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Conservação dos Recursos Naturais

Trabalho 01 - Gestão Ambiental Empresa: Celulose Irani

Professora: Jane Carla Burin


Alunos: Franco Copetti Guzmán, Lucas Rubian Schatz

Introdução
A Celulose Irani é uma empresa brasileira fundada em 1941 que se tornou uma das
principais indústrias nacionais nos segmentos de papéis para embalagens e embalagens de
papelão ondulado.

Tipos de Resíduos
A Celulose Irani produz três tipos de resíduos sólidos, que são as cinzas geradas pelas
caldeiras de biomassa, plásticos resultantes da desagregação de aparas de papel, lodo
biológico de fibras de papel. São geradas cerca de 1.500 toneladas por mês de cinzas de
caldeira de biomassa, 1.300 de plásticos e 1.400 de lodo biológico. Anualmente a empresa
gera cerca de 50 mil toneladas de resíduos.

PLANTA DE RECICLAGEM DE PLÁSTICO

A primeira Planta de Reciclagem de Plástico dentro de uma indústria de papel é resultado


de 6 anos de pesquisas sobre alternativas para destinar corretamente o plástico proveniente
das aparas de papelão ondulado.

As aparas adquiridas para reciclagem trazem muitos resíduos plásticos misturados à fibra, o
que dificulta grande parte de seu processamento. Por meio de um processo de lavagem
desses resíduos, é possível obter a separação deste plástico. A fibra segregada é
encaminhada para a produção de papelão reciclado, enquanto o resíduo plástico é
comercializado para indústrias de reciclagem desse material.

Com investimento de R$ 720 mil na sua instalação e capacidade de segregação de 100


ton/mês, a planta deu origem a uma nova cadeia de valor, passando a comercializar um
novo produto: as aparas mistas de plástico, que têm como principais polímeros o polietileno
e o polipropileno.

Antes da instalação da planta na unidade, 93% dos resíduos encaminhados para o aterro
eram provenientes das aparas utilizadas para produção de papel reciclado. Este percentual
representava, em média, 53 ton/dia brutas de resíduos (equivalente a cerca de 1.500
ton/mês).
CINZAS DA CALDEIRA HPB

O uso das cinzas da caldeira HPB é um projeto que se tornou possível por meio de um
sistema de lavagem de gases na chaminé da caldeira para retenção úmida de partículas.

A água com material particulado é filtrada e gera dois resíduos (cinza grossa e cinza fina):

O resíduo de cinzas finas é usado na agricultura e em florestas para enriquecimento do


solo, com reconhecimento pelo MAPA da Irani como produtor.

O resíduo de cinza grossa é encaminhado para a GTNH que o transforma em briquetes de


carvão vegetal e comercializa com a marca Carvão Ecomais.

Com investimento de aproximadamente R$ 7 milhões, a GTNH instalou sua planta em


terreno da Irani onde os resíduos são processados e transformados em briquetes de carvão
vegetal. O produto é mais compacto e sua queima tem chamas limpas e sem fumaça.
Portanto, pode substituir com eficiência o gás, a energia elétrica, o carvão mineral e a lenha.

O processo tem capacidade anual de processamento de mais de 2 mil toneladas de carvão,


evitando a emissão de mais de 33 t/CO2eq. A expectativa do projeto é processar 100% das
cinzas da caldeira, produzir 45 toneladas de carvão vegetal por dia e prolongar em cinco
anos a vida útil do aterro.

CARBONATO DE CÁLCIO

Uma das etapas do processo de recuperação da soda cáustica, utilizada na produção de


celulose, é a caustificação, onde se incorpora cal virgem ao licor verde, transformando-o em
licor branco, que retorna ao processo como soda cáustica e gera como resíduo o carbonato
de cálcio.

Este resíduo industrial tornou-se um novo produto, sendo registrado no Ministério da


Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e licenciado para comercialização como um
Corretivo de Acidez do Solo.

Em 2010, a Irani aderiu ao Programa Terra Boa, da Secretaria da Agricultura e


Desenvolvimento Rural de Santa Catarina com o objetivo distribuir o carbonato de cálcio
aos produtores rurais do estado para viabilizar a conservação e a melhoria da qualidade do
solo por meio da correção da acidez.

Anualmente, 40.000 toneladas deste produto são geradas, sendo encaminhadas aos três
estados do sul. A empresa Calcários Trevo, parceira deste processo, é responsável pelo
carregamento e distribuição do produto, gerando 6 postos de trabalho.
O projeto, além de criar uma nova cadeia de valor por meio de um novo produto, evita a
geração de passivos ambientais com disposição do material em aterro, aumenta a vida útil
do aterro industrial e consequentemente gera novos empregos e receita.
Carbono Neutro

A Irani é certificada como uma empresa Carbono Neutro. Isso significa que registra
absorção superior à emissão de gases provenientes dos processos de fabricação.

Além disso, foi a primeira empresa do Brasil a certificar um Inventário de Gases de Efeito
Estufa (GEE) de acordo com a ISO 14064:2006.

MDL Tratamento de Efluentes

A Irani foi a primeira empresa brasileira do setor de papel e celulose e a segunda no mundo
a ter créditos de carbono emitidos pelo Protocolo de Kyoto.
Foi também, a primeira empresa da América Latina a ter um projeto de Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) de tratamento de efluentes industriais a ser registrado na
ONU.
O MDL da Estação de Tratamento de Efluentes tornou-se o primeiro do mundo a ser
totalmente aeróbico.

MDL da Estação de Tratamento de Efluentes

O MDL da Estação de Tratamento de Efluentes substitui a degradação anaeróbia (sem


oxigênio) pela degradação aeróbia (com oxigênio) da matéria orgânica, evitando assim, a
emissão de metano, gás de efeito estufa (GEE) que provoca o aquecimento global.
A iniciativa abrange a modernização do sistema de tratamento, envolvendo um sistema
aeróbio chamado tratamento secundário por meio de lodo ativado com aeração prolongada.
Esse processo evita que o lodo fique depositado no fundo das lagoas e gere o gás metano.

Aprovado pelo Conselho Executivo do MDL em janeiro de 2008, o mecanismo tornou-se


também, o primeiro no mundo a ser totalmente aeróbio.

Relação com a aula: água e solo


Praticamente todo o ciclo de produção da empresa tem alto potencial poluente, tanto o solo
quanto os recursos hídricos podem ser afetados, entre os principais subprodutos poluentes
estão o lodo biológico, as cinzas e o plástico junto as aparas de papel. Com as práticas
sustentáveis, e a economia circular, a Celulose Irani ajuda a mitigar os possíveis impactos
ambientais, tratando e transformando os resíduos em recursos úteis a comunidade e meio-
ambiente.

Referência:
http://www.irani.com.br/praticas-sustentaveis/gestao-ambiental/
http://anpei.org.br/celulose-irani-procura-solucao-para-residuos-solidos/

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