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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

COMUNICAÇÃO SOCIAL

ANNA CLARA DE OLIVEIRA DA SILVA


MARIA CLARA DE SOUZA SILVA

RESUMO
SOCIEDADE DE CONSUMO (OU O CONSUMO DE PREONCEITOS)
Eugênio Bucci

Giovanna Mesquita

Caruaru
2019
Sociedade de consumo (ou o consumo de preconceitos)

Ao tratar sobre a sociedade de consumo, se faz necessário mencionar que a


publicidade já busca de certa forma, problematizar alguns preconceitos em meio
social. Tendo como exemplo, o preconceito existente nas propagandas feitas por
shopping centers que utilizam a imagem de mulheres jovens, esguias e de olhos
claros. Apresentando então as questões da sociedade do consumo e os
preconceitos inseridos nessas práticas. Eugênio Bucci, busca informar que, o
gesto de consumo da sociedade está cada vez mais ligado, a realização pessoal,
com uma busca incessante por saciar desejos por produtos que são erotizados
pela publicidade estando além das necessidades materiais objetivas. Produzindo
e ocultando dessa forma, preconceitos de uns homens em relação aos outros,
visto que, na sociedade atual esse tipo de consumo agrava nitidamente o
egocentrismo de uma sociedade em que a autoestima depende da
desvalorização do outro, ou seja, indivíduos que precisam se imaginar mais
afortunados e atraentes diante dos demais.
O autor, começa mencionando em seu capítulo, o livro “Os Sertões” de Euclides
da Cunha. Onde o próprio Euclides registrou nas notas que em seu livro havia
“coisas disparatadas”, sendo estas coisas, vários pensamentos de racismos,
onde tudo que se ler são ofensas à qualquer indivíduo que não seja de uma raça
pura. Branca, de preferência. Com esse raciocínio, torna-se nítida a visão de
como alguns preconceitos passam despercebidos em nosso dia a dia, como no
exemplo anterior, onde um clássico da literatura possuí várias e ideias racistas.
Ao definir o que é preconceito, diz-se que preconceito é um pré-julgamento.
Sabendo que na maioria das vezes o pré-julgamento forma a conduta individual
de cada um, por diversas vezes quando você acaba pré-julgando uma
determinada coisa, mesmo sem ferir ninguém, é estabelecido um limite de
expansão cultural e existencial. Muita gente nunca irá comer pratos orientais por
se recusar a prová-los. Os próprios brasileiros dizem não gostar dos filmes
nacionais, mesmo sem os permitir a chance. Tem gente que não ouve música
de um ou outro gênero por sequer admitir a possibilidade de conhecê-los.
Formando assim, um preconceito sobre o desconhecido.
As formas de preconceito vão da construção de pensamentos que fabricam
situações injustas, até ao fato de que, a sociedade de classes tornou-se um
gerador de preconceitos. Ao tentar descontruir as situações preconceituosas em
questões como, as dos negros da África do Sul, que não tinham os mesmos
direitos que os brancos, é possível incluir as duas formas citadas anteriormente,
onde não se basta mudar apenas a situação concreta, mas também as
mentalidades dos que praticaram tal ato de pré-julgamento.
O público adquire bens (sejam eles culturais, turísticos ou outros) e junto com
eles, consomem os preconceitos que eles carregam, que nunca se apresentam
como reais preconceitos. Seja ao definir uma música como “étnica” ao invés de
usar o termo “primitivo”, hoje tido como depreciativo. Ou trocar o termo “black”
por “afro-americano). Transformando termos culturais em globalizados. O
homem hoje se contextualiza pelo consumo, dentro da “cultura do ser e do ter”.
E até mesmo o amor se transformou em tempero dentro das publicidades feitas
na televisão. Onde o marido diz que a esposa colocou “amor” na comida dele. E
todos acham graça. Eugênio Bucci, não busca delimitar relações de consumo de
um modo dogmático (consumir é um direito das pessoas, e não há nada de
errado em consumir mercadorias), mas sim admitir as dimensões do consumo
em relação aos preconceitos.

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