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(Foto: reprodução)
Um grupo de pesquisadores do Facebook desativou uma inteligência arti cial que deixou de falar em
inglês e desenvolveu uma linguagem própria para se comunicar. A informação foi publicada hoje pelos
sites Independent e Digital Journal.
A inteligência arti cial em questão foi criada pela Fair (Facebook AI Research, a divisão de pesquisa da
rede social) em junho para simular situações de negociação. Ela tinha dois agentes distintos, chamados
de Bob e Alice, que deveriam conversar como se estivessem negociando uma troca.
Veja também:
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https://olhardigital.com.br/noticia/facebook-desativa-inteligencia-artificial-que-criou-linguagem-propria/70075 1/7
07/03/2018 Facebook desativa inteligência artificial que criou linguagem própria
Ela foi programada para que os dois agentes tentassem chegar à solução que melhor atendesse aos
dois, e seu objetivo era ajudar os pesquisadores a entender como duas pessoas podem negociar de
maneira mais construtiva. Os agentes recebiam "pontos" para cada negociação bem-sucedida, e, se não
conseguissem chegar a um acordo, não ganhavam nenhum ponto.
Falando diretamente
O problema foi que não havia nenhum incentivo para que os dois agentes usassem apenas uma
linguagem em seu processo de negociação. Com o tempo, os dois começaram a perceber que
conseguiam se entender melhor usando frases que, para alguém vendo de fora, não faziam o menor
sentido. A imagem abaixo mostra como era essa conversa:
Num exemplo citado pela Fast Co. Design, Bob dizia algo como "Eu posso posso eu eu todo o resto", ao
que Alice respondia: "Bolas têm zero para mim para mim para mim para mim para mim para mim para
mim para mim para". Embora o diálogo fosse completamente absurdo para humanos, a inteligência
arti cial percebeu que conseguia chegar mais rapidamente a acordos mutuamente bené cos usando
esse tipo de linguagem.
Segundo Dhruv Batra, um dos pesquisadores envolvidos na criação da rede, "os agentes desistem de
usar linguagem compreensível e inventam palavras-código para si mesmos. Por exemplo, se eu disser
'the' cinco vezes, você interpreta isso como querendo dizer que eu quero cinco unidades desse item".
Assim, por mais que a língua da inteligência arti cial parecesse absurda, ela fazia sentido para os
agentes - e funcionava melhor que o inglês para os ns de negociação.
De acordo com a PC Gamer, o problema é que os agentes não tinham nenhum incentivo para usar
apenas linguagens inteligíveis. Mas, nesse ponto, Batra acredita que o software não estava tão distante
assim de nós. "Isso não é tão diferente da maneira como comunidades de humanos criam gírias e
abreviações", disse o pesquisador.
De qualquer maneira, o fato de que a inteligência arti cial deixou de usar inglês tornou-a pouco útil
para seus ns iniciais - descobrir padrões em negociações mutuamente favoráveis - e por isso o
https://olhardigital.com.br/noticia/facebook-desativa-inteligencia-artificial-que-criou-linguagem-propria/70075 2/7