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Resolução Nº 01/2018

Atuação em relação às pessoas


transexuais e travestis
Apresentação

• Universidade Salvador – Unifacs


• Psicologia
• Disciplina: Ética e Profissionalismo em Psicologia
• Docente: Anna Marchesini
• Discentes: Adriele,, Bruna Nazaré, Elicenia, Isabella, Lady
Grazziele, Priscila, Savine, Tarciana,
Tarciana Thiago
CONCEITOS

Orientação
sexual

Sexo
Gênero
biológico

Ser
humano
CONCEITOS
CONCEITOS

Transexual

Transgênero

Travesti

Crossdresser

Drag queen/king
CASO

• Vitória é uma jovem mulher de 30 anos que tem apresentado


dificuldades no trabalho devido a situações de transfobia que
ocorrera dentro deste espaço. Vitória se identifica como uma
mulher transexual há 3 anos e não tem sido recebida de forma
positiva na empresa em que trabalha há 5 anos. Diante de sua baixa
produtividade na empresa, seu supervisor a encaminhou para um
psicólogo conhecido dele para que fosse atendida.
• Apesar de ter colocado seu nome social na identidade, foi chamada
pelo seu antigo nome do sexo masculino pela recepcionista da
clínica de Robson, o psicólogo clínico.
clínico A mesma situação acontecia
frequentemente durante a entrevista, na qual Robson utilizada de
nomes e adjetivos masculinos ao se comunicar com Vitória.
CASO

• Após Vitória corrigi-lo, Robson perguntou se ela já havia feito uma


avaliação psicológica para confirmar sua transexualidade e a
questionou sobre possíveis causas do que ele chamou de “desvio
natural”. Constrangida com a situação, Vitória permaneceu em
silêncio até o final da sessão. Ao sair, reparou que existia um
crucifixo no canto da sala e Robson se despediu com um “Jesus
guie o seu caminho”.
• Semanas depois da sessão, o supervisor de Vitória chamou Robson
para fazer uma palestra na empresa sobre motivações e crenças
limitantes. No meio da palestra, o psicólogo usou Vitória como
exemplo de como crenças limitantes – como a transexualidade,
segundo ele – atrapalham no desempenho das pessoas em várias
esferas da vida, inclusive no trabalho.
trabalho
RESOLUÇÃO 01/2018

• Estabelece normas de atuação para


as psicólogas e os psicólogos em
relação às pessoas transexuais e
travestis.
• Está baseada em três pilares:
• Transexualidades e travestilidades não
são patologias;
• A transfobia precisa ser enfrentada;
• As identidades de gênero são
autodeclaratórias.
RESOLUÇÃO 01/2018
BASES

• Art. 1º da Constituição Federal de 1988:


1988 A República Federativa do Brasil,
formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se
se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana;
humana
• Art. 5º da Constituição Federal de 1988:
1988 Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza;
• Art. 1º da Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948:
1948 Todos
os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
direitos
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros
em espírito de fraternidade.
• Convenção de Yogyakarta (2006): princípios sobre a aplicação da
legislação internacional de direitos humanos em relação à orientação
sexual e identidade de gênero;
RESOLUÇÃO 01/2018
BASES

• Declaração de Durban de 2001 –


Conferência Mundial contra Racismo,
Discriminação Racial, Xenofobia e
Intolerâncias Correlata:: princípio de
igualdade e de não discriminação;
• Política Nacional de Saúde Integral de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (2013)
ANÁLISE DO CASO

• Vitória é uma jovem mulher de 30 anos que tem apresentado


dificuldades no trabalho devido a situações de transfobia que
ocorrera dentro deste espaço. Vitória se identifica como uma
mulher transexual há 3 anos e não tem sido recebida de forma
positiva na empresa em que trabalha há 5 anos. Diante de sua baixa
produtividade na empresa, seu supervisor a encaminhou para um
psicólogo conhecido dele para que fosse atendida.
• Princípio Fundamental VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos
contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades
profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os
demais princípios deste Código.
• Art. 2º, j do Código de Ética. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou
terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir
negativamente nos objetivos do serviço prestado.
ANÁLISE DO CASO

