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Revista Diálogos Interdisciplinares

2018 vol. 7 n° 3 - ISSN 2317-3793

A SEGURANÇA DO TRABALHO NA ATIVIDADE DE COLETA DE RESÍDUOS NÃO


PERIGOSOS EM SÃO PAULO
Juliana Taís Toniazzo Butuhy1; Fábio Xavier de Melo2
RESUMO
Pretende-se ao longo deste artigo constatar e analisar o atual panorama da segurança do trabalho dos coletores de resíduos não
perigosos do estado de São Paulo e buscar relações diretas com a nova NR (Norma Regulamentadora) de limpeza urbana para as
principais necessidades ocupacionais destas atividades. A valorização do trabalho dos coletores de resíduos ainda é um grande
desafio no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos. Uma breve pesquisa revela que a atividade em estudo ainda é uma
das mais prejudiciais à saúde. Apesar da importância que esses indivíduos representam para a sociedade, visto que o número de
resíduos que produzimos cresce a cada ano e torna-se cada vez mais necessário recolhe-lo e trata-lo, porque ainda existem tantos
riscos ocupacionais ligados à esta profissão? A quem cabe a responsabilidade de manter a saúde ocupacional destes trabalhadores? É
possível minimizar os riscos? O que tem sido feito em prol de melhorias para este setor? O estudo revela que uma das causas do
cenário atual em que vivem estes trabalhadores é a falta de prudência por parte das quatro esferas que compõe a responsabilidade em
manter a saúde ocupacional destes trabalhadores, bem como a precariedade e a falta de fiscalização ligadas à esta atividade. Embora
preocupante, esta realidade está prestes a começar a mudar com a nova NR de Limpeza Urbana, que apresenta aspectos que vão de
encontro à necessidade destes profissionais.
Palavras-chave: segurança do trabalho; riscos ocupacionais; coletores de resíduos não perigosos.

ABSTRACT
Throughout this paper, it is intended to verify and analyze the current panorama of occupational safety of non-hazardous waste
collectors in the state of São Paulo and to seek direct relations with the new NR of urban cleaning for the main occupational needs of
these activities. The valorization of the work of the waste collectors is still a great challenge in the integrated management of
municipal solid waste. A brief survey reveals that the activity under study is still one of the most damaging to health. Despite the
importance that these individuals represent for the society, since the number of wastes that we produce grows every year and it
becomes increasingly necessary to collect and treat them, because there are still so many occupational hazards linked to this
profession? Who is responsible for maintaining the occupational health of these workers? Is it possible to minimize the risks? What
has been done in favor of improvements for this sector? The study reveals that one of the causes of the current scenario in which
these workers live is the lack of prudence on the part of the four spheres that make up the responsibility to maintain the occupational
health of these workers, as well as the precariousness and lack of supervision related to this activity. Although troubling, this reality
is about to begin to change with the new NR of Urban Cleaning, which presents aspects that meet the need of these professionals.
Keywords: job security; occupational risks; collectors of non-hazardous waste.

INTRODUÇÃO
A rua é o local urbano onde tudo ocorre. É neste espaço que nos locomovemos, nos
deslocamos, nos movimentamos e fazemos a vida na cidade acontecer. Em meio ao cotidiano neste
espaço público, existem centenas de pessoas que vivem este ambiente como o seu local de trabalho.
São os trabalhadores urbanos que realizam diversas atividades na cidade a céu aberto.
Dentre eles, podemos citar os agentes de trânsito, os vendedores ambulantes, e os agentes de
limpeza urbana, sendo estes últimos, o grupo alvo de estudo para desenvolvimento deste trabalho.
Dentro deste grupo de trabalhadores, temos diferentes profissões, como os varredores, os jardineiros
que realizam a manutenção de áreas verdes, e os trabalhadores da área de resíduos, que realizam as
atividades de coleta e tratamento dos resíduos.

1 Arquiteta e Urbanista, estudante do curso de especialização em Engenharia de Segurança do trabalho. E-mail:


ju_butuhy@hotmail.com
2 Engenheiro Físico UFSCar (2010), especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, mestre e doutor em
Engenharia Mecânica pela Universidade de São Paulo (2017). Atualmente é professor de pós-graduação em Engenharia
de Segurança do Trabalho no Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, professor na Brazcubas
Educação. E-mail: eng_fabio_xavier@hotmail.com
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A valorização do trabalho dos coletores de resíduos ainda é um grande desafio no


