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Eng.

Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos i

Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos

Manutenção
de
Televisão
LED e 3D

Rio de Janeiro - RJ
2011
ii Manutenção de Televisão LED e 3D
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos iii

Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos

Manutenção de Televisão
LED e 3D

Capa: André Luiz Santos


Editoração Eletronica: MLoisseDesign

ISBN: 978-85-99920-10-7

Copyright 2011 by Eng. Arilson Bastos


& Paulo Roberto dos Santos

Todos os direitos reservados. Proibido a reprodução total ou parcial, por qualquer


meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográfi-
cos, reprográficos, videográficos. Vedada a memorização e/ou recuperação total
ou parcial por meio eletrônico, sistema de processamento de dados e a inclusão de
qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético. Essas proibições se
aplicam também às características gráficas da obra e à sua editoração. A Violação
dos direitos autorais é punível como crime (art. 184 e parágrafo, do Código Penal,
cf. Lei .nº 6.895, de 17/12/1980) com pena de prisão e multa, conjuntamente com
busca e apreensão e indenizações diversas (artigos 122, 123, 124, 126, da Lei nº
5.988, de 14/12/1973, Lei dos Direitos Autorais.
Este livro foi registrado na Fundação Biblioteca Nacional
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MARCAS REGISTRADAS

Várias marcas registradas são citadas no decorrer deste livro. Mais


do que simplesmente listar esses nomes e informar quem possui seus direitos
de exploração ou ainda de imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando
tais nomes apenas para fins editoriais e declara estar utilizando parte de
alguns textos de literaturas já editadas e expostas ao comércio livre editorial,
exclusivamente para fins didáticos, em benefício exclusivo do detentor da
marca registrada, sem intenção de infringir as regras básicas de autenticidade
de sua utilização e direitos autorais.

Sobre os Autores:
O Eng. Arilson Bastos é professor da Universidade Gama Filho / RJ
Paulo Roberto dos Santos é tecnólogo da Universidade Gama Filho/RJ

DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado para minha netinha LIS,
recém-nascida,que me deu a inspiração necessária
para continuar escrevendo para esta legião de
técnicos que têm prestigiado o meu trabalho e me
acompanham há muito tempo neste imenso Brasil.
Arilson

A educação tecnológica é o início do caminho


para o sucesso profissional. (Arilson)
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos v

PREFÁCIO
Ao longo de duas décadas a eletrônica vem passando por uma explosão
tecnológica evolutiva em altíssima velocidade.
Tivemos todos os cuidados necessários quando no planejamento desta obra,
visto que a mesma faz com que haja um incentivo motivador para os alunos recém
chegados ao curso técnico, tecnólogo, computação e engenharia, para enfrentarmos
juntos este desafio tecnológico.
Um exemplo prático pode ser citado o curso de engenharia elétrica com
ênfases eletrônica, telecomunicação e eletrotécnica. Estes foram planejados de
acordo com o MEC, em dez semestres (5anos) de duração.
Nos primeiros anos, os alunos adquirem sólidos conhecimentos no curso
básico, o que abrange disciplinas totalmente com análise matemática e somente
após, já no terceiro ano ou sexto semestre, eles terão as disciplinas do curso
profissional.
Percebemos então, que, existem neste meio acadêmico, alunos
completamente heterogêneos no que concerne de capacidade de conhecimentos
técnicos.
Alguns alunos já possuem conhecimentos na área tecnológica, outros nunca
viram sequer um resistor ou capacitor.
Vejam bem: como ministrar aulas para motivar este grupo de alunos que
têm só um objetivo?
Adquirir conhecimentos em eletricidade e eletrônica, e percebe que o mesmo
já concluiu quatro semestres e até então não obteve as aulas desejadas, visto que a
grade escolar (programa do curso) só disponibiliza disciplinas obrigatórias e/ou
optativas chamadas de eletivas técnicas a partir do 5º semestre.
A nossa proposta é de que todos os cursos de engenharia elétrica tenham
no seu currículo, na sua grade de disciplinas, no 2º período a disciplina Eletricidade
Aplicada.
Embora a eletricidade básica e eletrônica seja fundamental para boa parte
dos assuntos ensinados nos cursos de tecnologia, computação e da engenharia
elétrica o estudo de circuitos em universidades do mundo inteiro parece estar
ocupando uma parte cada vez menor do currículo. Os professores vêem-se diante
de várias limitações: a redução do número de horas dos cursos, o aumento real ou
potencial das matérias ensinadas no ciclo básico, além da necessidade de abranger
o estudo de novos dispositivos em uma tecnologia que parece evoluir diariamente.
Por causa desses parâmetros, alguns cursos decidiram reduzir o estudo de
eletricidade aplicada há apenas um semestre. Assim, é útil dispor de um livro que
aborde na medida exata todos os tópicos necessários a um curso com essa duração.
Este livro foi escrito com este objetivo.
A obra foi organizada a partir de uma seleção criteriosa de capítulos extraídos
de diversas literaturas técnicas. O projeto pedagógico já foi exaustivamente testado.
Além disso, os estudantes revelam ser esse livro que lhes permite estudar por conta
própria. Assim, um livro compacto obtido por meio de uma seleção apropriada parece
vi Manutenção de Televisão LED e 3D

ser a escolha ideal para a disciplina curso de um semestre, que envolva o básico
sobre eletricidade e eletrônica fundamental.
Talvez o principal problema ao preparar um livro mais resumido seja a escolha
dos assuntos a serem incluídos. Existem obviamente várias opiniões diferentes quanto
a essa escolha. Em um curso de um semestre, parte dos professores abordaria
alguns assuntos e outra parte escolheria outros... Todos apresentariam excelentes
motivos para suas opções. Entretanto, acreditamos que este apresente os tópicos
essenciais que terão maior probabilidade de serem escolhidos para um bom curso
que atenda as legitimas necessidades.
No transcurso deste, o leitor terá o prazer de aprender o projeto e execução
de um transformador de baixa potência como também montagens e testes de
funcionamento de amplificadores de áudio transistorizado e com circuito integrado.
Estas experiências complementam as práticas de laboratório de eletricidade
e eletrônica, com a prática de multímetros e osciloscópio.
Antes do início da presente obra, estudamos com cuidado a necessidade de
mais um livro sobre eletricidade e eletrônica em meio a tantos já existentes. A
conclusão final a que chegamos foi favorável a sua edição, pois pode se verificado
que:
1. Por motivos de ordem didática, não é possível recomendar qualquer obra
eletricidade/eletrônica ensino básico nas escolas profissionais, mesmo sendo
a obra de caráter geral. As obras do ensino da eletricidade/eletrônica são
geralmente amplas e profundas demais para o ensino em escolas
profissionais, apresentando a matéria, sobretudo sob ponto de vista científico
e com isto, complexo. Tais livros, o estudante normalmente não gosta de
consultar. Ainda que as escolas recomendem tais obras, a matéria contida
não corresponde às necessidades do estudante de escolas profissionais e
o resultado do seu estudo é pouco prático. Esta é a razão porque esta

2. Dentro desta orientação, preocupamo-nos em apresentar o essencial e o


básico dos programas de escolas profissionais. Esta matéria é exposta de
maneira clara e fácil entendimento. As conclusões importantes são
destacadas e formuladas em frases curtas. Procuramos assim nos adaptar
à capacidade de absorção do nosso estudante. A diferença mais acentuada
entre a presente obra e outros livros didáticos é a de que cada página
pretende ser uma aula, estruturada de tal forma que esteja completa em si,
e bem definida quanto aos seus objetivos. Julgamos importante a seqüência
dada à matéria, como representações gráficas, o que fez com que fosse
esta orientação tomada como base desta obra, correspondendo inclusive
aos objetivos do ensino técnico profissional. Estes objetivos, porém, são
alcançados da melhor maneira pelo estudo das leis básicas da eletricidade/
eletrônica e de suas aplicações, que levam o estudante a um raciocínio
próprio e assim à capacidade de um trabalho próprio.
Esperamos que esta obra alcance este seu objetivo despretensioso,
mas que mesmo assim é de importância bastante relevante.
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O Fato de o método de ensino e de representação já haver, durante


dezenas de anos, produzido os melhores resultados, animam-nos a renovar
neles nossa confiança.
Esperamos que esta obra preencha a sua finalidade, colaborando
para o aperfeiçoamento do nosso corpo discente.

O AUTOR
viii Manutenção de Televisão LED e 3D
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ÍNDICE
PREFÁCIO III

CAPÍTULO 1: Geração, Corrente e Tensão 1


1.1 - Natureza e Geração da Eletricidade ................................................... 1
1.2 - Geração Elétrica de Energia .............................................................. 3
1.3 - Grandezas Elétricas .......................................................................... 5

CAPÍTULO 2: Resistências e Resistores 7


2.1 - Resistência Elétrica .......................................................................... 7
2.2 - Resistores ......................................................................................... 9
2.3 - Resistores Lineares e Não Lineares ................................................... 12
2.4 - O Código de Cores de Resistores ...................................................... 16
2.5 - Associação de Resistores .................................................................. 21
2.6 - Lei de Ohm ....................................................................................... 23
2.7 - Potência Elétrica ............................................................................... 26

CAPÍTULO 3: Lâmpadas e Dispositivos 27


3.1 - Lâmpadas ......................................................................................... 27
3.2 - Lâmpadas Incandescentes ................................................................. 27
3.3 - Lâmpadas de Vapor Metálico ........................................................... 28
3.4 - Lâmpadas Fluorescentes ................................................................... 28
3.5 - Fusíveis ............................................................................................ 30
3.6 - Disjuntores ....................................................................................... 31

CAPÍTULO 4: Capacitores 33
4.1 - Constituição dos Capacitores ............................................................ 33
4.2 - Os Tipos e Modelos de Capacitores .................................................. 35
4.3 - Os Capacitores Eletrolíticos .............................................................. 36
4.4 - O Capacitor Como Temporizador e Constante de Tempo .................. 37
4.5 - Associação de Capacitores ................................................................ 40
4.6 - Escrevendo os Valores dos Capacitores ............................................. 41
4.7 - O Código de Cores dos Capacitores .................................................. 43
4.8 - Reatância Capacitiva ........................................................................ 49

CAPÍTULO 5: Corrente Contínua 51


5.1 - Tipos e Valores da Corrente Elétrica ................................................. 51
5.2 - Baterias e Acumuladores .................................................................. 52

CAPÍTULO 6: Corrente Alternada 55


6.1 - A Geração de AC ............................................................................. 55
6.2 - Valor Eficaz (RMS) ......................................................................... 56
x Manutenção de Televisão LED e 3D

CAPÍTULO 7: Magnetismo 59
7.1 - Natureza e Propriedades ................................................................... 59
7.2 - Eletromagnetismo ............................................................................. 61
7.3 - Indutância ........................................................................................ 63
7.4 - Associação de Indutores .................................................................... 65
7.5 - Relé .................................................................................................. 68

CAPÍTULO 8: Transformadores 70
8.1 - Construção e Funcionamento ............................................................ 70
8.2 - Tipos de Construções ........................................................................ 72
8.3 - Características de Funcionamento ..................................................... 73
8.4 - Autotransformador ........................................................................... 74
8.5 - Características dos Transformadores do Tipo Isolador ...................... 75
8.6 - Fator de Potência .............................................................................. 76
8.7 - Projeto de um Transformador ........................................................... 77
8.8 - Prática - Medidas no Transformador ................................................. 85

CAPÍTULO 9: Semicondutores 86
9.1 - Estrutura Atômica dos Semicondutores ............................................. 86
9.2 - Condução da Corrente nos Semicondutores Tipo “N” e Tipo “P” ... 88
9.3 - Como é Construído um Diodo ........................................................... 89
9.4 - A Passagem da Corrente num Sentido e no Oposto ............................ 90
9.5 - Diagramas de Polarização do Diodo .................................................. 91
9.6 - Símbolo e Aparências dos Diodos ..................................................... 92
9.7 - Circuitos Retificadores ..................................................................... 93
9.8 - Diodos Especiais .............................................................................. 95
9.9 - Prática com o LED ........................................................................... 98
9.10 - O Display Numérico a LEDs (7 Segmentos) .................................... 100

CAPÍTULO 10: Transistores 104


10.1 - Tipos de Transistores ...................................................................... 104
10.2 - Transistor NPN .............................................................................. 105
10.3 - Transistor PNP ............................................................................... 108
10.4 - Amplificadores Transistorizados ..................................................... 109
10.5 - Ponto de Corte e Saturação do Transistor ........................................ 112
10.6 - Polarização de Transistores ............................................................. 113
10.7 - Transistores Especiais .................................................................... 115
10.8 - Tiristores ........................................................................................ 118
10.9 - Práticas com Transistores ............................................................... 120

CAPÍTULO 11: Circuitos Integrados 121


11.1 - Tipos de Circuitos Integrados .......................................................... 121
11.2 - Amplificadores Operacionais .......................................................... 122
11.3 - Práticas com Circuito Integrado ...................................................... 123
11.4 - Potência de Saída dos Amplificadores ............................................. 125
11.5 - Medindo a Potência dos Amplificadores .......................................... 126
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CAPÍTULO 12: Eletrônica Digital 128


12.1 - Eletrônica Digital ............................................................................ 128
12.2 - Famílias de Circuitos Integrados, Portas Lógicas ............................. 132

CAPÍTULO 13: Instrumentos de Medida 134


13.1 - Multímetros .................................................................................... 134
13.2- Medidas com o Multímetro e com osciloscópio analógico............. 136
13.3 - Osciloscópio Analógico .................................................................. 137
13.4 - Formas de Ondas ............................................................................ 138
13.5 - Amplitude ....................................................................................... 138
13.6 - Freqüência ...................................................................................... 139
13.7 - O Osciloscópio Analógico ............................................................... 139
13.8 - Medidas de Tensão ......................................................................... 142
13.9 - Medidas de Freqüência ................................................................... 143

CAPÍTULO 14: Teste de Componentes 145


14.1 - Teste de Diodos .............................................................................. 145
14.2 - Teste de Diodo Zener ...................................................................... 146
14.3 - Teste de Transistor de Baixa Potência ............................................. 146
14.4 - Teste de Transistor de Alta Potência ............................................... 148
14.5 - Teste de MOSFET .......................................................................... 149
14.6 - Teste de Componentes SMD ........................................................... 149
14.7 - Teste de Transistores ...................................................................... 150
14.8 - Teste com Multímetro Digital ......................................................... 152
14.9 - Como fazer uma placa de circuito impresso ...................................... 160

BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS 162


xii Manutenção de Televisão LED e 3D
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 1

TELEVISÃO LCD
1 VERSUS
TELEVISÃO LED

1.1 - Funcionamento Básico da TV LCD

Antes de iniciarmos o estudo da fantástica tecnologia LED há a


necessidade premente de apresentarmos dois diagramas de blocos os quais
o caro técnico terá a oportunidade de compara-los entre si e antever as
diferenças do diagrama de um televisor convencional LCD com o diagrama
do televisor LED.
Considerando quem nem todos os leitores têm experiências anteriores
sobre a televisão LCD, oferecemos a seguir um resumo que para alguns
será uma revisão, o qual com certeza completará as informações. Enquanto
para outros será um estudo novo, que dará o alicerce necessário ao encontro
do fantástico televisor LED.
Vamos verificar agora a diferença entre o televisor com display LCD
e o outro com o display LED.
A tecnologia vem evoluindo de forma cada vez mais acelerada e lidamos
diariamente com muitas informações sobre os benefícios que cada uma delas
proporciona. É cada vez mais difícil acompanhar todas as novidades que o
mercado oferece. Quando escolher, por exemplo, um produto com tecnologia
LCD ou LED? Nos produtos com a tecnologia LCD (Liquid Crystal Display –
Tela de Cristal Líquido), a imagem é formada no cristal líquido a partir do feixe
de luz por lâmpadas miniaturas fluorescentes, que fica atrás da tela. Os
aparelhos de LCD são leves , possuem baixo consumo de energia, telas
finas, melhor nível de contraste (proporcionando cores mais vivas), oferecendo
um nível de contraste de aproximadamente 30000:1.
A tecnologia LED (Light Emitting Diode) é basicamente a evolução da
LCD, quase todos os circuitos são iguais , o que difere é a tecnologia de
iluminação da tela que utiliza também o display LCD.A iluminação é feita por
2 Manutenção de Televisão LED e 3D

um painel de diodos emissores de luz atrás do display de cristal líquido e


ocupam menos espaço do que as lâmpadas fluorescentes. Por isso esses
aparelhos são mais finos na sua profundidade, pois os diodos led’s
disponibilizam mais uniformidade da luz traseira, regulagem na intensidade
da luz com mais precisão e muito mais forte (brilho). Este oferece um nível
de contraste de aproximadamente 3000000:1. Vejam aí a grande diferença.Na
sequência apresentamos algumas siglas encontradas em alguns manuais
técnicos .

SIGLAS ENCONTRADAS NOS MANUAIS TÉCNICOS

ADC – Conversor analógico / digital


ARSENAL - CI de processamento de vídeo .Este envia os sinais até o
Scaler
BGA – CI que usa a tecnologia de solda por esferas em vez de pinos na
PCI
BLU – Unidade back-light (luz trazeira) no display LCD
CCFL – lâmpadas fluorescentes de catodo frio, utilizadas no back-light
LCD
CVBS – Sinal de vídeo composto que contém luminância e croma
CHELSEA – CI DSP /scaler normalmente é separado do chip Arsenal
DDR – CI Memória rápida com 2 canais de transferência de dados
DRAM – CI Memória dinâmica RAM
DSP – CI Processador digital de sinais, possui internamente o Scaler
DVI – Interface de sinal de vídeo digital
EEPROM – CI memória que grava e apaga dados eletricamente
FLASH – CI memória rápida que contém o firmware gravado na fábrica
HDMI – Interface multimídia de alta definição ( contém áudio e vídeo
digitais)
HERCULES – CI de processamento de vídeo quando é separado do
Scaler
ISDB-T – Serviço integrado de tranmissão digital terrestre.(padrão no
Brasil)
LATAM – América latina
LVDS – Sinais diferenciais em baixa voltagem (trilhas que ligam a placa até
o display)
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 3

MPEG – Formato digital (moving picture expert group), de imagens em


movimento.
MUTE – Inibe áudio ou vídeo de um sistema com um pulso determinado.
NAFTA – Equipamentos fabricados ou oriundos da América do Norte
(USA).
OSD – On Screen Display (caracteres que a parecem na tela).
PCB – Placa de circuito impresso.
PWB – Placa de circuito impresso.
PIP – Picture in Picture (tela dentro da outra tela).
PLL – Elo de fase travada (circuito utilizado nos osciladores, Seletronic).
PWM – Modulador por largura de pulso (oscilador da fonte chaveada).
PS-ON – Pulso de 5 VDC que liga a Tv através do MICON.
BL-ON – Pulso de 5 VDC que liga o backlight da Tv LCD/LED.
P-DIN – Pulso que controla a luminosidade da tela LCD/LED. (varia entre 1
a 5 VDC).
RAM – Memória volátil utilizada no MICON
RESET – Pulso que inicializa o circuito do MICON.
SCL – Sinal de Clock do barramento digital (I2C).
SDA – Dados seriais bidirecional (I2C).
SDRAM – Memória RAM dinâmica volátil. Utilizada no CI DSP.
SIF – Sinal do canal de FI (sistema de televisão).
SMPS – Fonte de alimentação chaveada.
SSB – Placa principal de processamento (placa lógica).
S-VIDEO – É o sinal de vídeo Y e C.
SNNUBER – Transformador da fonte chaveada.
SUB-WOOFER – Caixa acústica para sons graves (120Hz).
SURROUND – Som envolvente do sistema 5.1
THD – Distorção harmônica total.
TRAP – Filtro tipo armadilha.
VIDEO COMPONENTE – Sinais de video Y, R-Y, B-Y.
XTAL – Cristal oscilador QUARTZ.
STB – Equipamento SET TOP BOX.
T-COM – Placa que conecta a SSB via LVDS com o Display LCD.
TFT – Transistores do tipo MOSFET que se encontram na tela LCD.
TMDS – Sinais diferenciais para a redução de ruido.
UART – Recepção e transmisão universal de dados.
4 Manutenção de Televisão LED e 3D

USB – Barramento serial universal (Alta velocidade de transferência de


dados).
URSA – Circuito integrado utilizado em alguns televisores para dar mais
velocidade na transferência de quadros.
YPbPr – Sinal de vídeo componente: Luminância R-Y e B-Y.
Y – Sinal de luminância.
ZOOM – Aproximação da imagem.

1.2 - Funcionamento Básico do Televisor LCD

Acreditamos que o caro leitor já tenha conhecimentos sobre a


manutenção de televisores LCD. Se naõ, recomendamos adquirir o livro
MANUTENÇÃO DE TELEVISÃO LCD, deste mesmo autor para não sermos
redundantes na ordem didática dos capítulos. Então, vamos revisar
sucintamente o assunto: Através do diagrama de blocos da Fig 1 podemos
identificar alguns chips que consideramos os mais importantes para a
manutenção do TV LCD, também monitor. O sinal de RF é ligado ao
sintonizador diretamente através de um cabo de 75 Ù. Do seletronic seguem
os sinais FI de som para o decodificador stereo, e vídeo composto para o
processamento de vídeo, chamado de HÉRCULES.
Os sinais R.G.B. podem ser inseridos na placa mãe em duas
modalidades:
Analógico através do conector DB15, ou Digital pelo conector DVI,
(definição Standard) ou HDMI (alta definição).
Estes sinais são selecionados por um CI específico switch
(chaveador), o qual seleciona a fonte de sinal desejada inserida.
Quando esta for DB15, os sinais R.G.B. do PC (analógico) irão
diretamente para um conversor A/D. Na saída deste CI já obtemos sinais
digitais os quais adentram no Scaler (CI controle de varredura do painel LCD).
Este utiliza um clock para o pixel o qual é gerado pelo PLL para cada modo
de resolução, escalonando os bits R.G.B. padrão para os pixels
correspondentes. Normalmente, a faixa do clock do pixel está entre 25 a 135
MHz. (65 MHz é o clock típico). O scaler capta o sinal de vídeo e faz a
interpolação dos pixels dependendo da resolução para no máximo 1.280 x
1.024 pixels com sinais TX, RGB, de 24 bits.
A partir deste ponto, surgem os sinais diferenciais LVDS com os
pulsos de clock e sync. Todos esses sinais são controlados através do
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 5

Micom (CI microcontrolador) que gerencia todo o funcionamento do TV/


Monitor.
Nas saídas dos chips LVDS TX, é observado dois sinais simétricos
para cada cor R.G.B., com polaridades invertidas, eliminando assim a
possibilidade de ruídos EMI ( interferência eletromagnética). A saída deste é
realizada através de um conector que vai até o painel onde se encontra o
chip LVDS RX.
Alguns modelos de TV/monitores, e como exemplo, TV LED marca
LG 23" o chip LVDS TX está incluso no encapsulamento do chip Scaler, neste
caso é utilizado o chip DSP,otimizando-o.
Quando é selecionada a entrada digital, este sinal é acoplado através
do conector DVI, que será “bufferizado”; este integra a tecnologia TMDS,
interligando diretamente ao Scaler, “by-passando” o conversor A/D. A partir
daí a seqüência é semelhante a entrada DB15, já explanada acima.
Este TV/monitor trabalha com uma fonte externa chaveada que tem
como saída a tensão de 19 V. A partir daí é entregue a alguns chips reguladores
power Step- down e power Step-up que geram tensões diferenciadas de 12V,
5 V, 3.3 V e 1,6 V, na PI principal.
A tensão de 19V alimenta diretamente o inversor das lâmpadas backlight.

Importante: O TV LCD não possui estágios de deflexão horizontal e deflexão


vertical. A sua varredura é realizada através de matrizes de pixels
que são habilitados com o sinal de vídeo no Scaler.

A figura 1.1, mostra um diagrama de blocos simplificado,didaticamente


ilustrado que apresenta as interligações de seus estágios mais importantes.
Este é válido como estudo para qualquer marca e modelo de TV LCD
disponível hoje no mercado nacional e estrangeiro.

Funções de cada estágio da TV LCD (figura 1.1)

1. CI Scaler – Fisicamente é o maior entre todos os CI’s. Tem como


função: Conversor A/D, processador gráfico de vídeo, escalonar os
bits entrelaçados/progressivos, determinar a resolução , gerador de
texto ,On Screen display e bufferizar os sinais LVDS.
2. Processador de Vídeo e Texto (também chamado de Hércules) –
Este CI é o processador dos sinais RGB, S-Vídeo , e Vídeo Composto.
3. Módulo LCD – Este é o display de cristal líquido, é a tela que converte
os sinais vindos do CI Scaler em imagens da TV.
6 Manutenção de Televisão LED e 3D

4. Fonte Inversora (Inverter) – É a fonte de alta tensão AC, que polariza


as lâmpadas fluorescentes CCFL (backlight).
5. Micro – Também chamado de MICON é o microcontrolador que
gerencia todas as funções da TV.
6. CI HDMI – Este é quem converte o processamento do sinal de vídeo
digital em HD (alta definição).
7. Seletor Varicap – É o sintonizador de canais eletrônico (Seletronic).
8. Processador de Áudio – Faz o processamento analógico do áudio.
9. Saída de Áudio – Amplificador de potência do áudio.
10. Decodificador de Áudio – Decodifica o sinal Stereo/SAP.
11. Fonte chaveada – Fonte de alimentação principal.
12. Reguladores de Tensão – São CI’s que fornecem as tensões
necessárias para todos os circuitos da TV, a partir da fonte principal.
13. CI switch – Este seleciona e chaveia a função solicitada pelo usuário.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 7

Fig. 1.1
8 Manutenção de Televisão LED e 3D

1.3 - Funcionamento Básico do Televisor LED

A grande diferença entre os televisores LCD e LED é exatamente no


tipo de tecnologia de iluminação de cada display. Veremos mais tarde com
detalhes a tecnologia back light utilizada nos televisores LED.
Back light ou também chamado de Luz de fundo é a luz gerada para projetar
o feixe sobre o cristal liquido.
Antes de falarmos sobre a tecnologia da LED TV, é preciso entender o
que são LEDs. Basicamente, LEDs são diodos (semicondutores) pequenos
que se ajustam facilmente em um circuito elétrico. Mas diferentemente das
lâmpadas incandescentes comuns, eles não têm filamentos que se queimam
e não aquecem muito. Além disso, eles são iluminados somente pelo
movimento de elétrons em um material de silício e duram tanto quanto um
transistor padrão. Os LEDs são baseados em diodos semicondutores.
Quando o diodo é polarizado no sentido direto este acende (ligado). Os
elétrons são capazes de se recombinar em cavidades, e a energia é liberada
na forma de luz. Esse efeito é chamado eletroluminescência e a cor da luz é
determinada pelo intervalo de energia do semicondutor, que varia em cada
material semicondutor usado .
A figura 1.2 mostra um painel traseiro de uma tv lcd com as suas
Calhas retangulares de plástico contendo no seu interior Lâmpadas backlight
fluorescentes dispostas ao longo.

OBS : Enquanto o TV LCD convencional utiliza lâmpadas fluorescentes que


por sua vez possui inversores de alta tensão Backlight, o TV LED utiliza
controladores de baixa tensão para alimentar os leds, por isso a possibilidade
de defeitos é menor em TV LED.

Normalmente a tensão em
cada led é de 1,5Volts, entretanto
são interligados em série 4 a 4
ou blocos de 8X8 e também
ligados em fontes
independentes de 20, 48V ,90V
ou mais Volts.Depende da
marca da TV.

Fig. 1.2 - painel traseiro de uma TV


LCD
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 9

Apresentando as tiras horizontais com os blocos de leds por toda a


tela.
Este método chamado de Local Dimming é para televisores maiores
que 40".Os TV’s menores utilizam apenas blocos verticais com led’s na lateral
da tela.

Tecnologias LED / TV

As tecnologias aplicadas na contrução dos televisores LED podem se


apresentar de três formas:

LED’s RGB Dinâmico - Os leds são posicionados atrás do painel LCD;


normalmente saõ coloridos R,G,B e branco e são controlados por um estágio
chamado de Dimming local, que controla individualmente a luminosidade de
um ponto determinado da tela.

Edge LED’s - Os leds são posicionados na borda lateral esquerda ou


direita ou nas quatro bordas da tela do painel LCD; depende da marca e
polegadas do display, normalmente para aparelhos abaixo de 32 “ . Neste
caso utiliza-se difusores de luz especial para tornar uniforme a distribuição
luminosa em toda a extensão da tela, também chamados de EDGE LIT.
Quando o controle de luminosidade é feito de uma só vez em toda a tela, é
chamado de Full Dimming

Full Array LED’s - Também chamado de Direct LED Neste caso utiliza-se
leds brancos em toda a extensão da parte trazeira da tela. O controle de
luminosidade pode ser Local Dimming ou Full Dimming, depende da marca.
O processo Local Dimming é o mais eficaz. Os blocos de luz atuam
diretamente sobre cada pixel, controlados por sensores. Quanto maior o
número de blocos mais eficiente é a iluminação no display; normalmente
esses aparelhos trabalham com 128 blocos, mas já existem com mais
números de blocos.
Como por exemplo, a TV Sony BRAVIA XBR8. Este modelo não tem
as mesmas funcionalidades das outras marcas como a Samsung ou a LG;
mas a Sony deu mais atenção para a parte interna da TV. O recurso aqui é a
tecnologia LED, é a XBR8, apelidado Triluminos. Montado atrás do painel
LCD são aproximadamente 128 clusters (128 segmentos de blocos com
led’s). Ao contrário dos LED’s de luzes brancas nos outros televisores de
LED, cada cluster no XBR8 contém uma luz vermelha, duas verdes e uma
luz azul; as cores de base se integram diretamente à retina do olho. O
resultado é uma iluminação local dimming, que produz as cores mais puras
10 Manutenção de Televisão LED e 3D

mais realistas e atraentes que qualquer aparelho de televisão pode oferecer.


No capítulo que apresenta exclusivamente o Back light, informamos com
mais detalhes técnicos.

Descrição dos estágios da TV LED

Observando os dois diagramas de blocos ( TV LCD e TV LED) podemos


compara-los entre si e fazer uma pequena análise e ratificar o que falamos
inicialmente.A diferença é muito pequena, todos os circuitos são praticamente
similares; o que muda realmente é o método de iluminar o display LCD.
Entretanto, como esta nova tecnologia é recente, os fabricantes já
desenvolveram novos chips para aplicações imediatas , por exemplo “ ON
Chip”.
Esta tecnologia denominada “Um Chip”contém vários chips em uma
só pastilha, formando que chamamos de DSP ( processador digital de
sinais). Na gíria técnica , chamamos de CHIPÃO tipo BGA .(com mais de
100 pinos).
O que tem dentro do DSP ?
Lá dentro encontramos por exemplo, vários conversores A/D, Memórias
sdram,cpu,processador de vídeo, clock,circuitos TMDS, LVDS e Scaler.
Com esta técnica minimizamos ruidos na entrada de vídeo e áudio,
como tambem EMI (interferências eletromagnéticas) no circuito de RF.

Descrição sumária da fonte de alimentação:

O televisor que citamos como exemplo é um TV/monitor que trabalha


com uma fonte chaveada convencional e tem como saída a tensão de 80 V.
A partir daí, esta voltagem é entregue a alguns chips reguladores chopper
power Step-down e power Step-up que se encontram na placa principal
também chamada de placa mãe ou placa lógica, que geram tensões
diferenciadas entre 150 V, 20V,5V,3.3 V e 1,6 V.
A tensão de 3,3 V alimenta o seletor de canais (seletronic tuner).
A tensão de 5V é a responsável pela referência Stand – By do aparelho.