Apesar de ter colocado seu nome social na identidade,


foi chamada pelo seu antigo nome do sexo masculino
pela recepcionista da clínica de Robson, o psicólogo
clínico. A mesma situação acontecia frequentemente
durante a entrevista, na qual Robson utilizada de
nomes e adjetivos masculinos ao se comunicar com
Vitória.
• Decreto Presidencial nº 8.727/2016 – Art. 1º. Nome social –
designação pela qual a pessoa travesti ou transexual se
identifica e é socialmente reconhecida;
• Decreto Presidencial nº 8.727/2016 – Art.. 6º. A pessoa
travesti ou transexual poderá requerer, a qualquer tempo, a
inclusão de seu nome em documentos oficiais e nos registros
dos sistemas de informação, de cadastros, de programas, de
serviços, de fichas, de formulários, de prontuários e
congêneres dos órgãos e das entidades da administração
pública federal direta, autárquica e fundacional.
fundacional
ANÁLISE DO CASO

• Apesar de ter colocado seu nome social na identidade, foi chamada pelo
seu antigo nome do sexo masculino pela recepcionista da clínica de
Robson, o psicólogo clínico.. A mesma situação acontecia
frequentemente durante a entrevista, na qual Robson utilizada de
nomes e adjetivos masculinos ao se comunicar com Vitória.
• Portaria nº 1.820/2009 (direitos e deveres dos usuários de saúde):
• Art. 4º Toda pessoa tem direito ao atendimento humanizado e acolhedor, realizado por
profissionais qualificados, em ambiente limpo, confortável e acessível a todos.
• Parágrafo único. É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter atendimento
humanizado, acolhedor, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtude
de idade, raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero, condições
econômicas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência, garantindo-
lhe:
• I - identificação pelo nome e sobrenome civil, devendo existir em todo documento do
usuário e usuária um campo para se registrar o nome social, independente do registro
civil sendo assegurado o uso do nome de preferência, não podendo ser identificado por
número, nome ou código da doença ou outras formas desrespeitosas ou preconceituosas
ANÁLISE DO CASO

• Apesar de ter colocado seu nome social na identidade, foi chamada pelo
seu antigo nome do sexo masculino pela recepcionista da clínica de
Robson, o psicólogo clínico.. A mesma situação acontecia
frequentemente durante a entrevista, na qual Robson utilizada de
nomes e adjetivos masculinos ao se comunicar com Vitória.
• Código de Ética Profissional
• Princípios Fundamentais III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando
crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
• Art. 1º São deveres fundamentais do psicólogo.
psicólogo e) Estabelecer acordos de prestação de
serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia;
• Art. 2º Ao psicólogo é vedado. a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que
caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;
• Resolução nº 1/2018.
• Art. 2º. As psicólogas e os psicólogos, no exercício profissional, não exercerão qualquer
ação que favoreça a discriminação ou preconceito em relação às pessoas transexuais e
travestis.
CURIOSIDADE

RESOLUÇÃO CFP Nº 014 /11. Dispõe sobre a inclusão do nome social no


campo “observação” da Carteira de Identidade Profissional do Psicólogo e dá
outras providências.
ANÁLISE DO CASO

• Após Vitória corrigi-lo, Robson perguntou se ela já havia feito uma


avaliação psicológica para confirmar sua transexualidade e a
questionou sobre possíveis causas do que ele chamou de “desvio
natural”. Constrangida com a situação, Vitória permaneceu em
silêncio até o final da sessão. Ao sair, reparou que existia um
crucifixo no canto da sala e Robson se despediu com um “Jesus
guie o seu caminho”.
• Código de Ética Profissional
• Art. 2º a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão;
• Resolução nº 1/2018
• CONSIDERANDO as expressões e identidades de gênero como possibilidades da
existência humana, as quais não devem ser compreendidas como psicopatologias,
transtornos mentais, desvios e/ou inadequações;
inadequações
ANÁLISE DO CASO

