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21/08/2019
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Oportunidade Garantias
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– O direito de voto em eleições livres e idôneas, por exemplo, participa das duas
dimensões. Quando um regime garante este direito a alguns de seus cidadãos, ele
caminha para uma maior contestação pública. Mas, quanto maior a proporção de
cidadãos que disfruta do direito, mais inclusivo é o regime.
– Na falta do direito de exercer oposição, o direito de ’participar’ é despido de boa
parte do significado que tem num país onde existe a contestação pública. [P. 28]
• – O leitor deve lembrar que os termos aqui utilizados são empregados ao longo de
todo o livro, até onde me foi possível, apenas com os significados indicados nos
parágrafos precedentes. (. . . )é importante manter a distinção entre democracia como
um sistema ideal e os arranjos institucionais que devem ser considerados como uma
espécie de aproximação imperfeita de um ideal, e a experiência mostra, acredito,
que, quando o mesmo termo é usado para ambos, intrometem-se, na análise, uma
confusão desnecessária e discussões semânticas essencialmente irrelevantes. No
extremo oposto, o termo hegemonia não é inteiramente satisfatório; no entanto,
considerando-se o significado que lhe atribui, o termo hegemônico parece-me mais
apropriado do que hierárquico, meritocrático, absolutista, autocrático, despótico,
autoritário, totalitário, etc. [n.r., p. 31-32]
– A questão que abriu este capítulo pode agora ser recolocada da seguinte maneira:
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*
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– Quando regimes hegemônicos e oligarquias competitivas se deslocam na direção de
uma poliarquia, eles aumentam as oportunidades
• Certos leitores podem estar inclinados a pensar que as diferenças entre regimes nacionais
não são importantes. Alguém, por exemplo, poderia compartilhar a opinião daqueles que
argumentam, como Gaetano Mosca, que no fim das contas todo regime é dominado por
uma minoria dominante.
– Certas coisas que superficialmente parecem mudanças no regime, às vezes não são
absolutamente mudanças no regime mas simples mudanças de pessoal, de retórica e
provisões constitucionais vazias. [p. 39]
– Ainda assim, poucas pessoas parecem dispostas a adotar consistentemente o ponto
de vista de que as diferenças em regimes - diferenças entre poliarquia e hegemonia
inclusiva, por exemplo - são basicamente desprezíveis.
– Ainda que testemunhas oculares desse gênero não provem a questão, elas previnem
contra a aceitação da noção fácil de que as mudanças de regime político não têm muita
importância. (. . . ) No entanto, há boas razões para se pensar que a transformação de
um regime de uma hegemonia num regime mais competitivo ou de uma oligarquia
competitiva numa poliarquia tem resultados significativos. [p. 41]
• – Para começar, existem as liberdades liberais clássicas que são uma parte da definição
de contestação pública e de participação. (. . . ) nas políticas bem-estabelecidas, essas
liberdades há muito perderam seus atrativos como uma causa nova, para não falar
de qualquer apelo revolucionário. Familiares, imperfeitas, claramente insuficientes
para garantir uma boa sociedade, trivializadas ao longo de muitas gerações pelos
excessos retóricos, elas são facilmente entendidas como uma herança de significado
bastante modesto. Seus valores certamente parecem maiores aos que os que perderam
ou nunca os tiveram.
– A participação ampliada combinada com a competição política provoca uma mudança
na composição da liderança política, particularmente entre aqueles que conquistam
cargos públicos através de eleições - especialmente cargos parlamentares. Na medida
em que novos grupos obtêm o sufrágio, candidatos com características sociais mais
próximas às das camadas recém-incorporadas ganham uma fatia maior dos cargos
eletivos. (. . . ) isso não significa que a liderança política e os parlamentos sejam sem-
pre uma amostra representativa das diversas camadas socioeconômicas, ocupações
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e outros agrupamentos de uma sociedade. (. . . )mesmo que a ’classe política’ não
seja uma boa amostragem das categorias econômicas e sociais de um país - e muitos
defensores da democracia representativa argumentariam que ela não precisaria nem
deveria sê-lo - a ampliação do sufrágio junto à competição política torna, porém, os
parlamentos, em particular, e a liderança política, em geral, consideravelmente mais
representativos no sentido puramente estatístico.[p. 42-43]
– Na medida em que um sistema torna-se mais competitivo ou mais inclusivo, os
políticos buscam o apoio dos grupos que agora podem participar mais facilmente
da vida política. A resposta de políticos à existência de novas oportunidades de
participação e de contestação pública é diversificada e tem efeitos de longo alcance.
