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KE-70-07-108-PT-C

Guia não vinculativo de boas práticas


para a aplicação da Directiva 2002/44/CE
(Vibrações mecânicas no trabalho)

As publicações da Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais


e Igualdade de Oportunidades interessam-lhe?

Pode descarregá-las em:


http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/publications/index_pt.cfm

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http://ec.europa.eu/employment_social/sagapLink/dspSubscribe.do?lang=en

ESmail é a carta de informação electrónica da Direcção-Geral


do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades.

Pode assiná-la pela Internet em:


http://ec.europa.eu/employment_social/emplweb/news/esmail_en.cfm

http://ec.europa.eu/social/

ISBN 978-92-79-07545-2

Comissão Europeia
Como obter publicações comunitárias?

As publicações para venda produzidas pelo Serviço da Publicações estão


disponíveis na EU Bookshop (http://bookshop.europa.eu/), podendo
encomendá-las através do agente de vendas da sua preferência.

Também pode solicitar uma lista da nossa rede mundial de agentes de vendas
através do fax (352) 2929-42758.
Guia de boas práticas não vinculativo
para a aplicação da Directiva 2002/44/CE relativa
às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes
à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos
aos agentes físicos (vibrações)

Comissão Europeia

Direcção-Geral do Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de Oportunidades

Unidade F.4

Texto original concluído em Agosto de 2007


Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa que actue em seu nome são responsáveis pelo uso que possa ser feito
com as informações contidas nesta publicação.

© 1: Health & Safety Laboratory - UK


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© 4: Health & Safety Laboratory - UK

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respostas às suas perguntas sobre a
União Europeia

Número verde único (*):


00 800 6 7 8 9 10 11

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autorizam o acesso a números 00 800 ou podem sujeitar
estas chamadas telefónicas a pagamento

Encontram-se disponíveis numerosas outras informações sobre a União Europeia na rede Internet, via servidor Europa
(http://europa.eu)
© Comunidades Europeias, 2009
Reprodução autorizada mediante indicação da fonte

Uma ficha bibliográfica figura no fim desta publicação


Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias, 2009

ISBN 978-92-79-07545-2

Printed in Luxembourg
Impresso em papel branqueado sem cloro
PREÂMBULO
A criação de mais empregos sempre foi um objectivo da União Europeia. Este objectivo foi adoptado oficialmente
pelo Conselho no Conselho Europeu de Lisboa, em Março de 2000, sendo um dos elementos-chave da melhoraria
da qualidade do emprego.

A adopção de medidas legislativas forma parte do compromisso de integrar a saúde e a segurança dos trabalhadores
no trabalho na abordagem global do bem-estar no trabalho. Neste âmbito, a Comissão Europeia combina diversos
instrumentos a fim de consolidar uma verdadeira cultura de prevenção do risco.

O presente guia de boas práticas é um desses instrumentos.

A Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho relativa à exposição dos trabalhadores aos riscos
devidos aos agentes físicos (vibrações) visa introduzir, a nível comunitário, prescrições mínimas de protecção dos
trabalhadores que, no âmbito da sua actividade laboral, estão expostos aos riscos devidos a vibrações.

A Directiva 2002/44/CE estabelece valores-limite de exposição e valores de acção da exposição. Além disso,
especifica as obrigações das entidades patronais em matéria de determinação e avaliação dos riscos, estabelece
as medidas a tomar para reduzir ou evitar a exposição e pormenoriza o modo de dar informação e formação aos
trabalhadores. Qualquer entidade patronal que pretenda realizar obras que impliquem riscos devidos a uma
exposição a vibrações deverá aplicar uma série de medidas de protecção antes e durante essas obras.

A directiva obriga também os Estados‑Membros a implementarem um sistema adequado de controlo da saúde dos

Preâmbulo
trabalhadores expostos a riscos devidos a vibrações. A avaliação e a análise dos riscos devidos à exposição a
vibrações e a implementação das medidas de protecção podem ser complicadas. O presente «guia de boas
práticas» não vinculativo facilitará a avaliação dos riscos devidos à exposição a vibrações transmitidas ao sistema
mão-braço, a identificação dos controlos para eliminar ou reduzir a exposição e a introdução de sistemas que
impeçam a ocorrência e a progressão de lesões.

3
Í ndice
Agradecimentos. ........................................................................................................................... 6

Parte 1 Guia de boas práticas sobre Vibrações Transmitidas


.. ao Sistema Mão Braço......................................................................................... 7

Capítulo 1 introdução.......................................................................... 11
Capítulo 2 avaliação dos riscos............................................................. 15
Capítulo 3 eliminação ou redução da exposição...................................... 23
Capítulo 4 vigilância da saúde.............................................................. 31
Anexos A - H .................................................................................... 33
Índice alfabético.................................................................................. 53
Parte 2 Guia de boas práticas sobre Vibrações
.. transmitidas ao corpo inteiro......................................................................... 55

Capítulo 1 Introdução.......................................................................... 59
Capítulo 2 Avaliação dos riscos............................................................. 63

Índice
Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição...................................... 73
Capítulo 4 Vigilância da saúde.............................................................. 79
Anexos A – H..................................................................................... 81
Índice alfabético.................................................................................. 103
Texto da Directiva 2002/44/CE........................................................................... 105

5
A gradecimentos
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

O presente guia foi produzido por:

ISVR: Professor M.J. Griffin & Dr H.V.C. Howarth


Institute of Sound and Vibration Research
Universidade de Southampton, Reino Unido

HSL: Mr P M Pitts
Health and Safety Laboratory
Reino Unido

BGIA: Dr S Fischer & Mr U Kaulbars


Berufsgenossenschaftliches Institut für Arbeitsschutz,
Alemanha

INRS: Dr P.M. Donati


Institut National de Recherche et de Sécurité,
França

HSE: Mr P.F. Bereton


Health and Safety Executive
Reino Unido

O presente guia foi elaborado sob a supervisão de:

Unidade «Saúde, Segurança e Higiene no Trabalho» da Direcção‑Geral «Emprego, Assuntos Sociais e Igualdade de
Oportunidades» da Comissão Europeia.

Grupo de Trabalho «Vibrações», mandatado pelo Comité Consultivo para a Segurança e a Saúde no Local de
Trabalho.

Nota: Os autores do projecto agradecem ainda a informação utilizada na elaboração do presente guia, proveniente
de dois projectos financiados pela UE, a saber:

VIBRISKS: Risks of Occupational Vibration Exposures (Riscos de Exposição Profissional a Vibrações),


EC FP5 projecto n.º QLK4-2002-02650.

VINET: Research Network on Detection and Prevention of Injuries due to Occupational Vibration Exposures (Rede
de Investigação sobre a Detecção e Prevenção de Lesõess devidos a Exposição Profissional a Vibrações),
EC Biomed II projecto n.º BMH4-CT98-3251.

1 Decisão do Conselho de 22 de Julho de 2003 (JO C 128 de 13.9.2003, p. 1)

6
Parte 1
Guia de boas práticas sobre
Vibrações Transmitidas ao Sistema
Mão Braço
Índice
Capítulo 1 Introdução............................................................................................................................................. 11

Guia de boas práticas sobre Vibrações Transmitidas ao Sistema Mão Braço


Capítulo 2 Ravaliação dos riscos........................................................................................................................ 15
2.1 Princípios fundamentais da avaliação dos riscos.................................................................................... 15

2.2 Determinação da duração da exposição................................................................................................. 18

2.3 Amplitude da vibração............................................................................................................................. 19

2.3.1 Utilização de dados do fabricante sobre a emissão.................................................. 19

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados..................................................................... 20

2.3.3 Medição da amplitude da vibração...................................................................... 20

2.4 Cálculo das exposições diárias às vibrações........................................................................................... 22

2.4.1 Exposição diária a vibrações............................................................................... 22

2.4.2 Exposições parciais a vibrações............................................................................ 22

PARTE 1
2.4.3 Incerteza das avaliações da exposição diária......................................................... 22

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição......................................................................................... 23


3.1 Elaboração de uma estratégia de controlo............................................................................................ 23

3.2 Consulta e participação dos trabalhadores............................................................................................. 24

3.3 Controlos dos riscos............................................................................................................................. 25

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho............................................................... 25

3.3.2 Selecção do equipamento................................................................................... 25

3.3.3 Política de compras............................................................................................ 25

3.3.4 Concepção do posto de trabalho.......................................................................... 26

3.3.5 Formação e informação aos trabalhadores............................................................. 27

3.3.6 Horários de trabalho........................................................................................... 27

3.3.7 Medidas colectivas............................................................................................. 27

3.3.8 Vestuário e protecção individual............................................................................ 28

3.3.9 Manutenção...................................................................................................... 28

3.4 Monitorização e reavaliação.................................................................................................................. 29

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao sistema


mão-braço estão a funcionar?............................................................................... 29

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos?.................................................. 29

9
Capítulo 4 Vigilância da saúde............................................................................................................................. 31
4.1 Quando é necessária a vigilância da saúde?........................................................................................... 31
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

4.2 Que registos são necessários?................................................................................................................ 31

4.3 Que fazer se for identificada uma lesão?................................................................................................. 31

Anexo A  Resumo das responsabilidades definidas pela directiva 2002/44/CE................................................. 33


Anexo B  Que é uma vibração??. ............................................................................................................................... 34
Anexo C  Riscos para a saúde, sinais e sintomas...................................................................................................... 37
Anexo D  Ferramentas para calcular as exposições diárias. ................................................................................... 38
Anexo E  Exemplos....................................................................................................................................................... 43
Anexo F  Técnicas de vigilância da saúde. ................................................................................................................ 45
Anexo G Glossário....................................................................................................................................................... 47
Anexo H Bibliografia.................................................................................................................................................... 48
Índice alfabético........................................................................................................................................................... 53

10
C apítulo 1 I ntrodução

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
A Directiva 2002/44/CE da UE (Directiva‘Vibrações’) atribui às entidades patronais as
responsabilidades de garantir a eliminação ou redução ao mínimo dos riscos derivados das vibrações
transmitidas ao sistema mão-braço (responsabilidades resumidas no Anexo A).

O presente guia destina-se a ajudar as entidades patronais a identificar os perigos derivados das
vibrações transmitidas ao sistema mão-braço,a avaliar as exposições e os riscos, bem como a
estabelecer medidas para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores expostos aos riscos
devidos a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

O guia deve ser lido conjuntamente com a Directiva «Vibrações» ou com a legislação nacional que
aplica os requisitos dessa directiva.

Capítulo 1 Introdução
As vibrações transmitidas ao sistema mão-braço são Julho de 2005. A legislação nacional pode aplicar dispo-
transmitidas através da palma e dedos da mão (ver sições mais favoráveis do que as exigidas pela directiva e
Anexo  B). Os trabalhadores cujas mãos estão não deve reduzir a protecção concedida aos trabalhado-
regularmente expostas a vibrações transmitidas ao res por qualquer legislação nacional preexistente.
sistema mão-braço podem sofrer lesões nos tecidos das
mãos e braços que provocam os sintomas colectivamente A Directiva «Vibrações» estabelece um valor de acção
conhecidos como síndroma das vibrações transmitidas da exposição para a exposição diária a vibrações
ao sistema mão-braço (ver Anexo C). acima do qual as entidades patronais são obrigadas a
Os riscos das vibrações transmitidas ao sistema mão- controlar os riscos de transmissão de vibrações ao
braço afectam pessoas de muitas indústrias e profissões. sistema mão-braço da sua força de trabalho e um valor-
Os riscos aumentam muito com a utilização de limite de exposição acima do qual os trabalhadores
equipamento de vibrações mais elevadas e com a não podem ser expostos2:
utilização prolongada e regular desse equipamento. • um valor de acção da exposição diária de 2,5 m/s²
No entanto, há investigações que mostraram que os
perigos das vibrações podem ser controlados e os riscos • dum valor-limite da exposição diária de 5 m/s².
reduzidos através de uma boa gestão. Mostraram ainda No entanto, há algum risco de lesões devidas à transmissão
que os custos desses controlos não são necessariamente de vibrações ao sistema mão-braço no caso de exposições
elevados e podem geralmente ser compensados pelos abaixo do valor de acção da exposição. A Directiva
benefícios de os trabalhadores se manterem com saúde. «Vibrações» atribui às entidades patronais responsabilidades
Além disso, as medidas de controlo das vibrações têm, quanto a garantir que os riscos resultantes de vibrações
em muitos casos, levado a uma melhor eficiência. transmitidas ao sistema mão-braço são
A Directiva «Vibrações» (Directiva 2002/44/CE – ver eliminados ou reduzidos a um mínimo.
caixa «Bibliografia suplementar») estabelece padrões Essas responsabilidades estão resumidas
mínimos para o controlo dos riscos resultantes das vi- no Anexo A.
brações transmitidas ao sistema mão-braço. A Directiva A Directiva «Vibrações» é uma directiva
«Vibrações» exige que os Estados-Membros da União específica da directiva-quadro (Directiva
Europeia implementem legislação nacional para apli- 89/391/CEE - ver a caixa «Bibliografia
car os requisitos da Directiva o mais tardar até 6 de suplementar») e, assim, muitos dos requisitos

2 Os Estados-Membros podem (após consultar os parceiros sociais) aplicar períodos transitórios para o valor-limite de exposição durante um período
de cinco anos a partir de 6 de Julho de 2005. (Os Estados-Membros podem alargar esse periodo por mais quatro para as máquinas agrícolas e
florestais). Os períodos transitórios apenas se aplicam à utilização de máquinas fornecidas antes de 6 de Julho de 2007 para as quais (tendo em
conta todos os meios técnicos ou organizativos disponíveis para controlar o risco) o valor-limite de exposição não possa ser respeitado.

11
da Directiva «Vibrações» resultam da directiva-quadro e a optimização de métodos e a implementação de me-
fazem-lhe referência específica. didas de protecção (medidas técnicas e/ou organiza-
O presente guia ajudará as entidades patronais no tivas) na base de uma análise de riscos prévia. Este
cumprimento da Directiva «Vibrações», uma vez que guia dá também pormenores sobre o tipo de formação
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

se aplica às vibrações transmitidas ao sistema mão- e informação a fornecer aos trabalhadores envolvidos
braço. O guia pretende cobrir a metodologia utiliza- e propõe soluções eficazes para as restantes matérias
da para determinar e avaliar riscos; para escolher e abordadas na Directiva 2002/44/CE. A estrutura des-
usar correctamente o equipamento de trabalho, para te guia está indicada no fluxograma da Figura 1.

Bibliografia suplementar:

Directiva «Vibrações”:

Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescrições


mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos
(vibrações) (Décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE)
Publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 177 de 6 de Julho de 2002, p.13)
Directiva-quadro:

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a


promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

12
Vibrações transmitidas Figura 1: Fluxograma das vibrações transmitidas ao sistema
ao sistema mão-braço mão-braço

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
no trabalho

Avaliação do risco Capítulo 2

Princípios da avaliação dos riscos 2.1

Avaliação das exposições diárias

Duração da exposição 2.2

Amplitude das vibrações 2.3

Dados do fabricante
Outras fontes
Medição

Cálculo da exposição diária 2.4

Capítulo 1 Introdução
Exposição diária às vibrações - A(8)

Eliminação ou redução da exposição Capítulo 3


Elaboração de uma estratégia de controlo 3.1

Consulta e participação dos trabalhadores 3.2

Controlos dos riscos 3.3

Introdução de outros métodos de trabalho


Selecção do equipamento
Política de compras
Concepção de tarefas e processos
Formação/informação dos trabalhadores
Horários de trabalho
Medidas colectivas
Vestuário e protecção pessoal
Manutençâo

Acompanhamento e reavaliação 3.4

Os controlos estão a
funcionar?
Repetição da avaliação dos riscos 3.5

Viglância da saúde Capítulo 4

Quando é necessária a vigilância da saúde? 4.1

Que registos são necessários? 4.2

Que fazer se for identificada uma lesão? 4.3

13
C apítulo 2 R avaliação dos riscos

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
O objectivo da avaliação do risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço é permitir à
entidade patronal tomar uma decisão válida acerca das medidas necessárias para prevenir ou
controlar de forma adequada os riscos derivados da exposição dos trabalhadores a vibrações
transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo apresentamos o modo como a entidade patronal pode concluir se poderá ter algum
problema com a exposição do sistema mão-braço a vibrações nas suas instalações de trabalho, sem
necessidade de uma medição ou de qualquer conhecimento detalhado de como fazer a avaliação da
exposição.

Capítulo 2 Ravaliação dos riscos


2.1 Princípios fundamentais da avaliação dos riscos

A avaliação dos riscos deve: Se for o caso, pode precisar de gerir as exposições a
vibrações. No Quadro 1 são apresentadas algumas
• identificar onde pode haver um risco derivado de
perguntas para ajudá-lo a decidir se é necessário tomar
vibrações transmitidas ao sistema mão-braço;
mais qualquer medida. A Figura 2 apresenta exemplos
• calcular as exposições dos trabalhadores e de amplitudes das vibrações de algumas ferramentas e
compará-las com o valor de acção da exposição e máquinas que criam os riscos.
o valor-limite de exposição;
É importante manter os trabalhadores e os seus
• identificar os controlos de risco disponíveis; representantes envolvidos e informados no processo de
• identificar os passos que pretende dar para controlar avaliação do risco de vibrações. Uma parceria eficiente
e monitorizar os riscos de transmissão de vibrações com os trabalhadores ajudará a garantir que a informação
ao sistema mão‑braço; usada para a avaliação do risco se baseia em avaliações
realistas do trabalho que está a ser executado e do tempo
• registar a avaliação, os passos gasto para fazer esse trabalho.
que foram dados e a respectiva
eficácia. Os factores que governam a exposição
diária de uma pessoa às vibrações
Um ponto de partida é considerar são a amplitude (nível) ponderada em
o trabalho que está a ser executa- frequência da vibração e o período de
do, os processos envolvidos e as tempo durante o qual a pessoa lhe está
ferramentas e equipamentos utiliza- exposta. Quanto maior a amplitude ou
dos, e perguntar: «A empresa utili- quanto mais longa a exposição, tanto
za equipamento manual, guiado à maior será a exposição dessa pessoa
mão ou alimentado manualmente?» às vibrações.

15
Quadro 1 – Algumas perguntas para ajudar a decidir se é necessário tomar mais qualquer
medida
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Algumas perguntas para ajudar a decidir se é necessário tomar mais qualquer medida

Algumas ferramentas de movimento rotativo podem ultrapassar o valor de acção da exposição no espaço de
cerca de meia hora, pelo que se deve certamente tomar medidas caso algum trabalhador as utilize durante
mais de cerca de 2 horas por dia.

São utilizadas ferramentas de impacto ou de percussão (ou seja, ferramentas com


acção de martelo)?

Com ferramentas de impacto ou de percussão, os níveis de vibração são provavelmente muito mais elevados
do que com ferramentas de movimento rotativo. Algumas ferramentas com acção de martelo podem exceder
o valor de acção da exposição no espaço de poucos minutos, pelo que se deve certamente tomar medidas
caso algum trabalhador as utilize durante mais de cerca de meia hora por dia.

Os fabricantes ou fornecedores das ferramentas fazem algum aviso quanto a um risco


derivado das vibrações?

Se são utilizadas ferramentas eléctricas manuais que possam pôr os utilizadores em risco de lesões provocadas
por vibrações, o fabricante deve fazer o aviso correspondente no respectivo manual.

Há quaisquer ferramentas vibratórias que causem formigueiro ou entorpecimento nas


mãos durante ou após a utilização?

O formigueiro ou entorpecimento das mãos podem ser visíveis durante ou após a utilização de uma ferramenta
eléctrica e são um indicador de risco de vibrações transmitidas ao sistema mão-braço derivado da utilização
dessa ferramenta durante muito tempo.

Há algum trabalhador exposto a vibrações que já tenha comunicado sintomas de


síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço?

Sinais de síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço significam que é necessário gerir as
exposições às vibrações. Os sintomas, quando estão ligados a exposições abaixo do valor de acção, podem
identificar trabalhadores particularmente susceptíveis a riscos de transmissão de vibrações ao sistema mão-
braço.

16
Figura 2: Exemplos de amplitudes das vibrações para ferramentas comunsj
gamas de valores de vibração para equipamento comum no mercado da ue. estes dados são apenas para ilustração.
para mais pormenores, ver o anexo b.

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
Aceleração ahv (m/s²)
0 5 10 15 20 25 30 35

Serras de
corrente

Martelos de
britagem

Roçadeiras

Martelos
demolidores

Capítulo 2 Ravaliação dos riscos


Rectificadoras

Trituradoras

Berbequins por
percussão

Chaves de
aperto por
percussão
Cinzéis
mecânicos

Calcadores

Martelos
pneumáticos

Martelos
de perfurar

Lixadoras

Serras
de corrente

Calcadores
vibratórios

il il
imum
rc ent rc ent xim
um
Min . pe . pe Ma
25 75

17
2.2 Determinação da duração da exposição
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Observar o trabalho durante uma parte representativa


Para avaliar a exposição diária a vibrações, é do dia de trabalho e registar durante quanto desse
necessária uma estimação do tempo em que os tempo a ferramenta está em funcionamento. Para tal,
operadores das ferramentas estão expostos à vi- pode ser útil um cronómetro ou um registo em vídeo.
bração. A experiência tem mostrado que isto é
frequentemente sobrestimado durante a avalia- Operação intermitente das ferramentas:
ção do risco. Exemplo: Utilização de chave de aperto por percussão
Neste capítulo analisamos qual a informação para apertar porcas das rodas de veículos.
sobre o tempo de exposição que é necessária e Talvez se tenha acesso a informação sobre o número de
o modo de determiná-la. operações realizadas durante o dia de trabalho (por exem-
plo, o número de componentes acabados por dia). Se se
estimar a duração média de uma operação, observando
Antes de poder estimar a exposição diária a vibrações,
o ritmo de trabalho durante um período escolhido como
A(8), é preciso conhecer a duração diária total da
amostra, pode-se então calcular a duração diária total.
exposição à vibração de cada ferramenta ou o
processo utilizado. Só se deve contar o tempo em que No nosso exemplo da chave de aperto por percussão,
o trabalhador está exposto à vibração; não se deve talvez seja conhecido o número de rodas desmontadas
contar um período em que um trabalhador tenha e substituídas por dia e o número de porcas por roda,
pousado o equipamento ou em que esteja a segurá-lo e também é necessário saber quanto tempo leva habitu-
sem estar em funcionamento. almente a tirar ou substituir uma porca.
Os padrões de trabalho têm também de ser cuidadosa-
O tempo de contacto é o tempo durante o qual as mãos mente levados em conta. É possível, por exemplo, que
estão efectivamente expostas à vibração proveniente alguns trabalhadores só usem ferramentas vibratórias du-
da ferramenta ou da peça. Frequentemente, este perío- rante certos períodos de um dia ou de uma semana.
do é muito inferior ao «tempo de trabalho» e é habitu- Devem ser estabelecidos padrões de utilização
almente sobrestimado pelos operadores. habitual, pois serão um importante factor no cál-
O método utilizado para estimar os culo da exposição provável do trabalhador às
tempos de gatilho/arranque? de- vibrações.
pende frequentemente de a utili-
zação da ferramenta ser contínua
ou intermitente:

Operação contínua da ferramen-


ta:
Exemplo: utilização de um triturador
para eliminar grandes quantidades de
um material durante várias horas.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation of human exposure to hand-
transmitted vibration. Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace.

CEN/TR 15350 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted vibration
using available information including that provided by manufacturers of machinery (Vibrações mecânicas –
Orientações para a avaliação da exposição a vibrações transmitidas pela mão usando informação disponível,
incluindo a fornecida pelos fabricantes das máquinas)

18
2.3 Amplitude da vibração

digos europeus harmonizados dos ensaios de vibrações

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
O risco das vibrações transmitidas ao sistema produzidos por entidades de normalização europeias
mão‑braço baseia-se no ahv, o valor total da ou internacionais e (desde 2005) com base na EN ISO
aceleração ponderada em frequência, que é dado 20643. São exemplos a série EN ISO 8662 para as
pela raiz quadrada da soma dos quadrados da ferramentas pneumáticas e outras não eléctricas e a sé-
aceleração, ponderada em frequência, dos três rie EN 60745 para as ferramentas eléctricas.
eixos ortogonais, x, y e z: Os valores de emissão declarados permitem aos com-
pradores comparar as máquinas ensaiadas com o mes-
y z mo código do teste normalizado. Os valores de emis-
são podem mostrar se há grandes diferenças entre
O valor é calculado no ponto em que a vibração
máquinas, para se poderem evitar as ferramentas com
penetra na mão (ver o Anexo B).
altas vibrações.
A informação sobre a vibração utilizada para a
Os dados sobre as emissões fornecidos pelo fabrican-
avaliação da vibração tem de corresponder tanto
tes podem também indicar o nível provável de vibração
quanto possível às emissões prováveis de vi-
transmitida às mãos de um trabalhador ao utilizar uma
brações do equipamento que se pretende utilizar
determinada ferramenta eléctrica. Isto pode ser útil para
da forma que se pretende utilizar.
ajudar a calcular a exposição diária e fazer uma ava-

Capítulo 2 Ravaliação dos riscos


A informação sobre a vibração utilizada para a ava- liação de riscos.
liação da vibração tem de corresponder tanto qu-
Actualmente, os códigos dos ensaios de vibrações ten-
anto possível às emissões prováveis de vibrações do
dem a subestimar a vibração das ferramentas quando
equipamento que se pretende utilizar da forma que
estas são utilizadas no local de trabalho e baseiam-se
se pretende utilizar.
habitualmente em medições num único eixo de vibra-
ção. A CEN/TR 15350 aconselha que, para o cálculo
do risco, o valor de emissão declarado pelo fabricante
seja multiplicado, na maioria dos casos, por um factor
2.3.1 Utilização de dados dependente do tipo de ferramenta:
do fabricante sobre a
Ferramentas com motor de combustão: x1
emissão
Ferramentas pneumáticas: x1,5 a x2
A Directiva «Máquinas» (Directiva
2006/42/CE e, anteriormente, Di- Ferramentas eléctricas: x1,5 a x2
rectiva 98/37/CE, revogada) defi-
Se os fabricantes declaram valores de emissão
ne os requisitos essenciais de saúde e
inferiores a 2,5 m/s², então um valor de 2,5 m/s² deve
segurança para as máquinas vendidas na
ser usado e multiplicado pelo factor apropriado.
União Europeia, incluindo os requisitos específicos
relativos à vibração. Na CEN/TR 15350 são dadas mais informações so-
bre estes factores de multiplicação. Se não houver me-
Entre outros requisitos, a Directiva «Máquinas» obriga os lhor informação e for dada uma série de factores multi-
fabricantes, importadores e fornecedores de máquinas a plicadores, deve ser usado o valor mais alto.
fornecerem informações sobre as emissões de vibrações
ao nível da mão. Estas informações sobre a emissão de Actualmente, estão a ser revistos muitos códigos euro-
vibrações devem ser dadas nas informações ou instru- peus harmonizados dos ensaios de vibrações. A revisão
ções que acompanham a máquina. dos códigos dos ensaios deverá levar a melhores valores
de emissão, que não serão directamente comparáveis
Os valores de emissão de vibrações declarados pelo com dados de emissão anteriores, mas deverão fornecer
fabricante são normalmente obtidos de acordo com có- um guia mais preciso da vibração no local de trabalho.

Bibliografia suplementar:

EN 12096:1997 Mechanical vibration — Declaration and verification of vibration emission values

EN ISO 20643:2005 Mechanical vibration — Hand-held and hand-guided machinery. Principles for evaluation
of vibration emission

CEN/TR 15350: 2005 Mechanical vibration — Guideline for the assessment of exposure to hand-transmitted
vibration using available information including that provided by manufacturers of machinery

19
2.3.2  Utilização de outras fontes de dados 2.3.3  Medição da amplitude da vibração
Há outras fontes de informação sobre as amplitudes das
vibrações que são frequentemente suficientes para se Em muitas situações, não será necessário medir as
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

saber se o valor de acção da exposição ou o valor‑limite amplitudes das vibrações. No entanto, é importante
de exposição são susceptíveis de ser ultrapassados. saber quando se devem realizar medições.

Uma associação comercial ou equivalente num dado


sector pode ter também dados úteis sobre as vibrações
e na Internet há bases de dados internacionais sobre
vibrações que podem responder às necessidades. Para
algumas entidades patronais, isto pode ser suficiente
para uma primeira avaliação do risco de vibrações.
Outras fontes de dados sobre vibrações podem ser
consultores especializados e organismos públicos. Al-
guns dados podem também ser encontrados em várias
publicações técnicas ou científicas e na Internet e alguns
dados sobre vibrações típicas na utilização real podem Em muitas situações, não será necessário
estar disponíveis nos sítios Web dos fabricantes. Dois medir as amplitudes das vibrações. No
sítios Web europeus com dados-padrão dos fabricantes entanto, é importante saber quando se devem
sobre a emissão de vibrações, juntamente com alguns realizar medições.
valores medidos na «utilização real» de uma série de
máquinas, são:
h t t p : / / w w w. v i b r a t i o n . d b . u m u . s e / H a v S o k .
aspx?lang=en
http://www.las-bb.de/karla/
O ideal seria utilizar as informações sobre vibrações
relativas ao equipamento (marca e modelo) que se pre-
tende utilizar. No entanto, se as mesmas não estiverem Pode, por vezes, não ser possível, obter informação
disponíveis, pode-se também utilizar informações rela- adequada (dos fornecedores de equipamento ou de
tivas a equipamento similar, como ponto de partida, outras fontes) sobre a vibração produzida por uma
substituindo-as por dados com valores mais precisos ferramenta ou um processo de trabalho. Nesse caso
quando estes estiverem disponíveis. pode ser necessário fazer medições da vibração no
local de trabalho.
Ao escolher informações publicadas sobre as vibrações,
os factores que é preciso ter em conta ao fazer a escolha A medição de uma vibração é uma tarefa difícil e
são, entre outros, os seguintes: complexa. Pode-se optar por fazer as medições pelos
próprios serviços ou recorrer a um consultor especiali-
• o tipo de equipamento (por exemplo, martelo pneu- zado. Em qualquer caso, é importante que quem quer
mático), que faça as medições tenha suficiente competência e
• a classe de equipamento (por exemplo, potência experiência.
ou tamanho), O que é que se mede?
• a fonte de energia (por exemplo, motor pneumático, A exposição pessoal às vibrações transmitidas ao sis-
hidráulico, eléctrico ou de combustão) tema mão-braço deve ser avaliada usando o método
definido na Norma Europeia EN ISO 5349-1:2001,
• a tarefa para que o equipamento foi utilizado ao
sendo dadas orientações práticas detalhadas sobre a
produzir-se a informação sobre as vibrações,
utilização do método de medição da vibração no local
• det arbejde, udstyret blev anvendt til ved måling af de trabalho na EN ISO 5349‑2:2001.
de pågældende vibrationsdata A amplitude da vibração exprime-se em termos da acele-
• o tipo de material sobre o qual foi utilizado. ração ponderada em frequência da superfície do punho
da ferramenta ou peça de trabalho que está em contacto
Ao utilizar dados publicados sobre as vibrações, é aconse- com a mão (ver Anexo B) e exprime-se em metros por
lhável tentar comparar dados de duas ou mais fontes. segundo ao quadrado (m/s²).