• Após Vitória corrigi-lo, Robson perguntou se ela já havia feito uma


avaliação psicológica para confirmar sua transexualidade e a questionou
sobre possíveis causas do que ele chamou de “desvio natural”.
Constrangida com a situação, Vitória permaneceu em silêncio até o final
da sessão. Ao sair, reparou que existia um crucifixo no canto da sala e
Robson se despediu com um “Jesus guie o seu caminho”.
• Resolução nº 1/2018
• Art. 1º. As psicólogas e os psicólogos, em sua prática profissional, atuarão segundo os
princípios éticos da profissão, contribuindo com o seu conhecimento para uma reflexão
voltada à eliminação da transfobia e do preconceito em relação às pessoas transexuais e
travestis.
• Art. 4º. - As psicólogas e os psicólogos, em sua prática profissional, não se utilizarão de
instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos,
estigmas, estereótipos ou discriminações em relação às pessoas transexuais e travestis.
ANÁLISE DO CASO

• Após Vitória corrigi-lo, Robson perguntou se ela já havia feito uma


avaliação psicológica para confirmar sua transexualidade e a
questionou sobre possíveis causas do que ele chamou de “desvio
natural”. Constrangida com a situação, Vitória permaneceu em
silêncio até o final da sessão. Ao sair, reparou que existia um
crucifixo no canto da sala e Robson se despediu com um “Jesus
guie o seu caminho”.
• Resolução nº 1/2018
• Art. 7º. As psicólogas e os psicólogos, no exercício profissional, não exercerão
qualquer ação que favoreça a patologização das pessoas transexuais e travestis.
Parágrafo único: As psicólogas e os psicólogos, na sua prática profissional,
reconhecerão e legitimarão a autodeterminação das pessoas transexuais e travestis
em relação às suas identidades de gênero.
gênero
ANÁLISE DO CASO

• Após Vitória corrigi-lo, Robson perguntou se ela já havia feito uma


avaliação psicológica para confirmar sua transexualidade e a
questionou sobre possíveis causas do que ele chamou de “desvio
natural”. Constrangida com a situação, Vitória permaneceu em
silêncio até o final da sessão. Ao sair, reparou que existia um
crucifixo no canto da sala e Robson se despediu com um “Jesus
guie o seu caminho”.
• Código de Ética Profissional
• Art. 2º, b) Induzir a convicções políticas filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas
funções;
ANÁLISE DO CASO

• Semanas depois da sessão, o supervisor de Vitória chamou Robson para


fazer uma palestra na empresa sobre motivações e crenças limitantes. No
meio da palestra, o psicólogo usou Vitória como exemplo de como
crenças limitantes – como a transexualidade, segundo ele – atrapalham no
desempenho das pessoas em várias esferas da vida, inclusive no trabalho.
• Código de Ética Profissional
• Princípios Fundamentais. I. o psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção
da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos
valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
• Art. 2º, b) Induzir a convicções políticas filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções;
• Art. 2º, f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento
psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou
reconhecidos pela profissão;
ANÁLISE DO CASO

• Semanas depois da sessão, o supervisor de Vitória chamou Robson para


fazer uma palestra na empresa sobre motivações e crenças limitantes. No
meio da palestra, o psicólogo usou Vitória como exemplo de como
crenças limitantes – como a transexualidade, segundo ele – atrapalham no
desempenho das pessoas em várias esferas da vida, inclusive no trabalho.
• Código de Ética Profissional
• Art. 9º. É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso
no exercício profissional;
• Resolução nº 1/2018
• Art. 2º. As psicólogas e os psicólogos, no exercício profissional, não exercerão qualquer
ação que favoreça a discriminação ou preconceito em relação às pessoas transexuais e
travestis.
• Art. 5º. As psicólogas e os psicólogos, no exercício de sua prática profissional, não
colaborarão com eventos ou serviços que contribuam para o desenvolvimento de culturas
institucionais discriminatórias em relação às transexualidades e travestilidades.
ANÁLISE DO CASO

• Código de Ética Profissional


• Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar
com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou
regimentais:
a. Advertência;
b. Multa;
c. Censura pública;
d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do
Conselho Federal de Psicologia;
e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de
Psicologia
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS

• CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº


001/2018.
• CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº
010/2005. Código de Ética Profissional.

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