Descrevi, mais atrás, uma dessas: apresentar candidatos de quem os eleitores sintam-
se, de alguma forma, mais ’próximos’. Outra é adaptar retórica, programa, política e
ideologia ao que se acredita que sejam os desejos ou interesses dos grupos, segmentos
ou camadas até então não representados. [p. 43-44]
– A competição e a inclusividade provocam mudanças no próprio sistema partidário.
As mudanças mais drásticas e visíveis ocorrem, certamente, quando um regime
hegemônico de partido único é rapidamente substituído por uma poliarquia. (. . . )
países onde as oportunidades de participação e contestação se expandem durante um
período mais longo apresentam um desenvolvimento um tanto similar em câmera
lenta. Quando o sufrágio vai além dos notáveis e de sua clientela, os velhos partidos
e facções baseados principalmente nas relações sociais entre os notáveis - em laços
familiares, de classe, residência, estilo de vida e tradição - são substituídos ou
suplementados por partidos mais eficazes em atrair as classes médias. O processo
novamente se repete quando as classes trabalhadoras alcançam o sufrágio. (. . . ) Ainda
que os detalhes variem de país para país, parece emergir um padrão similar sempre
que a poliarquia evolui durante um período considerável de tempo. [p. 44]
– Os partidos também mudam de estrutura e organização. Como já tem sido assinalado,
a necessidade de mobilizar um eleitorado maior aciona o desenvolvimento de organi-
zações partidárias “modernas”. Isso porque, na medida em que o eleitorado cresce,
os arranjos tradicionais, geralmente informais, que funcionaram perfeitamente com
um minúsculo grupo de eleitores (muitos dos quais estavam, de qualquer forma, sob
o domínio dos notáveis) são simplesmente inadequados. Para um partido sobreviver
numa nova situação de competição, ele precisa alcançar seus membros, seguidores
e potenciais eleitores com organizações ao nível do bairro, seção, célula, e coisas
assim. [p. 45]
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maiores se o regime político for uma poliarquia do que se for um regime misto, e
maiores sob um regime misto do que sob uma hegemonia.
– Até mesmo os estudos sobre variações de programas, políticas e variáveis socioe-
conômicas entre os cinqüenta Estados norte-americanos não produziram, até agora,
resultados concludentes sobre o grau em que as variações nas orientações políticas
se relacionam com as variações na competição e na participação políticas - muito
embora o leque de diversidade dessas variáveis todas será certamente bem mais
estreito do que entre países. Devido ao poderoso impacto de fatores, como o nível
de desenvolvimento sociocconômico de um país nas políticas governamentais, as
características de seus sistemas social e econômico e de suas tradições, é perfeita-
mente possível que o caráter do regime tenha pouco efeito independente na maioria
das políticas governamentais. [p. 46]
– Quanto menores os obstáculos à contestação pública e maior a proporção da popu-
lação incluída no sistema político, mais dificuldade terá o governo de um país em
adotar e aplicar políticas que exijam o exercício de sanções extremas contra uma
porção maior do que uma pequena porcentagem da população; e menos provável,
também, que o governo tente fazê-lo.
de regimes para a política. Não creio que as poliarquias tenham mais consideração do
que outros regimes com as pessoas efetivamente
privadas de direitos de cidadania.
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hegemônicos ou mistos pode não estar tanto nos resultados a serem esperados em termos
de contestação pública e inclusão discutidos mais acima, quanto nas consequências para outros
valores. [p. 49]
• – -> para a poliarquia ocorrer é preciso a redução dos obstáculos à contestação pública
e o aumento da parcela da população capacitada a participar.
ARGUMENTOS
existem as liberdades liberais clássicas que são uma parte da efinição de contestação
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pública e de participação
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ARGUMENTOS
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* Nem os mais novos nem os governantes sentiram-se ameaçados, pois o custo da
tolerância não foi alto o suficiente para superar os possíveis custos da repressão,
particularmente porque a repressão provocaria a destruição de um sistema bem
desenvolvido de segurança mútua. [p. 54]
– “quanto maior for o número de pessoas e a variedade e disparidade dos interesses
envolvidos, mais difícil é a tarefa e maior o tempo por ela exigido.
* nos três países, uma transição para a política competitiva já havia sido feita
antes da tomada ditatorial do poder, e algumas das tradições antigas da política
competitiva ressurgiram depois da destruição da ditadura.
