ANÁLISE DE ACÓRDÃO: Recurso Extraordinário Nº 593.849/MG repercussão
na Apelação 9164675-17.2006.8.26.0000 TJ-SP
Trata-se da análise do reexame de um Acórdão que foi objeto de
Recurso Extraordinário que restou devolvido ao Tribunal ad quo, por conta de uma decisão paradigma no Supremo Tribunal Federal. O acórdão cuida da apelação n. 9164675-17.2006.8.26.0000, no Egrégio Tribunal de Justiça de São Paulo – TJSP.
A apelante é a pessoa jurídica de direito privado Salemco Brasil
Petróleo Ltda. O apelado é a Fazenda Pública do Estado de São Paulo, consignada na peça como Delegado Regional Tributário de Guarulhos. Consta como parte interessada a sociedade de economia mista Petróleo Brasileiro SA. – Petrobras. A relatoria da presente decisão é do Desembargador Leonel Costa, bem como a presente decisão teve a participação dos Desembargadores Bandeira Lins (Presidente) e Paulo Dimas Mascaretti.
Quanto à materialidade analisada, o presente decisão repercute a
decisão paradigma do STF, relativamente a substituição tributária, especificamente, com relação a possibilidade da restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS pago a mais no regime de substituição tributária para frente se a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.
Em suma, com fundamento no art. 1040, II do Código de Processo
Civil – CPC, in vebis: Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma: II – o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior.
1 Turma 4ºMA. RA: 15105362.
No caso em tela, se verifica a consonância da decisão com a decisão proferida, em sede de repercussão geral, pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin RE nº 593.849/MG e o caso concreto.
A decisão do Supremo Tribunal Federal determinou como devida a
restituição da diferença do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS em casos de substituição tributária progressiva.
A substituição tributária para frente é a uma possibilidade
impositiva que concede a responsabilidade de recolher antecipadamente o tributo a um contribuinte substituto tributário posicionado em etapa anterior no ciclo econômico/tributário. Desta forma, materializa o pagamento antecipado de um valor estimado, que decorre de uma situação futura, que posteriormente pode ser corrigido.
Em suma, o Recurso Extraordinário sub judice analisado pelo
Ministro Fachin, alçado no art. 150, § 7º, da Constituição Federal formalizou como devida a restituição da diferença ICMS pago além do valor posteriormente determinado. Ensejado no regime de substituição tributária para frente, quando a base de cálculo efetiva da operação for inferior à presumida.
Assim sendo, na Apelação 9164675-17.2006.8.26.0000 TJ-SP se
verificou que a decisão acordada anteriormente está em consonância com o procedente estabelecido no Supremo Tribunal Federal.
No presente caso, o Acórdão da Câmara negou provimento ao
recurso de apelação interposto. Determinando, em sede deste caso concreto a constitucionalidade do regime de substituição tributária progressiva, consignando, ademais, que a restituição dos créditos indevidamente retidos deve ser imediata e preferencial, nos termos da lei.
Em termos, é razoável declarar que o teor do ditame escrito no art.
1014, II do Código de Processo Civil – CPC, estabeleceu ao Tribunal ad quo um dever analítico e importante nas uniformização das decisões proferidas em sede de apelação.