Você está na página 1de 6

Entrevista Rádio Bicudo

1) Qual a principal porta de entrada do SUS e como se dá esse

primeiro atendimento?

A Atenção Básica é considerada a porta de entrada preferencial do Sistema

Único de Saúde (SUS), onde os problemas que não podem ser completamente

resolvidos são encaminhados para consultas com especialistas, realização de

exames ou atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento -UPA,

hospitais.......temos tbm as policlínicas e centros municipais de saúde onde o

paciente terá acompanhamento com os especialistas antes de chegar ao

hospital para os casos cirúrgicos ou até mesmo para quimioterapia.

2) Quando o usuário começa o atendimento na rede privada e

depois deseja migrar para uma unidade pública de referência,

como o INCA por exemplo, o que ele deve fazer?

Toda vez que uma pessoa necessite de cuidados de saúde ela deverá

comparecer ao postinho ou clínica de família mais próxima de sua casa.

Lá ela será cadastrada e caso não tenha o cartão nacional de

saúde será feito. . Com o relato dos seus sintomas ao enfermeiro e ao

médico, será indicado os exames que deverão ser realizados e

medicamentos para tratar o problema. Se por acaso o paciente tenha

diagnóstico de câncer ele será inserido no Sistema de Regulação e

direcionado para a primeira consulta no hospital especializado em

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019


Entrevista Rádio Bicudo

câncer que poderá ser o Inca ou outras unidades que fazem tratamento

para o tipo de câncer

3) A gente sabe que hj ainda existe, por parte do usuário uma confusão

em relação onde buscar atendimento entre as diferentes portas de

entrada do SUS, gerando inclusive uma sobrecarga nas emergências.

Como diferenciar os atendimentos nas Clínicas de Saúde da família,

UPA'S e Hospitais?

Gripe, mal-estar, torções, fraturas ou acidentes. Quando acontece algum

problema desses, muitas pessoas têm dúvida por qual serviço de saúde deve

recorrer. A hesitação entre escolher um posto de saúde, uma UPA (Unidade de

Pronto Atendimento) ou um hospital é comum entre os usuários do sistema de

saúde e acaba, inclusive, provocando filas desnecessárias e ocupando

profissionais que poderiam estar cuidando de outras enfermidades.

Os postos de saúde e clínicas da família são a porta de entrada do SUS (Sistema

Único de Saúde). São a eles que as pessoas devem se dirigir para consultas de

rotina, acompanhamentos médicos, receitas e vacinas. Os postos de saúde são

as unidades de primeiro contato com o paciente e têm compromisso de atender

às pessoas na região onde moram. Nestes locais, os profissionais de saúde vão

se articular com outros pontos de contato da rede para solicitar exames ou

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019


Entrevista Rádio Bicudo

internações, não sendo uma unidade para atendimento emergencial, tendo em

vista que não possui aparelhagem complexa para tal.

Nas UPAs, que funcionam 24 horas por dia, são realizados atendimentos de

média a alta complexidade, como exames laboratoriais e infecções de urgências,

luxações e febres altas em períodos contínuos em horários e dias em que os

postos de saúde não abrem. Na UPA, o paciente será estabilizado e, quando

necessário, será encaminhado ao pronto-socorro do hospital.

Para ajudar darei algumas dicas:

Posto de saúde e clínica da família - É a unidade de atenção básica, a porta de

entrada do SUS, onde são realizados exames, consultas e acompanhamento

médico, além de entrega de remédios e aplicação de vacinas. Quando

necessário, solicita a outros serviços de saúde o encaminhamento do paciente.

Utilização: traumas leves, sintomas leves de gripe, tonturas, dor abdominal leve,

mal-estar, conjuntivite, entre outros.

UPA: É a unidade de urgência e emergência para serviços de média a alta

complexidade, um meio-termo entre centro de saúde e hospitais, com mais

recursos do que um posto de saúde. A gravidade do risco, e não a ordem de

chegada, determina a rapidez com que o paciente será atendido. Funciona

diariamente 24 horas, inclusive nos fins de semana. Não tem leito de internação

e centro cirúrgico. Utilização: parada cardiorrespiratória, trauma craniano,

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019


Entrevista Rádio Bicudo

choques, exames laboratoriais de urgência, dor torácica moderada, dor

abdominal moderada, ferimentos com febres, entre outros.

Hospital: Unidade que deve atender casos de alta complexidade e emergência,

encaminhados pelos postos de saúde, UPAs ou por ambulâncias, além de fazer

atendimento clínico geral em diversas especialidades. Tem mais recursos

tecnológicos de intervenção. Funciona diariamente 24 horas e nos fins de

semana. Utilização: casos de risco à vida, acidentes graves de trânsito,

envolvendo ortopedia, neurocirurgia, oftalmologia e AVC (acidente vascular

cerebral), entre outros.

4) Em função da crise em que se encontra a Saúde no país, evidenciada

pela falta de RH, insumos e até medicamentos nas unidades

hospitalares, a senhora acha que faltam políticas públicas?

E se sim, quais seriam?

Em algumas situações falta é vontade política, falta que cada gestor

entenda a necessidade da população para implantar e implementar uma

política de saúde que acolha e cuide do paciente em sua integralidade.

O que todos os dias assistimos na imprensa? Fata de RH médico,

enfermagem, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, patologistas, material

médico hospitalar e medicamentos...............................Em se tratando de

saúde não há recurso financeiro que dê conta de tantas pessoas doentes

e doentes graves, com comorbidades que aumentam o tempo de

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019


Entrevista Rádio Bicudo

internação onerando o sistema de saúde e prejudicando a entrada de novos

pacientes (diabetes, hipertensão, obesidade entre outras). Para isso se faz

necessário a gestão das clínicas e gestão dos leitos.

Cada estabelecimento de saúde deve construiu sua linha de cuidado

com base no conceito de Integralidade à Assistência, que significa

unificar ações de prevenções, reabilitações, diagnósticos,

tratamentos e cuidados paliativos, perpassando todos os níveis:

atenção básica e atenção especializada de média a alta

complexidade. São estratégias que estabelecem os fluxos

assistenciais seguros e garantidos ao usuário, objetivando atender

as suas necessidades de saúde.

Desta forma, os protocolos de linhas de cuidado contribuem para

nortear os profissionais de saúde, quanto ao fluxo do usuário desde

a sua entrada no SUS até a alta hospitalar, considerando-se: o

trabalho em equipe, melhor comunicação em saúde (entre a rede de

saúde, unidades assistenciais e serviços de apoio), melhor utilização

dos recursos disponíveis, ensino e educação. Afim de garantir os

cuidados de forma humanizada, a assistência integral e atendimento

de excelência, por meio da avaliação de desempenho dos

profissionais e da melhoria da qualidade dos serviços prestados.

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019


Entrevista Rádio Bicudo

Maria Lucia Feitosa Goulart da Silveira, 20 agosto 2019

Você também pode gostar