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GEOMETRIA ANALÍTICA
A Geometria Analítica tem por objetivo estabelecer uma relação entre os fatos
geométricos e a álgebra, permitindo um tratamento algébrico aos problemas de natureza
geométrica.

1. O Plano Cartesiano:

Chama-se plano cartesiano, em homenagem aos filosofo matemático René

Descartes1, ao encontro de dois eixos orientados (𝑥 e 𝑦) dispostos ortogonalmente,
dividindo o plano em 4 regiões denominadas quadrantes.

Figura 1: Plano Cartesiano

Fonte: GONZAGA, 2019.

O eixo 𝑥 é denominado eixo das abscissas, o eixo 𝑦 recebe o nome de eixo das
ordenadas, e estes eixos se encontram no ponto 𝑂 denominado origem.

1
René Descartes foi um filósofo, físico e matemático francês, notabilizado sobretudo por seu trabalho revolucionário
na filosofia e na ciência, mas também obteve reconhecimento matemático por sugerir a fusão da álgebra com a
geometria - fato que gerou a geometria analítica e o sistema de coordenadas que hoje leva o seu nome.
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Todo ponto representado no plano cartesiano está associado a um par ordenado.

Por exemplo, o ponto 𝐴 de coordenadas 𝐴 = (2, 7), tem 𝑥 = 2 e 𝑦 = 7, enquanto o ponto
𝐵 = (−3, 4) tem 𝑥 = −3 e 𝑦 = 4. A origem tem o ponto 𝑂 = (0, 0) como representante,
além de que pontos que estão localizados no eixo têm a coordenada nula referente ao
outro eixo.

2. Distância entre dois pontos:

Dados dois pontos distintos do plano cartesiano, 𝐴 = (𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 ) e 𝐵 = (𝑥𝐵 , 𝑦𝐵 ),

chama-se distância entre eles a medida do segmento de reta que tem os dois pontos por
extremidades.

Figura 2: Distância entre os pontos A e B.

Fonte: GONZAGA, 2019.

Determinamos a distância entre os pontos A e B como mostra abaixo, a qual

indicaremos por 𝑑𝐴𝐵 .

𝑑𝐴𝐵 = √(𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 )2 − (𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 )2

Exemplos:
1. Determine a distância entre os pontos 𝐴 = (5,2) e 𝐵 = (1, 5).
2. Os pontos 𝑃 = (−1,4), 𝑄 = (2, 2) e 𝑅 = (−2, −1), são vértices de um
triângulo. Determine o perímetro do triângulo 𝑃𝑄𝑅.
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3. Ponto Médio:

Chama-se de ponto médio 𝑀 do segmento de extremidades 𝐴 = (𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 ) e 𝐵 =

(𝑥𝐵 , 𝑦𝐵 ) ao ponto que divide este segmento em duas partes de mesma medida.
𝑥𝐴 + 𝑥𝐵 𝑦𝐴 + 𝑦𝐵
𝑀=( , )
2 2

4. Condição de alinhamento entre três pontos:

Quando três pontos, 𝐴 = (𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 ), 𝐵 = (𝑥𝐵 , 𝑦𝐵 ) e 𝐶 = (𝑥𝐶 , 𝑦𝐶 ), estão alinhados

dizemos que 𝐴, 𝐵 e 𝐶 são colineares.
A condição para que 𝐴, 𝐵 e 𝐶 é dada por
𝑥𝐴 𝑦𝐴 1
|𝑥𝐵 𝑦𝐵 1| = 0.
𝑥𝐶 𝑦𝐶 1

Exemplos:
3. Prove que os pontos 𝐴 = (−4, −6), 𝐵 = (3,15) e 𝐶 = (−2,0) são colineares.

4. Determine o valor de 𝑚 para que os pontos 𝐴 = (−2, 7), 𝐵 = (𝑚, −11) e 𝐶 =

(1, −2) estejam alinhados.

5. Uma reta passa pelos pontos 𝑄 = (1, 𝛼) e 𝑅 = (𝛼, −5), interceptando um eixo no
ponto de ordenada 7. Qual o valor de 𝛼?

6. Determine os vértices do triângulo retângulo de menor perímetro cujos catetos

estão sobre os eixos 𝑥 e 𝑦, cuja hipotenusa passa pelo ponto 𝑃 = (2,4) e cuja área
é igual a 18.

7. Dados os pontos 𝐴 = (−13, −1) e 𝐵 = (3,5), ache as coordenadas dos pontos

que dividem ̅̅̅̅
𝐴𝐵 em quatro partes iguais.
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5. A Reta

Consideremos os pontos 𝐴 = (𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 ) e 𝐵 = (𝑥𝐵 , 𝑦𝐵 ), vamos determinar a

equação que contém os dois pontos. Para isso, vamos considerar um ponto genérico 𝑃 =
(𝑥, 𝑦) e a condição de alinhamento entre três pontos.

