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vs se Conor Civic Pinefpion do Cibnchas e Fnywnari de Materia i Cochela Hala (Organiza) /IURACON, do its reserva pitulo 18 odutos de Cerémica Vermelha Weide do Vale do Rio dos Sinos Introdugio A inctistria cerimica é uma das mais antigas do mundo, No perfodo litico (entre 12000 e 4000 a.C.), a necessidade de armazenar alimentos you o homem a criagdo de componentes de barro secos naturalmente ¢, ystcriormente, A fabricagao de ceramicas cozidas. No Egito, hd cerca de 00 a.C., jd era utilizada a cerdmica vidrada. A ceramica branca data do gculo XVII, na Europa Central. Nas tltimas décadas, foram senvolvidas novas tecnologias ¢ utilizadas novas matérias-primas, o que psultou no aperfeigoamento dos produtos convencionais ¢ no jesenvolvimento de ‘cerdmicas de alta tecnologia, que suportam jmperaturas extremamente elevadas e possuem grande resistencia weciinica, utilizadas em setores como a indtistria aeroespacial, eletrénica nuclear. ‘As ceramicas so obtidas a partir de uma massa a base de argila, \ubmetida a um processo de secagem lenta e, apés a retirada de grande pirte da agua, cozida em temperaturas elevadas. Um dos critérios mais {iudicionais para classificagdo das ceramicas é a cor da massa, que pode sor branca ou vermetha. As cerdmicas vermelhas, 0 objeto deste capitulo, so provenientes de argilas sedimentares, com altos teores de compostos ile ferro, responsaveis pela cor avermelhada apés a queima. Sao utilizadas a fabricagdo de diversos componentes de construgao, tais como tijolos inacigos, blocos cerimicos, telhas, tubos ceramicos, tavelas, dentre outros. O setor industrial responsavel pela fabricagdo da ceramica vermelha no Brasil possui grande importéncia, em fungio da grande quantidade de produtos utilizados na construcao civil. Segundo a Associagao Nacional Ja Industria Cerdmica (ANICER, 2007), ha cerca de 5.500 empresas produtoras de ceramica vermelha no Brasil, consumindo cerca de 10,300,000 toneladas de argila por més. 18.2 Argilas para ceramica yermelha ‘As cerimicas so obtidas a partir do tratamento térmico de mater inorginicos, ndo metélicos, em temperaturas elevadas, No uso ceramica vermelha, a. matéria-prima utilizada para a fabricagio € argila. ‘A argila é um material natural, terroso, de baixa granulometria (00 elevado teor de particulas com diametro inferior a 2m), que apresey plasticidade quando misturado com quantidades adequadas de agua, argilas so provenientes da decomposicao de rochas. Sao constituid por argilominerais, podendo conter outros minerais como quarté feldspato, mica, pirita e hematita, além de matéria organica © outral impurezas. Alguns depésitos de argila possuem elevado grau de pure7! ¢ contém um argilomineral predominante e pequenos teores de outro} argilominerais e impurezas. Quando 0 depdsito nao atende a caracteristicas necessdrias para a produgéo de um determinad componente de cerdmica vermelha, é comum que se misturem duas ou mai argilas, elaborando-se uma massa que possua as caracteristicas necessdrias, Essa massa 6 submetida a um procedimento de conformacio, sofre umit secagem inicial e, posteriormente, ¢ cozida, gerando a cerdimica vermelha, 18.2.1 Constituintes das argilas As argilas utilizadas para a confecgtio de componentes de cerdimica vermelha sio constituidas por argilominerais © minerats acessérios. Os principais grupos de argilominerais sio a caulinita, a ilita e as montmorilonitas. A caulinita € utilizada para a confecgio de materiais refratirios, enquanto a ilita € a montmorilonita séo mais adequadas para a fabricagao de cerimica vermetha. Os principais elementos constituintes dos argilominerais sao a alumina, os compostos de calcio ¢ magnésio, a matéria organica, a silica, silicatos e fosfatos e os sais soltiveis. No Quadro 1, estio sumarizadas as principais propriedades desses elementos, Quadro | - Propriedades dos pincipns elementos constitnintes das ars Eiemeriog J Prineipas propredade “Riumine | Propel eatabiade dimensional om temparaturaselovadas. Carbonato «sulfate de Resullam em expanséo volumtic; | “cai emagnésio | _ ‘agem come funders. WMalera orgarica FResula em reragan,fissuras Gurante os processes de | -sazonamento © quolma e erenges de clorayao em um mesmo ‘componente cevtico. ‘Sica ive DiminuTa retaqlo dunia os processos de sazor elma; roduz a plastidade de argia. SiicateseYosttos | S80 fundontes,algune aumeriam a resieinci da corarica ‘Sais solves Propiciam o aperecimento de eferescéncias nos componcntas coramcos. Caen Jontie os demuls minerals existenten na urgila, sli comuns o quartzo, composts de ferro (existentes em grande quantidade em argilas para inion vermelha), Os arbonatos, & mica e os feldspatos. .2 Principais ensaios de caracterizagao da matéria-prima primeira etapa da fabricagao de uma cerdmica consiste na definigto propricdades requeridas para a massa, em fungao das especificagoes Componente a ser fabricado. A comprovagio das propriedades & izada por meio de diversos ensaios de caracterizacdo. Alguns ios so realizados diretamente na matéria-prima, com 0 objetivo de identificar se esta possui as propriedades necessdrias para a wldagem e secagem de produtos ceramicos. Os demais ensaios sto uilizados em corpos-de-prova que passaram por todas as etapas do fvesso de produgio da ceramica vermetha (preparo da massa, wldagem, secagem e queima). 