gerenciamento integrado dos resíduos sólidos urbanos. Uma breve pesquisa demonstra que a
profissão dos agentes de limpeza urbana é uma das mais prejudiciais à saúde. Esse fato se dá
por conta do contato com todos os tipos de riscos: físicos, químicos, de acidente, ergonômicos
e biológicos.
A problemática é ainda maior quando nos referimos diretamente aos trabalhadores da
área de coleta de resíduos, pois neste caso o contato com os riscos biológicos e de acidente é
direto e com grandes probabilidades de acontecer. Podemos citar ainda a questão da
precariedade que muitas vezes está presente nesta atividade, o assédio moral e a falta de EPI’s
(Equipamentos de Proteção Individual) e fiscalização trabalhista.
No intervalo de tempo de 2011 a 2016, o Estado de São Paulo registrou cerca de
14.000 acidentes de trabalho na atividade de Coleta de Resíduos Não Perigosos (dados da
Previdência), não havendo ainda, uma redução significativa destes acidentes ao passar dos
anos. Os dados supramencionados serão apresentados e analisados neste artigo.
Embora as atividades de coleta de resíduos sejam de extrema importância, visto que o
número de lixo gerado cresce a cada ano e torna-se cada vez mais necessário recolhe-lo e
trata-lo, porque ainda temos tanta precariedade e tantos riscos ocupacionais ligados à esta
profissão? A quem cabe a responsabilidade de manter a saúde ocupacional destes
trabalhadores? É possível minimizar os riscos? O que tem sido feito em prol de melhorias
para este setor?
Uma das hipóteses para compreensão do cenário atual em que vivem estes
trabalhadores é a falta de prudência por parte das quatro esferas que compõe a
responsabilidade em manter a saúde ocupacional destes trabalhadores. Entender as
responsabilidades relativas à cada esfera é ponto inicial para amenizar os riscos e melhorar a
saúde ocupacional destes colaboradores.
No que se refere à este item, podemos citar: sociedade – responsabilidade em alocar os
resíduos da forma correta (principal causa dos acidentes com coletores de resíduos é o
acondicionamento errado de resíduos cortantes e perfurante); governo – fiscalização quanto às
leis e normas trabalhistas; empresa – cumprimento das leis e normas trabalhistas em sua
totalidade/manter a integridade do trabalhador; colaborador – utilização correta de EPI/evitar
erros humanos (brincadeiras, olhos longe da tarefa, distração, entre outros).
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Buscando melhorar as condições de trabalho desta atividade perigosa e insalubre, no


ano de 2010 foi iniciado o processo para a publicação de uma nova NR diretamente voltada
para o trabalho de profissionais que se dedicam a deixar nossas ruas limpas.
A NR da Limpeza Urbana dispõe sobre os requisitos mínimos para a gestão da
segurança, saúde e conforto nas atividades de limpeza urbana, sem prejuízo da observância
das demais Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho. O processo já saiu da fase
de consulta pública e segue em análise. Um dos objetivos deste projeto é analisar se as
questões apresentadas nesta nova NR vão de encontro as reais necessidades destas profissões.

Profissão perigo: os coletores de resíduos não perigosos

Classificada como uma das profissões mais prejudiciais à saúde, a atividade de coleta
de resíduos iniciou em 1876, no Rio de Janeiro, quando o empreiteiro Aleixo Gary (origem do
termo “gari”) assinou um contrato para a limpeza da cidade (SANTOS, 2004).
Os trabalhadores da coleta de resíduos são aqueles que realizam suas tarefas em ritmo
acelerado, subindo e descendo do caminhão de “lixo”, ao mesmo tempo em que se desloca
com vários sacos de “lixo”, segurando-os pelas mãos, apoiando-os pelo braço e tórax. Ritmo
acelerado de trabalho que pode desencadear em acidentes como, torções, alterações
musculares, além de riscos de ferimentos e contaminação com materiais perfurocortantes
presentes nos resíduos sólidos dispostos para coleta convencional (MALYSZ; GALDINO;
2016).
Para VASCONCELOS (2007), a atividade de coleta de resíduos trata-se um trabalho
puramente braçal, bruto, de puro esforço físico que exige uso intensivo de braços e pernas.
VELOSO (1997) destaca que os coletores são expostos ao calor, frio, chuva e variações
bruscas de temperatura. Além destes aspectos, os coletores são expostos aos ruídos constantes
do sistema de compactação dos resíduos no caminhão, mau cheiro ocasionado pelo processo
de decomposição da matéria orgânica, trepidações durante o trajeto em locais de difícil
acesso, terrenos íngremes, asfaltos mal conservados e riscos de atropelamento em locais onde
o trânsito é mais intenso.
Os riscos biológicos e de acidentes estão diretamente ligados ao tipo de atividade que
estes colaboradores desenvolvem. O dano ao colaborador é resultado da combinação das
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características dos resíduos coletados, dos tipos de equipamentos utilizados e da forma em