20
Medições das vibrações Nos casos em que se seguram as ferramentas com as
duas mãos, as medições têm de ser feitas em ambas as
As medições devem fazer-se de modo a obterem-se posições das mãos, utilizando-se o valor mais elevado
valores de vibração representativos da vibração média para determinar a exposição às vibrações.
de uma ferramenta ou processo ao longo do período

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
de trabalho do operador. Assim, é importante que as
condições de operação e os períodos de medição
sejam seleccionados de modo a obtê-los.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-1:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-
transmitted vibration — Part 1: General requirements (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da exposição
pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 1: Prescrições gerais)

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-
transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas –
Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática
para a medição no local de trabalho)

Capítulo 2 Ravaliação dos riscos

21
2.4 Cálculo das exposições diárias às vibrações
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

mentas ou processos com maiores valores de exposição


A avaliação da exposição diária a vibrações de- parcial a vibrações são os que devem ter prioridade
pende tanto do nível da vibração como da dura- nas medidas de controlo.
ção da exposição.
Neste capítulo analisamos a forma como a expo-
sição diária a vibrações é calculada a partir das 2.4.3 Incerteza das avaliações da
informações sobre a amplitude da vibração e exposição diária
dos tempos de exposição. A incerteza da avaliação da exposição a vibrações
No Anexo D são indicadas algumas ferramentas depende de muitos factores (ver EN ISO 5349-2:2001),
para simplificar o cálculo das exposições diárias e nomeadamente:
a gestão dos tempos de exposição e no Anexo E • incerteza quanto ao instrumento/calibração,
são apresentados exemplos de cálculo das exposi-
ções diárias a vibrações. • precisão dos dados da fonte (por exemplo, dados
do fabricante sobre a emissão),
• variação dos operadores da máquina (por exemplo,
2.4.1 Exposição diária a vibrações experiência, técnica de operação ou compleição
física),
A exposição diária a vibrações, A(8), calcula-se a partir
de uma amplitude e um tempo de exposição. Tal como • capacidade do trabalhador para reproduzir, du-
a amplitude da vibração, a exposição diária a vibrações rante as medições, o trabalho típico,
expressa-se em metros por segundo ao quadrado (m/s²).
• repetibilidade da tarefa laboral,
No Anexo E são dados exemplos do cálculo das
exposições diárias às vibrações. • factores ambientais (por exemplo, ruído, tempera-
tura),
2.4.2 Exposições parciais a vibrações • variações na máquina (por exemplo, é necessária
manutenção, a máquina foi aquecida?),
Se um trabalhador estiver exposto a mais de uma
fonte de vibração (porque, por exemplo, utiliza duas • desgaste dos componentes inseridos ou dos
ou mais ferramentas ou processos diferentes durante o abrasivos (por exemplo, a lâmina da serra está
dia), as exposições parciais a vibrações calculam-se a afiada, o disco abrasivo está gasto?).
partir da amplitude e da duração de cada um(a). Os
Quando se mede a amplitude da vibração e o tempo
valores das vibrações parciais são combinados de
de exposição, as incertezas associadas à avaliação
forma a darem o valor total da exposição diária, A(8),
de A(8) podem significar que o valor calculado pode
para essa pessoa. No Anexo E é dado um exemplo
variar entre 20% acima e 40% abaixo do valor real.
do cálculo das exposições diárias a vibrações.
Se o tempo de exposição ou a amplitude da vibra-
Cada exposição parcial a vibrações representa o con- ção forem apenas estimados — por exemplo, com
tributo de uma fonte particular de vibração (ferramenta base nas informações do trabalhador (tempo de ex-
ou processo) para o total da exposição diária do traba- posição) ou do fabricante (amplitude) —, então a in-
lhador. O conhecimento dos valores das exposições certeza na avaliação da exposição diária pode ser
parciais ajuda a decidir quanto às prioridades: as ferra- muito superior.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-
transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace (Vibrações mecânicas –
Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prática
para a medição no local de trabalho)

22
Capítulo 3 Eliminação ou redução da
exposição

A avaliação de riscos ajudará a planear as medidas necessárias para prevenir ou controlar

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
adequadamente a exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço.

Neste capítulo mostramos como se pode desenvolver uma estratégia de controlo, estabelecer prioridades
para as actividades de controlo, implementar controlos de risco e monitorizar a eficácia desses
controlos.

3.1 Elaboração de uma estratégia de controlo

dependerá de aspectos práticos dos processos de cada

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


Para controlar o risco é preciso ter uma estratégia que empresa e dos níveis correntes de exposição.
conduza de forma eficaz a uma redução da exposi-
ção a vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. Pode também ser necessário adaptar os controlos
para os trabalhadores que sejam particularmente
Neste capítulo analisamos o processo de elabora- vulneráveis a lesões, como, por exemplo, os
ção de uma estratégia de controlo, incluindo a for- trabalhadores que sejam mais susceptíveis de lesões
ma de estabelecer prioridades para as actividades provocadas por vibrações e apresentem sinais de
de controlo. desenvolver uma lesão mesmo com exposições
abaixo do valor de acção da exposição.

A avaliação de riscos deve permitir a identificação de Exemplo: Utilização da exposição parcial a


métodos para o controlo da exposição. Ao avaliar as ex- vibrações para classificar os riscos.
posições a vibrações, deve-se pensar nos processos de
trabalho que as causam. Compreender as razões pelas Um trabalhador siderúrgico usa duas ferramentas,
quais os trabalhadores estão expostos a vibrações ajuda- um triturador com uma emissão de vibrações de
rá a identificar métodos para reduzi-las ou eliminá-las. 7m/s² durante a utilização e um martelo de
britagem com uma emissão de 16m/s² durante
As fases importantes neste processo de gestão são:
a utilização. O triturador é utilizado durante um
• identificação das principais fontes de vibração; total de 2 ½ horas por dia, o martelo de britagem
durante 15 minutos:
• classificação das mesmas em termos da sua contri-
buição para o risco;
• identificação e avaliação de soluções potenciais • Triturador (7 m/s² durante 2,5 horas):
em termos de praticabilidade e custos; A1(8) = 3,9 m/s²

• estabelecimento de metas que possam realistica-
mente ser alcançadas; • Martelo de britagem (16 m/s² durante 15
minutos): A2(8) = 2,8 m/s²
• afectação de prioridades e estabelecimento de um
«programa de acção»; Exposição total: A(8) = 4,8 m/s2
• definição das responsabilidades de gestão e afec-
tação dos recursos adequados; Embora o martelo de britagem tenha uma amplitu-
de de vibração superior à do triturador, os valores
• implementação do programa; da exposição parcial indicam que a utilização do
• monitorização dos progressos; triturador corresponde a uma maior proporção da
exposição total do trabalhador às vibrações. As-
• avaliação do programa. sim, para começar, o triturador deve constituir o
A abordagem a seguir para reduzir os riscos de alvo principal da redução de riscos.
transmissão de vibrações ao sistema mão-braço

23
A directiva-quadro prevê a seguinte hierarquia para implementar um programa de medidas preventivas:
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

1. evitar os riscos;
2. avaliar os riscos que não possam ser evitados:
3. combater os riscos na origem;
4. adaptar o trabalho ao homem, especialmente no que se refere à concepção dos postos de trabalho, bem
como à escolha dos equipamentos de trabalho e dos métodos de trabalho e de produção, tendo em vista,
nomeadamente, atenuar o trabalho monótono e o trabalho cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre
a saúde;
5. ter em conta o estádio de evolução da técnica;
6. substituir o que é perigosa pelo que é isento de perigo ou menos perigoso;
7. planificar a prevenção com um sistema coerente que integre a técnica, a organização do trabalho, as
condições de trabalho, as relações sociais e a influência dos factores ambientais no trabalho;
8. dar prioridade às medidas de protecção colectiva em relação às medidas de protecção individual;
9. dar instruções adequadas aos trabalhadores.

3.2 Consulta e participação dos trabalhadores

A gestão bem sucedida dos riscos assenta no apoio e tuno para a resolução das questões de saúde e
no envolvimento dos trabalhadores, especialmente dos segurança;
seus representantes. Os representantes podem constituir
um canal eficaz de comunicação com a mão‑de‑obra e • valorizar e levar em conta as opiniões dos traba-
ajudar os trabalhadores a compreenderem e a utiliza- lhadores.
rem as informações sobre a saúde e a segurança.
A consulta pode levar a identificar melhores soluções
Embora algumas soluções para o controlo das vibra- de controlo que sejam bem aceites pelos trabalhado-
ções transmitidas ao sistema mão‑braço sejam bas- res. A eficácia das medidas de controlo dependerá
tante simples, outras exigirão mudanças na forma dos trabalhadores. Em função de uma formação e
como o trabalho está organizado. Essas mudanças supervisão adequadas, os trabalhadores têm o de-
só podem ser eficazmente realizadas em consulta ver de fazer uma utilização correcta das máquinas e
com os representantes dos trabalhadores. de cooperar com a entidade patronal para poderem
estar certos de que o ambiente e condições de traba-
Uma consulta eficaz assenta no seguinte: lho são seguros, de modo a que os riscos para a
segurança e a saúde sejam minimizados e, se possí-
• partilhar com os trabalhadores as informações vel, eliminados. O processo de consulta incentiva o
pertinentes sobre saúde e segurança; envolvimento e a cooperação dos trabalhadores nas
medidas de controlo, garantindo assim uma maior
• dar aos trabalhadores oportunidade de exprimir probabilidade de os controlos serem implementados
as suas opiniões e de contribuir em tempo opor- com êxito.

24
3.3 Controlos dos riscos

Para se manter actualizado sobre ferramentas, consumí-


Para controlar o risco, é necessário eliminar ou veis e acessórios disponíveis, é conveniente fazer regu-
reduzir a exposição a vibrações transmitidas ao lamente uma verificação através de:
sistema mão-braço. Pode também ser viável to-
mar medidas para reduzir a probabilidade de • fornecedores de equipamento;

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
lesões. Provavelmente, um controlo eficaz base- • associação comercial;
ar‑se-á numa combinação de vários métodos..
• outros contactos no sector;
Neste capítulo analisamos a engenharia, a ges-
tão e outros métodos que devem ser considerados • boletins profissionais.
quando se procuram soluções de controlo.
3.3.3 Política de compras
3.3.1 Introdução de outros métodos
de trabalho É necessário garantir que o departamento de compras
tem uma política quanto à compra de equipamento
Talvez haja possibilidade de encontrar métodos de tra- adequado, que leve em conta tanto a emissão de vibra-
balho alternativos que eliminem ou reduzam a exposi- ções como os requisitos operacionais.
ção a vibrações. Isto pode envolver a mecanização ou
Os fabricantes de ferramentas eléctricas (e os importado-

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


automatização de tarefas ou a sua substituição por pro-
cessos de trabalho alternativos. Para manter actualiza- res, fornecedores e empresas de aluguer de ferramentas)
dos os métodos disponíveis, é conveniente fazer regula- deverão poder ajudar na selecção das ferramentas mais
mente uma verificação através de: adequadas e mais seguras para as necessidades particu-
lares de cada empresa. Devem fornecer informações e
3 associação comercial; conselhos úteis acerca da vibração, selecção e gestão
3 outros contactos no sector; das ferramentas. Têm o dever de reduzir os riscos deriva-
dos da vibração a um mínimo e de prestar informações
3 fornecedores de equipamento sobre a gestão dos riscos das vibrações que não tenham
3 boletins profissionais. conseguido eliminar na fase de concepção.
Qualquer fornecedor de ferramentas eléctricas para utili-
zação na Europa tem de cumprir a Directiva «Máquinas
(Directiva 2006/42/CE que revoga a Directiva
98/37/CE), que obriga ao fornecimento de informa-
ções sobre:
3.3.2 Selecção • a emissão de vibrações (tal como referidas no ma-
do equipamento nual de instruções);
• a incerteza da medida.
Além disso, o fornecedor poderá prestar assistência ou
aconselhamento técnicos sobre:
• quaisquer aplicações do equipamento que se supo-
nha aumentarem o risco de lesões pela transmissão
de vibrações ao sistema mão-braço;
• como usar o equipamento de forma segura e quais-
quer requisitos de formação nesse sentido;
É preciso garantir que o equipamento seleccionado ou
afectado às tarefas é adequado e funciona de modo • qualquer formação (para operadores, pessoal de
eficiente. Um equipamento inadequado ou de capaci- manutenção, etc.) recomendada para controlar as
dade insuficiente levará provavelmente muito mais tem- exposições a vibrações transmitidas ao sistema
po a acabar a tarefa e exporá os trabalhadores a vibra- mão-braço;
ções mais tempo do que o necessário.
• como usar o equipamento para tarefas específicas;
Uma selecção cuidadosa dos consumíveis (por exemplo, • a necessidade de qualquer equipamento de protec-
abrasivos para trituradores e lixadoras) ou acessórios de ção individual ao operar as máquinas;
ferramentas (como brocas, cinzéis e lâminas de serras)
• como manter a ferramenta em boas condições;
pode afectar a exposição às vibrações. Alguns fabricantes
fornecem acessórios concebidos para reduzir a exposição • quaisquer características para redução da vibração.
a vibrações.

25
nas frequências que mais contam quando se calcula a
exposição. Se não houver uma selecção cuidadosa, os
A nova Directiva «Máquinas» obriga os
materiais resilientes podem amplificar a vibração em
fabricantes ou fornecedores de máquinas a
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

algumas frequências, aumentando, de facto, a exposi-


indicarem o seguinte no manual de instruções:
ção às vibrações.
«indicações acerca das vibrações transmitidas
Força de preensão e força de carga
pela máquina aos membros superiores:
A redução da força de preensão e da força de carga
• «valor total das vibrações a que estão
exercida através da mão reduz a vibração que passa
expostos os membros superiores, se for
para a mão e o braço do utilizador. Estas forças podem
igual ou superior a 2,5 m/s2. Se esse
ter de suportar a ferramenta ou peça de trabalho, con-
nível não ultrapassar 2,5 m/s2, o facto
trolar ou guiar a máquina ou atingir elevadas taxas de
deve ser mencionado»
trabalho. No entanto, as forças realmente aplicadas
podem ser superiores ao que é necessário para um tra-
balho eficaz, devido a uma selecção incorrecta do
equipamento, manutenção inadequada, formação insu-
ficiente ou deficiente concepção do posto de trabalho.
Ao seleccionar as ferramentas, é também necessário
considerar factores ergonómicos e outros, como: Alguns métodos para reduzir a força de preensão e a
força de carga são:
• peso da ferramenta;
• concepção e conforto do punho; • quando há peças de trabalho pesadas que são tri-
• força de preensão; turadas à mão em trituradores com pedestal, o
apoio para toda a peça significará que o trabalha-
• facilidade de utilização e manuseamento; dor só precisa de o guiar até à roda, em vez de
• frio resultante da superfície da pega ou do ar de suportar todo o peso;
exaustão das ferramentas pneumáticas;
• podem ser usadas cadeias tensoras (por vezes cha-
• ruído e madas equilibradores) e manipuladores para supor-
• poeiras. te das ferramentas vibratórias, como brocas pesa-
das, trituradores, chaves de aperto, máquinas de
Os fabricantes ou fornecedores podem estar dispostos a pregar (em alguns casos) e cinzéis pneumáticos,
emprestar ferramentas de amostra para um teste. É con- dispensando o operador de suportar o peso da fer-
veniente usar essa oportunidade e levar em conta as opi- ramenta;
niões dos trabalhadores com base nos testes práticos. A
eficácia da ferramenta é importante: uma ferramenta que • variações da textura e do material da superfície da
leve muito tempo a fazer o trabalho não será muito popu- pega podem permitir que o operador use uma me-
lar e poderia levar a uma maior exposição às vibrações nor força para segurar e controlar a ferramenta;
do que uma ferramenta eficaz com uma maior amplitude • a utilização de técnicas como o bench-felling na sil-
de vibração. No entanto, ferramentas demasiado poten- vicultura, em que a serra de corrente escorrega ao
tes para a tarefa poderiam levar a uma exposição a longo do toro durante a desramação, em vez de se
amplitudes de vibrações demasiado elevadas. segurar em todo o peso da serra em permanência.

3.3.4 Concepção do posto de trabalho 3.3.5 Formação e informação aos


trabalhadores
Calibradores e punhos antivibráticos
Os calibradores e ajudas similares que integrem supor-
tes antivibráticos podem ajudar a evitar a necessidade É importante fornecer aos operadores e supervisores in-
de segurar as superfícies vibratórias. formações sobre:

Os punhos «antivibráticos» podem reduzir a vibração, • as potenciais lesões devidas ao equipamento de


mas uma selecção incorrecta deste tipo de punho pode, trabalho em utilização;
na realidade, aumentar a vibração na mão, pelo que
• os valores-limite de exposição e os valores de ac-
só devem ser usados punhos aprovados pelo fabricante
ção da exposição;
da ferramenta.
• os resultados da avaliação do risco de vibrações e
Materiais resilientes de quaisquer medições das mesmas;
Enrolar borracha ou outros materiais resilientes em volta • as medidas de controlo que estão a ser usadas
de punhos vibratórios pode melhorar o conforto, mas para eliminar ou reduzir os riscos resultantes da
dificilmente reduzirá de forma significativa a vibração transmissão de vibrações ao sistema mão-braço;

26
• práticas de trabalho seguras que minimizem a ex- balho podem ter para a saúde. Devem ser incentivados
posição às vibrações mecânicas; a deixar de fumar ou a fumar menos, pois o fumo pode
prejudicar a circulação sanguínea. Os trabalhadores
• porquê e como detectar e notificar sinais de uma
devem também estar conscientes de que a utilização de
lesão;
ferramentas eléctricas para trabalho feito pelo próprio
• porquê e como informar que há máquinas a preci- em casa ou actividades como andar de motocicleta se
sar de manutenção; somarão às exposições diárias às vibrações, aumentan-
• como e quando desmantelar ferramentas inseridas do assim o risco de desenvolver uma lesão por vibra-

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
ou consumíveis que contribuam para um excesso ções transmitidas ao sistema mão-braço.
de exposições às vibrações;
• as circunstâncias em que os trabalhadores têm di- 3.3.6 Horários de trabalho
reito à vigilância da saúde. Para controlar os riscos resultantes da vibrações transmi-
Será necessário confiar nos operadores de ferramentas tidas ao sistema mão-braço pode ser necessário limitar
e processos vibratórios para tornar eficazes as medidas o tempo que os trabalhadores estão expostos à vibra-
de controlo. A implementação das medidas de controlo ção resultante de algumas ferramentas ou processos.
deve ser feita em consulta com os trabalhadores e os Recomenda-se que o trabalho seja planificado para evi-
seus representantes. Os trabalhadores têm o dever de tar que os trabalhadores estejam expostos à vibração
cooperar quando são tomadas medidas para cumprir durante períodos longos e contínuos.
as directivas europeias relativas à saúde e à seguran- É preciso assegurar que novos padrões de trabalho
ça. sejam adequadamente supervisados, para garantir

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


Os trabalhadores devem receber formação em técnicas que os trabalhadores não regressam a padrões de tra-
de trabalho, para poderem, por exemplo, evitar agarrar, balho anteriores. Se os trabalhadores forem pagos
empurrar ou guiar as ferramentas com demasiada força e segundo os resultados, os sistemas devem ser concebi-
garantir que as ferramentas são operadas de forma segura dos de modo a evitar um trabalho intensivo por alguns
e com a máxima eficácia. Precisam também de formação trabalhadores, com poucos intervalos na exposição.
para reconhecer quando uma máquina está a precisar de
manutenção.
3.3.7 Medidas colectivas
Com algumas ferramentas, as mãos do operador têm de
Quando diversas empresas partilham um local de traba-
estar na posição correcta para evitar uma maior exposi-
lho, as várias entidades patronais têm de cooperar na
ção às vibrações. Muitas ferramentas em que as vibrações
foram reduzidas, como martelos demolidores com punhos implementação das disposições relativas à segurança e
suspensos, produzem altas emissões de vibrações, se o saúde. Isto pode significar, por exemplo, que uma das
operador empurrar para baixo com demasiada força en- empresas se responsabilize pela compra ou aluguer de
quanto opera com essas ferramentas (os martelos pneumá- máquinas de baixa vibração, quando as máquinas são
ticos podem também produzir uma alta emissão de vibra- partilhadas entre muitos adjudicatários a trabalhar num
ções, se a ferramenta for levantada durante a operação estaleiro de construção.
para, por exemplo, tirar a broca de um buraco).
O fabricante deve dar indicações quanto a quaisquer 3.3.8 Vestuário e protecção individual
requisitos de formação, podendo disponibilizar forma-
O equipamento de protecção individual é um último
ção para os operadores. Os trabalhadores podem tam-
domínio para a protecção contra os perigos no traba-
bém ser incentivados a apoiar a ferramenta, tanto quan-
lho e só deve ser considerado como um meio de contro-
to possível, no material que está a ser trabalhado (ou,
lo a longo prazo, após terem sido exploradas todas as
no caso de peças de trabalho manuais, em qualquer
outras opções.
suporte fornecido) e a segurá-la com leveza, mas com
segurança.
Protecção contra a vibração
Serão necessárias formação e supervisão para garantir
As luvas comercializadas como «antivibráticas» ou «an-
que os trabalhadores se estão a proteger a si próprios
tivibração» devem ter a marca CE, indicando que fo-
contra o desenvolvimento de uma doença relacionada
ram ensaiadas e consideradas como cumprindo os re-
com vibrações. Devem ser incentivados a comunicar
quisitos da EN  ISO  10819:1997. No entanto, esta
quaisquer sintomas que possam ser associados à vibra-
norma não indica dados de desempenho detalhados
ção ou à utilização de ferramentas eléctricas, etc. Se
para as luvas, pelo que é necessário avaliar separada-
estiverem a participar num programa de vigilância da
mente a protecção dada pelas luvas antivibráticas,
saúde, isso pode constituir uma oportunidade para uma
como previsto na directiva de 1992 relativa aos equi-
discussão personalizada sobre o perigo das vibrações
pamentos de protecção individual no trabalho.
e a forma de reduzir o risco de lesão.
Os trabalhadores devem também ser informados sobre As luvas antivibráticas não proporcionam uma redução
o impacto que actividades não relacionadas com o tra- significativa do risco a frequências inferiores a 150Hz

27
(9000 rotações por minuto). Isto significa que, para a da sua eficácia para manterem as mãos e o corpo
maioria das ferramentas manuais eléctricas, a redução da quentes e secos nas condições de trabalho.
amplitude ponderada em frequência da vibração propor-
cionada pelas luvas antivibráticas é negligenciável. As
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

3.3.9 Manutenção
luvas antivibráticas podem proporcionar alguma redução
do risco de vibrações no caso das ferramentas que ope- A manutenção regular das ferramentas eléctricas e outro
ram a altas velocidades de rotação (ou que produzem equipamento de trabalho ajudará frequentemente a
vibrações a altas frequências) e que não são agarradas manter as amplitudes das vibrações ao nível mínimo
com muita força. No entanto, esta redução do risco não necessário, pelo que se deve:
pode ser facilmente quantificada, pelo que normalmente • manter bem afiadas as ferramentas de corte;
não se pode confiar nas luvas para se conseguir protec-
ção contra as vibrações transmitidas ao sistema mão-bra- • reparar os trituradores correctamente,
ço. seguindo as recomendações do fabri
cante;
Protecção contra o frio • lubrificar quaisquer peças móveis,
Uma baixa temperatura do corpo au- de acordo com as recomendações
menta o risco de dedo branco, devido do fabricante;
à diminuição da circulação sanguínea. • substituir as peças gastas;
Assim, no caso de tempo frio, deve-se
evitar trabalhar no exterior, se for possí- • fazer verificações da calibragem e as
vel. Se se tiver de trabalhar no exterior, correcções necessárias;
então pode‑se recorrer a algumas má- • substituir os suportes antivibráticos e os
quinas, como as serras de corrente, punhos suspensos antes de se deterio
que têm punhos aquecidos para aju- rarem (procurar sinais de deterioração
dar a manter as mãos quentes. ou de fissuras, de aumento de volume,
A temperatura num local de trabalho de amolecimento ou de endurecimen
interior deve proporcionar um conforto to, nos apoios em borracha);
razoável sem necessidade de vestuá- • verificar e substituir amortecedores de
rio especial e ser normalmente de pelo vibrações, mancais e engrenagens
menos 16º C. Devem-se evitar máqui- defeituosos;
nas que possam arrefecer as mãos,
como, por exemplo, máquinas com • afiar os dentes das serras de corrente
caixa de aço ou ferramentas pneumáticas que expulsem e manter a tensão da corrente
o ar de exaustão para as mãos do operador. correcta;

Se o frio fizer aumentar o risco de transmissão de vibra- • afinar os motores.


ções ao sistema mão-braço, deve ser fornecido vestuá-
rio quente e luvas. As luvas e outro vestuário devem ser
avaliados em função de terem o tamanho adequado e

28
3.4 Monitorização e reavaliação

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação


dos riscos?
A gestão da exposição às vibrações é um pro-
cesso contínuo. É necessário garantir que os sis- Será necessário reavaliar os riscos derivados da
temas de controlo estão a ser usados e a dar os vibração, e a forma de controlá-los, sempre que houver

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
resultados esperados. no local de trabalho alterações que possam afectar o
nível de exposição, tais como:
Neste capítulo analisamos a forma de monitori-
zar os controlos das vibrações e o momento de • a introdução de máquinas ou processos diferentes
repetir a avaliação dos riscos. • alterações no padrão ou nos métodos de trabalho
• alterações no número de horas trabalhadas com o
equipamento vibratório
• a introdução de novas medidas de controlo das
3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações.
vibrações transmitidas ao sistema
mão-braço estão a funcionar? Será também necessário reavaliar os riscos, se houver
indicações (por exemplo, vindas da vigilância da

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


Será necessário rever periodicamente os controlos das saúde) de que os controlos existentes não são
vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, para garantir eficazes.
que continuam a ser pertinentes e eficazes. É preciso:
O grau da reavaliação dependerá da natureza das
alterações e do número de pessoas por elas afectadas.
• Verificar regularmente que gestores e trabalhadores
Uma alteração no número de horas ou nos padrões de
continuam a realizar o programa de controlos intro-
trabalho pode exigir um novo cálculo da exposição
duzido;
diária para os trabalhadores afectados, mas não
• Falar regularmente com os gestores, supervisores, mudará necessariamente as amplitudes das vibrações.
trabalhadores e representantes da segurança ou A introdução de novas máquinas ou processos pode
dos trabalhadores sobre se há quaisquer problemas exigir uma reavaliação total.
de vibrações com o equipamento ou a forma como
está a ser usado; É conveniente rever a avaliação dos riscos e das práticas
de trabalho a intervalos regulares, mesmo que nada
• Verificar os resultados da vigilância da saúde e tenha mudado de uma forma evidente. Pode, num dado
discutir com o responsável pela saúde no trabalho ramo, haver novas tecnologias, concepções de
se os controlos parecem ser eficazes ou precisam ferramentas ou formas de trabalhar que permitam reduzir
de ser mudados. mais os riscos.

29
C apítulo 4 Vigilância da S aúde

Parte 1 Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –
A vigilância da saúde diz respeito à aplicação de procedimentos sistemáticos, regulares e adequados para a
despistagem de doenças profissionais e à adopção de medidas em função dos resultados. Os objectivos são,
antes de mais, proteger a saúde dos trabalhadores (nomeadamente pela identificação e protecção dos
trabalhadores mais vulneráveis), mas também verificar a eficácia a longo prazo das medidas de controlo.

A vigilância da saúde é claramente uma competência dos Estados-Membros e, além disso, há diferenças nas
práticas nesta matéria na União Europeia. Não é intenção do presente guia fornecer orientações definitivas
a este respeito. Neste capítulo reafirmamos os requisitos em matéria de vigilância da saúde previstos na
Directiva «Vibrações» revemos algumas das técnicas de avaliação disponíveis.

Algumas técnicas de vigilância da saúde relacionadas com lesões do sistema mão‑braço são descritas no
Anexo F.

Capítulo 4 Vigilância da Saúde


4.1 Quando é necessária a vigilância da 4.2 Que registos são necessários?
saúde?
Os Estados-Membros devem adoptar disposições para Os Estados-Membros estabelecerão disposições para
assegurar uma adequada vigilância da saúde dos garantir que, para cada trabalhador sujeito a vigilância
trabalhadores nos casos em que a avaliação do risco da saúde, sejam criados e mantidos actualizados
de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço registos individuais de saúde. Os registos de saúde
indicar um risco para a sua saúde. O serviço de conterão um resumo dos resultados dos exames de
vigilância da saúde, incluindo os requisitos especificados vigilância da saúde realizados. Os registos serão
para os registos de saúde e a sua disponibilidade, será mantidos de forma adequada a permitir qualquer
introduzido de acordo com a legislação e/ou a prática consulta numa data ulterior, levando em conta a sua
nacional. confidencialidade.
As entidades patronais devem proporcionar as medidas Serão enviadas cópias dos registos adequados à
adequadas de vigilância da saúde nos casos em que a autoridade competente, se esta o solicitar. Cada
avaliação revele riscos para a saúde dos trabalhadores. trabalhador terá acesso, se o solicitar, aos registos de
A vigilância da saúde deve ser prevista para os saúde que lhe digam pessoalmente respeito.
trabalhadores que estejam em risco de lesões provocadas
por vibrações, se:

• a exposição dos trabalhadores às vibrações for tal 4.3 Que fazer se for identificada uma
que permita estabelecer uma ligação entre essa lesão?
exposição e uma doença identificável ou efeitos
nocivos para a saúde, Se os resultados da vigilância da saúde revelarem que
um trabalhador sofre de uma doença ou de uma afecção
• houver probabilidade de a doença ou os efeitos identificáveis que sejam consideradas por um médico
ocorrerem nas condições particulares de trabalho ou um profissional de cuidados de saúde no trabalho
de um trabalhador e como resultante da exposição a vibrações mecânicas
no trabalho:
• houver técnicas válidas que permitam detectar a
Informações para o trabalhador
doença ou os efeitos nocivos para a saúde.
O trabalhador deve ser informado, pelo médico ou por
De qualquer modo, os trabalhadores cuja exposição outra pessoa devidamente qualificada, dos resultados
diária a vibrações exceda o valor de acção da da vigilância da saúde a que foi sujeito. Em particular,
exposição diária têm direito a uma vigilância apropriada os trabalhadores devem ser informados e aconselhados
da saúde. sobre qualquer vigilância da saúde a que se devam
submeter após o final da exposição.