1.2.2.1 Ensaios de caracterizagdo realizados diretamente na matéria-prima 18,2.2.1.1 Ensaios visando a identificagao da composigdo quimica ¢ mineralégica da matéria-prima Faistem diversas técnicas para a identificagao dos argilominerais em ‘ugilas ou massas, Um método rapido e preciso para a determinagio da omposicao quimica de materiais cerimicos é a fluorescéncia de raios X. Entretanto, em fungZo de seu custo ser muito elevado, € comum se litilizarem outras téenicas de andlise. As técnicas mais utilizadas sao a difragdo de raio X, a andlise térmica, a microscopia dtica e eletronica, |‘. espectroscopia no infravermelho e a anélise quimica!, Para a iWlentificagao de argilas com elevado grau de pureza, 0 uso de uma dessas técnicas, como a difragao de raio X, ja & suficiente, Nas outras argilas, 0 uso conjunto de varias técnicas é 0 tinico caminho para a correta identificagdo dos constituintes. A difracio de raio X (Figura 1) € um método que permite a identificagio dos elementos constituintes da argila a partir de picos registrados em um difratograma, Em conjunto com uma anilise quimica, pode-se estimar a composigio mineralégica da argila. Um dado importante que pode ser obtido na anélise é a determinacao do grau de cristalinidade dos minerais argilosos, caracteristica que influenciaré no comportamento da argila durante o processo de fabricagio. "Mis nformages see as principal nics de ndlise de matcas pm ser obsdss no Capitulo 14 Técicas experiments par esto dos materi, c 2 20 7 “0 Ey cy 7 7 2Ten nau) igus Psempo do uso da ween de tao ge ros X: store ce ua arp a ego do Veco Ria ‘hos Sinos RS, cam identifica dos princi elamentos coats. ‘A) Identificagdo dos elementos constituintes por andlise térmica A anélise térmica consiste na anélise de alteragdes em uma propriedade fisica ou quimica da argila quando submetida a um acréscimo controlado de temperatura. AS principais técnicas de andlise térmica utilizadas A andlise térmica diferencial consiste na determinagao da variagao de temperatura entre a amostra de argila ¢ uma substancia de referéncia, em um ciclo de aquecimento controlado. Os picos endotérmicos ¢ exotérmicos, obtidos durante 0 ensaio, permitem a identificagao qualitativa ‘das substancias, enquanto sua rea permite uma determinagao quantitativa. O ensaio é de grande valia para a caracterizacao de argilas. A termogravimetria € um ensaio complementar 8 ATD. Consiste na determinagao da variagao de massa da amostra de argila, em fungio do acréscimo de temperatura 20 longo do tempo. A variagao de massa 6 resultante de uma transformagao fisica ou quimica e gera uma curva termogravimétrica, na qual se podem distinguir constituintes da argila. A termogravimetria derivada é a curva em que se visualiza a derivada da curva TG. Por esta curva, € possfvel determinar a temperatura em que a velocidade de uma determinada perda de massa atinge seu valor maximo e também estimar o valor de perda de massa ocorrido, a partir da érea da curva DTG. A Anéilise Mecanica Térmica, realizada em dilatémetro, consiste na determinagao das mudangas dimensionais de uma amostra de argila (ap6s haver queimada) e fornece dados sobre o coeficiente de expansio linear, sua contracdo ou expansio relativa.em argilas. So: a Anélise ‘Térmica Diferencial (ATD) (Figua 2a), a Termogravimetria (TG) (Figua 2b) e sua ‘Termogravimetria Derivada (DTG) (Figua 2c) ¢ a Andlise Mecinica Térmica (AMT). Diversos equipamentos de anilise térmica possuem todos esses equipamentos conjugacios. Rel oY by mecinie iia (lamer) Figura 2~Exomplo do cuevas de TDG e DTG restates do nso de una aril tliza pra fabreago Ade tijolos eblocos cerimices, ma regio do Vale do Rio dos Sino, RS. 18.2.2.1.2 Ensaios visando & caracterizagdo fisica da argila A caracterizagio fisica da argila é realizada a partir da determinagao da dlistribuigdo granulométrica e dos indices de plasticidade da argila. A) Distribuicao granulométrica ‘A distribuigdo granulométrica, associada a forma e ao estado de agregacio das particulas de argila, exerce grande influéncia no comportamento da massa € nas propriedades da cerdmica vermelha, tais como a distribuigao de poros, resisténcia mecanica e textura, ‘A matéria-prima ut fa para a produgio de ceriimica vermelha ¢ constituida, geralmente, por particulas com dimensdes entre 50 nm e 1 cm. A frag Inferior a 2 pum, denominada fragio argilosa, ¢ a que exeree maior influéneia nak propriedades da cerimica vermelha. Para a produgio de componentes de ceraimica vermelha, geralmente € necessério passar a matéria-prim por Uni laminadora, com o objetivo de adequar as dimensoes dos griios de argilii fis dimensdes citadas, necessérias para o processo de extrusio ou prensagem Ha diversos processos para a determinacao da distribu wulometriea dit argila. Os mais precisos sao a difragao a laser e a determinaca0 da velocidade de sedimentag3o por absorgo de raios X, métodos que geram uma curva de istribuicdo granulométrica com. grande preciso. Outro método utilizado, de menor precistio, € a determinagio da distribuicao granulométrica por penciramento. No Brasil, sZo utilizadas ax peneiras especificadas na NBR 7181 (ABNT, 1984), B) Plasticidade A caracterizagao fisica da argila pressupde a determinacdo de seus indices de plasticidade. Plasticidade & a propriedade que um sistema rigido possui de se eformar, sem se romper quando submetido a uma determinada forga, ¢ de manter essa deformagio apés a retirada da forga. A