Importante: O TV LED possui uma outra tensão específica para alimentar o


estágio Driver dos led’s. O qual irá controlar a luminosidade dos
led’s por um dos processos já vistos. Possui outra tensão que
alimenta diretamente os blocos contendo os Led’s em série
presos nas bordas do painel, ou em toda a extensão da tela. A
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 11

figura 1.3, mostra um diagrama de blocos


simplificado,didaticamente ilustrado que apresenta as
interligações de seus estágios mais importantes. Este é válido
como estudo para qualquer marca e modelo de TV LED
disponível hoje no mercado nacional e estrangeiro.

Funções de cada estágio da TV LED (figura 1.3)

1. CI HDMI – Este é quem faz o processamento do sinal de vídeo digital


em HD (alta definição).

2. CI interface USB . Este CI controla a entrada e saida de sinais digitais


via USB.

3. Micro – Também chamado de MICON é o microcontrolador que


gerencia todas as funções do painel , teclado e controle remoto da
TV.

4. DSP – Fisicamente é o maior entre todos os CI’s. Utiliza a tecnologia


FPGA e tem como função: .Conversor A/D, processador gráfico de
vídeo, escalonar os bits entrelaçados/progressivos, determinar a
resolução , gerador de texto, On Screen display e bufferizar os sinais
LVDS, e Scaler (Lake e SVP-LX).

5. Memórias Sdram – Memória volátil que auxilia o chip DSP a armazenar


dados de vídeo.

6. Memória EEprom. Memória não volátil que contém informações do


status da TV.

7. Seletor Varicap – É o sintonizador de canais eletrônico (Seletronic).

8. Decodificador de Áudio digital – Decodifica o sinal Stereo/SAP,


converte sinal digital /analógico, e amplificador de potência de áudio
stereo.

9. Módulo LCD – Este é o display de cristal líquido; é a tela que converte


os sinais vindo do CI DSP (Scaler) em imagens da TV.

10. Fonte chaveada – Fonte de alimentação da placa principal.


12 Manutenção de Televisão LED e 3D

11. Fonte Inversora (Inverter) – É a fonte de baixa tensão DC, que


polariza o conjunto de LEDs através do chopper e Local-Dimming
(backlight).

12. Placa T.CON. placa que é a interface entre o DSP e o display LCD,
esta utiliza sinais LVDS.
DIAGRAMA DE BLOCOS DE UM TELEVISOR LED

Fig. 1.3
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 13

CARACTERÍSTICAS

2 DOS
TELEVISORES
LCD E LED

2.1 - Tendências dos Televisores

O Display de Cristal Líquido, também chamado de LCD (Liquid Crystal


Display), surge no mercado como a grandiosa aposta das indústrias para
um futuro bem próximo. É o único concorrente com as outras tecnologias,
como tubo de Raios Catódicos (TRC) e plasma. É uma tecnologia bastante
recente em televisores, mas já está perdendo para o LED. É um pouco mais
caro, mas a tendência mostra a diminuição do custo no mercado mês a
mês.
Estamos bastante convictos que futuramente o plasma deverá ficar
restrito aos TVs com mais de 100’’. Enquanto o LCD terá hegemonia entre
as telas (screens) de menor tamanho, juntamente com os LED’s.
Existe uma certa semelhança entre as tecnologias de telas, vistas
através da imagem. Entretanto, no interior dos equipamentos, esses displays
possuem muitas diferenças fundamentais entre si.
A primeira delas está relacionada diretamente com a resolução. Esta
é medida em pixels (elementos de imagem).
Existem telas de plasma com especificações de 1280 x 720; por outro
lado, encontramos no mercado, display LCD com resoluções 1.280 x 768,
1366 x 768 e na máxima resolução comercialmente produzida 1920 x 1080
(Full HD).
Isto nos informa categoricamente que qualquer um dos equipamentos
terá condições de reproduzir imagens em HDTV (alta definição) com
resolução de 720 pixels.
Os televisores LCD têm uma grande vantagem com relação à
resolução; entretanto, não podemos ratificar sobre o contraste. Este é o maior
desafio que as indústrias têm pela frente. Normalmente, hoje, os gradientes
de contraste no LCD não vão além de 30.000:1.
14 Manutenção de Televisão LED e 3D

Nos televisores de LED, esse gradiente pode chegar até 3.000.000:1.


O ângulo de visão das telas LED’s é de aproximadamente 10º maior
do que o do LCD, ficando em torno de 170º, o que nos permite visualizar bem
a tela do televisor se estivermos em frente do equipamento, ou razoavelmente
nas laterais.

2.2 - Formação da Imagem

O funcionamento básico de um display LCD, se dá através do


processamento de imagens digitais, a partir de painéis com pequeníssimos
cristais, os quais são estimulados através de impulsos elétricos.
A tela, display LCD é formado por dezenas de milhares de pixels, que
são pontos minúsculos contendo cada ponto três cores básicas, que são:
Vermelho, azul e verde. Estas cores todas combinadas com certa
proporcionalidade, atingem ao usuário, frontalmente através de filtros R.G.B.
Na realidade, basicamente, os cristais quando são estimulados por
um pulso elétrico tornam-se opacos e daí são filtrados através dos
dispositivos pós-polarizadores de acordo com a intensidade e matiz a ser
reproduzida.
Podemos afirmar que hoje, todas as telas LCD são do tipo matriz
ativa. Estas utilizam micro-transistores TFT (Thin - Film - Transistor),
traduzidos por transistor de filme fino.
Eles são capazes de controlar com segurança o fluxo de elétrons
que polarizam os cristais.
Cada elemento de verde, azul ou vermelho é controlado isoladamente,
individualmente sem interferências entre eles, gerando dessa forma pequenas
graduações de luz e cor, traduzindo em variações de cor.
Para que o leitor tenha uma idéia, um display LCD TFT é capaz de
reproduzir até 16,8 milhões de cores, com proporções de 256 gradientes
para cada cor correspondente.
Com esta nova tecnologia TFT, cria-se uma imagem com mais
realismo e nitidez.
A relação de aspecto utilizada é com o formato 16:9, e possuem hoje
diversos tamanhos de tela.
Conforme foi explicado no cap.1, os televisores de LED utilizam a
mesma tecnologia do display LCD; o que modifica é apenas o sistema do
Back Light.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 15

TV LCD FULL HD

Antigamente, existiam basicamente três tipos de telas quando o assunto


era televisor LCD: Standard, HD, e Full HD. A diferença entre elas está na
quantidade de pixels que compõe a tela do televisor.Por causa dessa
característica, existe uma limitação para exibição de um sinal de alta definição
(HDTV), que pode apresentar 720 linhas progressivas (720p), 1080 linhas
entrelaçadas (1080i), ou 1080 linhas progressivas (1080p).
CUIDADO: Os modelos de televisores mais baratos são equipados com
tela de display Standard,conexão DVI, com resolução de 852 X 480 pixels.
Apesar de serem compatíveis com os sinais de 720p e 1080i; entretanto
,não são capazes de reproduzir sinais de vídeo HDTV.
Hoje a maioria dos TVs LCD com a tela acima de 19 polegadas oferece
1080 linhas com conexão HDMI.

2.3 - Componentes do Display LCD

O surgimento das telas de LCD só foi possível graças à descoberta


de um cristal líquido conhecido por “Twisted Nematics” (TN). Essa substância
apresenta uma estrutura mecânica torcida, por isso o nome “twisted” (torcido
em português). Ao receber uma descarga elétrica, suas moléculas são
alteradas, distorcendo o cristal, e conseqüentemente alterando as
características mecânicas e ópticas. Além disso, variando a intensidade
aplicada àquela substância, pode-se fazer o controle total do ângulo em que
as partículas cristalinas são torcidas.
O módulo de cristais líquido é formado por diversos componentes,
os quais descrevemos a seguir:

Backlight: Os displays de tubo e plasma, emitem luz por meio de elétrons que
colidem com uma camada de fósforo presente na tela; o cristal líquido não é
capaz de gerar luz. No LCD, isso é feito com a ajuda de uma lâmpada
fluorescente, chamada backlight, colocada na parte traseira da tela. O controle
da luminosidade emitida pelo backlight em cada pixel (ponto) da tela é feito
pela camada de cristal líquido. Segundo os fabricantes, os atuais backlights
apresentam vida útil de até 60 mil horas, o que equivale a 20 anos, usando o
TV oito horas por dia. Para melhorar a taxa de contraste dos TVs de LCD,
novos modelos estão sendo fabricados com backlight de LED (Light Emitting
Diodes).
16 Manutenção de Televisão LED e 3D

Polarizadores: Como sabemos as ondas de luz se propagam em todas


as direções. A função do polarizador é filtrar os raios de luz, deixando passar
as ondas apenas em uma única direção. Dentro da tela, um dos polarizadores
filtra os raios no sentido vertical e o outro no sentido horizontal. É graças a
esses filtros polarizadores que o controle da passagem de luz entre o cristal
líquido é possível de ser realizado.
Pastilhas de Cristal Líquido: A tela do display de LCD é formada por
milhares de pequenas “pastilhas” de cristal líquido. Quando uma certa descarga
elétrica é aplicada em um cristal líquido, este se alinha com os filtros
polarizadores, permitindo a passagem da luz. Com a variação da descarga
elétrica, é possível controlar o ângulo de alinhamento do cristal líquido com o
filtro polarizador, determinando assim a quantidade de luz que passará por
aquele ponto da tela.
Eletrodos: Sabemos que cada ponto da tela é identificado por meio de
uma malha de eletrodos - verticais e horizontais - localizada entre os cristais
líquidos, formando assim uma matriz. Definido o eletrodo vertical e o
horizontal, é possível aplicar uma determinada descarga elétrica em qualquer
um dos pontos do cristal líquido da tela. Isso permite controlar a intensidade
do brilho nos pixels.
Filtros de Cor: Nas telas monocromáticas, como no display dos relógios,
por exemplo, a passagem da luz irá determinar se a cor será preta ou branca.
Nas telas coloridas, cada pixel é formado por filtros coloridos nas cores
vermelha, verde e azul (o conhecido RGB). A combinação desses três pontos
coloridos é que irá formar o pixel colorido na tela, gerando assim as imagens.

2.4 - Características do Display LCD

Para que o técnico obtenha um diagnóstico com segurança ao atender


o cliente, o mesmo deverá ter o mínimo de conhecimentos técnicos
pertinentes as características do televisor LCD, que ele esteja reparando.

As características principais são:

Tempo de Resposta:
Como originalmente as telas de LCD foram criadas para utilização em
notebooks, tendo este como principal aplicação a reprodução de imagens
estáticas, o tempo de resposta só se tornou um fator importante com o início
de aplicações em vídeo no PC e com o primeiros televisores de LCD.
O tempo de resposta indica o quanto um pixel demora para ir do preto,
para o branco e em seguida retorna para o preto. Um display com tempo de
resposta de 12 ms, por exemplo, leva 0,012 segundos para completar esse
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 17

ciclo. Um outro display com tempo de resposta baixo, em cenas com


movimentos rápidos, irá apresentar imagens com o conhecido efeito Blur
(mancha), também chamado de efeito fantasma. Isso porque o pixel do quadro
anterior permanecerá registrado na tela.
Apesar de ser importante, o tempo de resposta apenas indica o quanto
o pixel leva para ir do preto para o branco e retornar para o preto. Em condições
reais, é raro isso acontecer. Na reprodução de um vídeo, os pixels alteram
de uma escala de cinza para outra. Como o cristal líquido responde mais
rápido com tensões mais altas, como é o caso da transição entre o preto e o
branco, o tempo de resposta acaba não indicando o quanto a tela demora
para transitar entre uma escala de cinza e outra. Apenas alguns fabricantes
informam o tempo de resposta, tendo como referência a transição entre duas
escalas de cinza diferentes. Por esse motivo, essa especificação não pode
ser seguida à risca para comparar os modelos.

Taxa de Contraste:
Essa especificação indica o número de graduações de cinza que o display é
capaz de apresentar. Um modelo com 3.000:1 de taxa de contraste, por
exemplo, pode gerar 3.000 gradientes de cinza entre as cores preta e branca.
Quanto maior a taxa de contraste, mais cores o monitor será capaz de exibir
na tela. No caso do display de LCD, a taxa de contraste vale o mesmo tanto
para ambientes claros como escuros. Já os valores da taxa de contraste
apresentada pelos displays de plasma só são válidos em ambientes escuros.
Além disso, a medição da taxa de contraste em um plasma é feita sem o
filtro de proteção EMI (Electromagnetic Interference) que reveste a tela. Por
esse motivo, não é possível comparar diretamente a taxa de contraste de
um LCD com a de um plasma.

Brilho:
O brilho de uma tela LCD é especificado em candelas por metro quadrado
(cd/m2). Quanto maior esse valor, mais brilho terão as imagens geradas pelo
televisor. Assim como a taxa de contraste, não é possível comparar
diretamente o brilho de um LCD com o de um plasma.

Resolução:
A resolução de uma TV LCD é indicada pela quantidade de pixels verticais e
horizontais. Quanto maior a resolução, maior o número de pixels presentes
na tela.
18 Manutenção de Televisão LED e 3D

Consequentemente telas com mais pixels podem gerar imagens com


uma definição de imagem melhor. Uma TV com resolução de 640 x 480
pixels, por exemplo, apresenta 480 linhas horizontais, sendo cada linha
formada por 640 pontos. Os modelos existentes hoje apresentam diversas
resoluções: 640 x 480, 800 x 600, 854 x 480, 1.280 x 720, 1.280 x 768, 1.366
x 768 e 1.920 x 1.080 pixels.
Para conseguir exibir sinais de alta definição com 720p (720 linhas
progressivas), o aparelho deve apresentar, no mínimo, resolução horizontal
de 720 pixels. Um aparelho com resolução horizontal de 720 ou 768 pixels,
apesar de conseguir reproduzir sinais de 1.080i (1.080 linhas entrelaçadas),
não é capaz de gerar todos os 1.080 pixels da imagem. Nesse caso, a TV
processa o sinal tornando a imagem compatível com a resolução da tela.
Para exibir um sinal de 1.080i com resolução integral, é necessário que o
display apresente 1.920 x 1.080 pixels.

Conexões:
Vídeo Composto, S-Vídeo e Vídeo Componente são conexões presentes na
maioria dos televisores de LCD. Como também as conexões digitais, DVI e
HDMI, são facilmente encontradas, nos televisores mais sofisticados de LED.
Outra conexão presente em quase todos os modelos de TV LCD é a entrada
RGB, para conexão do sinal de vídeo do computador.

Ângulo de Visão:
O ângulo de visão já foi um dos principais problemas do LCD. Essa
especificação indica quais os ângulos máximos, vertical e horizontal, em
relação ao centro da tela, em que é possível ter visão integral das imagens.
Hoje, diversos modelos apresentam ângulo de visão superior a 180º, tanto
vertical quanto horizontal.

Relação Contraste/Brilho:
Quanto maior a capacidade de diferenciação entre o claro e o escuro será
melhor. Você terá mais nitidez na visualização das cores de tons
semelhantes. Um display com uma relação 30.000:1 é melhor que um 3.000:1,
por exemplo.

2.5 - A Física do Cristal Líquido

O cristal líquido LCD é um material orgânico que foi descoberto há


muitos anos atrás.Este é formado por um elemento líquido o qual exibe uma
estrutura molecular cristalina que reconstitui um sólido. Se o caro leitor
visualizar internamente, através de um microscópio a parte interna do LCD,
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 19

verá uma grande matriz em forma de barras horizontais e verticais. No estado


normal, o LCD é virtualmente limpo, e a luz atravessa totalmente em linha
direta o painel do LCD. Quando um material LCD é montado dentro do painel
do display, as moléculas têm uma tendência de torção. Este fenômeno foi
descoberto acidentalmente. Quando uma voltagem é aplicada através de
um LCD, força as moléculas entre os eletrodos ativos a se estenderem.
Quando a voltagem é removida aquelas moléculas estendidas retornam à
forma normal, anteriormente torcidas. Mais tarde, experiências posteriores
revelaram um interessante fenômeno quando o material é polarizado com a
luz, posta em ambos os lados da camada do cristal líquido (LC). As áreas do
material LCD que são excitadas por uma voltagem externa volta a ser escura
e visível. Quando a voltagem é removida, a área se torna limpa e, novamente,
invisível por completo. Um polarizador é utilizado, o qual é um filme fino que
permite que a luz atravesse somente em um sentido.
Esses cristais líquidos que são formados por materiais orgânicos
especiais mudam do seu estado sólido para o estado intermediário entre o
sólido e o líquido, dependendo da polarização que estão submetidas as
camadas cristalinas a qual é proporcional a tensão aplicada, gerando dessa
forma a fase nemática.Neste caso, as suas moléculas tendem a apontar na
mesma direção, como num sólido, porém podem se mover para outras
direções como acontece na forma líquida. As telas do LCD, possuem cristais
do tipo TN, (Twisted Nematic), que têm as suas moléculas torcidas
normalmente e quando é aplicada uma tensão nas suas bordas, as moléculas
desviram-se em vários graus, dependendo da corrente e dessa forma se
possibilita o controle da luz que atravessa esses cristais. Ver Fig. 2.1 e Fig.
2.2.

Fig. 2.1 Fig. 2.2


Moléculas desalinhadas não conduzem a Moléculas alinhadas conduzem a luz. A
luz totalmente. O vídeo aparece na tela acende com todo brilho, totalmente
branca. O vídeo não aparece na tela.
tela pois há contraste e luz.
20 Manutenção de Televisão LED e 3D

2.6 - Matriz Ativa TFT

A tecnologia LCD de uma matriz ativa TFT é similar aos painéis


monocromáticos com uma diferença; utilizam três eletrodos para cada ponto;
cada eletrodo é completamente independente e é excitado pelo próprio
transistor de filme fino (TFT). Estes são mosfet’s de alta sensibilidade. Com
três transistores por dot podemos calcular quantos transistores entrarão em
saturação quando o televisor LCD, estiver configurado na função de monitor
PC, por exemplo na resolução 640 x 480.
640 × 480 × 3 = 921.600 transistores.
Conclusão:
Quanto maior a resolução, maior será o número de transistores habilitados.
Na Fig. 2.4 podemos ver a estrutura de uma matriz ativa LCD (TFT). Às
vezes acontecem acidentes fatais na tela LCD quando na fabricação,
causando a queima de alguns transistores no teste de qualidade, criando os
bad dots, ou dead dots. Por esse e outros motivos a tela LCD ainda é muito
cara, entretanto, o seu custo já está diminuindo no mercado, visto que a
tecnologia de tubos utilizados em TV’s está sendo substituída gradualmente.
Todo transistor driver, ou CI driver e todos os fios de conexão (flat-cable)
são instalados na superfície traseira do painel, com três transistores por
ponto. Uma resolução de 1.024 x 768 deverá utilizar 2.359.296 transistores
individuais visto que
1.024 x 768 x 3 = 2.359.296.
Da mesma forma que o display de matriz passiva, o do tipo ativa também
não gera cores. O pixel que é um elemento individual, simplesmente acende
ou apaga.
A luz branca é gerada através da lâmpada backlight que atravessa
alguns eletrodos e é filtrada por um material apropriado correspondendo a
uma das três cores primárias. Quando todas as cores estão desativadas
uma luz branca brilha através dos três elementos e o pixel aparece branco.
Se os elementos R.G.B. estão ativados, toda luz é bloqueada, e o pixel aparece
preto. Para habilitar ou desabilitar o controle de contraste, em pontos
individuais, a matriz LCD ativa é independente e na configuração de 256
cores pode produzir 512 nuances de cores individuais. O display LCD matriz
ativa tem seu tempo de resposta muito rápido, na ordem de 5 ms ou menos.
Tem excelente performance para aplicações de animações ou gráficos; o
controle de luminosidade e contraste tem uma resolução de 30.000:1 com
um confortável ângulo de visão de no mínimo 140º (medidas mínimas).
Na Fig. 2.3 podemos ver uma placa LCD em corte, para a visão interna
do sanduíche de camadas de cristais líquidos, com os transistores TFT’s.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 21

Para que haja uma distribuição uniforme, a luz (backlight) é redirecionada


através de refletores antes de atingir o vidro frontal do painel. Existe um refletor
de cristal líquido para cada pixel que será coberto por um filtro vermelho,
verde ou azul (R.G.B.) formando o pixel propriamente dito.
Em um televisor 20" temos 1.024 pixels de largura por 768 pixels de
altura que multiplicado pelas 3 cores nos dão portanto 2.359.296 sub-pixels.
Cada tríade de R.G.B. é controlada por 3 transistores conforme vemos na
Fig. 2.4, que envia uma voltagem individual para cada um dos três sub-pixels.
Essa voltagem faz com que cada sub-pixel de cristal líquido se mova para
um ângulo determinado bloqueando parte da luz.
A imagem no painel se forma, então, quando combinamos os sub-
pixels onde cada um deles tem uma tonalidade diferente, causada pelo
bloqueio parcial ou total backlight com seus respectivos filtros de cores.
A Figura 2.5 mostra a vista explodida de um display LCD com Back
lisht LED.

Fig. 2.4 - Estrutura de uma matriz ativa LCD (TFT)


22 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 2.3 – Corte de um módulo de cristal líquido de matriz ativa

VISTA EXPLODIDA DE UM DISPLAY LCD/LED

Fig. 2.5
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 23

DISPLAY LCD
3 e
PLACA T.CON

3.1 - Abrindo o Módulo LCD

Ao abrirmos os televisores em estudo, modelo 26 LC2R da marca


LG, e o TV LED da mesma marca modelo M2380A , qual foi a nossa surpresa:
Os módulos display de cada um continham o selo industrial com o
código de fabricação LC260WXZ e LED 23XXXo , com o logotipo LG/Philips.
Vimos no primeiro capítulo que o TV LCD pode ter o mesmo display
que o TV LED. O que realmente muda é o modo de iluminar este display. Daí,
concluímos que a Philips em parceria com a LG produziram juntos estes
display.
Com este exemplo, poderemos considerar um modo comercial muito
comum hoje entre empresas que chamamos de “Joint Venture” (parceria) e
“O&M”, no qual um fabricante produz o produto, entretanto uma outra empresa
compra os seus direitos de comercialização e fixa o novo selo ou logotipo
(O&M quer dizer: Order Manufacturing): Veja outros exemplos abaixo:

1) Philips/LG, Samsung/Fujitsu, Sony/Nec são exemplos de Joint


Venture.
2) Philco e Britania e outras marcas desconhecidas são exemplos
de O&M.

O modelo do módulo LCD que descrevemos neste capítulo é o módulo


Fujutsu TFT-LCD. Entretanto, serve como base de outros apenas como
estudo, mas não como substituto imediato.
Este módulo é de matriz ativa, utilizando à tecnologia TFT (Thin Film
Transistor) o qual utiliza uma PCI acoplada diretamente através dos flats
cables.
24 Manutenção de Televisão LED e 3D

É um modelo de 26’’ que pode chegar a uma resolução XGA , 1.280


x 768 pixels com reprodução fiel de até 16 milhões de cores, digitalizado em
8 bits para cada cor RGB.
Este possui 6 lâmpadas fluorescentes, CCFT (Cold Cathode
Fluorrescent Tube), que faz o backlight, que traduzimos por luz traseira.
Neste, também encontraremos uma interface chamada LVDS com
um sincronismo de 1 pixel/clock.
Nos antigos TRC’s tínhamos o dot pitch. No caso dos LCD’s temos o
pixel pitch, que é o formato quadrado dos filtros R.G.B., que tem como
dimensão 0,297 x 0,297 mm (valor típico).
A tensão de alimentação deste painel é de 5 VDC (polarização do
TFT).
A corrente máxima do módulo é de 550 mA com um padrão de teste
mosaico na tela. Se for utilizado no teste o padrão branco, neste caso a
corrente diminui para 300 mA.
Este controle é realizado automaticamente por um circuito discreto,
contendo dois MOSFETs que de acordo com o sinal padrão desejado para o
teste, estes transistores irão controlar a corrente do módulo LCD.
Existe um fusível que protege esta linha +VDD, que é facilmente
identificado na PCI (quando este queima, a tela LCD se apaga).
Este módulo tem a capacidade de atender a tela Widescreen e suporta
o formato XGA.
O sinal de controle é temporizado para fazer com que a imagem seja
explorada na tela com um dado valor abaixo do tempo especificado de
transição do preto para o branco. O valor típico normal hoje considerado
como um Time Good fica em torno de 5 ms.
Os sinais de controle para este módulo LCD é ativado com os pulsos
ENAB (Data Enable Signal), DCLK (Data Clock) e os dados do sinal de vídeo
RGB. Este último, RGB é transmitido como uma porta singela, contendo
8bits para cada cor R, G, B.

Este módulo LCD da TV LG 26LC2R (não é LED) consiste de:

1) Painel de display TFT, montado com circuitos integrados, os quais são


os drivers TFTs;
2) 6 lâmpadas fluorescentes do tipo néon/xenon (backlight), em canaletas
difusoras;
3) Uma PCI, a qual é a placa de circuito impresso contendo a interface LVDS.
Esta é acoplada no painel através de cabos do tipo flats.
A Fig. 3.1 apresenta o diagrama de blocos do módulo de controle do
display LCD.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 25

3.2 - Especificações Elétricas do Módulo LCD

Algumas características são descritas abaixo, as quais achamos


muito relevantes com relação do Display LCD:

1) A tensão de alimentação típica do módulo LCD é de +5 Volts. Esta


pode variar desde 4,75 V a 5,25 V.
2) A tensão de Ripple não pode ultrapassar a 100 mVpp. Se este
Ripple for maior, a tela do TV apresentará distorções lineares,
visíveis ao telespectador (ondulações na varredura).
3) A corrente máxima não ultrapassa a 1 A. O valor típico é de 700
mA.
4) A freqüência de clock do painel LCD é de 32, 498 MHz.

A Fig. 3.1 apresenta o diagrama de blocos dos circuitos elétricos do


controle do módulo LCD, do backlight, bem como as entradas de corrente e
tensão realizados nestes pontos.

Fig. 3.1 - Diagrama de blocos de um módulo LCD simplificado

3.3 - Interface LVDS

Acreditamos que o caro leitor esteja estupefato, assustado, ao


perceber através dos capítulos anteriores que a tecnologia de televisores
LCD é completamente diferente dos já conhecidos, os antigos tubos de raios
catódicos (TRC). Entretanto, vamos enfrentar esta “Fera” de frente,
objetivando a composição desta nova tecnologia dos displays.
26 Manutenção de Televisão LED e 3D

Para que o público consumidor destas informações novíssimas, que


ainda não estão divulgadas por aí, consiga assimilar com maior facilidade de
fixação, apresentamos um diagrama simplificado de um módulo LCD, onde
identificamos a interface que faz as ligações e a transferência de dados da
PCI (placa mãe) até o módulo LCD em altíssima velocidade.
A Fig. 3.1 nos mostra um diagrama de blocos simplificado de uma
placa display LCD. Todos os estágios expostos serão exaustivamente
explicados ao caro leitor, como também a interface do módulo LCD, a placa
de controle e drivers do mesmo. Por incrível que pareça, a maioria dos TVs
LCDs não fazem diretamente uma comunicação digital entre a placa
(motherboard) e o módulo display, mas sim através de uma interface LVDS
(Low Voltage Diferential Signaling). Depende do chip SCALER utilizado no
projeto.Verificamos que a TV LG que pesquisamos, possui na sua placa
mãe 2 conectores distintos, que correspondem as saídas de vídeo R,G,B
digitais nível TTL e saídas de vídeo R,G,B digitais nível LVDS
.Entretanto,o cabo Flat que liga o Scaler ao display LCD está interligado ao
conector TTL (o conector LVDS está sem ligação). Vai depender do fabricante
e do modelo da TV.Antigamente as TVs de tela maior que 26 polegadas
utilizavam a tecnologia TTL; enquanto que abaixo disso, utilizavam a tecnologia
LVDS. Hoje mudou, todos os TV’s LCD ou LED, utilizam a tecnologia LVDS.
Basicamente esta última funciona como uma interface de 8 vias, ou 4 pares.
É utilizado um par de fios para cada cor primária, (R.G.B.) e um outro par
para o sinal de clock. Existe um circuito integrado que é chamado de CI
“transmissor LVDS” na placa lógica, e um outro CI, que é o “receptor LVDS”
na placa do display.
O significado da sigla LVDS pode se traduzir como um sinal diferencial
de baixa voltagem. O termo diferencial origina dos amplificadores diferenciais
contidos internamente nos circuitos integrados. Este faz com que, por
exemplo, os sinais do croma R, G, B tenham pares múltiplos simétricos, ou
seja, teremos sinais de baixas tensões +R, -R, +G, -G, +B, -B.
Esta técnica faz com que os chips anulem ou cancelem o ruído de
comunicação entre a placa mãe (motherboard) com o módulo do display
LCD.
Traduzindo na prática: Sinal de vídeo isento de ruídos e/ou
interferências.
Na Fig. 3.2 abaixo, é possível visualizar um diagrama de blocos de
uma típica aplicação de um interface LVDS.
Os sinais digitais que saem da PCI Mãe são chamados de sinais
LVDS.
Os siinais que saem da placa T-Con são chamados de sinais mini-
LVDS.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 27

Fig. 3.2 - Interface LVDS

Podemos observar que este chip LVDS possui internamente buffers


tri-state. Veja Fig. 3.3.
Vamos recordar ⇒ Tri-state ⇒ 3 estados de saída: Estado zero,
estado 1, e nível de alta impedância.

Fig. 3.3 - Tri-state

3.4 - Ultimate One-Chip - (UOC)

A integração na mesma pastilha de vários chips é chamada de UOC.


Nos televisores modernos, não são utilizados mais os chips isolados
como o CI DS90C383 para transmitir os sinais LVDS e DS90C384 para a
sua recepção.
Hoje, existe um “chipão”, que está embutido internamente nele, um
processador gráfico, scaler e interface LVDS, utilizando a nova tecnologia
TMDS (Transition Minimized Differential Signaling). Traduzimos esta sigla por
transição mínima do sinal diferencial. Em alguns modelos, está incluso neste
mesmo chip o conversor A/D.
Esta tecnologia faz com que todo o sistema de dados R.G.B. seja
transmitido em alta velocidade, mesmo com dados seriais. Pode ser aplicado
diretamente neste CI as interfaces de vídeo DVI3 (Interface de Vídeo Digital)
ou HDMI4 (Interface de Multimídia de Alta Definição).
3 DVI = Digital Video Interface.
4 HDMI = High Definition Multimedia Interface
28 Manutenção de Televisão LED e 3D

O DVI utiliza um conector para vídeo digital;(NÃO CONTÉM O ÁUDIO)


enquanto que o HDMI utiliza um conector especial para vídeo digital de alta
resolução e também é acoplado o áudio digital.
A arquitetura HDMI utiliza a nova tecnologia TMDS que por sua vez,
adota o nome comercial para este protocolo “Panel Link”.
Este protocolo codifica um dado de 8 bits em um sinal de 10 bits e os
transmite em transmissão diferencial, que faz com que haja cancelamento
dos sinais diferenciais, eliminando dessa forma o ruído, e interferências
eletromagnéticas.
As informações de vídeo são enviadas em uma série de pixels de 24
bits e transmitidos em 10 bits/período de 1 clock.
1 período de clock de pixel é chamado de T pixel, que é exatamente o tempo
necessário para se transmitir um pixel.
Este clock de pixel varia entre 25 MHz a 165 MHz (dependendo da
resolução do TV/monitor).A freqüência típica é de 65 MHz, para os TVs LCD
e também para os TV’s LED convencionais.