* Além disso, em cada um dos casos, a ditadura não foi destruída de dentro mas
de fora por uma derrota militar esmagadora; as forças de ocupação baniram da
vida pública, pelo menos temporariamente, os representantes da velha ditadura,
e, durante alguns anos, elas decidiram todas as questões fundamentais. Por todas
essas razões, e outras, os novos regimes não foram assolados por conflitos fatais
sobre legitimidade, surgidos de pretensões dos representantes do velho regime
* esses três casos mostram que, sob certas condições altamente incomuns, uma
virada abrupta da hegemonia para a poliarquia pode resultar em regimes tolera-
velmente estáveis. As condições, entretanto, podem se mostrar historicamente
únicas.
– O segundo caminho também é arriscado. Quando o sufrágio é ampliado antes das
artes da política competitiva terem sido assimiladas e aceitas como legítimas entre as
elites, a busca de um sistema de garantias mútuas provavelmente será complexa e
consumirá tempo. Durante a transição, quando surge um conflito, nenhum dos lados
pode estar inteiramente confiante de que é seguro tolerar o outro.
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• – O perigo está em que, antes de um sistema de segurança mútua ter sido criado entre
os disputantes, o regime competitivo emergente mas precário pode ser substituído
por uma hegemonia governada por um dos disputantes.
O primeiro caminho é mais passível do que os outros de produzir o grau de segurança mútua
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exigido para um regime estável de contestação pública
2 Mas o primeiro caminho já não está aberto para a maioria dos países com regimes hegemônicos
O risco de fracasso poder ser reduzido, porém, se os passos no sentido da liberalização forem
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acompanhados de uma busca dedicada e transparente de um sistema viável de garantias mútuas
Importância da inauguração
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• O velho regime é transformado através de processos evolutivos: o novo regime é
inaugurado por líderes governantes, que atendem pacificamente (mais ou menos)
às reinvindicações por mudanças e participação na inauguração da poliarquia ou
quase-poliarquia
No interior de
um Estado – O velho regime é transformado por conquista militar: depois de uma
Nação derrota militar, as forças de ocupação vitoriosas ajudam a inaugurar uma
independente poliarquia ou quase-poliarquia.
– O velho regime é transformado por revolução: o novo regime é
inaugurado por líderes revolucionários que derrubam o velho regime e
instalam uma poliarquia ou quase-poliarquia.
• “um número desproporionalmente grande de poliarquias estáveis com alto grau de con-
senso parece ter surgido do primeiro modo, pela evolução pacífica no interior de um
Estado-nação, ou do quarto modo, pela evolução pacífica no interior de um país depen-
dente. Provavelmente, o motivo disto é que a evolução pacífica pode mais facilmente
resultar numa poliarquia sustentada por um sentimento generalizado de legitimidade. Na
medida em que os governantes sujeitam-se pacificamente (no todo) e participam das
mudanças, eles ganham aprovação, a legitimidade ligada ao regime é transferida intacta
para o novo regime e o processo de mudança pacífica, tão importante para a poliarquia,
ganha em legitimidade.” [p. 57-58]
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• – Um colapso súbito do velho regime deixa o novo sem um legado de legitimidade;
uma inauguração revolucionária do novo legitima o uso da revolução contra ele
mesmo. Os anos mais críticos, então, são provavelmente os primeiros, quando a
legitimidade do novo regime ainda está em questão e as lealdades ao velho regime
ainda estão vivas.
• Muitos dos novos Estados em que o sentimento de nacionalidade é fraco, os líderes dos
movimentos nacionalistas que durante a luta pela independência proclamaram a meta da
democracia, posteriormente, como líderes da nova e frágil nação, vêem a oposição organi-
zada como uma ameaça à integridade do país. Nos novos Estados, então, o nacionalismo
não encoraja tanto a tolerância a discordâncias e oposições quanto oferece uma justificativa
pronta e aceitável para a intolerância e represssão. -> relação entre nacionalismo, lealdade
e medo de dissensão.
– Uma limitação ainda mais importante à quinta estratégia pode ser o fato de os desdo-
bramentos mundiais a terem tornado obsoleta. Com o desaparecimento dos impérios
coloniais, a maior parte do mundo consiste agora de Estados nominalmente sobera-
nos. Em um mundo de Estados independentes já não há muitas oportunidades para
movimentos de independência nacional para inaugurar regimes mais competitivos.