plasticidade é fundamental para as produgao de cerimica vermelha, uma vez que elas, normalmente, sio moldadas por extrusao. Em argilas timidas, a plasticidade € resultante da agdo da dgua retida entre as melares dos argilominerais (que age como um me permite o deslizamento entre elas, quando uma forga tangeneial for aphi sua interagdio com as forgas de atracdo existentes entre as particulas lamelares (forgas de Van der Walls ¢ eletrostéticas) Para que uma argila apresente plasticidade, € necessério que a quantidade de ‘igua existente no sistema seja superior @ necesséria para cobrir a superficie dos argilominerais: ax moléculas de gua adsorvidas A superficie dos argilominerais formam uma pelicula denominada “gua rigid”, que fica aderida a superficie por pontes de hidrogénio e é “orientada’” eletricamente; o restante da Agua age como lubrificante, permitindo 0 destizamento entre as particulas lamelares dos argilomincrai Na fabricagao da cerimica vermelha, procura-se determinar a minima quantidade de ‘gua necesséria para permitir uma moldagem adequada, uma vez que teotes excessivos de Agua poderdo gerar elevadas contracoes durante as etapas de secagem e queima (resultando em deformagoes ¢ fissuras) e um. aumento da porosidade da cerimica, com conseqilente perda de resisténcia mecfinica © aumento da permeabilidade a 4gua ‘As relagées entre a quantidade de dgua rigida e a massa de argila, bem como entre 0 total de Agua e a massa de argila io denominados indices de Attemberg. Os indices de Attemberg so também denominados limite de plasticidade, limite de liquidez.e indice de plasticidade. O limite de plasticidade (LP) é 0 minimo teor de agua, em relacdo a argila seca, que permite a moldagem de cilindros com cerca 2 Mais infermagcessobeo assunto poten ser abtidas no Capital 7 - Supers eilerfaespasicidace a aneeeaaeeeelle 4mm de didimetro © 100 mm «150 min de comprimento, sem que ocorram estas. © limite de liquide (LL) &0 teor de agua, em relagio a arpila seca, qual @ massa fui, quando agitada, No Brasil, € determinade por meio do Jodo de Casagrande, descrito na NBR. 7180 (ABNT, 1984). O indice de iicidade ¢ a diferenga entre o limite de liquide e o limite de plasticidade. ‘Os valores de limite de plasticidade e limite de liquidez. (Figura 3) variam ilo, em funedo das caracteristicas de cada argila, Em um estudo realizado com argilas do Rio Grande do Sul, o limite de plasticidade variou entre 17% e 38%, limite de liquider entre 38% e 85% (Santos et al, 1994), oe “ determinagao do li de plasticdade Figura 3 - Obtengo dos limites de Atemberg. [8.2.2.2 Ensaios de caracterizago da matéria-prima realizados em corpos-de- prova A estimativa das propriedades que uma argila adquiriré apés a queima é falizada, normalmente, por meio da moldagem de pequenos corpos-de-prova que S10 queimados em uma determinada temperatura e, aps resfriamento, submetidos a ensaios de caracterizagao. Os ensaios usuais sio a determinagio da Lvontragao linear, da massa especifica, da porosidade e da absorgéio de sigua apds fa queima, além da determinagao da resistencia a flexao. Antes da queima, ainda determinada a umidade de conformacdo da argila. ( processo (Figura 5) comega pela determinagio do teor de gua ideal para realizar a conformagéo da argila, utilizando-se uma prensa ou uma maromba de Inboratério (no caso de extrusio), mokdando-se_pequenos corpos-ce-prova retangulares (visualizados na Figura 4). Apds a conformagéo, os corpos-cle-prova, sio identificados, medidos com o auxilio de paquimetro e conduzidos a sala de secagem (ou secos em estufa), até atingirem uma umidade inferior a 1%. Apos a secagem, os corpos-de-prova sto submetidos & queima, em um forno ou uma mufla, programado de forma a garantir um acréscimo constante e controlado de (emperatura, até atingir as temperaturas que se consideram adequadas para a fabricagto dos componentes de cerdmica vermelha. No caso da fabricagéio de Lijolos e blocos ceramicos, é usual realizarem-se ensaios com uma velocidade de aquecimento de 150°C/hora, até atingirem temperaturas na ordem de 800°C a 1000°C, como, por exemplo, temperaturas de 850°C, 900°C e 950°C. As femperaturas mais elevadas produzem cerimicas de maior resisténeia ¢ menor porosidade, porém geram maior contragao linear e maior consumo de energia. 0 uso de temperaturas muito aeima de 100°C pode levar a E desejado. Apés a queima ¢ o restriamento, sao realizados os denis caracterizagao da argila cozida, que indicario a temperatura ideal para fabricagio da cerémica, Figun 4 - Exist defile de agit em marta de Inboratioeexempos de cmposderovaprovenientes de sails iereres, Determinagio da umidade de conformagéo ¥ Conformagao da argla Determinapao da massa especie - ‘dimensses ineares e resistencia & ‘exao da argla conformada ‘Secagem em estuta a ¥ ‘Quoima até a temperatura eepecticada | —>{ Determinacao da massa ‘specifica, contracao linear, porosidade, absorgdo de Sgua © Fesisténca @ floxao da coramica Fura 5 - Ditgrama exgustice do proceso de arctrizao da rl cr corpse prva 18.2.2.2.1 Umidade de conformagao ‘A.umidade de conformagao encontra-se entre os limites de plasticidade e de liquidez da argila e corresponde ao menor teor de umidade a partir da qual € possivel obter um filete de argila que mantenha a forma da boquilha pela qual foi extrudido, sem apresentar defeitos aparentes (ou a umidade necesséria para conformar um corpo-de-prova por