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CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
1.1 INTRODUÇÃO
1.1.1. GENERALIDADES
a) b)
c) d)
Figura 1.1 - Identificação dos elementos estruturais
[ Fusco, 1976, ]
FORMA – TIPO
A figura 1.3 apresenta o desenho do corte vertical dos pavimentos-tipo, corte este
realizado pelo plano AA, conforme indicado na figura 1.2, perpendicular ao plano dos
pavimentos. Pode-se, nesta figura, visualizar os elementos lineares (barras) vigas e
pilares necessários para transferir as ações atuantes nas lajes dos pavimentos.
As ações atuantes são as ações permanentes diretas, que são os pesos próprios
dos elementos da construção, os pesos dos materiais de acabamento e de todos os
equipamentos fixos, e as ações variáveis normais que são ações realtivas a utilização
da edificação tais como pessoas, móveis, veículos e etc. Nas estruturas dos edifícios
devem ser sempre consideradas as forças atuantes pela ação de vento, que devem ser
absorvidas pelos pórticos verticais, constituídos pelas vigas e pilares da edificação.
Deste modo percebe-se a importância dos elementos estruturais de barras - vigas
e pilares - na segurança das estruturas de concreto armado destinadas a edifícios. As
vigas normalmente estão submetidas a ações uniformemente distribuídas, embora
possam, em casos que o projeto exija, receber ação concentrada por causa da
necessidade de se apoiar viga em viga, o que lhes dá uma situação de elementos
estruturais submetidos a esforços de flexão - momento fletor e força cortante.
Os pilares, em virtude da consideração de pórtico plano ou espacial, ficam
submetidos a esforços de flexo-compressão - momento fletor e força normal. Com a
consideração de ação horizontal têm também solicitação de força cortante.
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CORTE A
ESC. 1:75
Figura 1.3 - Corte transversal dos pavimentos de um edifício
b) SEÇÃO TRANSVERSAL
a. lajes
As lajes, que são placas de concreto armado, são normalmente horizontais e, nas
estruturas dos edifícios, responsáveis por receber as ações verticais - permanentes ou
acidentais - atuantes nas estruturas dos pavimentos e das coberturas.
Nas estruturas de edifícios usuais as lajes representam, no conjunto total da
edificação, um consumo de concreto da ordem de 50% do volume total. Assim, é de
suma importância a sua análise como elemento estrutural por, além do consumo que
representa, estar sempre presente na composição estrutural.
As lajes podem ser maciças ou nervuradas (Figura 1.6), moldadas no local ou
pré-fabricadas ou ainda podem ser parcialmente pré-fabricadas.
As lajes maciças são aquelas que ao longo de toda a superfície a espessura é
mantida constante. Nas lajes nervuradas essa espessura é descontínua; a lajes
nervuradas é, portanto, constituída por nervuras distribuídas nas duas direções e por
uma mesa ligada as nervuras.
As lajes maciças ou as nervuradas moldadas no local, exigem, portanto, a
construção de uma estrutura auxiliar normalmente construída em madeira que sirva de
fôrma. Há necessidade também de cimbramento que pode ser em estruturas de
madeira ou metálica. Com o alto custo da madeira e analisando a questão ambiental,
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mais recentemente têm sido utilizadas para a moldagem de lajes nervuradas fôrmas
constituídas por materiais metálicos e fibra de vidro.
b. paredes
Em princípio todo elemento estrutural, bidimensional, isto é, que tenha duas das
dimensões maiores que a terceira (espessura), posicionado paralelamente ao plano
vertical é chamado de parede, sendo identificado nos desenhos e memórias de cálculo
pela sigla PAR seguida de um número de ordem e das suas dimensões - espessura e
altura.
As paredes são chapas e, conforme já visto, são elementos estruturais
bidimensionais com ação agindo paralelamente ao plano médio. As paredes são,
portanto, chapas de concreto armado e com apoio contínuo, isto é, o apoio da parede
se dá ao longo de toda a base.
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Definem-se como paredes estruturais as estruturas laminares planas verticais
apoiadas de modo contínuo em toda a sua base, sendo que o comprimento da seção
transversal é maior do que cinco vezes a largura.
Exemplos de paredes são as paredes de reservatórios paralelepipédicos para
água enterrados e apoiados diretamente sobre o solo, com a laje de fundo também
trabalhando como fundação. As reações de apoio das lajes de tampa e de fundo
transmitidas às paredes são ações uniformemente distribuídas e atuam paralelamente
ao plano médio.
Na figura 1.6 pode-se notar que entre o nível superior da fundação direta e a face
superior do nível do térreo há uma parede que tem dupla finalidade: deve conter o
empuxo de terra, em função do desnível - efeito de placa e receber a ação das lajes do
térreo - efeito de chapa, neste caso uma parede.
c. vigas-parede
d. cascas
CORTE HORIZONTAL
a. elementos de fundação
b. blocos de transição
Consolos podem ser definidos como vigas de pequeno vão em balanço com
relação entre vão e altura menor do que 1,0, segundo indicação de Leonhardt [1978].
Estes elementos estruturais se comportam são elementos tridimensionais e resistem as
ações aplicadas mobilizando resistência ao cisalhamento.
A sua ocorrência nas estruturas se dá como adendos aos pilares nos quais não é
possível transferência direta das ações. Por exemplo em edifícios industriais onde há
exigência de se prever a existência de ponte rolante, ou em pilares pré-fabricados
como indicado na figura 1.15 para apoio das vigas.
a. escadas
As escadas são compostas por lajes que se constituem nos lances das escadas
que, por sua vez, se apoiam nas vigas posicionadas nas extremidades das escadas.
Vários são os tipos estruturais são possíveis para as escadas, tipos estes
definidos em função do projeto arquitetônico.
A figura 1.16 mostra uma escada em lances adjacentes constituída por lajes que
se apoiam nas vigas e estas, por sua vez, transferem as suas ações para os pilares.
Ao se moldarem as lajes da escada devem ser moldados também os degraus que
a constituem. Em edificações mais simples é possível se executarem os degraus em
alvenaria de tijolos, o que implica em menor ação nas lajes da escada, um pouco de
economia com fôrmas, porém modificando o processo construtivo.
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PLANTA
VISTA AA
CORTE BB
b. muros de arrimo