3.5 - Cancelamento de Ruídos LVDS

O processo de cancelamento de ruídos e interferências


eletromagnéticas (EMI) é realizado pela tecnologia TMDS, conforme já vimos;
é uma cópia do que se utiliza também no sistema Gigabit Ethernet.
Como existem milhares de micro trilhas para a formação da matriz
da tela, consequentemente juntas uma a uma, porém isoladas eletricamente,
mas não isoladas eletromagneticamente. Dessa forma surge o
EMI,(interferência) causando imagens trêmulas e com riscos horizontais em
toda ou parte da tela LCD. Este problema é chamado de diafonia ou cross
talk.
A técnica que se utiliza no sistema TMDS para o cancelamento
daqueles sinais interferentes é fazer transmitir o mesmo sinal R.G.B. duas
vezes cada, sendo que de forma espelhada, ou seja, um sinal positivo e
outro negativo. Veja a Fig. 3.4.
Para complementar o processo, em todos os esquemas de TV LCD
LED é inserido vários resistores de 100 Ω (valor típico) na entrada do módulo
LCD, exatamente nos inputs do chip receptor LVDS.
Estes resistores têm a função de abaixar a impedância do módulo
LCD e casar a impedância com a PCI (LVDS TX), com o objetivo principal de
eliminar interferências. Veja abaixo, as duas formas de ondas simétricas.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 29

Fig. 3.4 - Técnicas de cancelamento de ruídos

3.6 – Placa T.Con

A placa de controle, é a PCI (placa de circuito impresso) que fica


entre a placa principal (placa mãe) e o display LCD.Esta transporta os sinais
LVDS (sinais digitais de vídeo e controle) em altíssima velocidade para o
display. A palavra T.CON timming control traduzido como controle de tempo
de tranferência de fluxo de bits vídeo para o display.
Como isto acontece explicaremos desde o início da entrada de sinais
de vídeo digitais vindo dos conectores até chegar a esta placa.
O canal TMDS transporta os sinais digitais de entrada DVI ou HDMI
até o Chip Scaler (nos modelos antigos ) ou no Chip DSP ( nos modelos
mais modernos), neste já contém internamente o Scaler.
Durante o período de dados de vídeo, os pixels de uma linha ativa de
vídeo são transmitidos.Durante o espaço de tempo chamado de Island Period
(o qual ocorre durante os intervalos de apagamentos horizontal e vertical), o
áudio e dados são transmitidos dentro do pacote de dados na forma serial.
O período de tempo de controle ocorre entre os espaços de tempo da
transmissão do vídeo e dados. Os métodos de sinalização podem ser
exclusivos para o sistema DVI ou HDMI (são diferenciados).
A taxa de bits de vídeo pode variar entre 25 a 340 MHz para DVI ou
680 MHz para o HDMI. O canal TMDS pode transferir dados desde 24 para
48 bits/pixel e suporta até 1080p como resolução de vídeo.
30 Manutenção de Televisão LED e 3D

Veja na figura 3.5 um diagrama de blocos de uma placa T-Con.


Fig.3.5 - diagrama de blocos de uma placa T-Con

Fig 3.6 – Placa T-Con do televisor LG LCD 32"


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 31

Dependendo do tamanho da TV podemos observar no mercado


placas T-Com de diversos tamanhos e com chip’s diferenciados, veja a figura
3.6 que é uma placa T-con da tv LG LCD e na figura 3.7 uma placa T-con de
uma tv LG LED; entretanto a funçaõ é sempre a mesma: transferir o sinal de
vídeo R,G,B (cada um em 8 bits) e o sinal de sincronismo ( Clock ) , todos no
formato chamado de mini-LVDS para o display LCD.

Fig. 3.7 – Placa T–Con do televisor LG LED 23"


32 Manutenção de Televisão LED e 3D

4 TELEVISÃO LED

4.1 – Introdução a Televisão LED

Vimos no capitulo 1 algumas informações sobre os televisores LED’s.


Neste cápitulo iremos informar mais detalhes sobre essa nova tecnologia.
As LED TVs são uma combinação de duas tecnologias: tela de LCD com
iluminação por LED. As LCDs que conhecemos hoje usam tubos
fluorescentes (Cold Cathode Fluorescent Lamp, ou CCFL) para iluminar a
tela. Como resultado, elas têm um limite de espessura e problemas para
criar pretos profundos. Isso acontece porque os tubos fluorescentes estão
sempre ligados, e alguma luz vaza para a frente da tela mesmo quando
parte da imagem deveria ser preta. Como consequência, a falta do preto
total reduz a percepção do brilho da imagem da TV. O que as LED TVs
fazem é iluminar a tela LCD com uma camada de LEDs, evitando o
vazamento de luz.
Os LEDs podem ser instalados em todo o painel, que pode ser dividido
em pequenos segmentos controlados independentemente. Isso possibilita
que algumas partes da tela fiquem muito escuras, enquanto outras
permanecem muito claras.È uma grande vantagem em relação ao LCD.Os
televisores de pequeno porte abaixo de 23" utilizam o processo edge lit (borda
acesa), com apenas um lado da tela iluminada, contendo difusores e
polarizadores para dispersar o feixe de luz para o centro da tela. A figura 4.1
mostra um painel de LED‘s do tipo full LED.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 33

Fig. 4.1 –Visão do Painel de LED’s usado para iluminação direta Back light

4.2 – Diferenças entre Full LED e LED Plus

A tecnologia Full LED é a evolução da iluminação LED disponível hoje


no mercado. O número de LEDs que fazem a iluminação no painel back light
do LCD aumenta consideravelmente e agora é apresentada da forma direta,
que proporciona um aumento no contraste (30.000.000:1). Já a LED Plus faz
uma simulação dessa iluminação direta com um número um pouco reduzido
de LEDs, o que proporciona uma taxa de contraste diferente (5.000.000:1).
Esta é a diferença de preços de um TV para outro que utiliza a mesma
tecnologia LED; entretanto, ainda assim é superior ao oferecido até então no
mercado.As TV’s mais modernas utilizam o tipo full Led, que têm
aproximadamente 423, à 128 áreas de LED para iluminar a imagem. Como
exemplo o controle de luminosidade de um aparelho da Philips para os LEDs
se chama LED LUX dimming backlight. As 128 áreas contém no total 1152
LEDs e o controle eletrônico dos LEDs permite que a taxa de contraste chegue
até 30.000.000:1, graças às áreas totalmente negras que não tem LEDs
para iluminar. As telas dos TV´s LCD ficam com aquele aspecto cinza ou
chumbo.
Tipos de paineis de LED’s: Na atualidade existem 2 tipos de paineis
de Led’s montados em diversos televisores de LCD/LED. Chamados de
Local Dimming e Edge Lit. No Primeiro os Led’s são montados em blocos
distribuidos pela superfície do painel, iluminando diretamente os pixels,
também chamado de full Led ou direct Led. No último, os Led’s são montados
nas bordas do backlight.

4.3 –Formatos de Back Light

Antes de falarmos sobre a tecnologia da LED TV, é preciso entender o


que são LEDs. Basicamente, LEDs são lâmpadas (semicondutores)
34 Manutenção de Televisão LED e 3D

pequenas que se ajustam facilmente em um circuito elétrico. Mas


diferentemente das lâmpadas incandescentes comuns, eles não têm
filamentos que se queimam e não aquecem muito. Além disso, eles são
iluminados somente pelo movimento de elétrons em um material de silício e
duram tanto quanto um transistor padrão. Os LEDs são baseados em diodo
semicondutor. Quando o diodo é polarizado no sentido direto este acende
(ligado), os elétrons são capazes de se recombinar em cavidades, e energia
é liberada na forma de luz. Esse efeito é chamado eletroluminescência e a
cor da luz é determinada pelo intervalo de energia do semicondutor, que varia
em cada material semicondutor usado .

OBS: Enquanto o TV LCD convencional utiliza lâmpadas fluorescentes


que por sua vez possui inversores de alta tensão Backlight, o TV LED utiliza
controladores de baixa tensão para alimentar os Leds, por isso a possibilidade
de defeitos é menor em uma TV LED.

Normalmente a tensão dos Leds é de 1.5 volts, entretanto são


interligados em série em conjunto de 3 a 3; 4 a 4; 6 a 6; dependendo do
modelo e marca do televisor LED. São ligados em fontes independentes a
partir de 20 Volts, até tensões chegando a 150V.
Existem duas maneiras na atualidade de utilização dos LEDs para
iluminar a tela de uma TV LCD: pode-se colocar em toda a parte traseira da
tela, como um painel (iluminação direta), ou posicionando-os nas bordas na
tela (iluminação de perímetro). As duas técnicas usam menos energia do
que as TVs de plasma e de LCD com tubos fluorescentes. A principal vantagem
da iluminação direta de LED é que ela pode ser usada para aumentar os
níveis de contraste ao desligar os led´s selecionados, aumentando a
quantidade de preto contrastando com o branco.

4.4 – Televisão LED não é Televisão OLED

Quando o primeiro televisor LCD com luz de fundo de LED foi lançado,
acreditávamos que se tratava de um aparelho usando a tecnologia OLED
(diodo emissor de luz orgânica). A TV era muito fina de espessura e tinha
poucos centímetros, mas ainda assim era grossa demais para ser uma OLED
TV. Alguns anos depois, a Sony lançou sua primeira OLED TV - o que só
aumentou a confusão, já que nós consumidores acreditávamos se tratar de
mais uma LED TV. É bom não confundir.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 35

Enquanto a TV LED necessita de


um bulbo para tornar a luz visível ao ser
humano, a OLED utiliza compostos
orgânicos que se auto-iluminam,
dispensando lâmpadas fluorescentes ou
Led´s para iluminar a tela. Com isso, é
possível usar a tecnologia na fabricação
de displays ultrafinos, com poucos
milímetros de espessura, e até flexíveis,
que é a última geração de OLED. Veja a Fig. 4.2 – Vista de uma OLED TV
figura 4.2

A natureza eletro-ótica dos LEDs

LED é um diodo dos mais simples. Ele é formado por um semicondutor,


ou seja, um fio composto por uma ou mais substâncias cujas propriedades
de condutividade elétrica estão num meio termo entre um metal e um isolante.
A natureza química do composto determina o comprimento de onda da luz
emitido pelo LED, como, por exemplo, o arsenieto de gálio (GaAs), que emite
na faixa do infra-vermelho.
A estrutura típica de um LED pode ser vista na fig. 4.3:

Fig. 4.3

O LED é alimentado por corrente contínua e portanto dispensa o uso


de um inversor. E como pode ser observado no diagrama ao lado, a luz
emitida passa por um domo, que serve também de lente. Nos tipos mais
simples de LEDs o domo pode ser coberto por um corante de qualquer cor,
mas nos tipos mais complexos o domo pode ser impregnado por sais de
algum elemento, provocando uma irradiação singular. É assim, por exemplo,
que se faz um LED para luz branca, com o uso de uma camada de fósforo.
36 Manutenção de Televisão LED e 3D

4.5 – Montagem dos Blocos de LEDs no Painel LCD

Conforme já foi mencionado, os televisores Led podem ter blocos de


LED´s posicionados em várias localizações na tela LCD. Depende da marca
e do tamanho da tela.
A luz é espalhada sobre os pixels de forma indireta; veja nas figuras
4.4 e 4.5 os efeitos visuais com as diferenças de luminosidades entre as
duas tecnologias.

Fig. 4.4 - Edge-lit Os Leds são Fig. 4.5 - Local Dimming Os leds são
montados nas bordas no backlight, montados em blocos distribuidos pela
e a luz é espalhada através dos superficie toda do painel traseiro,
difusores sobre os pixels de forma iluminando diretamente os pixels,
indireta. também chamados de “Full-LED, ou
“Direct LED”

O posicionamento dos LED’s no backlight de TV LED.

Chamados pela indústria e pelos vendedores de LED TV, erradamente


porque TV com LED é outra coisa,ou seja, este não possui backlight ,o
próprio display que é formado a base de LEDs frontais na tela, como é hoje o
TV de plasma. O que temos hoje para venda no mercado é televisor LCD
com back-light de Led. Este pode ser construída de duas maneiras básicas:

1 – Arranjo de LEDs em “full array”.


O backlight deste tipo pode ser (e geralmente é) construído com uma
matriz bidimensional de LEDs. Qualquer ponto da matriz pode ser identificado
digitalmente através de métodos de endereçamento. Isto permite a modulação
da amplitude de luz, tanto vertical quanto horizontal da matriz. A tela acesa e
vista de frente, ele teria o aspecto da figura 4.6.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 37

Fig- 4.6 - Arranjo de LEDs em “full array”. (local dimming)

A montagem na forma de uma matriz permite a iluminação diferenciada


de uma área, em relação às outras. Esta modulação é chamada de “local
dimming” (escurecimento local). Isto faz com o contraste dinâmico, que é a
relação de amplitude entre zonas claras e escuras e conseqüentemente, o
nível de preto, sejam os melhores possíveis.
Através da figura 4.7 podemos verificar dois diagramas de forma unifilar
que mostram os estágios com caminho do sinal que gera e controla a
luminosidade na tela.
Inicialmente podemos acompanhar o circuito que faz parte do sistema
de um televisor LED.
O sinal de vídeo é gerado, tratado e processado na placa principal;
daí segue para a placa de controle do back-light, que contém os circuitos
Local Dimming, Scanning, e ABL (controle de luminosidade, varredura da luz
na tela,e controle automático de brilho respectivamente). Deste ponto segue
para um Driver Led, que tem a função de fornecer a corrente necessária
para polarizar os paineis de blocos de LED’s, em toda a extensão da tela ou
nas bordas da mesma, dependendo da marca e modelo do televisor LED.
Por um outro caminho , separado do primeiro, o sinal de vídeo no formato
LVDS é enviado até o display LCD.
O circuito da figura 4.8 mostra toda a sequência do caminho do sinal
e a geração do back-light dos televisores LCD, que utilizam as famosas
lâmpadas fluorescentes chamadas de CCFL .

Fig- 4.7
38 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig- 4.8

Fig- 4.9

O diagrama de blocos da figura 4.9 mostra através de dois gráficos


as diferenças entre as tecnologias global dimming e local dimming.
Observe que no primeiro, a tela pode ficar em duas condições: Toda
clara ou em gradiente decrescente contínuo até chegar ao cinza em toda a
extensão da tela.No último, a tela pode ficar com diversas tonalidades,
totalmente clara desde o branco, com gradiente decrescente até chegar ao
cinza, em pontos distintos localizados na tela dependendo do sinal de vídeo.
A figura 4.10 mostra fisicamente como estão montados e dispostos
os conjuntos de leds na superfície traseira da tela do display LCD.

Fig- 4.10
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 39

Cores dos LED’s, também chamados LEDs RGB

Atualmente estão utilizando em diversas marcas de TV’s, back-light


LEDs de cor branca ou LED’s coloridos RGB.Este último, é potencialmente
capaz de um alcance mais amplo de cores, pois eles usam separados
vermelho, verde e azul (RGB).
A Sony produziu a tecnologia Triluminos®,
onde se usa um conjunto emissor RGB composto
de quatro LEDs (2 verdes somados a vermelho e
azul), conforme mostra a figura 4.11.

Fig. 4.11-

O espectro de emissão neste caso, atinge a


um nível superior ao conseguido com LEDs brancos
convencionais.
Este procedimento na montagem do back- light minimisa o efeito
Borrão, também chamado de calda do cometa, que é a persistência luminosa
da tela quando o quadro é trocado.(depende da velocidade da frequência de
quadros, também chamado de frames).
O borrão é derivado do fato do tempo de retenção da luz emitida, quando
a camada de LCD não tem tempo de bloquear a sua passagem (tempo de
resposta do cristal lento). Embora este tempo esteja hoje em níveis muito
baixos (abaixo de 8 ms), o apagamento completo da emissão pelo LED do
backlight elimina o problema ao invés de atenuá-lo. Freqüências na ordem
de 100 Hz e acima são suficientes para conseguir um efeito estroboscópico
imperceptível.

Arranjo de LEDs em montagem “edge-lit” (luz nas bordas).

Claramente menos eclético que o primeiro, por não permitir o mesmo


tipo de local dimming, ainda assim os painéis montados com LEDs nas bordas
têm ganhado novos contornos nos modelos recentes das telas de TV.
A iluminação pelas bordas não tem o mesmo tipo de crosstalk ótico das
telas. As suas principais limitações são consistentes com a ausência do
local dimming e do menor nível de preto.
Em princípio, o escurecimento (dimming) pode ser executado em
qualquer tipo de backlighting, porque se trata de uma característica dos drivers
que comandam os LEDs, ou seja, nada tem a ver com o fato do arranjo ser
full array ou edge-lit.
40 Manutenção de Televisão LED e 3D

No caso da iluminação nas bordas, a luz é inicialmente direcionada ao


centro da tela através de um guia ótico. Este guia é construído com fibra
acrílica, porque as resinas acrílicas são excelentes dispersoras de luz. Com
este arranjo, cada LED das bordas pode permanecer aceso ao mesmo tempo
e todos os outros são apagados, o que permite prever que a luz será
espalhada de maneira a haver quase nenhum crosstalk ótico vertical.
Em contrapartida, a área iluminada será maior do que a necessária,
impedindo assim um controle tão bom quanto o local dimming. Este detalhe
torna o uso de dimming um processo, em princípio, impraticável, para a
iluminação parcial da imagem.
A solução é adotar outro método de iluminação e escurecimento, de
modo a manter o brilho da tela constante. Neste ponto, a tecnologia usa uma
propriedade biológica da visão humana, que é a persistência de visão de
uma imagem, frente a uma maior intensidade da mesma. Se alguém olhar
para uma luz forte, que depois é apagada e acendida sucessivamente, o
olho tende a reter a imagem da luz acesa e não ver a mesma luz apagada.Na
tela de LCD com edge-lit, cada fileira de LEDs é apagada em seqüência, de
cima para baixo, numa freqüência determinada pelo drive que as modula.
Este é um efeito estroboscópico, que pode ser usado em várias aplicações.
Veja a disposição lateral dos Led’s da TV LG LCD / LED, na figura 4.12.
Desmontamos todo o televisor LCD / LED
da marca LG modelo M2380A. Desde as
placas até o display LCD para chegar nos
conjuntos dos leds.Retiramos os
polarizadores, que são os polímeros
difusores que ficam entre o back-light e o
painel de cristal líquido e fizemos as fotos
que correspondem as figuras 4.13; 4.14, e
4.15 que podemos visualizar logo abaixo.

Conjuntos de Leds dispostos na lateral direita do display LCD da tv LG M2380A

Fig- 4.13 Fig- 4.14


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 41

Fig- 4.15

4.6 – Taxa de Renovação (Refresh rate)

A chamada refresh rate é a taxa medida em Hertz, e indica quantas


vezes o TV é capaz de ler cada quadro (frame) da imagem. Esta leitura é
feita em altíssima velocidade e, portanto, depende de circuitos exclusivos de
cada marca da TV e modelo.Grande parte das TV’s LCD trabalham com
taxas de 60Hz mas os televisores mais modernos de LCD /LED trabalham
acima desta frequência. Estas TV’s possuem ainda outras tecnologias
embutidas como sua velocidade de resposta caracterizada por freqüências
que vai desde 60Hz até 480 Hz. Atualmente o tempo de resposta de 2 ms,
na freqüência de 120Hz o TV LCD cria uma excelente nitidez de movimentos
para imagens vibrantes mesmo em filmes de muita ação. Ele duplica a nitidez
da reprodução de movimento em relação ao LCD convencional de 60 Hz,
resultando em um alto desempenho com tempo de resposta de 2 ms medido
em BEW (Perceived Blur-Edge-Width). Essa tecnologia leva a nitidez de
movimento das telas LCD a um nível sem precedentes.

Fig- 4.16
42 Manutenção de Televisão LED e 3D

A figura 4.16 mostra a quantidade de frames dispostos em uma tela


com as proporcionalidades de quadros e suas variações de velocidades
(Refresh rate) correspondentes disponíveis hoje no mercado da televisão
LCD / LED.
Quanto maior a velocidade de exposição de quadros no display mais
nítida será a imagem em movimento, oferecendo um menor efeito da calda
do cometa, que é o aparecimento de um borrão na trajetória do elemento de
imagem que está em deslocamento.
Como exemplo, podemos verificar os efeitos visuais com diferentes
taxas de refresh,através das figuras 4.17 (tela com refresh rate de 60Hz) e
4.18 ( tela com o refresh rate de 240HZ).

TV com refresh rate de 60Hz TV com refresh rate de 240Hz

4.7 – Televisão Full LED Ambilight

O termo Ambilight é um recurso exclusivo patenteado pela Philips, que


funciona com a emissão de luzes suaves refletindo contra a parede atrás da
tela da TV e faz combinar a decoração da sala com as cores e o brilho da
imagem que está sendo exibida na tela da TV. Trata-se de uma tecnologia
ultra-moderna, pois o dispositivo usa um software específico, que faz uma
análise matemática com algorítimos especiais com as cores exibidas na
tela da TV Ambilight, independente da origem do sinal.
A tecnologia Ambilight, comparando, fazendo uma analogia com o
sistema de som é como um sistema de cor surround, já que os estímulos
das cores vêm de todos os lados, envolvendo o espectador e levando você
completamente para dentro do filme, tornando sua tela ainda virtualmente
maior e também descansando os olhos do espectador.
Imaginemos que você está assistindo a cena de um filme, que acontece
em uma praia, e, no destaque vemos uma menina observando a paisagem,
olhando para o mar azul em um lindo dia de sol a pino.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 43

Nesta cena, o recurso Ambilight emite uma luz azul nas laterais na parte
superior da tela da TV, Conforme a cena vai se voltando para a protagonista,
menina da tela que está na frente dos coqueiros da praia, as luzes atrás da
tela passam, no mesmo instante, para o verde nas laterais realçando a
presença das árvores e, na parte inferior, uma luz mais branca quase creme,
cor de terra que se identifica com a areia da praia.A figura 4.19 mostra a foto
de um tv Ambilight com os seus LED’s acesos nas bordas laterais.
Convém informar que estes LED’s não tem nada a ver com os LED’s
do Back-light trazeiros do display, são conjuntos de LED’s separados e
independentes.
Nos capítulos seguintes apresentaremos como é realizada esta nova
tecnologia com os seus exclusivos circuitos eletrônicos.

Fig. 4.19 – Televisor LCD / LED


Phillips com o sistema AMBILIGHT
44 Manutenção de Televisão LED e 3D

O HARDWARE

5 DOS
TELEVISORES LED

5.1 - Abrindo o Televisor LED

Está chegando a hora de colocar mãos à obra e começar a explorar


o interior de um televisor LED. Adquirimos um televisor da marca LG de 23"
modelo M2380A, e procedemos a desmontagem.Sem mais, antes de
começarmos é conveniente fazermos algumas recomendações.

Reconhecimento Inicial: Recomendamos que antes de abrir qualquer


equipamento eletrônico, tente reconhecer suas partes externas. Encontrará
os mesmos componentes que todos os aparelhos similares de outras marcas
possuem.

Fig. 5.1 – Fotografia frontal da TV LED Fig. 5.2 – Fotografia da traseira da TV LED

Acreditamos que você já conheça a arquitetura fundamental de um


televisor LED apresentado nos capítulos anteriores, de maneira que não
falaremos mais a respeito. Para que facilite a manutenção e se resolva o
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 45

problema técnico, demonstramos um método que é descrito a seguir e que


poderá ser aplicado a alguns modelos, mas não é uma regra geral.

Necessidade de Ferramentas Especiais: Para chegar ao interior da


televisão, em certas ocasiões não é necessário ferramentas especiais. Por
exemplo, alguns fabricantes colocam parafusos tipo allen para aparafusar
seus equipamentos; outros usam parafusos allen de segurança (tem um
pino central) e tipo estrela. Então, é muito conveniente que tenha uma boa
caixa de ferramentas à mão, para poder contar a todo o momento com a
chave de fenda adequada.

Cuidado com as Presilhas de Encaixe: Tenha muito cuidado ao tentar soltar


as presilhas plásticas que a maioria dos fabricantes utilizam para prender
seus gabinetes; em caso de quebra, dificilmente poderão ser reparados
(alguns são extremamente frágeis). Às vezes utilizamos um macete que é o
estilete de metal que se usa para retirar Clips em papel; esta peça é
extremamente útil para levantar com cuidado as laterais da tampa de plástico
trazeira e frontal da tela sem produzir morças no plástico do gabinete.

Cuidado com os Cabos Flat’s: Antes de retirar qualquer peça do interior de


um TV led observe muito bem por onde correm os cabos que levam energia
e/ou sinal. Muitas vezes, se o flat cable não entrar perfeitamente no
compartimento, poderá danificá-lo e também às vezes a tampa não fecha.
Verifique cada tipo de conector e estude-o antes como desprende-lo.
Veja as figuras 5.4, 5.5 e 5.6 os procedimentos.

Use as Informações do Fabricante: Sempre tenha em mãos as


características da TV, a marca e modelo do seu televisor para não dar passos
em falso no momento de energiza-lo. Ver Fig. 5.3.

Fig.5.3 Caracteristicas da TV LED Fig.5.4 Flat Cable preso ao


conector da TV LED
46 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 5.5 e 5.6 Desprendendo o Flat Cable do conector com a ponta da


chave de fenda

5.2 – Desvendando o Televisor LED

Os manuais de serviço podem poupar múltiplos problemas no


momento da manutenção. Nem sempre se consegue facilmente; temos que
estabelecer contacto por Internet com o fabricante da Televisão em questão
para saber se existe no depósito para venda e como adquirir em sua matriz.
De fato, dê uma busca exaustiva na sua página. Pois normalmente publicam
documentos técnicos, dando acesso aos diagramas esquemáticos ou
datasheeet,e atualizações. Inclusive existem companhias dedicadas a venda
deste tipo de informação, ainda que sempre se localizam nos Estados Unidos.
Contudo, se você está acostumado a fazer compras pela Internet (saiba
fazê-lo com cuidado), não representará nenhum inconveniente.
A figura 5.7 apresenta o televisor LED LG M2386A visto pela parte
traseira do cabinete, com os ser circuitos expostos para melhor compreenção
do texto.

Fig. 5.7 - Foto da parte traseira do televisor LED.


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 47

Na mesma figura podemos ver o televisor LG LED sem a tampa


traseira, expondo três placas importantes: a maior sobre uma blindagem
metalica, corresponde a placa LÓGICA DE SINAL. A outra placa mais estreita
porém comprida localizada na parte superior é a placa T COM; e a última
menor de todas é a placa do INVERTER (Backlight LED) que também se
encontra sob a blindagem metálica junta a placa lógica separada pelo flat
cable .
A fig. 5.8 mostra a placa principal (placa mãe), também chamada de
Main Board (placa principal em ingles), vista por cima sendo retirada do
gabinete. Na sequência vemos várias fotos dos circuitos desmontados com
os respectivos comentários técnicos.

Retirando a blindagem da
placa principal da TV LED.
Cuidado ao desconectar os
flat cables da PCIs driver Led
e T-Com no Display LCD.

Fig. 5.8

Placa principal da TV LED


vista por baixo. Observe que
temos semicondutores fixados
neste lado da PCI.

Fig. 5.9

Visão parcial da placa principal


da TV (Vista por cima)
Podemos observar o Seletronic
analógico, e os conectores de
entrada e saida de sinais de
video e áudio, fixados na PCI.

Fig. 5.10
48 Manutenção de Televisão LED e 3D

Retirando o flat cable que alimenta


os 42 blocos de Leds duplos
brancos, formando no total 84
Leds nas bordas da tela da TV.
A tensão que alimenta os leds é de
94VDC, vindos da fonte
secundária chopper (driver Led).

Fig. 5.11

Visão da PCI (parte inferior ) do


painel do amplificador de saída
áudio.

Fig. 5.12

INVERTER (Backlight LED) que


também se encontra sob a
blindagem metálica junta a placa
lógica separada pelo flat cable.

Fig. 5.13
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 49

Visão da PCI do amplificador de


áudio stereo, com seus
conectores interligando os dois
alto-falantes.

Fig. 5.14

Visão do chassis da TV LED com


os dois conjuntos de mini-altos
falantes soltos da base.

Fig. 5.15

Visão da PCI do painel de controles


frontal do TV LED.
Convém advertir aos nossos
técnicos para manusearem com
muito cuidado esta PCI pois, os
contatos são extremamente
sensíveis e frágeis.

