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PRESSUPOSTOS RECURSAIS

São os requisitos prévios de admissibilidade para que seu recurso seja


conhecido e julgado pelo Tribunal. São intrínsecos ou subjetivos e extrínsecos ou
objetivos.

1. INTRÍNSECOS OU SUBJETIVOS

Dizem respeito à decisão recorrida em si mesma considera. Considera-se oc


onteudo e a forma da decisão impugnada.

a) Cabimento
a. Os recursos devem ser cabíveis a decisão impugnada, o ato
judicial deve ser recorrível e o recurso deve ser adequado a
impugnar a decisão. Se o recurso for incorreto ele não será
reconhecido, salvo as hipóteses de aplicação da fungibilidade.
b) Legitimidade
a. É a pertinência subjetiva para recorrer, ou seja, quais pessoas
podem interpor o recurso. A lei processual determina de forma
taxativa quem pode recorrer.
b. Podem recorrer no processo do trabalho:
1. As partes do processo
2. O Ministério Público do Trabalho como parte ou
como fiscal da lei
3. O terceiro interessado
4. Advogado
5. Perito (Jurisprudência)
c) Interesse Recursal
a. É a relação entre o bem jurídico indeferido e o beneficio em
tese que o recorrente teria com o deferimento. A doutrina tem
fixado o critério da sucumbência a legitimar o interesse
recursal. A sucumbência é o não atendimento da pretensão
posta em juízo, é a improcedência total ou parcial dos pedidos
elencados na inicial ou em eventual reconvenção.
b. Existe interesse recursal quando a parte não obtém todos os
benefícios que pretendia no processo. A parte precisa estar
vencida no processo em algum dos seus requerimentos.

2. EXTRÍNSECOS OU OBJETIVOS
I. Preparo
i. Significa o pagamento das taxas e despesas processuais para o
recurso poder ser conhecido. A doutrina também tem incluído o
depósito recursal como integrante do preparo, embora este não
tenha natureza jurídica de taxa judiciária.
ii. O valor das custas é fixado na sentença, sendo um requisito
essencial. O valor da condenação para efeito de custas não se
confunde com o valor da causa, pois o valor da condenação tem
por base o somatório dos benefícios patrimoniais obtidos pelo
autor do processo.
iii. A parte beneficiária da JG não pagará custas para recorrer.

PREPARO {Custas / Custas + depósito recursal}

II. Depósito Recursal


i. Consiste em valor pecuniário a ser depositado na conta do
reclamante vinculada ao FGTS, devido quando há condenação
em pecúnia como condição para conhecimento do recurso
interposto pelo reclamado.
ii. Objetivo: coibir os recursos protelatórios e ser uma garantia de
futura eficácia da execução por quantia certa (garantia do juízo).
iii. Requisito de conhecimento para os recursos: ordinário, recurso
de revista, embargos infringentes no TST e extraordinário no STF,
adesivo nas condenações.
iv. O Juiz do Trabalho deve liberar o depósito ao reclamante
somente após a liquidação da sentença, se esta for ilíquida. Se a
decisão de condenação for revertida em grau de recurso, o
depósito recursal será imediatamente liberado ao reclamado.
v. O depósito recursal é exigido APENAS DO EMPREGADOR.
Essa unilateralidade decorre da hipossuficiência do trabalhador.
vi. É devido, pelo reclamado, nos recursos ordinários, de revista,
agravo de instrumento e extraordinário. Também devido nas
ações de alçada.
vii. Se o juízo já estiver garantido pela penhora, não há necessidade
de depósito recursal, uma vez que perdeu a finalidade diante da
garantia.
viii. Em condenação solidária, apenas um dos reclamados realizará
o depósito (aproveitando os demais), salvo se um deles pretender
a sua exclusão da lide, hipótese em que os dois deverão realizar
o depósito a fim de que a garantia não fique desfigurada.
ix. O valor limite do depósito recursal é o valor da condenação (teto
máximo). Atingido este, nenhum depósito mais é exigido para
qualquer recurso. Há um teto máximo previsto em lei para o
recurso ordinário, recurso de revista e recurso extraordinário.
x. LEI 12.275/10, § 7º, exige-se o depósito de 50% do valor do
depósito recursal devido para o recurso ao qual se pretende
destrancar na interposição do agravo de instrumento. Para coibir
Agravos de Instrumentos Protelatórios ou sem fundamento.
xi. Os princípios da gratuidade e do acesso real do trabalhador à
Justiça impedem que se exija depósito recursal do empregado no
recurso de Agravo de Instrumento.
xii. O depósito recursal deve ser feito e comprovado no prazo alusivo
ao recurso (Súmula 245 do TST).
xiii. O depósito recursal será efetivado mediante a utilização de Guia
de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social – GFIP (Súmula 426 do TST). Na hipótese de regime não
submetido ao FGTS, admitido o depósito judicial realizado na
sede do juízo.
xiv. Não é exigido depósito recursal aos entes de direito público
externo e das pessoas de direito público, bem como da
massa falida e da herança jacente (IN 03/93 do TST).
xv. Em casos excepcionais, na hipótese de empregador pessoa física
ou firma individual em estado de insuficiência econômica, poderá
o Tribunal dispensar o empregador do depósito recursal, valendo-
se do princípio da proporcionalidade, razoabilidade e do acesso à
justiça no caso concreto. Vozes da doutrina sustentam que o
depósito recursal na Justiça do Trabalho está abrangido pela
Justiça Gratuita, isentando esta obrigação em caso de eventual
recurso.
III. Regularidade Formal
i. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas na CLT. A
doutrina tem denominado a necessidade de fundamentação da
sentença pelo princípio da dialeticidade/discursividade dos
recursos.
IV. Assinatura
i. O preposto não pode assinar a petição de recurso, pois a
preposição se exaure nos atos de audiência. Podem assinar o
recurso: o reclamante, seu advogado, o reclamado, seu
representante legal ou seu advogado.
V. Tempestividade
i. Quando o recurso é interposto dentro do prazo previsto pela lei
processual.
ii. Como regra geral, os recursos trabalhistas são interpostos no
prazo de 8 dias.
iii. Exceção a regra de 8 dias: Embargos de Declaração (5 dias) e
Recursos Extraordinário (15 dias).
iv. Os prazos são contados excluindo-se o dia do início e incluindo-
se o dia do vencimento.

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