.
As sessões terão início dois anos após a realização da cirurgia e se darão por
seis meses, deverão acontecer semanalmente e com duração de 50 minutos cada
sessão. Abaixo segue modelo de plano para 24 sessões, podendo ser alterada se
necessário.

Primeira Sessão
● Verificação do estado geral atual
● Aplicação escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Aplicação do Questionário sobre a Imagem Corporal - BSQ-34 (CORDÁS e
CASTILHO, 1994) (anexo B).
● Aplicação das escalas: ECAP, Assist e Audit (anexos C, D e E)
20

Segunda Sessão
● Identificação de pensamentos automáticos (PA)
● Avaliação e questionamento de PA
● Formulação de caso (ANDRETTA e FERREIRA, 2016)
● Desenvolvimento do plano de tratamento (ANDRETTA e FERREIRA, 2016)

Terceira Sessão
● Aplicação escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Intervenção e controle de ansiedade com hipnoterapia cognitiva
(SILBERFARB, 2011)
● Relaxamento com Respiração diafragmática (BECK, 2013)

Quarta Sessão
● Técnica: Pedido de coisas importantes para você (LEAHY, 2006) (anexo G)
● Técnica: Exame das oportunidades e novos significados (LEAHY, 2006)
(anexo H)
● Exercício de relaxamento e visualização com técnicas de hipnoterapia
cognitiva (SILBERFARB, 2011)

Quinta Sessão
● Psicoeducação sobre adesão ao acompanhamento multidisciplinar
(ANDRETTA e FERREIRA, 2016)
● Registro diário de pensamentos automáticos disfuncionais (RPD) (anexo I)
● Aplicação escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Exercício de relaxamento e reforçamento dos pensamentos funcionais
(BECK, 2013)

Sexta Sessão
● Identificando distorções cognitivas
● Tabela de distorções cognitivas (anexo J)
● Distorções cognitivas (LEAHY, 2006) (anexo K)
21

Sétima Sessão
● Ensaio comportamental (OTERO, 2004)
● Técnica da cadeira vazia (ABREU e GUILHARDI, 2004)
● Técnica de relaxamento e hipnoterapia cognitiva (SILBERFARB, 2011)

Oitava Sessão
● Identificando, avaliando e modificando crenças
● Aplicação escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Seta descendente (LEAHY, 2006) (anexo L)
● Visualização de novos padrões e crenças com hipnose (SILBERFARB, 2011)

Nona Sessão
● Registro do grau de crença no pensamento (LEAHY, 2006) (anexo M)
● Debate socrático (MIYAZAKI, 2004)

Décima Sessão
● Exercício do gráfico em forma de torta (BECK, 2013; LEAHY, 2006) (anexo N)
● Debate socrático (MIYAZAKI, 2004)
● Relaxamento e hipnose reforçando o exercício aplicado (SILBERFARB, 2011)

Décima Primeira Sessão


● Aprendizado a partir dos lapsos (LEAHY, 2006) (anexo O)
● Desenvolvimento de novas maneiras de avaliar uma qualidade (LEAHY,
2006) (anexo P)
● Exercício de relaxamento (BECK, 2013)

Décima Segunda Sessão


● Aplicação escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Imagem corporal (COOPER, FAIRBURN e HAWKER, 2009)
● Lista de imagem corporal (COOPER, FAIRBURN e HAWKER, 2009) (anexo
Q)
● Minuta do plano de manutenção (COOPER, FAIRBURN e HAWKER, 2009)
(anexo R)
22

● Potencializar a nova imagem corporal através de visualização com


relaxamento (SILBERFARB, 2011)

Décima Terceira Sessão


● Solução de problemas
● Fazer progressos em vez de tentar a perfeição (LEAHY, 2006) (anexo S)
● Debate socrático ou elaborar um plano de ação usando as respostas dos
problemas
● Trabalhar aceitação e amor próprio através do mindfulness (BECK, 2013)

Décima Quarta Sessão


● Exercício do duplo-padrão (LEAHY, 2006) (anexo T)
● Consideração das alternativas (LEAHY, 2006) (anexo U)
● Debate socrático (MIYAZAKI, 2004)

Décima Quinta Sessão


● Técnica do espelho (FRAIMAN, 2004)
● Exercício relaxamento com respiração diafragmática (BECK, 2013)

Décima Sexta Sessão


● Técnica da cadeira vazia (ABREU e GUILHARDI, 2004)
● Trabalhar conteúdos familiares e\ou sociais e identificar possíveis pessoas
que possam prejudicar os resultados
● Exercício de relaxamento (BECK, 2013)

Décima Sétima Sessão


● Identificar perdas e ganhos até aqui
● Elaborar lista de perdas e ganhos
● Exercício de relaxamento (BECK, 2013)

Décima Oitava Sessão


● Ensaio comportamental (OTERO, 2004)
● Listar vantagens e desvantagens de manter-se magro
23

● Trabalhar as vantagens com exercício de relaxamento e visualização (BECK,


2013).

Décima Nona Sessão


● Iniciar treinamento de exposição
● Identificar os gatilhos que disparam os comportamentos disfuncionais
(OLIVIERA, BOFF e ZANCAN, 2016)
● Exercício de hipnose trabalhando a repetição até perder o sentido
(SILBERFARB, 2011)

Vigésima Sessão
● Lista de Prós e os Contras (OLIVIERA, BOFF e ZANCAN, 2016)
● Identificar os novos comportamentos que podem ser incentivados
● Aplicação de controle aversivo com hipnoterapia cognitiva (SILBERFARB,
2011)

Vigésima Primeira Sessão


● Dessensibilização sistemática (ZAMIGNANI, 2004)
● Técnicas de relaxamento (BECK, 2013)

Vigésima Segunda Sessão


● Iniciar a programação para o futuro pós terapia
● Trabalhar comportamentos compulsivos e gatilhos que impedem a
manutenção do emagrecimento (OLIVIERA, BOFF e ZANCAN, 2016)
● Debate socrático (MIYAZAKI, 2004)
● Técnicas de distração (ANGELOTTI, 2004)

Vigésima Terceira Sessão


● Escalas de Beck (BDI, BAI e BHS) (CUNHA, 2011)
● Avaliação do processo terapêutico, identificar pontos de melhoria e direcionar
novas intervenções.
● Entrevista motivacional (LUDWING et al, 2016)

Vigésima Quarta Sessão


24

● Encerramento ou estabelecimento de novas metas


● Exercício de relaxamento e visualização potencializando os ganhos e
reforçando a nova imagem corporal (BECK, 2013)

5.1.2 Definição dos Inventários e Técnicas

Escalas de Beck
Cunha (2011), as escalas de Beck são: BDI - Inventário de Depressão, para
medida de depressão; BAI - Inventário de Ansiedade, para medir aspectos da
ansiedade; BSH - Escala de desesperança, mede a dimensão do pessimismo; BSI -
Escala de Ideação Suicida, para investigar ideação suicida em pacientes
psiquiátricos. As escalas podem ser aplicadas em sujeitos entre 17 e 80 anos de
idade.

Formulação de caso
As autoras Andretta e Ferreira (2016, p. 80) esclarecem sobre a formulação
de caso (anexo F):
“Para pensarmos na escolha de técnicas efetivas, assim como protocolos de
atendimento, precisamos ter claro o modelo de entendimento cognitivo -
que é realizado juntamente com a formulação de caso. Estes darão a
sustentação para o desenvolvimento do plano de tratamento e a linha de
condução para os atendimentos. Sem compreender como se dá o
processamento cognitivo e as alterações comportamentais, o tratamento
torna-se inefetivo”.

Hipnoterapia cognitiva
Através de técnicas da hipnoterapia é possível alcançar mudanças na
percepção e memória, é um auxílio na psicoterapia utilizando profundo relaxamento,
permite às pessoas explorarem pensamentos negativos dolorosos, sentimentos e
memórias que poderiam não estar acessíveis (SILBERFARB, 2011).
“Essa é uma intervenção estruturada e terapeuticamente planejada,
utilizando-se principalmente do relaxamento, sugestão, manejo de imagens
mentais, repetição de estímulos, intensa ativação emocional, interatividade
verbal entre terapeuta e paciente, e ressignificação de memórias”
(SILBERFARB, 2011, p. 30).

A hipnoterapia tem por maior foco são as emoções e manejo de imagens,


intervindo nestes o paciente poderá lidar melhor com as questões emocionais do
problema (SILBERFARB, 2015).
25

Psicoeducação
“Intervenções psicoeducativas têm sido eficazes no tratamento de doenças
crônicas, uma vez que auxilia os pacientes na identificação da sintomatologia, no
aumento da compreensão e da adesão aos tratamentos” (OLIVEIRA, BOFF e
ZANCAN, 2016, p.169).