prensagem). E. obtida por meio de sucessivas tentativas de moldagem, em uma maromba de laborat6rio. A primeita tentativa € realizada com um baixo teor de umidade na argila (préximo ao limite de plasticidade), aumentando-se gradativamente esse teor. 18.2.2.2.2 Contragéo linear ‘A determinacio da contragao linear consiste na determinagtio da contragao volumétrica que ocorre na cerimica ao longo do processo de Tabricagdo. As SS dimensoex do corpo-de-prova sito determinalas logo apés a extrusio ow Beriactaeio dit argila, upds O provesso le seeagem, © apos a queima, com o. juxtlio de um paquimetro, Seu valor é importante para o projeto do molde que izado para a conformagio da argila, O ensaio também. permite ‘arem-se deformacdes excessivas, que poderao impedir que o componente “gortimico seja aprovado nos ensaios de planeza das faces € desvio em relagao a0 ‘exquadro, 18.2,2.2.3 Massa especifica ‘A massa especifica € determinada em trés momentos: na massa de argila nio- ‘eozida (logo apés a extrusio ou compactagaio), apds © proceso de secagem, ¢ na ‘orimica, apés a queima, Maiores temperaturas de queima resultam em cerdmicas ‘com maior massa especifica. 18.2.2.2.4 Porosidade ‘A porosidade € funcio das caracteristicas da argila utilizada e da umidade hecessaria para a sua moldagem. AS dimensdes das particulas lamelares dos Augilominerais e as forgas de atracao existentes entre elas, associadas i quantidade le tigua existente na argila no momento da conformacio, sio fatores preponderantes para a definigao da distribuigdo dos poros da cerlimica, Esses fatores, associados @ energia utilizada para a moldagem © as alteragdes volumétricas decorrentes dos processos de secagem ¢ queima da massa, definiro 1 distribuigdo de poros dos componentes de cetaimica vermelha. A porosidade e a distribuicao de poros sfo fatores determinantes de diversas propriedades da cerémica; um aumento de porosidade resulta no aeréscimo da permeabilidade © na diminuigao da resisténcia, da massa especifica e da condutibilidade térmica e eléirica. A porosidade € determinada, segundo especificagio da NBR 15270 (ABNT, 2005), pela diferenga de massa entre um corpo-de-prova saturado, apds imerso em agua, € sua massa apds secagem em estufa, A distribuigao de poros da cerdmica pode ser realizada com 0 auxilio de porosimetros. O mais utilizado € 0 porosimetro por intrusio de merctirio, ¢ © resultado do ensaio consiste numa curva de distribuigao de poros da argila. 18.2.2.2.5 Tensdo de ruptura a flexiio ‘A tensdo de ruptura @ flexdo € um parimetro muito importante para a caracterizagao da argila, sendo um indicativo das propriedades mecénicas do componente a ser moldado. F determinada por meio do ensaio de flexiio com dois pontos de apoio. Maiores temperaturas de queima resultam em maior tensio de ruptura 2 flexio. 18.2.2.2.6 Valores de referéncia encontrados na literatura No Quadro 2, so citados valores de resisténcia e de absorgfio de agua recomendados para argilas utilizadas na fabricago de componentes de ceréimica vermelha (adaptado de Santos, 1989). ‘Quo 2 Valse esti lx ey eesti pr las lize ne ogy ean pt de cetn vermela, Ensaio Blocos Lajos Teh THolon “Tensio de npturaafexéoom 22.5 MPa 230MPa 215M | corpos-de-prova se00s @ 110°C Tensio de uptura Aflexio anésa «2 55 MPa 265MPa > 20MPa ‘queima Absorgdo de égua apdsaqueima 25% 520% 18.3 Fabricagao de componentes de cerdmica vermelha O proceso de fabricagio de componentes de cerfmica vermelha (Figura 6) pode ser dividido entre as etapas de preparagto da massa, moldagem, secagem, queima e resfriamento da cerimica. Preperagio da masse: exrapao da aigila, sazonamento, mistra @ homogeneizagéo i Conformaglo de argla: oxrusio ou prensagem ¥ ‘Secagert natural ou aifical z ‘Queima até a temperatura espocifiada V Resinemente Tigua 6 Diagrams esquentin dy process de fbricago de componente de cerimica venta A definicao do local de extrago das argilas para a fabricagao de componentes, de cerimica vermelha deve ser realizada em funcao do tipo de componente a ser fabricado. Os principais fatores a serem considerados so: a composigao da jazida (tipos de argilominerais existentes © pureza da jazida), a quantidade de argila disponivel © os custos do transporte até @ cefamica, A extragio da argila, normalmente, ¢ realizada com o auxflio de retroescavadeiras, pais carregadeiras ou tratores de esteiras, e o transporte até o depésito € feito em caminho basculante 18.3.1 Preparagao da massa A preparagio da massa, por meio das operagdes de sazonamento, mistura laminagio, tem como principais objetivos adequar a dimenstio dos grios de argila Sneadneianeeiiiieneesaasen oneal processo de moldagem « que sent submetida, sumentar sua reatividade e reduzie wor de imputezis existentes, © sivonamento ¢ realizado pela maioria das srins cle cerimica vermetha, Consiste na exposigao da argila & intempérie, de que ooorram alteragées de suas caracteristicas, tais como a desagregagio dos (© numento de su reatividade e a lixiviagdo de sais soliveis, O tempo wo para 0 sazonamento depende da argila e do tipo de componente a ser iludlo, podendo variar de | a 12 meses (SENAL-RS, 2000). A mistura de duas ou mais argilas € um proceso muito utilizado, Tem a lidade de comigir deficiéncias existentes na argila proveniente da jazida ipa, sendo realizada em func&o do tipo e das caracterfsticas do componente de imica vermelha que ser fabricado, O amassamento, geralmente realizado com uxilio de laminadoras, tem a fungao principal de trturar, por esmagamento, os ios de maior dimensao da argila, reduzindo-os a uma dimensio loquada para a moldagem. O processo ocorre por meio da passagem da mistura je angilas entre dois cilindros metilicos. Nessa etapa, também é ajustado 0 teor de “§yjua da mistura, de modo a permitir uma moldagem adequada. 