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Sermão pregado na noite de quarta-feira(07/01/15) na IPB de laranjeiras

A AGONIA NO JARDIM
MATEUS 26: 36-45

Mt 26:36 Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmane, e


disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.
Mt 26:37 E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou
a entristecer-se e a angustiar-se.
Mt 26:38 Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui
e vigiai comigo.
Mt 26:39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e
orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia,
não seja como eu quero, mas como tu queres.
Mt 26:40 Voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a
Pedro: Assim nem uma hora pudestes vigiar comigo?
Mt 26:41 Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na
verdade, está pronto, mas a carne é fraca.
Mt 26:42 Retirando-se mais uma vez, orou, dizendo: Pai meu, se este
cálice não pode passar sem que eu o beba, faça-se a tua vontade.
Mt 26:43 E, voltando outra vez, achou-os dormindo, porque seus olhos
estavam carregados.
Mt 26:44 Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as
mesmas palavras.
Mt 26:45 Então voltou para os discípulos e disse-lhes: Dormi agora e
descansai. Eis que é chegada a hora, e o Filho do homem está sendo
entregue nas mãos dos pecadores.

INTRODUÇÃO
Pouco antes desses acontecimentos narrado acima, Jesus tomou a
última ceia com os discípulos antes de sua volta. Os discípulos nem
poderiam imaginar que logo depois dessa maravilhosa comunhão viria
um dos momentos mais terríveis da vida do nosso salvador.
No jardim do Éden, Adão foi reprovado no teste. Ele caiu diante das
tentações de Satanás. Agora nesse outro jardim com nome de
Getsêmane, que significa “prensa de óleo”, o outro Adão, Jesus, enfrenta
um teste semelhante ao do primeiro Adão. No primeiro teste Adão
falhou e a morte passou a todos os homens, agora Jesus enfrenta um
teste que vai trazer vida a muitos homens.
Adão quando foi expulso do jardim, Deus colocou dois anjos na entrada
com uma espada em chamas para fechar a entrada. Para alguém entrar
novamente no jardim deveria passar pela espada. Jesus Cristo foi
transpassado por essa espada.
Deus interrompeu o sacrifício de Isaque no último momento. O tempo
passa, mas o punhal agora encontra outro destino, outro filho único pra
ser sacrificado. E dessa vez Deus não intervém, pq o cordeiro já estava
pronto pra ser sacrificado. Pelo contrário, “foi da vontade do Senhor
esmaga-lo.”

A TRISTEZA
O pavor
Mt 26:37 E levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou
a entristecer-se e a angustiar-se.

 O Cristo homem dominado pela dor até morte. O autor da vida


angustiado até a morte. No Getsêmane, vemos a humanidade de
Cristo sem pecado, finita, numa profunda e terrível aflição. Disse
Calvino: “Ele tinha diante de Seus olhos o terrível tribunal de Deus,
e via o próprio Juiz armado de inconcebível vingança, e, por causa
dos nossos pecados, o fardo dos quais foram lançados sobre Ele
O pressionou fazendo-o dobrar-se sob seu enorme peso. ..”

Mt 26:38 Então lhes disse: A minha alma está triste até a morte; ficai aqui
e vigiai comigo.
 Ele estava sozinho!

O Cálice
Mt 26:39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e
orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice;

 Sócrates, na cela de um cárcere em Atenas, segundo relato


de Platão, tomou o cálice de cicuta "sem tremer nem mudar
de cor ou de expressão". Então ele "levou o cálice aos lábios,
e alegre e tranqüilamente o sorveu". Quando seus amigos
começaram a chorar, ele os repreendeu por seu
comportamento "absurdo" e instou com eles a que "se
aquietassem e fossem fortes". Ele morreu sem temor, pesar
ou protesto. Seria Sócrates mais corajoso do que Jesus? Ou
continham os seus cálices venenos diferentes?