31
Informações para a entidade patronal qualificada ou da autoridade competente ao aplicar
quaisquer medidas necessárias para eliminar ou
A entidade patronal deve ser informada de quaisquer
reduzir os riscos da exposição do sistema mão-braço
resultados significativos obtidos no âmbito da vigilância
às vibrações, incluindo a possibilidade de afectar o
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

da saúde, levando em conta a necessária confidenciali-


trabalhador a uma função alternativa na qual não
dade médica.
haja riscos de mais exposição.
Acções da entidade patronal
• Rever a avaliação dos riscos de transmissão de • Prever uma vigilância contínua da saúde e um
vibrações ao sistema mão-braço. exame do estado de saúde de qualquer outro
trabalhador que tenha tido uma exposição similar.
• Rever as medidas previstas para eliminar ou reduzir Nestes casos, o médico ou o profissional de
os riscos devidos à exposição do sistema mão- cuidados de saúde no trabalho ou a autoridade
braço às vibrações. competente podem propor que os trabalhadores
expostos sejam sujeitos a um exame médico.
• Ter em conta o parecer do profissional de cuidados
de saúde no trabalho ou de outra pessoa devidamente

32
A nexo A Resumo das responsabilidades definidas
pela directiva 2002/44/CE

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


Quadro A.1 - Resumo das responsabilidades definidas pela Directiva 2002/44/CE
Artigo da Quem Quando Requisito
directiva
Artigo 4 Entidade Risco potencial de Determinação e avaliação do risco:
patronal vibrações transmitidas 3 Recorrer a pessoas ou serviços que sejam competentes
ao sistema mão-braço para avaliar o risco de transmissão de vibrações ao sistema
mão-braço
3 Dispor de uma avaliação dos riscos
3 Identificar as medidas a tomar para controlar a exposição
dos trabalhadores e informação e formação dos mesmos
3 Manter actualizada a avaliação dos riscos
Artigo 5 Entidade Riscos devidos à Eliminação ou redução da exposição:
patronal vibração 3 Tomar medidas de carácter geral para eliminar as
exposições ou reduzi-las a um mínimo.
Exposições acima do 3 Estabelecer e aplicar um programa de medidas para
valor de acção da eliminar, ou reduzir a um mínimo, as exposições a riscos
exposição de transmissão de vibrações ao sistema mão-braço
Exposições acima do 3 Tomar medidas imediatas para prevenir a exposição

Parte 1
Anexo A-H
valor-limite de acima do valor limite
exposição 3 Apurar as razões pelas quais o valor limite das expo-
sições foi ultrapassado
Trabalha-dores em 3 Adaptação às necessidades dos trabalhadores em situ-
situação particular de ação particular de risco
risco
Artigo 6 Entidade Trabalha-dores em Informação e formação dos trabalhadores:
patronal risco de vibrações 3 Para todos os trabalhadores expostos a riscos de
transmitidas ao sistema transmissão de vibrações ao sistema mão-braço.
mão-braço
Artigo 7 Entidade Trabalha-dores em Consulta e participação dos trabalhadores:
patronal risco de vibrações 3 Consultar, de forma equilibrada e em tempo útil, os
transmitidas ao sistema trabalhadores e os seus representantes sobre a avaliação
mão-braço dos riscos, as medidas de controlo, a vigilância da saúde
e a formação.
Artigo 8 Médico ou Em caso de doença Vigilância da saúde:
pessoa 3 Informar o trabalhador dos resultados da vigilância da
devidamen-te saúde
qualificada
3 Dar informações e recomendações ao trabalhador sobre
qualquer exame de saúde a que ele se deva submeter
após o final da exposição
3 Transmitir à entidade patronal os resultados mais
significativos das medidas de vigilância da saúde
Entidade Em caso de doença 3 Rever a avaliação de riscos
patronal 3 Prosseguir com a eliminação ou redução dos riscos
3 Reexaminar o estado de saúde dos trabalhadores que
tenham estado expostos de forma semelhante
Entidade Exposições acima do 3 Os trabalhadores têm direito a uma vigilância da saúde
patronal valor de acção da adequada
exposição

33
A nexo B O que é uma vibração?
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

B.1 O que é uma B.3 O que é a frequência e a


vibração? ponderação em frequência?
As vibrações surgem quando um A frequência é o número de vezes por segundo que o
corpo oscila devido a forças corpo vibratório se desloca para a frente e para trás.
externas e internas (ver Figura B.1). Exprime-se em ciclos por segundo, habitualmente mais
No caso das vibrações transmitidas conhecido como hertz (cuja abreviatura é Hz). No caso
ao sistema mão-braço, o punho de das ferramentas rotativas, a frequência dominante é
uma máquina ou a superfície da habitualmente determinada pela velocidade de rotação
peça de trabalho vibra rapidamente da ferramenta (habitualmente expressa pelo número de
e esse movimento é transmitido à rotações por minuto ou rpm; dividindo as rpm por 60,
mão e ao braço. tem-se a frequência em Hz).
Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-braço,
B.2 O que se mede? as frequências consideradas como importantes variam
Uma vibração define-se pela sua entre cerca de 8 Hz e 1000 Hz. No entanto, como o
amplitude e frequência. A ampli- risco de lesão da mão não é igual em todas as
Figura B.1 Vibrações frequências, usa-se a ponderação em frequência para
tude de vibração poderia ex-
transmitidas ao sistema representar a probabilidade de lesão resultante das
pressar-se como a deslocação
mão-braço diferentes frequências. Assim, a aceleração ponderada
da vibração (em metros), a velo-
cidade da vibração (em metros diminui quando a frequência aumenta. Para as
por segundo) ou a aceleração da vibração (em metros vibrações transmitidas ao sistema mão-braço, só se
por segundo por segundo ou m/s²). Na sua maioria, os usa uma ponderação da curva de frequência para o
transdutores de vibrações produzem um resultado que conjunto dos três eixos.
está relacionado com a aceleração; assim, a acele-
ração tem sido tradicionalmente utilizada para descre-
ver a vibração.
B.4 Que parâmetros da vibração são
usados para a avaliação da
Para obter uma imagem completa da vibração sobre exposição?
uma superfície, a vibração tem de ser medida em três
eixos, como ilustrado na Figura B.2. A partir de cada eixo de vibração mede-se a aceleração
ponderada em frequência, que é dada pela raiz
quadrada da soma dos quadrados da aceleração, que
se designa por . O valor utilizado para a avaliação da
exposição é o valor total das vibrações, que combina
os três valores de para os eixos x, y e z, usando a
fórmula:

y z

Figura B.2 - Eixos da medição de vibrações transmitidas ao sistema


Alguns exemplos dos valores totais das vibrações de
mão‑braço
ferramentas eléctricas manuais comuns são indicados
Figura B.3.

34
Figura B.3 Exemplos de amplitudes das vibrações de ferramentas comuns
Dados baseados em medições das vibrações no local de trabalho para os valores totais das vibrações ahv (ver
Capítulo 2.3) pelo HSL e o INRS entre 1997 e 2005. Estes dados são apenas para ilustração e podem não ser
representativos da utilização das máquinas em todas as circunstâncias. O 25.º e o 75.º pontos percentis indicam a

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


amplitude da vibração que é igual ou superior a 25% ou 75% dos casos.

Aceleração ahv (m/s2)

0 5 10 15 20 25 30 35

Serras de
corrente

Martelos de
britagem

Roçadeiras

Martelos
demolidores

Rectificadoras

Parte 1
Anexo A-H
Trituradoras

Berbequins por
percussão

Chaves de
aperto por
percussão
Cinzéis
mecânicos

Calcadores

Martelos
pneumáticos

Martelos
de perfurar

Lixadoras

Serras
de corrente

Calcadores
vibratórios
Exemplos 25. e 75. percentis

35
brações) sejam cuidadosamente seleccionados. A vi-
B.5 Que instrumentos devem ser bração em máquinas manuais e guiadas à mão pode ser
utilizados? muito elevada e pode facilmente sobrecarregar transdu-
tores inadequados. A fixação de transdutores aos punhos
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

O equipamento de medição das vibrações transmitidas


ao sistema mão-braço deve cumprir as especificações da da máquina requer sistemas de montagem que sejam rí-
EN ISO 8041:2005 quanto aos instrumentos de me- gidos, leves e compactos. Para mais informações e orien-
dição das vibrações transmitidas ao sistema mão-braço. tações sobre a selecção de transdutores e métodos de
É importante que os acelerómetros (transdutores de vi- montagem, consultar a EN ISO 5349-2:2001.

Bibliografia suplementar:

EN ISO 5349-2:2001 Mechanical vibration — Measurement and evaluation de human exposure to hand-
transmitted vibration — Part 2: Practical guidance for measurement at the workplace workplace (Vibrações
mecânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação
prática para a medição no local de trabalho)

36
A nexo c Riscos para a saúde, sinais e sintomas

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


Os trabalhadores regularmente expostos a um ex-
cesso de vibrações transmitidas ao sistema mão- pode interferir com a actividade laboral, aumentan-
braço podem, a longo prazo, sofrer de perturba- do o risco de lesões graves devido a acidentes.
ções da circulação sanguínea nos dedos e com as Estudos epidemiológicos mostraram que a pro-
funções neurológicas e locomotoras da mão e do babilidade e a severidade do embranquecimen-
braço. Utiliza-se o termo síndroma das vibrações to são influenciadas pelas características da ex-
transmitidas ao sistema mão-braço para designar posição às vibrações e da duração da
estas patologias de carácter complexo. exposição, o tipo de ferramenta e processo de
trabalho, as condições ambientais (temperatura,
A síndroma das vibrações transmitidas ao sistema
circulação do ar, humidade, ruído), alguns facto-
mão-braço tem impacto na vida social e familiar. Os
res biodinâmicos e ergonómicos (força de pre-
problemas periódicos com a circulação sanguínea
ensão, força de carga, posição do braço) e
não vão ocorrer apenas durante o trabalho, mas tam-
várias características individuais (susceptibilidade indivi-
bém, por exemplo, quando se está a lavar o carro ou a
dual, doenças e agentes como o fumo e certos medica-
assistir a uma prova desportiva ao ar livre. Pode tornar-se
mentos que afectam a circulação periférica).
difícil executar tarefas diárias como, por exemplo, aboto-
ar uma peça de roupa com botões pequenos.
As patologias vasculares, patologias neurológicas e ano- C.2 Patologias neurológicas
malias ósseas e articulares causadas por uma vibração Os trabalhadores expostos a uma vibração dos braços
dos braços transmitida pelas mãos são doenças profissio- transmitida pelas mãos podem sentir formigueiro e entorpe-
nais reconhecidas em vários países europeus. cimento nos dedos e mãos. Se a exposição às vibrações

Parte 1
Anexo A-H
continuar, estes sintomas tendem a piorar e podem interferir
com a capacidade de trabalho e as actividades diárias. Os
C.1 Patologias vasculares trabalhadores expostos a vibrações podem apresentar uma
Em trabalhadores expostos a uma vibração dos braços redução da sensação normal de tacto e temperatura, assim
transmitida pelas mãos podem ocorrer episódios em como uma diminuição da destreza manual.
que os dedos ficam brancos, o que habitualmente é
desencadeado por uma exposição ao frio. Este sintoma
é causado por uma interrupção temporária da circula- C.3 Síndroma do túnel carpelar
ção sanguínea nos dedos. A investigação epidemiológica de trabalhadores mostrou
Para descrever as patologias vasculares induzidas por também que a utilização de ferramentas vibratórias em com-
vibrações têm sido usados vários termos: binação com movimentos repetitivos, como a preensão de
objectos de modo forçado e com posturas desadequadas
• dedo morto ou dedo branco, pode aumentar o risco de síndroma do túnel carpelar.
• fenómeno de Raynaud de origem profissional,
• dedo branco induzido por vibrações. C.4 Patologias músculo-esqueléticas
Inicialmente, ficam brancas as pontas de um ou mais Os trabalhadores com exposição prolongada a vibra-
dedos, mas, com a continuação da exposição às vibra- ções podem queixar-se de fraqueza muscular, dores nas
ções, esse embranquecimento pode estender-se à base mãos e braços e redução da força muscular. Estas pato-
dos dedos. Quando o fluxo sanguíneo volta aos dedos logias parecem relacionar-se com factores de stress er-
(o que habitualmente se deve ao calor ou a uma massa- gonómico resultante de um trabalho manual pesado.
gem local), os dedos ficam vermelhos, frequentemente Foi detectada uma ocorrência excessiva de osteoartrite
com sensação de dor. É mais frequente os dedos ficarem do pulso e do cotovelo, bem como o endurecimento de
brancos no Inverno do que no Verão. A duração varia tecido mole (ossificação) nos pontos de ligação dos ten-
com a intensidade dos estímulos de vibração, podendo dões, sobretudo no cotovelo, em mineiros, trabalhado-
ir de alguns minutos a mais de uma hora. res de construção de estradas e operadores de ferra-
mentas de percussão a trabalhar com metais.
Se a exposição às vibrações continuar, o embranqueci-
mento torna-se mais frequente, afectando mais dedos. Es- Outras patologias relacionadas com o trabalho foram rela-
ses episódios podem verificar-se durante todo o ano mes- tadas em trabalhadores expostos a vibrações, como a infla-
mo com pequenas reduções da temperatura. Durante mação de tendões (tendinite) e respectivas baínhas nos
essas fases, o trabalhador afectado pode sofrer de uma membros superiores e a contractura de Dupuytren, uma do-
perda completa do tacto e da destreza manual, o que ença dos tecidos fasciais da palma da mão.

37
A nexo d Ferramentas para calcular as exposições
diárias
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

D.1 Ferramentas baseadas na Internet exposições não devem ser assumidas como “seguras”.
Pode haver um risco de lesão por transmissão de vibra-
Para simplificar o processo de cálculo da exposição ções ao sistema mão-braço para exposições abaixo do
diária a vibrações, estão disponíveis algumas valor de acção da exposição, pelo que algumas expo-
calculadoras baseadas na Internet, como, por sições incluídas na área verde podem causar lesões
exemplo:
provocadas por vibrações a alguns trabalhadores, es-
http://www.hse.gov.uk/vibration/hav/vibrationcalc. pecialmente após muitos anos de exposição.
htm
h t t p : / / w w w. d b . u m u . s e / k a l k y l a t o r.
aspx?calc=hav&lang=en
D.3 Nomograma da exposição diária
O nomograma da Figura D.2 fornece um método
h t t p : / / w w w. h v b g . d e / d / b i a / p r a / s o f t w a /
alternativo simples para obter exposições diárias às
kennwertrechner/index.html
vibrações sem usar as equações. Para cada ferramenta
ou processo:
D.2 Gráfico da exposição diária 1. Desenhar uma linha que vá desde um ponto na
O gráfico da Figura D.1 fornece um método alternativo escala do lado esquerdo (que representa a amplitude
simples para procurar as exposições diárias ou da vibração) até um ponto na escala do lado direito
exposições parciais a vibrações sem necessidade de (que representa o tempo de exposição);
uma calculadora. 2. Fazer a leitura das exposições parciais no ponto em
Basta procurar no gráfico, sobre uma linha A(8), o que as linhas cruzam a escala central;
ponto em que a linha da amplitude da vibração
3. Achar o quadrado de cada valor parcial de
intersecta linha do tempo de exposição ou o ponto de
exposição a vibrações;
uma linha A(8) imediatamente acima dessa
intersecção. 4. Somar o valor de todos os quadrados;
A área verde da Figura D1 indica exposições provavel- 5. Achar a raiz quadrada do resultado para ter o valor
mente abaixo do valor de acção da exposição. Estas global da exposição diária a vibrações A(8).

38
Figura D.1 Gráfico da exposição diária

16

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


Exemplo:
4m/s2 durante 4 h 30 min
14 dà A(8)=3m/s2

12
Amplititude das vibrações (m/s2)

10

A(8)=10m/s2

8 A(8)=9m/s2

Parte 1
Anexo A-H
A(8)=8m/s2

A(8)=7m/s2
6

A(8)=6m/s2

A(8)=5m/s2
4
A(8)=4m/s2

A(8)=3m/s2
2 A(8)=2,5m/s2
A(8)=2m/s2

A(8)=1m/s2

0
0:00

0:30

1:00

1:30

2:00

2:30

3:00

3:30

4:00

4:30

5:00

5:30

6:00

6:30

7:00

7:30

8:00

8:30

9:00

9:30
10:00

Tempo de exposição (hh:mm)

39
Figura D.2 Nomograma da exposição do sistema mão-braço às vibrações
Aceleração Exposição Pontos de Tempo de
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

ponderada Parcial a Exposição a Eposição


ahv Vibrações Vibrações Diária
(m/s2) Ai(8) ni T
40 (m/s2)

40
30
30 10
8
20 6
20 5
15
4
10 1600 3
15
8
800
6 2

Horas
Valor limite de exp. 5 m/s 2
400 100
1,5
10 4 80
200
3 1,0 60
8 Valor de acção da exp. 2,5 m/s2 100 0,8
2 40
0,6
50
1,5 0,5 30
6
25

Minutos
5 1,0 16 20
0,8 15
4 8
0,6
0,5 4 10
0,4 8
3 2
0,3 6
1 5
0,2 4
2
3

0,1 2
1,5 Instruções:
Para cada exposição traçar uma linha entre a aceleraçãoo ponderada e o tempo de
exposição. Ler a exposição a vibrações A(8)I, ou os pontos de exposição ni, no ponto
em que a linha cruza a escala central. Escrever os valores no quadro respectivo
abaixo. 1
1,0 Para os valores de A(8): Para os valores de n,:
Elevar ao quadrado e somar os valores Somar os valores dos resultados para
de A(8). Achar a raíz quadrada do obter um total dos pontos diários, n
0,8 resultado para obter a exposição diária Usar a escala central para converter o
às vibrações A(8) valor de n para A(8)
Ai(8) Ai(8)2 ni
0,6
Exposição 1 Exposição 1
0,5 Exposição 2 Exposição 2

Exposição 3 Exposição 3

Exposição 4 Exposição 4

Exposição 5 Exposição 5

∑Ai(8)2 = n = ∑ni =
A(8) = ∑Ai(8) =
2
A(8) =

40
D.4 Sistema de pontos de exposição Em geral, o número de pontos de exposição,PE é
A gestão da exposição a vibrações transmitidas ao sis- definido por:
tema mão-braço pode ser simplificada usando-se um
sistema de «pontos» de exposição. Para qualquer ferra-

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


menta ou processo, o número de pontos de exposição
horas
acumulados numa hora (PE,1h em pontos por hora)
pode ser obtido a partir da amplitude da vibração ahv em que ahv a amplitude da vibração em m/s² e
em m/s², usando: T é o tempo de exposição em horas.
PE,1h = 2a2hv Em alternativa, a Figure D.3 indica um método
Os pontos de exposição são simplesmente adicionados, simples para achar os pontos de exposição.
pelo que se pode fixar um número máximo de pontos de
exposição para qualquer trabalhador durante um dia.
Os resultados da exposição correspondentes aos valores A exposição diária A(8) pode ser calculada a
de acção e aos valores-limites da exposição são: partirdo ponto de exposição, usando:

• valor de acção da exposição (2,5 m/s²) =


100 pontos;
• valor-limite de exposição (5 m/s²) = 400 pontos.

Figura D.3 Quadro dos pontos de exposição (valores arredondados)

20 67 200 400 800 1600 2400 3200 4000 4800 6400 8000

Parte 1
Anexo A-H
19,5 63 190 380 760 1500 2300 3050 3800 4550 6100 7600
19 60 180 360 720 1450 2150 2900 3600 4350 5800 7200
18,5 57 170 340 685 1350 2050 2750 3400 4100 5500 6850
18 54 160 325 650 1300 1950 2600 3250 3900 5200 6500
17,5 51 155 305 615 1250 1850 2450 3050 3700 4900 6150
17 48 145 290 580 1150 1750 2300 2900 3450 4600 5800
16,5 45 135 270 545 1100 1650 2200 2700 3250 4350 5450
16 43 130 255 510 1000 1550 2050 2550 3050 4100 5100
15,5 40 120 240 480 960 1450 1900 2400 2900 3850 4800
15 38 115 225 450 900 1350 1800 2250 2700 3600 4500
14,5 35 105 210 420 840 1250 1700 2100 2500 3350 4200
14 33 98 195 390 785 1200 1550 1950 2350 3150 3900
13,5 30 91 180 365 730 1100 1450 1800 2200 2900 3650
13 28 85 170 340 675 1000 1350 1700 2050 2700 3400
12,5 26 78 155 315 625 940 1250 1550 1900 2500 3150
12 24 72 145 290 575 865 1150 1450 1750 2300 2900
Aceleração (m/s²)

11,5 22 66 130 265 530 795 1050 1300 1600 2100 2650
11 20 61 120 240 485 725 970 1200 1450 1950 2400
10,5 18 55 110 220 440 660 880 1100 1300 1750 2200
10 17 50 100 200 400 600 800 1000 1200 1600 2000
9,5 15 45 90 180 360 540 720 905 1100 1450 1800
9 14 41 81 160 325 485 650 810 970 1300 1600
8,5 12 36 72 145 290 435 580 725 865 1150 1450
8 11 32 64 130 255 385 510 640 770 1000 1300
7,5 9 28 56 115 225 340 450 565 675 900 1150
7 8 25 49 98 195 295 390 490 590 785 980
6,5 7 21 42 85 170 255 340 425 505 675 845
6 6 18 36 72 145 215 290 360 430 575 720
5,5 5 15 30 61 120 180 240 305 365 485 605
5 4 13 25 50 100 150 200 250 300 400 500
4,5 3 10 20 41 81 120 160 205 245 325 405
4 3 8 16 32 64 96 130 160 190 255 320
3,5 2 6 12 25 49 74 98 125 145 195 245
3 2 5 9 18 36 54 72 90 110 145 180
2,5 1 3 6 13 25 38 50 63 75 100 125
5m 15m 30m 1h 2h 3h 4h 5h 6h 8h 10h

Tempo de exposição diária


41
D.5 Sistema das cores dos semáforos
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Algumas entidades patronais que trabalham com fabri- O êxito do sistema das cores dos semáforos depende da
cantes e fornecedores de máquinas desenvolveram um qualidade dos dados usados para determinar a cor com
sistema com as cores verde/amarelo/vermelho dos se- que cada máquina é classificada. O sistema das cores
máforos, em que cada ferramenta está claramente mar- dos semáforos pode basear-se em medições ou na decla-
cada com uma codificação das cores para as vibra- ração do fabricante sobre a emissão de vibrações. Se se
ções transmitidas ao sistema mão-braço, em função da usar o valor da emissão de vibrações, esse valor deve ser
amplitude esperada da vibração de cada máquina du- multiplicado por um factor entre 1 e 2, para levar em
rante a utilização, estando um exemplo deste sistema conta a incerteza nos resultados obtidos nos ensaios de
de codificação ilustrado no Quadro D.1. emissões normalizados (ver Capítulo 2.3.1).
Aos trabalhadores é dada formação sobre o sistema A utilização de uma máquina «verde» indica que as
de codificação das cores, pelo que podem seleccio- exposições estarão provavelmente abaixo do valor de
acção ou do valor-limite de exposi-
Quadro D.1 Exemplo de codificação com as cores dos ção. Estas exposições não devem
semáforos ser assumidas como «seguras». Pode
Código da cor Tempo para alcançar Tempo para alcançar haver um risco de lesão por transmis-
o VAE o VLE são de vibrações ao sistema mão-
(2,5 m/s²) (5 m/s²) braço para exposições abaixo do
valor de acção da exposição e têm
Vermelho Inferior a 30 minutos Inferior a 2 horas de ser usados outros controlos de
gestão para garantir que os traba-
Amarelo 30 minutos a 2 horas 2 a 8 horas lhadores recebem formação para
compreender e operar o sistema cor-
Verde Mais de 2 horas Mais de 8 horas rectamente, que os sistemas são
efectivamente usados de forma cor-
recta e que os trabalhadores em ris-
nar rapidamente as ferramentas vibratórias e saber co não desenvolvem sintomas de síndroma das vibra-
durante quanto tempo podem usar a ferramenta. ções transmitidas ao sistema mão-braço.

42
A nexo E E xemplos

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


E.1 Quando se usa apenas uma máquina
A exposição diária a vibrações, A(8), de um trabalhador Exemplo
que execute um processo ou opere uma ferramenta
pode ser calculada a partir da amplitude e do tempo Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um
de exposição, usando a equação: dia de trabalho:
1. Uma afiadora angular: 4 m/s² durante 2,5
horas
2. Uma fresadora angular 3 m/s² durante 1 hora
3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante 15
em que ahv é a amplitude da vibração (em m/s²), minutos
T é a duração diária da exposição à amplitude As exposições parciais às vibrações para as três
da vibração ahv e T0 é o período de referência tarefas são:
de oito horas. Tal como a amplitude da vibração, 2,5
1. Afiadora:
a exposição diária a vibrações exprime-se em Afia
8
unidades de metros por segundo ao quadrado (m/s²).
1
2. Fresadora: AFres (8) = 3 = 1,1 m/s2
8
Exemplo
15
AMart (8) = 20 = 3,5 m/s2

Parte 1
3. Martelo:

Anexo A-H
Um trabalhador florestal usa uma máquina corta-
8x60
mato durante um total de 4½ horas por dia. A
vibração da máquina corta-mato, quando em
funcionamento, é de 4 m/s². A exposição diária A exposição diária a vibrações é então:
A(8) é:
A(8) = AAfia (8)2 + AFres (8)2 + AMart (8)2

= 2,2 2 + 1,12 + 3,52


Esta exposição diária de 3 m/s² fica acima do
= 4,8 + 1,2 + 12,3 = 18,3 = 4,3 m/s2
valor de acção da exposição, mas abaixo do
valor-limite de exposição.
Esta exposição diária de 4,3 m/s² está acima do
valor de acção da exposição, mas abaixo do
E.2 Quando se usa mais do que uma valor-limite de exposição.
máquina
Se um trabalhador estiver exposta a mais do que uma
fonte de vibrações, as exposições parciais a vibrações
são calculadas a partir da amplitude e duração de
cada fonte.
O total da exposição diária a vibrações pode ser
calculado a partir dos valores da exposição parcial a
vibrações, usando a fórmula:

em que A1(8), A2(8), A3(8), etc. são os valores da


exposição parcial a vibrações relativos às diferentes
fontes de vibrações.

43
E.3 Exposição diária: A(8), usando o sistema de pontos de exposição
((Nota: Trata-se do mesmo exemplo que no Anexo E.2, usando o método dos pontos de exposição.)
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Caso e disponha dos valores da aceleração em m/s2: Caso se disponha de dados sobre os pontos por hora:
Passo 1: Determinar os valores em pontos para cada tare- Passo 1: Determinar os valores em pontos por hora para
fa ou máquina, usando a Figura D.3 para procu- cada máquina ou operação, a partir dos dados
rar os pontos de exposição com base no valor do fabricante, de outras fontes ou por medição.
da aceleração e no tempo de exposição.
Passo 2: Para cada máquina ou operação, achar os pon-
Passo 2:Somar os pontos por máquina para obter o total tos diários, multiplicando o número de pontos por
de pontos diários. hora pelo número de horas de utilização da má-
Passo 3: O mais elevado dos valores dos três eixos é a quina.
exposição diária a vibrações, em pontos.
Passo 3: A soma dos valores dos pontos de cada máqui-
nas ou operação é a exposição diária a vibra-
Exemplo ções em pontos.
Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um
dia de trabalho:
1. Uma afiadora angular: 4m/s² durante Exemplo

2½ horas Um rebarbador utiliza três ferramentas durante um


dia de trabalho:
2. Uma fresadora angular: 3 m/s² durante
1 hora 1. Uma afiadora angular: 4m/s² durante
2½ horas
3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante
2. Uma fresadora angular: 3 m/s² durante
15 minutos 1 hora
Passo 1: Os pontos de exposição são, a partir da 3. Um martelo de britagem: 20 m/s² durante
Figura D.3: 15 minutos
Passo 1: Os valores para estas máquinas, em
Afiadora angular 4m/s² durante 3* horas = pontos por hora, são:
(2½ horas de 96 pontos
utilização) Afiadora Fresadora Martelo de
angular angular britagem
Fresadora 3m/s² durante 1 hora =
32 pontos 18 pontos 800 pontos
angular (1 hora 18 pontos
de utilização) Passo 2: Os pontos de exposição são:

Martelo de 20 m/s² durante 15 minutos = Afiadora Fresadora


britagem 200 pontos Martelo de
angular angular
(15 minutos de britagem
(2½ horas de (1 hora de
utilização) (15 minutos de util.)
utiliz.) utiliz.)
*As 2½ horas não estão indicadas na Figura D.3, pelo que 32 x 2,5 = 80 18 x 1 = 18 800 x 0,25 = 200
se usa o valor imediatamente superior (3 horas).
Passo 3: Os pontos da exposição diária a vibrações,
Passo 2: Os pontos da exposição diária a para cada máquina, são:
vibrações, para cada máquina, são:
Passo 4: 80 + 18 + 200 = 298 pontos
96 + 96 + 18 + 200 = 314 pontos
Passo 3: A exposição diária a vibrações é de 314 Passo 5: A exposição diária a vibrações é de 298
pontos, ou seja, acima dos 100 pontos pontos, ou seja, acima dos 100 pontos
do valor de acção da exposição, mas do valor de acção da exposição, mas
abaixo dos 400 pontos do valor-limite de abaixo dos 400 pontos do valor-limite de
exposição. exposição.

44
A nexo F Técnicas de vigilância da saúde

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


F.3 Testes clínicos
Em geral, os testes clínicos não fornecem uma prova fiável
de lesões provocadas por vibrações; no entanto, podem
ajudar a excluir outras causas de sintomas similares aos
da síndroma das vibrações transmitidas ao sistema mão-
braço ou a monitorizar a progressão da lesão.
Entre os testes do sistema vascular periférico contam-se o
teste de Lewis-Prusik, o teste de Allen e o teste de Adson.

A vigilância da saúde pode consistir numa avaliação da Entre os testes do sistema nervoso periférico contam-se a
anamnese de um trabalhador em conjunção com um exa- avaliação da destreza manual (por exemplo, reconhecer
me físico realizado por um médico ou um profissional de e apanhar moedas), o teste de Roos, o teste de Phalen e
cuidados de saúde com qualificação adequada. o sinal de Tinel (para a compressão do túnel cárpico).

Para a vigilância da saúde relativamente às vibrações


transmitidas ao sistema mão‑braço há questionários dispo-
níveis a partir de várias fontes (por exemplo, a secção
F.4 Exames vasculares
VIBGUIDE de: http://www.humanvibration.com/EU/ A avaliação vascular da síndroma das vibrações transmi-
EU_index.htm). tidas ao sistema mão-braço baseia-se principalmente em
testes de provocação induzida pelo frio: avaliação das

Parte 1
Anexo A-H
mudanças de cor do dedo, registo dos tempos de recupe-
F.1 A anamnese ração da temperatura na pele do dedo e medição da
A anamnese deve centrar-se no seguinte: pressão sanguínea sistólica do dedo. Podem também ser
úteis outros testes de diagnóstico não-invasivos, como
• antecedentes familiares, uma sonografia Doppler do fluxo sanguíneo e da tensão
• antecedentes sociais, incluindo o hábito de fumar e nos braços e nos dedos.
de consumir bebidas alcoólicas,
• antecedentes profissionais, incluindo actividades pro-
fissionais passadas e actuais com exposição a vibra-
F.5 Exames neurológicos
ções transmitidas ao sistema mão-braço, empregos A avaliação neurológica da síndroma das vibrações
anteriores com exposição a agentes neurotóxicos ou transmitidas ao sistema mão‑braço inclui diversos testes:
angiotóxicos e quaisquer actividades de lazer que
envolvam a utilização de ferramentas ou máquinas • Limiares de percepção de vibrações
vibratórias. • Sensibilidade táctil (detecção da falha, monofilamen-
• antecedentes clínicos pessoais. tos)
• Limiares de percepção de temperaturas
F.2 O exame físico • Velocidades de condução nervosa nos membros su-
Um exame físico deve analisar em pormenor os siste- periores e inferiores
mas vasculares, neurológicos e músculo-esqueléticos • Electromiografia
periféricos, devendo ser realizado por um médico
qualificado. • Destreza da ponta dos dedos (Purdue pegboard).