Técnica da torta
O paciente poderá organizar suas ideias em um gráfico redondo e quantificar
a importância aos itens relacionados, poderá auxiliar a definir objetivos ou
determinar responsabilidades a determinado item (BECK, 2013) (anexo N).

Técnica da cadeira vazia


Abreu e Guilhardi (2004) descrevem a técnica que tem origem na Gestalt
Terapia, é um recurso de dramatização, pode ser utilizada para desenvolvimento de
habilidades e superação de inibições emocionais. Trabalha empatia através da troca
de papéis. Na execução é possível treinar, habilitar ou ensinar formas de se
expressar mais assertivamente seus pensamentos e sentimentos. O paciente
expressa suas emoções para uma pessoa fictícia sentada na cadeira.

Debate socrático
Para Miyazaki (2004) o debate socrático é um dos principais recursos da
TCC. Uma série de questões elaboradas para direcionar a conclusões lógicas em
relação a um problema. Através de um questionamento intenso, tem por objetivo
fazer o paciente perceber falhas em seu raciocínio. (Anexo V).

Imagem corporal
Imagem corporal é a percepção de cada indivíduo com relação ao próprio
corpo e também a atitude frente a aparência. Lista de imagem corporal (anexo Q)
ajudará a compreender melhor as distorções cognitivas do paciente relacionada à
própria imagem corporal (COOPER, FAIRBURN e HAWKER, 2009).

Relaxamento
Beck (2013) aponta que existem vários tipos de exercícios de relaxamento,
sendo que podem incluir o relaxamento muscular progressivo, imaginação livre ou
26

guiada e o próprio controle da respiração. Durante os exercícios poderá abordar


temas relevantes e trabalhar conteúdos pertinentes. (Anexo X).

Mindfulness
É um estado de relaxamento, mas “As técnicas de mindfulness ajudam o
paciente a observar e aceitar sem julgamentos suas experiências internas, sem
avaliar ou tentar mudá-las” Beck (2013).

Técnica do espelho
Pensando que o corpo registra todas as experiências que é exposto ao longo
da vida. A técnica é utilizada em conjunto com a respiração diafragmática, pode ser
utilizada em qualquer momento do processo terapêutico. Na técnica coloca-se um
espelho na frente do paciente (após a respiração diafragmática) e pergunta o que o
paciente vê, como ele se sente e outras perguntas conforme o diálogo (FRAIMAN,
2004).

Ensaio comportamental
É uma técnica inspirada no psicodrama, o paciente irá treinar diferentes
situações e assim aprender novos comportamentos. O terapeuta e o paciente irão,
de forma teatral, vivenciar no consultório situações reais que apresentam algum grau
de dificuldade (OTERO, 2004).

Lista de prós e contras


Pode ser solicitar ao paciente que faça uma lista de prós e contras
relacionados a um assunto específico. No caso da obesidade, peça ao paciente
fazer uma lista de prós e contras de manter seu comportamento alimentar atual
(OLIVIERA, BOFF e ZANCAN, 2016).

Lapsos ou recaídas
Oliveira, Boff e Zancan (2016, p. 177) afirmam que “ter lapsos ou recaídas faz
parte de todo processo de mudança de comportamento, sendo que a manutenção
da mudança depende de estratégias criadas pelo paciente que podem transpor
esses obstáculos”. O cliente e o terapeuta irão identificar os fatores que ocasionaram
ou que podem ocasionar a recaída e trabalhar os conteúdos em terapia.
27

Dessensibilização sistemática
A dessensibilização pode ocorrer ao vivo ou iniciar por imagens, o terapeuta
pode optar por iniciar a dessensibilização por imagens para preparar o paciente para
a exposição ao vivo. É uma das técnicas mais utilizadas para casos de ansiedade e
esquiva, sendo aplicada também para tratamentos diversos inclusive para
compulsão alimentar e situações sociais. A técnica consiste em inicialmente fornecer
informações importantes sobre o evento temido e aplicar treino de assertividade
sobre o evento temido, no caso de manter-se a indicação poderá iniciar a
dessensibilização. Será utilizado o relaxamento, a escala de ansiedade subjetiva e a
construção de uma hierarquia de eventos que eliciam respostas de ansiedade e\ou
esquiva (ZAMIGNANI, 2004).

Identificar os gatilhos
Existem gatilhos, ou seja, situações que acontecem que podem levar a ter
pensamentos disfuncionais e consequentemente comportamentos disfuncionais.
Assim, podem impedir a manutenção do emagrecimento.
“O terapeuta pode auxiliá-lo neste processo, ao identificar os gatilhos que
disparam os comportamentos disfuncionais e conversar sobre esses
gatilhos, que podem ser crenças, pensamentos automáticos,
comportamentos que estão relacionados a estados emocionais específicos”
(OLIVIERA, BOFF e ZANCAN, 2016, p. 174).

As autoras Oliveira, Boff e Zancan (2016) complementam que é necessário


que seja reforçadas as crenças de autoeficácia para alcançar o controle dos gatilhos.

Técnicas de distração
Esta técnica é direcionar o cliente a mudar o foco da atenção, desde que
sejam positivas e aplicáveis, como:
1. Prestar atenção em detalhes do ambiente;
2. Buscar encontrar um diálogo neutro;
3. Sair de um evento que proporciona algum incômodo;
4. Tentar encontrar, nas tarefas domésticas, algo como uma fonte de
Distração positiva (e que obtenha um aumento na auto-estima);
5. Ler em voz alta para o (a) parceiro (a) ou familiares aquilo que mais
gosta ou mesmo cantarolar alguma música;
6. Iniciar alguma atividade lúdica, como jogos, videogame, cartas, ou
seja, tudo que requeira alguma forma de atenção e que faça o paciente se
desviar do estímulo original Angelotti (ANGELOTTI, p. 393, 2004 apud
KNAPP e BALDISSEROTTO, 2001)
28

Angelotti (2004) descreve alguns tipos de modalidades de distração: imagens


agradáveis, imagens dramatizadas, imagens neutras, concentração ambiental e
atividade rítmica. A Distração é uma estratégia imediata para redução de sintomas.

Entrevista motivacional
Através de quatro princípios, o objetivo da entrevista motivacional é fortalecer
a importância da mudança, ou seja, é um estilo de aconselhamento para aumentar a
motivação intrínseca do paciente (LUDWING et al, 2016).
29

6 DISCUSSÃO

O presente estudo visou levantar a literatura sobre a intervenção da TCC em


pacientes de cirurgia bariátrica e elaborar um plano estratégico de prevenção de
recaída. Mesmo a pesquisadora trabalhando na área e conhecendo a escassez de
trabalhos científicos na área da TCC que abordem o tema, houve uma surpresa ao
identificar somente um trabalho que preenchesse os critérios de inclusão. O trabalho
encontrado preenche os critérios de inclusão, mesmo assim, não foi um trabalho
presencial e de intervenção e por isso se distancia da proposta de intervir nas
crenças. Pacientes obesos, que possuem uma boa indicação cirúrgica, são
pacientes crônicos e necessitam de um plano estratégico personalizado para
modificação de crenças. Finger e Oliveira (2016), de forma clara caracterizam a
obesidade como um transtorno alimentar e a necessidade de atenção aos
comportamentos compulsivos que envolvem a obesidade, vale ressaltar a
importância de mais estudos sobre o assunto.

O trabalho de Hernandes (2017) foi inspirador para a realização deste, a


pesquisadora identificou a necessidade de intervenção psicológica no pós operatório
e elaborou uma proposta de dez sessões. A intervenção em casos de obesidade já
necessita um plano mais extenso visando modificação de crenças. E outro fator de
grande relevância é que a demanda psicológica encontrada neste período, que é o
de maior eficácia da intervenção cirúrgica, poderá ser diferente (se comparado ao
final do segundo ano de pós operatório).

Inicialmente, pretendia-se elaborar um plano de prevenção de recaída que


tivesse seu início após dois anos da realização da cirurgia até o quinto ano, neste
caso seriam sessões mais espaçadas. Devido ao prolongamento da terapia, ao
comprometimento do vínculo terapêutico e adesão do paciente, mudou-se a
proposta para a que foi realizada.

Beck (2013) propõe seis meses terapia para modificação de crenças, o


mesmo também sugere que se pode estender o tempo de terapia para casos
difíceis. Identifica-se como limitante desta pesquisa que o terapeuta não irá obter o
feedback da intervenção realizada a longo prazo, ou seja, após os cinco anos de pós
cirúrgico não se tem a resposta do efeito realizado pela terapia.