Fig. 5.16
50 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig.5.17- Placas lógica e Inverter (vista por cima) da TV LG LED M2380A


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 51

5.3 – Entendendo o Hardware do Televisor LED

A foto que corresponde a figura 5.17 mostra todo o Hardware das


duas placas da TV LED LG. A placa superior corresponde ao circuito Inverter
driver dos led’s que gera tensão de 44,5VDC para alimentar os 84 Led’s
instalados na lateral do Display LCD, pois este modelo é do tipo Edge Lit
(borda iluminada). Nesta mesma PCI podemos ver o conector que a interliga
até a placa Mãe.
A placa maior é a placa Mãe; Nela estão todos os outros conectores de
entrada de sinais disponíveis para este modelo, como: A/V,HDMI,PC, e tuner
analógico.
Os chips instalados são de alta tecnologia do tipo SMD e alguns do tipo
BGA, ambos de dificil substituição pelo técnico não experiente.
O Chip de maior tamanho é o DSP (processador digital de sinais) que
detém a tecnologia FPGA, que não passa de um microprocessador
(microcontrolador) inteligente ultra veloz.Dentro dele estão contidos: conversor
A/D, processador de vídeo,Chaveador de sinais, transmissor LVDS, e
SCALER.
Algumas memórias podemos ver interligadas até o chip DSP, como:
Memórias DDR, FLASH e EEPROM. Estas corrigem e armazenam
os dados digitais e Firmware.(Software do programa residente gravado pela
fábrica da TV). O circuito Dimming Led é o responsável pelo controle da
luminosidade do painel LCD, que está diretamente ligada ao circuito da PCI
Inverter Driver dos Led’s.
O chaveador e o processador de áudio digitais neste modelo, são
separados dos amplificadores de potência de áudio (stereo) com saida para
dois mini-altofalantes retangulares de 8 Ohms com baixa potência (10W).
O bloco superior do diagrama da figura 7.18 corresponde a placa Mãe
com os seus circuitos já comentados anteriormente.Na parte inferior desta
figura temos o circuito do Inverter Driver dos Led’s. Nela estão contidos todos
os circuitos eletrônicos que vai gerar a tensão de polarização dos Led’s
(neste modelo =45VDC) e os de controle de luminosidade no Display LCD.
Neste diagrama podemos ver o bloco LVDS, com o seus sinais múltiplos
(vídeo R,G,B balanceados) vindos do chip DSP, entrando na mini-placa T.Com
(neste modelo esta placa é fixada junto ao Display LCD).
Algumas fontes secundárias reguladas são vistas nesta placa; uma
delas é a responsável pela conversão da tensão de 20V para 45V com o
objetivo de alimentar os Led’s e outras tensões de polarização dos
componentes da placa T.Com, como por exemplo o chip Driver Clock. Este
tem como função direcionar e ativar adequadamente os sinais de controle e
52 Manutenção de Televisão LED e 3D

comando dos reprodutores das matrizes da tela para os Drivers das colunas
e Drivers das linhas para a reprodução total do quadro de imagem na tela do
display LCD.
O bloco chamado de Gamma Generator, tem como função controlar a
distorção Gamma, que é a dispersão entre a luminosidade e o contraste no
transdutor LCD, sensibilizada pelo Sensor Light. Lembramos aos caros
leitores que toda essa complexidade eletrônica é gerenciada pelo Micro que
é residente no DSP e cadenciada pelo clock Driver. Com estas informações
relevantes o técnico poderá fazer uma análise mais adequada e identificar
facilmente o estágio que estaria defeituoso para um determinado sintoma,
apresentado na tela do TV.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 53

6 FONTE DE
ALIMENTAÇÃO DOS
TELEVISORES LED

6.1 - Fonte dos Televisores LED

Como foi visto anteriormente os circuitos da TV LCD são similares


ao da TV LED, por conseguinte apresentamos neste capitulo alguns
diagramas de fontes de televisores LCD e LED
A fonte de alimentação é responsável pelas tensões básicas de
qualquer equipamento eletrônico.
Se a fonte principal estiver com problemas, nenhum outro estágio
funcionará e, conseqüentemente, o aparelho não funcionará.
Os televisores que utilizam a tecnologia LCD e LED não são diferentes
com relação aos outros equipamentos eletro-eletrônicos.
Eles necessitam também de tensões adequadas para a polarização
dos semicondutores chips, transistores e etc.
Diferentemente de alguns televisores TRC’s (Tubos de Raios
Catódicos) que utilizavam tecnologias de 2ª e 3ª gerações, os de cristais
líquidos (LCD e LED), já utilizam a 4ª geração de fontes chaveadas.
Entretanto, a mudança não é substancial, visto que a filosofia básica
é a mesma; ou seja, utilizam a fonte chaveada, porém com inovações e
atualizações tecnológicas. Veja a Fig. 6.1 um diagrama básico e suas funções.
Se o técnico, leitor, tiver alguma dificuldade em discernir, entender as
explicações sobre fontes, solicito consultar o livro “Manutenção de Fontes
Chaveadas Avançadas”, do mesmo autor, pois este ensina detalhadamente
como fazer reparação neste tipo de fonte de alimentação.
Como o nosso objetivo é trazer informações detalhadas sobre
televisores LCD e LED, independentemente da marca e modelo,
apresentamos a seguir alguns diagramas diferenciados, os quais foram os
pilares de nossos estudos.
A Figura 6.1 apresenta um diagrama de blocos de uma fonte chaveada
para televisor LCD.
54 Manutenção de Televisão LED e 3D

Entretanto, voltamos a dizer que outras marcas e modelos poderão


ser consertados a partir destes exemplos, abaixo explicados.

Fig. 6.1 - Esquema de blocos simplificado da fonte chaveada do televisor LCD

Descrição do Circuito

Filtro de Linha: É um circuito formado por indutâncias e capacitores, que


tem a função de eliminar ou minimizar as interferências eletromagnéticas,
visto que a própria fonte chaveada a qual trabalha em freqüências altas, poderá
causar EMI (interferência eletromagnética) na rede elétrica ou receber pulsos
transientes dela.
Ponte Retificadora: É um bloco ou um conjunto de diodos de silício, que
retificam a corrente alternada em onda completa, gerando uma tensão
contínua na saída e filtrada pelo capacitor eletrolítico.
Conversor DC/DC: É um circuito formado por um transistor comutador,
FET ou MOSFET de potência, e um transformador de alta freqüência,
chamado de trafo chopper, que comutam uma freqüência de
aproximadamente 40 kHz, onda quadrada e retificada em vários tapes do
enrolamento secundário.
Circuito de Controle: É um circuito integrado (foto-acoplador) que recebe
uma tensão de referência da saída DC e injeta no circuito regulador, isolado
eletricamente.
Circuito de Regulação PWM: É um circuito integrado que recebe a
informação do circuito de controle, gera uma onda quadrada, em uma técnica
especial chamada de PWM (Modulação por Largura de Pulso) e injeta no
transistor MOSFET (chaveador).
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 55

Circuito Inversor: É um circuito exclusivo nos monitores e/ou televisores


de LCD.A sua função é gerar uma tensão alta de aproximadamente 1000
VAC a partir de 24 VDC, para alimentar as lâmpadas backlight do display
LCD.

Saídas DC: É um circuito que contém diodos retificadores e filtros na saída


de diversos tapes do transformador chopper, que alimentam diversos
módulos.
Referência: É um circuito integrado que retira uma tensão de referência da
saída DC e injeta ao foto-acoplador para fins de regulação da tensão de saída
DC.

6.2 – Fonte de alimentação PFC

Os diagramas de fontes mais modernas para televisores LED, LCD e


PLASMA utilizam um circuito chamado PFC (correção de fator de potência).
O método PFC tem o objetivo de corrigir a defasagem entre a tensão e a
corrente na saída da fonte, tendo em vista as cargas capacitivas e indutivas
dos respectivos circuitos, produzindo harmônicos, que são formas de ondas
interferentes (EMI) eletromagnéticas nocivas e indesejáveis ao pleno
funcionamento do display LCD/LED. Este circuito oferece uma melhor
eficiência na regulação, menor dissipação de calor e estabilização da fonte.
A fig. 6.2 apresenta um circuito de uma fonte moderna dividida em três
blocos. Cada bloco representa um dos três conversores que fazem o sistema
completo. Estão inclusos o estágio booster PFC pre-regulador, o conversor
DC/DC ressonantes serie LC e a fonte de bias (polarização e feedback).
Neste exemplo, o booster PFC produz uma regulação de até 200 VDC na
saída, e sem ruídos (menor ripple); a partir deste estágio alimenta os circuitos
resonante LC e fonte de bias.
Esta fonte (bias) gera ,alimenta e regula com uma tensão de 15 VDC
através do circuito de controle com os foto-acopladores (feedback) os
circuitos PFC e conversor DC/DC. Este último que é o circuito ressonante
produz um tensão de saída regulada e isolada de 24 VDC para alimentar a
placa PCI do televisor.
No diagrama Fig. 6.2 podemos visualizar um diagrama de blocos
simplificado de uma fonte de alimentação que utiliza a tecnologia PFC.
Acredito que os caros leitores estão se perguntando: Esta TV LED
(23") que estamos analisando só possui esta fonte de 24 Volts para todos
os circuitos?
56 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 6.2

A resposta é NÃO. Esta tensão de 24 V vai alimentar a placa principal


da TV, exatamente nas fontes secundárias existentes nesta PCI. Lá
encontraremos fontes dos tipos CHOPPER DC/DC step down (entra 24V
sai 12V, 5V,3,3V e 1,5V ), ou step up ( entra 24V e sai 33V,45V,90V e 150V) .
Através da fig. 6.3 podemos visualizar melhor a fonte PFC para TV
LED (46") com o diagrama simplificado, contendo todos os blocos já
explanados com os seus respectivos transformadores (snnuber).
Lembrando aos caros leitores que estes circuitos são apenas alguns
exemplos da infinidade de esquemas já existentes; entretanto, afirmamos
que são similares, com o mesmo conceito teórico, e com o mesmo
funcionamento.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 57

Fig. 6.3

DESCRIÇÃO DE FUNCIONAMENTO

Através do diagrama da Fig. 6.3 podemos analisar sucintamente o


funcionamento básico de todo o circuito.
A tensão de entrada é do tipo Dual, que vai desde 90VAC a 254VAC e
de 47Hz a 63Hz. Esta fonte é subdividida em cinco partes. PFC, STANDBY,
conversor DC/DC, filtro EMI e trafo Snnuber.

Circuito Standby
Este circuito corresponde a um conversor DC/DC, cuja corrente de consumo
é de aproximadamente 8 mA.
A freqüência fixada do circuito chaveador introduz o mínimo de ruído no
sistema, para isto é utilizado o circuito integrado MCP1053A. A tensão de
Standby é de 5V e a freqüência do oscilador é em torno de 44KHz.
58 Manutenção de Televisão LED e 3D

Filtro EMI
Este filtro se encontra exatamente na entrada da fonte e tem o objetivo de
eliminar as freqüências dos harmônicos produzidos pelo chaveamento dos
transistores MOSFET chaveadores e do CI PWM (modulador de largura de
pulso).

Circuito PFC
Este circuito tem o objetivo de fazer a correção de fase entre a tensão e a
corrente da saída DC, oferecendo melhor regulação da fonte. Essa correção
é realizada pelo circuito integrado NCP 1631 e é sempre na maior tensão de
saída da fonte.

CONVERSOR DC/DC PRINCIPAL


Este conversor é do tipo CHOPPER, Flyback que tem como circuito integrado
principal o CI NCP1379 (PWM), Este não fornece a maior tensão de saída
DC.

TRANSFORMADOR SNNUBER
Este componente é um trafo de alta frequência com o núcleo de ferrite que
tem o acoplamento indutivo dos enrolamentos primários e secundários,
isolados eletricamente. Podemos observar no diagrama 6.2 que a maior
tensão desta fonte está controlada pelo circuito PFC e não está ligada a este
trafo diretamente.

Convém ressaltar que este diagrama esquemático simplificado é visto na


maioria de televisores LCD e LED, logicamente com algumas modificações.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 59

6.3 – Fonte de alimentação de uma TV LED

A seguir apresentamos o funcionamento básico de um outro diagrama de


blocos simplificado de uma fonte didática de uma TV LED. Veja a fig. 6.4

Fig. 6.4

Esta é uma fonte DUAL (110/220V) que tem como filtro EMI os
componentes L1, L2, C1 e C2. O termistor TR1 é um varistor que limita os
transientes de tensão da entrada da rede. A ponte retificadora da fonte
convencional (onda completa) DX1, retifica a tensão AC para DC
aproximadamente 150 a 250V (depende da marca da TV). Os resistores R1
e R2 polarizam os osciladores PWM (resistores start); os três MOSFET’s
apresentados na figura são os chaveadores dos osciladores das fontes
CHOPPER LED, PFC e CHOPPER principal. (podem estar internamente
nos Chips ou externamente). Observe que o circuito integrado IC1 alimenta
o trafo T1 que por conseguinte polariza o conversor LED. Veja que o circuito
60 Manutenção de Televisão LED e 3D

integrado IC2 alimenta o trafo T2 que por conseguinte polariza os transistores


reguladores da fonte principal.
O circuito integrado IC6 é o regulador que alimenta o circuito stand-by
de 5V.
O circuito integrado IC10 é oscilador PFC, que minimiza os
harmônicos oriundos da defasagem entre a tensão e a corrente na saida da
fonte. Os circuitos integrados IC2 e IC3 são os fotoacopladores que fazem o
feedback de controle da tensão de saida para a correção do pulso do oscilador
PWM. O conversor chopper polarizador dos LED’s será descrito em outro
capítulo, pois faz parte da fonte Backlight dos blocos de LED’s. Conforme
podemos ver neste diagrama as tensões de saida da fonte principal são:
5V (standby), 12 V mas em alguns modelos esta tensão é de 24V. A tensão
PS ON é o pulso de comando de power on, (liga a TV através do controle
remoto ou do painel ) que vem do Micon.

6.4 – Fonte de alimentação da TV SAMSUNG

A seguir apresentamos como exemplo a fotografia de uma placa da


TV LCD Samsung, Podemos verificar superficialmente que a mesma é uma
placa única; entretanto contendo dois circuitos distintos. (Circuito de fonte
principal e circuito backlight). Normalmente estas fontes são separadas;
entretanto, algumas marcas e modelos, dependendo de menor ou maior
tamanho da tela que é o display (polegadas) se apresentam desta maneira.
A fig. 6.5 apresenta a fonte de alimentação da TV Samsung com os
respectivos pontos de identificação dos componentes dispostos no chapeado,
de acordo com os diagramas esquemáticos das páginas seguintes.
Função de alguns componentes explicitados:

Componente Nº 1 – VRI801 – Varistor Componente Nº 14 – DT801 – Driver backlight


Componente Nº 2 – CI835 – Capacitor Ballast Componente Nº 15 – TM801 -Trafo chopper
Componente Nº 3 – CI834 - Capacitor Ballast Componente Nº 16 -QP802- Trans.Chaveador
Componente Nº 4 – TI801 – Capacitor Ballast Componente Nº 17 – FM802 – Fusivel 2A
Componente Nº 5 – CI833 - Capacitor Ballast Componente Nº 18 – CP815 – Capacitor 1000
Componente Nº 6 – CI834 - Capacitor Ballast uF Filtro da fonte
Componente Nº 7 – CI835 - Capacitor Ballast Componente Nº 19 – LP801 –Trafo PFC
Componente Nº 8 – TI802 - Capacitor Ballast Componente Nº 20 – DP804 Diodo saida PFC
Componente Nº 9 – CI 836 - Capacitor Ballast Componente Nº 21-CX801Capacitor filtro linha
Componente Nº 10 – QI820- Trans.Chaveador Componente Nº 22 -LX801 Indutor filtro linha
Componente Nº 11 –QI821- Trans.Chaveador Componente Nº 23 – FS801 – Fusivel 3A
Componente Nº 12 – DM851 – Diodo duplo Proteção AC
Componente Nº 13 – DM857 –Diodo duplo Componente Nº 24 BD801–Ponte retificadora
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 61

OBS. Capacitor Ballast é o capacitor de alta tensão (1,6KV) que alimenta as


lâmpadas CCFL.Cuidado com os seus terminais, pois têm 1000VAC.
A fig. 6.5 apresenta uma foto da placa que contém a fonte de
alimentação e o Inverter na mesma PCI da TV Samsung. Os diagramas de
circuitos por completo desta fonte apresentamos logo a seguir; mas
separadamente (em duas partes) para facilitar o entendimento e a sua
manutenção. Veja as figuras 6.6 e 6.7.

FIG. 6.5 (IDENTIFICAÇÃO DOS COMPONENTES NA PCI POWER SAMSUNG)


62 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig .6.6 – Primeira parte - Diagrama esquemático da Fonte principal Samsung


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 63

Fig. 6.7. Inverter


Samsung

Fig.6.7 – Segunda parte - Diagrama esquemático do inverter Backlight LCD


64 Manutenção de Televisão LED e 3D

6.5 – Fonte de Alimentação Externa da TV LED LG

Apresentamos na sequência a Fonte de


Alimentação da TV LED LG M2380A.
Esta unidade de potência não é produzida pela
LG. Uma empresa em parceria O & M é a fabricante.
Esta gera uma única tensão de 20 VDC para a PCI
da placa mãe, onde existem várias fontes
secundárias (choppers) com reguladores step down
e step up, que geram outras tensões para todos os
circuitos do TV LG, como 18V,5V,12V,3,3V e 1,8V.
A tensão de 3,3V é usada para o circuito I2C e
para o sintonizador.(nos televisores convencionais
esta tensão é de 33V). A tensão de 20 VDC é usada
para os circuitos: inversor e amplificador de áudio.
Esta tensão de 20 V também é usada para
gerar 5 V (stand-by) através de um regulador step
down. A tensão de 12 V é usada para o painel LCD.
A tensão de 5 V é convertida para 3,3 V e 1,8
Fig. 6.8
V através de outros reguladores os quais polarizam
os diversos Cls. Como VCTP Scaler, FLI2300 e
AD9883.
A tensão de 5 V que é usada para a tensão standby é realizada pelo
conversor Chopper DC/DC - MP1593.
Esta TV é de pequeno porte, tem 23 polegadas; portanto a sua fonte
de alimentação não requer alta potência. Por este motivo a fonte deste modelo
pode ser externa. A fonte externa utilizada tem as seguintes caracteristicas:
Tensão de entrada 110/220V (dual), tensão de saida 20 VDC com 3 A.
A figura 6.8 apresenta esta fonte já desmontada para a verificação
dos componentes. Observamos que o fabricante aplica uma resina branca
sobre os componentes para dificutar a cópia industrial do projeto, tornando
ilegível o código dos componentes. Entretanto, quando esta fonte não for
possivel e / ou viável a sua reparação, o técnico poderá tranquilamente adquirir
no mercado uma outra fonte com as mesmas caracteristicas da original,
que o televisor funcionará perfeitamente. Veja a fonte por dentro fisicamente
na foto.
O seu diagrama pode ser observado logo a seguir na figura 6.9.
Este modelo de fonte já possui a tecnologia PFC conforme explicamos
anteriormente, minimizando os efeitos dos harmônicos e regulando melhor
a saida de voltagem DC, com mínimo de ripple.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 65

Convém ressaltar que este diagrama é apenas um exemplo pois em


uma outra linha de televisores LED de mesmo porte (polegadas) poderemos
encontrar um outro tipo de fonte, até sem o sistema PFC com outros Chips;
entretanto fazendo a mesma função, só que com menos eficiência.
Este modelo de fonte já possui a tecnologia PFC conforme explicamos
anteriormente, minimizando os efeitos dos harmônicos e regulando melhor
a saida de voltagem DC, com mínimo de ripple.

Fig. 6.9
66 Manutenção de Televisão LED e 3D

6.6 – Fontes de Alimentação Diversas

Na sequência apresentamos algumas fontes de alimentação que


podemos encontrar em alguns aparelhos de televisão LCD/LED de acordo
com as diferentes marcas e modelos no mercado.As figuras 6.10, 6.11, e
6.12 são partes de uma fonte única de alimentação de um televisor LCD/
LED.

Fig. 6.10

Parte 1 da fonte Chaveada ON-SEMI (Circuito Chopper principal)


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 67

Fig. 6.11

Parte 2 da fonte Chaveada ON-SEMI (Circuito de entrada retificador e PWM)


68 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 6.12
Parte 3 da fonte Chaveada ON-SEMI- (Circuito DC stand-by e processador)

Descrição parcial dos circuitos da Fonte Chaveada ON-SEMI- parte 1.


O circuito da figura 6.10 corresponde a parte do circuito da fonte
Secundária Chopper principal. O circuito integrado IC200 é o regulador e
oscilador PWM.
O Mosfet Q203 é o chaveador; o Transformador T200 é o trafo Chopper.
Descrição parcial dos circuitos da Fonte Chaveada ON-SEMI- parte 2.
O circuito da figura 6.11 corresponde a parte do circuito da fonte
Primária.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 69

O bloco BD1 é a ponte retificadora; O circuito integrado IC200 é o


regulador e oscilador PWM da fonte PFC; os Mosfet’s Q1 e Q2 são os
chaveadores do PFC.
Descrição parcial dos circuitos da Fonte Chaveada ON-SEMI- parte 3.
O circuito da figura 6.12 corresponde a parte do circuito da fonte
Stand-by e controle do sinal Power ON.

6.7 – Fontes de Alimentação Secundárias

Como vimos anteriormente,a placa mãe do televisor LCD/LED em


estudo (LG M2380A) necessita processar todas as funções em alta velocidade
com uma perfeita harmonia entre os seus circuitos de processamento. A
reprodução do áudio em estéreo ou 5.1, renderização do vídeo interativo nos
jogos e processamento de imagem em sinais digitais, também precisam de
diferentes fontes de alimentação em vários pontos da placa Mãe com tensões
distintas para alimentar tudo isto a partir de 20 VDC da fonte chaveada
principal, que é uma fonte externa ao gabinete. Para atender a necessidade
de diversas trilhas e pontos de almentação com tensões diferenciadas,
existem vários circuitos (mini fontes reguladores) apartir da tensão de 20V
que converte esta tensão para 33 V; 12 V para –5 V; 12 V para +5 V; 12 V
para –12 V; 12 V para 3,3 V, e para 1,8V. Um exemplo didático podemos ver
no circuito da figura 6.14. Vários circuitos como este estão montados na PCI
principal da TV, gerando diversas tensões, com pequenas
modificações,alterando apenas os valores de três componentes: D1, RA e
RB.
O funcionamento básico de um circuito similar descrevemos a seguir.
Veja na figura 6.14. A entrada do circuito é no pino +VCC do CI e as
saídas são diversas no lide do capacitor C0.Neste caso a tensão Vin é de 12
VDC que polariza e alimenta o CI que poderá gerar as tensões de 5V, 3,3V,e
8VDC , dependendo dos valores de D1, RA e RB. Internamente (dentro do CI
) existe um oscilador PWM que gera uma frequência de 40 KHz a 100 kHz,
gerando pulsos de corrente na saída pino 2 junto com o indutor L e
referenciado pelo diodo D1. Esta tensão é filtrada e logo após, é controlada
pelos resistores designados por RA e RB. Por outro lado a corrente é
controlada pelo resistor (fusistor) RS (0,25 R) que está ligado entre os pinos
6 e 7; A corrente de saida poderá chegar até 1 (um) ampére. Por isso, o
indutor L1 é do tipo especial para permitir uma alta indutância com fio que
suporte tal corrente. O núcleo é de ferrite de alta permeabilidade e tamanho
reduzido, enquanto que os capacitores eletrolíticos não podem ser de valor
alto, pois seriam como um curto-circuito inicial, quando na sua partida (start).
70 Manutenção de Televisão LED e 3D

A posição (sentido) do diodo D1 e o indutor L1 vai determinar se a


tensão na saída será positiva ou negativa. A placa mãe possue 4 (quatro)
fontes desse tipo as quais veremos a seguir e os pontos de tensões a serem
medidos e também a suas polaridades; se negativo ou positivo.
A PCI principal possui também 3 (três) tipos de fontes convencionais
com 2 (dois) reguladores de 5 V e 1 (um) de 12 V dos tipos 7805 e 7812 em
pontos distantes na placa para distribuir a corrente com trilhas finas, pois
apesar da placa ser Mult--Layers, o cuidado com espaço e perda de corrente
é significativo.
Observando a Fig. 6.13, temos uma fonte do tipo step-down converter,
exatamente idêntica a que temos na placa mãe do TV; este utiliza o CI
MC34063A ou equivalente.
Às vezes o defeito do TV se processa apenas em uma falta de tensão
desta fonte; como causas podem ser simples como o diodo D1; o indutor L
aberto e outros.
O diagrama da fig. 6.13 em questão é o básico, pois os circuitos são
semelhantes, o que realmente muda são alguns valores como os resistores
RA e RB dependendo do projeto da TV LCD/LED.

Fig. 6.13 - Fonte step-down

Além da placa principal ter fontes do tipo Step down como vimos
anteriormente, elas possuem também as fontes step up, (booster) que
alimentam os conjuntos de LEDs no seu painel Back-light. Na atualidade
são empregados Choppers com alta tecnologia, utilizando circuitos integrados
dedicados; por exemplo os CI´s da National -LM 2524D, e LM 3534D e outros.
Veja um exemplo deste tipo de fonte no capítulo 9 que trata dos circuito
Back-light.
Neste caso os Chopper’s do tipo BUCK step – up, também chamados
de Booster,a tensão de entrada (Vi) é menor que a tensão de saida (Vo).
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 71

Nesta mesma placa Principal poderemos identificar alguns reguladores


convencionais já conhecidos pelos nossos leitores e outros ainda
desconhecidos. Estes reguladores podem ser discriminados de acordo com
a sua complexidade. Os simples não são controlados por pulso nenhum.
Os complexos são controlados por pulsos externos; senão vejamos:

Fontes secundárias com regulação não controlada.


Dentro da placa mãe também iremos encontrar as fontes secundárias
reguladas, com regulação simples não controladas ( baixa tensão e baixa
corrente, como o CI 7909 ) entretanto, com valor de saida de tensão fixo. Ver
figura 6.14
Funcionamento Básico
Este circuito, quando receber a tensão de entrada 12V, vai gerar a tensão de
saida automaticamente de 8V, ( poderá ser outras tensões ) sem interferência
externa. A regulação é imediata e rápida em tempo real .Veja a figura 6.14.
Fontes secundárias com regulação controlada.
Um outro exemplo apresentamos na figura 6.15.Neste caso a fonte regulada
secundária, também possui a tensão fixa na saida; entretanto, esta é uma
fonte chaveada controlada por um sinal que habilita a porta de saida da
fonte.
Funcionamento Básico
A voltagem de saída somente vai aparecer quando for acionado por um pulso
vindo do circuito PWM ou às vezes vindo do Micon do pino P.Con (Power
control); depende da configuração e projeto da TV, habilitando o chaveamento
do CI. O tempo de acionamento depende da constante de tempo do circuito.
Neste exemplo a tensão de entrada é 5V e a saida é 3,3V com o tempo
de acionamento diferente de Zero. ( poderá ser outras tensões ). Veja a figura
6.15.

Fig. 6.14 Fig. 6.15


72 Manutenção de Televisão LED e 3D

7 O SOFTWARE DOS
TELEVISORES LED

7.1 - Falhas no Software

Muitas vezes o cliente reclama ao técnico, que o televisor está


tremendo, não sintoniza certos canais,está fora de sincronismo, resolução
baixa, tamanho da tela 4:3 não muda para 16:9, resolução instável, controles
de áudio ou brilho não funcionam, cores na tela tendendo para o vermelho,
etc.
Muitos destes problemas técnicos não são resolvidos através do
hardware; e sim por software.
O responsável por estes problemas são diversos, Entre eles podemos
citar primeiramente o Software; entretanto, as peças fundamentais neste
caso são as memórias instaladas na PCI do televisor, pois elas é que
armazenam as programações em diversas linguagens, como Pascal.
Assembler, basic, Java e outras, que dependem do projeto da TV.
Eis que aparecem os bugs (falhas de processamento), que entram
em conflito com o Micon e a Memória do televisor LCD/ LED.
Antes de verificarmos os problemas reais vamos esclarecer alguns
parâmetros importantes.

Problemas na Resolução do Televisor LED: A resolução dos Televisores


LED não é escalável, quando se aumenta ou diminui. A resolução, afeta
diretamente a qualidade da imagem, pois ela possui um número fixo de pixels
que definem a resolução nativa.
Então, veremos as imagens de tela inteira melhores quando o televisor
estiver ajustado para esta resolução.
A maioria dos LCDs/LED de até 20 polegadas tem resolução nativa
de 1.024 por 768 pontos, enquanto a dos LCD/LED”s acima de 23" em geral
é de 1.280 por 1.024 pontos.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 73

Qualquer configuração inferior a resolução nativa resulta em


letterboxing, que preserva a qualidade da imagem, encolhendo-a para um
tamanho compatível, ou interpolação, que mantém uma imagem em tela
inteira. Entretanto quando é ajustada para os pontos ausentes, costuma
sacrificar sua qualidade. A exceção é quando a resolução mais baixa é metade
da resolução nativa, como 800 por 600 pontos para uma resolução nativa de
1.600 por 1.200.
Neste caso, a imagem resultante não tem letterboxing nem
interpolação.
Sabemos que alguns televisores LCDs/LED possuem algoritmos
escaláveis que suavizam imagens exibidas em resoluções não nativas. Então,
quando a TV LED estiver na função de monitor o técnico sempre deve ajustar
o monitor para resolução nativa. Para tanto, clique na guia configurações da
caixa de diálogo propriedades de vídeo e ajuste o controle deslizante sob
resolução de tela. Presumindo-se que o Windows tenha detectado um monitor
adequadamente, a resolução mais alta disponível será ativada.
Problemas na Cor do Monitor LCD: É de praxe que quanto mais cores
o monitor exibe, mais realistas são as imagens. A maioria dos computadores
são capazes de suportar a configuração mais alta, em geral 32 bits. Mas, se
a performance gráfica for lenta (principalmente se seu PC usa RAM de sistema
para tarefas gráficas e de computação padrão, como fazem muitas máquinas
de baixo custo) reduza a configuração de cor para obter maior velocidade.
Problemas de Cintilação no Monitor LCD/LED: Antigamente, quando
o seu PC estava conectado a um Monitor do tipo TRC, o maior problema
visual era o flicker. O problema era a taxa de atualização do feixe eletrônico.
Atualmente, nos televisores LCD/LED na função Monitor, a tremulação da
tela não é problema porque não há renovação da tela inteira, só dos pixels
que mudam. Uma taxa de renovação de 40 a 72 Hz deve ser a ideal para um
LCD/LED, a menos que o fabricante diga o contrário.
O que talvez seja problemático para alguns usuários de LCD,
especialmente os apreciadores de games, é o tempo de resposta de ponto,
que é o tempo que um único ponto leva para mudar de preto para branco e,
depois, de volta para preto. LCDs mais antigos têm tempos de resposta
mais lentos do que 10 milisegundos, causando o efeito “fantasma”em
imagens que se movimentam rapidamente.
A maior parte dos LCDs/LED vendidos atualmente possuem a taxa de
atualização refresh rate1 de 2 ms.

1 Reflesh Rate: É a taxa de atualização do TV/ monitor, (LCD/LED) a quantidade


de quadros por segundo que são exibidos. É aconselhável deixar acima de
60 Hz
.
74 Manutenção de Televisão LED e 3D

7.2 - Memórias Utilizadas na Televisão


O usuário ao manusear o painel da TV ou o controle remoto, pressiona
algumas teclas, as quais irão liberar dados armazenados na memória flash
do Micom. Neste momento o Software residente nas memórias NVM, DDR,
EEPROM e FLASH vai atuar para atender os comandos realizados pelo
usuário.
No caso de dados temporários o Micon utiliza um banco de memórias
RAM, que são voláteis.
Vamos então entender as memórias de uma forma singular.
Se você abrir qualquer diagrama de um circuito de um televisor LCD/
LED vai se assustar com a quantidade de tipos diferenciados de memórias,
cada qual com a sua função específica. Hoje o televisor que se apresenta no
mercado possui diversas memórias na sua arquitetura; como:
Memórias RAM, ROM, SDRAM, Flash ,NVM,DDR,Serial Flash, Nand
Flash e memória EEPROM. Algumas dentro do micro e outras fora dele.
O conceito de memória é único e é extensivo e válido para qualquer
marca e modelo; por esse motivo é necessário conhecer o básico sobre
elas.

Memória RAM: Permite leitura e escrita, porém os seus dados são perdidos
E 2 PRO
sempre que o power for desligado;
Memória ROM: Permite apenas leitura, porém não perde os dados quando
o circuito power for desligado;
Memória SDRAM: É uma memória RAM estática, mais rápida que a
dinâmica;
Memória flash ROM: É uma memória de leitura e escrita muito veloz a qual
permite a sua programação via software apenas uma vez;
Memória EEPROM: Também chamada de é uma memória que
pode ser apagada e escrita eletricamente. Esta memória é a responsável de
armazenar os dados do último canal sintonizado e os ajustes técnicos do
receptor (16Kbit).
Memória NVM:- É uma memória não volátil e também flash (1Mbit).
Memória :DDR – Utilizada também em PC, possui alta taxa de dados e alta
velocidade.(1Gbit).
Memória Serial Flash – Esta memória armazena dados por um longo
período de tempo sem alimentação (1Gbit)
Memória Nand Flash: - Armazena dados semelhante ao serial flash, com
porta lógica Nand (4Gbit).
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 75

Fig. 7.1

7.3 – Clock e Via Bus I2C


O clock é um dos sinais senoidais ou quadrados mais importantes
(alta frequência) que é gerada por um cristal.Convém verificar a inscrição da
freqüência gravada no corpo físico do componente cristal, visto que uma
pequena variação de freqüência do clock, o Micon deixa de funcionar.
Este pulso deverá estar sempre presente no barramento de controle
de uma CPU, Micon, etc.
É gerado neste circuito uma onda quadrada que tem como função
sincronizar a transferência de dados entre a entrada e a saída do Micon.
Quanto maior for a sua freqüência, maior será a taxa de transferência
de dados do sistema. Seja ele vídeo ou áudio.Todos os processadores
possuem obrigatoriamente um circuito de Clock com um cristal externo ou
interno.
Diversas tecnologias vêm surgindo dentro da microeletrônica. Mas esta,
em especial, tem-se sobressaído e está presente nos novos aparelhos de
televisão. A tecnologia I2C surgiu basicamente com o propósito de reduzir o
espaço necessário para a elaboração de placas de circuito impresso onde
são utilizados sistemas digitais como microprocessadores ou
76 Manutenção de Televisão LED e 3D

microcontroladores. Apresentamos neste capítulo o que esta tecnologia


representa e como ela funciona a nível de hardware, com aplicações em
televisão.
Sistema Via Bus (Barramento): Como sabemos, para que uma CPU
ou um microcontrolador possa se comunicar com seus periféricos de um
sistema de dados, são necessárias ligações especiais chamadas de vias
ou barramentos, as quais são divididos em 3 grupos:

a) Via de dados;
b) Via de endereços;
c) Via de controle.