Então vêm os mártires cristãos. O próprio Jesus dissera aos
seus seguidores que quando fossem insultados, perseguidos
e injuriados, deviam "regozijar-se e alegrar-se". Será que
Jesus não praticava o que pregava? Seus apóstolos o
fizeram. Deixando o Sinédrio com as costas sangrando de um
açoite sem misericórdia, eles, na realidade, regozijavam-se
por terem sido achados dignos de sofrer vergonha pelo
"Nome". A dor e a rejeição para eles eram alegria e privilégio,
não um suplício do qual deviam fugir em assombro.
 Naquele caso o cálice do qual ele se afastou foi algo diferente.
Não simbolizava nem a dor física de ser açoitado e
crucificado, nem a aflição mental de ser desprezado e
rejeitado até mesmo por seu próprio povo; antes, a agonia
espiritual de levar os pecados do mundo. Por outras palavras,
de suportar o juízo divino que esses pecados mereciam. O
Antigo Testamento confirma de modo vigoroso que essa é a
compreensão correta, pois tanto na literatura de Sabedoria
como nos Profetas, o cálice do Senhor era um símbolo regular
da ira de Deus. Dizia-se que o ímpio bebia "do furor do Todo-
poderoso" (Jó 21:20). Mediante Ezequiel, Yavé advertiu a
Jerusalém de que ela em breve teria o mesmo destino que
Samaria, que fora destruída:

Beberás o copo de tua irmã, fundo e largo; servirás de riso e
escárnio; pois nele cabe muito. Encher-te-ás de embriaguez e
de dor; o copo de tua irmã Samaria é copo de espanto e de
desolação. Tu o beberás, esgotá-lo-ás. . .(Ezequiel 23:32-34).

O Salmo 75 é uma meditação sobre o juízo universal de Deus:
"Na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio
de mistura; dele dá a beber; sorvem-no até às escórias, todos
os ímpios da terra".

"Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" (João
18:11)

Contudo foi da vontade do Senhor esmagá-lo e fazê-lo sofrer, Isaías
53:10

Rf. Do cálice: Is. 51:17/ Jr 25.15,16/


A SUPLICA

Mt 26:39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e


orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice;

 Diante desse terrível cálice, Ele ora pedindo ao pai outra


alternativa. Ele vislumbra a ira do todo-poderoso caindo sobre ele,
e então faz essa suplica...” se possível”.
 O Deus homem demonstra nesse jardim seu mais profundo
sentimento.
 “O homem cristo Jesus estava se aproximando de sua hora. Todos
os seus sentimentos humanos teriam se intensificado à medida
que a hora se aproximava. Todo o peso da aflição e do medo
estava crescendo que ele estava no limiar de tomar sua cruz.
 A oração é a efusão de suas paixões. É a prova que ele era, afinal
das contas, completamente humano em todos os sentidos.
 O desejo humano natural dele era evitar se possível o julgamento
terrível que estava a ponto de sofrer. Mas o seu desejo
sobrepujado- a última resposta a oração pela qual ele estava
apelando. Era que a vontade de Deus fosse feita.

 Pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-


se das nossas fraquezas, mas sim alguém que, como nós,
passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
Hebreus 4:15

A SUBMISSÃO

Mt 26:39 E adiantando-se um pouco, prostrou-se com o rosto em terra e


orou, dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia,
não seja como eu quero, mas como tu queres.

‘Não devemos pensar que há alguma disparidade entre a


vontade do Pai e a do Filho. Em vez disso, o que nós vemos
aqui é o filho, conscientemente, deliberadamente,
voluntariamente subjugando todos os seus sentimentos
humanos naturais à vontade perfeita do Pai.” MacArthur
 A sua oração no Getsêmane nos dá uma janela para a
sua alma e seu coração no momento em que ele fez essa
rendição e revela quão supremo sacrifício foi para ele
morrer em nosso favor.
 Agora está preparado para enfrentar a cruz e beber até o
fundo o cálice amargo da ira do Pai contra o pecado, o
nosso pecado.

CONCLUSÃO

Quando Adão foi expulso do jardim, Deus colocou dois anjos na entrada
com uma espada em chamas para fechar a entrada. Para alguém entrar
novamente no jardim deveria passar pela espada. Jesus Cristo foi
transpassado por essa espada.
Deus interrompeu o sacrifício de Isaque no último momento. O tempo
passa, mas o punhal agora encontra outro filho pra ser sacrificado. E
dessa vez Deus não intervém, porque o cordeiro já estava pronto pra ser
sacrificado. Pelo contrário, “foi da vontade do Senhor esmaga-lo.”
Devemos sempre passar pelo Getsêmane e lembrar do fardo que nosso
Salvador escolheu carregar, o fardo de todos os nossos pecados. Ele
tomou o cálice da ira do Deus pai até a última gota. O suor de sangue, a
aflição da alma até a morte, a agonia. Ele saiu do jardim vitorioso para
vencer!

Créditos das informações: A cruz de Cristo(Stott), A morte de


Jesus(MacArthur) e A Cruz que Ele surportou( Leahy)

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