Identifica-se a necessidade da realização de estudos que abordem o assunto


30

para o crescimento e desenvolvimento de estratégias de intervenção em pacientes


obesos e cirurgiados.
31

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Identificamos neste estudo que existe escassez de trabalhos científicos que


norteiam a intervenção do terapeuta da TCC em pacientes de cirurgia bariátrica. Foi
elaborado um plano de prevenção de recaída, para modificação de crenças, que se
iniciará após dois anos após a cirurgia. Distribuídos em 24 sessões que acontecerão
em período de seis meses, podendo sofrer alterações conforme decisão conjunta
entre terapeuta e paciente. As técnicas foram escolhidas com um propósito de
trabalhar crenças e preparar o paciente contra a recaída.
Para que a intervenção se tornasse aplicável e favorecesse a adesão, foram
realizadas algumas adaptações. Assim, comprometeu o feedback do terapeuta
quanto ao resultado a longo prazo. Para a validação do plano de prevenção de
recaída elaborada neste estudo, seriam necessárias novas estratégias para obter o
feedback de manutenção do peso após o tempo mínimo de cinco anos pós cirúrgico.
A complexidade da obesidade e os fatores que envolvem a cirurgia
necessitam de atenção dos profissionais da saúde. O psicólogo deve-se atentar aos
aspectos internos e externos que envolvem a pessoa cirurgiada.
32

REFERÊNCIAS
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Paulo: Roca, 2004.

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33

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comportamental nos transtornos alimentares e obesidade. Novo Hamburgo:
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preciso fazer acompanhamento psicológico após a cirurgia?
34

<https://www.sbcbm.org.br/psicologia/#1507056551423-0f1e8022-66b2> Acesso em:


20 fev. 2018.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Psicologia: Por


que preciso passar com um psicólogo antes da cirurgia de obesidade?
<https://www.sbcbm.org.br/psicologia/#1507055885451-6ce15684-8580> Acesso
em: 20 fev. 2018.

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Especialistas da


SBCBM lançam consenso clínico inédito na área de Psicologia
<https://www.sbcbm.org.br/especialistas-da-sbcbm-lancam-consenso-clinico-inedito-
na-area-de-psicologia/> Acesso em: 21 fev. 2018.

SPRENGEL, Andrea L. Cirurgia bariátrica: manual de instruções para pacientes


e familiares. São Paulo: M. Books, 2015.

WRIGHT, Jesse H. BASCO, Monica R. THASE, Michael E. Aprendendo a terapia


cognitivo-comportamental: um guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2008.

WRIGHT, Jesse H. Et al. Terapia cognitivo-comportamental de alto rendimento


para sessões breves: guia ilustrado. Porto Alegre: Artmed, 2012.

YOUNG, Jeffrey E. KLOSKO, Janet S. WEISHAAR, Marjorie E. Terapia do


esquema: guia de técnicas cognitivo-comportamentais inovadoras. Porto
Alegre: Artmed, 2008.

ZAMIGNANI, Denis R. Dessensibilização sistemática ao vivo. In: ABREU,


Cristiano N.; GUILHARDI, Hélio J. Terapia comportamental e cognitivo-
comportamental: práticas clínicas. São Paulo: Roca, 2004.
35

ANEXOS
36

Anexo A - Proposta de Dez Sessões de Hernandes (2017)

PRIMEIRA SESSÃO

• Realizar a Psicoeducação sobre o modelo cognitivo e o Transtorno de Compulsão


Alimentar (FINGER e OLIVEIRA, 2016);

• Aplicar na sessão ou como tarefa de casa os seguintes inventários autoaplicáveis:


BFP E ECAP (NUNES ET. AL. 2013 e FREITAS ET. AL, 2001).

SEGUNDA SESSÃO

• Entrevista Clínica Semi Estruturada; (GREENBERGER, D. & PADESKY, 1999)

• Como tarefa de casa aplicação do Diário Alimentar.

TERCEIRA SESSÃO

• Aplicação das Escalas Beck (BAI, BDI, BSH) (BECK, 2001);

• Aplicação do Questionário sobre a Imagem Corporal (BSQ-34, COOPER, ET


AL.,1987).

• Técnicas de redução de ansiedade (respiração diafragmática) (NETO, 2011).

QUARTA-SESSÃO

• RPD, observar as crenças do paciente junto com o paciente, a partir dos


Pensamentos Disfuncionais (BECK. J. 2016)

• Debate Socrático. (CORDIOLI, 2008)

QUINTA SESSÃO

• Estabelecimento de plano de mudança (comportamento e alimentação). (FINGER.


I e OLIVEIRA. M., 2016).

SEXTA SESSÃO

• Controle de Estímulos (FINGER. I e OLIVEIRA. M., 2016).

SÉTIMA SESSÃO

• Comunicação assertiva (GRILO, 2010).

• Role-Play (FINGER. I e OLIVEIRA. M., 2016).

OITAVA SESSÃO

• Balança Decisória (mudança de comportamento, inserção da atividade física e


37

alimentação balanceada) (FINGER. I e OLIVEIRA. M., 2016).

NOVA SESSÃO

• Lista de mérito (BECK. J. 2014).

• Determinando a Responsabilidade (BECK. J. 2014).

DÉCIMA SESSÃO

• Prevenção de recaída; (FINGER. I e OLIVEIRA. M., 2016).

• Atribuir o progresso ao paciente. (BECK. J. 2014).


38

Anexo B - Questionário Sobre a Imagem Corporal (BSQ-34)

Gostaríamos de saber como você se tem sentido em relação à sua aparência. Por
favor, leia cada questão e faça um círculo na resposta que mais se adequar,
utilizando a legenda abaixo:

1. Nunca 4. Frequentemente
2. Raramente 5. Muito frequentemente
3. Às vezes 6. Sempre

Por favor, responda a todas as questões.

Nas últimas quatro semanas:

1. Sentir-se entediada faz você se preocupar com sua forma física? 123456
2. Você tem estado tão preocupada com a sua forma física a ponto 123456
de sentir que deveria fazer dieta?
3. Você acha que as suas coxas, quadril ou nádegas são grandes 123456
demais em relação ao seu corpo?
4. Você tem sentido medo de ficar gorda? 123456
5. Você preocupa-se com o facto de o seu corpo não ser 123456
suficientemente firme?
6.Sentir-se satisfeita (por exemplo, após ingerir uma grande refeição) 123456
faz você se sentir gorda?
7. Você já se sentiu tão mal a respeito do seu corpo que chegou a 123456
chorar?
8. Você já evitou correr pelo facto de que seu corpo balançar? 123456
9. Estar com mulheres magras faz você se sentir preocupada em 123456
relação ao seu físico?
10. Você já se preocupou como facto de suas coxas poderem 123456
espalhar-se quando se senta?
11. Você já se sentiu gorda, mesmo comendo uma quantidade 123456
menor de comida?
12. Você tem reparado no físico de outras mulheres e, ao se 123456
comprar, sente-se em desvantagem?
13. Pensar no seu físico interfere com a sua capacidade em se 123456
concentrar (como por exemplo, enquanto assiste televisão, lê, ou
participa numa conversa)?
14. Estar nua, por exemplo durante o banho, faz você se sentir 123456
gorda?
15. Você tem evitado usar roupas que fazem notar as formas do seu 123456
corpo?
16. Você imagina-se a cortar partes do seu corpo? 123456
39

17. Comer doces, bolos ou outros alimentos ricos em calorias fá-la 123456
sentir gorda?
18. Você deixou de participar em eventos sociais (como, por 123456
exemplo, festas) por sentir-se mal em relação ao seu físico?
19. Você sente-se excessivamente grande e arredondada? 123456
20. Você já teve vergonha do seu corpo? 123456
21. A preocupação pelo seu físico leva-a a fazer dieta? 123456
22. Você sente-se mais contente em relação ao seu físico quando 123456
está de estômago vazio (por exemplo, pela manha)?
23. Você acha que o seu físico actual decorre de uma falta de auto- 123456
controle?
24. Você preocupa-se que outras pessoas possam estar a ver 123456
dobras na sua cintura ou estômago?
25. Você acha injusto que outras mulheres sejam mais magras que 123456
você?
26. Você já vomitou para se sentir mais magra? 123456
27. Quando acompanhada, você fica preocupada em estar a ocupar 123456
muito espaço (por exemplo sentada num sofá ou num banco de auto
carro)?
28. Você preocupa-se com o facto de estarem a surgir dobras no seu 123456
corpo?
29. Ver o seu reflexo (por exemplo num espelho ou vitrina de uma 123456
loja) faz você sentir-se mal em relação ao seu físico?
30. Você belisca áreas do seu corpo para ver se existe gordura? 123456
31. Você evita situações nas quais as pessoas possam ver o seu 123456
corpo (por exemplo, vestiários ou banhos de piscina)?
32. Você toma laxantes para se sentir magra? 123456
33. Você fica particularmente consciente do seu físico quando em 123456
companhia de outras pessoas?
34. A preocupação com o seu físico faz-lhe sentir que deveria fazer 123456
exercício?
40

Anexo C - Escala de Compulsão Alimentar Periódica

Escala de Compulsão Alimentar Periódica


Você encontrará abaixo grupos de afirmações numeradas. Leia todas as afirmações
em cada grupo e marque, nesta folha, aquela que melhor descreve o modo como
você se sente em relação aos problemas que tem para controlar seu
comportamento alimentar.