que os mesmos são acondicionados.
Seguindo este raciocínio, VELOSO (1998) afirma que o processo de coleta de lixo
domiciliar ainda é bastante precário, pois se utiliza de tecnologia praticamente manual, em
que o trabalhador utiliza-se do corpo para transportar os resíduos até o caminhão. Neste caso,
o corpo é o principal instrumento de coleta do “lixo”.
De acordo com Costa (2008), a profissão de coletor de lixo é mais uma das atividades
que se enquadram na chamada “invisibilidade pública” em que o homem e sua profissão
ficam desaparecidos para os demais, assim como a sua falta de importância social. São
indivíduos que fazem parte do sistema de limpeza pública do município, responsáveis pela
coleta e destinação dos resíduos gerados pela comunidade, mas que ao longo de sua jornada
de trabalho ficam invisíveis aos olhos da sociedade, e muitas vezes sofrem humilhações,
retaliações e são vistos com maus olhos pelos indivíduos.
Segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) os coletores de
resíduos não perigosos fazem parte do grupo 381 (Coleta de Resíduos) e correspondem à
classe 3811, com grau de risco 3 – Grave. Esta classe compreende as seguintes atividades:
 coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial por meio
de lixeiras, veículos, caçambas, etc.;
 coleta de materiais recuperáveis;
 coleta de resíduos em pequenas lixeiras públicas;
 coleta de entulhos e refugos de obras e de demolições;
 operação de estações de transferência de resíduos não perigosos, que são unidades
responsáveis pelo armazenamento temporário e a transferência definitiva de resíduos
não perigosos para os aterros e lixões.
Buscando contribuir para o maior conhecimento dos temas relacionados aos acidentes do
trabalho, o Ministério da Previdência Social e o Ministério do Trabalho e Emprego publicam
o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT. Publicado desde 2000, o AEAT
constitui-se em instrumento de trabalho para os profissionais que desempenham atividades
nas áreas de saúde e segurança do trabalhador, assim como para pesquisadores e demais
pessoas interessadas no tema.
As tabelas apresentadas abaixo tratam-se de um compilado de dados disponíveis no
AEAT dos anos 2011 a 2016, referentes à acidentes do trabalho na atividade econômica
Coleta de Resíduos Não Perigosos (CNAE 3811), no estado de São Paulo.
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A tabela 01 apresenta números totais de acidentes da atividade, com e sem CAT


registrada, e dados referentes ao motivo do acidente. A tabela 02 refere-se aos acidentes do
trabalho liquidados, que correspondem aos acidentes cujos processos foram encerrados
administrativamente pelo INSS, depois de completado o tratamento e indenizadas as sequelas.
Pode-se observar números totais de acidentes, bem como a consequência atrelada a eles.
Tabela 01 – Acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo.
Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo, segundo a

Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), no estado de São Paulo - 2011/2016

CNAE: 3811 – Coleta de Resíduos Não Perigosos

QUANTIDADE

ANO DE REFERÊNCIA 2011 2012 2013 2014 2015 2016

TOTAL 2.383 2.253 2.634 2.531 2.168 2.211

COM CAT REGISTRADA 2.066 1.957 2.394 2.313 2.075 2.110

SEM CAT REGISTRADA 317 296 240 218 93 101

MOTIVO DO ACIDENTE

ANO DE REFERÊNCIA 2011 2012 2013 2014 2015 2016

TÍPICO 1.834 1.764 2.144 2.075 1.845 1.921

TRAJETO 217 184 232 230 184 183

DOENÇA DO TRABALHO 15 9 18 8 46 6

Fonte: tabela desenvolvida pela autora do artigo, com base nos dados disponibilizados pela Previdência, na seção Dados abertos – Saúde e
segurança do trabalhador, nos arquivos do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT 2011 a 2016. Disponível em:
http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/dados-abertos-sst/.
Tabela 02 – Acidentes do trabalho liquidados, por consequência.
Quantidade de acidentes do trabalho liquidados, por consequência, segundo a Classificação

Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), no estado de São Paulo - 2012/2016

CNAE: 3811 – Coleta de Resíduos Não Perigosos

QUANTIDADE

ANO DE REFERÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2016

TOTAL 2.314 2.695 2.573 2.105 2.223

CONSEQUÊNCIA

ANO DE REFERÊNCIA 2012 2013 2014 2015 2016

ASSISTÊNCIA MÉDICA 320 380 409 404 375

MENOS DE 15 DIAS 1367 1713 1605 1.581 1.565


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MAIS DE 15 DIAS 579 565 529 99 277

INCAPACIDADE PERMANENTE 42 33 21 16 1

ÓBITO 6 4 9 5 5

Fonte: tabela desenvolvida pela autora do artigo, com base nos dados disponibilizados pela Previdência, na seção Dados abertos – Saúde e
segurança do trabalhador, nos arquivos do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho – AEAT 2011 a 2016. Disponível em:
http://www.previdencia.gov.br/dados-abertos/dados-abertos-sst/.