𝑥𝐴 𝑦𝐴 1
|𝑥𝐵 𝑦𝐵 1| = 0
𝑥 𝑦 1

Deste determinante tiramos a seguinte equação

𝑥𝐴 𝑦𝐵 + 𝑥𝑦𝐵 + 𝑥𝐵 𝑦 − 𝑥𝑦𝐵 − 𝑥𝐵 𝑦𝐴 − 𝑥𝐴 𝑦 = 0
𝑥(𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 ) + 𝑦(𝑥𝐵 − 𝑥𝐴 ) + (𝑥𝐴 𝑦𝐵 − 𝑥𝐵 𝑦𝐴 ) = 0

Agora, fazendo 𝑎 = 𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 , 𝑏 = 𝑦𝐵 − 𝑦𝐴 e 𝑐 = 𝑥𝐴 𝑦𝐵 − 𝑥𝐵 𝑦𝐴 , pois 𝑥𝐴 , 𝑦𝐴 , 𝑥𝐵 e

𝑦𝐵 são valores conhecidos, teremos:

𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0
chamada de equação geral da reta.

Exemplos:
8. Determine a equação geral da reta que passa nos pontos 𝐴 = (−4, −6) e 𝐵 =
(3,15).

6. A equação reduzida da reta

Dada e equação geral da reta 𝑟: 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0 não vertical, com 𝑎, 𝑏 e 𝑐 reais,

vamos tomar 𝑦 em função de 𝑥, isto é, isolando 𝑦 na equação geral.
𝑏𝑦 = −𝑎𝑥 − 𝑐
𝑎 𝑐
𝑦=− 𝑥−
𝑏 𝑏
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𝑎 𝑐
Adotando 𝑚 = − 𝑏 e 𝑛 = − 𝑏, teremos a equação

𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑛

denominada equação reduzida da reta.

Sejam os pontos 𝑃1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) dois pontos de 𝑟 e 𝛼 o ângulo
formado entre 𝑟 e o eixo das abscissas, no seu sentido positivo.

Temos:
∆𝑦 𝑦2 − 𝑦1 −(𝑦1 − 𝑦2 ) 𝑎
tg 𝛼 = = = =−
∆𝑥 𝑥2 − 𝑥1 𝑥2 − 𝑥1 𝑏

tg 𝛼 = 𝑚

que é o coeficiente angular da reta 𝑟, também denominado declividade da reta 𝑟.

𝑐
Além disso, 𝑛 = − 𝑏 é o coeficiente linear da reta 𝑟. Na equação 𝑦 = 𝑚𝑥 + 𝑛,

fazendo 𝑥 = 0, vem 𝑦 = 𝑛, ou seja, (0, 𝑛) é o ponto em que 𝑟 corta o eixo das ordenadas.

Exemplos:
9. Determine o coeficiente angular da reta que passa nos pontos 𝐴 = (4, −1) e 𝐵 =
(−3,1). A seguir, encontre sua equação na forma reduzida.
10. A reta 𝑠 forma com o eixo das abscissas, no seu sentido positivo, o ângulo 𝜃 =
30°, além de passar pelo ponto 𝑃 = (1,2).
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7. Retas que passam por um ponto dado

Seja 𝑃 = (𝑥0 , 𝑦0 ) um ponto da reta 𝑟 cujo o coeficiente angular seja 𝑚. Então

𝑦 − 𝑦0 = 𝑚(𝑥 − 𝑥0 )

Além dessas formas apresentadas temos ainda as seguintes formas extraídas da

forma 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0:

 equação segmentária:
𝑥 𝑦
+ =1
𝑐/𝑎 𝑐/𝑏
 equações paramétricas:
𝑥 = 𝑥1 + 𝑡(𝑥2 − 𝑥1 )
𝑟: {
𝑦 = 𝑦1 + 𝑡(𝑦2 − 𝑦1 )
em que 𝑃1 = (𝑥1 , 𝑦1 ) e 𝑃2 = (𝑥2 , 𝑦2 ) são pontos da reta e 𝑡 ∈ ℝ é o
parâmetro.

Exemplos:
11. A reta 𝑟 passa nos pontos 𝑃1 = (4,10) e 𝐵 = (5,20). Determine:

a) a equação geral da reta.

b) a equação reduzida de 𝑟.
c) sua equação segmentária.
d) as suas equações paramétricas.