45
F.6 Exames da força muscular grafias dos ombros, cotovelos, pulsos e mãos para um
diagnóstico radiológico de problemas a nível dos ossos
A avaliação da força muscular na mão pode ser reali- e das articulações.
zada com um dinamómetro para medir a força de pre-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

ensão e um dinamómetro de pinçamento para medir a


força de pinçamento. F.8 Testes laboratoriais
Dem alguns casos podem ser necessárias análises do
sangue e da urina para distinguir as patologias provo-
F.7 Exames radiológicos cadas por vibrações de outras perturbações vasculares
Inos países em que a osteoartropatia dos membros su- ou neurológicas.
periores provocada por vibrações é reconhecida como
doença profissional, são habitualmente exigidas radio-

Bibliografia suplementar:

ISO 13091-1:2001 Mechanical vibration — Vibrotactile perception thresholds for the assessment of nerve
dysfunction — Part 1: Methods of measurement at the fingertips (Vibrações mecânicas – Limiares de percepção
vibrotáctil para a avaliação da disfunção nervosa – Parte 1: Métodos de medição na ponta dos dedos)

ISO 14835-1:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment of peripheral
vascular function — Part 1: Measurement and evaluation of finger skin temperature (Vibrações e choque mecânicos
– Testes de provocação pelo frio para avaliação da função vascular periférica – Parte 1: Medição e avaliação
da temperatura da pele dos dedos)

ISO 14835-2:2005 Mechanical vibration and shock — Cold provocation tests for the assessment de peripheral
vascular function — Part 2: Measurement and evaluation de finger systolic blood pressure (Vibrações e choque
mecânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação da função vascular periférica – Parte 2: Medição e
avaliação da pressão sanguínea sistólica nos dedos)

46
Anexo G Glossário

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço Exposição parcial a vibrações, Ai(8)
Vibração mecânica que, quando transmitida Contributo da operação i para a exposição
ao sistema mão-braço humano, leva a riscos diária a vibrações em m/s². A exposição par-
para a saúde e a segurança dos trabalhado- cial a vibrações diz respeito à exposição diá-
res, em particular patologias vasculares, ós- ria de cada ferramenta ou processo i (quando
seas ou ligamentosas, neurológicas ou mus- um trabalhador apenas está exposto às vibra-
culares ções de uma ferramenta ou de um processo, a
exposição diária a vibrações é igual à exposi-
Emissão de vibrações declarada
ção parcial a vibrações).
Valor das vibrações fornecido pelos fabrican-
tes das máquinas para indicar a vibração Vigilância da saúde
que se deverá verificar nessas máquinas. O Programa de exames de saúde aos trabalha-
valor de emissão de vibrações declarado dores para diagnóstico precoce de patologias
deve ser obtido através da utilização de um resultantes de actividades laborais.
código de ensaios normalizado e tem de ser
Valor de acção da exposição
incluído nas instruções da máquina.
Valor da exposição pessoal diária a vibrações
Ponderação em frequência de 2,5 m/s², acima do qual os riscos da expo-
Correcção aplicada às medições das vibra- sição às vibrações têm de ser controlados.
ções (frequentemente, usando um filtro) para ter
Valor-limite de exposição
em conta o facto de o risco de danos físicos
Valor da exposição pessoal diária a vibrações
depender da frequência assumida. Para as vi-
de 5 m/s², acima do qual os trabalhadores

Parte 1
brações transmitidas ao sistema mão‑braço uti-

Anexo A-H
não devem ser expostos.
liza-se a ponderação Wh (definida na EN ISO
5349-1:2001). Tempo de exposição
Período diário em que um trabalhador está ex-
Exposição diária a vibrações, A(8)
posto a uma fonte de vibrações.
Valor total das vibrações equivalente em ener-
gia a 8 horas para um trabalhador, em metros
por segundo ao quadrado (m/s²), incluindo
todas as exposições do sistema mão-braço às
vibrações durante o dia.

47
Anexo H Bibliografia
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

H.1 Directivas da UE Comité Europeu de Normalização (1996) Vibração e cho-


que mecânicos. Vibração mão-braço. Método para a me-
Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do dição e a avaliação da transmissibilidade da vibração das
Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescri- luvas na palma da mão NP EN ISO 10819:2001 (Ed. 1)
ções mínimas de segurança e saúde respeitantes à expo-
sição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físi- Comité Europeu de Normalização (1997) Mechanical
cos (vibrações) (décima sexta directiva especial na vibration — Declaration and verification of vibration emis-
acepção do n.° 1 do artigo 16.° da Directiva 89/391/CEE) sion values (Vibrações mecânicas – Declaração e verifica-
ção dos valores das emissões de vibrações)
Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de EN 12096:1997
1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a pro-
mover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalha- Comité Europeu de Normalização (2005) Vibrações me-
dores no trabalho. cânicas. Máquinas sustentadas ou guiadas à mão. Princí-
Directiva 2006/42/CE do Parlamento Europeu e do pios para medição da emissão das vibrações
Conselho, de 17 de Maio de 2006, relativa às máqui- EN ISO 20643:2005
nas e que altera a Directiva 95/16/CE (reformulação). Comité Europeu de Normalização (1995) Hand-arm vi-
Directiva 98/37/CE do Parlamento Europeu e do Con- bration — Guidelines for vibration hazards reduction —
selho, de 22 de Junho de 1998, relativa à aproximação Part 1: Engineering methods by design of machinery (Vi-
das legislações dos Estados-Membros respeitantes às má- brações transmitidas ao sistema mão-braço – Orientações
quinas (revogada pela Directiva 2006/42/CE). para a redução dos riscos de vibrações – Parte 1: Méto-
dos de engenharia pelo desenho das máquinas)
Directiva 89/686/CEE: Directiva do Conselho, de 21 CEN/CR 1030-1:1995
de Dezembro de 1989, relativa à aproximação das le-
gislações dos Estados-Membros respeitantes aos equipa- Comité Europeu de Normalização (1995) Hand-arm vi-
mentos de protecção individual, com a redacção que lhe bration — Guidelines for vibration hazards reduction —
foi dada pelas Directivas 93/68/CEE, 93/95/CEE e Part 2: Management measures at the workplace (Vibra-
96/58/CE ções transmitidas ao sistema mão-braço – Orientações
para a redução dos riscos de vibrações – Parte 2: Medi-
Directiva 89/656/CEE do Conselho, de 30 de Novem- das de gestão no local de trabalho)
bro de 1989, relativa às prescrições mínimas de seguran- CEN/CR 1030-2:1995
ça e de saúde para a utilização pelos trabalhadores de
equipamentos de protecção individual no trabalho (tercei- Comité Europeu de Normalização (2005) Mechanical
ra Directiva especial, na acepção do n.º 1 do artigo 16.º vibration — Guideline for the assessment of exposure to
da Directiva 89/391/CEE) hand-transmitted vibration using available information in-
cluding that provided by manufacturers of machinery (Vi-
brações mecânicas – Orientação para a avaliação da
exposição a vibrações transmitidas pelas mãos usando as
informações disponíveis, incluindo as fornecidas pelos fa-
H.2 Normas bricantes das máquinas) CEN/TR 15350: 2005

Europeias Internacionais
Comité Europeu de Normalização (2001) Mechanical Organização Internacional de Normalização (2005) Hu-
vibration — Measurement and evaluation of human expo- man response to vibration — measuring instrumentation
sure to hand-transmitted vibration — Part 1: General requi- (Reacção humana às vibrações – Instrumentos de medi-
rements (Vibrações mecânicas – Medição e avaliação da ção) ISO 8041:2005
exposição pessoal às vibrações transmitidas pela mão.
Parte 1: Prescrições gerais) EN ISO 5349-1:2001. ISO 13091-1:2001 Mechanical vibration — Vibrotactile
perception thresholds for the assessment of nerve dysfunc-
Comité Europeu de Normalização (2001) Mechanical tion —Part 1: Methods of measurement at the fingertips
vibration — Measurement and evaluation of human expo- (Vibrações mecânicas – Limiares de percepção vibrotáctil
sure to hand-transmitted vibration — Part 2: Practical gui- para a avaliação da disfunção nervosa – Parte 1: Méto-
dance for measurement at the workplace (Vibrações me- dos de medição na ponta dos dedos)
cânicas – Medição e avaliação da exposição pessoal às
vibrações transmitidas pela mão. Parte 2: Orientação prá- ISO 13091-2:2003 Mechanical vibration — Vibrotactile
tica para a medição no local de trabalho) perception thresholds for the assessment of nerve dysfunc-
EN ISO 5349-2:2001. tion — Part 2: Analysis and interpretation of measurements
at the fingertips (Vibrações mecânicas – Limiares de per-

48
cepção vibrotáctil para a avaliação da disfunção nervosa Griffin, M.J. (2004) Minimum health and safety require-
– Parte 2: Análise e interpretação das medições na ponta ments for workers exposed to hand-transmitted vibration
dos dedos) and whole-body vibration in the European Union; a re-
view. Occupational and Environmental Medicine; 61,
ISO 14835-1:2005 Mechanical vibration and shock —
387-397.

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


Cold provocation tests for the assessment of peripheral
vascular function — Part 1: Measurement and evaluation Griffin,M.J. (1990, 1996) Handbook of human vibration.
of finger skin temperature (Vibrações e choque mecânicos Published: Academic Press, London, ISBN: 0-12-303040-
– Testes de provocação pelo frio para avaliação da fun- 4.
ção vascular periférica – Parte 1: Medição e avaliação
Griffin,M.J. (1997) Measurement, evaluation, and assess-
da temperatura da pele dos dedos)
ment of occupational exposures to hand-transmitted vibra-
ISO 14835-2:2005 Mechanical vibration and shock — tion. Occupational and Environmental Medicine, 54, (2),
Cold provocation tests for the assessment of peripheral 73-89.
vascular function — Part 2: Measurement and evaluation
Griffin,M.J. (1998) Evaluating the effectiveness of gloves
of finger systolic blood pressure (Vibrações e choque me-
in reducing the hazards of hand-transmitted vibration. Oc-
cânicos – Testes de provocação pelo frio para avaliação
cupational and Environmental Medicine, 55, (5), 340-
da função vascular periférica – Parte 2: Medição e ava-
348.
liação da pressão sanguínea sistólica nos dedos)
Griffin,M.J., Bovenzi,M. (2002) The diagnosis of disor-
ISO/TS 15694:2004 Mechanical vibration and shock
ders caused by hand-transmitted vibration: Southampton
— Measurement and evaluation of single shocks transmit-
Workshop 2000. International Archives of Occupational
ted from hand-held and hand-guided machines to the
and Environmental Health, 75, (1-2), 1-5.
hand-arm system (Vibrações e choque mecânicos – Me-
dição e avaliação de cada tipo de choques transmitidos Griffin,M.J., Bovenzi,M., Nelson,C.M. (2003) Dose res-
ao sistema mão-braço por máquinas sustentadas e guia- ponse patterns for vibration-induced white finger. Journal of
das à mão) Occupational and Environmental Medicine, 60, 16-26.
Griffin, M.J. & and Lindsell C.J. (1998) Cold provocation

Parte 1
ISO/TR 22521:2005 Portable hand-held forestry machi-

Anexo A-H
nes — Vibration emission values at the handles — Com- tests for the diagnosis of vibration-induced white finger:
parative data in 2002 (Máquinas florestais sustentadas à Standardisation and repeatability. HSE research report
mão portáteis – Valores da emissão de vibrações nos pu- CRR 173/1998.
nhos – Dados comparativos em 2002)
Kaulbars,U. Hand-arm vibration parameters: from manu-
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Paddan, G.S. & and Griffin, M.J. (1999) Standard tests
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Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao sistema mão braço –


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inglês, francês, alemão e espanhol)

Parte 1
Anexo A-H
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ISPESL La sindrome da vibrazioni mano - braccio. Vibra-


zioni meccaniche nei luoghii di lavoro : stato della norma-
tiva. (Em italiano)

51
Índice alfabético
A exames neurológicos.............................................45
acção de martelo.................................................16 exames radiológicos.............................................46

Guía de buenas prácticas sobre Vibraciones de mano-brazo – Índice


aceleração ponderada pela frequência..............19, 34 exames vasculares................................................45
acelerómetros.......................................................36 exposição às vibrações...................................25, 37
amplitude............................................... 20, 34, 41 exposição diária a vibrações............... 22, 31, 44, 47
amplitude da vibração.....................................41, 68 exposição parcial a vibrações................... 22, 43, 47
anamnese......................................................45, 96 exposições parciais a vibrações........................22, 43
associação comercial............................... 20, 25, 69
avaliação de riscos.........................................19, 33 F
avaliação do risco de vibrações........................15, 26 fabricante......................................... 19, 25, 42, 68
C Fenómeno de Raynaud............................. 37, 49, 50
cadeias tensoras...................................................26 ferramentas de movimento rotativo...........................16
calculadoras baseadas na Internet.....................38, 86 força de preensão e força de carga........................26
chave de impacto...........................................18, 35 formação e informação............................. 13, 27, 61
classificação........................................................23 formação e supervisão.....................................24, 27

PartE I
codificação das cores...........................................42 formigueiro....................................................16, 37
códigos dos testes de vibrações........................16, 68 fornecedor.............................................. 20, 26, 75
concepção do posto de trabalho.............................26 fraqueza muscular.................................................37
consulta e participação....................................33, 61 frequência.................................. 19, 20, 28, 34, 47
Contractura de Dupuytren.......................................37 frequência dominante............................................34
controlos dos riscos.........................................13, 61
H
D horários de trabalho........................................27, 61
dados do fabricante sobre a emissão.................19, 22
de impacto..........................................................16 I
de percussão.................................................16, 37 incerteza.......................................................22, 42
dedo branco induzido por vibrações.......................37
directiva....................................................8, 25, 32 L
directiva-quadro....................................... 11, 24, 60 limiares de percepção de vibrações.........................45
duração da exposição............................. 13, 22, 37 luvas antivibrações................................................28

E M
emissão de vibrações............................... 19, 20, 47 manutenção...................................................29, 61
entorpecimento...............................................16, 37 materiais resilientes................................................26
equilibradores......................................................26 medição........................................................44, 61
estratégia de controlo............................... 13, 23, 61 medição da amplitude da vibração...................20, 69
exame físico...................................................45, 96 médico qualificado...............................................45
exames da força muscular......................................46 medidas colectivas................................................13

53
monitorização e reavaliação..................................23 sensibilidade táctil.................................................45

síndroma das vibrações transmitidas


N ao sistema mão-braço.............................. 11, 18, 37
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

nomograma...................................... 38, 40, 86, 88 síndroma do túnel carpelar...............................27, 45

sistema de cores dos semáforos.................. 11, 15, 23


O
sistema de pontos de exposição................. 41, 89, 94
operação contínua da ferramenta............................18
suportes antivibrações............................................26
operação intermitente das ferramentas......................18

P T

padrões de trabalho................................. 18, 27, 29 tendinite..............................................................37


patologias músculo-esqueléticas.........................37, 98 testes clínicos........................................................45
patologias neurológicas...................................37, 47 testes de provocação induzida pelo frio..............46, 49
patologias vasculares............................................37
testes laboratoriais.................................................46
política de compras.........................................13, 25
ponderação da frequência.....................................34
V
protecção individual................................. 24, 27, 48
Purdue pegboard..................................................45 valor de acção da exposição.............. 20, 23, 27, 31

R valor de emissão declarado....................................19


reavaliação............................................ 13, 29, 61 valor total das vibrações........................... 34, 46, 96
registos de saúde..................................................31 valor-limite de exposição..................... 11, 20, 27, 33
representantes dos trabalhadores.............................24
vestuário..............................................................27
responsabilidades segundo a Directiva...............11, 23
vestuário quente....................................................28
riscos para a saúde.........................................31, 37
vibração....................................................1, 21, 25

S vibração média....................................................21

selecção do equipamento................................13, 25 vigilância da saúde.........................................13, 45

54
Parte 2 Guia de boas práticas sobre
Vibrações transmitidas ao corpo inteiro
ÍNDICE

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro - ÍNDICE


Capítulo 1 Introdução. .................................................................................................................................................... 59
Capítulo 2 Avaliação dos riscos................................................................................................................................. 63
2.1 Princípios fundamentais da avaliação dos riscos........................................................................................... .63

2.2 Determinação da duração da exposição....................................................................................................... .67

2.3 Determinação da amplitude da vibração. ....................................................................................................... .68

2.3.1 Utilização de dados sobre a emissão do fabricante.................................................................... 68

2.3.2 Utilização de outras fontes de dados........................................................................... 69

2.3.3 Medição da amplitude da vibração............................................................................ 69

2.4 Cálculo das exposições diárias às vibrações.................................................................................................. 71

2.4.1 Avaliação da exposição diária às vibrações A(8) e do VDV............................................ 71

2.4.2 Incerteza das avaliações da exposição diária............................................................... 71

Parte 2
Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição................................................................................................. 73
3.1 Elaboração de uma estratégia de controlo................................................................................................... 73

3.2 Consulta e participação dos trabalhadores. .................................................................................................. 74

3.3 Controlo dos riscos. .................................................................................................................................... 74

3.3.1 Introdução de outros métodos de trabalho..................................................................... 74

3.3.2 Selecção do equipamento......................................................................................... 74

3.3.3 Política de compras................................................................................................... 74

3.3.4 Concepção de tarefas e processos.............................................................................. 75

3.3.5 Medidas colectivas................................................................................................... 75

3.3.6 Formação e informação dos trabalhadores................................................................... 76

3.3.7 Programação do trabalho.......................................................................................... 76

3.3.8 Manutenção............................................................................................................ 76

3.3.9 Suspensão dos assentos............................................................................................. 76

57
3.4 Monitorização e reavaliação das vibrações.................................................................................................. 77

3.4.1 Como saber se os controlos das vibrações transmitidas ao corpo inteiro estão a funcionar?.. 77
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação dos riscos?........................................................ 77

Capítulo 4 Vigilância da saúde..................................................................................................................................... 79


4.1 Quando é necessária a vigilância da saúde?. ............................................................................................... 79

4.2 Que registos são necessários?...................................................................................................................... 79

4.3 Que fazer se for identificada uma lesão?. ..................................................................................................... 79

Anexo A  Resumo das responsabilidades definidas na Directiva 2002/44/CE.......................................................... 81


Anexo B  O que é uma vibração?....................................................................................................................................... 82
Anexo C  Riscos para a saúde, sinais e sintomas. ............................................................................................................. 85
Anexo D  Ferramentas para calcular as exposições diárias.............................................................................................. 86
Anexo E  Exemplos de exposição diária............................................................................................................................. 90
Anexo F  Técnicas de vigilância da saúde.......................................................................................................................... 96
Anexo G  Glossário............................................................................................................................................................... 97
Anexo H  Bibliografia............................................................................................................................................................ 98
Índice alfabético................................................................................................................................................................... 103

58
Capítulo 1 Introdução

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


A Directiva 2002/44/CE da UE (Directiva «Vibrações») atribui às entidades patronais as
responsabilidades de garantir a eliminação ou redução ao mínimo dos riscos derivados das
vibrações transmitidas ao corpo inteiro (estas responsabilidades estão resumidas no Anexo A).

O presente guia destina‑se a ajudar as entidades patronais a identificar os perigos derivados das
vibrações transmitidas ao corpo inteiro, a avaliar as exposições e os riscos, bem como a estabelecer
medidas para proteger a saúde e segurança dos trabalhadores expostos aos riscos devidos a vibrações
transmitidas ao corpo inteiro.

O Guia deve ser lido conjuntamente com a Directiva «Vibrações» ou com a legislação nacional que
aplica os requisitos dessa directiva.

As vibrações transmitidas ao corpo inteiro devem‑se a vi- motoristas e operadores de máquinas ou ferramentas por-
brações transmitidas através do assento ou dos pés pelas táteis, é importante identificar e analisar o conjunto de

Capítulo 1 Introdução
máquinas ou veículos do local de trabalho (ver Anexo B). todos os factores coadjuvantes.
A exposição a níveis elevados de vibrações transmitidas
A Directiva «Vibrações» (Directiva 2002/44/CE – ver
ao corpo inteiro pode pôr em risco a saúde e a seguran-

PARTE 2
caixa «Bibliografia suplementar») estabelece padrões mí-
ça, sabendo‑se que podem provocar ou agravar lombal-
nimos para o controlo dos riscos resultantes das vibrações
gias e outras patologias (ver Anexo C). Os riscos são
maiores quando a amplitude das vibrações é elevada, os transmitidas ao corpo inteiro. A Directiva «Vibrações» exi-
períodos de exposição são longos, frequentes, e regula- ge que os Estados‑Membros da União Europeia imple-
res, e as vibrações comportam choques e sacudidelas mentem legislação nacional para aplicar os requisitos da
violentos. Directiva o mais tardar até 6 de Julho de 2005. A legisla-
ção nacional pode aplicar disposições mais favoráveis
A exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro do que as exigidas pela directiva e não deve reduzir a
ocorre geralmente em actividades laborais como por protecção concedida aos trabalhadores por qualquer le-
exemplo a agricultura, a construção e as actividades ex- gislação nacional preexistente.
tractivas, podendo no entanto ocorrer noutros lugares, a
saber, na estrada em veículos pesados, no mar em peque- A Directiva «Vibrações» estabelece valores de acção de
nas embarcações e no ar em alguns helicópteros. As vi- exposição, acima dos quais as entidades patronais são
brações transmitidas ao corpo inteiro não atingem apenas obrigadas a controlar os riscos de transmissão de vibra-
aqueles que trabalham sentados, por exemplo os motoris- ções ao corpo inteiro da sua força de trabalho e um va-
tas, podendo também afectar as pessoas que trabalham lor‑limite de exposição acima do qual os trabalhadores
de pé, como no caso dos trabalhos realizados com má- não podem ser expostos1:
quinas trituradoras de betão. • um valor de acção de exposição diária de 0,5 m/s²
As lombalgias podem ser causadas por factores ergonó- (ou, à escolha do Estado-Membro, um valor de dose
micos, tais como a movimentação manual de cargas ou de vibrações de 9,1 m/s1,75);
as posturas incómodas. Estes factores podem ser pelo me-
• um valor‑limite da exposição diária de 1,15 m/s²
nos tão importantes quanto a própria exposição às vibra-
(ou, à escolha do Estado-Membro, um valor de dose
ções. As lesões lombares podem, naturalmente, ser provo-
de vibrações de 21 m/s1,75).
cadas por actividades de trabalho ou outras,
independentemente da utilização de veículos. A fim de A Directiva «Vibrações» atribui às entidades patronais as
abordar com êxito o problema das lesões lombares em responsabilidades de garantir a eliminação ou redução

1 No que se refere ao valor‑limite de exposição, os Estados‑Membros podem, após consulta dos parceiros sociais, aplicar um período transitório
de cinco anos a partir 6 de Julho de 2005 (os Estados‑Membros têm a faculdade de alargar este período por mais quatro anos no que se refere
aos equipamentos utilizados nos sectores agrícola e silvícola). Os períodos transitórios aplicam‑se apenas à utilização de equipamentos de
trabalho que tenham sido postos à disposição dos trabalhadores até 6 de Julho de 2007 (tendo em conta todos os meios técnicos ou
organizacionais de controlo do risco) e que não permitam respeitar os valores-limite de exposição.

59
ao mínimo dos riscos derivados da aplica às vibrações transmitidas ao corpo inteiro. O
transmissão de vibrações ao corpo guia pretende cobrir a metodologia utilizada para de-
inteiro. Estas responsabilidades es- terminar e avaliar riscos; para escolher e usar correcta-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

tão resumidas no Anexo A. mente o equipamento de trabalho, para a optimização


de métodos e a implementação de medidas de protec-
A Directiva «Vibrações» é uma di-
ção (medidas técnicas e/ou organizativas) na base de
rectiva específica da directiva‑qua-
uma análise de riscos prévia. Este guia dá também por-
dro (Directiva 89/391/CEE - ver
menores sobre o tipo de formação e informação a for-
a caixa «Bibliografia suplemen-
necer aos trabalhadores envolvidos e propõe soluções
tar») e, assim, muitos dos requisitos
eficazes para as restantes matérias abordadas na Direc-
da Directiva «Vibrações» resultam da directiva‑quadro e
tiva «Vibrações». A estrutura deste guia está indicada
fazem‑lhe referência específica.
no fluxograma da Figura 1.
O presente guia ajudará as entidades patronais no
cumprimento da Directiva «Vibrações», uma vez que se

Bibliografia suplementar:

Directiva «Vibrações»:

Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescrições


mínimas de segurança e saúde respeitantes à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos
(vibrações) (décima sexta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE).

(Publicada no Jornal Oficial das Comunidades Europeias L 177 de 6 de Julho de 2002, p. 13)

Directiva-Quadro:

Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de 1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a


promover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalhadores no trabalho.

60
Vibrações transmitidas ao Figura 1 Fluxograma das vibrações transmitidas ao corpo
corpo inteiro no trabalho inteiro

Avaliação dos riscos Capítulo 2

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Princípios da avaliação dos riscos 2.1

Avaliação das exposições diárias

Duração da exposição 2.2

Amplitude das vibrações 2.3

Dados do fabricante
Outras fontes
Medição

Cálculo da exposição diária 2.4

Exposição diária às vibrações - A(8)

Capítulo 1 Introdução
Valor da dose de vibrações - VDV

Eliminação ou reduçõo da exposição Capítulo 3

PARTE 2
Elaboração de uma estratégia de controlo 3.1

Consulta e participação dos trabalhadores 3.2

Controlos dos riscos 3.3

Introdução de outros métodos de trabalho


Selecção do equipamento
Política de compras
Concepção de tarefas e processos
Medidas colectivas
Formação/informação dos trabalhadores
Horários de trabalho
Manutenção
Suspensão de assentos

Acompanhamento e reavaliação 3.4

Os controlos estão a
funcionar?
Repetição da avaliação dos riscos 3.5

Vigilância da saúde Capítulo 4

Quando é necessária a vigilância da saúde? 4.1

Que registos são necessários? 4.2

Que fazer se for identificada uma lesão? 4.3

61
Capítulo 2 Avaliação dos riscos

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


O objectivo da avaliação dos riscos devidos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro é permitir à entidade
patronal tomar uma decisão válida acerca das medidas necessárias para prevenir ou controlar de forma
adequada os riscos derivados da exposição dos trabalhadores a vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Neste capítulo apresentamos o modo como a entidade patronal pode concluir se poderá haver algum
problema com a exposição do corpo inteiro a vibrações nas suas instalações, sem necessidade de uma
medição nem quaisquer conhecimentos detalhados sobre como fazer a avaliação da exposição.

Capítulo 2 Avaliação dos riscos


2.1 Princípios fundamentais da avaliação dos riscos

A avaliação dos riscos deve: • levantamento e transporte manuais de cargas pesadas

PARTE 2
• identificar os eventuais riscos de saúde ou segurança • ter sistematicamente de subir para uma cabina eleva-
que tenham como causa ou factor agravante as vi- da ou de difícil acesso, ou de saltar para fora dela.
brações transmitidas ao corpo inteiro; Todos estes factores podem, por si só, provocar lombalgias.
• calcular as exposições dos trabalhadores e compa- Contudo, o risco será maior caso o trabalhador esteja ex-
rá‑las com o valor de acção de exposição e o valor‑li- posto a um ou mais destes factores e, simultaneamente, a
mite de exposição; vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Por exemplo:

• identificar os controlos de risco disponíveis; • estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo


inteiro durante longos períodos sem poder mudar de
• identificar os passos que se pretende dar para contro- posição;
lar e monitorizar os riscos devidos a vibrações trans-
mitidas ao corpo inteiro; e • estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo
inteiro e sentado numa postura de estiramento ou tor-
• registar a avaliação, os passos que foram dados e a ção (p. ex., olhar por cima do ombro para controlar
respectiva eficácia. o funcionamento das máquinas acopladas);
Associados às vibrações transmitidas ao corpo inteiro, • estar exposto à transmissão de vibrações ao corpo
outros factores ergonómicos podem contribuir para provo- inteiro e, simultaneamente, executar tarefas que im-
car lombalgias, a saber: pliquem o levantamento e o transporte manuais de
• posturas incómodas durante a condução ou o mane- cargas pesadas.
jo das máquinas; Factores ambientais, como a tempera-
• estar sentado durante longos perío- tura, podem aumentar mais ainda o
dos sem poder risco de lombalgias ou traumatismos
da coluna vertebral.
• disposição inadequada dos disposi-
tivos de controlo, obrigando o con- Todos estes factores devem ser con-
dutor/operador a esticar-se ou tor- siderados em conjunto nos planos
cer-se; destinados a minimizar os riscos de
lombalgias. Devem ser estabelecidas
• má visibilidade da operação, o que regras e orientações relativas ao trans-
obriga o operador a torcer-se e esti- porte manual de cargas se este factor
car-se para poder ver conveniente- for importante na actividade laboral
mente; dos trabalhadores.

63
Como ponto de partida para a avaliação dos riscos con- estão expostos a níveis elevados de vibrações transmiti-
vém analisar o trabalho efectuado, bem como os proces- das ao corpo inteiro numa base regular e duradoura. A
sos, as máquinas e os equipamentos utilizados. No Qua- Figura 2 apresenta alguns veículos associados à transmis-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

dro 1 são apresentadas algumas perguntas para ajudá-lo são de vibrações ao corpo inteiro e a riscos ergonómicos.
a decidir se é necessário tomar mais alguma medida. Recorde‑se que a exposição às vibrações transmitidas ao
Todos os tipos de veículo em movimento são susceptíveis corpo inteiro pode também ocorrer em actividades distin-
de transmitir vibrações ao corpo inteiro do condutor. Os tas da condução, como por exemplo nos casos em que
riscos para saúde aumentam quando os trabalhadores os trabalhadores estão de pé em plataformas vibratórias.

Bibliografia suplementar:

Directiva «Movimentação manual de cargas»:

Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e


de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares,
para os trabalhadores (quarta directiva especial na acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva 89/391/CEE)

Quadro 1 – Algumas perguntas para ajudar a decidir se é necessário tomar mais


medidas

Conduz veículo todo-o-terreno?

A probabilidade de exposição a níveis elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro é maior no caso
de trabalhadores que, na sua actividade laboral, em conduzem veículos em superfícies irregulares,
nomeadamente veículos todo-o-terreno tais como tractores, motos quatro e camiões com caixa basculante.

Conduz ou trabalha, diariamente e por períodos longos, com máquinas que vibram?

Os factores que determinam a exposição diária de um trabalhador a vibrações são a amplitude (nível) das
vibrações e o tempo de exposição às mesmas. Quanto mais durar a exposição, maior será o risco de
exposição a vibrações.Jo længere eksponeringstid, jo større risiko for vibrationsbetingede skader

Conduz veículos que não foram concebidos para o pavimento em causa?