O Sistema I2C é um sistema inter-vias que necessita apenas de 2


fios ou 2 pinos para efetuar todas as comunicações, e é independente do
número de bits ou da palavra (tanto faz ser de 4 ou 16 bits que continuará
tendo apenas 2 fios).
A Fig. 7.2 ilustra dois exemplos de aplicações com o sistema I2C. Os
sinais podem ser:

a) SDA: Serial Data Line


b) SCL: Serial Clock Line

Através destes dois sinais ou vias, todos os bits de dados, de endereços


e de controle caminharão de forma serial chegando em todos os demais
pontos.

Fig. 7.2 - Sistema I2C


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 77

Na realidade, a tecnologia I2C foi desenvolvida pela Philips, para o tipo


de rede multicanal a 2 (dois) fios, duas vias, contendo dois sinais
multiplexados, que determina a comunicação bidirecional. Dois sinais são
transferidos no tempo, ida e volta, que são: Sinal SDA (dados seriais) e sinal
SCL (clock seriais).

Sinal SDA: É o sinal de dados, gravados na fábrica o qual caracteriza o


“gen” do televisor.

Sinal SCL: É o sinal de clock, que executa o sincronismo entre a CPU e os


periféricos; é um cadenciador, uma onda quadrada de freqüência fixa gerada
no Micon.
Para que haja compatibilidade na comunicação, tem que haver o tipo
de linguagem de máquina, que chamamos de programação que é gerenciado
por um sistema, que denominamos de sistema DDC (Display Data Channel),
são os canais de dados.
Para que haja inteligibilidade na comunicação, tem que ser especificado
um protocolo de comunicação, que se chama, protocolo EDID.
O avanço tecnológico é tão rápido, que por poucos anos de
lançamento, surgiram monitores e televisores com as seguintes tecnologias
de protocolos:

DDC1: Link de dados simples, com o formato serial unidirecional.

DDC2B: Barramento escravo I2C, possui neste caso o caminho entre o


monitor e o micro, bidirecional.

DDC2AB: Barramento principal e escravo, possui também um link periférico,


possui 128 bytes.

7.4 – Ligação do I2C

O sistema inter-vias I2C é construído com tecnologia MOS e todos os


CI’s que adotam esta tecnologia possuem a mesma estrutura.
A transferência dos bits é sempre de forma serial simultânea em duas
vias. Como as informações são processadas de forma serial, o clock será
fundamental, e todos os dispositivos que estiverem interligados a ele deverão
trabalhar exatamente com a mesma freqüência de clock. Como exemplo
podemos ver a figura 7.3 o Micon interligado com a E2Prom, o tuner e o DSP.
78 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig 7.3 – Sistema I2C ligado ao Tuner, Micom, DSP e EEprom

7.5- Menu de Serviço

Conforme vimos anteriormente os televisores tem todo o


gerenciamento das suas funções baseado em um microcontrolador, suas
memórias SDRAM, EEPROM e outras..
Além disso a adoção definitiva dos projetos de TVs pelo barramento
I2C (SDA, SCL) trouxe uma nova concepção de ajustes automáticos através
do software e chips inteligentes.
Todo técnico de manutenção deverá ter em mãos o MENU DE
SERVIÇO do aparelho que está sob reparos, pois sem ele não poderá corrigir
problemas inerentes ao software, como por exemplo a perda de dados
gravados na memória ou ocasionados pela troca de um processador ou uma
EEPROM.
Esta Tecnologia terminou definitivamente com o trimpot. Não existe
mais ajustes manuais nos aparelhos de televisão.
Para acessar ou entrar no modo de serviço você precisa de uma
senha e na maioria das vezes do controle remoto para acessar o modo de
serviço.
A seguir apresentamos como exemplo o controle remoto e o menu
de serviço de uma televisor LCD/LED da marca Sony para que o leitor observe
a sequência correta dos seus ajustes.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 79

VISUALIZANDO OS DADOS AJUSTADOS


Não existem ajustes necessários para este modelo. Todos os dados já foram ajusta-
dos para oferecer a melhor imagem aos nossos consumidores.
As seções a seguir servem somente para informação.

ACESSANDO O MODO DE SERVIÇO


1. A TV deve estar em modo STANDBY (desligada).
2. Pressione as teclas abaixo em sequência, com o intervalo de aproximadamente 1
segundo entre uma e outra:

Fig 7.5
80 Manutenção de Televisão LED e 3D

Na figura 7.5 podemos visualizar duas telas que mostram exemplos de ajustes
realizados através do controle remoto da TV LED Sony .
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 81

Estes ajustes se fazem necessários quando é substituida por exemplo


a placa mãe do televisor. É o ajuste de atualização de software que registra
dados como o número do componente (PCI) que está sendo substituido .

7.6- Códigos de Erro

Existem vários procedimentos para se diagnosticar defeitos em TV’s


de diversas marcas.Como exemplo podemos citar :

y Piscadas do led do painel (stand-by);


y Código numérico explícito na tela do TV, quando o TV é colocado no estado
SDM ou estado SAM.

SDM: Quer dizer Service Default Menu, que nada mais é do que o menu de
serviço, o qual contém todos os dados técnicos sobre o TV, bem como os
bits de opção e também o seu código de erro.

SAM: Significa Service Menu Alignment, que é o menu que permite executar
os ajustes através do controle remoto, substituindo definitivamente os antigos
trimpots.
Função de auto-diagnostico

Normalmente todos os TVs da atualidade possuem a função auto-


diagnostico, que tem o objetivo de auxiliar ao técnico a manutenção.
Se ocorrer um erro, o LED de STANDBY começará a piscar
automaticamente. O numero de vezes que o LED pisca gera um código que
normalmente é o espelho da causa do problema. Observando as tabelas 7.1
e 7.2 verificamos a frequência das piscadas do Led e por conseguinte
podemos definir com precisão a placa (PCI) provavelmente defeituosa.
A figura 7.6 mostra um televisor com o painel de LED’s em destaque para
que o técnico verifique o número de piscadas do LED Stand- By.
Dependendo da cor do Led aceso ou piscando e a quantidade de piscadas
o técnico consulta as duas tabelas e terá imediatamente a informação de
qual é a PCI provavelmente com defeito.
82 Manutenção de Televisão LED e 3D

Tabela 7.1

Tabela 7.2
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 83

MANUTENÇÃO DA
8 PLACA PRINCIPAL DOS
TELEVISORES

8.1 - Conserto da Placa Mãe

Quando a proposta é fazer manutenção de uma placa mãe de um TV


LCD, ou LCD/LED há necessidade premente que o técnico reparador tenha
na mente tudo que é possível na área de eletrônica moderna, apesar das
dificuldades que o próprio irá encontrar, tendo em vista a presença de
componentes SMD.
Hoje em dia as placas mãe dos televisores possuem as mesmas
características de uma placa de um micro computador; portanto, muito
complexa.
A própria manutenção da placa de um simples radinho de pilhas,
microsystem, ou de um DVD Players também não é muito fácil.
Quanto menor for a PCI pior será o acesso e consequentemente mais
difícil a manutenção.
Quando o técnico tem nas mãos uma placa de TV com defeito, a qual
necessita de reparo de laboratório, o que deve ser feito? Esta é a pergunta
que fazemos.
Quando o técnico não possui nenhum esquema ou informação técnica
sobre o produto. O que deve fazer? O ideal seria que o técnico possuísse
em mãos os diagramas esquemáticos. Caso possua os esquemas, siga o
roteiro dos circuitos apresentados nos schematics. Quando não há o
diagrama, o técnico então tenta identificar na PCI os Circuitos integrados
fixados nela e verificar as inscrições gravadas (códigos). A partir daí, faça
uma consulta na WEB nos sites que oferecem o Datasheet em PDF dos
CI’s, que apresentará pelo menos a pinagem, a funçaõ do componentes e
as tensões normais de funcionamento. Um dos sites mais procurados é:
84 Manutenção de Televisão LED e 3D

www.alldatasheet.com. Este procedimento é o mais correto e a melhor técnica


eletrônica que existe. Sabemos que uma placa se conserta através do seu
diagrama e não fazendo trocas de placas.
Vamos aos testes iniciais que se destinam a verificar principalmente o
tipo de defeito na placa e, se possível repará-la. Dependendo do defeito torna-
se impossível o conserto, principalmente se encontrarmos os chipsets com
problemas.

Procedimentos: Antes de qualquer teste, é necessário observar dois


detalhes:

• Observar algum sinal anormal, que pode ser um sinal sonoro, beep ou
uma mensagem na tela LCD.
• Observar visualmente qual a placa física corresponde a placa mãe (placa
principal ou Main Board). Veja a figura 8.1 as placas de um TV LED.

Faça uma observação apurada na placa, para encontrar algum defeito


físico, como trilha aberta ou algum componente partido ou queimado.
Normalmente as PCIs utilizadas na placa mãe são do tipo de 4
camadas, fibra de vidro, por conseguinte os seus componentes são do tipo
SMD.
Consideramos que o caro leitor já tenha experiência com trabalhos
em eletrônica básica. Neste caso, não apresentaremos os componentes
convencionais de uma placa de circuito impresso.
A maior dificuldade que vemos é na realidade a desmontagem de
toda a blindagem e conectores para chegar até a placa mãe.
As empresas autorizadas das marcas dos TV’s, possuem uma Giga
de teste para fazer os testes necessários à manutenção. Entretanto, nós
técnicos que não estamos ligados à representação das marcas , sofremos
uma grande dificuldade, pois não possuímos manuais de serviço, peças de
reposição e nem tampouco o Giga teste.
A solução é enfrentarmos o problema de frente aproveitando-se de
nossa capacidade de assimilação de novas tecnologias, e com a prática
assegurada de alguns anos de batalha na área de manutenção. Aí entra a
experiência, criatividade, parcimônia e lógica para estrategicamente criarmos
um método que consigamos fazer a manutenção dessas placas que para
muitos é impossível, entretanto, para nós tudo é possível até um certo limite.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 85

Fig. 8.1

8.2 – Identificando componentes na placa mãe

Com o objetivo de tornar o nosso livro mais prático com uma leitura
agradável e fácil, apresentamos logo a seguir uma tabela com a função dos
principais componentes de um televisor LCD da marca LG, identificando-os
na PCI.
Identificação dos componentes na placa mãe

Para que o técnico não tenha dificuldades em identificar cada


componente e sua função no diagrama, a seguir apresentamos cada um
dos seus elementos correspondentes ao chassi LP61C da TV LCD LG
modelos 26LC2R e 32LC2R.
86 Manutenção de Televisão LED e 3D

Na Fig. 8.2 vemos a fotografia da placa mãe do TV LCD LG modelo


26LC2R, com a identificação dos componentes principais.

Fig.8.2
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 87

Observando a fotografia panorâmica da figura 8.2 vemos todos os


componentes dispostos no layout da placa principal.
O chip maior com o dissipador em branco é chip Scaler que está no
centro da placa.
O bloco metálico à direta da foto é o Seletronic (Analógico). Este modelo
não possui o Seletronic Duplo com saída para TV digital.
Logo abaixo estão localizados os conectores de entrada e saída do Televisor
LG.
ATENÇÂO

Todas as medidas na placa mãe deverão ser realizadas com o


voltímetro ou osciloscópio aterrado na parte metálica do Seletronic ou a um
ponto comum.

8.3 - Identificação dos Componentes no diagrama

A identificação dos componentes através do diagrama de blocos é


fundamental para que o técnico se enquadre diretamente com o circuito em
si nas mãos e o seu equivalente (diagrama lógico).
A placa mãe que corresponde a PCI motherboard dos televisores é
formada por quatro camadas, então ditas multi-layer. Existem duas externas
onde são distribuídos os componentes SMD e processados os sinais de
áudio e vídeo. Através da figura 8.3 podemos ver o diagrama de blocos de
um televisor LED da marca LG.
A identificação da placa e seus componentes faz com que o técnico
localize os módulos, CI’s, transistores, cabos flats, e etc, facilitando dessa
forma a manutenção preventiva e corretiva dos modernos televisores LED’s.
Vamos entender os seus estágios passo a passo.
O chip de maior tamanho é o DSP;cada fabricante denomina este
Chip com o seu apelido; neste caso a LG batizou de LAKE SVP. Este é o
Scaler que distribui os sinais de vídeo digitais na forma de sinais LVDS.As
memórias DDR à direita auxiliam no armazenamento dos bits de vídeo.
A parte correspondente ao SVP alimenta o Dimming LED, que controla
a luminosidade em torno do painel LCD.
Abaixo deste mesmo chip DSP aparece o CI MSP4450. Este é o
processador digital de áudio. Os alto-falantes estão conectados diretamente
ao amplificador de áudio (chip NTP3006).
O chaveador de áudio é formado pelo chip 74HC4052.
O chaveador das entradas HDMI é o chip SIL9185 com o MUX SIL9115.
88 Manutenção de Televisão LED e 3D

Acima deste diagrama logo a esquerda podemos ver o sintonizador


duplo analógico e digital interligado ao DSP. Este é o Seletronic, em que
algumas literaturas chama-o de Varicap (diodo capacitivo).
À Direita do diagrama vemos o famoso Micro também chamado de
Micon WI61P6S que controla os comandos do teclado frontal o controle
remoto da televisão e outros circuitos.
Na parte superior esquerda do diagrama podemos visualizar dois
blocos que estão fora da placa principal e que correspondem
respectivamente:

1- Fonte chaveada principal da TV, com entradas de 110V a 220V


automática.Saida de 90VDC.
2- Conversor DC /DC, Chopper, com entrada de 90VDC e saídas
de 160VDC e 5VDC respectivamente.

Apartir desta tensões primárias conectadas à placa principal temos


várias fontes secundárias localizadas na placa mãe com reguladores de
tensões step-up e step-down para alimentar o restante dos circuito.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 89

Fig. 8.3 - Diagrama de blocos de um televisor LED


90 Manutenção de Televisão LED e 3D

8.3 - Identificação dos Componentes Convencionais

A placa mãe dos televisores LED é formada por diversos tipos de


componentes eletrônicos: componentes passivos (capacitores e resistores)
e componentes ativos (transistores e circuitos integrados), na placa de circuito
impresso (PCI).
Se um transistor é ligado com os terminais invertidos em um circuito
eletrônico, ele poderá ser danificado. Por isso é de grande importância que
seus terminais sejam identificados antes da sua instalação, no caso de
substituição.
Com a aceleração da tecnologia digital e com a produção em alta
escala de componentes cada vez mais miniaturalizados e semelhantes,
torna-se obrigatório que o técnico reparador reconheça fisicamente o novo
componente e o identifique na placa de circuito impresso.
Ao abrirmos o televisor para repará-lo nos deparamos com
componentes muitas vezes nunca vistos fisicamente e não sabemos sequer
a sua função principal naquele circuito. Para evitar que passemos por este
desconforto, listamos abaixo os componentes principais encontrados nestes
equipamentos; com os seus aspectos físicos, simbologias utilizadas e funções
básicas.

Placa de Circuito Impresso: As placas de circuitos impressos (PCI) podem


ser de fenolite, fibra, FR2 (composto prensado) e membrana.

Com relação as trilhas podem ter as camadas (layer) simples ou


múltiplas (empilhamento de camadas).

8.4 - Identificação dos Componentes SMD

A miniaturização dos equipamentos eletrônicos, aliada ao contínuo


aprimoramento da qualidade e à redução de custos, impele os produtores de
componentes eletrônicos a desenvolver SMDs com dimensões cada vez
menores. Ao mesmo tempo, as faixa de valores de capacitores SMD devem
ser constantemente ampliadas, obrigando os fabricantes a aperfeiçoarem
incessantemente seus materiais e processos produtivos.
O crescente aumento do emprego de componentes SMD deve-se às
suas vantagens em relação aos componentes convencionais com terminais,
como redução do tamanho final do equipamento, maior velocidade, menor
custo de montagem e melhor desempenho em altas freqüências.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 91

Todos os tipos modernos atualmente utilizam a tecnologia de SMD


na placa de circuito impresso (PCI).
Todos os televisores usam esta tecnologia, com os resistores,
capacitores, transistores, diodos e circuitos integrados com o formato SMD,
que quer dizer componentes montados em superfície (Surface Mounted
Devices).

Tipos de Componentes SMD: A maioria dos componentes SMD é feita de


silício (transistores, diodos, CIs) e soldada no lado das trilhas, ocupando
muito menos espaço numa placa de circuito impresso. Veja abaixo o exemplo
de alguns tipos de componentes SMD:

Resistor
47.000 Ω ou 47 K
Transistor
BC807Equivalente
SMD do BC327
Fig. 8.4
Fig. 8.5

Fig. 8.6

Diodos, Resistores, Capacitores e Jumpers SMD: Os resistores têm 1/3


do tamanho dos resistores convencionais. Têm o valor marcado no corpo
através de 3 números, sendo o 3o algarismo o número de zeros. Ex: 102
significa 1.000 Ω = 1 K. Os jumpers (fios) vem com a indicação 000 no corpo
e os capacitores não vem com valores indicados. Só podemos saber através
de um capacímetro.

Eletrolíticos e Bobinas SMD: As bobinas tem um encapsulamento de epóxi


semelhante a dos transistores e diodos. Existem dois tipos de eletrolíticos:
Aqueles que têm o corpo metálico (semelhante aos comuns) e os com o
92 Manutenção de Televisão LED e 3D

corpo em epóxi, parecido com os diodos. Alguns têm as características


indicadas por uma letra (tensão de trabalho) e um número (valor em
pF). Ex: A225 = 2.200.000 pF = 2,2 μF x 10 V (letra “A”).

Semicondutores SMD: Os semicondutores compreendem os transistores,


diodos e CIs colocados e soldados ao lado das trilhas, Os transistores podem
vir com 3 ou 4 terminais, porém a posição destes terminais varia de acordo
com o código. Tal código vem marcado no corpo por uma letra, número ou
seqüência deles, porém que não corresponde à indicação do mesmo. Por
ex. o transistor BC808 vem com indicação 5BS no corpo. Nos diodos a cor
do catodo indica o seu código, sendo que alguns deles têm o encapsulamento
de 3 terminais igual a um transistor. Os Cls têm 2 ou 4 fileiras de terminais.
Quando tem 2 fileiras, a contagem começa pelo pino marcado por uma pinta
ou à direita de uma “meia lua”. Quando têm 4 fileiras, o 1o pino fica abaixo à
esquerda do código. Os demais pinos são contados em sentido anti-horário.
Veja na Fig. 8.7 alguns exemplos de semicondutores SMD:

Fig. 8.7
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 93

A seguir apresentaremos alguns componentes que estão espalhados


na PCI e que deixam dúvidas em muitos técnicos.

Componente Símbolo

FB447
Fig. 8.8 - Fusistor

Transistores Digitais: Nas placas motherboards (placa mãe) são usados


transistores modernos chamados de digitais.

Isto se deve àqueles dispositivos bipolares que possuem internamente


os resistores de polarização.
Este tipo de polarização interna faz com que o transistor se estabeleça
em dois estados: Estado “ON” (ligado) e “OFF” (desligado).
Na condição ON, o semicondutor está saturado. Na condição OFF, o
mesmo se encontra no corte. Veja a Fig. 8.9 o transistor digital e a sua
simbologia.

Fig. 8.9 - Diagrama interno do transistor digital


94 Manutenção de Televisão LED e 3D

Transistores Digitais Duplos: São transistores específicos que trabalham


em circuitos lógicos.

Fig. 8.10 - Transistor digital duplo

Redes passivas de Resistores

Fig. 8.11 - Array de Resistores Fig. 8.12 - Network de resistores

Fig. 8.13 - Array de Capacitores Fig. 8.14 - Network de capacitores e


resistores

Rede de Diodos: Estes componentes são às vezes chamados de ponte de


diodos. Podem ser diodos retificadores (germânio), diodos de sinal (silício)
ou zener.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 95

(A) (B) (C)

Fig. 8.15 - Rede com 4 zeners (A e B) e rede com 2 zeners (C)

Circuitos Integrados BGA: Os componentes do tipo BGA (Ball Grid Array),


são dispositivos com alta capacidade de integração (LSI) que hoje são
encontrados em todas as placas mãe (mother board) dos microcomputadores
desktop e também nos televisores de LCD e LED. Veja a fig. 8.16

Fig. 8.16
96 Manutenção de Televisão LED e 3D

UNIDADE

9 INVERSORA
BACKLIGHT
LCD E LED

9.1 - Módulo Inversor LCD

Este bloco é o responsável pela luminosidade da tela do televisor


LCD.
Normalmente, para aparelhos menores que 22’’ é utilizado um bloco
apenas, no máximo 4 lâmpadas frias fluorescentes do tipo CCFT.
Acima de 22’’ são utilizados 2 módulos semelhantes para fornecer
energia suficiente para 6 ou mais lâmpadas, ligadas em paralelo, duas a
duas, para melhorar a luminosidade da tela. Neste caso há necessidade de
gerar mais potência no módulo inversor. Tendo em vista esta demanda, a
maioria dos blocos inversores backlight, têm tensões que variam entre 780
Volts à 1000 VAC (RMS).
Neste caso, um módulo principal chamamos de Master, e o outro módulo
que é dependente do primeiro, chamamos de módulo Escravo; eles
complementam o estágio inversor. Esta unidade funciona com um sistema
de luz traseira, que traduzida para original inglês, backlight. Esta é composta
por 3 calhas contendo 2 lâmpadas frias fluorescentes cada uma, totalizando
6 tubos de xenon/néon.
A corrente máxima de cada lâmpada é de 10,5 mA e a tensão
aproximadamente de 780 VAC, VRMS, para o modelo 26LC2R da LG.
A sua vida útil é de aproximadamente 35.000 horas, trabalhando com
um inversor com a freqüência de 50 kHz aproximadamente.
Como o controle da lâmpada fluorescente é realizado através de um
inversor de freqüência, esta poderá oscilar até 80 kHz, variando assim a
luminosidade. Existe uma particularidade no que tange as ligações das
lâmpadas CCFT com o inversor. São conectadas 2 lâmpadas em paralelo
em três conjuntos.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 97

Normalmente o fio que liga ao pino 1 é o de cor rosa. É a fase da


tensão alternada, chamada de Hot (quente).
O fio que liga o outro lado da lâmpada é o de cor branca, chamada de
fio Cold (frio); este é o suposto fio neutro do CCFT. Não poderá haver troca
dessas ligações, quando em manutenção sob pena de danificar o inversor.
O esquema da Fig. 9.1, mostra como se mede a corrente da lâmpada
CCFT. Lembramos que o miliamperímetro “especial” de alta freqüência deverá
marcar aproximadamente 10,5 mA.

Fig. 9.1 - Medindo a corrente do inversor

Se a corrente da lâmpada for menor que 6 mA, esta deverá ser


substituída. Na Fig. 9.1 o símbolo (A) é o miliamperímetro especial para alta
freqüência.

OBS.: A alta freqüência utilizada na lâmpada CCFT, poderá produzir


interferência EMI.

Esta é a causa de algumas linhas horizontais eventuais na tela do


televisor. Se isto acontecer, deveremos reavaliar o filtro de harmônicos da
fonte que alimenta o inversor das lâmpadas CCFT. Veja a Fig. 9.2 que mostra
a disposição das calhas com os conectores das lâmpadas CCFT do display.

Fig. 9.2 - Disposição e identificação da unidade backlight


98 Manutenção de Televisão LED e 3D

9.2 - Circuito de Inversor Backlight LCD

A seguir apresentamos um diagrama simplificado de um inversor que


poderá ser encontrado em alguns modelos de TV’s LCD.
Todos os circuitos são derivados de um projeto padrão que já é um
conhecido nosso. Circuito push-pull, do tipo classe AB.
Relembrando os velhos circuitos de áudio, antigamente se utilizava
transformadores de saída de áudio. Cada enrolamento do primário deste
trafo, alimentava um coletor de um transistor PNP e o outro, NPN. Se dizia
na época, par complementar. Este procedimento oferecia ao áudio um ganho
de potência espetacular, consumo bem baixo e com pequena distorção.
Esta tecnologia se expandiu, aperfeiçoou e chegou até os circuitos backlight.
Por analogia, vejamos o circuito básico da Fig. 9.3, que mostra uma síntese
do que temos hoje em qualquer aparelho de TV LCD.

Fig.9.3 - Diagrama simplificado do inversor com MOSFET

Este circuito integrado CIV1 gera uma onda quadrada de alta freqüência,
aproximadamente 70kHz, que alimenta em contra fase de 180º os transistores
chaveadores de potência Q7 e Q8 alternadamente. Esta oscilação é induzida
no primário de T1 cujo enrolamento secundário está solidário eletro-
magneticamente, produzindo uma auto indução no mesmo. Como o
secundário do T1 possui 20 vezes mais espiras com relação ao primário,
surge uma alta tensão de aproximadamente 750 VAC à 1.000 VAC
(dependendo da marca e modelo da TV). Esta tensão é acoplada através de
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 99

um capacitor cerâmico de alta isolação (3 kV) até o conector da lâmpada


backlight.
Na figura 9.4 apresentamos um diagrama de blocos de uma fonte
principal com o inversor back–light LCD incorporado em uma placa única,
similar ao diagrama Samsung apresentado no capítulo que trata sobre fonte.
Este utiliza várias lãmpadas fluorescentes CCFL; é a base dos circuitos
comerciais atuais.

Fig 9.4 – Fonte com Inverter e estágio PFC para várias lâmpadas CCFL

Esta arquitetura, ou topologia de circuito é encontrada em algumas


marcas de televisores LCD acima de 32" podendo atender até modelos com
42". Pode-se encontrar circuito similar que utilize um transformador snubber
para alimentar uma lâmpada ou alimentar até duas.
O consumo típico deste circuito é de 400mW; é uma fonte dual 90VAC
até 265VAC. Observe que este modelo apresenta 6 mini-transformadores
com núcleo de ferrite que fazem parte dos Snubber’s das saídas de 700VAC,
que alimentam o conjunto de 6 lâmpadas fluorescentes CCFL.
100 Manutenção de Televisão LED e 3D

Descrição dos Chips apresentados nesta arquitetura

9.3 – DRIVER de controle dos Leds

Acredito que no transcorrer da leitura, o caro leitor vai se perguntar:


Como é realizada o controle de luminosidade de uma TV LCD
convencional e uma TV LCD com a tecnologia LED?
Conforme explicamos anteriormente, o controle de luminosidade dos
TV’s de LCD convencional é feito através de um dimmer eletrônico que
comanda os inversores de alta tensão (1000V); enquanto que os TV’s LED
são realizados através de drivers que controlados pelo microprocessador
polariza um chip que habilita-o a acender ou apagar alguns Leds do painel
exatamente os correspondentes à luz desejada. Este é o backlight de baixa
tensão. Este não possui o conversor de alta tensão como nos modelos LCD
convencionais. A mais alta tensão dos Leds é de no máximo 80Volts gerados
a partir de um ou mais conversores DC/DC.
Alguns modelos e marcas utilizam Leds de cor branca, outras marcas
usam cores variadas como o conjunto de Led’s branco, verde azul e vermelho.

DESCRIÇÃO DOS CIRCUITOS DA FIGURA 9.5

Como exemplo de explicação básica de um circuito Dimming


apresentamos o diagrama da figura 9.5 que possui um chip que na realidade
é um chopper (conversor DC/DC) que tem como entrada uma tensão de
20VDC, e através dele se obtem na saída uma tensão que vai desde 90 a
150VDC, que alimenta o conjunto de LED”s.
O chip utilizado é o NCP1294, este gera uma tensão AC PWM de alta
frequência (em torno de 60KHz) que é chaveado por um Mosfet de potência
que induz esta frequência no primário do tranformador Snubber. No secundário
do mesmo vai aparecer uma tensão mais alta necessária para acender os
LED”s em série. Uma amostragem da tensão de saída é trazida até o Chip
Dimmer control que controla a tensão dos LED”S com o pulso PWM aplicado
na sua porta, tudo isso registrado pelo Micon
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 101

20V 90V

Fig. 9.5

Dependendo da marca e modelo da tv, podemos encontrar os chips:


BD 1754HFN, BD 6066GU, BD6066EKN, e BD 6583MUV, que fazem
a função de conversores DC/DC e ao mesmo tempo controlam as saídas
dos Leds com as devidas polarizações e faz a habilitação de acender e apagá-
los adequadamente. Veja na figura 9.6 um outro chip controlador e conversor
DC/DC que alimenta os Leds do painel backlight de um televisor LCD LED.

DESCRIÇÃO DOS CIRCUITOS DA FIGURA 9.6

Na figura 9.6 podemos ver o formato físico de um bloco de Leds para


o painel backlight (existem vários blocos para iluminar toda a extensão da
tela) e também vemos o diagrama de blocos de um controle de luminosidade
backlight com o chip da série BD6066GU.Este CI possui internamente vários
estágios como: CPU, conversor DC/DC, proteções de sobre-corrente, sobre-
tensão proteção térmica e principalmente os drivers que são amplificadores
de corrente que irão alimentar os múltiplos Leds do painel backlight.
Veja neste mesmo circuito que cada conjunto de Led’s é controlado
pelo driver de corrente constante o qual aciona e habilita a tensão de 20Volts
DC através de um mosfet de potência. O diodo retificador polariza os anodos
de todos os diodos leds. Na parte inferior da página vemos o diagrama interno
do chip Driver BD 583MUV.
102 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 9.6
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 103

9.4 – Módulo Inversor Backlight LED

Vimos nos capítulos anteriores as diferenças fundamentais de um


televisor LCD para um televisor LED. O ponto principal que deve ser levado
em consideração é o circuito inversor Backlight. O primeiro utiliza lâmpadas
CCFL (fluorescentes) e o segundo utiliza BLOCOS DE LED’s.
Na sequência apresentamos a figura 9.7, que é a foto frontal de forma
transparente de uma TV LED. Observamos que este televisor possui a
instalação de 6 (seis) blocos de conjuntos de Led’s no perímetro de toda a
extensão das bordas da tela, portanto possui a tecnologia EDGE-LIT.