#1
( ) 1. Eu não me sinto constrangido(a) com o meu peso ou o tamanho do meu corpo
quando estou com outras pessoas.
( ) 2. Eu me sinto preocupado(a) em como pareço para os outros, mas isto,
normalmente, não me faz sentir desapontado(a) comigo mesmo(a).
( ) 3. Eu fico mesmo constrangido(a) com a minha aparência e o meu peso, o que
me faz sentir desapontado(a) comigo mesmo(a).
( ) 4. Eu me sinto muito constrangido(a) com o meu peso e, freqüentemente, sinto
muita vergonha e desprezo por mim mesmo(a). Tento evitar contatos sociais por
causa desse constrangimento.

#2
( ) 1. Eu não tenho nenhuma dificuldade para comer devagar, de maneira
apropriada.
( ) 2. Embora pareça que eu devore os alimentos, não acabo me sentindo
empanturrado(a) por comer demais.
( ) 3. Às vezes tendo a comer rapidamente, sentindo-me então desconfortavelmente
cheio(a) depois.
( ) 4. Eu tenho o hábito de engolir minha comida sem realmente mastigála. Quando
isto acontece, em geral me sinto desconfortavelmente empanturrado(a) por ter
comido demais.

#3
( ) 1. Eu me sinto capaz de controlar meus impulsos para comer, quando eu quero.
41

( ) 2. Eu sinto que tenho falhado em controlar meu comportamento alimentar mais


do que a média das pessoas.
( ) 3. Eu me sinto totalmente incapaz de controlar meus impulsos para comer.
( ) 4. Por me sentir tão incapaz de controlar meu comportamento alimentar, entro em
desespero tentando manter o controle.

#4
( ) 1. Eu não tenho o hábito de comer quando estou chateado(a).
( ) 2. Às vezes eu como quando estou chateado(a) mas, freqüentemente, sou capaz
de me ocupar e afastar minha mente da comida.
( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer quando estou chateado(a) mas, de vez em
quando, posso usar alguma outra atividade para afastar minha mente da comida.
( ) 4. Eu tenho o forte hábito de comer quando estou chateado(a). Nada parece me
ajudar a parar com esse hábito.

#5
( ) 1. Normalmente quando como alguma coisa é porque estou fisicamente com
fome.
( ) 2. De vez em quando como alguma coisa por impulso, mesmo quando não estou
realmente com fome.
( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer alimentos que realmente não aprecio para
satisfazer uma sensação de fome, mesmo que fisicamente eu não necessite de
comida.
( ) 4. Mesmo que não esteja fisicamente com fome, tenho uma sensação de fome
em minha boca que somente parece ser satisfeita quando eu como um alimento,
tipo um sanduíche, que enche a minha boca. Às vezes, quando eu como o alimento
para satisfazer minha “fome na boca”, em seguida eu o cuspo, assim não ganharei
peso.

#6
( ) 1. Eu não sinto qualquer culpa ou ódio de mim mesmo(a) depois de comer
demais.
42

( ) 2. De vez em quando sinto culpa ou ódio de mim mesmo(a) depois de comer


demais.
( ) 3. Quase o tempo todo sinto muita culpa ou ódio de mim mesmo(a) depois de
comer demais.
#7
( ) 1. Eu não perco o controle total da minha alimentação quando estou em dieta,
mesmo após períodos em que como demais.
( ) 2. Às vezes, quando estou em dieta e como um alimento proibido, sinto como se
tivesse estragado tudo e como ainda mais.
( ) 3. Freqüentemente, quando como demais durante uma dieta, tenho o hábito de
dizer para mim mesmo(a): “agora que estraguei tudo, porque não irei até o fim”.
Quando isto acontece, eu como ainda mais.
( ) 4. Eu tenho o hábito regular de começar dietas rigorosas por mim mesmo(a), mas
quebro as dietas entrando numa compulsão alimentar. Minha vida parece ser “uma
festa” ou “um morrer de fome”.

#8
( ) 1. Eu raramente como tanta comida a ponto de me sentir desconfortavelmente
empanturrado(a) depois.
( ) 2. Normalmente, cerca de uma vez por mês, como uma tal quantidade de comida
que acabo me sentindo muito empanturrado(a).
( ) 3. Eu tenho períodos regulares durante o mês, quando como grandes
quantidades de comida, seja na hora das refeições, seja nos lanches.
( ) 4. Eu como tanta comida que, regularmente, me sinto bastante desconfortável
depois de comer e, algumas vezes, um pouco enjoado(a).

#9
( ) 1. Em geral, minha ingesta calórica não sobe a níveis muito altos, nem desce a
níveis muito baixos.
( ) 2. Às vezes, depois de comer demais, tento reduzir minha ingesta calórica para
quase nada, para compensar o excesso de calorias que ingeri.
( ) 3. Eu tenho o hábito regular de comer demais durante a noite. Parece que a
minha rotina não é estar com fome de manhã, mas comer demais à noite.
43

( ) 4. Na minha vida adulta tenho tido períodos, que duram semanas, nos quais
praticamente me mato de fome. Isto se segue a períodos em que como demais.
Parece que vivo uma vida de “festa” ou de “morrer de fome”.

#10
( ) 1. Normalmente eu sou capaz de parar de comer quando quero. Eu sei quando
“já chega”.
( ) 2. De vez em quando, eu tenho uma compulsão para comer que parece que não
posso controlar.
( ) 3. Freqüentemente tenho fortes impulsos para comer que parece que não sou
capaz de controlar, mas, em outras ocasiões, posso controlar meus impulsos para
comer.
( ) 4. Eu me sinto incapaz de controlar impulsos para comer. Eu tenho medo de não
ser capaz de parar de comer por vontade própria.

#11
( ) 1. Eu não tenho problema algum para parar de comer quando me sinto cheio(a).
( ) 2. Eu, normalmente, posso parar de comer quando me sinto cheio(a) mas, de vez
em quando, comer demais me deixa desconfortavelmente empanturrado(a).
( ) 3. Eu tenho um problema para parar de comer uma vez que eu tenha começado
e, normalmente, sinto-me desconfortavelmente empanturrado(a) depois que faço
uma refeição.
( ) 4. Por eu ter o problema de não ser capaz de parar de comer quando quero, às
vezes tenho que provocar o vômito, usar laxativos e/ou diuréticos para aliviar minha
sensação de empanturramento.

#12
( ) 1. Parece que eu como tanto quando estou com os outros (reuniões familiares,
sociais), como quando estou sozinho(a).
( ) 2. Às vezes, quando eu estou com outras pessoas, não como tanto quanto eu
quero comer porque me sinto constrangido(a) com o meu comportamento alimentar.
44

( ) 3. Freqüentemente eu como só uma pequena quantidade de comida quando


outros estão presentes, pois me sinto muito embaraçado(a) com o meu
comportamento alimentar.
( ) 4. Eu me sinto tão envergonhado(a) por comer demais que escolho horas para
comer demais quando sei que ninguém me verá. Eu me sinto como uma pessoa
que se esconde para comer.

#13
( ) 1 Eu faço três refeições ao dia com apenas um lanche ocasional entre as
refeições.
( ) 2. Eu faço três refeições ao dia mas, normalmente, também lancho entre as
refeições.
( ) 3. Quando eu faço lanches pesados, tenho o hábito de pular as refeições
regulares.
( ) 4. Há períodos regulares em que parece que eu estou continuamente comendo,
sem refeições planejadas.

