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FISIOLOGIA SISTEMA MUSCULAR

Prof. Clauberto Medeiros


fisioterapeuta
SISTEMA MUSCULAR
“Aos nove anos de idade, Jeremy Schill pesava
apenas 29,5 Kg, mas isso não o impediu de
levantar a traseira do carro da sua família, que
pesava 1850Kg, de cima do peito de seu pai! O
carro havia deslizado do apoio enquanto Rique
Schill trabalhava sobre ele, imobilizando-o sob o
eixo traseiro. Quando Jeremy percebeu que seu
pai estava sendo sufocado lentamente, ele
levantou o carro suficientemente para permitir
que o pai respirasse e que sua mãe colocasse um
outro apoio sob o pára-choque traseiro. Como
esse menino pequeno conseguiu levantar peso
tão grande”
(WILMORE, J. H.; COSTILL, D. A. Fisiologia do Esporte e do
Exercício, São Paulo: Manole, p. 28, 2001.)
TECIDO MUSCULAR
Origem mesodérmica;
Caracterizado pela propriedade de
contração e distensão de suas células;
Permite movimentação dos membros e
das vísceras;
Três tipos de tecido muscular:
– Liso;
– Estriado esquelético;
– Estriado cardíaco.
TIPOS DE TECIDO MUSCULAR
TIPOS DE TECIDO MUSCULAR
Músculo liso:
Contração involuntária;
Localiza-se na pele, órgãos internos, aparelho reprodutor,
grandes vasos sangüíneos e aparelho excretor.
Estímulo para a contração mediado pelo sistema nervoso
vegetativo.

Músculo estriado esquelético:


Inervado pelo SNC (controle consciente), contração voluntária;
Permitem os movimentos dos diversos ossos e cartilagens do
esqueleto.

Músculo cardíaco:
Forma a maior parte do coração (miocárdio);
Inervado pelo sistema nervoso vegetativo.
Fibras alongadas e unidas entre si através de delgadas
membranas celulares (discos intercalares);
TIPOS DE TECIDO MUSCULAR
Características Lisa Estriada Esquelética Estriada Cardíaca

Filamentar ramificada
Forma Fusiforme Filamentar
(anastomosada)

Diâmetro: 7mm Comprimento:


Tamanho (valores médios) 30mm centímetros 15mm 100mm
100mm

Estrias transversais Não há Há Há

Núcleo 1 central Muitos periféricos (sincício) 1 central

Discos intercalares Não há Não há Há

Contração Lenta, involuntária Rápida, voluntária Rápida, voluntária

Formam camadas envolvendo Formam pacotes bem definidos, Formam as paredes do coração
Apresentação
órgãos os músculos esqueléticos (miocárdio)
FISIOLOGIA DO TECIDO MUSCULAR
Músculo: fixa-se ao esqueleto e gera
movimento;
Existem mais de 600 músculos no corpo
humano;
MÚSCULOS
ESTRUTURA DO SISTEMA
MUSCULAR
Revestimento (tecido conjuntivo):
Epimísio: envolve músculo;
Perimísio: envolve fascículo;
Endomísio: envolve fibra muscular
ORGANIZAÇÃO INTERNA DO
MÚSCULO
Organizado em fascículos (feixes);
Feixes: formado pela união das células
musculares (fibras musculares);
FIBRAS MUSCULARES
Cel alongada (até 12 cm);
Qtde pode variar dentro do tipo de músculo
(10.000 lumbrical, 1 milhão no gastrocnêmio);
Conjunto de miofibrilas;
Formado:
– Sarcolema;
– Sarcoplasma;
– Túbulos transversos;
– Retículo sarcoplasmático.
ESTRUTURA INTERNA DA FIBRA
MUSCULAR
ESTUTURAS DOS MÚSCULOS
MIOFIBRILAS
Elementos contráteis das fibras
musculares;
Unidade funcional básica da miofrila:
sarcômero;
Sarcômeros: longas faixas de subunidades
menores;
SARCÔMEROS
SARCÔMEROS
Menor unidade funcional do músculo;
Aspecto estriado (alinhamento da actina com
miosina);
Linha Z (delimita sarcômeros);
Bandas I (claro - filamentos finos: actina);
Banda A (escuro-filamentos finos e grossos);
Zona H (meio banda A: filamentos grossos:
miosina) mm relaxado;
Resto banda A;
Segunda banda I (no meio linha Z);
SARCÔMERO
SARCÔMERO
SARCÔMERO
FILAMENTO GROSSO (MIOSINA)
1 molécula de miosina: 2 filamentos protéicos
retorcidos (meromiosina leve) na qual cada um
tem na sua extremidade uma cabeça globular
(meromiosina pesada);
Braços mais as cabeças de miosina
(meromiosinaleve + pesada) = pontes cruzadas;
Cabeças da miosina:
– alta capacidade de hidrolisar ATP (atividade
ATPásica);
– interagem com os sítios ativos da actina
durante contração muscular;
Tinina: estabiliza os filamentos de miosina no
eixo longitudinal.
MIOSINA
FILAMENTO FINO
Composto por 3 moléculas protéicas: Actina, Tropomiosina,
Troponina.
Actina:
– Estrutura de suporte;
– Moléculas globulares (se unindo para formar filamentos);
– Enrolamento de 2 filamentos de actina;
– Contém um sítio de ligação ativo para miosina;
Tropomiosina:
– Forma de tubo;
– Retorce sobre filamentos de actina (se localiza sobre sítios
ativos, enfraquecendo a ponte cruzada entre actina e
miosina);
Troponina C:
– Fixa em intervalos regulares entre o tropomiosina e actina;
– Afinidade pelo cálcio;
– Junto com a tropomiosina e íons cálcio atuam para manter o
relaxamento ou iniciar a ação da miofibrila.
FILAMENTO FINO
JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
Motoneurônio;
Terminais axônicos expandem-se pela
membrana da fibra muscular (placa
motora);
Neurotransmissor: Acetilcolina (Ach)
JUNÇÃO NEUROMUSCULAR
UNIDADES MOTORAS
Unidade motora: cada grupo de fibras
musculares inervado por uma só fibra
nervosa.