Fig.9.7

Fig. 9.8 - Diagrama de blocos da fonte acoplada ao Back-light LED

FUNCIONAMENTO BÁSICO DA FONTE LCD/LED

Observando a figura 9.8,podemos analisar o diagrama de blocos da


fonte de alimentação que alimenta o circuito back-light da TV Led.
Inicialmente a tensão AC 90V à 256V entra no retificador de onda
completa,que gera uma tensão DC com baixo ripple.Observe que logo a
104 Manutenção de Televisão LED e 3D

seguir o estágio que é alimentado é o PFC (corretor de fator de potência),


este corrige a defasagem entre a tensão e a corrente na saída da fonte,
otimizando e regulando melhor o circuito. Apartir deste segue até o estágio
chopper que tem a tecnologia LLC (circuito oscilador PWM, regulador
ressonante e driver com o chaveador do tipo Ponte de meia onda) que
completa o circuito chopper ressonante, de alta eficiência.
Para realizar o Feed back e controlar o oscilador PWM que está contido
no bloco LLC aparece uma parte do fotoacoplador (foto transistor), que recebe
as informações do módulo Driver dos LED’s o circuito integrado CAT4026
que por sua vez faz a função de Dimmer.Esta outra parte do fotoacoplador
corresponde a que tem internamente o Led.

FUNCIONAMENTO BÁSICO DO DRIVER LED

Observando a figura 9.9, podemos analisar o diagrama elétrico do Driver


LED que é também chamado de Inverter LED. Este fornece a corrente
necessária para os Led’s polarizando-os; ele é o próprio circuito back-light
da televisão LED. Este é um circuito muito utilizado nos aparelhos atuais.
Observe na parte superior esquerdo deste diagrama, que a tensão de
polarização dos Led’s está ligado diretamente neles e amostrado no minichip
de referência TL431 o qual polariza o chip CAT4026 (Driver dos Led’s). Este
vai oferecer ao circuito a função Dimmer (controle de luminosidade dos Led’s).
O chaveamento dos Leds é realizado pelo transistor MJD340, que
dependendo do tamanho da tela do TV (polegadas), teremos vários canais
simétricos, ou seja N circuitos iguais. No diagrama em estudo vemos apenas
um canal, entretanto podemos ter até 6 canais idênticos ao primeiro.
Observe na parte inferior esquerdo deste diagrama, que existe um
sensor de luz ambiente. Dependendo da luz ambiente este controla a
luminosidade dos Led’s pela variação, da tensão de saída do chip NOA1211.
Dependendo da marca e modelo da TV o circuito da fonte que alimenta
diretamente os Led’s pode ser um Chopper do tipo booster DC/DC step-up.
Ou seja, entra no Chip 20VDC e sai dele 45VDC, como é o caso da TV’s de
até 23" que possuem fonte externa. Um exemplo é esta TV LG/LED M2380A
que estamos estudando.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 105

Fig. 9.9 Diagrama de um circuito Driver LED


106 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig.9.10

IDENTIFICAÇÃO DA PLACA DRIVER DOS LED”s

A fotografia da figura 9.10 mostra a placa de controle dos LED’s do TV


LG M2380A; nela também está instalada a fonte de alimentação secundária
que alimenta os LED”s.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 107

Vimos no capítulo 6, o qual trata exclusivamente sobre fontes de


alimentação que além da placa principal do TV possuir fontes do tipo Step
down, elas possuem também as fontes Step up.
A placa Driver dos LED’s têm normalmente uma fonte dessas,
chamadas de Booster que alimentam os conjuntos de LEDs no seu painel
Back-light. Na atualidade são empregados Choppers (conversores de tensão
DC/DC) com alta tecnologia, utilizando circuitos integrados dedicados, por
exemplo, os CI”s da National —LM 2524D, e LM 3534D e outros.Veja a figura
Fig.9.11.
Neste caso os Chopper’s do tipo STEP-UP, também chamados de
Booster, a tensão de entrada (Vi) é menor que a tensão de saída (Vo).
Vin=20V
Vo=45V

Fig. 9.11 – Fonte Booster Step-up

Análise do circuito Reforçador Booster Step-Up


Analisando a placa de controle dos Drivers da figura 9.10, podemos
identificar os seus componentes principais e compará-los por analogia com
o diagrama da figura 9.11. Veja o quadro abaixo.

Funcionamento básico do circuito da figura 9.11


108 Manutenção de Televisão LED e 3D

Como vimos anteriormente, esta é uma fonte Chopper do tipo Step-


Up.
O transistor Q1 é usado como excitador do transistor de potência Q2,
que funciona como uma chave eletrônica; possui o seu tempo ligado (on), e
desligado (off ) controlados pelo pulso do modulador de largura de pulso
(PWM), que está no interior do Chip.
Por exemplo:
Se a tensão Vi de entrada é de 20VDC, esta polariza os transistores
Q1 e Q2. Quando o pulso (nível 1) positivo do PWM é acionado na base de
Q1 este conduz e leva a saturação o transistor Q2; neste momento é gerada
uma corrente de coletor que drena para o emissor armazenando-a na
indutância L1 (chamada também de Indutor reforçador) e no capacitor Co.
(chamado também de Capacitor reforçador de filtro).
Quando o pulso do PWM muda para o nível zero (negativo), os
transistores Q1 e Q2 entram no corte; então este não conduz mais.
Entretanto, a carga de energia que estava armazenada em L1 e Co, é somada
com a Força Contra Eletromotiz (FCEM) induzida na bobina oriunda da lei
de Lenz e então, na saída Vo aparece uma tensão maior do que a de Vi. No
nosso exemplo, 45VDC.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 109

Manutenção
10 dos Televisores
LED pela
Imagem

10.1 - Procedimentos Básicos de Reparos

Existem vários processos para se realizar manutenção em Televisores


LED. Entretanto convém lembrar aos caros leitores que a TV LED é oriunda
da TV LCD; ou seja, o defeito que pode acontecer em uma televisão LCD
pode perfeitamente acontecer também na televisão LED; o que muda é o
Back-light. Cada técnico naturalmente possui o seu método, que ele considera
mais eficiente. Entretanto, como orientar os mais jovens que estão entrando
nesta área tão emergente e por conseguinte, tão complicada no que concerne
às tecnologias digital, analógica e principalmente em placas com
componentes SMD? Eis a questão.
O diagnóstico é fundamental para o sucesso do conserto do aparelho.
Hoje em dia os fabricantes de aparelhos eletrônicos não estão disponibilizando
para o público diagramas esquemáticos dos seus produtos lançados ao
mercado consumidor. Às vezes por sorte, ou através de amigos conseguimos
adquirir o esquema eletrônico. Neste caso fica muito mais fácil analisar o
circuito que está sob suspeita. Entretanto quando não é possível este intento,
a única solução é apelar para a Web, Internet, precisamente clicando no site:
www.alldatasheet.com e digitar o número do circuito integrado que você
precisa analisar, para verificar a sua pinagem, VCC, ground (terra), IN
(entrada), OUT (saída), clock e etc. Como “passe de mágica”, aparece tudo
sobre o componente na tela do monitor. Aqui vai a primeira dica:
A maioria das marcas dos equipamentos de televisão LCD/LED, utilizam
muitas vezes as mesmas placas; outras vezes as placas são diferentes,
entretanto, alguns circuitos integrados são iguais; daí a facilidade do técnico
110 Manutenção de Televisão LED e 3D

em comparar as tensões no circuito com as indicadas no diagrama ou no


datasheet (Web).
Os diagramas parciais que estudamos nos capítulos anteriores dão o
suporte suficiente para atender todas as marcas e modelos. O técnico
reparador deverá apenas seguir alguns passos fundamentais para consertar
com rapidez e eficiência, como:

1) Determinar o sintoma observado;


2) Diagnosticar o problema;
3) Isolar o estágio defeituoso;
4) Analisar o defeito para constatar se o mesmo está na PCI da Fonte,PCI
da placa Mãe,PCI T.Con, PCI Inverter /LED, ou no Display LCD.
5) Identificar com certeza, se o defeito é eletrônico, ou de software;
6) Localizar a peça defeituosa na placa;
7) Sempre que possível substituir o componente por um outro original.

Conforme foi dito, apresentamos toda a teoria com ênfase nos


aparelhos atuais LCD e LED, pois foi o ícone de todos os projetos que até
hoje domina o mercado de TV. Por isso o que for exemplificado daqui para
frente, também será válido para quaisquer marcas, como: Panasonic, Philips,
Toshiba, LG, Sony e etc.

Desmontagem do Gabinete: Todo cuidado é pouco para se fazer a


desmontagem de qualquer aparelho de TV LCD/LED.Vimos isto no capítulo
1 com detalhes.
Todas as marcas possuem o seu processo próprio com uma
seqüência ordenada através do manual de serviço. Como a maioria das vezes
não possuímos o manual, teremos que proceder com cautela para descobrir
os parafusos e a seqüência correta das desmontagens. (Cuidado com os
flat cables).

10.2 - Análise de Defeitos nos Televisores LED

Como exemplo, desmontamos um televisor LED da marca LG, modelo


M2380A e um outro ,o Televisor LED Philips Ambilight, pesquisamos os pontos
mais importantes dos seus circuitos. Selecionamos algumas imagens nas
quais apresentam defeitos típicos e consequentemente a seqüência correta
para a manutenção corretiva. Vejamos as páginas subseqüentes os sintomas
diagnósticos e soluções:
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 111

a) Sintoma: O televisor não liga. Tela apagada e Sem som. O LED do


painel está apagado.
Procedimentos:

Neste caso, verificar nesta seqüência:

1. Cabo de força AC.


2. Filtro de linha da fonte AC.
3. Fusível do primário da Fonte .
4. Conector que liga a placa mãe com a fonte.
5. Tensão de +5 Volts (Standby),tensão PS-ON ( tensão Power ON =0,6VDC).

Defeito mais provável: Placa da fonte.

Fig. 10.1

b) Sintoma: O televisor não liga. Tela apagada e Sem som. O LED do


painel está aceso na cor vermelha, entretanto não troca para verde. A
fonte não está operando.
Procedimentos:

Neste caso, verificar nesta seqüência:

1. Retirar o cabo de força da tomada AC.


2. Aguarde alguns segundos para descarregar a fonte DC. Este
procedimento faz parte do Reset do micro controlador.
3. Conectar novamente o plug de AC na tomada.
4. Se a TV voltar a funcionar, muito bem. Se não, verificar o receptor de
infravermelho do controle remoto. A PCI do IR (Infra Red) possui um
conector; verifique-a estes conectores.
5. Verificar as voltagens nos pontos de testes do conector que liga a Fonte
à placa mãe.– Defeito mais provável: Placa da Fonte .
112 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 10.2

C) Sintoma: O televisor fica ligando e desligando. Ver figura 10.3.


Aparece a imagem, porém rapidamente apaga..Ver figura 10.4.
a) Ouvimos um click nos alto falantes.
b) O LED frontal do painel acende na cor verde, porém logo depois passa
para a cor vermelha.
Procedimentos:
Neste caso, temos um exemplo típico do sistema de proteção da TV atuando.
Verificar nesta sequência:
1. Fonte chaveada;
2. Tensões baixas nas saídas;
3. Cabos de conexão da fonte com a placa mãe;
4. Cabo de conexão do inversor backlight LED.
5. Desconectar os cabos que ligam a fonte chaveada (desligar um por um)
. Se voltar as tensões para níveis normais, o defeito estará na placa
mãe,T.Com. ou Backlight LED.
Se ao desconectar o cabo para ligar os módulos backlight LED e as tensões
voltarem ao normal, o defeito estará em um dos dois módulos do circuito
backlight.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 113

d) Sintoma: Som normal, entretanto a imagem aparece com ruídos na


tela.

O LED frontal do painel acende normal na cor verde. Ver Fig. 10.6.

Procedimentos:
Neste caso, verificar nesta seqüência:
1. Na função TV RF, aparece ruídos na tela.
2. Nas outras funções, a tela aparece normal.
Neste caso, verificar os conectores que ligam o sintonizador (seletronic)
ao cabo de antena e a placa mãe.
3. Com osciloscópio, verificar a tensão de clock e dados I2C como também
o sinal de vídeo composto nos pinos de seletronic.
Se os sinais estiverem normais sem ruídos, neste caso, o seletronic
está em perfeito estado. Então, o defeito estará em outros circuitos da
placa mãe.
Se os sinais estiverem ruidosos no seletronic, subentendemos que o
defeito está no sintonizador de canais.
A Fig. 10.6 mostra dois exemplos que poderão aparecer na prática nesta
situação.

Fig. 10.6

e) Sintoma: Tela acesa clara. Entretanto não tem imagem.

O LED do painel frontal está na cor verde. Ver Fig. 10.7.

PRÁTICAS COM O INJETOR DE SINAIS MINIPA


1- Conectar em uma fonte externa ou a um ponto de alimentação na
PCI os cabos Preto (terra) e vermelho (5Volts ou 9V) do injetor
Minipa.
2- Para testar circuitos de áudio o injetor deverá estar ligado em
0,5PPS (menor frequência).
3- Para testar circuitos de vídeo o injetor deverá estar ligado em
400PPS (maior frequência).
114 Manutenção de Televisão LED e 3D

Procedimentos:

Neste caso, teremos que verificar os sintomas em duas situações distintas:


a) A tela permanece totalmente acesa e aparece imagem no modo TV-RF:
Antena (canal analógico) e TV Cabo (canal digital). Neste caso, poderemos
injetar um sinal através de um injetor de sinais Minipa (veja fig.10.7B) nas
entradas de vídeo composto, depois na linha de FI ( veja fig.10.7A), e na
saída do chip Scaler (veja fig. 10.7D)
b) Se estes estágios estiverem em perfeito estado de funcionamento,
teremos um ruído na tela conforme podemos ver nas duas figuras 10.6,
caracterizando que o sinal de vídeo está passando pelos estágios
analisados. Se não acontecer nada, nenhuma imagem aparecer ou
nenhum ruido surgir na tela, significa que um destes circuitos está com
defeito.Então, verificar:

1. Conector do cabo LVDS;


2. Conector do cabo do seletronic;
3. Verificar as tensões no sintonizador, nos pontos data e clock do
barramento I2C.com um voltímetro ou osciloscópio.
4. Verificar o sinal de vídeo composto na saída do sintonizador com
osciloscópio.
5. Neste caso, o mais provável é o chip DSP.

c) Não aparece imagem no modo áudio/vídeo e vídeo componente.


Neste caso, verifique nesta seqüência:
1. Conector do cabo LVDS
2. Verificar o sinal A/V e vídeo componente na PCI antes dos bornes externos.
3. Verificar o chip DSP e ligações até o LVDS.

d) Não aparece imagem nos modos R, G, B e HDMI.


Neste caso, verifique nesta seqüência:
1. Conector do cabo LVDS;
2. Verificar chip Chaveador de funções (somente no modo HDMI);
3. Verificar chip DSP e display LCD.

Fig. 10.7
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 115

F) Sintoma: Imagem normal, entretanto, não tem som. Ver figura 10.5.
Neste caso temos que verificar qual estágio apresenta o problema.

Procedimentos:
1- Verifique se aparece aúdio , mesmo longe em qualquer dos altofalantes.
2- Verifique o Menu na tela da TV para ver se está configurado e habilitado
os altofalantes corretamente.
3- Verifique se em alguma entrada externa existe áudio.
4- Com o injetor de sinais Minipa aplique um sinal na entrada do
amplificador de áudio e veja se escuta o áudio em algum altofalante
(cuidado em aplicar este sinal pois poderá ativar o MUTE).
5- Com o osciloscópio poderá realizar pesquisas de sinal de áudio em
todo o circuito com mais precisão.
6- injetar na entrada do amplificador de áudio e na sua saída o sinal do
injetor Minipa e verificar se há Zumbido.
7- Em últmo caso, teste os altofalantes.

ANÁLISE COM O INJETOR DE SINAIS MINIPA

Fig. 10.7A (canal de FI) Fig 10.7B (Àudio e Vídeo)


116 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig 10.7C (Sinal LVDS) Fig 10.D (Scaler)

Fig 10.7E (Sinal de áudio)

G) Sintoma: Tela apagada. Som normal.Entretanto, poderá ter imagem.


Procedimentos:

Quando o televisor/monitor está completamente com a tela escura;


porém, aparentemente está tudo normal; ou seja; o LED do painel está aceso,
tensões da fonte normais. Separamos com racionalidade e lógica o problema;
verificamos se o defeito está no circuito backlight ou na placa PCI principal.

Procedimentos: Com a TV ligada, sintonizada em qualquer canal, ou


conectada a um PC, coloque um flash de luz de uma lanterna ou luminária
por de trás do bloco do display LCD, tendo o cuidado de dirigir o feixe de luz
através das frestas e aberturas que normalmente esses painéis possuem.
Veja as Figuras 10.8 e Fig. 10.9.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 117

Observe na frente da tela, se você consegue enxergar alguma coisa


no display. Caso positivo, toda a placa PCI principal do televisor LED está em
perfeito estado. Neste caso o defeito estará no circuito backlight, Driver ou
LEDS.

Fig. 10.8 - Injetando um feixe de luz Fig. 10.9 - Efeito visual do feixe de
na traseira do televisor luz da lanterna na tela

OBS.: Podemos também colocar a luz do flash na parte da frente do painel


LCD. O efeito será equivalente. Dá para ver nitidamente a imagem ao
fundo se movimentando no display,caracterizando que o defeito poderá
estar no Driver LED Inverter ou no conjunto de LED’s.

10.3 - Diagnóstico de Defeitos pela Análise da Imagem

Nas páginas seguintes apresentamos 18 telas com os respectivos


defeitos, os quais são os mais comuns registrados nas oficinas de
manutenção e os comentários técnicos sobre eles, ou melhor, os
diagnósticos.
Podemos observar também que nestas páginas descrevemos os
efeitos visuais das telas apresentadas, correspondentes a tabela Dicas de
Defeitos explicitadas . (Válido para qualquer marca ou modelo de TV LED).
118 Manutenção de Televisão LED e 3D

Dicas de Defeitos
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 119
120 Manutenção de Televisão LED e 3D
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 121
122 Manutenção de Televisão LED e 3D

ANÁLISE DE
11 CIRCUITOS
TV LED PHILIPS
AMBILIGHT

11.1 – Abrindo o televisor Philips LED

Na oficina nos deparamos com muitos televisores (diversas marcas),


entretanto não temos o seu diagrama de circuitos. Daí fica a dúvida: Que
componentes estão instalados nas PCI’s?; Quais as funções de cada um
deles?
Mesmo que não tenhamos o seu diagrama, convém compararmos
com um bem didático, que através dele, por analogia chegarmos ao aparelho
que está sob reparos. Por isso devemos complementar com a pesquisa
pela Internet, Web, alguns sites de Datasheets, Databooks que trazem os
circuitos integrados com as pinagens correspondentes fazendo com que a
manutenção através de medidas de tensões com voltímetros e osciloscópios
sejam possíveis. O técnico tem que se adaptar com as novas tecnologias e
entender os seus diagramas às vezes complicados.Por este motivo
apresentamos neste capítulo o televisor LED da marca Philips modelo
32PFL6605D-chassis- LC9.3L. Este aparelho é o que poderemos encontrar
de mais moderno no mercado de televisores LCD/LED. A Fig. 11.1 apresenta
uma parte da página inicial do manual de serviço, no qual selecionamos os
mais importantes diagramas de blocos e circuitos eletrônicos do TV LED
ilustrados e comentados.

Fig.11.1- Televisor Philips LED modelo :32PFL6605D


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 123

Para que o técnico tenha facilidades em desmontar esta TV


apresentamos na figura 11.2 a parte trazeira da TV Philips onde vemos
diversos parafusos de tamanhos diferentes. Retire-os com cuidado e guarde-
os em alguma caixinha para que não perca nenhum.

Fig. 11.2- Parte trazeira da TV LED Philips

As conexões deste aparelho podemos vê-las como os conectores de


A/V, Áudio analógico e áudio Digital, HDMI e PC (VGA). Localizados na parte
trazeira temos os conectores vídeo composto, vídeo componente, Antena
Digital (cabo) e Antena analógica (Air). Por outro lado, na lateral da TV podemos
visualizar 2 entradas ( HDMI e USB).

Fig.11.3 – Conectores da TV Philips


124 Manutenção de Televisão LED e 3D

A figura 11.4 mostra a TV Philips LED sem a tampa trazeira,


apresentando os módulos internos os quais descrevemos a seguir as placas
principais que estão interligadas com os respectivos Flat’s cables e afixadas
com parafusos no sentido vertical do chassis.

Fig 11.4 – Televisão Philips LED Ambilight sem a tampa trazeira

Identificação das placas do televisor Philips

Módulo A – placa ambilight


Módulo B – placa T- CON
Módulo C – placa da fonte chaveada principal e Inverter Led
Módulo D – placa lógica principal
Módulo E – placa driver dos Leds Ambilight
Módulo F – placa dos blocos de Leds Ambilight

11.2 –Arquitetura do televisor Philips LED

Através da figura 11.5 podemos visualizar a arquitetura básica do


televisor Philips LED Ambilight.
O circuito integrado MT5392 é o DSP (processador de sinais digitais);
a partir dele todas as ligações para outros estágios são direcionados. Dentro
deste chip está o famoso Micon, Scaler, conversores A/D, circuitos de vídeo
MPEG2 e vários interfaces que são os responsáveis pela intercomunicação
I/O além do sistema I2C.
O chip ADV3002 é o Mux que realiza a função de interfacear as
entradas e saídas digitais HDMI.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 125

Os chips GDDR3 são as memórias SDRAM que têm a função de


armazenar bits para o pleno funcionamento, da frequência e distribuição dos
frames através do Scaler.
A placa T-CON é representada pelo chip Sharp DFR (timing control).
Esta controla e dá a velocidade dos bits (taxa de transferência) dos sinais
RGB digitalizados para o Display.
O painel LCD está representado por DFR Led, entretanto o Inverter
Led não está neste diagrama.
Logo abaixo vemos o chip LPC2103, que é o modulador Ambilight,
interligado diretamente ao Módulo Ambilight. Este é o Drive que realiza todas
as operações de controle da saída e potência dos Leds multicoloridos.
A memória Flash abaixo realiza o armazenamento de bits para o
circuito Ambilight.
O chip TDA8932 é o amplificador de potência de áudio stéreo o qual
trabalha em classe D.
O sintonizador apresentado é um duplo (analógico e Digital) que envia
os seus sinais ao chip DSP.
Através da figura 11.6 vemos o diagrama de blocos do mesmo
aparelho, entretanto abrindo mais o chip DSP para que o leitor observe as
entradas e saídas dele.
Podemos observar as duas fontes de alimentação que polarizam os
circuitos TV.
A tensão de 12V vem da fonte principal e através de inúmeros
reguladores Step down geram diversas tensões de polarização para estágios
distintos no TV. Neste diagrama podemos identificar para qual estágio cada
determinada tensão irá polarizar este ou aquele circuito eletrônico. Dessa
forma já facilita bastante o raciocínio do técnico reparador para fins de
manutenção.
Podemos enfatizar que a tensão de stand-by é de 3,3V e a do
Seletronic (sintonizador) é de 5V, completamente diferente dos televisores
convencionais.
A partir da figura 11.7 (inclusive) listamos os diagramas elétricos mais
importantes deste televisor que estamos estudando, comentando-os
tecnicamente de forma objetiva.
126 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig.11.5.Diagrama de blocos da placa de sinal do TV Philips LED Ambilight

Fig.11.6. Diagrama de blocos da PCI (in/out e Fonte) do TV Philips LED


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 127

DIAGRAMAS ESQUEMÁTICOS DO TV LED PHILIPS Ambilight

O seletronic deste TV possui duas entradas: uma entrada de vídeo


RF analógico (antena) e outra de vídeo RF digital (cabo). Podemos dizer que
são dois seletores de canais em um só. (Seletronic Analógico e Seletronic
Digital) As saídas respectivas são: Pinos 15,16,17 e 18 (vídeo digital).
O pino 6 é do sinal de FI analógico; Pinos 12 e 13 são os sinais dos
sistema I2C (clock e data); Pino 6 corresponde a tensão de sintonia 5V; pino
1 corresponde a 3,3V. Qualquer problema com recepção analógica ou digital
o técnico deverá verificar apenas este circuito.

Fig 11.7. Seletor de canais – Seletronic dual


128 Manutenção de Televisão LED e 3D

O circuito do Micon está apresentado na figura 11.8.


Este circuito vai controlar e microprocessar informações oriundas
dos circuitos externos da TV, como: Teclado, Controle remoto e outras
entradas.
A Figura 11.9 apresenta apenas um pedaço do Chipão DSP. Este
diagrama mostra somente as saídas de áudio digitais que vão para o
processador e amplificador de áudio.

Fig 11.8- MICON


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 129

Fig. 11.9 – DSP parte de áudio.

Fig 11.10. Processador de Saida e Amplificador de Áudio TDA8932B

Podemos verificar no esquema que as alimentações deste CI estão


localizados nos pinos 8, 20 e 28 (importante)
Nos pinos 27 e 22 saem os sinais puramente analógicos de áudio
para os respectivos conectores onde estão interligados os altofalantes.
As entradas dos diferentes sinais são realizadas nos pinos 2, 3, 15 e
14.
130 Manutenção de Televisão LED e 3D

Vemos também neste circuito osciladores internos no CI. Esta é uma


característica de amplificadores que trabalham em classe D. Este tipo de
tecnologia é bem diferente das demais, portanto vamos relembrar aos nossos
leitores o seu funcionamento básico, pois dessa forma facilitará a manutenção
no estágio de áudio que possui um CI operando em classe D.

Relembrando o amplificador classe D.

Saída de Áudio em Classe D: Geralmente esta configuração de áudio é


utilizada em circuitos de média ou alta potência de saída com MOSFET. Tem
como vantagem a obtenção de alta potência de saída com menor consumo
da fonte. Entretanto, possui mais componentes na PCI e é altamente ruidoso,
necessitando de filtros eficientes para eliminar EMI (interferência
eletromagnética). A figura 11.10 apresenta o chip TDA89328 que é o
amplificador de áudio de TV Philips.
O sinal de áudio é modulado com uma onda do tipo quadrada de 500
kHz em um amplifIcador operacional. Na saída deste operacional teremos
uma onda modulada PWM (Modulação por Largura de Pulso) da forma
quadrada.
A largura destes pulsos depende do tipo de sinal de áudio que está
sendo emitida. A onda quadrada que é a saida em PWM chaveia dois
MOSFETs na saída de áudio e após o ganho proporcionado pelos transistores,
passa por um circuito conformador de senóide que na realidade é um filtro
(bobina e capacitor) sendo novamente transformado em sinal de áudio puro
já com alta potência para o altofalante. Na realidade o circuito que está exposto
na figura 11.11 é apenas uma parte (um canal), e todos estes componentes
estão em um invólucro só, dentro do Chip TDA8932B. Na atualidade este
circuito é o mais utilizado nos melhores televisores LCD e LED, pois o som
é mais puro e mais envolvente com menor dissipação de calor.

Fig 11.11 – Diagrama simplificado de um canal amplificador


classe D
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 131

Fig 11.12 –Circuito com terminais de saída de áudio.

O circuito da figura 11.12 recebe os sinais de áudio de dois canais


em stereo e mais o sub-woofer que consegue através de um filtro passa
baixa deixar passar apenas as frequências até 120Hz.Neste mesmo diagrama
podemos ver também um circuito de proteção de áudio, formado por três
transistores, que detectam qualquer tensão DC na linha dos altofalantes,
protegendo-os, desligando a fonte que alimenta o circuito de áudio quando
na presença desta tensão.
Qualquer problema como o desligamento intermitente do áudio o
técnico deverá verificar este circuito.
132 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig 11.13 –Circuito com terminais de entrada de áudio e vídeo.

Fig 11.14 –Circuito com terminais DB15, entrada de PC.


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 133

Fig 11.15 –Circuito do HDMI, com o MUX e Chaveador.


134 Manutenção de Televisão LED e 3D

Para que o TV consiga se comunicar externamente com sinais digitais


o recurso do conector HDMI é imprescindível; para tal há a necessidade de
um circuito Mux (multiplexador), e um outro circuito chamado de chaveador
que irá selecionar qual porta irá habilitar sequencialmente no tempo. O Mux
irá direcionar os sinais digitais já selecionados para o chip DSP. Qualquer
problema com qualquer porta HDMI o técnico deverá verificar apenas este
circuito.

Fig 11.16 –Circuito do USB, com o Chip Buffer.

Se o televisor não estiver habilitando a porta USB, convém verificar


este estágio primeiramente observando a tensão de +5V.

Fig 11.17 – Circuito do Teclado frontal da TV.


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 135

Qualquer problema de leitura com o teclado frontal da TV, verificar


este estágio primeiramente observando as tensões de 4,7V, +3,3V e o diodo
Zenner ZD1.

Fig 11.18 – Diagrama de blocos das fontes secundárias da TV Philips.

Conforme detalhamos no capítulo exclusivo de fonte de alimentação,


as maiorias dos fabricantes de televisores não projetam mais as fontes de
alimentação para os seus aparelhos. Por isso nós não encontramos mais os
diagramas esquemáticos delas. A figura 11.18 mostra um diagrama de blocos
que apresenta os pontos principais de medidas com as suas respectivas
tensões polarizando diversos estágios do televisor Philips Ambilight em estudo.
Observe as variações de voltagens permitidas (Muito importante). Este circuito
forma as fontes secundárias que ficam localizadas na placa principal também
chamada de lógica de sinal ou placa mãe.
A tensão oriunda da placa da fonte principal é de 12V; esta alimenta a
placa mãe inicialmente através de reguladores e Conversores DC/DC
(choppers).
136 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig 11.19 – Circuito de Memórias DDR3 e Flash.


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 137

Na parte superior da figura 11.9 estamos visualizando dois chips: 7500


e 7501.
Estas são as memórias DDR3 que ficam exatamente junto ao DSP,
que tem como função armazenar os dados de correção para a formação da
imagem no display LCD. O defeito crítico que poderá apresentar uma dessas
memórias é o congelamento de imagem ou mosaico na tela intermitentemente.
Na parte inferior da figura 11.9 temos as memórias Flash que têm
internamente gravado na fábrica o software de ajustes para o funcionamento
do TV adequadamente.

Fig 11.20 – Circuito de alimentação e comunicação I2C da TV Philips.

Este diagrama mostra os canais de comunicação do sistema I2C com


as ligações de data e clock a partir do chip DSP. Observe as tensões em
cada ponto pois o I2C é muito crítico, qualquer variação da voltagem, forma
de onda ou frequência a TV poderá não funcionar ou ficar descontrolada em
algumas funções.
138 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig 11.21 – Circuito de alimentação e comunicação da placa T.CON.

Podemos verificar no diagrama de blocos da placa T.CON os pontos


de comunicação de sinal e de polarização que alimenta os drives do Painel
LCD, através da tecnologia LVDS. (Fig. 11.21).
Qualquer problema nestes circuitos teremos som normal, entretanto
sem imagem com a tela totalmente Branca ou com linhas horizontais ou
verticais.

Fig 11.22 – Arquitetura em blocos Ambilight da TV Philips LED.


