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0656
A C Ó R D Ã O
(8ª Turma)
GMDMC/Rlj/cb/wa
PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
A Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da
9ª Região, pela decisão de fls. 841/846, denegou seguimento aos
recursos de revista interpostos pelas partes litigantes.
Inconformadas, ambas as partes interpõem agravos
de instrumento, insistindo na admissibilidade dos recursos.
Foram apresentadas contraminuta e contrarrazões.
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MP 2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
V O T O
I – CONHECIMENTO
II – MÉRITO
O ora agravante, às fls. 715/723, argui a nulidade
do acórdão recorrido, sob o fundamento de que, mesmo após os
embargos de declaração, o Regional não enfrentou a sua única tese
expendida em contrarrazões, qual seja de que a "cláusula coletiva
considera a hora noturna sem a redução para o fim exclusivo do
pagamento do adicional noturno, e não para a exclusão do computo da
hora noturna em relação à jornada de trabalho". Afirma que em nenhum
momento alegou a nulidade, a ilicitude ou a invalidade da referida
cláusula coletiva.
Indica ofensa aos artigos 458 do CPC/73 (atual 489
do CPC/15), 5º, XXXV, XXXVI, LV, e 93, IX, da Constituição e traz
aresto.
Ao exame.
Afastase, de início, a alegação de ofensa ao
artigo 5º, XXXV, XXXVI, da CF e de existência de dissenso
pretoriano, ante os termos da Súmula nº 459 desta Corte.
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PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
"RECURSO ADESIVO DA RÉ
HORAS EXTRAS
Constou na sentença:
PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
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PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
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Como se verifica, não há ausência de manifestação
do Regional sobre a controvérsia, pois está registrado expressamente
que, no caso concreto, nos termos do posicionamento adotado por
aquele Colegiado é possível a flexibilização da hora noturna
reduzida por intermédio de norma coletiva, desde que exista
contraprestação para o empregado na forma do pagamento de adicional
noturno majorado para no mínimo 37,50%, percentual proporcional à
compensação. Ressaltou que, no caso vertente, o reclamante começou a
auferir o adicional noturno de 40% e depois passou para 43%, assim,
concluiu que a cláusula coletiva era mais benéfica ao reclamante.
Diante desse contexto, considerou a Corte de
origem que merecia reforma a sentença que determinou o pagamento de
horas extras e reflexos, tendo em vista que a condenação derivou-se
do fato de a reclamada adotar a hora noturna de sessenta minutos
para fins de apuração da duração do trabalho.
Em sede declaratória, ressaltou que havia no
acórdão tese explícita sobre a controvérsia, não havendo vícios no
julgado.
Do cotejo entre os fundamentos adotados na decisão
recorrida e o conteúdo das próprias razões tecidas pelo reclamante,
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Os fundamentos adotados na decisão recorrida foram
transcritos acima.
O ora agravante, fls. 723/730, afirma que o
Regional interpretou erroneamente a cláusula coletiva, que considera
a hora noturna sem a redução para o fim exclusivo do pagamento do
adicional noturno, não havendo correlação com o cômputo da hora
noturna em relação à jornada de trabalho. Sustenta, nessa linha, que
não há previsão coletiva autorizando a desconsideração da redução
ficta para o cômputo da jornada.
Indica ofensa aos artigos 7º, XXVI, da CF e 73, §
1º, da CLT.
Ao exame.
Sem razão.
Cingese a controvérsia à validade do pacto
coletivo que desconsiderou a hora noturna reduzida mediante a
fixação de um adicional noturno superior ao legal.
Como visto, o Regional excluiu a condenação da
reclamada ao pagamento das horas extras decorrentes da inobservância
da hora noturna reduzida.
O artigo 73, caput, e § 1º, da CLT estabelece o
pagamento do adicional noturno, que corresponde ao acréscimo de pelo
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menos 20% sobre a hora diurna, bem como preceitua que a hora noturna
será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
Contudo, é cediço que o artigo 7º, XXVI, da
Constituição Federal elevou os instrumentos coletivos ao patamar
constitucional, prestigiando e valorizando a negociação coletiva.
Com efeito, o comando constitucional
supramencionado chancelou a importância das convenções e dos acordos
coletivos de trabalho, autêntica fonte autônoma do Direito do
Trabalho, prestigiando e reconhecendo suas normas como forma de
prevenir e solucionar conflitos, com o entendimento direto das
categorias, independentemente da intervenção do Estado.
Assim, com fulcro no citado dispositivo
constitucional, este Tribunal Superior tem privilegiado as
disposições contidas nas normas coletivas, desde que não se
configure afronta aos direitos trabalhistas previstos em norma
cogente.
Na hipótese dos autos, a norma coletiva
desconsiderou a redução ficta do horário noturno e, em
contrapartida, fixou o percentual do adicional noturno,
inicialmente, em 40,00% e, posteriormente, em 43,00% ou seja,
superior ao legal (20%).
Verificase, portanto, não se tratar de supressão
pura e simples de direito legalmente previsto, mas, sim, de
flexibilização do seu conteúdo com concessões recíprocas, restando
assegurado ao trabalhador condição mais favorável do que a
estabelecida na legislação trabalhista.
Nesse contexto, imperioso o reconhecimento da
validade do pacto coletivo, com esteio no art. 7º, XXVI, da CF.
A corroborar, citamse os seguintes precedentes
desta Corte:
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PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
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Nego provimento.
I – CONHECIMENTO
II – MÉRITO
A decisão recorrida:
"MULTA
PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
"MULTAS CONVENCIONAIS
(...)
Havendo condenação ao pagamento de horas extras e de
adicional noturno, tem-se por violadas as normas coletivas
respectivas. Por conseguinte, aplicável a multa prevista nas
cláusulas 60, 71, 73, 74 e 75 dos ACTs juntados, de seguinte
teor:
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C) RECURSO DE REVISTA
I CONHECIMENTO
II MÉRITO
PROCESSO Nº TST-ARR-527-88.2016.5.09.0656
ISTO POSTO
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