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Hidráulica (ENG 012)

PERDA DE CARGA EM CONDUTOS FORÇADOS


EQUAÇÕES PRÁTICAS

Professor: Lázaro N. V. de Andrade


•Introdução.
A perda de carga está diretamente relacionada à turbulência que ocorre
num conduto.

Em uma tubulação retilínea a perda de carga é menor que em uma


tubulação com um conjunto de peças especiais.

Perda de carga contínua – relativa à perda que ocorre ao longo de uma


tubulação.

Perda de carga localizada – relativa à perda que ocorre em peças


especiais.
•Exemplos de peças especiais soldáveis:
•Exemplos de peças especiais roscáveis:
•Exemplos de peças para esgotamento predial.
•Exemplos eletricidade.
•Peças especiais para drenagem.
•Exemplo de tubulações.
•Perda de carga contínua em condutos forçados (Darcy século XVIII):

Diretamente proporcional ao comprimento do conduto.


Proporcional a uma potência da velocidade.
Inversamente proporcional a uma potência do diâmetro.
Em função da natureza das paredes em caso de regime turbulento.
Independente da pressão sob a qual o líquido escoa.
Independente da posição da tubulação e do sentido do escoamento.
•Fórmulas práticas (produto de experimentações):
A.Fórmula de Hazen-Willians (H-W):
Mais utilizada em países de influência americana.
Origem de um tratamento experimental com grande nº de parâmetros
(vários diâmetros, vazões, materiais e repetições).
Utilizada em regime turbulento para diâmetros superiores a 50 mm.

•V = Velocidade de fluxo (m/s)


•D = Diâmetro da tubulação (m)
•Q = Vazão (m3/s)
•J = perda de carga unitária (m/m)
•C = coeficiente admensional que depende do tipo de material e condições das paredes internas da
tubulação valores entre 40 e 150.
B. Fórmula de Flamant:
 No nosso curso apresentamos a equação para duas condições
específicas: ferro fundido e aço galvanizado (1ª condição) e PVC
(2a condição):

V(m/s); D(m); Q(m3/s); J(m/m)


C. Fórmula de Darcy-Weisbach (Universal):
 Utilizada em escoamento laminar e turbulento e utilizada para
uma gama de diâmetros:

f = coeficiente tabelado que depende da natureza do material e estado


de conservação das paredes, ou determinado no Diagrama de Moody.

V(m/s); D(m); g(m/s2); Q(m3/s); J(m/m)


Rugosidade relativa = relação entre a rugosidade e o diâmetro de
uma tubulação:
ε
Rugosidade _Re lativa=
D
Número de Reynolds = número adimensional (fatores de turbulência):

V .D
N R=
ν
•V (m/s) ; D (m) ; (m2/s)

Perda de carga ao longo de toda a extensão da tubulação (h f)

h f =J . L
J = perda de carga unitária (m/m);
L = comprimento da tubulação (m)
•Todas as equações de perda de carga contínua têm um parâmetro comum:
n
Q
J=β. m
D

10 , 641
β=
C 1, 85
•Hazen-Willians: n=1,85
m=4, 87

β=0, 000826
•Flamant: n=1,75
m=4,75

8.f
π2 g
•Darcy-Weisbach: n=2
m =5
β=¿ ¿ ¿¿ ¿ ¿
¿
Exemplos:

1. Dimensionar um conduto em ferro fundido novo, que deverá escoar a


vazão de 30 l/s, com perda de carga de 0,002 m/m.

2. Uma tubulação nova de aço galvanizado, de 0,20 m de diâmetro, trabalha


com água, a velocidade de 3 m/s, sendo a temperatura de 1,7 °C. Qual a
perda de carga numa extensão de 1000 m? (Usar a Fórmula Universal).

3. Uma canalização de ferro-fundido com 0,15 m de diâmetro e extensão de


360 m, escoa água a uma temperatura de 26,5 °C. Calcule a velocidade e
a vazão quando a perda de carga for de 10 m.c.a., através da Fórmula
Universal.

4. Dimensionar uma tubulação de PVC para transportar água do reservatório


R1 ao ponto B do esquema abaixo. Dados: Q = 3l/s e L = 1000 m.
Desprezar as perdas localizadas e usar a Fórmula de Flamant.
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.

•Perda de Carga Localizada:


- é aquela causada por acidentes colocadas ou existentes ao longo das canalizações.

Pode-se desconsiderar as perdas localizadas quando a velocidade d’água é pequenas.


V < 1m/s
Idem quando o comprimento é maior do que 4.000 vezes o diâmetro.
Idem quando existem poucas peças no conduto.
No projeto as perdas localizadas são somadas às perdas contínuas.

A)Expressão de Borda-Belanger:
2
v
Δh=k .
2. g

h = perda de carga causada por uma peça especial (m);


k = coeficiente que depende de cada peça e diâmetro, obtido experimentalmente.
O valor de k depende do regime de escoamento.
Para escoamento plenamente turbulento Re > 50.000 => K constante para cada tipo de tabela e
ábaco.
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.

B) Método dos comprimentos virtuais:


 Que comprimento de canalização provocaria a mesma perda?
Equação da Perda de Carga Contínua = Equação da perda de carga localizada

h = perda de carga causada por uma peça especial (m);


k = coeficiente que depende de cada peça e diâmetro, obtido experimentalmente.
 O valor de k depende do regime de escoamento.
 Para escoamento plenamente turbulento Re > 50.000 => K constante para cada tipo de tabela
e ábaco.

f . v2 . L
hf =
D .2 . g
v2
ΔH = k .
2.g
h f = ΔH
k
L= . D
f

 O método consiste em adicionar ao trecho retilíneo real da canalização um trecho retilíneo


fictício gerando um comprimento virtual maior que o real.
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.

B) Método dos diâmetros equivalentes:


 Particularidade do método anterior.

k
L= .D
f
L= n. D

 comprimento depende da relação k/f e de D;

 A razão depende do Número de Reynolds:


 K depende => Re > 50.000
 f depende => Diagrama de Moody
 Em regimes plenamente turbulentos k e f passam a ficar constantes com o Número de
Reynolds.
 Em termos práticos, como as perdas localizadas são pequenas em relação às contínuas
k e f podem ser considerados constantes.
n = comprimento fictício de cada peça em número de diâmetros.
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.
k
L= .D
f
L= n. D
PERDA DE CARGA LOCALIZADA EM CONDUTOS FORÇADOS.

•Exemplo:
•Uma canalização de ferro fundido com 30 anos de uso (C = 86), 800 m de
comprimento e 0,3 m de diâmetro está descarregando em um reservatório de 60 l/s.
Calcule a diferença de nível (h) entre o açude o reservatório de distribuição da seguinte
formas:

•A) Levando em consideração nos cálculos as perdas de carga localizadas existentes e


que são:
a) 1 entrada tipo borda
b) 4 curvas de 90° de raio longo
c) 2 registros de gaveta abertos
d) 1 saída de tubulação.

•B) Desprezando as perdas de carga localizadas.


Velocidades práticas
usuais.
Equações de dimensionamento
Pré-dimensionamento de condutos de
água fria.
Diâmetros usuais em instalações prediais.
Referências

AZEVEDO NETO, José M.; ALVAREZ, Guilherme A.


Manual de Hidráulica. Editora Edgard Blücher. São Paulo.

MARTINS, José Rodolfo S; MARTINS, S. L. Hidráulica


básica: guia de estudo. Ver 2004/2. Disponível em
http://www.ebah.com.br. Acesso em: 28/07/2016..

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