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 139

A arquitetura do sitstema Ambilight é vista na figura 11.22. Nela


podemos analisar a placa MTKSSB que é a própria placa mãe. O chip DSP
que está gerenciando todo o processamento digital da TV, também coordena
o chaveamento e o sincronismo com a imagem em relação a colorimetria
dos Leds que deverão ser acionados, de acordo com o evento da tela.Esta
comunicação é realizada através do sistema I2C. Para tal, esta informação
que sai do DSP vai para o chip Micon LPC2103. A partir deste Micon saem as
informações R,G,B para serem moduladas com o fluxo de luz dos Led’s do
sistema Ambilight (que estão localizados nas laterais do gabinete da TV).
Em cada lateral do gabinete da TV está instalado um módulo Driver
LED com o chip TLC5946 e mais uma memória EEProm com os respectivos
blocos de LED’s.Normalmente existem dois módulos Ambilight semelhantes,
entretanto o board 2 é escravo do board 1.
A placa PSU, é a PCI da fonte principal que no diagrama está
alimentando a placa principal com 24VDC, e, por conseguinte também
alimenta os board’s 1 e 2 Ambilight.
No diagrama da figura 11.23 podemos ver o circuito elétrico com o
Micom que gerencia a modulação dos LED’s e um circuito simplificado de
um segmento apenas de um bloco de LED’s em série com transistores na
função de Driver de corrente que têm o objetivo de acionar os LED’s (são
vários blocos).
140 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig. 11.23 – Micon gerenciador do Ambilight e Drivers com Led’s


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 141

Fig. 11.23
142 Manutenção de Televisão LED e 3D

12 TÉCNICAS DE
MANUTENÇÃO

12.1 - MANUTENÇÃO NA ETAPA DE VÍDEO

Para o leitor compreender e saber analisar defeitos pela imagem é


necessário conhecer como cada estágio processa o sinal, e assim se possa
estabelecer onde fica a origem do problema. Na figura 12.1 temos uma
representação simplificada do processamento de vídeo. Eventualmente
poderemos encontrar configurações diferentes, mas basicamente este é
layout mais encontrado nos televisores LCD, assim como nos modernos
TV´s de LED.

Figura 12.1 processamento do sinal de vídeo


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 143

As fontes de vídeo selecionadas (digital ou analógica) são processadas


por circuitos na placa principal, para produzir uma resolução de vídeo uniforme.
O processador de vídeo faz a separação de Y/C, decodificação de croma,
conversão analógica para digital assim como o scalling final do vídeo. O sinal
de vídeo é recebido e enviado aos dois ICs drives, os quais cada um
responsáveis pelo controle de metade da tela. Um drive controla metade da
tela e o outro controla outra metade.
O leitor deve ficar atento a estes detalhes, pois adiante verá que há
defeitos relacionados a uma metade da tela e a outra metade se apresenta
em perfeitas condições.

– Formação de imagem no Painel

Nos capítulos anteriores o leitor pode ver como funcionam os pixels na


tela, portanto a formação de imagem requer a combinação do acendimento
ou não de cada pixel na tela. Para gerenciar estes sinais temos o Scaler ou
DSP e a distribuição destes sinais se faz pelos drives, onde o conjunto desta
distribuição forma a imagem vista na tela. Na figura 12.2 apresentamos a
tela e a interligação dos drives com esta.
Cada drive tem uma linha que cruza com a linha de outro drive e assim
teremos uma rede onde cada ponto da tela tem comandos individuais para
formar a imagem.
Sabendo como é formada a imagem pelo cruzamento destas linhas,
podemos começar a identificar os defeitos possíveis causados por anomalias
nesta etapa ou por falta de sinais oriundos da placa de sinal.

Figura 12.2 – drives e suas linhas de comunicação


144 Manutenção de Televisão LED e 3D

Na figura 12.3 o leitor poderá evidenciar os diversos tipos de sintomas


que a tela poderá apresentar decorrente da falta de informação nos drives ou
por defeito na própria tela.

Figura 12.3 – defeitos ocasionados pelos drives ou pelo display.

Nem todos os painéis utilizam a mesma configuração na distribuição


dos drives, portanto deve-se levar em conta este raciocínio na identificação
de defeitos. Cada tela apresentará uma quantidade de drives diferentes, pois
esta distribuição influi na zona de abrangência do defeito, portanto fique atento.
Nas figuras 12..4A e 12.4B o leitor poderá identificar uma falha no drive
da tela e como esta imagem se apresentaria para o usuário. Vale salientar
que o raciocínio na identificação dos defeitos em televisores de LCD & LED
é diferente do raciocínio em televisores de CRT, onde este defeito do nosso
exemplo seria na etapa do vertical.

Figura 12.4A Figura12.4B

Na seqüência apresentamos defeitos causados pelos drives, onde


estes estão destacados em detalhe na figura 12.5 para que o leitor possa ter
uma visualização melhor das vias de comunicação.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 145

Observe que cada drive apresenta


linhas que podem apresentar defeitos
individualmente ou em sua totalidade.
Este fato é importante, pois determina
se o problema está restrito ao drive
ou falta de alimentação do mesmo não
esquecendo os possíveis curtos que
estes poderão sofrer.
Na figura 12.6 apresentamos outra
imagem com defeito, porém afetada
em uma metade da tela, conforme
Figura 12.5 – drives no detalhe descrito anteriormente quando
falamos no caminho do sinal de vídeo.
Este tipo de distribuição ( metade da tela ) está sendo cada vez mais aplicado
pelos fabricantes como rede de distribuição dos painéis.

Figura 12.6 – metade da tela com defeito

– Manutenção na Placa T-CON

Para iniciar a manutenção da Placa T-


CON, devemos retirar a blindagem que está
acoplada na placa, conforme mostrado na
figura 12.7. Note que as indicações mostram
os pontos de retiradas dos parafusos.
Após a retirada da blindagem o leitor
poderá acessar a placa e começar a
identificar pontos críticos no circuito que levam
a decorrência de defeitos.
Na figura 12.8 apresentamos a Placa Figura 12.7 – Retirada da
T-CON de um televisor Sony para que blindagem
146 Manutenção de Televisão LED e 3D

possamos referenciar estes pontos críticos que devem ser verificados na


manutenção.
Devemos lembrar ao leitor que antes de qualquer providência se deve
visualizar o estado físico dos componentes, pois muitas vezes apenas fazendo
este procedimento já identificamos alguns culpados pelo problema.
A placa T-CON vista na figura 12.8 mostra vários pontos a serem
verificados que serão descritos a seguir, onde faremos suas interligações
com os possíveis defeitos que cada setor poderá apresentar.

Figura 12.8 – Placa T-CON e seus componentes

Pontos Críticos:

1- Conectores dos drives (saída de sinal) para o display.


2- Scaler ou DSP
3- Memórias
4- Conector da placa principal ( entrada de sinal )
5- Conversor DC/DC
6- Elevador de tensão
7- Regulador de tensão
8- Fusível da placa T.CON.

– Pontos Críticos e Defeitos da Placa T-CON

Depois de identificamos os pontos críticos da placa T-CON, iremos


inspecionar cada um deles e seus cuidados respectivos. O leitor deverá
começar associar os conceitos descritos a seguir com os defeitos que irão
ser mostrados.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 147

– Conectores

Os conectores desta placa ( entrada e saída ) apresentam mau contato


e ruptura, além das oxidações proveniente de umidade ( proximidade com
janela e ar condicionado ). Na figura 12.9A apresentamos um destes plugs
onde seu destravamento é feito levantando a presilha de pressão que possui.
É justamente a falta desta pressão que proporciona defeitos com o passar
do tempo ou a má colocação do flat no mesmo, conforme figura 12.9B, durante
a manutenção.

Figura 12.9A Figura 12.9B

Na figura 12.10 podemos ver a placa T-CON de uma TV Samsung


presa pela blindagem, mas com seus conectores à mostra. A relação que
temos que fazer com defeitos é sobre o processamento do sinal, onde
imagens comprometidas no todo são relacionadas ao conector de entrada e
imagens prejudicadas em parte da tela estão relacionadas a um dos
conectores de saída. As demais imagens ( defeitos ) relacionam cada conector
com o seu possível defeito.

Figura 12.10 – Placa T-CON e defeitos


148 Manutenção de Televisão LED e 3D

A- Imagem com barras sem definição ( totalidade da imagem)


Causa: conector de entrada com mau contato
B- Imagem com borramentos de cores e muito clara (totalidade d
imagem)
Causa: conector de entrada com mau contato
C- Imagem com cortina azulada na metade esquerda (parte da imagem)
da tela.
Causa: conector de saída do lado esquerdo com mau contato
D- Imagem branca na metade esquerda (parte da imagem)
Causa: conector de saída do lado esquerdo com mau contato
E- Barra preta em pé do lado esquerdo (parte da imagem)
Causa: conector de saída do lado esquerdo com mau contato

– Scaler/DSP e Memórias

O Scaler de TVS LCD e o DSP dos Televisores de LED são os


responsáveis pelo gerenciamento do sinal que forma a imagem na tela.
Problemas relativos à confecção da imagem são provenientes destes
integrados, assim como as memórias que estão associadas a eles. Quando
temos problemas intermitentes ou ligados a aquecimento devemos ressoldar
estes componentes a fim de tentar sanar o problema. Uma dificuldade para
isto é quando encontramos o DSP no formato BGA, visto na figura 12.11A de
um televisor LED da Philips, onde a ressoldagem fica mais ineficiente devido
a sua configuração.
Um dos sintomas relativos a este integrado assim como as memórias
é o congelamento da imagem, visto na figura 23.11B muito comum,
principalmente com o aquecimento.

– Reguladores, fusíveis e elevadores de tensão


Como todo circuito que se preza a placa T-CON também tem que ter
alimentação e para isso encontramos dois tipos de situações: reguladores e
elevadores de tensão. Veja um diagrama na figura 12.12.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 149

Figura 12.11A – integrado BGA Figura 12.11B – imagem congelando

Na figura 12.12 o leitor pode


identificar um chamado elevador de
tensão na placa de um televisor LG.
Este circuito é facilmente
reconhecido, pois se caracteriza por
uma bobina em série com um diodo
e ligada ao seu anodo. No nosso
exemplo ( figura 12.12 ) vemos que
na bobina encontramos 12V que
devido a configuração deste conjunto
é elevado para 16V no catodo do
diodo. Caso o leitor não tenha o
esquema do circuito poderá identificar
estes componentes simplesmente
visualizando a placa, pois tanto o diodo quanto a bobina encontram-se em
dimensões maiores em relação aos demais componentes. Na figura 12.13
de uma Placa T-CON de um televisor Sony podemos identificar dois circuitos
que elevam tensões assim como um fusível de proteção.
Quando encontramos o fusível da placa aberto o sintoma encontrado é
tela branca, mas nestas situações devemos checar os circuitos agregados,
pois poderemos ter algum componente em curto. Alguns destes componentes
a serem verificados são os reguladores de tensão muito difundidos nas placas
T-CON de diversas marcas. Na figura 12.14 o leitor pode ver um destes
componentes em detalhe. Neste exemplo temos um regulador de 1,8V que
necessita de uma tensão inicial de 3,3V. Uma imagem com tela lavada
(leitosa), conforme mostrado na figura 12.15 pode ser causada por um
fornecimento incorreto de voltagem para o circuito de controle de imagem
localizado na placa T-CON. Devido a sintomas como estes é necessário
150 Manutenção de Televisão LED e 3D

Figura 12.13
verificar as alimentações dos componentes envolvidos com este fornecimento
mostrados neste capitulo.

Figura 12.14

Verifique também as conexões da


placa T-CON ( entrada ) e a atualização
de software do aparelho, pois alguns
defeitos destes são oriundos de falhas
que provocam dados corrompidos no
software. Em último caso troque placa
T-CON, pois o Scaler poderá estar
defeituoso.

Figura 12.15 – Imagem lavada e muito branca


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 151

12.2 - MANUTENÇÃO NO BACK LIGHT LED

Antes do leitor se aventurar na manutenção ligada ao backlight, temos


que evidenciar as diferenças entre o backlight LCD e o de LED. Na figura
12.16 apresentamos 3 telas de LCD com seus respectivos backlight.

Figura 12.16 – backlight em 3 versões

1- Backlight Full LED – leds em toda extensão da tela


2- Backlight Edge Lit – leds nas bordas
3- Backlight CCFL – lâmpadas em toda extensão da tela

Na figura 12.17 o leitor pode visualizar a diferença de iluminação entre


backlights CCFL e LED, mas não se deve esquecer que entre a tela e o
backlight existe um difusor de luz que ajuda na distribuição de luz por toda a
tela. Este difusor nos backlight de configuração EDGE LIT é de suma
importância, pois como a iluminação de Leds fica pelas bordas o difusor é
que faz o espalhamento uniforme da luz sobre a tela.
Uma das características mais de enaltecidas pelo sistema de iluminação
por LED é a taxa de contraste que este estabelece em relação ao sistema
com lâmpadas. Este fator se define porque os televisores de LED apresentam
uma iluminação controlada para que nem em todos os pontos os Leds estejam
acesos.

– Acionamento da iluminação do backlight

Tomando como base a imagem onde um quadrante de Leds está aceso


podemos levar ao leitor o conceito de acionamento da iluminação do backlight
que utiliza esta tecnologia. Quando se fala de quadrante, estamos nos referindo
a uma divisão da tela em quadrados cheios de Leds, conforme mostrado na
figura 12.18, onde o conjunto de vários destes quadrantes forma o total da
tela em termos de iluminação.
152 Manutenção de Televisão LED e 3D

Note que na figura há indicação da nomenclatura de cada quadrante,


pois o acionamento destes é de forma individualizada. Apresentamos também
a figura 12.19, com o sentido da alimentação de cada quadrante, onde os
Leds estão ligados em série.

Figura 12.18 Figura 12.19

Na figura 12.20 estamos apresentando o diagrama de um conjunto


destes quadrantes, onde estes são acionados por placas laterais que são
responsáveis por cada metade do backlight. Nosso exemplo é de um Televisor
LG com 128 quadrantes divididos em blocos com 12 Leds.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 153

Figura 12.20 – Diagrama de acionamento dos quadrantes pelas placas de


comando

– Informação para o acionamento

O leitor deve estar se perguntando: Como é que o backlight de Leds


sabe quando tem que acender e onde? Na realidade é mais simples do que
se possa imaginar. Sabemos que a imagem no painel de LCD é comandada
pela placa T-CON que está mostrada na figura 12.21, e é justamente desta
placa que se aproveita esta informação para referenciar o acionamento dos
Leds.

Figura 12.21 – Placa T-CON com plugs laterais


154 Manutenção de Televisão LED e 3D

Nesta placa são retiradas as informações referentes ao posicionamento


da imagem e sobre sua confecção do nível de preto para que assim as placas
que recebam estas informações possam acionar os Leds de cada quadrante
e automaticamente acender o backlight nos pontos necessários. Na figura
12.22 temos uma visão interna de um televisor da marca LG, onde
encontramos a distribuição das placas, inclusive as chamadas placas
inversoras responsáveis pelo acionamento de cada metade da tela, conforme
visto anteriormente.

Figura 12.22 – Visão interna da TV LED

1- Placa T-CON
2- Placa da fonte
3- Placa de sinal
4- Placa inversora de acionamento dos Leds / lado direito
5- Placa inversora de acionamento dos Leds / lado esquerdo
6- Saída do sinal da placa T-CON para as inversoras

– Manutenção desta etapa

A partir dos conhecimentos adquiridos podemos traçar a manutenção


desta etapa descrita até aqui. Em defeitos ligados ao acionamento dos Leds
ou falta de iluminação teremos que efetuar as verificações demonstradas a
seguir.
As placas inversoras mostradas anteriormente na figura 12.22 estão
cobertas por uma blindagem que deve ser retirada ( figura 12.23 ) para a
manutenção. Um detalhe a ser lembrado é que estas placas apesar de serem
chamadas de inversoras não apresentam a função de um inversor. Seu
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 155

acionamento é executado com tensões DC utilizadas pelos Leds. Alguns


fabricantes em seus manuais utilizam esta nomenclatura, mas acreditamos
que somente para fazer um link desta função com a função de acendimento
das lâmpadas nos backlight dos televisores LCD.

Figura 12.23 – Retirada das blindagens das placas inversoras

Após a retirada da blindagem teremos acesso as placas, conforme


mostrado na figura 12.24, onde queremos que o leitor se atente para as
conexões para o backlight de Leds. Estes conectores são pontos sujeitos a
um mau contato.

Figura 12.24 – Placas sem blindagem

Um ponto crítico nestas placas são os capacitores espalhados em


toda sua extensão (figura 12.25 ) onde estes apresentam vazamentos em
virtude ao aquecimento que estão submetidos. Ao contrário do que se pode
imaginar, os backlights de Leds também esquentam muito, conforme da
mesma maneira que os de lâmpadas. E se levarmos em conta que a
156 Manutenção de Televisão LED e 3D

blindagem que retiramos confina estes capacitores a um ambiente fechado,


estes capacitores ficam de certa forma “cozinhando” dentro da placa.

Figura 12.25 – Capacitores Figura 12.26 –


na placa Capacitores vazados na placa

Para que o leitor possa observar mais detalhadamente o que estamos


dizendo, apresentamos a figura 12.26, onde dois capacitores encontram-se
vazados, e cada um em pontos diferentes. Outro detalhe importante nesta
imagem é a identificação da temperatura utilizada por estes capacitores.
Estes componentes utilizados neste tipo de televisor utilizam a especificação
da temperatura de 105º, justamente pela temperatura encontrada dentro do
aparelho. O leitor deve ficar atento também aos capacitores da fonte, pois
estes também apresentam a mesma deficiência em função da temperatura
interna e por estar próximos aos dissipadores de calor de outros
componentes, conforme podemos visualizar na figura 12.27 retirada de uma
fonte de um televisor Philips LED.

Figura 12.27 – Capacitores estufados na fonte


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 157

Note que na figura estamos mencionando a troca dos outros capacitores


que não se apresentam estufados, e isto se deve por este procedimento ser
como um padrão na manutenção de televisores de LCD & LED. Há muito
tempo esta pratica tem sido utilizada na manutenção em diversos aparelhos,
e nestes televisores não ficaria diferente.
Voltando a nossa placa inversora temos que salientar a verificação dos
fusíveis que estão espalhados (figura 12.27) por elas, pois também são
componentes críticos, principalmente se acharmos capacitores vazados. Em
muitas situações na manutenção desta placa encontramos os capacitores
danificados e após a sua troca o circuito continua não funcionando. A
verificação dos fusíveis se faz necessária, justamente porque estes ficam
submetidos a variações de tensões provenientes da alteração dos capacitores
ou por outras demandas de corrente fora das especificações. Na figura 12.28
mostramos o aspecto físico de um destes fusíveis.

Fig. 12.27 – Fusíveis espalhados Fig. 12.28 – Aspecto dos


pela placa fusíveis

Na figura 12.29 o leitor poderá visualizar a placa de uma TV LED


Samsung, onde esta apresenta sua montagem em conjunto com a fonte. Os
conectores mostrados representam as saídas de alimentação para os
circuitos.

A- Tensões para a placa principal


B- Tensões para a placa T-CON
C- Tensões de comando para os Leds
D- Tensões de polarização dos Leds
158 Manutenção de Televisão LED e 3D

Figura 12.29 – Placa Samsung

– Verificando os leds do backlight

Antes de o leitor tomar conhecimento sobre a verificação dos Leds do


backlight, devemos lembrar que os backlights apresentam diferenças,
conforme dito anteriormente. É justamente em cima dessas diferenças que
o leitor deverá se basear, pois estas diferenças implicam nas dificuldades de
chegar até o led a ser medido.
Como há dois tipos de Televisores de LED: Full LED e Edge Light
devemos visualizar as diferenças dos backlight. Inicialmente iremos ver os
leds dos televisores Full Led, visto recentemente nos quadrantes que
mencionamos. Quando tivermos acessado o backlight poderemos medir os
Leds com o multímetro, conforme medimos um Led convencional. Veja nas
figuras 12.30 e 12.31 a medição destes Leds com as ponteiras do multímetro,
onde os mesmo acendem através da tensão das pilhas internas ao
multímetro.

Fig. 12.30 – Medição de um led Fig. 12.31 – Medição de


dois leds em paralelo
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 159

Para o leitor ter uma visão como é uma tela deste tipo estamos
mostrando a figura 12.32 onde aparece uma destas telas sendo desmontada.
Note que metade já está descoberta pela retirada do difusor de luz. Uma das
recomendações neste tipo de atividade é que na desmontagem do difusor
devemos procurar retira-lo numa ordem e guardar este difusor nesta mesma
ordem, pois na recomposição devemos seguir a ordem de colocação,
conforme foi desmontado.

Figura 12.32 – Tela desmontada

Nos televisores Edge Lit encontramos placas dispostas com Leds em


série nas bordas da tela, conforme mostrado na figura 12.33 e 12.34. Observe
a proporção do tamanho destes em relação à mão do técnico.

Figura 12.33 – Visão parcial da placa de Leds

A metodologia de teste destes diodos é idêntica a dos Leds no outro


tipo de tela, ou seja, colocamos as ponteiras do multímetro diretamente sobre
estes e assim identificamos seu acendimento.
160 Manutenção de Televisão LED e 3D

Figura 12.34 – Disposição dos Leds na placa

O leitor pode ver o teste dos Leds de uma destas placas na figura
12.35. Vale lembrar que estes Leds também apresentam defeitos e neste
caso basta um deles estar com defeito e os demais irão se apagar, pois
todos estão em série, portanto não haverá corrente circulante no conjunto
pela deficiência de apenas uma unidade.

Figura 12.35 – Teste do Led na placa

– Outros cuidados relativos ao backlight

Devemos na manutenção destes aparelhos tomar certos cuidados de


observação e preventivos, pois alguns defeitos são visíveis pela observação
ou simplesmente fazendo o básico de uma manutenção. Na figura 12.36
temos os conectores que vão para o backlight Led que além de apresentar
possíveis mau contato, também podem sofrer fissuras decorrentes de má
colocação na montagem exemplificada na figura 12.37.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 161

Figura 12.36- plugs para o backlight Figura 12.37 – cabo partido

Evitar curtos com as ponteiras do multímetro durante a medição de


tensões nestes circuitos é sempre uma boa atitude ( figura 12.38 ). Observe
ainda nesta figura que a placa de televisores LED apresenta cortes que
permitem a colocação dos componentes de forma mais rebaixada, pois com
esse procedimento se ajuda a redução de espessura do aparelho já que
este item é muito divulgado na venda destes aparelhos. Televisores LED
possuem um marketing de serem os mais finos do mercado. A colocação da
tampa traseira deve ficar o mais próximo possível da tela para se conseguir
esta finalidade.

Figura 12.38 – Placa do conector do backlight

Com estes procedimentos encontramos componentes também


achatados para se conseguir redução de altura na placa. É o caso dos
capacitores eletrolíticos mostrados na figura 12.39 que se apresentam mais
compridos e mais finos para compensar este comprimento. Vale lembrar
que dependendo do tamanho do capacitor de reposição a tampa do gabinete
poderá não fechar, pois os capacitores convencionais são mais largos. Estes
capacitores especiais são mais caros justamente por suprirem esta
necessidade.
162 Manutenção de Televisão LED e 3D

Figura 12.39 – Eletrolíticos especiais

Se o leitor retornar sua atenção para o eletrolitico mostrado na figura


12.39 poderá compará-lo com o capacitor de poliéster que está ao seu lado,
e assim traçar um ponto de referência de altura. Na manutenção destas
placas não se deve esquecer de procurar soldas frias que possam estar
surgindo e trazer dores de cabeça. Uma das placas que mais apresenta
este tipo de problema é a fonte e também a T-CON mostrada como exemplo
na figura 12.40.

Figura 12.40 – Placa com pontos de solda evoluindo para mau contato

12.3 - Consertando TV LED com o Osciloscópio

Atualmente nenhuma industria de televisão fornecem os manuais de


serviços e ou esquemas elétricos, Estes não são comercializados mais
pelos fabricantes.Para as autorizadas são disponibilizados os softwares
contendo algumas infomações técnicas ás vezes nem o diagrama
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 163

esquemático é oferecido àquelas empresas.Quando se acha os esquemas


, alguns diagramas apresentam não apenas os valores dos componentes,
códigos, mas sim as tensões e formas de onda que devem ser encontradas
nos pontos principais, do chassis os chamados pontos de teste (PT).
Esta última informação é de grande utilidade para o técnico de
manutenção que dispuser de um osciloscópio. Através dele, o técnico fará a
sua análise pelas formas de onda, comparando-as com as que estão
desenhadas no diagrama a qual com certeza irá proporcionar ao reparador a
simplificação do seu trabalho no que concerne a encontrar problemas de
funcionamento no menor tempo possível.
Quando a empresa do equipamento eletrônico que está em reparos
não fornecer o diagrama nem tão pouco as formas de onda, o técnico deverá
ter lógica de consciência voltada para uma comparação com as formas de
onda visualizadas com osciloscópio na prática e as formas de onda típicas
para a maioria dos receptores; por esse motivo, iremos fornecer neste capítulo
um diagrama de blocos de um televisor típico, moderno, o que será a base
dos nossos estudos, com os respectivos pontos de teste e suas formas de
onda, as quais devem ser semelhantes em modelos e marcas dos televisores
da atualidade.
Procedimentos Iniciais: Conectar o gerador de barras colorido na
antena do receptor com o padrão color bars, pois todos os diagramas são
baseados neste padrão internacional. Caso o técnico não possua um gerador
de barras, ele poderá aproveitar o padrão de teste de uma emissora ou
procurar um canal, sabidamente que naquele horário, esteja transmitindo
um programa de entrevista, tendo em vista ser uma imagem quase estática,
ou seja, o técnico deverá selecionar através de uma outra TV que tenha uma
imagem bem visível, e quase parada. Caso contrário, fica muito difícil
comparar as formas de onda do sinal de vídeo, pois elas estarão sempre em
movimento, que neste caso não se tem a visualização na tela do osciloscópio.

DICA IMPORTANTE

. Caso o técnico não tiver à sua disposição o diagrama esquemático, ele


deverá obter pelo menos o circuito integrado no datasheets ou data-books,
que é o manual de CI disponível na Internet, o qual apresenta os CI’s utilizados
onde se pode identificar os pinos de entrada e saída dos sinais e suas formas
de onda.
164 Manutenção de Televisão LED e 3D

12.4 - Análise de Formas de Onda de um Televisor LED

A maioria dos televisores LCDs ou LED’s possuem formas de onda


semelhantes, as quais facilita o técnico reparador acompanhá-las e
compreendê-las,através de um osciloscópio, comparando-as com as formas
de onda supostamente padrão que tem que ser vistas em televisores de
diversas marcas e modelos.
Quando não temos o diagrama esquemático do televisor nas mãos,
a única solução que nos resta é medir os principais pontos de testes que
todos os televisores possuem. Como exemplo podemos ver os pontos que
estão assinalados no diagrama de blocos da Fig. 12.41, que têm as formas
de onda com seus formatos complexos, período e amplitudes aproximadas
com os que são apresentados.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 165

Fig. 12.41. Diagrama de blocos de um televisor LED com os seus pontos


de testes para uso do oscilocópio
166 Manutenção de Televisão LED e 3D
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 167

13 TELEVISÃO 3D

13.1 - FUNDAMENTOS DE TELEVISÃO 3D

O leitor já teve a oportunidade


de ir assistir a um filme 3D nos
cinemas (figura 13.1) ou pelo
menos ouvir falar desta tecnologia
nos cinemas no passado. Estes
filmes já existem há muitos anos,
porém para os usuários poderem
assisti-los com esta tecnologia é
necessária à utilização de óculos
especiais para a captação da
imagem. Na figura 13.1 podemos
ver todas as pessoas utilizando
estes óculos mostrados na figura
13.2.
A idéia básica é a mesma:
Fig. 13.1 fazer com que o olho direito
enxergue uma imagem e o
esquerdo enxergue a mesma imagem de um ângulo um pouquinho diferente.
É mais ou menos dessa forma que funciona a nossa visão. Assim o cérebro
funde as duas imagens dando a sensação de profundidade.
A utilização destes óculos esbarra em duas possibilidades: óculos
polarizados e óculos ativos.
168 Manutenção de Televisão LED e 3D

Óculos Polarizados - A imagem de um filme é transmitida de duas formas


sobrepostas por meio de luzes com ângulos diferentes, e cada lente deixa
passar apenas uma das imagens. Este tipo se usa em cinemas.

Óculos Ativos – Este tipo de óculos


é o utilizado em televisores e sua
caracterização se faz pela sincronia
destes com a TV. Alguns fazem isso
por meio de cabos, outros por ondas
de rádio de forma remota.
Veremos detalhadamente
este funcionamento mais adiante,
mas por enquanto vamos abordar
as técnicas de produção de imagens 3D (três dimensões ou tridimensional).

Técnicas de Produção de Imagem


As técnicas são divididas em estereoscópica, volumétrica e holográfica, as
quais serão descritas a seguir para o leitor identificar suas diferenças.

Estereoscópica
Esta técnica utiliza duas imagens ligeiramente diferentes, uma para cada
olho e cria uma ilusão de tridimensionalidade, enganando o cérebro. A
estereoscópica é a utilizada atualmente nos televisores que usam óculos.
Também é a técnica utilizada na produção de imagens 3D que não são
captadas por filmadoras.

Volumétrica
É uma técnica ainda em estudos, dependente do posicionamento do usuário,
pois utiliza espelhos direcionais para esta função. Permite o descarte dos
óculos, porém com o inconveniente da posição frontal para a imagem.

Holográfica
É uma técnica que gravam as luzes
emanadas ( figura 13.3 ) e dispersas por
um objeto com sua reconstrução. É
considerada a imagem tridimensional
verdadeira, pois pode ser vista por diversos
ângulos e sem óculos não importando o
posicionamento. Aqueles que viam a série
Jornadas nas Estrelas - A Nova Geração

Fig. 13.3
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 169

podem ter uma idéia destas imagens através dos episódios que tinham estes
tipos de imagem em suas cenas.

Visualização da Imagem
A captação de imagem 3D é baseada no grande truque de colocar duas
imagens ( figura 13.4 e 13.4A ), uma para cada olho, para que o cérebro com
ajuda dos óculos faça a composição da mesma dando a sensação de
profundidade, a qual estamos acostumados no dia a dia. Filmes em 2D,
como estamos acostumados, não possuem esta sensação de profundidade,
pois apresentam-se de certa forma “chapados” na tela.

Fig.13.4 Fig.13.4A

FILME P/ OLHO ESQUERDO FILME P/ OLHO DIREITO

Pela figura 13.4B o leitor pode estabelecer melhor esta concepção de


percepção da imagem, pois a figura apresenta as duas imagens chegando
simultaneamente nos óculos e estes deixam passar somente uma delas
alternadamente. Após esta dissociação cada olho recebe a sua imagem
individual e o cérebro recompõe ambas.

Fig. 13.4B– Recomposição da imagem pelo cérebro


170 Manutenção de Televisão LED e 3D

Para a imagem chegar aos nossos olhos esta precisa ser captada por
uma câmera de forma simultânea, pois são duas imagens agora. Na figura
13.5 o leitor pode visualizar um destes equipamentos. Note que são duas
lentes, pois os sinais precisam ser captados por duas perspectivas diferentes
já que cada olho percebe a imagem desta maneira.
Uma vez elaborada pela
transmissão a imagem chega ao televisor
com distorções que sem os óculos não
permitem uma boa interpretação da
imagem.
Na figura 13.6 o leitor pode visualizar
estas diferenças proporcionadas pela
geração de duas imagens, sendo que
devemos salientar que ao visualizarmos
imagens em movimento esta percepção
acaba piorando, já que dependendo da
Fig.13.5 - câmera cena há uma sobreposição das imagens
com duas lentes dando uma real confusão.

Fig. 13.6 – exibição de duas imagens


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 171

Nas figuras 13.7 e 13.7-A podemos visualizar outros dispositivos de


captação de imagem.