8. Posição relativa entre duas retas

Sejam as retas 𝑟: 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑛1 e 𝑠: 𝑦 = 𝑚2 𝑥 + 𝑛2 , então elas podem ser

classificadas entre si como: paralelas, concorrentes ou reversas.
Vamos agora tratar agora do estudo da posição relativa entre duas retas e
apresentar as condições de paralelismo e paralelismo entre retas.
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8.1 Condição de Paralelismo entre duas retas

Duas retas são paralelas se não possuírem nenhum ponto em comum, e além disso
seus coeficientes angulares devem ser iguais.
Assim, 𝑟1 : 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑛1 e 𝑟2 : 𝑦 = 𝑚2 𝑥 + 𝑛2 serão paralelas se, e somente se,
𝑚1 = 𝑚2 . Em símbolo:
𝑟1 ∥ 𝑟2 ⟺ 𝑚1 = 𝑚2

Obs.: Se além dos coeficientes angulares serem iguais, os coeficientes lineares também
forem iguais as retas são denominadas coincidentes, e logo todos os pontos de uma serão
pontos da outra.

8.2 Retas concorrentes

Duas retas são concorrentes quando elas se tocam em um único ponto chamado
de ponto de intersecção.
O ponto intersecção entre duas retas 𝑟1 : 𝑎1 𝑥 + 𝑏1 𝑦 + 𝑐1 = 0 e 𝑟2 : 𝑎2 𝑥 + 𝑏2 𝑦 +
𝑐2 = 0 que se tocam é a solução do sistema

𝑎 𝑥 + 𝑏1 𝑦 + 𝑐1 = 0
{ 1
𝑎2 𝑥 + 𝑏2 𝑦 + 𝑐2 = 0
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Exemplos:
12. Determine a equação geral da reta que passa em 𝑃1 = (4,10) e é paralela a reta
que passa nos pontos 𝐴 = (−2,1) e 𝐵 = (3,4).

13. Determine o ponto intersecção entre as retas 𝑟: 2𝑥 − 𝑦 = 1 e 𝑠: 4𝑥 + 3𝑦 = 17.

9. Condição de perpendicularidade

Duas retas, 𝑟1 e 𝑟2 , são perpendiculares, 𝑟1 ⊥ 𝑟2, se elas formam entre si um

ângulo reto.
Matematicamente, sendo 𝑟1 : 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑛1 e 𝑟2 : 𝑦 = 𝑚2 𝑥 + 𝑛2 , a condição de
perpendicularidade entre as duas será
1
𝑚1 = − .
𝑚2
Exemplos:
14. Determine a equação geral da reduzida que passa em 𝑃1 = (4,1) e é perpendicular
à reta 𝑦 = 3𝑥 + 1.

10. Ângulo entre duas retas

Dadas duas retas,𝑟1 : 𝑦 = 𝑚1 𝑥 + 𝑛1 e 𝑟2 : 𝑦 = 𝑚2 𝑥 + 𝑛2 , o ângulo 𝜃 formada por

elas é dada por
𝑚2 − 𝑚1
tg(𝜃) = | |
1 + 𝑚1 𝑚2

11. Distância entre duas retas

Sejam as retas 𝑟1 e 𝑟2 : 𝑎𝑥 + 𝑏𝑦 + 𝑐 = 0 não paralelas, e seja 𝑃 = (𝑥0 , 𝑦0 ) um

ponto da reta 𝑟1. A distância, 𝑑𝑃,𝑟 , é dada por

|𝑎𝑥0 + 𝑏𝑦0 + 𝑐|
𝑑𝑃,𝑟 =
√𝑎2 + 𝑏 2
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12. A circunferência

Uma circunferência de centro 𝐶 = (𝑥𝐶 , 𝑦𝐶 ) e raios 𝑟 é o conjunto de todos os

pontos 𝑃 = (𝑥, 𝑦) do plano que distam 𝑟 de 𝐶.

𝑑𝑃𝐶 = √(𝑥 − 𝑥𝐶 )2 + (𝑦 − 𝑦𝐶 )2 = 𝑟

Elevando membro a membro ao quadrado, teremos a equação:

(𝑥 − 𝑥𝐶 )2 + (𝑦 − 𝑦𝐶 )2 = 𝑟 2

chamada de equação reduzida da circunferência, em que:

 𝑥𝐶 e 𝑦𝐶 são as coordenadas do centro 𝐶 da circunferência.

 𝑟 é o raio da circunferência.
 𝑥 e 𝑦 são as coordenadas de um ponto genérico 𝑃 – um ponto que pode
ocupar qualquer posição na circunferência, sempre distando 𝑟 de 𝐶.

Exemplos:
14. Determine a equação reduzida da circunferência de raio 𝑟 = 3 e cento no ponto
𝐶 = (3,4).
15. Verifique se os pontos 𝐴 = (10,1) e 𝐵 = (3, 5) pertencem a circunferência de
equação reduzida (𝑥 − 3)2 + (𝑦 + 1)2 = 53.