– “O desaparecimento dos impérios coloniais reduz também as oportunidades de
um quarto processo de inauguração. (. . . ) portanto, as alternativas mais prováveis
reduzem-se às duas primeiras: nos regimes hegemônicos existentes, um regime mais
competitivo terá de ser inaugurado, seja por evolução, seja por revolução”. [p. 60]
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bipartidário, uma ditadura de partido único não precisam ser reinventados como se não
houvessem modelos a copiar.Nenhum país precisa tatear no escuro durante séculos de experiência
sem qualquer idéia clara sobre as instituições elementares necessárias para um regime altamente
liberalizado: partidos competitivos e eleições sem obrigatoriedade de voto não são meramente
uma meta, e sim um fato. Da mesma forma, quando uma quase-poliarquia desmorona, os líderes
antidemocráticos não precisam se atabalhoar atrás de uma fórmula de partido único“ [p. 61]
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2) A presença de modelos de poliarquia e de hegemonias de partido único, tem um
impacto no processo de inauguração de regimes, no mundo, provavelmente mas seus
efeitos são imprevisíveis. No mínimo, sua presença provavelmente as expectativas de
que os regimes podem ser rapidamente transformados eleva em qualquer direção.
• – Axioma do capítulo 1: é mais provável que um governo tolere uma oposição quando
os custos esperados de sua supressão aumentam e os custos esperados da tolerância
diminuem.
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• – “ Nos lugares onde as forças militares são relativamente grandes, centralizadas e
hierárquicas, como acontece na maioria dos países, hoje em dia, a poliarquia é certa-
mente impossível a menos que os militares sejam suficientemente despolitizados para
permitir um governo civil. (. . . ) as chances atuais para a poliarquia são diretamente
dependentes da força de certas crenças não só entre civis mas entre militares de todas
as patentes.”
– As circunstâncias mais favoráveis para a política competitiva existem quando o
acesso a violência e as sanções socieconômicas ou está disperso, ou é negado tanto a
oposições como ao governo. As circunstâncias menos favoráveis ocorrem quando a
violência e as sanções econômicas estão disponíveis exclusivamente ao governo e são
negadas às oposições [n.r.: Para simplificar a teoria c a exposição a esta altura, trato
“governo” e “oposição” como atores únicos, unificados. Obviamente, isto raramente
acontece.]
• – “Alguns países latino-americanos dão uma ideia aproximada das circunstâncias que
tenho em mente, não tanto porque as sanções socioeconômicas são monopolizadas,
mas devido a uma tradição de intervencionismo militar. Nos lugares onde as forças
militares se mostram propensas a intervir na vida política em defesa de interesses
especiais ou de sua própria concepção dos interesses do país, qualquer governo
que perseguir políticas que elas desaprovem provavelmente terá vida curta, como
acontece na Argentina” [p. 66]
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cursos tão grandes para a dominação não teria estímulos para permitir que todos os
principais instrumentos de violência sejam dispersos ou politicamente neutralizados e
possuíram, provavelmente, recursos suficientes (autoridade legal, promoções, salário
e saúde, por exemplo) para impedi-lo.
Sociedades agrárias
* Estados unidos, suíça, etc: uso de armas e demais tecnologias bélicas distribuída,
sem monopólios, reduz as perspectivas de um monopólio bem-sucedido da
violência por qualquer segmento da população.
• – “A doutrina liberal clássica colocou a seguinte equação: político competitiva -> uma
ordem social pluralista -> uma economia competitiva -> propriedade privada. (. . . )
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Ao mesmo tempo, o pensamento liberal clássico defendia que, para uma economia
socialista existir - e o socialismo era entendido como a única alternativa moderna ao
capitalismo -, teria de haver uma ordem social completamente centralizada, com o
acesso às sanções sociais, econômicas e físicas concentrado nas mãos de autoridades
centrais; evidentemente, uma ordem social exigiria (e tornaria possível) um regime
hegemônico“ [p. 71]
* A equação gêmea era, então: uma economia socialista -> uma ordem social
centralmente dominada -> um regime hegemônico
* “assim, o liberalismo clássico estabelecia, como rígida premissa ao capitalismo
competitivo, a existência da política competitivo, a existência da política com-
petitiva e, posteriormente, da poliarquia: ele dizia, com efeito, que não se pode
logicamente escolher as liberdades associadas à política competitiva a menos que
se escolha uma economia capitalista competitiva; se se optar por uma economia
socialista, logicamente se estará optando por um regime hegemônico e pela
destruição das liberdades políticas” [p. 71]
• Economistas liberais como Adam Smith sabiam, pela história do mercantilismo, que
a propriedade privada não é uma condição suficiente para a competição econômica; a
primeira equação especifica apenas que ela é uma condição necessária. (. . . ) Os casos
extremos - como Itália, Alemanha e Japão - demonstraram que uma espécie de propriedade
privada“ poderia coexistir mesmo com uma ordem social centralmente dominada.
• “as equações do liberalismo clássico deram-se mal na suposição de que qualquer alternativa
ao capitalismo competitivo exigia, necessariamente, uma economia centralmente dirigida,
enquanto, na realidade, a competição entre empresas privadas não é absolutamente o único
método de descentralizar uma economia”.“
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