Alguns veículos industriais, como os empilhadores, não têm suspensão nas rodas e são equipados com pneus
sólidos que lhes fornecem a estabilidade necessária para operar com segurança. Desde que sejam conduzidos
em superfícies regulares, os níveis das vibrações transmitidas ao corpo inteiro não são, em princípio, elevados.
Contudo, se forem conduzidos em superfícies inadequadas (por exemplo, um empilhador concebido para ser
utilizado em armazém está a ser utilizado numa zona de carga no exterior), podem dar origem a níveis elevados
de vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Conduz em estradas em mau estado?

Desde que as estradas estejam em boas condições, a maioria dos veículos rodoviários será responsável
por níveis relativamente baixos de vibrações transmitidas ao corpo inteiro. Automóveis, furgonetas e
camiões com cabinas suspensas de concepção moderna não são em geral susceptíveis de apresentar
riscos de vibrações transmitidas ao corpo inteiro em estradas em boas condições. Contudo, os veículos
com suspensão menos eficaz, tais como os camiões de estrutura rígida, podem dar origem a níveis
elevados de vibrações transmitidas ao corpo inteiro especialmente no caso de condução em pisos
degradados ou quando não transportarem carga.

64
Está exposto a choques (ou sacudidelas)?

Pensa‑se que o maior risco derivado da exposição às vibrações é o que decorre da exposição a vibrações
resultantes de choques. Estas vibrações podem ser devidas ao piso degradado das estradas, a velocidade
excessiva para o piso em causa ou à instalação incorrecta da suspensão dos assentos. As gadanhas podem
gerar níveis elevados de vibrações por choque em pisos difíceis. Alguns veículos com cargas muito pesadas

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


podem transmitir choques e sacudidelas ao condutor ao serem efectuadas travagens bruscas.

Tem de adoptar posturas incómodas ou executar tarefas de movimentação manual de


cargas?

A concepção desadequada da cabina ou a má visibilidade podem ter como resultado estiramentos e torções,
podendo ainda confinar o condutor à mesma posição durante longos períodos. Estas más condições
ergonómicas, combinadas com a exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro ou não, podem provocar
lombalgias e outras patologias músculo‑esqueléticas.

Os fabricantes da maquinaria dão avisos sobre os riscos decorrentes das vibrações


transmitidas ao corpo inteiro?

Capítulo 2 Avaliação dos riscos


No caso de uma máquina susceptível de expor o utilizador a riscos devidos a vibrações, o fabricante deve
avisá‑lo disso no manual de instruções.

PARTE 2
Os trabalhadores queixam‑se de problemas nas costas?

A existência de lombalgias significa que é necessário gerir os riscos ergonómicos e a exposição às


vibrações.

65
Figura 2 - Exemplos de amplitudes das vibrações de equipamento comum
Gamas de valores de vibração para equipamentos comuns no mercado da ue. estes dados são apenas para
ilustração. para mais pormenores, ver o Anexo B.
Aceleração (m/s²)
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Retroescavadora-
carregadora c/rodas
Cilindro -
compactador c /rolo
Cilindro -
compactador
c/duplo rolo
Tractor de rastos

Camião com caixa


basculante

Camião
articulado
Escavadora de
rodas
Escavadora
<25t
Escavadora
>25t

Tractor agrícola

Pavimentadora de
asfalto/espalhadora

Grua florestal

Segadeira florestal

Empilhador de
contrapeso
Empilhador
- order picker
Empilhador
rectráctil

Niveladora
Porta-paletes
c/plataforma
para o operador
Porta-paletes elevadores
c/plataforma p/operador

Gadanha

Tractor rebocador
Pá carregadora
de rodas

il il o
im um
rc ent rcent xim
Min . pe . pe Má
66 25 75
2.2 Determinação da duração da exposição

Ao serem interrogados sobre a duração diária habitu-


Para avaliar a exposição diária dos trabalhadores al da exposição às vibrações, os operadores de má-
às vibrações, é necessária uma estimação do tempo quinas ou veículos indicam geralmente um valor que
durante o qual os operadores das máquinas estão compreende períodos sem exposição, como por exem-
expostos à fonte de vibração. plo tempos de carga do camião e de espera.

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Geralmente, a vibração de um veículo em circulação
Neste capítulo analisamos qual a informação sobre tem um papel preponderante na exposição às vibra-
o tempo de exposição que é necessária e o modo ções. No entanto, algumas exposições verificam‑se so-
de determiná-la. bretudo no âmbito de operações executadas enquanto
o veículo está parado, como no caso das máquinas
Antes de poder estimar a exposição diária a vibrações escavadoras e segadeiras florestais.
[A(8) ou VDV], é preciso conhecer a duração diária
total da exposição à vibração de cada veículo ou Os padrões de trabalho têm também de ser
máquina utilizados. Convém ter o cuida- analisados cuidadosamente. Por exemplo,
do de utilizar dados que sejam com- pode dar‑se o caso de alguns trabalhadores
patíveis com os dados disponíveis só poderem trabalhar com máquinas du-
relativamente à amplitude das vi- rante certos períodos do dia. Devem
brações, ou seja, se os dados rela- ser estabelecidos padrões de utiliza-
tivos aos valor das vibrações se ção habitual, pois serão um importan-
basearem em medições feitas com te factor no cálculo da exposição

Capítulo 2 Avaliação dos riscos


a máquina em funcionamento, então provável de um trabalhador a vibra-
mede‑se o tempo durante o qual o tra- ções.
balhador está exposto às vibrações.

PARTE 2
Bibliografia suplementar:

Norma EN 14253:2003 (Ed. 1). Mechanical vibration. Measurement and evaluation of occupational exposure
to whole-body vibration with reference to health. Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo
da exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde ‑ Orientações
práticas).

67
2.3 Determinação da amplitude da vibração
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

poucas as normas específicas para as máquinas actual-


A amplitude da vibração transmitida ao corpo intei- mente disponíveis e quando as há, como no caso dos
ro é o maior dos valores da aceleração ponderada veículos pesados, as diferenças entre máquinas em con-
em frequência determinados para cada um dos três corrência directa são amiúde inferiores a 50%.
eixos ortogonais (1,4awx, 1,4awy ou awz) para um
trabalhador sentado ou de pé.

A informação a utilizar na avaliação das vibrações


deve ser tão adaptada quanto possível ao compor-
tamento provável da máquina utilizada no que re-
speita a vibrações (tanto as especificações da má-
quina como o seu modo de utilização).

Neste capítulo analisamos a forma como a vibração


pode ser estimada a partir dos dados do fabricante,
de outras fontes de dados publicados e da medição
no local de trabalho.

2.3.1 Utilização de dados sobre a emissão


do fabricante
A Directiva «Máquinas (Directiva 2006/42/CE e, ante-
riormente, Directiva 98/37/CE, revogada) define os re-
quisitos essenciais de saúde e segurança para as máqui-
nas vendidas na União Europeia, incluindo os requisitos
específicos relativos à vibração.
Entre outros requisitos, a Directiva «Máquinas» obriga os
fabricantes, importadores e fornecedores de máquinas a
fornecerem informações sobre todos os riscos devidos à
vibração, bem como os valores relativos à emissão de
vibrações transmitidas ao corpo inteiro pelas máquinas
móveis. Estes elementos sobre a emissão de vibrações
devem ser dados nas informações ou instruções que
acompanham a máquina.
EOs dados relativos à emissão de vibrações obedecem
geralmente aos códigos de ensaio de vibração europeus
harmonizados produzidos por organismos de normaliza-
ção europeus ou internacionais. Não obstante, são muito

Bibliografia suplementar:

EN 1032:2003 (Ed. 2) Vibrações mecânicas. Ensaio de máquinas móveis para determinação do valor da
emissão de vibração.

EN 12096:1997 (Ed. 1) Vibrações mecânicas — Declaração e verificação dos valores da emissão de


vibração.

CEN/TR Primeiro projecto, Munique (Março de 2005) ‑ Vibrações mecânicas ‑ Directrizes para a avaliação da
exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro em máquinas de terraplenagem. Utilização de dados
harmonizados medidos por institutos, organizações e fabricantes internacionais.

68
2.3.2 Utilização de outras fontes de dados 2.3.3 Medição da amplitude da vibração
Há outras fontes de informação sobre as amplitudes das
vibrações que são muitas vezes suficientes para se sa- Em muitas situações, não será necessário medir as
ber se o valor de acção ou o valor‑limite de exposição amplitudes das vibrações. No entanto, é importante
são susceptíveis de ser ultrapassados. saber quando se devem realizar medições.
Uma associação comercial ou equivalente num dado Neste capítulo analisamos aquilo que é medido,
sector pode ter também dados úteis sobre as vibrações onde se mede as vibrações e de que modo se

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


e na Internet há bases de dados internacionais sobre comunicam as medições.
vibrações que podem responder às necessidades. Para
algumas entidades patronais, isto pode ser bastante
para procederem a uma primeira avaliação da exposi-
ção à vibração.
Outras fontes de dados sobre vibrações podem ser con-
sultores especializados, associações comerciais, fabri-
cantes e organismos públicos. Podem ainda ser encon-
trados alguns dados em várias publicações técnicas ou
científicas e na Internet. Indicamos em seguida dois sí-
tios web europeus com dados normalizados sobre a
emissão de vibrações, produzidos pelos fabricantes,
juntamente com alguns valores medidos em «condições
reais de utilização» para uma série de máquinas:

Capítulo 2 Avaliação dos riscos


h t t p : / / w w w. v i b r a t i o n . d b . u m u . s e / H a v S o k .
aspx?lang=en
http://www.las-bb.de/karla/
O ideal seria utilizar as informações sobre vibrações

PARTE 2
relativas ao equipamento (marca e modelo) que se pre-
tende utilizar. No entanto, se as mesmas não estiverem
disponíveis, pode-se também utilizar informações relati-
vas a equipamento similar, como ponto de partida,
substituindo-as por dados com valores mais precisos
quando estes estiverem disponíveis.
Ao escolher informações publicadas sobre as vibra-
ções, os factores que é preciso ter em conta ao fazer a
escolha são, entre outros, os seguintes:
• o tipo de equipamento (por exemplo, empilhador);
• a classe de equipamento (por exemplo, potência
ou tamanho);
Os dados do fabricante e as informações provenientes de
• a fonte de energia (por exemplo, motor eléctrico ou outras fontes podem dar indicações úteis sobre a exposi-
de combustão); ção do operador da máquina às vibrações. Contudo, a
• quaisquer características antivibráticas (por exem- exposição às vibrações transmitidas ao corpo inteiro está
plo, sistemas de suspensão, cabina suspensa, as- muito dependente da qualidade do piso das estradas, das
sentos); velocidades dos veículos, bem como de outros factores,
tais como o modo de operar o veículo. Por conseguinte,
• a tarefa para que o equipamento foi utilizado ao pode ser necessário confirmar a avaliação inicial da expo-
produzir-se a informação sobre as vibrações; sição, efectuando medições dos valores de vibração.
• a velocidade a que se operou;
Pode-se optar por fazer as medições pelos próprios servi-
• o tipo de superfície em que foi utilizado. ços ou recorrer a um consultor especializado. Em qual-
Ao utilizar dados publicados sobre as vibrações, é acon- quer caso, é importante que quem quer que faça as me-
selhável tentar comparar dados de duas ou mais fontes. dições tenha suficiente competência e experiência.

69
O que é que se mede? tivo, ou seja, aumenta com o tempo de medição. Por
conseguinte, no que se refere a toda e qualquer medição
A exposição pessoal às vibrações transmitidas ao corpo
inteiro deve ser avaliada usando o método definido na de VDV, é importante conhecer o período durante qual o
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

norma internacional ISO 26311:1997, sendo dadas valor foi medido. Para avaliar a exposição utiliza‑se o
orientações práticas detalhadas sobre a utilização do mé- valor eficaz mais elevado medido segundo os três eixos
todo de medição da vibração no local de trabalho na ortogonais (1,4awx, 1,4awy ou awz).
norma EN 14253:2003 (Ed. 1).
Medição das vibrações
O valor eficaz da amplitude da vibração é expresso em
termos da aceleração ponderada em frequência no as- As medições devem ser feitas de modo a obterem‑se valo-
sento de um trabalhador sentada ou aos pés de um traba- res de vibração representativos da vibração que ocorre
lhador de pé (ver Anexo B), em metros por segundo ao ao longo do período de trabalho do operador. Assim, é
quadrado (m/s²). O valor eficaz da amplitude da vibra- importante que as condições operacionais e os períodos
ção representa a aceleração média durante o período de de medição sejam seleccionados de modo a obtê-los.
medição. Para avaliar a exposição utiliza‑se o valor efi- Recomenda-se que, sempre que possível, as medições
caz mais elevado medido segundo os três eixos ortogo-
sejam feitas durante períodos de pelo menos 20 minutos;
nais (1,4awx, 1,4awy ou awz).
caso seja necessário fazer medições mais curtas, estas
O valor de dose de vibração (ou VDV) proporciona uma devem ser de pelo menos três minutos e, se possível, ser
medida alternativa da exposição à vibração. O VDV é repetidas para se obter um tempo total de medição total
uma medida que foi desenvolvida para fornecer indica- de mais de 20 minutos [consultar a norma EN
ções mais precisas dos riscos devidos a vibrações com 14253:2003 (Ed. 1) para mais informações]. É preferí-
choques. O VDV é expresso em metros por segundo ele- vel efectuar medições mais longas, de duas horas ou mais
vados a 1,75 (m/s1,75) e, ao contrário do valor eficaz da (por vezes é possível fazer medições durante a metade ou
amplitude de vibração, o VDV medido é um valor cumula- a totalidade de um dia útil).

Bibliografia suplementar:

Norma EN 14253:2003 (Ed. 1). Mechanical vibration. Measurement and evaluation of occupational exposure
to whole-body vibration with reference to health. Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo
da exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde ‑ Orientações
práticas).

CEN/TR Primeiro projecto, Munique (Março de 2005) ‑ Vibrações mecânicas ‑ Directrizes para a avaliação da
exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro em máquinas de terraplenagem. Utilização de dados
harmonizados medidos por institutos, organizações e fabricantes internacionais.

70
2.4 Cálculo das exposições diárias às vibrações

No Anexo E são dadas instruções e exemplos de cálculos


A avaliação da exposição diária a vibrações de- das A(8) e dos VDV.
pende tanto da amplitude da vibração como da 2.4.2 Incerteza das avaliações da
duração da exposição. exposição diária

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Neste capítulo analisamos a forma como a exposi- A incerteza da avaliação da exposição a vibrações
ção diária a vibrações é calculada a partir das in- depende de muitos factores (ver norma EN
formações sobre a amplitude da vibração e dos 14253:2003), nomeadamente:
tempos de exposição.
• incerteza quanto ao instrumento/calibração;
No Anexo D apresentam‑se algumas ferramentas • precisão dos dados da fonte (por exemplo, dados
destinadas a simplificar o cálculo das exposições do fabricante sobre a emissão);
diárias e gerir os tempos de exposição.
• variação dos operadores das máquinas (por exem-
No Anexo E são dados exemplos de cálculos da plo experiência, velocidades ou estilos de condu-
exposição diária às vibrações e dos VDV. ção);
• capacidade do trabalhador para reproduzir, duran-
2.4.1 Avaliação da exposição diária às te as medições, o trabalho habitual;

Capítulo 2 Avaliação dos riscos


vibrações A(8) e do VDV • repetibilidade da tarefa laboral
Para avaliar a exposição diária às vibrações pode ser • factores ambientais (por exemplo, chuva, vento,
utilizada uma das duas medidas apresentadas em segui- temperatura);
da, ou ambas:
• variações nos sistemas mecânicos e de suspensão

PARTE 2
a) Exposição diária às vibrações, A(8) ou
(por exemplo, é necessária manutenção, a máqui-
b) Valor de dose de vibrações, VDV na foi aquecida?).
Ambas as medidas dependem do valor de vibração me- Quando se mede a amplitude da vibração e o tempo de
dido. Para determinar o A(8), também é necessário o tem- exposição, as incertezas associadas à avaliação da
po de exposição. Tal como a amplitude da vibração, a A(8) e do VDV podem significar que o valor calculado
exposição diária a vibrações é expressa em i metros por pode variar entre 20% acima e 40% abaixo do valor
segundo ao quadrado (m/s²). real. Se o tempo de exposição ou a amplitude da vibra-
Se o VDV for medido durante um período de medição ção forem apenas estimados — por exemplo, com base
inferior a um dia de trabalho completo (como será normal- nas informações do trabalhador (tempo de exposição) ou
mente o caso), será necessário extrapolar a medição re- do fabricante (amplitude) — então a incerteza na avalia-
sultante. ção da exposição diária pode ser muito superior.

71
Capítulo 3 Eliminação ou redução da
exposição

Para controlar a exposição é preciso ter uma estratégia que conduza de forma eficaz
a uma redução da exposição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro.

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Neste capítulo analisamos o processo de elaboração de uma estratégia de controlo,
incluindo a forma de estabelecer prioridades para as actividades de controlo.

3.1 Elaboração de uma estratégia de controlo

A avaliação dos riscos deve permitir a identificação de desenvolvê‑las mesmo com exposições abaixo do va-

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


métodos para o controlo da exposição. Ao avaliar as lor de acção de exposição.
exposições a vibrações, deve-se pensar nos processos
de trabalho que as causam. Compreender as razões
pelas quais os trabalhadores estão expostos a vibra-
ções ajudará a identificar métodos para reduzi-las ou A Directiva-Quadro prevê a seguinte hierarquia
eliminá-las. para implementar um programa de medidas pre-
As fases importantes neste processo de gestão são: ventivas:
• identificação das principais fontes de vibração; a) evitar os riscos;

PARTE 2
• identificação das principais fontes de vibração com b) avaliar os riscos que não possam ser evita-
choques; dos;
• classificação das mesmas em termos da sua contri- c) combater os riscos na fonte;
buição para a exposição; d) adaptar o trabalho ao homem, especialmente
• identificação e avaliação de soluções potenciais em no que se refere à concepção dos postos de
termos de praticabilidade e custos; trabalho, bem como à escolha dos equipa-
mentos de trabalho e dos métodos de trabalho
• estabelecimento de metas que possam realisticamen- e de produção, tendo em vista, nomeadamen-
te ser alcançadas; te, atenuar o trabalho monótono e o trabalho
• definição de prioridades e estabelecimento de um cadenciado e reduzir os efeitos destes sobre a
«programa de acção»; saúde;

• definição das responsabilidades de gestão e afecta- e) ter em conta o estádio de evolução da técni-
ção dos recursos adequados; ca;
f) substituir o que é perigosa pelo que é isento
• implementação do programa;
de perigo ou menos perigoso;
• monitorização dos progressos;
g) planificar a prevenção com um sistema coe-
• avaliação do programa. rente que integre a técnica, a organização
do trabalho, as condições de trabalho, as
A abordagem a seguir para reduzir os riscos derivados
relações sociais e a influência dos factores
das vibrações transmitidas ao corpo inteiro dependerá
ambientais no trabalho
de aspectos práticos dos processos de cada empresa e
dos níveis correntes de exposição. h) dar prioridade às medidas de protecção co-
lectiva em relação às medidas de protecção
Pode também ser necessário adaptar os controlos para
individual;
os trabalhadores que sejam particularmente vulnerá-
veis ao risco, como, por exemplo, os trabalhadores i) dar instruções adequadas aos trabalhado-
que sejam mais susceptíveis de sofrer de patologias res.
devidas às vibrações e apresentem sinais de estar a

73
3.2 Consulta e participação dos 3.3.1 Introdução de outros métodos de
trabalhadores trabalho
Pode ser possível encontrar métodos de trabalho alternati-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

A gestão bem sucedida dos riscos assenta no apoio e no vos que evitem ou reduzam exposição às vibrações, como
envolvimento dos trabalhadores, especialmente dos seus o transporte de materiais por correia transportadora em
representantes. Os representantes podem constituir um ca- vez da utilização de máquinas móveis. Para estar actuali-
nal eficaz de comunicação com a mão-de-obra e ajudar zado quanto aos métodos disponíveis, convém consultar
os trabalhadores a compreenderem e a utilizarem as infor- regularmente:
mações sobre a saúde e a segurança. • a associação comercial correspondente;
As lombalgias podem ser devidas a uma combinação de • outros contactos na indústria;
factores, incluindo a exposição a vibrações transmitidas • fornecedores de equipamento;
ao corpo inteiro, pelo que poderão ser necessárias várias
soluções diferentes. Algumas soluções podem ser relativa- • boletins profissionais.
mente óbvias. Outras soluções exigirão que se altere a
forma como o trabalho está organizado. Muitas vezes
estas questões só podem ser tratadas eficazmente em con- 3.3.2 Selecção do equipamento
sulta com representantes dos trabalhadores.

Uma consulta eficaz assenta no seguinte:


• partilhar com os trabalhadores as informações perti-
nentes sobre saúde e segurança;
• dar aos trabalhadores a oportunidade de exprimirem
as suas opiniões e de contribuírem em tempo oportu-
no para a resolução das questões de saúde e segu-
rança;
• valorizar e levar em conta as opiniões dos trabalha-
dores.
Convém certificar‑se de que o equipamento seleccionado
A consulta pode levar a identificar melhores soluções de ou atribuído é apropriado às tarefas a executar e funciona
controlo, que sejam bem aceites pelos trabalhadores. A de modo eficiente. O equipamento inadequado ou de
eficácia das medidas de controlo dependerá dos traba- capacidade insuficiente é susceptível de alongar conside-
lhadores. Em função de uma formação e supervisão ade- ravelmente o tempo de execução da tarefa e aumentar
quadas, os trabalhadores têm o dever de fazer uma utili- desnecessariamente a exposição dos trabalhadores às
zação correcta das máquinas e de cooperar com a vibrações.
entidade patronal para poderem estar certos de que o
ambiente e as condições de trabalho são seguros, de Escolha máquinas com cabinas e comandos de controlo
modo a que os riscos para a segurança e a saúde sejam cuja disposição tenha sido concebida para que o opera-
minimizados e, se possível, eliminados. O processo de dor possa conservar uma postura correcta sem precisar
consulta incentiva o envolvimento e a cooperação dos de torcer excessivamente o corpo ou permanecer em pos-
trabalhadores nas medidas de controlo, garantindo assim turas incómodas.
uma maior probabilidade de os controlos serem levado a A selecção de pneus pode ser importante; os pneus ab-
cabo com êxito. sorverão alguns efeitos da irregularidade do piso. Contu-
do, os pneus não podem absorver a vibração provocada
pelas bossas e buracos maiores e os pneus macios em
3.3 Controlo dos riscos piso irregular podem amplificar as oscilações verticais
dos veículos. Os pneus têm de ser seleccionados para
Para controlar a exposição, é necessário evitar ou que o veículo se possa adaptar a pisos mais irregulares.
reduzir a exposição a vibrações transmitidas ao
corpo inteiro. Pode também ser viável tomar
medidas para reduzir a probabilidade de vir a 3.3.3 Política de compras
sofrer lesões, ou de estas se agravarem. Certifique‑se de que os serviços responsáveis seguem uma
Provavelmente um controlo eficaz basear‑se‑á numa política quanto à compra de equipamento adequado,
combinação de vários métodos. que leve em conta as questões de saúde e segurança,
Neste capítulo analisamos a engenharia, a gestão nomeadamente: emissão de vibrações, factores ergonó-
e outros métodos que convém ter em conta na micos e visão do condutor, bem como os requisitos opera-
procura de soluções de controlo. cionais da empresa.

74
Qualquer fornecedor de máquinas para utilização na 3.3.4 Concepção de tarefas e processos
UE deve cumprir a Directiva «Máquinas» (Directiva
2006/42/CE que revoga a Directiva 98/37/CE). As tarefas laborais devem ser concebidas de forma a:
De acordo com esta directiva, a máquina deve ser pro- • manter a exposição às vibrações transmitidas ao
jectada e fabricada para que os riscos resultantes das corpo inteiro ao nível mais baixo possível;
vibrações produzidas pela máquina sejam reduzidos
• reduzir ao mínimo o período diário de exposição a
ao nível mais baixo tendo em conta o progresso técnico
vibração excessiva;
e a disponibilidade de meios de redução das vibra-
ções, nomeadamente na sua fonte. Estabelece ainda • evitar a exposição a choques violentos e
que o banco deve ser concebido para reduzir as vibra-
• fazer com que a postura de trabalho não aumente

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


ções transmitidas ao condutor ao nível mais baixo razo-
os riscos de lombalgias.
avelmente possível.
Em muitos casos, deslocar‑se em pisos difíceis ou irregu-
O fornecedor deve fornecer informações relativas a
lares é o factor principal da exposição às vibrações. A
quaisquer riscos apresentados pela máquina, incluindo
exposição às vibrações pode ser reduzida e controlada
os relativos à transmissão de vibrações ao corpo inteiro.
do seguinte modo:
A informação sobre vibrações deve incluir:
• minimizando as distâncias a percorrer;
• a emissão de vibrações (de acordo com o manual
de instruções); • limitando a velocidade dos veículos;
• a incerteza da medida. • melhorando o piso das estradas (removendo obstá-
culos, tapando buracos, nivelando as superfícies

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


Além disso, o fornecedor poderá prestar assistência ou
percorridas pelos veículos, etc.);
aconselhamento técnicos sobre:
• prevendo um assento suspenso adequado, em fun-
• quaisquer circunstâncias nas quais a máquina pos-
ção do peso do condutor.
sa transmitir vibrações ao corpo inteiro acima do
valor de acção de exposição; É vital adoptar uma boa postura para minimizar os ris-
cos de lesão ao conduzir. A postura pode ser melhora-
• quaisquer circunstâncias nas quais a máquina pos-
da do seguinte modo:
sa transmitir vibrações ao corpo inteiro acima do
valor‑limite de exposição; • melhorando a visão dos condutores a partir da ca-

PARTE 2
bina (para minimizar a torção das costas e do pes-
• qualquer formação especializada (para conduto-
coço);
res, pessoal de manutenção, etc.) recomendada
para efeitos do controlo da exposição a vibrações • reposicionando os comandos da máquina (para
transmitidas ao corpo inteiro; minimizar os estiramentos),
• como conservar a máquina em bom estado; • prevendo um assento adaptado a todos os condu-
tores que utilizam o veículo, ao espaço disponível
• informação que indique que o banco instalado no
na cabina e à tarefa a executar;
veículo reduz as vibrações transmitidas ao condutor
ao nível mais baixo razoavelmente possível; • utilizando cintos de segurança para manter o con-
dutor na melhor posição, permitindo‑lhe ter as cos-
• quaisquer opções que estejam disponíveis e sejam tas apoiadas.
recomendadas para controlo das vibrações trans-
mitidas ao corpo inteiro em utilizações específicas
da máquina. 3.3.5 Medidas colectivas
No caso de estarem presentes diversas empresas no
A Directiva «Máquinas» obriga os fabricantes ou mesmo local de trabalho, as várias entidades patronais
fornecedores de máquinas a fornecer, no manual têm de cooperar na aplicação das medidas no domínio
de instruções: da saúde, segurança e higiene no trabalho. Isto pode
significar, por exemplo, a necessidade de assegurar a
«indicações acerca das vibrações transmitidas pela adequada manutenção de uma estrada, a fim de con-
máquina (…) a todo o corpo»: trolar a exposição às vibrações por parte dos trabalha-
dores de outra empresa que opere no mesmo local.
• «mais alto valor médio quadrático da aceleração
ponderada a que está exposto todo o corpo, se
for igual ou superior a 0,5 m/s2. Se esse nível
não ultrapassar 0,5 m/s2, o facto deve ser
mencionado».

75
3.3.6 Formação e informação 3.3.8 Manutenção
dos trabalhadores
A manutenção regular de veículos,
É importante fornecer aos operadores e reboques e vias de circulação con-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

supervisores informação sobre: tribuirá para reduzir ao mínimo a


• as potenciais lesões devidas ao amplitude das vibrações e os cho-
equipamento ques, sendo por isso conveniente:

• os valores‑limite de exposição e va- • proceder à manutenção do


lores de acção de exposição; piso das estradas;

• os resultados da avaliação dos ris- • substituir as peças usadas (in


cos de vibrações e de quaisquer cluindo a suspensão dos assen-
medições das mesmas; tos);

• as medidas de controlo que estão a ser usadas • verificar e substituir os amortecedores, rolamentos e
para eliminar ou reduzir riscos devidos as vibra- engrenagens defeituosos;
ções transmitidas ao corpo inteiro; • afinar os motores;
• as práticas de trabalho seguras que minimizem a • verificar o estado dos pneus e certificar‑se de que
exposição a vibrações; estão insuflados às pressões adequadas às condi-
• porquê e como detectar e notificar os sinais de le- ções do piso e da carga;
são; • lubrificar os sistemas de suspensão do assento e
• as circunstâncias em que os trabalhadores têm di- outros sistemas semelhantes.
reito à vigilância da saúde.
Os trabalhadores devem ser formados em técnicas de 3.3.9 Suspensão dos assentos
condução que minimizem a exposição às vibrações.
Devem ser sensibilizados para os efeitos da velocidade O fornecedor deve fornecer informação sobre os as-
de condução e, caso haja limites de velocidade, para sentos adequados para os veículos. Os assentos com
os motivos que os justificam. suspensão nem sempre são apropriados, mas os fabri-
Caso os veículos estejam equipados com sistemas de cantes das máquinas devem pôr à disposição assen-
suspensão dos assentos, convém explicar aos conduto- tos concebidos para reduzir ao mínimo as vibrações
res como regulá‑los de acordo com o seu peso. Tam- transmitidas ao condutor.
bém é necessário explicar‑lhes como regular os demais Caso estejam previstos assentos com suspensão, é
controlos do assento (posição, altura, inclinação do es- importante que essa suspensão seja apropriada ao
paldar do assento, etc.) a fim de se alcançar a postura veículo. Uma má selecção dos sistemas de suspen-
mais cómoda. são dos assentos pode facilmente resultar numa ex-
Condutores e técnicos de manutenção têm de receber for- posição às vibrações superior à que se verificaria
mação para saberem quando é necessário procederem à sem suspensão. Todos os sistemas de suspensão dos
manutenção ou substituição das componentes da máquina assentos amplificam uma determinada gama de fre-
que afectam a exposição às vibrações e a postura, como quências. Se as frequências dominantes da vibração
,por exemplo, o sistema de suspensão do assento. do veículo se situarem nesta gama de amplificação,
a suspensão do assento agrava-
Os trabalhadores devem igualmente ser informados so- rá a exposição do condutor às
bre as consequências das actividades não laborais em vibrações. As normas EN ISO
matéria de riscos para a saúde. Para reduzir os riscos 7096:2000 (Ed. 1), EN ISO
de vir a sofrer de lombalgias, os trabalhadores devem 5007 e EN 13490:2001
ser incentivados a manter uma boa condição física, (Ed. 1) apresentam critérios
bem como a prevenir os riscos decorrentes de activida- de desempenho, respecti-
des não laborais, como, por exemplo, utilizar métodos vamente, para má-
errados para levantar pesos ou permanecer em posturas quinas de terra-
incorrectas durante longos períodos. plenagem,
tractores agríco-
las com rodas e
camiões indus-
3.3.7 Programação do trabalho
triais, concebidos
Para controlar os riscos das vibrações transmitidas ao para garantir o
corpo inteiro, poder ser necessário limitar o tempo du- desempenho ade-
rante o qual os trabalhadores estão expostos às vibra- quado da suspensão
ções de alguns veículos ou máquinas. dos assentos.