18.3.2 Moldagem ‘A moldagem ou conformagao das pegas pode ser realizada por extrusio ou por jwnsagem, O processo de extrustio é 6 mais comum na fabricaglo de tijolos © locos, enquanto a prensagem € utilizada para telhas. ia moldagem por extrusao (Figura 7), a massa deve ser mofda por via timid, Os valores usuais de umidacle estio entre 20% e 30%. Nesse processo, 0 equipamento uusido € uma maromba a vacuo, que tem as fungdes de retirar 0 excesso de ar texistente na massa cerimica e conformé-la por meio da passagem por uma oquilha, que funciona como molde para a cerdimica. © bloco de argila extrudido & ‘continuo e deve ser cortado nas dimensdes previstas para o tipo de componente que lst sendo fabricado, Fira J - Exist de bococerimico em maromba 183.3 Secagem As argilas utilizadas na fabricagao de ceramica vermelha possum, ustialie um teor elevado de umidade, necessério para viabilizar a moldagem Esse (Gor ‘égua deve ser retirado lentamente do componente ceramico, de modo a imped aparecimento de deformagdes ou fissuras. Durante o processo de secagem 0 migragao de gua para o exterior, ¢ 0 calor gerado pela evaporagio dessi timid aquece a superficie do componente moldado. Como consequicneia, a superficie componente seca mais rapido que seu interior. Isso resulta numa contrag diferencial com relaco a0 interior que gera tenses que podem deformagies e/ou fissuras. A contracao varia entre 3% e 8% em pegas moldach no estado plistico (por extrusdo, por exemplo) e na ordem de 0.5% em peg conformadas por prensagem (Barba et a., 2002). ‘A velocidade de secagem é influenciada pela temperatura, pela umidade diregio de incidéncia do ar sobre © componente moldado, pela forma d componente e também pela granulometria (argilas mais finas apresentam uh secagem lenta) e composicao mineraldgica da argila ‘A secagem pode ser realizada por meio de dois processos: secagem natural € secagem artificial, A secagem natural & realizada por meio de estocagem do Componentes extrudados em prateleiras, em local protegido da chuva. Oy Componentes ficam expostos ao ar ambiente, até que sua umicade chegue ao teor especificado para a fabricagdo (geralmente inferior a 1%). O tempo necessatio para a secagem natural depende das condigdes ambientais, ficando geralmente entre 10 e 30 dias. J4 a secagem artificial ¢ realizada em estufas ou em cdmaras de alvenaria onde se aproveita o calor do forno, Pode ser realizada pelo process contfauo (secadores de camara paralelas ou do tipo tinel) ou intermitente (por batclada). Em geral, sua duraeao € inferior a 3 dias. 18.3.4 Queima © aquecimento da argila gera alteragdes fisico-quimicas irreversfveis, que resultam em mudangas nas sus propriedades. No inicio do proceso de aquecimento, até cerca de 150°C, ocorre a evaporacio da agua livre. Desta temperatura até cerca de 600°C, ocorre a perda da égua adsorvida. A partir de entio, iniciam-se diversas reagdes quimicas, ocorrendo desidratagio quimica € decomposicao da matéria organica existente na argila, Posteriormente, ocomre @ oxidagao e, a partir de 800°C a 1100°C, ocorre a vittificagio da argila. Fatores como a velocidace em que ocorre o acréscimo de temperatura, a temperatura méxima atingida durante 0 processo, 0 tempo de manutengio da temperatura mxima e a velocidade do resfriamento, além da uniformidade da temperatura no forno, so determinantes das propriedades que se desejam obter no componente fabricado, tais como a resistencia mecénica, a absorgao de gua e a contragéo linear. A velocidade de acréscimo de temperatura deve ser especificada de modo a permitir « safda da ‘gua de forma gradual, sem a geragio ————_—— die deformagdes excensivas por eontriglio, Ni fabrieagiio de blocos e tijalos de orfimica vermetha, a temperatura mixin atingica flea na order de SOO"C a 1100°C, Em outros componentes, poate superar os 120°C. Na medida em que « temperatura se eleva, hii uma constante mudanga de cor ‘li angila, que se torna résea e, posteriormente, escurece, passando por tons de jnarrom © podendo chegar até a cor preta, quando submetida a temperaturas suit clevadas, A cor da ceramica é, muitas vezes, um requisito especificado polo mercado, o que exige que o fabricante selecione a composigio da argila (em ‘special, a quantidade de Gxidos de ferro) e 0 ciclo de queima de modo a obter, simultaneamente, a cor e as propriedades fisicas e mecfinicas necessérias para 0 ‘componente cerdimico. ‘special atengio deve ser dada quando a argila apresenta grandes quantidades le matéria organica (acima de 0,1%) e éxidos de ferro, principais responsiivei pelo aparecimento do “corago negra”, defeito de fabricagéo em que a parte central do componente fabricado apresenta uma cor escura, variando entre cinza « preto. ‘Apés @ queima, os componentes cerdimicos deverdo ser submetidos a um tesfviamento lento (variando, geralmente, entre 8 ¢ 24 horas). 