Os dados apresentados acima refletem o panorama atual em quem encontram-se os


trabalhadores da área de coleta de resíduos não perigosos no estado de São Paulo. Embora
haja uma pequena redução no número total de acidentes ao longo dos anos, a mesma não
apresenta uma melhora significativa na saúde e segurança do trabalho da atividade.
Os principais acidentes relacionados à esta atividade são os típicos (acidentes
decorrentes da característica da atividade profissional desempenhada pelo segurado
acidentado), que representam cerca de 75% do número total de acidentes. As doenças do
trabalho aparecem em terceiro lugar nas ocorrências.
No que refere-se aos acidentes liquidados, entende-se que, embora os principais
acidentes sejam típicos e recorrentes, ainda há a necessidade de afastamento do posto de
trabalho. O ano de 2015 apresenta uma melhora em relação ao afastamento com mais de 15
dias. Porém, o número de óbitos continua ativo, e mediano ao longo dos anos.

Responsabilidade na segurança do trabalho dos coletores de resíduos não perigosos:


cabe a quem?
A segurança dos coletores de resíduos é uma tarefa que não compete somente ao
empregador. Ela também é uma tarefa que compete ao estado, ao próprio trabalhador, e a nós,
sociedade. Muitos acidentes de trabalho dos coletores de resíduos não perigosos podem ser
evitados através da conscientização da população para esta atividade.
Pode-se citar, inicialmente, que a maioria dos acidentes com coletores acontecem por
conta do acondicionamento irregular de resíduos cortantes e perfurantes. Podemos
exemplificar esta afirmação com a situação da cidade de Jundiaí-SP, que teve um aumento
gradativo nos acidentes causados por descarte irregular de lixo neste ano de 2018. Segundo
reportagem do TEM Notícias, veiculada pela Globo, nos quatro primeiros meses já haviam
sido registrados mais da metade dos acidentes registrados no ano passado, e cerca de 40% dos
acidentes foram motivados por descarte irregular de lixo.
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Uma situação parecida já havia ocorrido na cidade de Rio Claro – SP. Neste caso, fato
do ano de 2014, o descarte incorreto de lixo fez os acidentes com coletores subir 63% na
cidade. Cerca de 55% dos acidentes registrados neste ano aconteceram por conta do descarte
irregular de lâmpadas, vidros, agulhas, seringas e demais materiais cortantes e perfurantes.
Também pode-se referir ainda à responsabilidade da sociedade casos de discriminação
por conta da atividade (bullying). Também é dever de todos inserir na sociedade esses
colaboradores que são extremamente importantes para o bom funcionamento do meio em que
vivemos. “Tem gente por trás do uniforme”, diz o gari Francisco Assis Pereira, em entrevista
ao G1. Apesar das conquistas que o trabalho lhe proporcionou, sendo a forma de sustento que
colaborou para que ele criasse os quatro filhos, ele conta que já foi discriminado em lojas e
padarias. Em declaração na entrevista, seu Francisco revela "Muita gente não nos vê como
pessoas. Enxergam a roupa da gente, mas não a pessoa por trás da roupa." Ao fim, ele
afirma "Tenho orgulho do que faço.”
Embora a sociedade tenha um papel importantíssimo na gestão de segurança da
atividade dos coletores, ela não desempenha este papel sozinha. O empregador também é um
elemento que compõe as quatro esferas que fazem parte desta responsabilidade. É o
empregador quem deve garantir a integridade do colaborador, cumprindo leis e normas
trabalhistas em sua totalidade, buscando sempre melhorar a situação do empregado.
Em 2015, um decreto realizado pelo Ministério do Trabalho interditou a coleta de lixo
em sete cidades do noroeste do estado de São Paulo. “A decisão foi tomada por causa de
supostas irregularidades em relação à segurança dos funcionários da empresa que faz a
coleta nessas cidades.” afirma a equipe de reportagem do G1 de Rio Preto e Araçatuba.
Recentemente, em dezembro do ano de 2017, a mesma empresa teve novamente suas
atividades trabalhistas suspensas em sete cidades da região. A empresa é acusada pelo
Ministério do Trabalho e MPT de pelo menos seis irregularidades trabalhistas, incluindo o
transporte dos coletores em estribos na parte de trás dos caminhões, o que não é previsto no
Código de Trânsito Brasileiro, a lavagem do uniforme pelo próprio coletor, a falta de licença
do Ministério do Trabalho para a prorrogação da jornada de trabalho, a não concessão de
descanso de dez minutos a cada 90 trabalhados e a falta de um local adequado para as
refeições diárias (ABREU, 2017).
Além do comprometimento do empregador, é necessário engajamento por parte do
colaborador para garantir que a gestão de saúde e segurança da atividade seja efetiva. É
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responsabilidade do coletor evitar os “erros humanos” durante a jornada: brincadeiras,


