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Desenho da Figura Humana - Escala Sisto: Manual

Article · June 2006

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Dario Cecilio Fernandes


University of Campinas
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Avaliação Psicológica, 2006, 5(1), pp. 115-117 115

DESENHO DA FIGURA HUMANA – ESCALA SISTO. MANUAL


Dario Cecilio Fernandes – Universidade São Francisco

Sisto, F. F. (2005). Desenho da Figura Humana – Escala Sisto. Manual. São Paulo: Vetor, 153 p.

Ao escolher um teste de inteligência, Após esta detalhada introdução ao teste,


devem-se levar em consideração aspectos como o autor traz um levantamento bibliográfico dos
sua concepção básica, seu caráter não invasivo estudos feitos na escala de Goodenough-Harris,
e sua aceitação pelas crianças Koppitz e Naglieri, que ajudaram a padronizar
independentemente de sua idade, tendo que e validar o teste no Brasil. Na seqüência, trata
considerar que avaliar crianças pequenas, não dos estudos psicométricos, começando pela
alfabetizadas ou que não falam a língua do construção do DFH- Escala Sisto. Mostrando a
examinador e que tem diminuição da importância da unidimensionalidade, o
capacidade auditiva ou deficiências pesquisador nos traz que sua escala é
neurológicas. O Teste da Figura Humana é uma unidimensional, tendo como conseqüência, que
boa opção para a avaliação dessa população. o sujeito usa a mesma habilidade para
Sua característica não verbal o torna responder todos os itens e a dificuldade relativa
particularmente conveniente para o exame do item permanece constante por todos os
mental das crianças estrangeiras, surdas-mudas sujeitos estudados.
ou com dificuldades de atenção. Essas Em participantes, é mostrado que foram
características o tornaram um dos testes mais estudadas 2750 crianças, com idade variando
usados no mundo. de 5 a 10 anos, estando distribuídas da pré-
Sisto começa o seu manual mostrando escola até a quarta serie de escolas públicas e
como o constructo de inteligência mudou ao particulares, de ambos os sexos.
longo dos anos, e como o conceito de aptidão Posteriormente, Sisto mostra como foi
geral surgiu de correlações significativas entre fornecida a instrução para a aplicação do DFH
os testes de inteligências. Entretanto, não tem e seus critérios de correção.
sido fácil determinar quantas aptidões existem. Na parte subseqüente é descrito que a
O autor aponta várias referências que busca de validade do DFH tem sido
contribuíram com as diferentes idéias de principalmente em três vertentes, uma delas foi
aptidões, e com diversos estudos do Desenho correlacionar a pontuação total com o resultado
da Figura Humana (DFH) até chegar a de outros testes de inteligência. Outra que
Goodenough, uma das primeiras estudiosas do mostra a evidência de validade interna dos
DFH. Sisto faz um grande estudo mostrando as itens, é realizada por meio de analises fatoriais
principais idéias defendidas por Goodnenough, ou pelo modelo Rash. Finalmente, foram
como ser o estudo sobre as influências na buscadas correlações entre idades e as
pontuação e, por ultimo, proposta de pontuações, como também diferenças de
interpretações psicológicas dos desenhos médias entre as pontuações totais e as idades.
infantis. Posteriormente, o autor mostra outros Outro detalhe importante que Sisto enfatiza, é
sistemas de avaliações do DFH, trazendo o que o DFH é uma realidade colocada pela
estudo de outros três grandes pesquisadores, pessoa e não imposta para a pessoa.
quais sejam, Harris, Koppitz e Naglieri. Por ter Posteriormente são descritos as características
uma literatura muito extensa, Sisto faz uma do grupo estudado em relação ao DFH. Em
seleção desse material com vistas a mostrar um seguida, é mostrada a evidência de validade
panorama das investigações que foram feitas relativa ao desenvolvimento, sendo utilizados
sobre o DFH, separando os estudos, entre coeficiente de correlação de Pearson, análise de
internacionais e nacionais. variância, prova de Tukey, correlação de cada
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item com as idades e uma análise com base no evidência de validade convergente com o Teste
funcionamento diferencial dos itens, pelo das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven
modelo de Rash. (CPM), evidência de validade critério por
A próxima evidência de validade grupos extremos com o Raven, evidência de
descrita por Sisto é relativa à estrutura interna validade de critério pelos níveis de