18.3.4.1 Tipos de fornos Diversos tipos de fornos so utilizados para a fabricagio de cerdmica yermelha, © modo mais tradicional de classificagdo € fungdo do proceso de queima, dividindo os fornos em contiuos (quando a produgio é continua) © \ermitentes (quando a queima ocorre em ciclos de carga, requente, queima e escarga), Os fornos mais utilizados no Brasil so 0s continuios, com destaque para os fornos tipo Hoffmann e fornos tipo Tiinel (SENAI-RS, 2000). Outros fornos, como o Circular, Intermitente, Caipira (intermitente de chama invertida) € Pautistinha também sao encontrados. © forno Hoffmann & um forno continuo, de formato oblongo, circular ou quadrado, constituido por diversas cémaras contiguas, onde ocorrem simultaneamente as etapas de carregamento, pré-aquecimento, queima, ssfriamento e retiraca da cerfimica das cémaras. Sua principal caracteristica ta no s6 no uso do calor gerado pelas cimaras que estio em etapa de queima para realizar 0 pré-aquecimento das cémaras vizinhas, como também na possibilidade de fabricagio simultinea de cerimicas queimadas sob temperaturas diferentes. ‘© forno tipo Tiinel (Figura 8) tem a forma de um tinel, no meio do qual se localiza a camara de queima. A cer’mica ¢ transportada, desde a entrada até a aida, sobre carrinhos que se deslocam lentamente, passando por um continuo acréscimo de temperatura, desde a regido de pré-aquecimento até a zona de fogo, onde ocorre a queima, seguido pela zona de resfriamento, até a safda do tinel. Esse tipo de forno tem sido adotado por empresas de maior porte e permite maior controle de qualidade sobre produto. Figur 8 - Foro tipo Tine: dete da sd da ceric, ps qucima 18.4 Componentes de cerdimica vermelha Os principais componentes de cerimica vermelha so 08 tijolos macigos, os locos cerimicos, as telhas, os tubos cerimicos, as tavelas ¢ os elementos vazados. 184.1 Componentes utilizados para a construgio de alvenarias ‘Os componentes de cerfimica vermetha utiizados para a construcéo de alvenarias 10 08 tijolos macigos ¢ os blocos cerimicos. Ambos sio fabricados por extrusio; 05 tijolos macigos também podem ser fabricados por prensagem. Na fabricagio dos Componentes por extrusiio, a massa de argila, apds sazonamento, passa por uma ‘maromba que forga sua saida por uma bouilha (mode metilico), que Ihe contfere a forma de sua sega transversal. A coluna de argila vermelha resultante da extrustio cortada de acordo com a dimensio exigida para o componente. Apés o period de secagem, os blocos so cozidos e atingem suas propriedads finals. Os tijolos macigos sio componentes que possuem forma paralelepipédica, podlendo apresentar rebaixos de fabricagio em uma das faces de maior area. Sio classificacos entre duas categorias: tijolos macigos comuns e especiais. Os tijolos macigos devem possuir dimensdes nominais de 19 x 9 x 5,7 em ou de 19 x 9x9 em. Tijolos fabricados sob formas ou dimensdes nominais diversas das especificadas para os tijolos comuns sio denominados, segundo a NBR 7170 (ABNT, 1983), tijolos especiais. De modo geral, os tijolos macicos apresentam resisténcia a compressiio entre 1,5 MPa e 20 MPa, possuem elevada absoreio de gua (entre 15% € 25%) e facilidade de core. Os blocos cerdimicos (Figura 9) sio produzidos em diversas formas e possuem furos paralelos a uma de suas faces. A normalizagao brasileira classifica os blocos cerdimicos em duas categorias: blocos de vedagao ¢ blocos estruturais. O bloco ico para alvenaria de vedaglio tem A fungéio principal de suportar © peso. rio da alvenaria da qual fiz parte, Pode ser produzido com furos no sentido ical ou horizontal, O bloco eeriimico para alvenatia estrutural tem a fungiio de lar as cargas previstas em uma alvenaria estrutural (nao armada, armada ou ionclida), € seus furos so posicionados no sentido vertical. A normalizagio ileira classifica os blocos estruturais em trés categorias: blocos com paredes \s, blocos com paredes macigas e blocos perfurados?. Opes com fares vedo conftest cm Bethea vena presi parler ana ‘etd ~Blocs ericosuizaos par a congo de avons, Figur Os blocos cerfimicos podem ser fabricados em diversas dimensdes, havendo yma tendéncia & modularidade’. As principais dimensoes de fabricagao tespecilicadas pela NBR 15270 (ABNT, 2005) so citadas no Quadro 3. Para cada ienstio de bloco principal, também so produzidos meio blocos, necessérios 11 compor as extremidades (cantos) de paredes. ‘Quack 3- immense de abe de Bloc erin segundo a NBR 15270 (ABNT, 2005), Tarra ey | Ara ep Cernprnani do Tomprimenio do bicep em) Yeon (en) 3 3 150124 Sout a Wau 8 ov Tou TiSeuTe 8 WWou Ros 2 ou | Tau Sou ou aE Tis 24 v8 4 ra 118 oan ah eae ace % 19 HWou 2% ou20 0439 | Sout Sor dou 19 79 18 WWou2tau29ou39 | ouliSou id oud 26 2 24 1290099, “i80u 40019 Partindo de uma abordagem sistémica, pode-se afirmar que as propriedades dos tijolos e blocos ceramicos devem ser compativeis com as exigéncias e condig6es de exposigao da alvenaria por eles constituida durante as etapas de execugiio e de uso, A alvenaria, por sua vez, deve ser projetada de modo que, sob condigdes ambientais e de uso previstas em projeto, mantenha seguranca, estabilidade e plenas condigdes de uso durante sua vida util, A especificagdo das 3 Mss infomagies podem sr obi no Capito - Aen stra 4 De modo geval, ndot-e © médulobisizo de 10 em; as dimensbes modalres do bloc seo mips dosa modi dimenso modula turbén considera espessea da jun de argamass xitnt ent os blocs. Por, ‘consierago-e con exemp, uma cimensdomdtlar de 10.em Lrgura) x20 cata} x 40 em (comprimeno), ss dimensTes de Tabriase0 do