distrações, imprudências, etc; utilizar corretamente os EPI’S; seguir as instruções e
treinamentos com atenção e foco na atividade.
A maioria dos acidentes do trabalho de atropelamento, por exemplo, ocorrem pelo
próprio caminhão da empresa, por conta de excesso de velocidade, manobras perigosas e falta
de atenção. Em 2017, um acidente com caminhão de lixo na cidade de Votorantim-SP, matou
um coletor e deixou outros cinco feridos. Uma semana antes, outro acidente com caminhão de
lixo havia acontecido na região, onde um coletor foi atropelado. Este mesmo fato já aconteceu
em demais cidades do estado de São Paulo, como Porto Ferreira, São Bernardo do Campo,
Ribeirão Preto, Araçoiaba da Serra. Infelizmente, a maioria dos casos tem como consequência
o óbito do funcionário.
Todas as notícias apresentadas nesta seção demonstram que a falta de responsabilidade
por conta das esferas que regem a gestão de segurança desta atividade compõe o quadro grave
de segurança em que se encontram estes trabalhadores. Porém, a última e não menos
importante figura envolvida, pode evitar a maior parte dos acidentes ocorridos: a fiscalização
por conta dos órgãos governamentais.
Existem pouquíssimas notícias referentes a empresas notificadas pelo MTE por conta
das más condições de trabalho, ou de Prefeituras que fiscalizem a ação das empresas
contratada para a coleta. Em contraponto a isso, cresce o número de notícias de paralisações
por meio dos funcionários que buscam melhorias na condição de trabalho.
É o caso das cidades de Bauru, Piracicaba, Jacareí, São José, entre outras, que
recentemente tiveram casos de paralisação dos coletores. As principais questões apresentadas
por eles é a falta de segurança na atividade, falta de equipamentos de proteção individual e o
aumento da jornada de trabalho.

Uma nova esperança: NR de Limpeza Urbana


Embora o cenário para estes trabalhadores esteja em péssimas condições, uma nova
esperança de melhorias pode estar prestes a ser validada. A nova NR de Limpeza Urbana,
ainda não publicada, já passou pelo processo de consulta pública e segue para as próximas
fases de avaliação e concordância das comissões.
O processo iniciou em 2010, porém, somente em 2017 o grupo de trabalho
encarregado de verificar e estudar as condições de segurança e higiene nos serviços de
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limpeza urbana apresentou, em Brasília, o texto base da Norma Regulamentadora. O grupo é


formado por auditores-fiscais do Trabalho da Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) e
técnicos da FUNDACENTRO.
O texto, discutido em audiência pública na sede do Ministério do Trabalho, aponta os
requisitos mínimos para a gestão de segurança, saúde e conforto nesse tipo de atividade. As
atividades de limpeza urbana que serão regulamentadas pela NR envolvem a coleta de
resíduos sólidos, varrição, transbordo, manutenção de áreas verdes, tratamento de resíduos,
ponto de recolhimento de resíduos (ecoponto), triagem de recicláveis e destinação final.
O texto também abrange raspagem e pintura de meio-fio, capina e roçagem de
terrenos, lavagem e conservação de monumentos e de túneis, varrição e lavagem de feiras,
vias e praças. Todos os trabalhadores das atividades de limpeza urbana, independente da
forma de contratação, estarão respaldados por esta norma.
Os itens previstos incluem desde a organização das atividades, o material de apoio e
vestimentas, veículos, máquinas e equipamentos, até o suprimento de água potável e fresca,
além de banheiros e pontos de apoio no trajeto da coleta de resíduos. Um dos direitos
assegurados é a recusa de fazer a coleta, quando o material estiver acondicionado de forma
irregular ou oferecer risco à saúde ou segurança pessoal.