Figura 13.7 Figura 13.7-A

Tecnologias de Transmissão 3D

Uma vez que o leitor já conheceu como se faz a composição da imagem


na tela, devemos conhecer como esta imagem é transmitida. Atualmente as
tecnologias ainda não estão regulamentadas, e poderão sofrer muitas
mudanças no decorrer do tempo, porém será apresentado a seguir os
formatos de registro ( figura 13.8 ) de imagens 3D.
.

Figura 13.8 – registros

1) Esquerda e direita independentes: Cada imagem Full HD ficam


independentes. Está prevista no MPEG-2 e H.264/MPEG-4 AVC extensão
MVC (Multiview Video Coding), com codificação no volume de 1.5 a duas
vezes o 2D.

2) Side by Side (Lado a lado): As imagens são colocadas lado a lado e com
a compressão na horizontal para a metade, ou seja, cada imagem terá a
resolução de 960x1080. Haverá perda na qualidade da imagem. A grande
172 Manutenção de Televisão LED e 3D

vantagem é que a nova imagem composta será de 1920x1080 e portanto


não haverá mudança no atual sistema 2D, é só fazer a descompressão e
separar as imagens no display. Este tipo de formato é o utilizado pela REDE
TV em suas transmissões.

3) Quadro ou campo sequencial: Cada imagem de Full HD será colocada


na sequência alternada dos quadros ou campos.

4) Acima abaixo: Também conhecido como Top-and-Bottom. As imagens


ficam em cima e embaixo. Cada imagem na vertical fica com a resolução
pela metade (1920x540). Formato semelhante ao Side by side, porém com
posicionamento da imagem uma acima da outra.

5) Linha a linha: Uma imagem está nas linhas ímpares e a outra nas linhas
pares (entrelaçadas). A resolução cai para a metade na vertical (1920x540).

6) Checkerboard (Tabuleiro de xadrez): Também conhecido como Dot


by Dot. Cada imagem estará alternadamente tanto na horizontal como na
vertical, reduzindo a resolução para metade.

OBS: Atualmente não há uma definição de padronização de registro de


imagem, portanto os aparelhos deverão estar preparados para recepção de
cada registro de imagem ou de parte deles.

A REDE TV oficialmente foi a primeira emissora a transmitir em 3D em maio


de 2010. Apesar de não haver uma padronização oficial a emissora optou
pelo formato Side by Side, conforme podemos ver na figura 13.9, onde
aparece uma cena composta de da mesma imagem vista duplamente
lado a lado.

Fig. 13.9 – imagem transmitida pela REDE TV


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 173

A captação da TV 3D precisa de compatibilidade com a atual


transmissão 2D e seu caminho pode percorrer por duas maneiras distintas,
conforme podemos visualizar na figura 13.10, onde temos a transmissão
com recepção por um sintonizador ou por uma mídia gravada, neste caso o
Blu-ray é o único com esta capacidade.

Fig. 13.10
Captação da Imagem

Os dispositivos apresentados anteriormente são alguns entre tantos


que fazem a captação de imagem, porém serão vistos a seguir alguns outros
e suas formas de captação. Na figura 13.11 apresentamos uma câmera
profissional responsável pela captação de imagens 3D, com duas lentes
responsáveis por captar imagens com perspectivas diferentes uma para cada
olho.

Figura 13.11 câmera profissional 3D


174 Manutenção de Televisão LED e 3D

Apesar da maioria das câmeras de 3D serem deste tipo com duas


lentes, a Sony apresentou uma câmera de dupla função mostrada na figura
13.12, onde o leitor poderá observar que o detalhe mais chamativo é a
utilização de somente uma lente.

Figura 13.12 câmera de gravação 2D e 3D com uma lente

Esta câmera além de captar imagens para 3D é utilizada para imagens


2D, já que primeiramente sua captação inicial se faz com imagens 2D e
depois internamente passam por um processo de transformação para 3D,
mostrada através da ilustração da figura 13.13.

Figura 13.13 diagrama interno da câmera Sony

A lente utilizada nesta câmera é especial para a função que a imagem


sofrerá posteriormente. Note que há um jogo de espelhos na parte traseira
da câmera responsável em dividir o sinal e gerar imagens diferenciadas para
cada olho.
Outra maneira que começa a aparecer para captar imagens 3D é
através de máquinas fotográficas que inicialmente apresentavam
precariamente a utilização de duas máquinas sincronizadas no momento do
disparo, conforme mostrado na figura 13.14.
Agora já começa a aparecer maquinas fotográficas com a incorporação
de duas lentes em um só aparelho. O leitor pode visualizar um modelo desta
máquina na figura 13.15. Trata se da FinePix Real 3D W1 da Fuji, que possui
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 175

na parte traseira botões para selecionar sua função


para 2D ou 3D, conforme a necessidade do usuário.

Figura 13.14

Figura 13.15 FinePix Real 3D W1

13.2 - VISUALIZAÇÃO DA IMAGEM EM 3D


Uma vez tendo conhecido as formas de transmissão da imagem 3D,
se faz necessário agora conhecermos as maneiras de visualizar esta
imagem, usando ou não os óculos. Existem três formatos básicos a serem
conhecidos pelo leitor e que serão descritos a seguir: anáglifo, polarizado
e parallax.

Formato Anáglifo - óculos com lentes coloridas, azul e vermelho

Neste formato as duas imagens são projetadas na tela simultaneamente


(figura13.16) com individualidade de imagem para cada olho com suas
diferenças. Cada uma das lentes (vermelha e azul) deixa passar apenas
uma das imagens. Dessa maneira a imagem é processada pelo cérebro,
conforme visto anteriormente no livro.

Figura13.16
formato Anáglifo

OBS: Formato utilizado


nas salas de cinema.
176 Manutenção de Televisão LED e 3D

Formato com Óculos Polarizado


As duas imagens (figura 13.17) com diferença de perspectiva,
semelhante ao método anáglifo, e polarização distintas, são projetadas ao
mesmo tempo na tela. A diferença básica em relação ao formato anterior é a
polarização dos óculos, pois estes recebem sinais provenientes do televisor
de forma a sincronizar as lentes dos óculos permitindo assim somente a
passagem de uma imagem para cada lente. Novamente o cérebro não
percebe a diferença e combina as duas imagens de forma a dar a sensação
de tridimensional.

Figura 13.17 – óculos polarizado

Este tipo de formato é o atual utilizado nos televisores, onde a


venda do aparelho está associada com aquisição dos óculos, que
podem ou não ser oferecidos pelo fabricante. Vale ressaltar ao leitor
que os óculos de um fabricante não servem para televisores de outras
marcas, isto se dá pelas diferenças de freqüência de transmissão de
cada aparelho, conforme visto nos controles remotos dos aparelhos,
pois estes também não servem entre aparelhos de fabricantes
diferentes. No momento da compra do aparelho deve-se levar em
consideração este item, pois como os óculos tem este diferencial e
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 177

são caros, alguns espertinhos tentam “empurrar” outros óculos mais


baratos e que na realidade não servirão para a finalidade de
visualização de outro aparelho ao qual não é o especificado para o
mesmo.

Formato Barreira Parallax (sem óculos)


Este é o formato que não utiliza os óculos para visualização da imagem
tridimensional e encontra-se em estudos, apesar da Toshiba, ter lançado
recentemente um aparelho com este formato. As duas imagens com
perspectivas diferentes, são dispostas em uma tela (figura 13.18)
simultaneamente, porém entrelaçadas – divididas em faixas verticais e
exibidas alternando-se as faixas. Um filtro, conhecido como “barreira de
parallax” possui fendas precisas que permitem cada olho visualizar apenas
uma das seqüências.

Fig. 13.18 Barreira Parallax


178 Manutenção de Televisão LED e 3D

Uma camada de micro espelhos (barreira parallax) são colocados


sobrepostos sobre a tela de forma a permitir apenas um ponto de observação.
Se o leitor observar bem a figura 2.2 poderá verificar que a perspectiva de
cada olho é diferente para cada faixa observada.

Processamento do Sinal
O sinal 3D antes de chegar a tela do televisor passa por processos de
codificação e decodificação, conforme mostrado na figura 13.19, onde
podemos visualizar a gravação da imagem através da câmera e percurso
que o sinal percorre através de um codificador 3D até chegar em um dos
seus processos de decodificação, conforme a necessidade final do conteúdo
de imagem.

Figura 13.19 – processamento do sinal

Note ainda na figura que o processo de codificação também é


necessário para outra função utilizada em alguns aparelhos, ou seja, a
conversão do formato 2D para 3D. Todos processos relacionados são
posteriormente decodificados para a formação da imagem, conforme a
necessidade do usuário, já que temos duas opções de saída da imagem nas
versões 2D ou 3D.

Convertendo a Imagem do Televisor


Inicialmente o televisor 3D apresenta a imagem na versão 2D, pois a maioria
das imagens transmitidas ainda não se encontram na tridimensionalidade.
Apesar da REDE TV já ter transmitido experimentalmente, conforme mostrado
anteriormente, não há outras emissoras até então com este objetivo em
andamento. O primeiro obstáculo das emissoras é a falta de padronização,
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 179

a qual foi já foi comentado, e outro é o forte investimento de capital que a


tecnologia demanda.
No momento a utilização destas imagens se deve a filmes de blu-ray
(versão 3D) ou imagens convertidas de 2D para 3D, caso haja esta função
no aparelho. Para o usuário visualizar imagens 3D deve acionar a função
antes de utilizar os óculos.

Assistindo um filme em blu-ray 3D


Para esta finalidade o primeiro passo é deixar o aparelho de blu-ray
corretamente ligado a televisão e para exibição de filmes 3D a ligação mais
ideal é pela entrada de HDMI do televisor, conforme podemos visualizar na
figura 13.20, onde está destacado este tipo de conexão.

Fig.13.20 – conexão por cabo HDMI

Uma vez o reprodutor de blu-ray


conectado e reproduzindo um disco com
filme em 3D basta acionarmos a tecla 3D
que pode ter outro tipo de nomenclatura,
conforme o fabricante, mas normalmente
é indicada como no exemplo da figura 13.25,
onde encontra-se como 3D.

Fig. 13.25 - acionamento função 3D

Assistindo uma transmissão em 3D


Nesta condição temos que fazer o
procedimento anterior, mas com o
acréscimo que após a seleção da função 3D, temos que selecionar o sistema
utilizado na transmissão. Como foi dito anteriormente, ainda não existe padrão
180 Manutenção de Televisão LED e 3D

de transmissão definido, portanto enquanto não se faz esta padronização o


aparelho de televisão tem que ter opções para selecionar a decodificação do
sinal enviado pela emissora.

Figura 13.26 – opções a serem selecionadas

Note que no exemplo da figura 13.26 existem quatro opções a serem


selecionadas e que ao fundo temos a execução da função side by side. Vale
destacar que uma orientação a ser dada na compra de um televisor em 3D é
que ele tenha inserido uma quantidade boa de opções nesta função, senão
certas transmissões o televisor na fará a decodificação do sinal e
consequentemente não reproduzira a imagem.
Outra forma de assistir 3D no televisor, que atualmente é um recurso
que deveremos durante a compra ver se o aparelho possui, é a conversão
de 2D para 3D. Esta função, que alguns fabricantes não incluem no aparelho,
permite a transformação de um sinal convencional em 2D para tridimensional,
mas não tão perfeito como um original, mas suficiente para termos esta
sensação. Na realidade ao executarmos esta função ( figura 13.27 ) o
processador de imagens na placa do televisor, que veremos mais adiante,
seleciona amostras das imagens e cria uma segunda imagem com variações
de sinais simulando as perspectivas diferentes que o olho humano teria.

Fig. 13.27 – acionamento da função de conversão


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 181

Como foi dito anteriormente as imagens convertidas em 2D/3D não são tão
perfeitas quanto as originais em 3D, mas no momento em que não há
transmissões oficiais em 3D esta é a única maneira de termos imagens 3D
além dos blu-ray, fato este que valoriza o aparelho na compra, portanto fique
ligado, principalmente na instalações de aparelhos que não possuam este
recurso e o cliente insiste em ver 3D.

13.3 - AO ÓCULOS 3D

Os óculos usados para verem imagens 3D são os responsáveis por


selecionar cada imagem individualmente para cada olho. O leitor poderá
visualizar um destes na figura 13.28 onde são destacados alguns itens
como lentes de LCD e compartimento da bateria.

Fig. 13.28 Óculos 3D

Vale lembrar ao leitor que este tipo de óculos é o chamado óculos


polarizado. O princípio básico da visualização de imagens 3D em televisores
esta resumido na figura 13.29 onde leitor poderá observar que o óculos é o
receptor e o televisor o emissor do
sinal. Poderíamos dizer que é o
processo inverso do controle remoto.
O televisor apresenta uma
placa responsável pela transmissão
de um sinal infravermelho, o qual
chega nos óculos que possuem um
receptor interno, responsável em
captar este sinal enviado.
O leitor poderá notar ainda na
figura 13.29 que o sinal emitido pelo
televisor tem um alcance, neste Fig.13.29 transmissão do sinal 3D
182 Manutenção de Televisão LED e 3D

exemplo 7m, e também possui um ângulo de dispersão, ou seja, dependendo


do posicionamento do usuário perante o televisor os óculos poderão perder
a captação do sinal.
Os óculos possuem as lentes LCD que são acionadas em alta
velocidade, conforme o sinal enviado para que deixe passar individualmente
para cada olho a imagem necessária de cada imagem individual transmitida,
conforme visto anteriormente. Na figura 13.2 2 é apresentado detalhadamente
todo circuito descrito até aqui e seus componentes internos, os quais serão
o foco de manutenção do técnico reparador. O primeiro item a ser destacado
é a placa do transmissor de infravermelho que fica internamente ao televisor.

Figura 13.30 componentes internos


Esta placa transmissora possui vários componentes sujeitos a
manutenção como cristal, conexões e pontos de solda fria, isto sem
mencionar os componentes físicos que apresentarão defeitos. A maioria dos
aparelhos apresenta um ponto de emissão do sinal como o mostrado na
figura, porém alguns modelos da Sony tem mais pontos de emissão nas
bordas do aparelho. Este procedimento serve para abranger uma área maior
de emissão ampliando a captação dos óculos, proporcionando assim os
inconvenientes de obstáculos que possam bloquear parcialmente o sinal
emitido e dando uma área de percepção maior.
A Sony ainda utiliza este sinal infravermelho deste circuito para criar
outro recurso em alguns de seus aparelhos. Trata-se da função de percepção
de movimento do usuário, onde entre as funcionalidades sugeridas seria para
autodesligamento do aparelho, já que na ausência do sinal de retorno após
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 183

um determinado tempo o televisor se desliga automaticamente por considerar


que não há mais usuários perante a tela. Vale ressaltar ao leitor que ler o
manual do aparelho se faz necessário para ter conhecimento destes recursos
e de outros que possam estar inseridos no aparelho e que devem ser
mencionados ao consumidor no momento da instalação.
O segundo ponto a ser mencionado na figura 13.22 é a placa receptora
do sinal infravermelho, assim como o próprio receptor deste sinal, pois ambos
são circuitos sujeitos a manutenção. O leitor poderá se atentar que os óculos
de 3D sofrerão do mesmo problema que os controles remotos, ou seja, a
queda. Vale lembrar que numa situação desta o primeiro passo é a verificação
das lentes, pois as mesmas são de cristal liquido, portanto sujeitas a serem
partidas. Será muito comum termos que reparar os óculos por causa de
quedas, sendo que a vantagem estará no preço da manutenção destes, já
que em relação aos remotos os óculos são bem mais caros. Os receptores
de infravermelho dos óculos estão sujeitos aos mesmos defeitos que os
receptores de TV apresentam atualmente. Quanto à placa receptora, teremos
uma infinidade de problemas a resolver, mesmo que excluamos as
possibilidades de queda. O circuito envolvido apresenta cristal, pontos de
solda fria e componentes sujeitos a defeito, portanto sempre haverá
manutenção desta placa receptora.
Na figura 13.31 o leitor poderá
encontrar um item muito importante na
utilização dos óculos 3D, ou seja, a
bateria destes.
Como o leitor pode visualizar esta
bateria fica interna aos óculos num
compartimento já mostrado na figura
13.22, mas destacado na figura 13.23.
Outro detalhe a ser observado éo
código da bateria utilizada, que permite
a sua substituição com facilidade.
Figura 13.32 bateria no seu compartimento

Nas figuras 13.24 e 13.24A o leitor pode observar a facilidade de


substituir a bateria, já que este tipo de bateria não crie dificuldades neste
procedimento.
184 Manutenção de Televisão LED e 3D

Fig.13.24 retirada da bateria Fig.13.24A colocação da bateria

Outro detalhe a ser mencionado é o carregamento desta bateria que


pode ser feito pelo próprio televisor, conforme mostrado nas figuras 13.25 e
13.25A.

Fig. 13.25 conexão porta USB Fig.13.25A conexão nos óculos


As figuras mostram a facilidade de executar o carregamento das
baterias, através da porta USB contida no televisor. Para isso basta conectar
a extremidade com plug USB na entrada respectiva no televisor e a outra
extremidade devemos conectar aos óculos, onde estes possuem uma
conexão para esta finalidade.

Fig. 13.26 óculos carregando a bateria


Na figura 13.26 o leitor pode observar os óculos sendo carregado e ao
fundo não muito visível temos o televisor com a outra extremidade do cabo
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 185

conectado. Vale ressaltar ao leitor que na situação do cliente solicitar a


manutenção dos óculos por não estarem funcionando, deve-se verificar o
estado da bateria como primeiro ponto. Cabe também nesta situação fazer a
verificação de se a função 3D foi acionada no remoto já que muitos
consumidores, para assistirem filmes, esquecem de acionar a mesma e
simplesmente só colocam os óculos.

Conseqüências do Uso dos Óculos


Antes de comentarmos sobre as conseqüências que os óculos podem causar
precisamos saber como funcionam, já que este funcionamento é uma das
causas para uma série de problemas ocorridos devido a utilização dos óculos.
Vamos estabelecer a figura 13.27 como a imagem à ser vista por um usuário.

Figura 13.27 imagem visualizada

Como foi dito anteriormente os óculos


precisam de um sinal enviado pela televisão
para sincronizar a abertura ou fechamento
das lentes, pois estas são de LCD e
conseqüentemente necessitam de
informações para executarem esta função.
Trata se de um processo extremamente
rápido é difícil de ser observado. Na figura
13.28 podemos ver parte deste processo baseado na imagem anterior que
estabelecemos como exemplo.

Figura 13.28 seqüência de acionamento dos óculos


186 Manutenção de Televisão LED e 3D

A seqüência acima é executada numa velocidade muita alta, onde a


visualização da imagem acaba sendo percebida como contínua já que o
cérebro posteriormente fará a composição desta como uma imagem única
tridimensional. Vale lembrar que após chegar ao passo 3 a seqüência retorna
para o passo 1 e recomeça a seqüência.
A utilização dos óculos para assistir imagens 3D não trazem só
benefícios, mas em alguns casos há o aparecimento de sintomas decorrentes
de seu uso. Na realidade nem todas pessoas se adaptam a sua utilização,
pois tem acontecido vários casos de problemas de saúde pelo uso dos óculos
3D. Já houve estudos apontando que cerca de 8% dos usuários estão sujeitos
a problemas decorrentes da utilização dos óculos. Este fato é tão importante
que a Samsung recentemente lançou um boletim informativo sobre possíveis
problemas que a utilização dos óculos pode apresentar, entre eles estão:

¾ visão alterada
¾ atordoamento
¾ tontura
¾ movimentos involuntários, tais como contrações oculares ou
musculares
¾ confusão
¾ náuseas ou enjôos
¾ perda de consciência
¾ convulsões
¾ câimbra ou espasmos
¾ desorientação

As pessoas mais suscetíveis a estes problemas são idosos, epiléticos e


pessoas com problemas neurológicos ou visuais.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 187

14 MANUTENÇÃO DOS
TELEVISORES 3D

14.1 – POR DENTRO DOS TELEVISORES 3D

Para conhecermos o que diferencia um aparelho 3D de outros


televisores temos que inicialmente conhecermos sua estrutura interna e
visualizarmos os blocos que esta possui.
Na figura14.1 temos uma vista interior de um aparelho da LG com todas
suas placas.

Fig. 14.1 - TV LCD/LED LG


188 Manutenção de Televisão LED e 3D

Podemos identificar na figura 14.1 algumas placas conhecidas pelo técnico


reparador:
- Placa da fonte - Power supply
- Placa de sinal - Main Board
- Placa inverter - inverter main
- Placa inverter secundaria

A novidade em relação aos outros aparelhos é o aparecimento da placa


T-CON/3D que passa a ser utilizada para o processamento do sinal 3D e
suas conversões. Neste caso exemplificado a nomenclatura da LG foi T-
CON3D, porém o leitor encontrará outros nomes de batismo, em outras
marcas mas não diferenciando a sua funcionalidade.
Outros itens destacados são o sensor do aparelhos e a placa emissora
do sinal para os óculos.

A Placa T-CON 3D

Quero alertar ao leitor que os tópicos que serão abordados a seguir são
baseados no aparelho da LG, porém todos os conceitos que veremos a seguir
são perfeitamente utilizados nos outros fabricantes, pois só mudam os tipos
de alimentação, configuração e posicionamento de componentes. Devemos
sempre respeitar as diferenças dos aparelhos, mas essencialmente todos
utilizam o mesmo conceito. Na figura 14.2 temos a visualização desta placa
3D da LG vista anteriormente.

Fig.14.2 – placa 3D do televisor LCD/LED da LG


Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 189

Antes de qualquer manutenção nesta placa o técnico deve ter cuidados


ao retirá-la do local onde está fixada, pois existem várias conexões de flats e
plugs ( códigos P ), além de pontos de fixação ( numerados ). Outro ponto
importante é o que está mostrado na figura 14.3, ou seja, o calço da placa,
onde esta fica depositada em cima. Este calço pode em alguns casos ser
aderente, portanto a placa fica colada sobre este descanso dificultando sua
retirada, portanto ao puxar a placa tenha cuidado. Outra observação
importante é que estes calços são também condutores de dissipação para
que a temperatura dos integrados seja dissipada pelas blindagens que ficam
a elas conectadas, já que estas, também tem esta finalidade.
Note ainda na figura 14.3 alguns flat-cables que foram retirados após a
remoção da placa, assim como plugs mostrados anteriormente. Estes
componentes devem ser bem destacados, já que muitos defeitos
encontrados nesta placa são decorrentes de mau contato nestes cabos.
Este detalhe fica extenso também aos conectores, pois assim como
em outros aparelhos, defeitos intermitentes são provocados pela deficiência
de contato destes itens mencionados.

Fig. 14.3 – calço fixado no chassi

O leitor poderá visualizar nas figuras 14.4 e 14.5 os tipos de conectores


e plugs vistos nestas placas. Estes conectores devem ser limpos antes da
recolocação dos plugs e cabos, assim como suas pernas conectadas na
placa.

Fig. 14.4 plug de fios Fig. 14.5 conector de flat-cable


190 Manutenção de Televisão LED e 3D

Um ponto importante nesta placa e de qualquer circuito é a alimentação,


pois anormalidades no fornecimento de energia, mesmo que parcialmente,
irão acarretar defeitos dos mais diversos. Na figura 14.6 temos a placa de
nosso exemplo com a ampliação de um ponto a ser verificado sugerido pelo
próprio fabricante. Note que a alimentação neste ponto é de 12V na junção
com L802 que é oriunda da fonte e depois transformada em outros valores,
conforme a figura 14.7, onde é apresentado o diagrama em blocos do setor
de alimentação da placa 3D.
Pelo diagrama em blocos o leitor poderá verificar que a fonte de 12V
chega na placa e depois é distribuída para ser transformada em outros quatro
valores utilizados para pontos distintos no circuito. Evidentemente que o
fabricante detalha a verificação na fonte de 12V o que acarretaria a inoperância
da placa, porém defeitos nos outros reguladores vistos no diagrama em
blocos irão causar defeitos variados, portanto devemos sempre se atentar
para os valores das fontes e verificar se há ausência de um destes valores.

Fig. 14.6 – Detalhe do ponto de verificação da alimentação na placa 3D

Na realidade o que está sendo descrito não é nenhuma novidade, pois o


técnico reparador já está acostumado com estes procedimentos, mas estou
relacionando este fato para que não haja a criação de dificuldades para
aqueles que ainda não conhecem o circuito das placas de sinais 3D.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 191

Fig. 14.7 – Diagrama em blocos das fontes de alimentação

Mesmo que o leitor não tenha o esquema do aparelho deve seguir pontos
de verificação como reguladores, já que estes componentes apresentam
uma tensão de entrada superior a tensão de saída. Nas situações de conhecer
o código do regulador saberemos quanto terá que ter no circuito após a sua
função. Na figura 14.7 é apresentado um destes reguladores encontrados na
placa exemplificada.
Devemos nos lembrar que além de defeitos nestes reguladores também
há a possibilidade de soldas frias responsáveis por
defeitos intermitentes.
Na figura 14.9 o leitor encontra o layout dos principais
componentes encontrados na placa de conversão. Um
dos defeitos encontrados na geração de imagens 3D é
o congelamento de imagem ( figura14.8 ) ou imagem
pixelada ( formação de blocos pequenos na tela sobre
a imagem principal ). Como o processamento de sinal
nesta placa é feito em alta velocidade são incorporadas
no circuito memórias de auxilio, portanto estas
memórias podem causar este problema, assim como
o próprio processador da
imagem.
Fig. 14.7 – regulador

Fig. 14.8 – Imagem congelando


192 Manutenção de Televisão LED e 3D

Neste nosso exemplo os componentes responsáveis por este tipo de


defeito são: IC 102, IC1000, IC 500 e IC400.

Fig.14.9 – componentes principais na paca 3D

Na figura 14.9 foi destacado outro ponto a ser verificado em defeitos


nesta placa, ou seja, o cristal de 25MHz, que está apresentado na figura
14.10 com suas leituras.

Fig. 14.10 – cristal e suas leituras no osciloscópio

Na figura 14.11o leitor poderá visualizar outra placa, porém da Samsung.


Note que além do cristal já mencionado, aparecem reguladores que
apresentam deficiências, conforme mostrado anteriormente. A finalidade de
escolher outro circuito é para o leitor criar parâmetros de comparação.
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 193

Fig. 14.11 – Placa Samsung

Vale também observar ainda na figura 14.11 que o integrado no centro


da placa é da tecnologia BGA, portanto difícil de ser trocado sem ferramental
apropriado.

14.3 – CONVERSORES 3D

Na eventualidade do televisor comprado pelo usuário ser um 3D, mas não


apresenta a função de conversão 2D/3D, já existe no mercado aparelhos
para executar esta função. O PopBox ( figura 14.12 ) é o primeiro aparelho
que permite ao usuário assistir seus programas e filmes em 3D no conforto
de sua casa. O Aparelho funciona através de um cabo HDMI normal, e faz a
conversão para o 3D através de uma luz circular. Evidentemente para utilizar
este recurso o aparelho tem que ter um suporte para a tecnologia, conforme
foi dito inicialmente.

Fig. 14.12– Conversor PopBox


194 Manutenção de Televisão LED e 3D

Cuidados na Compra de Televisores 3D

Fig.14.13

Este item é muito importante, pois


devido aos argumentos mostrados até
aqui o leitor poderá orientar seu cliente
para a aquisição de um televisor 3D ou
caso você seja um usuário já possui
conhecimentos para fazer sua seleção.
Procure lojas com boa variedade de
marcas e modelos e peça
demonstrações. Assista a conteúdos
diversos por cerca de 10 ou 15 minutos
e veja se você se acostuma; a
experiência de um TV 3D é diferente do cinema 3D.
Veja se os óculos oferecidos ficam confortáveis, não apenas em você,
mas nos demais membros da família. Óculos de adulto não costumam servir
em crianças, e vice-versa.
Procure experimentar o televisor a ser comprado também com imagens
convencionais (2D). Já que o uso maior será nesta função.
Verifique também a qualidade da conversão 2D/3D, ou seja, imagens
convencionais (das emissoras ou de um DVD) reproduzidas em 3D. Nem
todos os TVs possuem esse recurso que, embora seja um atrativo,
proporciona resultado inferior ao apresentado por uma imagem 3D nativa.
Confira a reprodução tanto de filmes em Blu-ray quanto dos canais de televisão
aberta e fechada. De preferência, utilize cenas que você já viu antes em
outros aparelhos.
Observe o brilho da tela mesmo desligada: alguns modelos têm tela
muito reflexiva, o que pode prejudicar a visualização em ambientes muito
iluminados. Outro item a ser analisado com carinho é o contraste. Avalie o
televisor com imagens escuras e veja se você consegue identificar os objetos.
Isso só acontece nos modelos de melhor qualidade, principalmente as de
LED. Ao comparar a taxa de renovação de tela nos modelos LED-LCD, prefira
os modelos com taxas mais altas. Os de 480Hz realizam de forma mais
rápida e precisa a leitura dos quadros que formam a imagem. As outras
opções são 240Hz e 120Hz. Os televisores de Plasma apresentam estas
taxas com 600Hz, fato este que dão uma superioridade para este segmento
de televisores em imagens 3D..
Eng. Arilson Bastos & Paulo Roberto dos Santos 195

Veja a variedade de conexões. Recomendam-se pelo menos três do


tipo HDMI, além de USB e óptica (de áudio); melhor ainda se houver esses
conectores nas laterais, para ligar câmera, videogame e outros aparelhos
portáteis. Na figura 14.14 o leitor poderá visualizar um aparelho com todas
as conexões utilizadas, portanto se deve observar as funcionalidades que o
televisor terá no ato da compra para não haver esquecimentos na hora da
instalação.

Fig. 14.14 – Conexões do televisor

Cuidado com o impacto do tamanho da tela, pois os modelos de 50"


muito procurados nas lojas, podem não ser apropriados para ambientes
inferiores. A fadiga visual é muito comum, principalmente em televisores 3D,
pelo mal dimensionamento do ambiente a ser colocado o aparelho.
196 Manutenção de Televisão LED e 3D

BIBLIOGRAFIA

> http://schubincafe.com/blog/2010/03/2010-hpa-tech-retreat-what-gave-
some-avatar-viewers-discomfort/
> Samsung - Coverage report 19/03/2009
> Artigo: TV 3D finalmente deixa de ser só teoria (07/07/2009, por Dennis P.
Barker)
> http://imagemesomhd.blogspot.com/2010/02
> Artigo: O segredo da multiplicação dos quadros (11/08/2010, por Por Ricardo
Marques)
> www.howstuffworks.com.br
> http://webinsider.uol.com.br/category/tecnologia/page/6/
> Artigo: Tecnologia – Hardware ( sem autor ) em 01/10/2009
> 2010 HPA Tech Retreat: More 3D Follow-Ups March 10th, 2010 Posted in
3D Courses, Schubin Snacks by Mark Schubin
> Blog Duvida Cruel
> Manual de Treinamento e Manutenção: Sony, LG, Samsung e Panasonic
> Artigo: Os desafios para a implantação da TV 3D em 27/01/2010 (John P.
Falcone)
> Artigo: A arte de pendurar TVs na parede em 10/12/2009 (Ricardo Marques)
> Artigo: Web, o recurso matador dos novos TVs em 16/09/2009 (Chris Morris)
> www.youtube.com
> Artigo: TV LED 3D Samsung série 9000 em 29 de Março de 2010 (Fabio
Roberto Machado Jordão)
> Artigo: Telas lenticulares (sem autor)
> Artigo: Aprenda a escolher um TV 3D em 10/11/2010 ( Redação Home
Theater)

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