bioco, adotandse una jut com espessura de |e, setio de 9c 19 em 39 rn ——_—— ieee propriedades requeridas para um determinado tial ou bloco cerimiva de portanto, [evar em consideragtio as caracterfsticas expeeifieas de cada obra, As prineipais propriedades exigidas para tijolos e blocos silo relacionadas seguir: * resisténcia 4 compresszio compativel com as exigéncias de projeto; + dimensdes adequadas para o levantamento da alvenaria; * permeabilidade compativel com as condigies de exposigiio a que alvenaria estara submetida, * variagio_volumétrica (em fungo de gradientes de temperatura ¢ umidade) compativel com as’ condigGes de exposigdo/uso a que a alvenaria estard submetida; s caracteristicas de superficie e distribuigo de poros compativel com a argamassa a ser utilizada para o assentamento e/ou revestimento da alvenaria. 18.4.1.1 Especificagdes das normas brasileiras Os tijolos macigos comuns ¢ os blocos cerimicos devem apresentar resisténcia compressiio* superior as especificadas nos Quadros 4 e 5, ‘Quadro 4 Cateoriso dees mcg comans, em angio da essa & compres, segundo a NBR 7170 (ABNT, (983), Gatogora FResisténcia 8 compressio_ (MP2) a Senet reg ses a = 225 elo 240 Quad 5 -Resstnca compress minima de blocos, segundo a NBR 15270 (ABN, 2005), “Tipo oboe | Rasiatoncia a comprossto (aay locos de adagao utlzaces oom furs na 21S horzontal locos de vodapao utilzads com fuos na a0 verical E ‘Blooos situs zag (Os: * refer rea aa Cangua x compro do be, em en As caracteristicas exigidas para blocos cerdimicos, segundo a NBR 15270 (ABNT, 2005), so relacionadas no Quadro 6. 5 Para 0 detemninagio da resistéaca 4 compressio de tiles macigas comans, € neessiro corse 0 tla perpendicularmente sa maior mens e superporem-se cas mete unindbas com pasta decent. A, € realieado 0 cacamenta ds ices superior infec. A deeming de ressnca deve er feta como eon ‘e-prova no esta saurade Os blbeescermiens ettuais io ensiads de modo que cng sei apical na “regan do esfngo que obloco deve supatar durante su empepo, sempre expendi ao compriment ¢ na f= “esinada 40 asetment. Os blocos deverio ser capa com pass de cimenta ou ergamnssae esados 8 ‘endlich satura SS ‘hy 6 Cntr enn pr How eens, wine» ND 19270 (ABN, 200), Espeoltongho da noma lolorincia dimensional de ma oplos: 0 ‘mn patedes externas: ospessuras 7mm septos: espessura = 7 mm patedes exis: espessuraz mim septos: espessura = 6 mm patedes externas: spessura= 20mm | spossura= 8 mm deavios Imm ‘loxa <3 mm ice de absorcdo de gua ‘onire 8% 0 22% Algumas caracteristicas dos tijolos ou blocos cerdmicos, tais como a stribuigao de poros, a textura superficial e a absoredo de égua, sto fundamentais pra garantir a aderéneia da argamassa de assentamento ou de revestimento 20 fomponente cerimico. Essas propriedades variam. sensivelmente entre os Componentes existentes no mercado. Por esse motivo, a escolha do tipo de Jvgamassa a ser utilizado na alvenaria é dependente das propriedades do componente ceramico escolhido. A NBR 15270-3 (ABNT, 2005) especifica um procedimento para a determinagao da absorgao inicial de agua de blocos cerimicos, denominado indice de absorgio de gua inicial. O ensaio consiste na imerszo parcial de um {ijolo ou bloco em um recipiente com agua (cerca de 3 mm do bloco devers ficar jmerso), durante um minuto, € na determinagao da quantidade de gua que foi bsorvida durante a imersio (expresso em g/193,55em2). Valores superiores a 30 9/193.55cm? indicam elevada absoreio, sendo recomendado umedecer-se 0 ‘componente antes de seu assentamento. ‘A determinag2o do médulo de deformagio longitudinal © do coeficiente de | Poisson do componente cerimico é prevista pela NBR 15270-3 (ABNT, 2005), Sua determinagao é importante para a estimativa do comportamento da alvenati | quando submetida a carregamentos e a gradientes de temperatura e umidade: as variagdes volumétricas do componente devem ser compativeis com as condigdes de exposigao e uso a que a alvenaria estard submetida, 18.4.2 Telhas cerémicas As telhas cerdmicas so componentes que, em conjunto com componentes acess6rios, sio utilizados para a construgao de telhados. utilizadas na fabricagao de telhas cerdimicas so dos tipos € montmorilonita, sendo necesséria uma selecao criteriosa da mistura de argilas que irdo compor a massa, em funcao do tipo de telha a ser fabricada. A primeira etapa da fabricacao das telhas consiste na extrusto da argila, numa umidade entre 20% e 25%, formando um basto que € cortado nas dimensdes adequadas para a fabricagio da telha, A argila cortada é submetida & prennager em formas que Ihe conferem a forma da tetha em fabrieagiio, ApOs 0 process secagem, so queimadas em temperaturas entre 900°C e 1100%C, Alums (ell ainda podem ser submetidas 2 esmaltagao, num processo similar ao utilizado fabricagao de pecas ceriimicas de revestimento, que thes confere mia impermeabilidade e brilho. Segundo a NBR 15310 (ABNT, 2005), a classificagio dos tipos de telhi (Figura 10) é fungdo de suas caracteristicas geométricas e do tipo de fixag hayendo quatro tipos: + telhas planas de encaixe, que se encaixam por meio de suleos e saliéncias, apresentando pinos e furos de amarrag2o para sua fixagdo na estrutura de apoio: + telhas compostas de encaixe, que possuem geomettia formada por capa e canal no mesmo componente, apresentando pinos e furos de amarragao para sua fixagto na estrutura de apoio: + telhas simples de sobreposigdo, formadas