MÉTODOS E PROCEDIMENTO
Para alcançar o objetivo deste estudo, a metodologia de trabalho foi de caráter
analítico, desenvolvida através de pesquisas bibliográficas e análise de dados.
No que se refere às pesquisas bibliográficas, estas foram realizadas a partir de livros,
revistas, artigos, dados estatísticos, notícias e trabalhos já realizados, de acordo com o tema
principal do estudo. As pesquisas e publicações foram separadas por localidade e data,
buscando uma linha de pensamento entre elas.
No campo da análise de dados, serão analisados os dados de trabalhos já realizados por
instituições, tais como: FUNDACENTRO, INSS, IBGE, TEM, entre outros. Visto que há a
imensidão de dados relativos a este assunto, não será alvo deste estudo o desenvolvimento de
novos dados.
Busca-se, principalmente, a utilização de dados mais recentes. Portanto, os dados
coletados são referidos de um espaço tempo de no máximo 8 anos relativo ao ano vigente
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(2018). O tempo estabelecido condiz com o início da produção da nova NR de Limpeza


Urbana (2010).
Os dados utilizados neste trabalho referem-se ao grupo de trabalhadores que lidam
com resíduos não perigosos, que incluem coleta de lixo residencial, urbana ou industrial, não
perigosos, resíduos de obras e transferência de resíduos não perigosos. A Classificação
Nacional de Atividade Econômicas – CNAE selecionada para descrever essa atividade é:
3811 (coletores de resíduos sólidos não perigosos). Portanto, cabe ressaltar que esta pesquisa
não destina-se apenas a coletores de resíduos domiciliares.
O problema foi estudado e discutido de acordo com os principais pesquisadores e
estudiosos da área. As notícias referentes aos acidentes com coletores de resíduos, e os dados
disponibilizados pela Previdência foram as principais fontes de comprovação de que o
problema ainda é atual e recorrente. Estes dados foram compilados e serão apresentados
através de tabelas, desenvolvidas pela autora do artigo.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Os altos índices de acidentes de trabalho apresentados nas tabelas 01 e 02 podem ser
justificados pela falta de responsabilidade das quatro esferas responsáveis pela gestão de
segurança da atividade de coleta de resíduos não perigosos. As notícias apresentadas, bem
como a falta delas, são um indicativo do panorama atual em que se encontram estes
colaboradores.
O baixo número de doenças ocupacionais relacionadas à estas atividades nos fazem
perceber que, é provável que as medidas de segurança do trabalho atuais são eficazes, porém,
não eficientes. Elas atuam na prevenção de acidentes ao longo do tempo, mas não são capazes
de evitar acidentes típicos corriqueiros e recorrentes. Portanto, as ações de melhoria para o
setor devem agir neste sentido.
Em concordância às principais notícias de óbitos desta atividade, em relação aos
números da tabela 02, podemos compreender que o atropelamento é a causa principal desta
consequência, e a mesma é gerada por parte de imprudência dos próprios funcionários e da
falta de fiscalização dos órgãos governamentais.
Para que tenha eficiência, a nova NR de Limpeza Urbana (analisada logo abaixo) deve
agir, principalmente, com o objetivo de evitar os acidentes típicos de trabalho, em conjunto
com ações de prevenção com os trabalhadores, conscientização da população e fiscalização do
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MTE, prefeitura e demais instituições. Sendo esta última, item indispensável para evitar
qualquer tipo de falha na segurança da atividade.
Inicialmente, é importante ressaltar que, como descrito na norma, esta representa
apenas os requisitos mínimos para o desenvolvimento das atividades de limpeza urbana.
Portanto, constata-se claramente no decorrer de sua análise, que a mesma trata
superficialmente de alguns aspectos que, ao longo de sua publicação, deverão ser revisados e
aprofundados.
O primeiro item desta norma refere-se aos objetivos e campo de aplicação. O item 1.4
cita que “Esta Norma abrange todos os trabalhadores das atividades de limpeza urbana,
independente da forma de contratação”. Embora breve, este item da norma é de suma
importância, visto que, independente da forma de contratação, o trabalhador terá direito à
treinamentos, programas de prevenção, e demais itens descritos na norma. Esta condição
qualifica a responsabilidade do empregador, que procura se eximir dos seus deveres, quando o
funcionário não é contratado pelo regime CLT.
O segundo item da norma trata da organização das atividades. Embora o texto
descreva que “as tarefas devem ser efetuadas com base em estudos e procedimentos” que
atendam aos objetivos de “não comprometer a segurança e a saúde dos trabalhadores” o
texto não dispõe de requisitos mínimos para tais estudos e procedimentos. Ficará à encargo da
empresa definir quais serão os métodos desenvolvidos para organizar as atividades, e a
realização de estudos para descobrir quais serão os parâmetros de cadência ideal para os
movimentos de membros superiores e inferiores, como deverão acontecer os transportes de
cargas, e as distâncias máximas que poderão ser percorridas, sem comprometer a saúde e a
segurança do colaborador.
Neste sentido, ela garante apenas que “as exigências de desempenho devem ser
compatíveis com as capacidades dos trabalhadores, de maneira a minimizar os esforços
físicos estáticos e dinâmicos que possam comprometer a sua segurança e saúde” e a “adoção
de medidas para reduzir esforços e aumentar o conforto dos trabalhadores”. Medidas estas
que vão de encontro às necessidades dos colaborados em reduzir os esforços físicos, evitando
lombalgias, torções, e demais riscos ergonômicos que estão associados à atividade.
Os métodos e procedimentos adotados pelo empregador deverão estar disponíveis para
o empregado, o sindicato e o Ministério do Trabalho através de um inventário que, além
disso, deverá demonstrar a área a ser percorrida pelos trabalhadores, onde serão os pontos de
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apoio e/ou áreas de vivência, e demais informações que possam afetar a saúde e a segurança
do trabalhador. Este documento será de extrema importância na fiscalização destas atividades,
pois o mesmo irá comprometer o empregador com a saúde e segurança de seus colaboradores.
Para o campo de atuação dos coletores de resíduos, o item 2.3 é extremamente
importante, pois ele assegura ao trabalhador “interromper suas atividades exercendo o direito
de recusa, sempre que constatar evidência de risco grave e iminente para sua segurança e
saúde ou a de terceiros, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico.”
Constatou-se ao longo deste estudo que 75% dos acidentes são típicos de trabalho, e que
grande parte destes é proveniente da coleta de resíduos cortantes e perfurantes acondicionados
de forma irregular. Dessa forma, pode-se compreender o quanto esse item é benéfico para
eles. Ter o direito de negar a realização de um trabalho que pode lhe trazer riscos à segurança
e saúde é totalmente indispensável.
Compatível à esta situação, o item 8.1 reforça esta ideia, e cita que “é assegurado ao
trabalhador o direito de recusa, conforme definido no item 2.3 desta Norma, quando os
resíduos estiverem acondicionados de forma irregular, ou quando oferecerem risco à sua
saúde ou segurança, inclusive em relação ao local de depósito ou quando o peso presumido
estiver superior ao definido na AET.
Para efeitos de ação da norma, considera-se inadequadamente acondicionados os
resíduos que possibilitem cortes, perfurações, esforço excessivo, acidentes, vazamentos,
derramamentos, espalhamentos e surgimento de animais peçonhentos ou vetores de doenças.
Institui-se nesta norma que o empregador disponibilize pontos de apoio aos
colaboradores, com água potável, local para higienização e local para refeições. Também
devem ser fornecidas proteções contra radiações não ionizantes. Neste sentido, o ponto em
que pretendesse atingir é o de bem-estar do trabalhador. O mínimo necessário para que o
mesmo trabalhe com maior produtividade é que possa se alimentar em local adequado,
proteja-se da ação do sol e mantenha-se hidratado.
Além dos pontos de apoio, os coletores devem ter acesso à água potável no caminhão,
durante toda a jornada, e acesso à água, sabão e material para enxugo, para higienizar as mãos
quando os mesmos sentirem necessidade.
O item 2.9 refere-se ao transporte dos trabalhadores. O transporte dos colaborados na
parte traseira do caminhão de resíduos tem sido alvo de discussão há mais de 10 anos. Há
cerca de 8 anos, já é proibido em muitas cidades brasileiras. No que condiz a essa situação,
148

