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Críticas à sustentabilidade
Apesar de o discurso da sustentabilidade ser bastante aceito e difundido pelo mundo, ele não é uma
unanimidade. Assim, alguns críticos colocam-se de forma extremamente cética aos princípios e, em alguns
casos, às conceituações referentes ao desenvolvimento sustentável.
Podemos enumerar três tipos principais de críticas: 1) a de que a sustentabilidade é desnecessária; 2) a
de que ela é impossível 3) e a de que ela está seguindo um caminho errôneo. Vale lembrar que essa
divisão é apenas didática, sendo praticamente impossível considerar que elas formam grupos
homogêneos de pensamentos, haja vista que cada crítico manifesta-se de uma forma diferenciada.
A primeira contestação à sustentabilidade, em linhas gerais, argumenta que o discurso da sustentabilidade
é, na verdade, uma proposição alarmista sem fundamento. Em primeiro lugar porque os efeitos climáticos
referentes à ação humana não seriam tão catastróficos quanto se apregoa, haja vista que o Aquecimento
Global, por exemplo, é alvo de contestações de alguns cientistas. Em segundo lugar, considera-se que as
leis de mercado, por si só, regulariam o uso e a disponibilidade dos recursos naturais, uma vez que à
medida que eles diminuíssem, os seus preços se elevariam e o consumo diminuiria, estimulando ações
tecnológicas alternativas (nesse caso, cita-se o exemplo do Petróleo).
A segunda contestação refere-se à impossibilidade da aplicação das ideias referentes à sustentabilidade.
Essa crítica argumenta em relação à inoperância da “linha das três pilastras”, enfatizando a
impossibilidade de sua implantação. Nessa visão, no contexto da sociedade capitalista, o que é
economicamente viável dificilmente conseguirá portar-se como ambientalmente correto. Dessa forma,
aqueles países que adotarem um modelo de desenvolvimento apregoado como sustentável cairiam em
ciclos de recessão e crises econômicas. Os países subdesenvolvidos seriam os mais fragilizados por
serem, fundamentalmente, dependentes da exportação de matérias-primas.
A terceira contestação afirma que, para que ocorra uma real atitude de sustentabilidade, seria necessária
uma total reformulação de suas teses, inclusive aquelas que acreditam que, no contexto atual da
economia de mercado, seria possível a sua aplicação. Essa linha de argumentação afirma que o discurso
do desenvolvimento sustentável é, em si, contraditório, pois estimularia o aumento do consumo, que, por
sua vez, elevaria ainda mais os problemas que a própria ideia de sustentabilidade desejaria combater.
Assim, há, na verdade, uma economia pautada em ações publicitárias ambientalmente ecológicas que
funcionariam apenas como marketing, sem grande eficácia.
Dessa forma, diante das proposições de elaboração e consolidação de um desenvolvimento sustentável e
a colocação de suas críticas, podemos notar que esse tema é bastante polêmico. O que não deixa dúvidas
é que os debates precisam, cada vez mais, serem ampliados a fim de se buscar avanços para uma melhor
compreensão dessa questão.