#14
( ) 1. Eu não penso muito em tentar controlar impulsos indesejáveis para comer.
( ) 2. Pelo menos, em algum momento, sinto que meus pensamentos estão “pré-
ocupados” com tentar controlar meus impulsos para comer.
( ) 3. Freqüentemente, sinto que gasto muito tempo pensando no quanto comi ou
tentando não comer mais.
45

Anexo D – ASSIST - OMS

Questionário para triagem do uso de álcool, tabaco e outras substâncias


Nome ______________________________________________________________
Sexo ( ) F ( ) M Idade___________ Registro ____________
Entrevistador__________________________________________ Data__________

1. Na sua vida qual(is) desta(s) substância(s) você já usou? (somente Não Sim
uso não prescrito pelo médico)
a. derivados do tabaco Não Sim
b. bebidas alcoólicas Não Sim
c. maconha Não Sim
d. cocaína, crack Não Sim
e. anfetaminas ou êxtase Não Sim
f. inalantes Não Sim
g. hipnóticos/sedativos Não Sim
h. alucinógenos Não Sim
i. opioides/opiáceos Não Sim
j. outras; especificar Não Sim

2. Durante os três últimos meses, com que

DIARIAMENTE OU
QUASE TODOS OS
SEMANALMENTE
frequência você utilizou essa(s) substância(s) que
MENSALMENTE
mencionou? (primeira droga, depois a segunda droga
1 OU 2 VEZES

etc.)
NUNCA

a. derivados do tabaco 0 2 3 4 DIAS 6


b. bebidas alcoólicas 0 2 3 4 6
c. maconha 0 2 3 4 6
d. cocaína, crack 0 2 3 4 6
e. anfetaminas ou êxtase 0 2 3 4 6
f. inalantes 0 2 3 4 6
g. hipnóticos/sedativos 0 2 3 4 6
h. alucinógenos 0 2 3 4 6
i. opioides/opiáceos 0 2 3 4 6
j. outras; especificar 0 2 3 4 6

• SE "NÃO" em todos os itens, investigue: “Nem mesmo quando estava na escola?”


• Se "NÃO" em todos os itens, pare a entrevista;
• Se "SIM" para alguma droga, continue com as demais questões;
46

• Se "NUNCA" em todos os itens da questão 2, pule para a questão 6; com outras


respostas continue com as demais questões;

3. Durante os três últimos meses, com que

DIARIAMENTE OU
QUASE TODOS OS
SEMANALMENTE
frequência você teve um forte desejo ou urgência

MENSALMENTE
em consumir? (primeira droga, depois a segunda

1 OU 2 VEZES
droga etc.)

NUNCA

DIAS
a. derivados do tabaco 0 3 4 5 6
b. bebidas alcoólicas 0 3 4 5 6
c. maconha 0 3 4 5 6
d. cocaína, crack 0 3 4 5 6
e. anfetaminas ou êxtase 0 3 4 5 6
f. inalantes 0 3 4 5 6
g. hipnóticos/sedativos 0 3 4 5 6
h. alucinógenos 0 3 4 5 6
i. opioides/opiáceos 0 3 4 5 6
j. outras; especificar 0 3 4 5 6

4. Durante os três últimos meses, com que

QUASE TODOS OS
DIARIAMENTE OU
SEMANALMENTE
frequência o seu consumo de (primeira droga, MENSALMENTE
depois a segunda droga etc.) resultou em problemas
1 OU 2 VEZES

de saúde, sociais, legais ou financeiros?


NUNCA

DIAS
a. derivados do tabaco 0 4 5 6 7
b. bebidas alcoólicas 0 4 5 6 7
c. maconha 0 4 5 6 7
d. cocaína, crack 0 4 5 6 7
e. anfetaminas ou êxtase 0 4 5 6 7
f. inalantes 0 4 5 6 7
g. hipnóticos/sedativos 0 4 5 6 7
h. alucinógenos 0 4 5 6 7
i. opioides/opiáceos 0 4 5 6 7
j. outras; especificar 0 4 5 6 7

NOMES POPULARES OU COMERCIAIS DAS DROGAS


a. derivados do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo, fumo de corda)
b. bebidas alcoólicas (cerveja, vinho, champanhe, licor, pinga, uísque, vodca, vermutes, caninha,
rum, tequila, gim)
c. maconha (baseado, erva, liamba, diamba, birra, fuminho, fumo, mato, bagulho, pango, manga-
rosa, massa, haxixe, skank etc.)
d. cocaína, crack (coca, pó, branquinha, nuvem, farinha, neve, pedra, cachimbo, brilho)
47

e. estimulantes, como anfetaminas (bolinhas, rebites, bifetamina, moderine, MDMA)


f. inalantes (solventes, cola de sapateiro, tinta, esmalte, corretivo, verniz, tíner, clorofórmio, tolueno,
gasolina, éter, lança-perfume, cheirinho da loló)
g. hipnóticos/sedativos (ansiolíticos, tranquilizantes, barbitúricos, fenobarbital, pentobarbital,
benzodiazepínicos, diazepam)
h. alucinógenos (LSD, chá de lírio, ácido, passaporte, mescalina, peiote, cacto)
i. opioides/opiáceos (morfina, codeína, ópio, heroína, elixir, metadona, meperidina, propoxifeno)
j. outras – especificar:

5. Durante os três últimos meses, com que

DIARIAMENTE OU
QUASE TODOS OS
SEMANALMENTE
frequência, por causa do seu uso de (primeira

MENSALMENTE
droga, depois a segunda droga etc.), você deixou de

1 OU 2 VEZES
fazer coisas que eram normalmente esperadas de
você?

NUNCA

DIAS
a. derivados do tabaco 0 5 6 7 8
b. bebidas alcoólicas 0 5 6 7 8
c. maconha 0 5 6 7 8
d. cocaína, crack 0 5 6 7 8
e. anfetaminas ou êxtase 0 5 6 7 8
f. inalantes 0 5 6 7 8
g. hipnóticos/sedativos 0 5 6 7 8
h. alucinógenos 0 5 6 7 8
i. opioides/opiáceos 0 5 6 7 8
j. outras; especificar 0 5 6 7 8

FAÇA as questões 6 e 7 para todas as substâncias mencionadas na questão 1

6. Há amigos, parentes ou outra pessoa que


SIM, MAS NÃO
NOS

NOS ÚLTIMOS 3
ÚLTIMOS 3 MESES

tenha demonstrado preocupação com seu uso


de (primeira droga, depois a segunda droga etc.)?
NÃO, NUNCA

MESES
SIM,

a. derivados do tabaco 0 6 3
b. bebidas alcoólicas 0 6 3
c. maconha 0 6 3
d. cocaína, crack 0 6 3
e. anfetaminas ou êxtase 0 6 3
f. inalantes 0 6 3
g. hipnóticos/sedativos 0 6 3
h. alucinógenos 0 6 3
i. opioides/opiáceos 0 6 3
j. outras; especificar 0 6 3
48

7. Alguma vez você já tentou controlar,

SIM, MAS NÃO


NOS

NOS ÚLTIMOS 3
ÚLTIMOS 3 MESES
diminuir ou parar o uso de (primeira droga,
depois a segunda droga etc.) e não conseguiu?

NÃO, NUNCA

MESES
SIM,
a. derivados do tabaco 0 6 3
b. bebidas alcoólicas 0 6 3
c. maconha 0 6 3
d. cocaína, crack 0 6 3
e. anfetaminas ou êxtase 0 6 3
f. inalantes 0 6 3
g. hipnóticos/sedativos 0 6 3
h. alucinógenos 0 6 3
i. opioides/opiáceos 0 6 3
j. outras; especificar 0 6 3

Nota Importante: Pacientes que tenham usado drogas injetáveis nos últimos três meses devem ser
perguntados sobre seu padrão de uso injetável durante esse período, para determinar seus níveis de
risco e a melhor forma de intervenção.