sabe-se que muitos acidentes acontecem pela queda do colaborador ao se “pendurar” no


caminhão para realizar os trajetos.
A norma define que o transporte dos colaboradores deve ser feito por meio de
“veículos autorizados pelos órgãos competentes, sendo vedado o transporte de trabalhadores
e de terceiros em veículos ou máquinas auto propelidas e implementos não projetados e
autorizados para esse fim, mesmo em pequenas distâncias ou em baixa velocidade.”
O item 8.2 reforça esta exigência, e define que “é proibido o deslocamento de
trabalhadores, mesmo em pequenos percursos, em estribos, plataformas, parachoques, assim
como em carrocerias de caminhões, carretas, apoiados em tratores e/ou em outras situações
que podem favorecer acidentes ou adoecimentos.” Portanto, podemos considerar que, desde
que executada em sua totalidade, a norma resolve o problema de transporte dos coletores e
dos acidentes causados pela queda do caminhão.
Como cita no início do texto, esta nova NR trata-se de um completo as demais Normas
Regulamentadoras do Ministério do Trabalho já existentes, não as dispensando ou as
prejudicando de forma alguma. Portanto, além das disposições gerais, esta NR apresenta itens
complementares à outras normas, que são específicos para a atividade de limpeza urbana, de
acordo com as necessidades atuais.
Os itens 3 e 4 complementam a atuação das NRs nº07, nº09, e nº17, referentes à
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais (PPRA) e Análise Ergonômica do Trabalho (AET), respectivamente.
Relembrando os dados apresentados, os principais acidentes que ocorrem com os
trabalhadores desta atividade são os típicos, que correspondem à 75% do número total de
acidentes. De encontro a necessidade de reduzir este número, a norma institui que o PPRA,
além do previsto na Norma Regulamentadora nº 09 (NR-09), deve conter: a) medidas de
controle para a exposição aos riscos de natureza ergonômica e outros gerados pela
organização do trabalho; b) medidas de controle para exposição aos riscos de acidentes; (...).
Referindo-se à análise do segundo parágrafo deste capítulo, destaca-se a informação
de que, atualmente, as ações de segurança do trabalho têm sido competentes em
consequências que vem ao longo do tempo (doenças ocupacionais), porém não controlam com
eficiência os acidentes típicos. O item mencionado acima é uma solução prática para este
problema. Ele propõe que os riscos sejam controlados e os acidentes típicos sejam evitados,
diminuindo assim os altos índices de acidentes relacionados à esta classe trabalhadora.
149