76
O sistema de suspensão deve igualmente ser selec- A suspensão do assento deve ser facilmente acessível e
cionado para que, em condições habituais de utiliza- ajustável ao peso e tamanho do operador. A regulação
ção, o assento não seja susceptível de atingir o fim da altura, da posição longitudinal e do espaldar do as-
de curso superior ou inferior. Isso provocaria vibra- sento são particularmente importantes. A concepção dos
ções com choque, assim aumentando o risco de lom- estofos dos assentos deve também obedecer aos princí-
balgias. pios ergonómicos.

Bibliografia suplementar:

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


CEN/TR CEN/TR 15172-1:2005, Whole-body vibration – Guidelines for vibration hazards reduction – Part 1:
Engineering methods by design of machinery (Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – Directrizes para a
redução de riscos devidos às vibrações – Parte 1: Medidas técnicas na concepção das máquinas).

CEN/TR 15172-2:2005, Whole-body vibration – Guidelines for vibration hazards reduction – Part 2:
Management measures at the workplace (Vibrações transmitidas ao corpo inteiro – Directrizes para a redução
dos riscos devidos às vibrações – Parte 1: Medidas de gestão no local de trabalho).

3.4 Monitorização e reavaliação das vibrações

Capítulo 3 Eliminação ou redução da exposição


3.4.2 Quando preciso de repetir a avaliação
Uma vez que a gestão da exposição às vibrações dos riscos?
é um processo contínuo, é necessário garantir que
os sistemas de controlo estão a ser usados e a dar Será necessário reavaliar os riscos derivados da vibra-
os resultados esperados. ção, e a forma de controlá-los, sempre que houver no lo-
cal de trabalho alterações que possam afectar o nível de
Neste capítulo analisamos a forma de monitori- exposição, tais como:
zar os controlos das vibrações e o momento de

PARTE 2
repetir a avaliação dos riscos. • a introdução de máquinas ou processos diferentes;
• alterações no padrão ou nos métodos de trabalho;
• alterações no número de horas trabalhadas com o
3.4.1 Como saber se os controlos das equipamento vibratório;
vibrações transmitidas ao corpo • introdução de novas medidas de controlo das vibra-
inteiro estão a funcionar? ções.

Será necessário rever periodicamente os controlos das Será também necessário reavaliar os riscos, se houver in-
vibrações transmitidas ao corpo inteiro, para garantir dicações (por exemplo, vindas da vigilância da saúde)
que continuam a ser pertinentes e eficazes. É preciso: de que os controlos existentes não são eficazes.

• verificar regularmente que gestores e trabalhadores O grau da reavaliação dependerá da natureza das alte-
continuam a realizar o programa de controlos intro- rações e do número de pessoas por elas afectadas. Uma
duzido; alteração no número de horas ou nos padrões de traba-
lho pode exigir um novo cálculo da exposição diária
• conversar regularmente com os trabalhadores, com para os trabalhadores afectados, mas não mudará neces-
o pessoal responsável e com os representantes de sariamente as amplitudes das vibrações. A introdução de
trabalhadores sobre os eventuais problemas rela- novas máquinas ou veículos pode exigir uma reavaliação
cionados com as vibrações ou com as posturas de- total.
vidos aos veículos ou às máquinas ou ao modo
como estão a ser operados; É conveniente rever a avaliação dos riscos e das práti-
cas de trabalho a intervalos regulares, mesmo que nada
• verificar os resultados da vigilância da saúde e tenha mudado de uma forma evidente. Pode, num dado
abordar com o prestatário dos serviços de saúde a ramo, haver novas tecnologias, concepções de máqui-
questão de saber se os controlos são eficazes ou nas ou formas de trabalhar que permitam reduzir mais
têm de ser modificados. os riscos.

77
Capítulo 4 Vigilância da saúde

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


A vigilância da saúde diz respeito à aplicação de procedimentos sistemáticos, regulares e adequados de
despistagem de doenças profissionais, bem como à adopção de medidas em função dos resultados. Os objectivos
são, antes de mais, proteger a saúde dos trabalhadores (nomeadamente pela identificação e protecção dos
trabalhadores mais vulneráveis), mas também verificar a eficácia a longo prazo das medidas de controlo.

A vigilância da saúde é claramente uma competência dos Estados‑Membros e, além disso, há diferenças nas
práticas nesta matéria na União Europeia. Não é intenção do presente guia fornecer orientações definitivas a
este respeito. Neste capítulo reafirmamos os requisitos em matéria de vigilância da saúde previstos na Directiva
«Vibrações» revemos algumas das técnicas de avaliação disponíveis.

Algumas técnicas de vigilância da saúde respeitantes às lesões provocadas pelas vibrações transmitidas ao
corpo inteiro são descritas no Anexo F.

Capítulo 4 Vigilância da saúde


PARTE 2
4.1 Quando é necessária a vigilância 4.2 Que registos são necessários?
da saúde? Os Estados-Membros devem aprovar disposições para
Os Estados-Membros devem adoptar disposições para assegurar que seja elaborado e mantido actualizado
assegurar uma adequada vigilância da saúde dos traba- um registo de saúde para cada trabalhador sujeito a
lhadores nos casos em que os resultados da avaliação vigilância da saúde. Estes registos contêm um resumo
das vibrações transmitidas ao corpo inteiro revelem riscos dos resultados dos exames de saúde realizados. Os
para a saúde dos mesmos. Essas disposições, incluindo registos serão mantidos numa forma adequada a permi-
os requisitos especificados para os registos clínicos e para tir uma consulta posterior, tendo em conta a sua confi-
a possibilidade de os consultar, devem ser tomadas nos dencialidade.
termos da legislação e/ou práticas nacionais.
Serão fornecidas cópias dos registos adequados à au-
Nos casos em que a avaliação revele riscos para saúde toridade competente, a seu pedido. O trabalhador
dos trabalhadores, as entidades patronais devem propor- deve, a seu pedido, ter acesso ao registo de saúde que
cionar as medidas adequadas de vigilância da saúde. A lhe diga pessoalmente respeito.
vigilância da saúde deve ser prevista para os trabalhado-
res que estejam em risco de lesões devidas às vibrações,
se: 4.3 Que fazer se for identificada uma
• a exposição dos trabalhadores a vibrações for tal lesão?
que permita estabelecer uma relação entre essa ex-
Se os resultados da vigilância da saúde revelarem que
posição e uma doença identificável ou efeitos noci- um trabalhador sofre de uma doença ou de uma afec-
vos para a saúde; ção identificáveis que sejam consideradas, por um mé-
• houver probabilidades de que a doença e os efeitos dico ou um profissional de cuidados de saúde no traba-
nocivos resultem das condições de trabalho particula- lho, como resultantes da exposição a vibrações
res do trabalhador, e mecânicas no trabalho:

• houver existam técnicas válidas que permitam detec- Informações para o trabalhador
tar a doença ou os efeitos nocivos para a saúde;
O trabalhador deve ser informado, pelo médico ou por
• em todo o caso, os trabalhadores cuja exposição outra pessoa devidamente qualificada, do resultado
diária ultrapasse o valor de acção têm direito a uma que lhe diga pessoalmente respeito. Em particular, os
vigilância da saúde adequada. trabalhadores devem ser informados e aconselhados

79
sobre a eventual vigilância da saúde a que devam sub- • Ter em conta o parecer do profissional de cuidados
meter-se após o final da exposição. de saúde no trabalho ou de outra pessoa devida-
mente qualificada ou da autoridade competente ao
aplicar quaisquer medidas consideradas necessá-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Informações para a entidade patronal rias para eliminar ou reduzir os riscos devidos à
exposição a vibrações transmitidas ao corpo intei-
A entidade patronal deve ser informada de quaisquer da-
ro, incluindo a possibilidade de afectar o trabalha-
dos significativos obtidos no âmbito da vigilância da saú-
dor em causa a uma função alternativa na qual não
de, tendo em conta o necessário segredo médico;
haja riscos de mais exposição, e

• Prever uma vigilância contínua da saúde e provi-


Acções da entidade patronal
denciar no sentido de um exame do estado de
• Rever a avaliação dos riscos derivados de vibra- saúde de todos os outros trabalhadores que te-
ções. nham tido uma exposição similar. Nestes casos, o
médico, o profissional de cuidados de saúde no
• Rever as medidas previstas para eliminar ou reduzir trabalho ou a autoridade competente podem pro-
os riscos devidos à exposição a vibrações transmiti- por que os trabalhadores expostas sejam sujeitos
das ao corpo inteiro. a um exame médico.

80
Anexo A Resumo das responsabilidades definidas na
Directiva 2002/44/CE

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Quadro 1 Resumo das responsabilidades definidas na Directiva 2002/44/CE
Artigo da Quem Quando Requisito
Directiva
Artigo 4 Entidade Risco potencial Determinação e avaliação dos riscos:
patronal de vibrações ✓ Recorrer a pessoas ou serviços competentes para avaliar o
transmitidas ao risco de transmissão de vibrações ao corpo inteiro.
corpo inteiro
✓ Dispor de uma avaliação dos riscos.
✓ Identificar as medidas a tomar para o controlo da exposição
dos trabalhadores, bem como para a informação e formação
dos mesmos.
✓ Manter actualizada a avaliação dos riscos.
Artigo 5 Entidade Riscos devidos à Eliminação ou redução da exposição:
patronal vibração 3 Tomar medidas de carácter geral para eliminar os riscos ou
para reduzi los ao mínimo
Exposições 3 Estabelecer e implementar um programa de medidas
acima do valor destinadas a eliminar ou reduzir ao mínimo a exposição a
de acção de vibrações transmitidas ao corpo inteiro
exposição

ANEXO A-H
Exposições 3 Tomar medidas imediatas para prevenir a exposição acima

PARTE 2
acima do do valor-limite
valor-limite de 3 Apurar as razões pelas quais o valor limite de exposição foi
exposição ultrapassado
Trabalhadores 3 Adaptar‑se às necessidades dos trabalhadores em situações
em situações particulares de risco
particulares de
risco
Artigo 6 Entidade Trabalhadores Informação e formação dos trabalhadores:
patronal sujeitos ao risco 3 Para todos os trabalhadores expostos riscos de vibrações
devido a transmitidas ao corpo inteiro.
vibrações
transmitidas ao
corpo inteiro
Artigo 7 Entidade Trabalhadores Consulta e participação dos trabalhadores:
patronal sujeitos ao risco 3 Consultar, de uma forma equilibrada e em tempo útil, os
devido a trabalhadores e os seus representantes sobre a avaliação
vibrações dos riscos, as medidas de controlo, a vigilância da saúde
transmitidas ao e a formação.
corpo inteiro
Artigo 8 Médico ou Em caso de Vigilância da saúde:
outra pessoa doença ✓ Informar o trabalhador dos resultados da vigilância da
devidamente saúde
qualificada
✓ Dar informações e recomendações ao trabalhador sobre
quaisquer exames de saúde a que deva submeter-se após o
final da exposição.
✓ Apresentar à entidade patronal os resultados mais
significativos das medidas de vigilância da saúde
Entidade Em caso de ✓ Rever a avaliação dos riscos
patronal doença ✓ Prosseguir com a eliminação ou redução dos riscos
✓ Reexaminar o estado de saúde dos trabalhadores que
tenham estado expostos de forma semelhante.
Entidade Exposições ✓ Os trabalhadores têm direito a uma adequada vigilância da
patronal acima do valor saúde
de acção de
exposição

81
Anexo B O que é uma vibração?
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

B.1 What is vibração? B.3 O que é a frequência e a


Há vibrações quando um corpo
ponderação em frequência?
se move para a frente e para trás A frequência é o número de vezes por segundo que o
devido a forças externas e inter- corpo vibratório se desloca para trás e para a frente. Ex-
nas (ver Figura B.1). No caso prime-se por em ciclos por segundo, habitualmente mais
das vibrações transmitidas ao conhecidos por hertz (cuja abreviatura é Hz).
corpo inteiro, aquilo que vibra
Para as vibrações transmitidas ao corpo inteiro, as fre-
pode ser o assento de um veícu-
quências consideradas como importantes variam entre
lo ou a plataforma na qual um
0,5Hz e 80Hz. No entanto, como o risco de lesão não
trabalhador está de pé, sendo
é igual em todas as frequências, usa-se a ponderação em
esse movimento transmitido no
frequência para representar a probabilidade de lesão re-
corpo do condutor.
sultante das diferentes frequências. Consequentemente, a
Figura B.1 Vibração transmitida ao
aceleração ponderada diminui quando a frequência au-
corpo inteiro
menta. Para a vibração transmitida ao corpo inteiro, são
utilizadas duas ponderações em frequência distintas. Uma
delas (ponderação Wd) aplica-se aos dois eixos laterais x
e y e a outra (ponderação Wk) aplica-se ao eixo z relativo
B.2 O que se mede? às vibrações verticais.
Uma vibração define-se pela sua amplitude e frequência.
Ao considerar os riscos para saúde devidos a vibrações
O valor de vibração pode ser expresso pela deslocação
transmitidas ao corpo inteiro, é necessário aplicar um fac-
de vibração (em metros), velocidade de vibração (em me-
tor multiplicador adicional aos valores de vibração pon-
tros por segundo) ou aceleração de vibração (em metros
derados em frequência. Para os dois eixos horizontais (x
por segundo por segundo ou m/s²). Não obstante, a
e y) os valores de aceleração são multiplicados pelo fac-
maioria dos transdutores de vibração produz uma resulta-
tor 1,4. Para o eixo vertical (z), os valores de aceleração
do relacionado com a aceleração (o resultado está de-
são multiplicados pelo factor 1,0.
pendente da força que actua numa massa fixa no transdu-
tor e, para uma massa fixa, força e aceleração estão
directamente relacionadas); assim, utiliza‑se tradicional-
mente a aceleração para descrever a vibração.
B.4 Que parâmetros da vibração são
usados para a avaliação da exposi
ção?
O transdutor de vibração mede a aceleração numa única A Directiva «Vibrações» autoriza dois métodos de avalia-
direcção, pelo que para se obter uma ideia mais comple- ção da vibração:
ta da vibração numa superfície, são necessários três trans-
• a exposição diária, A(8 ) – correspondendo à acele-
dutores: um em cada eixo tal como ilustrado na Figura
ração equivalente contínua, para um período de oito
B.2.
horas, o valor A(8) baseia‑se na aceleração eficaz
ponderada, sendo expresso em m/s²; e
• o valor de dose de vibração (VDV), que corresponde
a uma dose cumulativa, baseada na quarta raiz do
sinal de aceleração, sendo expresso em m/s1,75.
Ambos os parâmetros A(8) e VDV são definidos na norma
ISO 2631-1:1997.
A Figura B.3 mostra alguns exemplos de amplitudes de
vibração para máquinas e veículos comuns.

B.5 Que instrumentos devem ser


utilizados?
Os instrumentos de medição das vibrações transmitidas
ao corpo inteiro devem cumprir as especificações da nor-
Figura B.2 Eixos de medição da vibração ma EN ISO 8041:2005 (Ed. 1).

82
Figura B.3 Exemplos de amplitudes de vibração para máquinas comuns
Exemplos de medições de vibrações no local de trabalho relativas aos valores mais elevados
das vibrações axiais, efectuadas pelo INRS (em colaboração com a CRAM e a Prevencem) e o
HSL and RMS Vibration Test Laboratory entre 1997 e 2005. Estes dados são fornecidos apenas a
título de ilustração e podem não ser representativos da utilização das máquinas em todas ascircunstâncias.
Os percentis 25 e 75 indicam a amplitude da vibração que é igual ou superior a 25% ou 75% dos casos.

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Aceleração (m/s²)
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2

Retroescavadora
carregadora c/rodas
Cilindro -
compactador c/rolo
Cilindro -
compactador c/duplo rolo

Tractor de rastos

Camião com caixa


basculante
Camião articulado

ANEXO A-H
Escavadora de

PARTE 2
rodas
Escavadora
<25t
Escavadora
>25t

Tractor agrícola

Pavimentadora de
asfalto/espalhadora
Grua florestal

Segadeira florestal

Empilhador de
contrapeso
Empilhador - order
picker
Empilhador rectráctil

Niveladora
Porta-paletes
c/plataforma para o
operador
Porta-paletes
elevadores
c/plataforma para o
Gadanha

Tractor rebocador

Pá carregadora de
rodas Exemplos
25. e 75. percentis

83
Bibliografia suplementar:

ISO 2631-1:1997 Mechanical vibration and shock – Evaluation of human exposure to whole-body vibration –
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Part 1: General requirements (Vibrações mecânicas e choques - Avaliação da exposição pessoal às vibrações
transmitidas ao corpo inteiro ‑ Parte 1: Prescrições gerais)

EN 14253:2003 Mechanical vibration — Measurement and calculation of occupational exposure to whole-


body vibration with reference to health — Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medição e cálculo da
exposição profissional às vibrações transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde ‑ Orientações
práticas).

84
Anexo c Riscos para a saúde, sinais e sintomas

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


C.1 Efeitos das vibrações transmitidas ao A condução de máquinas móveis não implica apenas a
corpo inteiro exposição a vibração transmitidas ao corpo inteiro, mas
também a diversos outros factores de tensão para as cos-
A transmissão das vibrações ao corpo depende da postu- tas, os ombros ou o pescoço. Os mais importantes são:
ra. Os efeitos das vibrações são por conseguinte comple-
xos. A exposição a vibrações transmitidas ao corpo intei- • estar sentado durante longos períodos em posturas
ro dá origem a movimentos e forças no corpo humano forçadas;
susceptíveis de: • estar sentado durante longos períodos em posturas
• causar desconforto; inadequadas;

• afectar negativamente o rendimento; • torção frequente da coluna vertebral;

• agravar lombalgias preexistentes e • necessidade de adoptar posturas com a cabeça vira-


da ou inclinada;
• apresentar riscos em matéria de saúde e segurança.
• Levantamento e manipulação frequentes de materiais
As vibrações de baixa frequência do corpo podem provo- (condutores de camiões de entrega de mercado-
car enjoo. rias),
Segundo estudos epidemiológicos sobre a exposição pro- • traumatismos;
longada às vibrações transmitidas ao corpo inteiro, os
riscos para a saúde são elevados, principalmente no que • movimentos bruscos;

ANEXO A-H
PARTE 2
respeita à coluna lombar, mas também ao pescoço e aos • condições climatéricas adversas e
ombros. Alguns estudos relataram ainda que as vibrações
afectam o sistema digestivo, o aparelho reprodutor femini- • stress.
no e o sistema venoso periférico. Em alguns países e em certas condições, as lombalgias
que atingem os trabalhadores expostos a vibrações trans-
mitidas ao corpo inteiro são consideradas uma doença
C.2 Lombalgias e patologias das costas, profissional.
dos ombros e do pescoço
Os resultados dos estudos epidemiológicos mostram uma
taxa de prevalência mais elevada das lombalgias, C.3 Outras patologias
da hérnia discal e da espondilose nos grupos ex- Permanece em aberto a questão de saber se a ex-
postos a vibrações transmitidas ao corpo inteiro. posição a vibrações transmitidas ao corpo inteiro
Estima‑se que uma maior duração e intensidade pode provocar patologias do aparelho digestivo ou
da exposição às vibrações aumentam o risco, circulatório ou ter efeitos adversos no aparelho repro-
ao passo que os períodos de repouso o dimi- dutor. Em alguns casos foi observada um aumento da
nuem. Muitos condutores queixam-se também prevalência das queixas gastrointestinais, úlceras pépti-
de problemas nos ombros e no pescoço, em- cas e gastrites em condutores dos veículos que vibram.
bora os estudos epidemiológicos sejam incon- As vibrações transmitidas ao corpo inteiro parecem ser
clusivos a este respeito. um factor que, combinado com a postura sentada pro-
As lombalgias e as patologias das costas, dos longada dos condutores contribui para a ocorrência de
ombros ou do pescoço não são específicas da veias varicosas e de hemorróidas. Alguns estudos assi-
exposição às vibrações. Há muitos factores sus- nalaram efeitos no aparelho digestivo, nos órgãos do
ceptíveis de induzir confusão tais como a postura aparelho reprodutor feminino e no sistema venoso
de trabalho, as características antropométricas, o periférico. Um estudo revelou uma taxa de morte
tónus muscular, a carga de trabalho físico e a sus- neo-natal superior à esperada nos bebés dados à
ceptibilidade individual (idade, antecedentes, for- luz por mulheres expostas a vibrações no sector dos
ça muscular, etc.). transportes.

85
Anexo d Ferramentas para calcular as exposições diárias
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

D.1 Ferramentas baseadas na Internet haver um risco de lesão por transmissão de vibrações ao
corpo inteiro para exposições abaixo do valor de acção
Para simplificar o processo de cálculo da exposição diá- de exposição, pelo que algumas exposições incluídas na
ria a vibrações, estão disponíveis algumas calculadoras área verde podem causar lesões provocadas por vibra-
baseadas na Internet, como, por exemplo: ções a alguns trabalhadores, especialmente após muitos
www.hse.gov.uk/vibration/wbv/wholebodycalc.htm anos de exposição.
www.dguv.de/bgia/de/pra/softwa/kennwertrechner/
index.jsp

D.3 Nomograma da exposição diária


D.2 Gráfico da exposição diária
O nomograma da Figura D.2 fornece um método alterna-
O gráfico da Figura D.1 fornece um método alternativo tivo simples para obter exposições diárias às vibrações
simples para procurar as exposições diárias ou exposi- sem usar as equações.
ções parciais a vibrações sem necessidade de uma calcu-
ladora. a) Na linha da esquerda procurar o ponto corresponden-
te à amplitude da vibração (utilizar a escala do lado
Basta procurar no gráfico sobre uma linha A(8) o ponto esquerdo para os valores dos eixos x e y; a escala do
em que a linha da amplitude de vibração (kaw)max intersec- lado direito para os valores do eixo z).
ta a linha do tempo de exposição, ou o ponto da linha
A(8) imediatamente acima dessa intersecção (o factor k é b) Traçar uma linha que vá desde um ponto na escala do
1,4 para os eixos x e y ou 1,0 para eixo z, ou seja, o lado esquerdo (que representa a amplitude da vibra-
eixo vertical). ção) até um ponto na escala do lado direito (que re-
presenta o tempo de exposição).
A área verde da Figura D1indica exposições provavel-
mente abaixo do valor de acção de exposição. Estas ex- Fazer a leitura das exposições parciais no ponto em que
posições não devem ser assumidas como «seguras». Pode as linhas se cruzam com a escala central.

86
Figura D.1 Gráfico da exposição diária

3,8 Exemplo:
1,2m/s2 por 4 horas 30

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


3,6 min da A(8)=0,9m/s2

3,4

3,2

2,8

2,6

2,4
(kaw)max (m/s2)

2,2

ANEXO A-H
1,8

PARTE 2
A(8)=2,0m/s2

1,6 A(8)=1,8m/s2

1,4 A(8)=1,6m/s2

1,2 A(8)=1,4m/s2
A(8)=1,2m/s2
1
A(8)=1,15m/s2
A(8)=1,0m/s2
0,8
A(8)=0,8m/s2
0,6
A(8)=0,6m/s2
0,4 A(8)=0,5m/s2
A(8)=0,4m/s2
0,2 A(8)=0,2m/s2
0
0:00

0:30

1:00

1:30

2:00

2:30

3:00

3:30

4:00

4:30

5:00

5:30

6:00

6:30

7:00

7:30

8:00

8:30

9:00

9:30

10:00

Tempo de exposição (hh:mm)

87
Figura D.2 Nomograma para os valores de A(8)
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Aceleração Exposição a Tempo de


ponderada vibrações parciais exposição
aw Ai(8) diária
(m/s2) (m/s2) T
Usar esta Usar esta
escala para escala para
os eixos o eixo z
x- y-
A i ( 8) = ah v T
6 8 horas
10
8
5 10 8
8 6
6
4 5
6
5 5 4
4 3
3
4

Horas
3
2
100
2 1,5
3 80
2 1,5
1,0 60
Valor-limite de exposição 1,15 m/s²
0,8
1,0
1,5 40
2 0,8 0,6
0,5 30
0,6
Valor-limite de exposição 0,5 m/s²

Minutos
1,5 20
1,0 0,4
15
0,3
0,8
1,0 10
0,2
8
0,6 0,15
0,8 6
0,5 0,1 5
4
0,6
0,4 3
0,5
2
0,3 0,4

Instruções: 1
0,3
0,2
Para cada exposição traçar uma linha entre a aceleraçãoo
ponderada e o tempo de exposição. Ler a exposição a vibrações
A(8); ou os pontos de exposição n,; no ponto em que a linha cruza
0,15 a escala central. Escrever os valores no quadro respectivo abaixo.
0,2

0,15
0,1

0,1

88
D.4 Sistema de pontos de exposição Em geral, o número de pontos de exposição,
A gestão da exposição a vibrações transmitidas ao corpo PE, é definido por:
inteiro pode ser simplificada usando-se um sistema de
«pontos» de exposição. Para qualquer veículo ou máqui-
na em funcionamento, o número de pontos de exposição 8 horas
acumulados numa hora (PE,1h em pontos por hora) pode

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


ser obtido a partir da amplitude da vibração aw em m/s²
e do factor k (1,4 para os eixos x e y ou 1,0 para o eixo em que aw é a amplitude da vibração em m/s², T
z) utilizando: é o tempo de exposição em horas e k é o factor
multiplicador de 1,4 para os eixos x e y ou de 1,0
para o eixo z.
PE,1h = 50(kaw)2
Em alternativa, a Figure D.3 indica um método
Os pontos de exposição são simplesmente adicionados,
simples para achar os pontos de exposição.
pelo que se pode fixar um número máximo de pontos de
exposição para qualquer trabalhador durante um dia.
Os resultados da exposição correspondentes aos valores A exposição diária A(8) pode ser calculada a partir
de acção e aos valores-limites da exposição são: do ponto de exposição, usando:
• valor de acção de exposição (0,5 m/s²) = 100 pon-
tos;
• Valor‑limite de exposição (1,15 m/s²) = 529 pon-
tos.

Figura D.3 Quadro dos pontos de exposição (valores arredondados)

ANEXO A-H
PARTE 2
2 50 100 200 400 600 800 1000 1200 1600 2000 2400

1,9 45 90 180 360 540 720 905 1100 1450 1800 2150

1,8 41 81 160 325 485 650 810 970 1300 1600 1950

1,7 36 72 145 290 435 580 725 865 1150 1450 1750

1,6 32 64 130 255 385 510 640 770 1000 1300 1550

1,5 28 56 115 225 340 450 565 675 900 1150 1350

1,4 25 49 98 195 295 390 490 590 785 980 1200


Aceleração x k (m/s²)

1,3 21 42 85 170 255 340 425 505 675 845 1000

1,2 18 36 72 145 215 290 360 430 575 720 865

1,1 15 30 61 120 180 240 305 365 485 605 725

1 13 25 50 100 150 200 250 300 400 500 600

0,9 10 20 41 81 120 160 205 245 325 405 485

0,8 8 16 32 64 96 130 160 190 255 320 385

0,7 6 12 25 49 74 98 125 145 195 245 295

0,6 5 9 18 36 54 72 90 110 145 180 215

0,5 3 6 13 25 38 50 63 75 100 125 150

0,4 2 4 8 16 24 32 40 48 64 80 96

0,3 1 2 5 9 14 18 23 27 36 45 54

0,2 1 1 2 4 6 8 10 12 16 20 24

15m 30m 1h 2h 3h 4h 5h 6h 8h 10h 12h

Tempo de exposição diária

89
Anexo E Exemplos de exposição diária
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

E.1 Exposição diária: A(8), no caso de uma única tarefa

Passo 1: Determinar os três valores eficazes das acelera


ções ponderadas em frequência awx, awy e awz, Exemplo
com base nos dados do fabricante, de outras Um condutor conduz uma segadeira
fontes ou de medição.
florestal durante 6½ horas por dia.
Passo 2: Achar as exposições diárias nas três direcções,
x, y e z aplicando as fórmulas:
Passo 1: Os valores da vibração no assento são:

exp • Eixo x: 0,2 m/s²

• Eixo y: 0,4 m/s²

• Eixo z: 0,25 m/s²


exp
Passo 2: Logo, os VDV nos eixos x, y e z são:

exp

em que
3 Texp é a duração diária da exposição à vi
bração e
3 T0 é o período de referência de oito horas.
Passo 3: O valor mais elevado de Ax(8), Ay(8) og Az(8)
corresponde à exposição diária à vibração. Passo 3: A exposição diária A(8) equivale ao
mais elevado destes valores. Neste caso,
trata-se do eixo y: 0,5m/s² (ou seja, o
valor de acção de exposição)

90
E.2 Exposição diária: A(8), no caso de haver mais de uma tarefa

Se um trabalhador estiver exposto a mais de uma fonte de


Exemplo
vibrações (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais má-
quinas distintas ou executa actividades diferentes durante Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


o dia), calculam-se as exposições parciais a vibrações a camião de mercadorias com uma pequena empilhadora
partir da amplitude e da duração relativas a cada um dos e, de seguida, 6 horas ao volante.
eixos e a cada exposição. Os valores das vibrações par-
Passo 1: Os valores da vibração no assento são:
ciais são combinados de forma a darem o valor total da
exposição diária, A(8), para esse trabalhador e para
cada um dos eixos. Neste caso, a exposição diária às Empilhadora Camião
vibrações corresponde ao mais elevado dos valores obti- 3 eixo x: 0,5 m/s² 3 x-aksen: 0,2 m/s²
dos nos três eixos.
3 eixo y: 0,3 m/s² 3 y-aksen: 0,3 m/s²
Passo 1: Determinar os três valores eficazes das acele-
3 eixo z: 0,9 m/s² 3 z-aksen: 0,3 m/s²
rações ponderadas em frequência awx, awy og
awz para cada tarefa ou veículo, com base nos Passo 2: Logo, as exposições diárias nos eixos x,
dados do fabricante, de outras fontes ou das ye z são:
medições.
Empilhadora
Passo 2: Para cada veículo ou tarefa, achar as exposi-
ções diárias parciais nas três direcções, x, y e
z, utilizando: Ax, Empilhadora

ANEXO A-H
exp Ay, Empilhadora

PARTE 2
Az, Empilhadora
exp
Camião

exp Ax, camião

em que
Ay, camião
3 Texp é a duração diária da exposição às vibrações e
3 T0 é o período de referência de oito horas. Az, camião
Cada exposição parcial a vibrações representa o contri-
buto de uma fonte particular de vibração (máquina ou
actividade) para o total da exposição diária do trabalha- Passo 3: A exposição diária às vibrações, para cada
dor. O conhecimento dos valores das exposições parciais eixo, é:
ajuda a decidir quanto às prioridades: as máquinas ou
actividades com maiores valores de exposição parcial a
vibrações são os que devem ter prioridade nas medidas
de controlo.
Passo 3: Para cada eixo (j), a exposição diária total a
vibrações pode ser calculada a partir dos valo- Passo 4: A exposição diária do condutor a vibrações
res da exposição parcial a vibrações, usando transmitidas ao corpo inteiro A(8) equivale ao
a fórmula: mais elevado dos valores obtidos. Neste
caso, trata-se dos eixos y ou z: 0,4 m/s2, ou
Aj8) = Aj1(8)2 + Aj2(8)2 + Aj3(8)2 + … seja ligeiramente abaixo do valor de acção
de exposição.
em que Aj1(8), Aj2(8), Aj3(8) etc. são os valores da exposi-
ção parcial a vibrações relativos às diferentes fontes de
vibrações.
Passo 4: A exposição diária à vibração equivale ao va-
lor mais elevado de Ax(8), Ay(8) og Az(8) er
dagseksponeringen.
91
E.3 Exposição diária: VDV, no caso de uma única tarefa
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Passo 1: Determinar os três VDV, VDVx, VDVy and VDVz.


ponderados em frequência (Nota – A comunica- Exemplo
ção dos VDV está menos divulgada do que a
dos valores eficazes, não tendo os fabricantes a Um condutor conduz uma segadeira florestal
obrigação de o fazer, pelo que é mais provável durante 6½ horas por dia.
que os VDV provenham de medições e não de
publicações). Passo 1: Os VDV medidos no assento durante um
Passo 2: Achar as exposições diárias nas três direcções, período de medição de 2 horas são:
x, y e z aplicando as fórmulas:
3 Eixo x: 3 m/s1,75

3 Eixo y: 5 m/s1,75

3 Eixo z: 4 m/s1,75

Passo 2: Achar as exposições diárias nas três


direcções, x, y e z aplicando as fórmulas:

em que:
3 Tmeas é o período de medição, e
3 Texp é a duração diária de exposição às vi-
brações.