8. Alguma vez você já usou drogas por injeção? (Somente uso não prescrito pelo
médico)
NÃO, nunca SIM, nos últimos 3 meses SIM, mas NÃO nos últimos
3 meses

Guia de Intervenção para Padrão de uso injetável

Uma vez por semana ou menos Intervenção Breve, incluindo cartão


Ou menos de três dias seguidos de “riscos associados com o uso
injetável”

Mais do que uma vez por Intervenção mais aprofundada e


semana ou mais do que três tratamento intensivo
dias seguidos

PONTUAÇÃO PARA CADA DROGA

Anote aqui a pontuação Nenhuma Receber Encaminhar


para CADA droga. SOME intervenção Intervenção para
APENAS as pontuações das Breve tratamento
questões 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mais intensivo

a. derivados do tabaco 0-3 4-26 27 ou mais


b. bebidas alcoólicas 0-10 11-26 27 ou mais
c. maconha 0-3 4-26 27 ou mais
49

d. cocaína, crack 0-3 4-26 27 ou mais


e. anfetaminas ou êxtase 0-3 4-26 27 ou mais
f. inalantes 0-3 4-26 27 ou mais
g. hipnóticos/sedativos 0-3 4-26 27 ou mais
h. alucinógenos 0-3 4-26 27 ou mais
i. opioides/opiáceos 0-3 4-26 27 ou mais
j. outras; especificar 0-3 4-26 27 ou mais

Cálculo do escore de Envolvimento com Substância Específica


Para cada substância (de “a” a “j”) some os escores obtidos nas questões 2 a 7 (inclusive). Não inclua no
cálculo as pontuações das questões 1 e 8. Por exemplo, um escore para maconha deverá ser calculado do
seguinte modo: Q2c + Q3c + Q4c + Q5c + Q6c + Q7c.
ATENÇÃO: para tabaco a questão 5 não deve ser pontuada, sendo obtida pela soma de Q2a + Q3a + Q4a
+ Q6a + Q7a.

- Adaptação e Validação para o Brasil por HENRIQUE, I. F. S. et al. Validação da versão brasileira do teste de
triagem do envolvimento com álcool, cigarro e outras substâncias (ASSIST). Rev Assoc Med Bras 50:199-206
(2004).
- Versão original desenvolvida por WHO ASSIST WORKING GROUP (2002). Disponível em:
<http://www.who.int/substance_abuse/activities/assist/ en/index.html>.
- Este instrumento faz parte do KIT FORMATURA do curso SUPERA, promovido pela Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas – SENAD, do Ministério da Justiça, e executado pela Universidade Federal de São Paulo
– UNIFESP.
50

Anexo E - AUDIT

Teste para Identificação de Problemas Relacionados ao Uso de Álcool


Nome _____________________________________________________________
Sexo ( ) F ( ) M Idade______ Registro ________
Entrevistador__________________________________________ Data__________

Leia as perguntas abaixo e anote as respostas com cuidado. Inicie a entrevista dizendo: “Agora vou
fazer algumas perguntas sobre seu consumo de álcool ao longo dos últimos 12 meses”.
Explique o que você quer dizer com “consumo de álcool”, usando exemplos locais de cerveja,
vinho, destilados, etc. Marque as respostas relativas à quantidade em termos de “doses padrão”.
Veja o quadro abaixo. Marque a pontuação de cada resposta no quadradinho correspondente e some
ao final.
1. Com que frequência você toma bebidas 6. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12
alcoólicas? meses, você precisou beber pela manhã para se
(0) Nunca [vá para as questões 9-10] sentir bem ao longo do dia, após ter bebido no
(1) Mensalmente ou menos dia anterior?
(2) De 2 a 4 vezes por mês (0) Nunca
(3) De 2 a 3 vezes por semana (1) Menos do que uma vez ao mês
(4) 4 ou mais vezes por semana (2) Mensalmente
(3) Semanalmente
(4) Todos ou quase todos os dias
2. Nas ocasiões em que bebe, quantas doses 7. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12
você consome tipicamente ao beber? meses, você se sentiu culpado ou com remorso
(0) 1 ou 2 depois de ter bebido?
(1) 3 ou 4 (0) Nunca
(2) 5 ou 6 (1) Menos do que uma vez ao mês
(3) 7, 8 ou 9 (2) Mensalmente
(4) 10 ou mais (3) Semanalmente
(4) Todos ou quase todos os dias
3. Com que frequência você toma “seis ou mais 8. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12
doses” de uma vez? meses, você foi incapaz de lembrar o que
(0) Nunca aconteceu devido à bebida?
(1) Menos do que uma vez ao mês (0) Nunca
(2) Mensalmente (1) Menos do que uma vez ao mês
(3) Semanalmente (2) Mensalmente
(4) Todos ou quase todos os dias (3) Semanalmente
Se a soma das questões 2 e 3 for 0, avance para (4) Todos ou quase todos os dias
as questões 9 e 10
4. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 9. Alguma vez na vida você já causou
meses, você achou que não conseguiria parar ferimentos ou prejuízos a você mesmo ou a
de beber uma vez tendo começado? outra pessoa após ter bebido?
(0) Nunca (0) Não
(1) Menos do que uma vez ao mês (2) Sim, mas não nos últimos 12 meses
(2) Mensalmente (4) Sim, nos últimos 12 meses
(3) Semanalmente
(4) Todos ou quase todos os dias
5. Quantas vezes, ao longo dos últimos 12 10. Alguma vez na vida algum parente, amigo,
meses, por causa do álcool, não conseguiu fazer médico ou outro profissional da saúde já se
o que era esperado de você? preocupou com o fato de você beber ou sugeriu
(0) Nunca que você parasse?
(1) Menos do que uma vez ao mês (0) Não
(2) Mensalmente (2) Sim, mas não nos últimos 12 meses
(3) Semanalmente (4) Sim, nos últimos 12 meses
(4) Todos ou quase todos os dias
51

Anote aqui o resultado: ____ + ____ + ____ + ____ + ____ + ____ + ____ + ____ + ____ + ____ =
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10

EQUIVALÊNCIAS DE DOSES DE DIVERSAS BEBIDAS PARA DOSES PADRÃO


1 “DOSE” (contém 14g de álcool puro)
CERVEJA: 1 lata ou 1 copo de chope (350 ml) = 1 “DOSE”; 1 garrafa (600 ml) = 2 “DOSES”; 1 garrafa (1
litro) = 3 “DOSES”
VINHO: 1 taça (140 ml) = 1 “DOSE”; 1 garrafa (750 ml) = 5 “DOSES”
CACHAÇA, VODCA, UÍSQUE ou CONHAQUE: “meio copo americano” (60 ml) = 1,5 “DOSES”; 1 garrafa (1
litro) = 25 “DOSES”
UÍSQUE, RUM, LICOR etc.: 1 “dose de dosador”(40 ml) = 1 “DOSE”

- Adaptação e Validação para o Brasil por MÉNDEZ, E. B. et al. Uma versão brasileira do AUDIT-Alcohol Use
Disorders Identification Test. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 1999. - Versão original desenvolvida por
SAUNDERS, J. et al. (1993). Disponível em: <http://www.who.int/substance_abuse/activities/sbi/en/index.html>. -
Este instrumento faz parte do KIT FORMATURA do curso SUPERA, promovido pela Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas – SENAD, do Ministério da Justiça, e executado pela Universidade Federal de São Paulo
– UNIFESP.
52

Anexo F – Formulação de Caso

FORMULAÇÃO DE CASO EM TCC

Nome do paciente: _____________________________________ Data__/__/201__


Diagnóstico/Sintomas:

Influências do Desenvolvimento:

Questões situacionais (Problemas atuais):

Fatores biológicos, genéticos e médicos:

Pontos fortes/qualidades:

Erros ou distorções cognitivas:

Estratégias Compensatórias:
53

Evento 1 Evento 2 Evento 3

Pensamentos automáticos Pensamentos automáticos Pensamentos automáticos

Emoções Emoções Emoções

Comportamentos Comportamentos Comportamentos

Esquemas/ crenças centrais e intermediárias:

Integração dos dados obtidos e Metas do tratamento tanto do paciente quanto do


Terapeuta:

Plano de tratamento:
54

Anexo G – Pedido de Coisas Importantes para Você

Imagine que você perdeu tudo – seus sentidos, seu corpo, sua memória, sua família,
trabalho, bens -, absolutamente tudo. Depois liste o que quer de volta, em ordem de
importância, e justifique porque quer cada item de volta.

O que quero de volta Por que isso é importante para mim

Fonte: Leahy, 2006, p. 238


55

Anexo H - Exame das Oportunidades e Novos significados

Situação (ou perda) atual O que isto me diz acerca de Novas oportunidades e novos
minhas necessidades e desafios em minha vida
valores

Fonte: Leahy, 2006, p. 239


56

Anexo I – RPD (Registro de Pensamentos Disfuncionais)

Nome _______________________________________________ Data ____ / _____ / ____

Quando você percebe que seu humor está piorando, pergunte a si mesmo: "O que está
passando pela minha cabeça agora?" e preencha as colunas abaixo.

1 2 3
Data SITUAÇÃO PENSAMENTO EMOÇÃO
Hora AUTOMÁTICO PA

Adaptado de: Beck, Judith S. Terapia Cognitiva: teoria e prática, ARTMED:1997.