por capa e canal independentes (0 canal deve possuir pinos ¢ furos de amarrago para a sua fixagtio na estrutura de apoio); ‘+ telhas planas de sobreposigdo, que somente se sobrepdem e podem ter Pinos e furos de amarragio para a sua fixagZo na estrutura de apoio, Figura 10 Tipo de eis, compost deena. tu a NBR 15310 (ABNT. 2005: plan de ences, mpl de sobrepnig pana de sctreposiio, ‘Uma das principais exigéncias para um telhado & que nio permita a passagem de gua, quando submetido a ago concomitante de chuvae vento. As telhas devem ser projetadas de modo a atenderem a essa exigéncia, quando montadas em um telhado com uma declividade adequada as condigées de exposigio. Além de atenderem 3 exigéncia de impermeabilidacle, as telhas devem apresentar retilineidade Planidade, sem as quais ocorrerio problemas de encaixe, que podem comprometer © desempenho do telhaclo (Figura 11). A absorgio de dgua deve ser pequena, de ‘modo a impedir a passagem de égua pelo corpo da telha apés longos periodos de exposigao it chuva, Essa propriedade € particularmente importante quando a telha & sujeita a0 congelamento, pois a agua absorvida, durante a mudanga do estado Iquido para o sélido, aumenta de volume e gera tensoes de tragio que prejudicario a resisténcia meednica da telha. A massa da telha é outro par‘imetro importante, pois, a carga a que a estrutura do telhado estaré submetida ¢ diretamente proporcional a Ws, 14 telhas ainda deve nito UNTO oxforyos decorrentes das atividades porte & de montageny sobre o telhado, pds sua execugto, As princip his cerdmicas so relacionadas nos Quadros 7 ¢ 8. ‘iow 1 - xem esquemsticn dos aparatos para eterna vera da impenmesilidade edt determina da a carga de tra lexi simples, dh nedade em tls ceric ‘Quo 7 - Cangas de rapture flex pa teas ceric, segundo @ NBR 15310 (ABNT. 2005) telhado, como também resistir ao transito eventual de tetha pauista totha Pioul [ Tipo de terra Exernple ‘Carga de rupture a flexio (Nj, = om ensai de rés ponies Pana oe encai Tetha ranecea 1000, Composta de oneal ‘olha romans 1300) | Simples de sobrepoci¢s | tala capa o canal colonial 1000 tatha plana Plana de obreposigo | toa alemd 5000. ‘Quadro 8 -Fxigteins de avicagio para ells cerimicns, segundo & NBR 1$310 (ABN, 2005) Especiicagdo da norma telhas planas: 5 1% do comprimento efolvo @ = 1% Ga agura eletiva ‘ethas simples de sobreposigio e tehas compostas de encalke: < ‘Yoda largura efetva 251mm “Toiorncia dimensional | 2.0% em relagBo Bs GmensGes especiioadas na ranma ‘Altura do ino ‘om tehas pronsadas: & 7mm = fm thas exttudadas: 2 3 mm Massa da tha soca ino maximo 6% superior ao valor especicado no prajste do models ___| da tena ‘Absorgio de agua ‘em clma Yeriperado ou Topical = 20% fem climas fs ¢ terperados: < 12% em cla muito fo ou dio, durante longos periodos, sujeos a cicios frequentes de geo © degelo: < 7% Trnpermeabiidade Tio apreseniar vazamertos cu formagao de gots ert Sua Tae Inerio, ao longo do ensalo ‘Caracterisicas visuals | s8o adritidos pequencs defetos quo nBs prejuaiquem sou ‘desempenho ‘Soneridads ‘Ateha deve apresaiar som samiharte eo mraico, quand ‘suspensa por uma extremidade 0 percutes ‘Alem das propriedacs jd eltadas, em fungiio das eanictertations especificns de cada obra, pode ser necessiria 4 determinagao de outras propriecsides das (ellis cerdimicas, tais como: potencial de eflorescéneia, existéncia de particulas reativals € coragdio negro, potencial de resisténcia ao gelo e degelo (gelividade), potenciil de resisténcia & maresia e detetminagao da galga média’, 18.4.3 Tubos cerdmicos Os tubos ceramicos (Figura 12), também denominados manilhas, alos. para a canalizacéo de dguas pluviais ¢ esgotos. Sao cilindricos e podem ser retos (denominadios tubos de ponta e ponta), ou podem ser fabricados com uma bolsa ein uma das extremidades, que permite o encaixe diretamente com 0 tubo seguinte (denominados tubos de ponta ¢ bolsa). Além dos tubos, so também fabricaday Asargilas mais utilizadas para sua fabricagdo so dos tipos ilita e montmorilonita, com elevados teores de mica e de Gxido de ferro. A primeira etapa da fabricagdio dos tubos consiste na extrusio da argila, numa umidade entre 20% e 25%. Apds 0 provesso de secagem, so queimados em. temperaturas entre 100°C ¢ 120°C, Alguns tubos podem ser vidrados, durante o processo de queima, o que thes contre ‘maior impermeabilidade, H4 tubos vidrados nas duas faces e tubos vidrados apenas na face interna. O processo de vidrado mais comum & o langamento de cloreto de s6dio a0 foro, durante a queima; o sal se volatiliza e, reagindo com a sflica existente na massa, forma uma camada de silicato de s6dio na superficie do tubo. a ae ici) pe Figura 12 - Core wansversl de un wo eric do ipo ponte bus ‘As dimensdes dos tubos devem seguir 0 indicado na NBR 5645 (ABNT, 1989). digimetro nominal varia entre 75 mm e 600 mm (conforme discriminado no Quadro 9), O comprimenio nominal pode ser de 600 mm, 800 mm, 1000 mm, 1250 mm, 1500 mm ou 2000 mm, As principais exigéncias de fabricagao para tubos ceriimicos sto relacionadas nos Quadros 9 ¢ 10. 0 comprineata dh ete visvel de uns ea, apds & monagem do rela, & dnominado comprimento (correspon a comprimento de fabrcao mens agar da rea ons i sobrepasgao ei das eas). gage rédia conesponde médizente a maior ea menor dimensiopossivel dese ota somanslo-e 9 comprieno itl

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