Passo 3: O VDV diário equivale ao valor mais elevado de


VDVexp,x, VDVexp,y og VDVexp,z. Passo 3: O VDV diário é o mais elevado destes
valores. Neste caso, trata-se do eixo y:
9,4 m/s1,75, ou seja, ligeiramente acima
do VDV correspondente ao valor de
acção de exposição.

92
E.4 Exposição diária: VDV, no caso de haver mais de uma tarefa

Se uma pessoa estiver exposta a mais de uma fonte de


vibrações (porque, por exemplo, utiliza duas ou mais má- Exemplo

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


quinas distintas ou executa actividades diferentes durante Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um
o dia), calculam-se as exposições parciais a vibrações a camião de mercadorias com uma pequena
partir da amplitude e da duração relativas a cada um dos empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.
eixos e para cada uma das exposições. Os VDV parciais
são combinados de forma a darem o VDV total diário, Passo 1: Os valores da vibração no assento, medidos
para esse trabalhador pessoa e para cada um dos eixos. por um período de 1 hora na empilhadora
O VDV diário corresponde então ao mais elevado dos e de 6 horas no camião, são:
valores obtidos em cada um dos três eixos.
Empilhadora Camião
3 Eixo x: 6 m/s1,75 3 Eixo x: 4 m/s1,75
Passo 1: Determinar os três VDV, VDVx, VDVy e. VDVz.pon-
derados em frequência para cada tarefa ou veí- 3 Eixo y: 4 m/s1,75 3 Eixo y: 5 m/s1,75
culo 3 Eixo z: 12 m/s1,75 3 Eixo z: 6 m/s1,75
Passo 2: Determinar os VDV parciais nas três direcções, Passo 2: Logo, os VDV parciais para os eixos x, y
x, y e z aplicando as fórmulas: e z são:

Empilhadora

ANEXO A-H
PARTE 2
emp

emp

emp

em que:
Camião
3 Tmeas é o período de medição, e
3 Texp é a duração diária de exposição às
vibrações. camião

Passo 3: Para cada eixo (j), o VDV diário total pode ser camião
calculado a partir dos valores da exposição par-
cial a vibrações, usando a fórmula:
VDVj = ( VDVj14 + VDVj24 + VDVj34 + K )1/4 camião

em que VDVj1, VDVj2, VDVj3 etc. são os valores da expo-


Passo 3: A exposição diária a vibrações, para
sição parcial a vibrações relativos às diferentes fontes de
cada eixo é:
vibração. 1/
VDVx = ( 84 + 64) 4
= 9 m/s1,75
1/
VDVy = ( 64 + 84) 4
= 9 m/s1,75
Passo 4: O VDV diário equivale ao valor mais elevado de 1/
VDVx, VDVy and VDVz VDVz = ( 124 + 74) 4 = 12 m/s1,75
Passo 4: A exposição diária do condutor a vibra-
ções transmitidas ao corpo inteiro equiva-
le ao mais elevado dos valores obtidos.
Neste caso, trata-se do valor para o eixo
z: 12  m/s1,75, ou seja, entre o VDV do
valor de acção de exposição e o VDV do
valor‑limite de exposição.

93
E.5 Exposição diária: A(8), usando o sistema de pontos de exposição
(Nota: Trata-se do mesmo exemplo que no Anexo E.2, usando o método dos pontos de exposição.)
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Caso se disponha dos valores da aceleração em m/s²:


Passo 2: Os pontos relativos à exposição diária a
vibrações, para cada eixo, são:
Passo 1: Determinar os valores em pontos para cada tare-
Eixo x = 25 + 27 = 52 pontos
fa ou veículo, usando a Figura D.3 para procu-
rar os pontos de exposição com base no valor Eixo y = 13 + 75 = 88 pontos
da aceleração, no factor k e no tempo de expo- Eixo z = 41 + 27 = 68 pontos
sição.
Passo 3: A exposição diária do condutor a vibrações
Passo 2: Para cada eixo, somar os pontos para se obter transmitidas ao corpo inteiro equivale ao
o total de pontos diários por eixo. mais elevado dos valores obtidos em
Passo 3: O mais elevado dos valores dos três eixos é a pontos. Neste caso, trata-se do valor para
exposição diária a vibrações, em pontos. o eixo y: 88 pontos, ou seja, abaixo do
valor de acção de exposição, que é de
100 pontos.
Exemplo
Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um
camião de mercadorias com uma pequena Caso se disponha de dados sobre os pontos por hora:
empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.
Passo 1: Determinar os valores em pontos por hora para
Passo 1: As exposições diárias nos eixos x, y e z cada tarefa ou veículo, a partir dos dados do
são: fabricante, de outras fontes ou por medição.
Passo 2: Para cada veículo ou tarefa, determinar os pon-
Empilhadora tos diários, multiplicando o número de pontos
por hora pelo número de horas de utilização da
3 Eixo x: 0,5 x 1,4 = 0,7 máquina.
3 Eixo y: 0,3 x 1,4 = 0,42 Passo 3: Para cada eixo, somar os pontos por máquina
para obter o total de pontos diários por eixo.
3 Eixo z: 0,9
Pontos após uma hora de trabalho Passo 4: O mais elevado dos valores dos três eixos é a
exposição diária a vibrações, em pontos.
(ver Figura D.3)
3 0,7 m/s² i 1 hora = 25 pontos
3 0,5* m/s² i 1 hora = 13 pontos Exemplo
3 0,9 m/s² i 1 hora = 41 pontos
Um condutor gasta por dia 1 hora a carregar um
* 0,42 m/s² não está representado na Figura D.3 e, por
camião de mercadorias com uma pequena
isso, usa-se o valor superior mais próximo 0,5 m/s².
empilhadora e, de seguida, 6 horas ao volante.
Camião de mercadorias Passo 1: Os valores dos pontos por hora no
3 Eixo x: 0,2 x 1,4 = 0,28 assento são:

3 Eixo y: 0,3 x 1,4 = 0,42 Empilhadora Camião


3 Eixo z: 0,3 3 Eixo x: 25 3 Eixo x: 4
Pontos após 6 horas de trabalho 3 Eixo y: 9 3 Eixo y: 9
(ver Figura D.3)
3 Eixo z: 41 3 Eixo z: 5
3 0,3* m/s² i 6 horas = 27 pontos
3 0,5* m/s² i 6 horas = 75 pontos Notas:

3 0,3 m/s² i 6 horas = 27 pontos 3 Os factores k factors estão incluidos nos valores dos pontos
por hora (ver Anexo D.4).
* Os valores exactos das vibrações não estão indicados
3 Os valores dos pontos por hora foram arredondados ao
na Figura D.3, e, por isso, usam- se os valores
número inteiro mais próximo.
imediatamente superiores.

94
Passo 2: Logo, os pontos de exposição diária Passo 3: Os pontos relativos à exposição diária
para os eixos x, y e z são: a vibrações, para cada eixo, são:
Eixo x = 25 + 24 = 49 pontos
Empilhadora Camião Eixo y = 9 + 54 = 63 pontos
(1 horas de trabalho) (6 horas de trabalho)

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Eixo z = 41 + 30 = 71 pontos

3 Eixo x: 25 x 1 = 25 3 Eixo x: 4 x 6 = 24 Passo 4: A exposição diária do condutor a vi-


brações transmitidas ao corpo inteiro
3 Eixo y: 9 x 1 = 9 3 Eixo y: 9 x 6 = 54 equivale ao mais elevado dos valores
3 Eixo z: 41 x 1 = 41 3 Eixo z: 5 x 6 = 30 obtidos. Neste caso, trata-se do valor
para o eixo z: 71 pontos, ou seja, abai-
xo do valor de acção de exposição,
que é de 100 pontos.

ANEXO A-H
PARTE 2

95
Anexo F Técnicas de vigilância da saúde
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

A vigilância da saúde pode consistir numa avaliação da O exame físico


anamnese de um trabalhador em conjunção com um exa-
O exame físico poder incluir:
me físico realizado por um médico ou um profissional de
cuidados de saúde com qualificação adequada. • exame da coluna vertebral e a avaliação dos efeitos
dolorosos da flexão e extensão anterior e laterais;
Para a vigilância da saúde relativamente às vibrações
transmitidas ao corpo inteiro há questionários disponíveis • teste de elevação da perna em extensão;
a partir de várias fontes (por exemplo, a secção VIBGUI-
• exame neurológico periférico (reflexos do tendão ro-
DE de: http://www.humanvibration.com/EU/EU_index.
tuliano e do tendão de Aquiles e sensibilidade da
htm).
perna e do pé);
A anamnese
• sinais de fraqueza muscular (extensão dos quadri-
A anamnese deve centrar-se no seguinte: ceps, flexão/extensão do dedo grande do pé);
• antecedentes familiares; • teste de força das costas;
• antecedentes sociais, incluindo hábitos tabágicos, • sinais de Waddel de dor não orgânica.
consumo de álcool e exercício físico;
• antecedentes profissionais, incluindo a actividade
profissional passada e actual com exposição a vibra-
ções transmitidas ao corpo inteiro, posturas de traba-
lho, levantamento de materiais e outros factores de
stress para as costas relacionados com o trabalho e
levantamento de materiais e outros factores de stress
para as costas relacionados com o trabalho e
• antecedentes clínicos pessoais.

96
Anexo G Glossário

Vibrações transmitidas ao corpo inteiro todas as exposições do corpo inteiro às vibra-


Vibrações mecânicas que, quando transmitidas ções durante o dia.

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


ao corpo inteiro, implicam riscos para a saúde
Valor de dose de vibrações, VDV
e a segurança dos trabalhadores, em especial
Uma dose cumulativa, baseada na quarta
lombalgias e traumatismos da coluna verte-
raiz do sinal de aceleração elevado à quarta.
bral.
O VDV é expresso em m/s1,75.
Emissão de vibrações declarada
Vigilância da saúde
Valor das vibrações fornecido pelos fabricantes
Um programa de exames de saúde aos traba-
das máquinas para indicar a vibração que se
lhadores para o diagnóstico precoce de pato-
deverá verificar nessas máquinas. O valor de
logias resultantes das actividades laborais.
emissão de vibrações declarado deve ser obti-
do através da utilização de um código de en- Valor de acção de exposição
saios normalizado e tem de ser incluído nas Valor relativo à exposição diária de um traba-
instruções da máquina. lhador às vibrações, A(8), de 0,5m/s2, ou ao
VDV diário do trabalhador de 9,1m/s1,75, aci-
Ponderação em frequência
ma do qual os riscos decorrentes da exposição
Filtro aplicado às medições da vibração para
às vibrações têm de ser controlados2.
simular a dependência do risco de traumatismo
físico em relação à frequência à frequência. Valor–limite de exposição
São utilizadas duas ponderações para as vi- Valor relativo à exposição diária de um traba-
brações transmitidas ao corpo inteiro: lhador às vibrações, A(8), de 1,15m/s2, ou
ao VDV diário do trabalhador de 21m/s1,75,

ANEXO A-H
• Wd para as vibrações horizontais para a

PARTE 2
acima do qual os trabalhadores não devem ser
frente e para trás (x) e laterais (y), e
expostos.2
• Wk para o eixo vertical (z).
Período de exposição
Exposição diária às vibrações, A(8) Período diário em que um trabalhador está ex-
Valor total das vibrações equivalente em ener- posto a uma fonte de vibrações.
gia a 8 horas para um trabalhador, em metros
por segundo ao quadrado (m/s2), incluindo

2 Os Estados-Membros podem escolher entre utilizar o valor A(8) ou o VDV para estabelecer os valores de acção e os valores-limite d exposição.

97
Anexo H Bibliografia
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

H.1 Directivas da UE transmitidas ao corpo inteiro no que diz respeito à saúde


‑ Orientações práticas).
Directiva 2002/44/CE do Parlamento Europeu e do EN 14253:2003.
Conselho, de 25 de Junho de 2002, relativa às prescri-
ções mínimas de segurança e saúde respeitantes à expo- Comité Europeu de Normalização (2003)Vibrações me-
sição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes cânicas. Ensaio de máquinas móveis para determinação
físicos (vibrações) (décima sexta directiva especial na do valor da emissão de vibrações.
acepção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva EN 1032:2003 (Ed. 2).
89/391/CEE).
Comité Europeu de Normalização. Mechanical vibration.
Guideline for the assessment of exposure to whole-body
Directiva 89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de vibration of ride on operated earth-moving machines.
1989, relativa à aplicação de medidas destinadas a pro- Using harmonised data measured by international institu-
mover a melhoria da segurança e da saúde dos trabalha- tes, organisations and manufacturers. CEN/TR First com-
dores no trabalho. mittee draft Munich (March 2005) [Vibrações mecânicas
‑ Directrizes para a avaliação da exposição a vibrações
Directiva 2006/42/CE do Parlamento Europeu e do transmitidas ao corpo inteiro em máquinas de terraplena-
Conselho, de 17 de Maio de 2006, relativa às máqui- gem. Utilização de dados harmonizados medidos por
nas e que altera a Directiva 95/16/CE (reformulação).
institutos, organizações e fabricantes internacionais.
Directiva 98/37/CE do Parlamento Europeu e do Con- CEN/TR Primeiro projecto, Munique (Março de 2005)].
selho, de 22 de Junho de 1998, relativa à aproximação
Comité Europeu de Normalização. Whole-body vibration
das legislações dos Estados-Membros respeitantes às má-
– Guidelines for vibration hazards reduction – Part 1: En-
quinas (revogada pela Directiva 2006/42/CE).
gineering methods by design of machinery (Vibrações
Directiva 90/269/CEE do Conselho, de 29 de Maio transmitidas ao corpo inteiro – Directrizes para a redução
de 1990, relativa às prescrições mínimas de segurança e dos riscos devidos às vibrações – Parte 1: Medidas técni-
de saúde respeitantes à movimentação manual de cargas cas na concepção das máquinas. CEN/TR 15172-
que comportem riscos, nomeadamente dorso-lombares, 1:2005
para os trabalhadores (quarta directiva especial na acep-
ção do n.º 1 do artigo 16.º da Directiva Comité Europeu de Normalização. Whole-body vibration
89/391/CEE). – Guidelines for vibration hazards reduction – Part 2: Ma-
nagement measures at the workplace (Vibrações transmiti-
das ao corpo inteiro – Directrizes para a redução dos
H.2 Normas riscos devidos às vibrações – Parte 2: Medidas de gestão
Normas europeias no local de trabalho. CEN/TR 15172-2:2005
Comité Europeu de Normalização (1997) Mechanical Organização Internacional de Normalização (1992).
vibration — Declaration and verification of vibration emis- Mechanical vibration — Laboratory method for evaluating
sion values (Vibrações mecânicas – Declaração e verifica- vehicle seat vibration — Part 1: Basic requirements (Vibra-
ção dos valores das emissões de vibrações) ções mecânicas — Método laboratorial para avaliar as
EN 12096:1997. vibrações dos assentos dos veículos — Parte1: Prescri-
Comité Europeu de Normalização (2001) Vibrações me- ções de base.
cânicas. Camiões industriais. Avaliação laboratorial e EN ISO 10326-1:1992
especificações das vibrações transmitidas ao operador
através do assento. Normas internacionais
EN 13490:2001. Organização Internacional de Normalização (1997).
Comité Europeu de Normalização (2001) Safety of indus- Guide to the evaluation of human exposure to whole-body
trial trucks — Test methods for measuring vibration (Segu- mechanical vibration and shock (Guia para a avaliação
rança dos camiões industriais — Métodos de ensaio para da exposição pessoal às vibrações mecânicas transmiti-
a medição de vibrações. das ao corpo inteiro e aos choques).
EN 13059:2001. ISO 2631-1:1997.

Comité Europeu de Normalização (2003) — Mechani- Organização Internacional de Normalização (2000) ‑


cal vibration. Measurement and evaluation of occupatio- Earth moving machinery ‑ laboratory evaluation of opera-
nal exposure to whole-body vibration with reference to tor seat vibration (Máquinas de terraplenagem –avaliação
health. Practical guidance (Vibrações mecânicas. Medi- laboratorial da vibração do assento do operador).
ção e cálculo da exposição profissional às vibrações EN ISO 7096:2000.

98
Organização Internacional de Normalização (2003) Dupuis, H. Diseases due to whole-body vibration. In: Ma-
Agricultural wheeled tractors ‑ Operator’s seat — Labora- nual of Occupational Medicine: Occupational physiolo-
tory measurement of transmitted vibration (Tractores agríco- gy, occupational pathology, prevention. Konietzko, Du-
las com rodas — Assento do operador — Medição labo- puis. Landsberg a.L.: ercomed-Verl.-Ges., Loose-leaf-edt.
ratorial das vibrações transmitidas) Chap. IV-3.5. (em alemão)
ISO 5007:2003
Griffin, M.J. (1990, 1996) Handbook of human vibra-

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


Organização Internacional de Normalização (2005). tion. Published: Academic Press, London, ISBN: 0-12-
Human response to vibration — measuring instrumentation 303040-4.
(Reacção humana às vibrações — instrumentos de medi-
Griffin, M.J. (2004) Minimum health and safety require-
da.
ments for workers exposed to hand-transmitted vibration
EN ISO 8041:2005 (Ed. 1)
and whole-body vibration in the European Union; a re-
Organização Internacional de Normalização (2001). view. Occupational and Environmental Medicine; 61,
Mechanical vibration ‑ Laboratory method for evaluating 387-397.
vehicle seat vibration — Part 2: Application to railway
Griffin, M.J. (2004) Minimum health and safety require-
vehicles (Vibrações mecânicas ‑ Método laboratorial para
ments for workers exposed to hand-transmitted vibration
avaliar as vibrações dos assentos dos veículos — Parte 2:
and whole-body vibration in the European Union; a re-
Aplicação aos veículos ferroviários.
view. Occupational and Environmental Medicine; 61,
ISO 10326-2:2001.
387-397.
Normas nacionais
Hartung, E.; Heckert, Ch.; Fischer, S.; Kaulbars, U. Load
British Standards Institution (1987) Measurement and eva- by mechanical vibration . Knietzko, Dupuis, Letzel (Hrsg.):
luation of human exposure to whole-body mechanical vi- Manual of Occupational Medicine, Ecomed Landsberg,
bration and repeated shock. British Standard, BS 6841. Chap. II-3.1,1-16 (33. Completion 8/08). (em alemão)
Dachverband der Ingenieure (2002) Human exposure to Homberg, F; Bauer, M. Neue (2004) VDI-Richtlinie

ANEXO A-H
PARTE 2
mechanical vibrations — Whole-body vibration. VDI 2057:2002 – „Former measuring values can be used
2057-1:2002. Em alemão. further on“ VDI-Report No. 1821, S. 239-250. (em ale-
mão)
Dachverband der Ingenieure (2005) Protective measures
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Kjellberg, A., Wikstrom, B.O. & Landstrom, U. (1994)
Injuries and other adverse effects of occupational exposure
H.3 Publicações científicas to whole body vibration. A review for criteria document
Bovenzi M & and Betta A. (1994) Low back disorders in Arbete och halsa vetenskaplig skriftserie 41. 1-80.
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Mansfield, N.J. (2004) Human Response to Vibration
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ISBN 0-4152-8239-X
240.
National Institute of Occupational Safety and Health (NIO-
Bovenzi M & and Hulshof CTJ. (1999) An updated review
SH) (1997) Musculoskeletal disorders and workplace fac-
of epidemiologic studies on the relationship between ex-
tors. A critical review of epidemiological evidence for
posure to whole body vibration and low back pain (1986-
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Bovenzi M, Pinto I, Stacchini N. Low back pain in port
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SH), Bernard, B.P. (Editor) (1997) Musculoskeletal disor-
2002; 253(1):3-20.
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Bovenzi M & and Zadini (1992) A. Self reported low logic evidence for work-related disorders of the neck,
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99
Palmer, K.T., Coggon, D.N., Bendall, H.E., Pannett, B., HSE (2005) Drive away bad backs: Advice for mobile
Griffin, M.J., Haward, B. (1999) Whole-body vibration: machine operators and drivers INDG404 HSE Books
occupational exposures and their health effects in Great 2005 ISBN 7176 6120 2.
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

Britain. Health and Safety Executive Contract Research Re- Bongers et al (1990) and Boshuizen et al (1990 a,b) in:
port 233/1999, HSE Books, ISBN: 0-7176-2477-3. Bongers PM, Boshuizen HC. Back Disorders and Whole
Palmer, K.T., Griffin, M.J., Bednall, H., Pannett, B., Co- body vibration at Work.
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Palmer, K.T., Haward, B., Griffin, M.J., Bednall, H., Co- Edited bei Institute of Applied Work Science (Institut für
ggon, D. (2000) Validity of self reported occupational angewandte Arbeitswissenschaft e.V.), Adaptation and
exposure to hand transmitted and whole body vibration. Editorial: Wilfried Brokmann. 2nd run. Cologne, Wirts-
Occupational and Environmental Medicine, 57, (4), 237- chaftsverlag Bachem, 1995. (em alemão)
241. INRS. (1992) Driving smoothly. How to adjust your sus-
Rossegger R. and Rossegger S. (1960) Health effects of pension seat. Lift truck and seat manufacturers. Edition
tractor driving. J Agric. Engineering Research 5. 241- INRS, ED1372. (em francês)
275. INRS. (1993) Driving smoothly. Choosing and maintai-
ning suspension seats for fork-lift trucks. Edition INRS,
Sandover J. (1998a) The fatigue approach to vibration
ED1373. (em francês)
and health: is it a practical and viable way of predicting
the effects on people? Journal of Sound & Vibration 215(4) INRS. (1998) Driving smoothly. A suspension seat to ease
688-721. your back. Farmers. Edition INRS, ED 1493. (em inglês e
francês)
Sandover J. (1998b) High acceleration events: An intro-
duction and review of expert opinion. Journal of Sound & INRS. (1998) Driving smoothly. Help your customers to
Vibration 215 (4) 927-945. stay fit. Distributors of farm machinery seat. Edition INRS,
ED 1494. (em inglês e francês)
Sandover J. (1998b) High acceleration events: An intro-
duction and review of expert opinion. Journal of Sound & INRS. (1998) Driving smoothly. Selection and replace-
Vibration 215 (4) 927-945. ment of tractor and farm machinery seats. Farm inspectors.
Edition INRS, ED 1492. (em inglês e francês)
Scarlett A.J, Price J.S, Semple D.A, Stayner R.M (2005)
INRS. The spine in danger. Edition INRS, ED 864,
Whole-body vibration on agricultural vehicles: evaluation
2001.
of emission and estimated exposure levels
HSE Books, 2005. (Research report RR321) ISBN Ministère fédéral de l’Emploi et du Travail (Belgique) Vibra-
0717629708 tions corps total. Stratégie d’évaluation et de prévention
des risques. D/1998/1205/72. (em francês)
Schwarze, S.; Notbohm, G.; Hartung, F.; Dupuis, H.
(1999) Epidemiological Study -Whole body vibration. Centres de Mesure Physique (CMP) and Institut National
Joint research project on behalf of the HVBG, Bonn. (em de Recherche et de Sécurité (INRS). Guide to evaluate vi-
alemão) bration at work. Part 1 : Whole body vibration transmitted
by mobile machines. Edited by INRS. 1998 and Part 3:
Seidel, H. & Heide, R. (1986) Long term effects of whole Whole body vibration transmitted by fixed machinery. Edi-
body vibration - a critical survey of the literature. Int. Arch. ted by INRS. 2004. (em francês)
Occupational Environmental Health 58. 1-26.
Saint Eve P., Donati P. Prevention of spine disorders at the
Troup, J.D.G. (1988) Clinical effects of shock and vibra- driving place of fork lift trucks. Document pour le médecin
tion on the spine. Clinical Biomechanics 3 227-231. du travail n°54, 2nd term 1993 (em francês).
ISSA. (1989) Vibration at work. Published by INRS for In-
ternational section Research of the ISSA. (em inglês, fran-
H.4 Publicações de orientação cês, alemão e espanhol)
HSE (2005) Whole-body vibration – Control of Vibra- Protection against vibration: a problem or not? Leaflet of
tion at Work Regulations 2005. Guidance on Regula- the Federal Institute for Occupational Safety and Health
tions L141 HSE Books 2005 ISBN 0 7176 6126 1. (FIOSH) (Bundesanstalt für Arbeitsschutz und Arbeitsmedi-
HSE (2005) Control back-pain risks from whole-body vi- zin (BAuA)).
bration: Advice for employers on the Control of Vibration Dupuis, H. Diseases due to whole-body vibration. In: Ma-
at Work Regulations 2005 INDG242(rev1) HSE Books nual of Occupational Medicine: Occupational physiolo-
2005 ISBN 0 7176 6119 9. gy, occupational pathology, prevention. Konietzko, Du-

100
puis. Landsberg a.L.: ercomed-Verl.-Ges., Loose-leaf-edt. ting research project on behalf of the HVBG, Bonn
Chap. IV-3.5. (em alemão) 1999.
Hartung, E.; Heckert, Ch.; Fischer, S.; Kaulbars, U. Load ISPESL. La colonna vertebrale in pericolo. Vibrazioni mec-
by mechanical vibration. Knietzko, Dupuis, Letzel (Hrsg.): caniche nei luoghi di lavoro : stato della normativa. (em
Manual of occupational medicine, ecomed Landsberg, italiano)
Chap. II-3.1., 1-16 (33. completion 8/08). (em ale-

Guia de boas práticas sobre Vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


mão)
Homberg, F; Bauer, M. New VDI-Directive 2057:2002
H.5 Sítios Web
– Former measuring values can be used further on. VDI- www.humanvibration.com
Berichte Nr. 1821 (2004), S. 239-250. Informação geral sobre as vibrações, incluindo
ligações para vários outros sítios
Federal Institute for Occupational Safety and Health (FIO-
SH) Protection against vibrations at the workplace (Tech- www.vibration.db.umu.se/HavSok.aspx?lang=en
nics 12). (Bundesanstalt für Arbeitsschutz und Arbeitsmedi- Dados sobre a emissão de vibrações
zin).
http://www.las-bb.de/karla/
Federal Institute for Occupational Safety and Health (FIO- Dados sobre a emissão de vibrações
SH) Load of vibration in the building industry (technics 23).
www.hse.gov.uk/vibration/wbv/wholebodycalc.htm
Serial “technics” of the (Bundesanstalt für Arbeitsschutz und
Calculadora da exposição
Arbeitsmedizin).
www.dguv.de/bgia/de/pra/softwa/kennwertrechner/
Neugebauer, G.; Hartung, E. Mechanical vibrations at
index.jsp
the workplace. Bochum: VTI Verlag 2002.
Calculadora da exposição
Schwarze, S.; Notbohm, G.; Hartung, F.; Dupuis, H. Epi-
demiological Study - Whole body vibration. Interconnec-

ANEXO A-H
PARTE 2

101
Índice alfabético
A fornecedor.....................................................25, 74

Guia de boas práticas sobre vibrações transmitidas ao corpo inteiro –


A(8)....................................................................67 frequência............................ 19, 20, 28, 34, 47, 70
aceleração..........................................................75
aceleração ponderada em frequência................19, 68 I
amplitude......................................................22, 64 importadores..................................................19, 68
amplitude da vibração...........................................68 Incerteza.......................................................22, 42
amplitudes das vibrações.......................................68 Introdução de outros métodos.................... 13, 61, 74
anamnese......................................................45, 96
avaliação dos riscos................................. 13, 29, 81 L
avaliação dos riscos derivados de vibrações.............80 lesões devidas às vibrações....................................79
C Lombalgias....................................................65, 85
choques e sacudidelas.....................................59, 65
Concepção de tarefas e processos............. 13, 61, 75 M
condutores...........................................................76 manipulação................................................85, 111

IÍndice alfabético
Parte 2
Consulta e participação...................... 24, 33, 61, 74 manutenção............................................ 22, 28, 71
controlos das vibrações....................................29, 77 máquinas......................................................68, 74
D Medição.......................................................70, 91
deslocação....................................................34, 82 médico.........................................................70, 79
Directiva «Máquinas».......................... 19, 25, 68, 75 Medidas colectivas.........................................13, 61
Directiva «Movimentação manual de cargas»:...........64 N
Directiva «Vibrações»:......................................11, 31 Nomograma..................................... 38, 40, 86, 88
Directiva-Quadro............................................12, 60
duração da exposição....................................19, 61 O
ombros................................................................85
E
emissão de vibrações......................................19, 47 P
estratégia de controlo......................................23, 73 padrões de trabalho................................. 18, 27, 67
exame físico...................................................45, 96 pescoço........................................................75, 85
exposição diária a vibrações..................... 11, 45, 67 Política de compras.........................................13, 61
Exposição diária às vibrações, A(8),........... 18, 22, 75 ponderação em frequência...............................47, 97
Exposição diária: A(8).....................................43, 90 ponderação Wd..................................................82
Exposição diária: VDV...........................................92 ponderação Wk...................................................82
postura................................................................76
F posturas..............................................................77
fabricantes........................................ 19, 25, 42, 68 posturas forçadas..................................................85
factores ergonómicos.......................................37, 74 posturas inadequadas............................................85
Formação e informação............................ 13, 27, 61 Programação do trabalho......................................76

103
R V
registo de saúde...................................................79 valor de acção de exposição...........................81, 92
valor de acção de exposição diária........................59
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

S valor de dose de vibrações..............................59, 97


Selecção do equipamento................................13, 74 Valor de dose de vibrações, VDV........................71,96
Sistema de pontos de exposição................ 43, 89, 94 valor eficaz da amplitude da vibração.....................70
suspensão do assento............................................76 valor‑limite da exposição diária.........................11, 59
Suspensão dos assentos.........................................76

T
técnicas de condução...........................................76
torção...........................................................75, 85

104
Directiva 2002/44/CE do parlamento
europeu e do conselho
de 25 de Junho de 2002 relativa às prescrições mínimas de segurança e saúde respeitantes

Directiva 2002/44/CE do parlamento europeu e do conselho


à exposição dos trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos (vibrações) (décima
sexta directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva 89/391/CEE)

O PARLAMENTO EUROPEU E O CONSELHO DA ciados ao ruído e às vibrações bem como a qualquer


UNIÃO EUROPEIA, outro agente físico no local de trabalho.
Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Eu- (3) Numa primeira fase, será necessário introduzir medi-
ropeia, e, nomeadamente, o n.o 2 do seu artigo 137.o, das que protejam os trabalhadores contra os riscos
devidos às vibrações, atendendo aos seus efeitos so-
Tendo em conta a proposta da Comissão (1), apresenta-
bre a saúde e a segurança dos trabalhadores, nome-
da após consulta ao Comité Consultivo para a seguran-
adamente às perturbações musculo-esqueléticas, neu-
ça, higiene e protecção da saúde no local de trabalho,
rológicas e vasculares que provocam.Essas medidas
Tendo em conta o parecer do Comité Económico e So- visam não só garantir a saúde e a segurança de cada
cial (2), trabalhador considerado isoladamente, mas também
criar uma plataforma mínima de protecção para o
Após consulta ao Comité das Regiões,
conjunto dos trabalhadores, que evitará possíveis dis-
Deliberando nos termos do artigo 251.o do Tratado (3), torções de concorrência.
tendo em conta o projecto comum aprovado em 8 de
(4) A presente directiva fixa prescrições mínimas, o que
Abril de 2002 pelo Comité de Conciliação,
dá aos Estados-Membros a possibilidade de manter
Considerando o seguinte: ou adoptar disposições mais favoráveis para a protec-
(1) De acordo com o Tratado, o Conselho pode adoptar, ção dos trabalhadores, em particular no que se refere
por meio de directivas, prescrições mínimas com vista à fixação de valores inferiores para o valor diário que
a promover a melhoria, nomeadamente das condi- desencadeia a acção ou para o valor-limite de expo-
ções de trabalho, a fim de garantir um melhor nível de sição diária a vibrações.A execução da presente di-
rectiva não pode justificar uma regressão em relação
protecção da segurança e da saúde dos trabalhado-
à situação existente em cada Estado-Membro.
res.Essas directivas devem evitar impor disciplinas ad-
ministrativas, financeiras e jurídicas contrárias à cria- (5) Um sistema de protecção contra as vibrações deve li-
ção e ao desenvolvimento de pequenas e médias mitar-se a estabelecer, sem pormenores inúteis, os ob-
empresas. jectivos a atingir, os princípios a respeitar e os valores
fundamentais a utilizar, a fim de permitir aos Estados-
(2) A comunicação da Comissão relativa ao seu progra-
Membros aplicar de forma equivalente as prescrições
ma de acção para a aplicação da Carta comunitária
mínimas.
dos direitos sociais fundamentais dos trabalhadores
prevê que sejam estabelecidas prescrições mínimas (6) A redução da exposição às vibrações é conseguida
de saúde e segurança respeitantes à exposição dos mais eficazmente pela adopção de medidas preventi-
trabalhadores aos riscos devidos aos agentes físicos. vas desde a fase de concepção dos postos e locais
Em Setembro de 1990, o Parlamento Europeu adop- de trabalho, bem como pela selecção do equipamen-
tou uma resolução sobre este programa de acção (4) to e dos processos e métodos de trabalho, de modo a
que convidou, nomeadamente, a Comissão a elabo- reduzir prioritariamente os riscos na origem.As dis-
rar uma directiva especial no domínio dos riscos asso- posições relativas ao equipamento e aos métodos

1 JO C 77 de 18.3.1993, p. 12, e
JO C 230 de 19.8.1994, p. 3.
2 JO C 249 de 13.9.1993, p. 28.
3 Parecer do Parlamento Europeu de 20 de Abril de 1994 (JO C 128 de 9.5.1994, p. 146), confirmado em 16 de Setembro de 1999 (JO
C 54 de 25.2.2000, p. 75), posição comum do Conselho de 25 de Junho de 2001 (JO C 301 de 26.10.2001, p. 1) e decisão do
Parlamento Europeu de 23 de Outubro de 2001 (ainda não publicada no Jornal Oficial).Decisão do Parlamento Europeu de 25 de Abril de
2002 e decisão do Conselho de 21 de Maio de 2002.
4 JO C 260 de 15.10.1990, p. 167.