57

Anexo J – Lista de Verificação das Distorções Cognitivas

1. Leitura mental: Você imagina que sabe o que as pessoas pensam sem ter
evidências suficientes. Por exemplo: “Ele acha que sou um fracasso”.
2. Adivinhação do futuro: Você prevê o futuro – que as coisas vão piorar ou que
há perigos pela frente. Por exemplo: “Vou ser reprovado no exame” ou “ Não
conseguirei o emprego”.
3. Catastrofização: Você acredita que o que aconteceu ou vai acontecer é tão
terrível e insustentável que não será capaz de suportar. Por exemplo: “Seria
horrível se eu fracassasse”.
4. Rotulação: Você atribui traços negativos a si mesmo e aos outros. Por
exemplo: “Sou indesejável” ou “Ele é uma pessoa imprestável”.
5. Desqualificação dos aspectos positivos: Você afirma que as realizações
positivas, suas ou alheias, são triviais. Por exemplo: “É isso que se espera das
esposas – de modo que não conta quando ela é legal comigo” ou “Esses
sucessos são fáceis, de modo que não importam”.
6. Filtro negativo: Você foca quase exclusivamente os aspectos negativos e
raramente nota os positivos. Por exemplo: “Veja todas as pessoas que não
gostam de mim”.
7. Supergeneralização: Você percebe um padrão global de aspectos negativos
com base em um único incidente. Por exemplo: “Isso geralmente acontece.
Parece que eu fracasso em muitas coisas”.
8. Pensamento dicotômico: Você vê eventos, ou pessoas, em termos de tudo-
ou-nada. Por exemplo: “Sou rejeitado por todos” ou “Tudo isso foi uma perda de
tempo”.
9. Afirmações do tipo “deveria”: Você interpreta os eventos em termos de como
as coisas devem ser, em vez de simplesmente concentrar-se no que elas são.
Por exemplo: “Eu deveria me sair bem. Caso contrário serei um fracasso”.
10. Personalização: Você atribui a si mesmo culpa desproporcional por eventos
negativos e não consegue ver que certos eventos também são provocados
pelos outros. Por exemplo: “Meu casamento terminou porque falhei”.
11. Atribuição de culpa: Você se concentra na outra pessoa como fonte de
sentimentos negativos e se recusa a assumir a responsabilidade da mudança.
Por exemplo: “Estou me sentindo assim agora por culpa dela” ou “Meus pais
são a causa de todos os meus problemas”.
12. Comparações injustas: Você interpreta os eventos em termos de padrões
irrealistas, comparando-se com pessoas que se saem melhor do que você e
concluindo, então, que é inferior a elas. Por exemplo: “Ela é mais bem-sucedida
do que eu” ou “Os outros se saíram melhor do que eu no teste”.
13. Orientação para o remorso: Você fica preso à ideia de que poderia ter se
saído melhor no passado, em vez de pensar no que pode fazer melhor agora.
Por exemplo: “Eu poderia ter conseguido um emprego melhor se tivesse
tentado” ou “Eu não deveria ter dito isso”.
58

14. E se...? Você faz uma série de perguntas do tipo “e se...” alguma coisa
acontecer, e nunca fica satisfeito com as respostas. Por exemplo: “Sim, mas e
se eu ficar ansioso? ou “E se eu não conseguir respirar?”
15. Raciocínio emocional: Você deixa os sentimentos guiarem sua interpretação
da realidade. Por exemplo: “Sinto-me deprimida; consequentemente, meu
casamento não está dando certo”.
16. Incapacidade de refutar: Você rejeita qualquer evidência ou argumento que
possa contradizer os pensamentos negativos. Por exemplo, quando você pensa
“Não sou digna de amor”, rejeita como irrelevante qualquer evidência de que as
pessoas gostem de você. Consequentemente, o pensamento não é refutado.
Outro exemplo: “Esse não é o problema real. Há problemas mais profundos.
Existem outros fatores”.
17. Foco no julgamento: Você avalia a si próprio, os outros e os eventos em
termos de preto-e-branco (bom-mau ou superior-inferior), em vez de
simplesmente descrever, aceitar ou compreender. Está continuamente se
avaliando e avaliando os outros segundo padrões arbitrários e concluindo que
você e os outros deixam a desejar. Você se concentra nos julgamentos dos
outros e de si mesmo. Por exemplo: “Não tive um bem desempenho na
faculdade” ou “Se eu for aprender tênis, vou me sair mal” ou Veja como ela faz
sucesso. Eu não consido”.

Fonte: Leahy, 2006, p .48


59

Anexo K – Categorização das Distorções Cognitivas

Categorias de distorções cognitivas: Leitura mental, adivinhação do futuro,


catastrofização, rotulação, desqualificação dos aspectos positivos, filtro negativo,
supergeneralização, pensamento dicotômico, afirmações do tipo “deveria”,
personalização, atribuição de culpa, comparações injustas, orientação para o
remorso, pensamento do tipo “E se...”, raciocínio emocional, incapacidade de
refutar, foco no julgamento.

Pensamento Automático Distorção

Fonte: Leahy, 2006, p.49


60

Anexo L – Seta Descendente

Uso da Seta Descendente (Se Meu Pensamento Fosse Verdade, Por Que Isso me
Incomodaria?)

Evento:_____________________________________________________________

Pensamento:

Isso me incomodaria porque me faria pensar que...

Fonte: Leahy, 2006, p. 50


61

Anexo M – Registro do Grau de Crença no Pensamento

O grau em que você acredita em um pensamento negativo específico pode mudar


no decorrer do dia. Por exemplo, a crença “Não sou capaz de fazer nada” pode ser
muito forte quando você ainda está na cama, de manhã. Você pode acreditar nisso
95%. Mas quando está no trabalho, você pode acreditar 10% nesse pensamento.
Mantenha um registro da crença negativa durante alguns dias e tente perceber se
há alguma mudança ou variação no grau em que você acredita nela. O que você
está fazendo quando essa variação ocorre? Você está com alguém? A força da
crença varia de acordo com a hora do dia?

Crença Negativa:

Hora / Atividade % de Crença Hora / Atividade % de Crença


6h 16h

7h 17h

8h 18h

9h 19h

10h 20h

11h 21h

12h Meio-dia 22h

13h 23h

14h 24h Meia-noite

15h 1h

Fonte: Leahy, 2006, p. 47


62

Anexo N – Exercício do Gráfico em Forma de Torta

Considere as diferentes fatias da “torta” abaixo. Cada fatia representa uma causa do
acontecimento; algumas causas podem requerer mais de uma fatia, pois tiveram
mais influência sobre o acontecimento. Enumere cada fatia como possível causa do
acontecimento. Qual seria o tamanho do pedaço que sobra para você como causa
do acontecimento?

Qual é o acontecimento negativo que o incomoda?___________________________


Enumere todas as possíveis causas do acontecimento, incluindo seu próprio papel
nele:_______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

Fonte: Leahy, 2006, p. 229


63

Anexo O – Aprendizado a Partir dos Lapsos

Considere um comportamento no qual você vem fazendo progressos – por exemplo,


exercitar-se, fazer dieta, beber menos, fumar menos, etc. Escreva-o na primeira
coluna (“Estou fazendo exercícios três vezes por semana”). Na coluna do meio,
escreva o que provocou alguma recaída no comportamento desejado (“Eu estava
cansada demais para me exercitar”). Na terceira coluna, escreva o que você
aprendeu para melhorar as coisas (“Posso me exercitar mesmo que esteja cansada”
ou “Posso retomar amanhã a minha rotina de exercícios”). Lapsos ou recaídas são
experiências de aprendizagem.

O comportamento que me preocupa é:____________________________________

O que estava dando certo O que me fez “cair” O que aprendi para
antes melhorar as coisas no
futuro

Fonte: Leahy, 2006, p. 112


64

Anexo P – Desenvolvimento de Novas Maneiras de Avaliar uma Qualidade

Frequentemente, pensamos não ter determinada qualidade (por exemplo,


inteligência) por não nos sairmos bem em certas situações (por exemplo, provas de
química). Entretanto, existem muitas maneiras de demonstrar diferentes aspectos
da inteligência ou de outras qualidades positivas. Pense sobre a qualidade que você
mais que e, então, imagine exemplos de comportamento positivo que poderiam
mostrar que você tem um pouco daquela qualidade positiva. Use termos positivos
em vez de negativos quando nomear a qualidade a ser avaliada - por exemplo,
“experiências bem-sucedidas” em vez de “fracasso”. Foque comportamentos ou
desempenhos observáveis, verificáveis, em vez de inferências relativas às
qualidades subjacentes.

Exemplo: Qualidade a ser avaliada: Tenho experiências bem-sucedidas.

Diferentes maneiras de observá-la: Desempenho ao longo dos anos escolares,


notas nos testes, feedback de professores.