O PCMSO, como complemento desta norma, atuará como banco de dados para definir
e analisar as principais situações geradoras de riscos aos trabalhadores, a evolução de doenças
físicas e/ou psicológicas, dados e estatísticas de queixas dos trabalhadores, e demais
informações que possam servir de base para o desenvolvimento de novas ações que possam
colaborar com a saúde e segurança do trabalhador, trabalhando em conjunto à AET, que
deverá contar todas as questões relativas à Ergonomia das atividades realizadas.
Para os treinamentos, a norma reserva o item 6 em sua totalidade. Os treinamentos de
capacitação, em qualquer área, são de extrema importância para o desenvolvimento das
atividades. Para a área da coleta de resíduos, devido à complexidade das suas tarefas e o alto
risco envolvido, os treinamentos tornam-se ainda mais indispensáveis.
Mais importante que o treinamento em si, é a abrangência do conteúdo que o mesmo
aborda. Neste sentido, a NR traz considerações importantíssimas que exigem treinamentos
admissionais, periódicos e de troca de função, práticos e teóricos, para todas as situações da
jornada de trabalho, que vão desde a conservação da vestimenta, até possíveis cenários de
emergências. A norma exige também que “durante os primeiros 30 (trinta) dias de trabalho,
deverão ser designadas tarefas com menor exigência física e complexidade para adaptação
do trabalhador, devendo ser acompanhado por trabalhador capacitado, com experiência na
função”.
Infelizmente, uma falha desta norma, é que a mesma não apresenta muitas novidades
para os equipamentos, vestimentas e equipamentos de proteção individual, além das presentes
nas Norma Regulamentadora nº 06 e nº 09. Como benefícios, podemos citar o item 7.5, que
trata especificamente em relação à atividade de coleta de resíduos sólidos, e cita que devem
ser fornecidos ao trabalhador:
a) calçado de segurança do tipo tênis, apropriado ao deslocamento nas vias de coleta e
à distância a ser percorrida diariamente, devendo apresentar, entre outras características,
resistência à penetração e absorção de água (resistente à umidade) e resistência à penetração
por perfuração (resistente a agentes perfurantes);
b) luva de segurança com nível de desempenho mínimo de “3” para o ensaio de
resistência a corte por lâmina e “3” para o ensaio de resistência à perfuração, conforme
informado no Certificado de Aprovação - CA, emitido pelo Ministério do Trabalho.
Os itens mencionados acima buscam, prioritariamente, evitar os acidentes típicos
motivados pelo mal acondicionamento do lixo, condição mencionada neste trabalhado como
150

uma das principais resultantes em acidentes dos coletores, e de responsabilidade da sociedade,


da precariedade dos EPIs fornecidos pelo empregador, e da falta de fiscalização por conta do
MTE.

CONCLUSÃO
As atividades dos coletores de resíduos não perigosos demandam de uma série de
ações que visam à saúde e segurança destes profissionais, principalmente devido aos riscos
que estão diretamente envolvidos. Os dados relativos aos acidentes do trabalho no estado de
São Paulo, disponibilizados pela Previdência, apresentam o atual panorama em que esta
gestão de segurança encontra-se.
Os altos índices de acidentes demonstram, sobre tudo, que é necessária uma mudança,
e que a mesma necessita de total comprometimento dos envolvidos na responsabilidade em
manter a saúde e segurança destes colaboradores: sociedade, empregador, empregado e
instituições públicas.
É necessário que as ações iniciais sejam em prol de controlar os acidentes típicos,
buscando sempre ampliar as pesquisas que envolvam os riscos ocupacionais relacionados às
atividades de coleta de resíduos, visando melhoria das condições de trabalho e implementação
de novas ações.
Embora apresente somente os requisitos mínimos, a nova NR de Limpeza Urbana traz
exigências que vão totalmente de encontro às necessidades de melhoria desta classe
trabalhista, e tende a ser uma solução para muitos problemas relacionados à segurança e saúde
dos trabalhadores desta função.

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