dos itens pelo funcionamento diferencial do interpretação do Raven e DFH- Escala Sisto,
item (DIF), isto é, numa leitura psicométrica, aquisição da escrita e DFH- Escala Sisto,
significa que a escala apresenta diferentes desenvolvimento cognitivo do ponto de vista
propriedades estatísticas em razão de diferentes piagetiana e DFH- Escala Sisto pela evidência
grupos. Devido aos resultados dessa análise e de validade concorrente e evidência de validade
da análise dos coeficientes de correlação item- por grupos contrastantes em relação ao
idade geral, decidiu-se estudar os dados desenvolvimento cognitivo na perspectiva
relativos aos gêneros separadamente. piagetiana.
Iniciando pelo sexo feminino, o autor Posteriormente, são apresentados os
descreve os participantes, e posteriormente faz desenhos representativos da evolução das
um estudo de correlação entre itens e idades. crianças com base no critério de idade, sendo
Após esta análise Sisto procedeu com os escolhidos desenhos típicos da faixa etária,
estudos do ajuste do DFH ao modelo de Rash e podendo ser encontrados desenhos mais ou
o fator geral e saturação da escola, menos evoluídos. A seguir são mostrados os
selecionando assim os itens em razão das três estudos de precisão da escala, que busca
análises. Utilizou-se o mesmo procedimento conhecer a quantidade de erro envolvida na
para a análise da escala do sexo masculino, medida realizada, tendo por base a estabilidade
eliminando assim os itens não adequados. dos resultados tanto no instrumento como num
Na parte subseqüente é fornecido os todo como ao longo do tempo. Refere-se
resultados dos critérios usados para a seleção também à possibilidade do erro do examinador,
dos itens em relação a ambos os sexos. Com a por causa de uma dose de interpretação
aplicação desses critérios foram selecionados razoável na avaliação dos desenhos. Portanto, a
30 itens, os quais foram usados para compor a precisão foi examinada por três estudos, sendo
escala. Depois das análises feitas, as escalas o primeiro pela consistência interna, teste-
masculina e feminina apresentaram a mesma reteste e entre avaliadores.
composição, apenas mudando a ordem dos Por último, Sisto descreve as normas de
itens, ficando apenas com os itens ordenados sua escala, começando por procedimento de
por dificuldades. Posteriormente, é fornecida a aplicação e correção, critérios para avaliação
facilidade dos itens em sua escala, por dos itens do DFH- Escala Sisto, sendo que, este
porcentagens de acerto. Com base em pesquisa, critério é dividido em duas partes: itens
foram estudado os itens com DIF no DFH- imprescindíveis e itens para pontuação.
Escala Sisto. Nessa análise foi usada a análise Posteriormente vêm as normas de
de variância e a prova Tukey, sendo aplicado interpretação, na qual está dividida em cinco
tanto no sexo feminino como no masculino. subitens sendo eles: normas em relação às
Após os estudos psicométricos, o autor pontuações, normas em relação às medidas
trata das evidências de validade do DFH-Escala Rash, características de protocolos não
Sisto, na qual se encontraram 12 evidências, interpretáveis ou não ajustados à escala, e
sendo elas, evidências de validade à estrutura exemplos de protocolos corrigidos. No final
interna dos itens por meio do modelo de Rash desse capítulo o autor traz a folha de aplicação
para a escala masculina e feminina, evidência e em anexo traz a correspondência entre a
de validade relativa ao desenvolvimento para terminologia dos sistemas DFH – Escala Sisto e
ambas as escalas, evidência de validade sobre a Goodenough.
estrutura interna dos itens da escala masculina e Este manual traz uma contribuição
feminina, pela saturação no fator geral, muito grande para a área de Avaliação
Avaliação Psicológica, 2006, 5(1), pp. 115-117
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Psicológica, por ser um teste que apresenta e estudos feitos por ele até encerrar e chegar a
estudos confiáveis, com várias evidências de sua escala final. Com um linguajar técnico,
validade e mostra um grande estudo no DFH, porém acessível, é recomendado para
um tema há muito tempo estudado, sendo um psicólogos interessados em estudar o DFH,
texto que necessita um conhecimento de estudantes da graduação e da pós-graduação.
estatística, pois o autor mostra todas as análises

SOBRE O AUTOR:
Dario Cecilio Fernandes: acadêmico em Psicologia pela Universidade São Francisco. E-mail:
dario.fernandes@gmail.com

Avaliação Psicológica, 2006, 5(1), pp. 115-117

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