Identifique como você poderia demonstrar um pouco dessa qualidade em


diferentes situações.

Qualidade a ser avaliada:

Diferentes maneiras de observá-la:

Você demonstra exemplos dessa qualidade? Especifique:

Fonte: Leahy, 2006, p. 237.


65

Anexo Q – Lista de Imagem Corporal

Responda às questões a seguir colocando um X na coluna correspondente aos


assuntos que se aplicam a você NAS ULTIMAS 4 SEMANAS. Marque as colunas
certas
Nas ultimas 4 semanas Nunca Algum Frequen- Não
as temente aplicável
vezes
Questões sobre evitações:

Você evitou se olhar no espelho (ou no


reflexo de uma janela)?
Você evitou se pesar?
Você se vestiu de forma a disfarçar a
aparência?
Você evitou que outras pessoas vissem sua
forma física (por exemplo, em piscinas,
vestiários, etc.)?
Você evitou participar de uma atividade
física em razão de sua forma física?
Você evitou comprar roupas?
Você evitou ser vista nua em casa (por
exemplo, enquanto estava se vestindo ou
tomando banho)?
Você evitou usar roupas que mostrassem
sua forma física?
Você evitou (ou limitou) algum contato
físico por não gostar de sua forma física (por
exemplo, aperto de mão, contato sexual,
abraçar, beijar)?
Você evitou usar roupas que mostrassem
sua pele (por exemplo, miniblusa ou
bermuda)?
Você evitou situações sociais em razão de
sua forma física?
Questões sobre avaliação:
Você examinou sua aparência geral no
espelho?
Você examinou partes do seu corpo no
espelho?
Você se pesou?
Você mediu partes do seu corpo?
Você avaliou seu tamanho de outas
formas?
Você apertou seu corpo para ver quanta
gordura tem?
Questões gerais:
Você se sentiu infeliz sobre seu corpo?
66

Você ficou preocupado com o tamanho de


alguma parte do seu corpo?
Você ficou preocupado com o fato de seu
corpo estar flácido?
Você sentiu vergonha ou ficou
constrangido em público com seu corpo?
Você sentiu que outras pessoas estavam
notando seu corpo?
Você sentiu que o seu corpo era repulsivo?
Você pensou que alguma pessoa o estava
criticando em razão do seu corpo?
Você sentiu que ocupou muito espaço (por
exemplo, sentando-se em um sofá ou em
um assento de ônibus)?
Você procurou se assegurar de que seu
corpo não é tão ruim quanto pensa?
As pessoas fizeram alguma crítica sobre
seu corpo ou aparência?

Fonte: Cooper, Fairburn e Hawker, 2009, p. 108.


67

Anexo R – Minuta do Plano de Manutenção

Minuta do Plano de Manutenção


Escreva algumas observações sobre as questões a seguir
1. Motivos que tenho para não querer recuperar o meu peso:
a.
b.
c.
d.
2. Hábitos bons a serem mantidos (alimentação):
a.
b.
c.
d.
3. Hábitos bons a serem mantidos (atividades):
a.
b.
c.
d.
4. Situações perigosas para ficar atento:
a.
b.
c.
d.

Fonte: Cooper, Fairburn e Hawker, 2009, p.191.


68

Anexo S – Fazer Progressos em vez de Tentar a Perfeição

Identifique algumas áreas de sua vida em relação às quais você se critica - por
exemplo, desempenho na escola ou no trabalho. Depois liste algumas coisas que
você poderia fazer para melhorar nessas áreas: estudar mais, preparar-se melhor,
trabalhar mais, aprender algumas habilidades. Faça uma lista das áreas em que
você se critica e de ações específicas que possam trazer melhoras nessas áreas.

O que critico em mim mesmo Como posso fazer progressos

Por que progredir seria melhor que


buscar perfeição?

Fonte: Leahy, 2006, p. 111.


69

Anexo T – Exercício do Duplo-padrão

Considere algumas coisas negativas que está dizendo sobre si mesmo/a ou sobre
sua experiência atual. Agora, pense sobre o conselho que daria a um amigo. Você
seria tão crítico/a em relação a seu amigo quanto está sendo consigo mesmo/a? Por
que não?

Pensamentos negativos Conselho que daria a um Por que eu seria mais


atuais amigo crítico/a sobre mim
mesmo/a do que com
relação ao amigo?

Fonte: Leahy, 2006, p. 231.


70

Anexo U – Considerar as Alternativas

Quando estamos aborrecidos, frequentemente focamos um ponto de vista – nosso


próprio -, não percebendo que existem muitas maneiras diferentes de ver as coisas.
Considere a situação atual e seu ponto de vista. Descreva a situação na coluna da
esquerda e seus pensamentos negativos – as “interpretações” – na coluna do meio.
Na coluna da direita, enumere diferentes maneiras de ver a situação atual –
diferentes interpretações, comportamentos e oportunidades que você pode buscar,
etc.

Descreva a situação atual Quais são seus Quais são as maneiras


que o/a incomoda. pensamentos negativos? diferentes de ver essa
situação? Existem novas
oportunidades disponíveis?
Existem diferentes
possibilidades que você
poderia buscar? Liste-as.

Fonte: Leahy, 2006, p. 233.


71

Anexo V - Questionamento Socrático

Quando reconhecer que está tendo pensamentos disfuncionais, algum


comportamento inadequado ou uma emoção forte, pergunte a você mesmo:

O que é que está passando na minha cabeça? (“Congele” esse pensamento)

Então pergunte-se:

1. O que me faz pensar que esse pensamento é verdadeiro?


Existe alguma evidência de que o pensamento pode não ser verdadeiro, ou ao
menos não muito verdadeiro?

2. Existe uma outra forma de ver essa situação?

3. E se for verdadeiro, se o pior acontecer, o que eu posso fazer?


O que de melhor poderia acontecer nesta situação?
O que é mais possível que aconteça?

4. O que acontece quando acredito nesse pensamento?


O que aconteceria se eu mudasse a minha forma de pensar?

5. O que eu diria a um(a) amigo(a) se ele ou ela estivesse nessa situação? (pode
até pensar numa pessoa específica)

6. O que devo fazer, então, com ou sobre este problema, mais adaptativamente?
72

Anexo X – Exercício de Imagens Mentais

1. Feche os olhos. Imagine-se num lugar seguro. Observe os detalhes. O que


você está sentindo? Quem está com você? Ou você está sozinho (a)? Use
imagens, e não palavras ou pensamentos. Deixe virem sozinhas. Se alguma
instrução não se aplicar, simplesmente a desconsidere.
2. Continue com os olhos fechados. Apague esta imagem. Agora, veja-se como
uma criança em uma situação que o/a aborrece. Onde você está? Observe
os detalhes. Quantos anos você tem? Tem alguém com você na imagem?
Como você se sente? Que pensamentos passam por sua cabeça?
3. Agora, imagine-se em casa quando era criança com seu pai ou sua mãe. (Se
você já estiver lá, mantenha a imagem que já tem)
4. Como você se sente? Como seu pai ou sua mãe se sente? Em que você está
pensando? Em que seu pai ou sua mãe está pensando?
5. O que está acontecendo na imagem? Comece a conversar com seu pai/mãe.
O que você está dizendo? O que seu pai/mãe está dizendo?
6. Pense se tem alguma coisa que você desejaria que seu pai/mãe mudasse
nessa imagem (mais liberdade, mais afeição, que o/a ouça mais, seja menos
crítico(a), mais otimista, mais competente, etc.). Diga a ele/ela na imagem em
que você gostaria que ele/ela mudasse. Como seu pai/mãe reage?
7. O que acontece em seguida na imagem? Deixe a cena continuar até que
termine. Como você se sente ao final da cena?
8. Agora, mantenha o sentimento que você está tendo nessa imagem de
quando era criança, apague a imagem e crie a imagem de uma situação em
sua vida atual na qual você tem o mesmo sentimento. O que está
acontecendo na imagem? O que você está pensando? O que você está
sentindo? Se tiver mais alguém na imagem, diga a essa pessoa de que forma
você gostaria que ela mudasse. Como ela reage?
9. Apague a imagem e volte para seu lugar seguro. Aproveite o sentimento de
relaxamento. Abra os olhos.
73

TERMO DE RESPONSABILIDADE AUTORAL

Eu Michelli Bernini Pedro, afirmo que o presente trabalho e suas devidas


partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade
autoral sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “Plano de prevenção de recaída baseado na tcc para pacientes pós
cirurgia bariátrica”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos
em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de
quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por
mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais
decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

___________________________
Michelli Bernini Pedro

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