105
de trabalho contribuem, pois, para a protecção dos disposições mais rigorosas e/ou específicas previs-
trabalhadores que os utilizam. tas na presente directiva.
(7) As entidades patronais devem adaptar-se ao pro- Artigo 2
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

gresso técnico e aos conhecimentos científicos em


Definições
matéria de riscos associados à exposição a vibra-
ções, com vista a melhorar a protecção da seguran- Para efeitos da presente directiva, entende-se por:
ça e da saúde dos trabalhadores.
a) «Vibrações transmitidas ao sistema mão-braço», as
(8) No que diz respeito aos sectores da navegação ma- vibrações mecânicas que, quando transmitidas ao
rítima e aérea, na situação actual da técnica não é sistema mão-braço, implicam riscos para a saúde e
possível respeitar em todos os casos os valores-limite para a segurança dos trabalhadores, em especial
de exposição relativos às vibrações transmitidas a perturbações vasculares, lesões osteo-articulares, ou
todo o organismo.É, pois, necessário prever possibi- perturbações neurológicas ou musculares;
lidades de derrogação devidamente justificadas.
b) «Vibrações transmitidas a todo o organismo», as vi-
(9) Sendo a presente directiva uma directiva especial brações mecânicas que, quando transmitidas a todo
na acepção do n.o 1 do artigo 16.o da Directiva o organismo, implicam riscos para a saúde e para
89/391/CEE do Conselho, de 12 de Junho de
a segurança dos trabalhadores, em especial patolo-
1989, relativa à aplicação de medidas destinadas
gia da região lombar e lesões da coluna vertebral.
a promover a melhoria da segurança e da saúde
dos trabalhadores no trabalho (5), esta última directi-
va aplica-se ao domínio da exposição dos trabalha- Artigo 3
dores às vibrações, sem prejuízo de disposições Valores-limite de exposição e valores de exposição que
mais rigorosas e/ou específicas previstas na presen- desencadeiam a acção
te directiva.
1. Para as vibrações transmitidas ao sistema mão-bra-
(10) A presente directiva constitui um elemento concreto ço:
no âmbito da realização da dimensão social do
mercado interno. a) O valor-limite de exposição diária normalizada,
correspondente a um período de referência de 8
(11) As medidas necessárias à execução da presente di- horas, é fixado em 5 m/s2;
rectiva serão aprovadas nos termos da Decisão
1999/468/CE do Conselho, de 28 de Junho de b) O valor de exposição diária normalizada, cor-
1999, que fixa as regras de exercício das compe- respondente a um período de referência de 8
tências de execução atribuídas à Comissão (6),. horas, que desencadeia a acção é fixado em
2,5 m/s2.
A exposição dos trabalhadores às vibrações transmiti-
ADOPTARAM A PRESENTE DIRECTIVA:
das ao sistema mão-braço é avaliada ou medida com
SECÇÃO I base nas disposições constantes do ponto 1 da parte A
DISPOSIÇÕES GERAIS do anexo.

Artigo 1 2. Para as vibrações transmitidas a todo o organismo:

Objectivo e âmbito de aplicação a) O valor-limite de exposição diária normalizada,


correspondente a um período de referência de 8
1. A presente directiva, que constitui a décima sexta horas, é fixado em 1,15 m/s2 ou, à escolha do
directiva especial na acepção do n.o 1 do artigo Estado-Membro, num valor de dose de vibrações
16.o da Directiva 89/391/CEE, estabelece pres-
de 21 m/s1,75;
crições mínimas em matéria de protecção dos traba-
lhadores contra os riscos para a sua segurança e b) O valor de exposição diária normalizada, corres-
saúde resultantes ou susceptíveis de resultar da expo- pondente a um período de referência de 8 ho-
sição a vibrações mecânicas. ras, que desencadeia a acção é fixado em 0,5
m/s2 ou, à escolha do Estado-Membro, num va-
2. As prescrições da presente directiva aplicam-se às lor de dose de vibrações de 9,1 m/s1,75.
actividades nas quais os trabalhadores estão ou po-
dem estar expostos, durante o trabalho, a riscos de- A exposição dos trabalhadores às vibrações transmiti-
vidos a vibrações mecânicas. das a todo o organismo é avaliada ou medida com
base nas disposições constantes do ponto 1 da parte B
3. A Directiva 89/391/CEE aplica-se plenamente a
do anexo.
todo o domínio referido no n.o 1, sem prejuízo de

5 JO L 183 de 29.6.1989, p. 1.
6 JO L 184 de 17.7.1999, p. 23.

106

01_2007_6308_txt_PT.indd 106 29-01-2009 15:20:53


f) Existência de equipamentos alternativos concebi-
SECÇÃO II dos para reduzir os níveis de exposição às vibra-
OBRIGAÇÕES DAS ENTIDADES PATRONAIS ções mecânicas;

Artigo 4 g) Prolongamento da exposição a vibrações trans-


mitidas a todo o organismo para além do horá-
Determinação e avaliação dos riscos rio de trabalho, sob a responsabilidade da enti-
1. No cumprimento das obrigações estabelecidas no dade patronal;
n. 3 do artigo 6.o eno n.o 1 do artigo 9.o da Direc-

Directiva 2002/44/CE do parlamento europeu e do conselho


h) Condições de trabalho específicas, tais como
tiva 89/391/CEE, a entidade patronal avalia e, se trabalho a baixas temperaturas;
necessário, mede os níveis de vibrações mecânicas
i) Informação apropriada resultante da vigilância
a que os trabalhadores se encontram expostos.A
da saúde, incluindo informação publicada, na
medição deve ser efectuada nos termos do ponto 2
medida do possível.
da parte A ou do ponto 2 da parte B do anexo da
presente directiva, conforme adequado. 5. entidade patronal deve dispor de uma avaliação
dos riscos, nos termos da alínea a) do n.o 1 do arti-
2. O nível de exposição às vibrações mecânicas pode go 9.o da Directiva 89/391/CEE, e identificar as
ser avaliado por meio da observação das práticas medidas a tomar nos termos dos artigos 5.o e6.o da
de trabalho específicas e recorrendo às informações presente directiva.A avaliação dos riscos deve ser
pertinentes sobre o nível provável de vibrações cor- registada em suporte adequado de acordo com a
respondente ao equipamento ou ao tipo de equipa- legislação e as práticas nacionais e pode incluir
mento utilizado nas condições de trabalho em cau- uma justificação por parte da entidade patronal que
sa, incluindo informações fornecidas pelo fabricante demonstre que a natureza e a dimensão dos riscos
do material.Esta operação é diversa da medição, relacionados com as vibrações mecânicas tornam
que exige o emprego de aparelhos específicos e de desnecessária uma avaliação mais pormenorizada
metodologia apropriada. dos mesmos.A avaliação dos riscos deve ser regular-
mente actualizada, especialmente nos casos em que
3. A avaliação e a medição mencionadas no n. 1 de- tenha havido alterações significativas que a possam
vem ser planificadas e efectuadas pelos serviços desactualizar, ou em que os resultados da vigilância
competentes a intervalos apropriados, tendo espe- da saúde demonstrem a sua necessidade.
cialmente em conta as disposições do artigo 7.o da
Directiva 89/391/CEE, relativas às competências Artigo 5
(pessoas ou serviços) necessárias.Os dados obtidos Disposições com vista a evitar ou reduzir a exposição
a partir da avaliação e/ou medição do nível de
1. Tendo em conta o progresso técnico e a disponibili-
exposição às vibrações mecânicas devem ser con-
dade de medidas de controlo dos riscos na fonte, os
servados de forma a que possam ser posteriormente
riscos resultantes da exposição a vibrações mecâni-
consultados. cas devem ser eliminados na fonte ou reduzidos ao
4. Em conformidade com o disposto no n.3 do artigo mínimo.
6.o da Directiva 89/391/CEE, a entidade empre- A redução destes riscos baseia-se nos princípios
gadora, ao proceder à avaliação dos riscos, deve gerais de prevenção estabelecidos no n.o 2 do
dar especial atenção aos seguintes aspectos: artigo 6.o da Directiva 89/391/CEE.
a) Nível, tipo e duração da exposição, incluindo a 2. Com base na avaliação dos riscos a que se refere o
exposição a vibrações intermitentes ou a cho- artigo 4.o, sempre que sejam excedidos os valores
ques repetidos; de exposição estabelecidos no n.o 1, alínea b), e no
n.o 2, alínea b), do artigo 3.o,a entidade patronal
b) Valores-limite de exposição e valores de exposi-
estabelece e implementa um programa de medidas
ção que desencadeiam a acção estabelecidos
técnicas e/ou organizacionais destinadas a reduzir
no artigo 3.o da presente directiva;
ao mínimo a exposição a vibrações mecânicas e os
c) Efeitos sobre a saúde e a segurança dos traba- riscos que dela resultam, tomando em consideração,
lhadores sujeitos a riscos especialmente sensí- nomeadamente:
veis; a) Métodos de trabalho alternativos que permitam
d) Efeitos indirectos sobre a segurança dos traba- reduzir a exposição a vibrações mecânicas;
lhadores resultantes de interacções entre as vibra- b) A escolha de equipamento de trabalho adequa-
ções mecânicas e o local de trabalho ou outros do, bem concebido do ponto de vista ergonómi-
equipamentos; co e que, tendo em conta o trabalho a efectuar,
e) Informações prestadas pelos fabricantes do equi- produza o mínimo de vibrações possível;
pamento de trabalho de acordo com as disposi- c) A instalação de equipamento auxiliar destinado
ções das directivas comunitárias aplicáveis; a reduzir o risco de lesões provocadas pelas vi-

107
brações, por exemplo assentos que amorteçam c) Resultados das avaliações e medições das vibra-
eficazmente as vibrações transmitidas a todo o ções mecânicas efectuadas nos termos do artigo
organismo e pegas que reduzam as vibrações 4.o da presente directiva e lesões que possam resul-
transmitidas ao sistema mão-braço; tar do equipamento de trabalho utilizado;
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

d) Programas adequados de manutenção do equi- d) Utilidade e forma de detectar e notificar indícios de


pamento de trabalho, do local de trabalho e das lesões;
instalações existentes no local de trabalho;
e) Circunstâncias em que os trabalhadores têm direito
e) Concepção e disposição dos locais e postos de à vigilância da saúde;
trabalho;
f) Práticas de trabalho seguras para minimizar a expo-
f) Informação e formação adequadas dos traba- sição a vibrações mecânicas.
lhadores para que utilizem correctamente e de
Artigo 7
forma segura o equipamento de trabalho, por
forma a reduzir ao mínimo a sua exposição a Consulta e participação dos trabalhadores
vibrações mecânicas;
A consulta e a participação dos trabalhadores e/ou
g) Limitação da duração e da intensidade da expo- dos seus representantes relativamente às matérias abran-
sição; gidas pela presente directiva são efectuadas nos termos
do artigo 11.o da Directiva 89/391/CEE.
h) Horário de trabalho apropriado, com períodos
de repouso adequados;
i) O fornecimento aos trabalhadores expostos de SECÇÃO III
vestuário que os proteja do frio e da humidade.
DISPOSIÇÕES DIVERSAS
3. Os trabalhadores não podem em caso algum ser Artigo 8
sujeitos a exposições acima do valor-limite de expo-
Vigilância da saúde
sição.
1. Sem prejuízo do artigo 14. da Directiva 89/391/CEE,
Se, apesar das medidas postas em prática pela
os Estados-Membros devem aprovar disposições
entidade patronal nos termos do disposto na presente
para assegurar uma adequada vigilância da saúde
directiva, o valor-limite de exposição for ultrapassado,
dos trabalhadores de acordo com os resultados da
a entidade patronal tomará medidas imediatas para
avaliação dos riscos prevista no n.°1do artigo 4.°
reduzir a exposição para valores inferiores ao valor-
da presente directiva, quando estes resultados reve-
limite de exposição, determinará as razões por que
larem a existência de um risco para a sua saúde.
o valor-limite de exposição foi ultrapassado e
Essas disposições, incluindo os requisitos especifica-
corrigirá as medidas de protecção e prevenção em
dos para os registos de saúde e para a possibilida-
conformidade, por forma a evitar que o valor-limite
de de os consultar, devem ser tomadas nos termos
de exposição seja novamente ultrapassado.
da legislação e/ou práticas nacionais..
4. Nos termos do disposto no artigo 15 da Directiva
A vigilância da saúde, cujos resultados devem ser
89/391/CEE, a entidade patronal adapta as me-
tomados em consideração para efeitos da aplicação
didas referidas no presente artigo às necessidades
de medidas de prevenção no local de trabalho em
dos trabalhadores sujeitos a riscos especialmente
questão, visa a prevenção e o diagnóstico precoce
sensíveis.
de qualquer afecção relacionada com a exposição
Artigo 6 a vibrações mecânicas.A vigilância é adequada
sempre que:
Informação e formação dos trabalhadores
– a exposição dos trabalhadores a vibrações seja tal
Sem prejuízo dos artigos 10.o e 12.o da Directiva
que permita estabelecer uma relação entre essa ex-
89/391/CEE, a entidade patronal deve assegurar
posição e uma doença identificável ou efeitos noci-
que os trabalhadores expostos a riscos devidos a vibra-
vos para a saúde,
ções mecânicas no local de trabalho e/ou os seus re-
presentantes recebam informações e formação de acor- – seja provável que a doença e os efeitos nocivos re-
do com o resultado da avaliação dos riscos prevista no sultem das condições de trabalho particulares do
n.o 1 do artigo 4.o da presente directiva, em especial trabalhador, e existam técnicas válidas que permi-
no que se refere a: tam detectar a doença ou os efeitos nocivos para a
saúde.
a) Medidas tomadas nos termos da presente directiva
para eliminar ou reduzir ao mínimo os riscos resul- Em todo o caso, os trabalhadores expostos a níveis
tantes de vibrações mecânicas; de vibrações mecânicas acima dos valores
enunciados no n.°1, alínea b), e no n.° 2, alínea b),
b) Valores-limite de exposição e valores de exposição
do artigo 3.° têm direito a uma vigilância da saúde
que desencadeiam a acção;
adequada.

108
2. Os Estados-Membros devem aprovar disposições sulta aos parceiros sociais, de acordo com a legislação
para assegurar que seja elaborado e actualizado ou as práticas nacionais, terão a faculdade de fazer
um registo de saúde para cada trabalhador sujeito uso de um período transitório de cinco anos, no máxi-
a vigilância da saúde em conformidade com o n.° mo, a contar de 6 de Julho de 2005, quando forem
1.Os registos de saúde devem conter um resumo utilizados equipamentos de trabalho que tenham sido
dos resultados da vigilância da saúde efectuada e postos à disposição dos trabalhadores antes de 6 de
ser conservados de forma que permita a sua poste- Julho 2007 e que não permitam respeitar os valores-li-
rior consulta, tendo em conta a necessária confiden- mite de exposição tendo em conta os últimos progressos

Directiva 2002/44/CE do parlamento europeu e do conselho


cialidade. técnicos e/ou a implementação de medidas organiza-
cionais.No que se refere aos equipamentos utilizados
Serão fornecidas cópias dos registos adequados à nos sectores agrícola e silvícola, os Estados-Membros
autoridade competente, a seu pedido.O trabalha- terão a faculdade de prorrogar até mais quatro anos o
dor deve, a seu pedido, ter acesso ao registo de período transitório.
saúde que lhe diga pessoalmente respeito.
Artigo 10
3. Se os resultados da vigilância da saúde revelarem
que um trabalhador sofre de uma doença ou de uma Derrogações
afecção identificáveis que sejam consideradas, por 1. No respeito dos princípios gerais da protecção da
um médico ou por um especialista em doenças pro- segurança e da saúde dos trabalhadores, os Esta-
fissionais, como resultantes da exposição a vibra- dos-Membros podem, para os sectores da navega-
ções mecânicas no local de trabalho: ção marítima e aérea, e em condições devidamente
a) O trabalhador deve ser informado, pelo médico justificadas, derrogar o disposto no n.o 3 do artigo
ou por outra pessoa devidamente qualificada, 5.o, no que diz respeito às vibrações transmitidas a
do resultado que lhe diga pessoalmente respeito, todo o organismo, quando, tendo em conta o esta-
incluindo informações e recomendações sobre a do da técnica e as características específicas dos
eventual vigilância da saúde a que deverá sub- locais de trabalho, não seja possível respeitar o va-
meter-se após o final da exposição; lor-limite de exposição apesar da implementação de
medidas técnicas e/ou organizacionais.
b) A entidade patronal deve ser informada sobre
qualquer tipo de dados significativos obtidos no 2. Caso a exposição dos trabalhadores a vibrações
âmbito da vigilância da saúde, tendo em conta mecânicas seja habitualmente inferior aos valores
o necessário segredo médico; de exposição enunciados no n.° 1, alínea b), e no
n.° 2, alínea b), do artigo 3.°, mas varie acentuada-
c) A entidade patronal deve: mente de um momento para outro e possa ocasio-
– rever a avaliação dos riscos realizada nos nalmente exceder o valor-limite de exposição, os
termos do artigo 4.° Estados-Membros podem igualmente conceder der-
rogações do disposto no n.° 3 do artigo 5.° Toda-
– rever as medidas previstas para eliminar ou via, o valor médio da exposição às vibrações calcu-
reduzir os riscos nos termos do artigo 5.o, ter lado durante um período de 40 horas deve
em conta o parecer do responsável pela saú- permanecer inferior ao valor-limite de exposição e
de e higiene no local de trabalho ou de outra devem existir provas de que os riscos resultantes des-
pessoa devidamente qualificada ou da auto- te tipo de exposição são inferiores aos riscos resul-
ridade competente ao aplicar quaisquer me- tantes de um nível de exposição correspondente ao
didas consideradas necessárias para eliminar valor-limite.
ou reduzir os riscos nos termos do artigo 5.o,
3. As derrogações previstas nos n. os 1 e 2 são autori-
incluindo a possibilidade de atribuir ao traba-
zadas pelos Estados-Membros, após consulta aos
lhador em causa uma função alternativa na
parceiros sociais, de acordo com a legislação e as
qual não haja riscos de mais exposição, e
práticas nacionais.Estas derrogações devem ser
– prever uma vigilância da saúde contínua e acompanhadas de condições que garantam que os
providenciar no sentido de um exame das con- riscos delas resultantes serão reduzidos ao mínimo,
dições de saúde de qualquer outro trabalha- atendendo às circunstâncias do caso, e que os tra-
dor que tenha estado exposto de forma seme- balhadores em questão beneficiarão de vigilância
lhante.Nestes casos, o médico, o especialista da saúde reforçada.Estas derrogações serão reana-
de doenças profissionais ou a autoridade com- lisadas de quatro em quatro anos e revogadas logo
petente podem propor que as pessoas expos- que desapareçam as circunstâncias que lhes tenham
tas sejam sujeitas a exame médico. dado origem.
Artigo 9 4. De quatro em quatro anos, os Estados-Membros
transmitem à Comissão a lista das derrogações pre-
Período transitório
vistas nos n.os 1e 2, indicando pormenorizadamente
No que se refere à execução das obrigações previstas as circunstâncias e as razões que os levaram a con-
no n.° 3 do artigo 5.°, os Estados-Membros, após con- ceder essas derrogações.

109
Artigo 11 Comissão desse facto.Devem incluir igualmente uma
lista indicando pormenorizadamente as razões do
Alterações técnicas
regime transitório adoptado pelos Estados-Membros,
As alterações de natureza estritamente técnica a introdu-
Guia não vinculativo de boas práticas para a aplicação da Directiva 2002/44/CE (Vibrações mecânicas no trabalho)

nos termos do artigo 9.°


zir no anexo são aprovadas pelo procedimento de re-
Quando os Estados-Membros aprovarem essas dis-
gulamentação a que se refere o n.° 2 do artigo 12.°, em
posições, estas devem incluir uma referência à pre-
função:
sente directiva ou ser acompanhadas dessa referên-
a) Da aprovação de directivas em matéria de harmoni- cia aquando da sua publicação oficial. As
zação técnica e de normalização no que se refere à modalidades dessa referência serão aprovadas pe-
concepção, construção, fabrico ou realização de los Estados-Membros.
equipamentos e/ou locais de trabalho;
2. Estados-Membros devem comunicar à Comissão as
b) Do progresso técnico, da evolução das normas ou disposições de direito interno já aprovadas ou que
especificações europeias harmonizadas mais apro- vierem a aprovar nas matérias reguladas pela pre-
priadas e da evolução dos conhecimentos no domínio sente directiva.
das vibrações mecânicas.
Artigo 15
Artigo 12
Entrada em vigor
Comité
A presente directiva entra em vigor no dia da sua publi-
1. A Comissão é assistida pelo comité previsto no n.° 2 cação no Jornal Oficial das Comunidades Europeias.
do artigo 17.o da Directiva 89/391/CEE.
Artigo 16
2. Sempre que se faça referência ao presente número,
são aplicáveis os artigos 5.° e 7.° da Decisão Destinatários
1999/468/CE, tendo-se em conta o disposto no seu Os Estados-Membros são os destinatários da presente
artigo 8.° directiva. Feito no Luxemburgo, em 25 de Junho de
O período previsto no n.o 6 do artigo 5.° da 2002.
Decisão 1999/468/CE é de três meses.
Pelo Parlamento Europeu Pelo Conselho
3. O comité aprovará o seu regulamento interno. O Presidente O Presidente
P.COX J.MATAS I PALOU
SECÇÃO IV ANEXO

DISPOSIÇÕES FINAIS A. VIBRAÇÕES TRANSMITIDAS AO SISTEMA


Artigo 13 MÃO-BRAÇO
Relatórios 1. Avaliação da exposição
De cinco em cinco anos, os Estados-Membros apresen- A avaliação do nível de exposição às vibrações transmi-
tam à Comissão um relatório sobre a aplicação prática tidas ao sistema mão-braço baseia-se no cálculo do va-
das disposições da presente directiva, indicando o pon- lor da exposição diária normalizada num período de
to de vista dos parceiros sociais.O relatório conterá referência de 8horas, A (8) expressa como raiz quadra-
uma descrição das melhores práticas para prevenir as da da soma dos quadrados (valor total) dos valores efi-
vibrações prejudiciais para a saúde e de outras formas cazes da aceleração ponderada em frequência, deter-
de organizar o trabalho, bem como dos esforços efec- minados segundo as coordenadas ortogonais a hwx, a
tuados pelos Estados-Membros para as divulgar. hwy
, a hwz, tal como definido nos capítulos 4 e 5 e no
anexo A da norma ISO 5349-1 (2001).
Com base nesses relatórios, a Comissão faz um balan-
ço da aplicação da presente directiva, tendo em conta A avaliação do nível de exposição pode ser efectuada
nomeadamente a investigação e os conhecimentos através de uma estimativa baseada nas informações re-
científicos no domínio, e informa o Parlamento Europeu, lativas ao nível de emissão dos equipamentos de traba-
o Conselho, o Comité Económico e Social e o Comité lho utilizados fornecidas pelos fabricantes destes mate-
Consultivo para a segurança, higiene e protecção da riais e da observação das práticas de trabalho
saúde no local de trabalho, propondo, se necessário, específicas, ou por medição.
alterações.
2. Medição
Artigo 14
Quando se procede à medição nos termos do n.° 1 do
Transposição artigo 4.°:
1. Os Estados-Membros devem aprovar as disposições a) Os métodos utilizados podem incluir a amostragem,
legislativas, regulamentares e administrativas neces- que deverá ser representativa da exposição pessoal
sárias para dar cumprimento à presente directiva até do trabalhador às vibrações mecânicas em questão;
6 de Julho de 2005 e informar imediatamente a os métodos e aparelhos utilizados devem ser adapta-

110
dos às características próprias das vibrações mecâni- riais e da observação das práticas de trabalho
cas a medir, ao ambiente circundante e às caracterís- específicas, ou por medição.
ticas do aparelho de medida, em conformidade com
Os Estados-Membros têm a faculdade de, no que se re-
a norma ISO 5349-2 (2001);
fere à navegação marítima, considerar apenas as vibra-
b) No caso de aparelhos que devam ser seguros com ções de frequência superior a 1 Hz.
ambas as mãos, as medições serão efectuadas em
2. Medição
cada mão.A exposição é determinada por referên-
cia ao valor mais elevado; serão igualmente forneci- Quando se procede à medição nos termos do n.o 1 do

Directiva 2002/44/CE do parlamento europeu e do conselho


das informações sobre a outra mão. artigo 4.o, os métodos utilizados podem incluir a amos-
tragem, que deverá ser representativa da exposição pes-
3. Interferências
soal do trabalhador às vibrações mecânicas em ques-
O disposto no n.° 4, alínea d), do artigo 4.° aplica-se tão.Os métodos utilizados devem ser adaptados às
em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe- características próprias das vibrações mecânicas a me-
rirem com a manipulação correcta dos comandos ou dir, ao ambiente circundante e às características do apa-
com a leitura dos aparelhos indicadores. relho de medida.
4. Riscos indirectos 3. Interferências
O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se
em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe- em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-
rirem com a estabilidade das estruturas ou com o bom rirem com a manipulação correcta dos comandos ou
estado e a segurança dos elementos de ligação. com a leitura dos aparelhos indicadores.
5. Equipamentos de protecção individual 4. Riscos indirectos
Os equipamentos de protecção individual contra as vi- O disposto no n.o 4, alínea d), do artigo 4.o, aplica-se
brações transmitidas ao sistema mão-braço podem con- em especial no caso de as vibrações mecânicas interfe-
tribuir para o programa de medidas referido no n.° 2 do rirem com a estabilidade das estruturas ou com o bom
artigo 5.° estado e a segurança dos elementos de ligação.
B. VIBRAÇÕES TRANSMITIDAS A TODO O 5. Extensão da exposição
ORGANISMO
O disposto no n.o 4, alínea g), do artigo 4.o, aplica-se
1. Avaliação da exposição em especial quando, dada a natureza da actividade, o
trabalhador beneficia de instalações de repouso supervi-
A avaliação do nível de exposição às vibrações baseia-
sadas pela entidade empregadora; salvo em caso de
se no cálculo da exposição diária A (8) expressa como
força maior, as
aceleração contínua equivalente para um período de 8
horas, calculada como o mais elevado dos valores efi- vibrações transmitidas a todo o organismo nessas insta-
cazes, ou o mais elevado dos valores de dose de vibra- lações devem ser reduzidas para um nível compatível
ção (VDV) das acelerações ponderadas em frequência com o seu objectivo e condições de utilização.
determinadas segundo os três eixos ortogonais (1,4 awx,
1,4 awy,awz, para um trabalhador sentado ou em pé), de
acordo com os capítulos 5, 6 e 7, com o anexo A e
com o anexo B da norma ISO 2631-1 (1997).
A avaliação do nível de exposição pode ser efectuada
através de uma estimativa baseada nas informações re-
lativas ao nível de emissão dos equipamentos de traba-
lho utilizados fornecidas pelos fabricantes destes mate-

111
Comissão Europeia

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