Grau de contração:
– dependente da quantidade de unidades
motoras funcionantes (> n. de unidades
motoras, > n. de fibras musculares, >
grau de contração);
UNIDADES MOTORAS
Unidades motoras grandes:
– menos especializadas, sendo um
número maior de fibras musculares
inervadas pelo mesmo motoneurônio;
Pequenas unidades motoras:
– mais especializadas em movimentos
finos e delicados;
– possuem um número menor de fibras
musculares inervadas por motoneurônio
pois exigem maior controle
Mecanismo Geral da Contração
Muscular
1) Pot. Ação (percorre o axônio motor)  até as terminações
nas fibras musculares;
2) Secreção de Ach  fixação aos receptores colinérgicos
(nicotínicos);
3) Abertura dos canais proteicos (Ach-dependentes);
4) Influxo de Na+ (p/ o interior da fibra muscular)  Pot.
Ação na fibra muscular;
5) Propagação do potencial de ação na fibra muscular;
6) Pot. Ação  liberação de  Qtid. de Ca++ p/ as miofibrilas
(Retículo Sarcoplasmático);
7) Íons Ca++  geram forças atrativas entre os filamentos de
actina e miosina (contração muscular);
8) Após uma fração de segundo...  íons Ca++ são
bombeados de volta ao Retículo Sarcoplasmático
Mecanismo da Contração Muscular
Contração dos Sarcômeros (Teoria dos
filamentos deslizantes)
Forças mecânicas  entre os filamentos = (repouso)

Propagação do Pot. Ação

Liberação dos íons Ca++ (Sarcoplasma) + quebra do ATP

Forças mecânicas  entre os filamentos

DESLIZAMENTO dos filamentos

Qto maior o número de pontes cruzadas em contato com os


filamentos de actina em determinado instante, maior será a
força de contração.
Contração Muscular
Término da Ação Muscular

Cessa o estímulo nervoso (potencial de repouso);


Ca é bombeado para dentro do RS;
Cálcio removido desativa a troponina e a
tropomiosina;
Volta o bloqueio dado pela tropomiosina dos
sítios ativos da actina com a miosina;
Cessa utilização de ATP;
Volta do estado original da actina e miosina
(relaxamento).
Origem da Energia Muscular

ATP ATPase ADP+ Pi

Energia liberada utilizada pela miosina


para realizar a contração
Fontes de Energia para Refosforilação

Fosfocreatina:
– Contém uma ligação fosfato de alta
energia semelhante à do ATP.
– A Fosfocreatina é clivada e a energia
liberada provoca a ligação do fosfato ao
ADP para formar o ATP.
– Mantém a contração por mais 5 a 8
segundos.
Fontes de Energia para Refosforilação
Glicogênio (Sistema Lático):
– Rápida degradação do glicogênio –
previamente armazenado nas células
musculares - para converter ADP em ATP
(“glicólise”);
– Formação de ácido lático e ácido pirúvico;
– Mantém a contração por até 1 minuto (s/
necessidade de oxigênio);
– Forma ATP 2,5 x mais rápido do que quando
nutrientes celulares reagem com oxigênio.
Fontes de Energia para Refosforilação
Metabolismo Oxidativo:
– Mais de 95% de toda a energia utilizada
pelos músculos em contrações de longa
duração (continuadas).
– Consiste na combinação e utilização de
diferentes nutrientes celulares para
formar ATP (carboidratos; gorduras;
proteínas).
“Ao olhares para trás, verás os
degraus do conhecimento que
já trilhou...”

Prof. Clauberto

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