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Pré-Projeto

PROJETO, FABRICAÇÃO E ANÁLISE DE EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS


PARA ENSAIOS MECÂNICOS DOS MATERIAIS.

RESUMO

Este trabalho retrata a atual situação de algumas escolas e universidades brasileiras,


onde os ensinos das práticas de laboratório sofrem com a falta de equipamentos essenciais para
sua realização. Com essa necessidade, veio à busca por uma alternativa viável para realização
destas práticas a baixos custos, logo, o trabalho mostra um projeto de equipamentos para
realização de ensaios mecânicos de materiais, consistindo em cinco equipamentos específicos,
que deverão ser utilizados de forma didática, auxiliando no aprendizado dos alunos de
tecnologia mecânica e dos cursos técnicos da área de Mecânica, Civil entre outros. São eles os
ensaios de Torção em barras circulares, Flexão Oblíqua, Estruturas Hiperestáticas, Barras
Quebradas e de Estabilidade de Colunas Metálicas. Para garantir a confiabilidade na utilização
dos equipamentos se utilizou uma comparação dos resultados obtidos experimentalmente com
os resultados teóricos e por meio de MEF (Método de Elementos Finitos), assim foi
comprovada a eficiência dos mesmos com o intuito de apoiar a metodologia de ensino das
disciplinas relacionadas à resistência dos materiais e mecânica dos sólidos, contribuindo assim
para o ensino e aprendizado dos discentes.

Palavras Chaves: Ensaios Mecânicos, Torção, flexão Oblíqua, Colunas metálicas, Projeto
de Equipamentos.

1 - INTRODUÇÃO

Desde muitos anos, a sociedade vem sofrendo com paradigmas onde o ensino prático foi
deixado oculto e com uma pequena expressão nos cursos do ensino superior, sendo impostas
dificuldades em reestruturar a estrutura do ensino nas universidades, fazendo a associação entre
teoria e prática a fim de ser possível uma melhoria na qualidade do ensino.
No mercado atual, a necessidade de se formar um profissional capaz de interpretar as
dificuldades que surgem no âmbito profissional de sua vida é cada vez maior, porém ainda não
há uma preocupação por parte de algumas universidades, onde ainda são formados profissionais
limitados às teorias e sem ao menos ter vivenciado a parte básica da prática no decorrer de sua
vida escolar.
Desta forma é cada vez maior a responsabilidade dos envolvidos que desejam um ensino
de maior qualidade, visando um futuro com qualidade profissional e pessoal. Os estudantes dos
cursos tecnológicos buscam alternativas para suprir a falta de laboratórios em suas escolas e
universidades, seja buscando contato com as indústrias, seja arcando com o elevado custo de
cursos práticos fora do âmbito da universidade.
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2 – JUSTIFICATIVA

Um dos pilares dos cursos de tecnologia mecânica e técnico em mecânica é a


experimentação, entretanto atualmente os estudantes não realizam práticas de laboratório para
obter habilidades através de ensaios mecânicos. O que poderia ser feito para que fosse possível
ter-se aulas práticas utilizando ensaios mecânicos?
Com o desenho, a fabricação do equipamento e a montagem de práticas de laboratório,
pode-se cumprir com a experimentação e a aquisição de habilidades teóricas e práticas que são
necessárias para a formação profissional dos estudantes.
Verificou-se que, as disciplinas relacionadas aos cursos de tecnologia e técnicos em
mecânica, todas mostram um conteúdo de grande importância para os estudantes, abrangendo de
forma teórica e matemática todos os conceitos das disciplinas, onde os alunos podem aprender
conceitos como torção, flexão, compressão, estruturas isostáticas, hiperestáticas e hipostática,
porém todos sendo vistos apenas por meio de figuras, números e teorias, isso faz com que se
torne pouco produtivo o método de ensino entre professor e aluno.
Quando é passada uma teoria, o aluno tende a aplicar diversos exemplos em seu caderno
de anotações, porém, se esta mesma teoria for exemplificada em um experimento prático, irá
despertar ainda mais interesse nos alunos, pois o mesmo irá aplicar pessoalmente cada conceito e
utilizar cada equação adquirida na teoria, isso fará com que fixe-se melhor o conteúdo ministrado
pelo professor.
Com isso veio a idéia de implementar algo prático que apoiasse o ensino e aprendizado
desse conteúdo, exemplificando de forma prática e com baixo custo, todas as informações e
conhecimentos necessários para o estudante exercer com excelência sua profissão. Segundo
Pekelman (2004), o laboratório tem um papel de simplificação da realidade, onde se permitem
simulações, ou seja, imitações de operações que estimulam o aluno de engenharia a pôr em
prática a transformação ciência/tecnologia em prol do bem estar da comunidade enfatizando a
maior aproximação do aluno com a prática de engenharia.
A prática de laboratório se tornou um tabu a ser discutido já algum tempo, pois o
mercado de trabalho está exigindo que as pessoas tenham mais que conhecimentos teóricos, para
enfrentamento dos problemas, questionamento das teorias e criação de soluções através de
experiências práticas.
Atualmente, os equipamentos existentes para ensaios mecânicos dos materiais são de alto
custo e com propósitos que vão além do objetivo de aliar teoria com prática, sendo de difícil
implementação nas escolas e universidades, podemos citar alguns modelos de máquinas que tem
uma finalidade semelhante aos equipamentos propostos, tais como: Máquina Universal de
Ensaios modelo DEK 200 Kgf da fabricante KRATOS, a MT MicroTorsion Testers e a Single
Column Universal Testing Systems, ambas da INSTRON e a DL 200 MF da EMIC, DT-MA008
da Didatech, com um sistema de fabricação sofisticado e de alto custo para o cenário atual das
escolas e universidades, ficando assim inviável a implementação e deixando uma deficiência no
ensino dos alunos dos cursos técnico e de tecnologia em mecânica.
Os equipamentos vendidos atualmente aliam uma tecnologia de ponta voltada para a
pesquisa e desenvolvimento de novos materiais e conceitos de engenharia e tecnologia, onde
seus maiores utilizadores são alunos de pós-graduação.
Porém, os alunos de graduação em tecnologia e dos cursos técnicos necessitam vivenciar
aplicações das teorias estudadas em sala de aula, para isso, buscamos um modo de desenvolver
equipamentos que pudessem ser projetados e fabricados com pouca complexidade, utilizando os
laboratórios de manufatura assistida por computador, processos equivalentes à produção de
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máquinas e elementos de máquinas como: Soldagem, Usinagem Convencional,


Metrologia entre outros.
Estes equipamentos têm como objetivo provar por meio da experimentação toda teoria
lecionada pelo professor, tais como: a lei de Hooke, esta relacionada com a elasticidade dos
corpos e que serve para calcular a deformação causada pela força exercida sobre um corpo, o
método dos esforços, este processo de cálculo consiste na utilização de uma estrutura equivalente
a que desejamos calcular, na qual substituímos um vínculo entre barras ou entre barra e apoio por
um carregamento externo, o método dos deslocamentos por sua vez é semelhante ao dos esforços
diferindo-se apenas nas restrições que são submetidas às barras, ambos os métodos utilizados em
sistemas isostáticos e hiperestáticos. Ensaios de flexão em barras, que tem por objetivo testar a
resistência dos materiais conforme sua composição e os tipos de cargas a que estão sendo
submetidos. Ensaios de Torção, onde uma barra cilíndrica sofre esforços torcionais gerados por
cargas perpendiculares à mesma, visando medir o deslocamento nos pontos pré-determinados
pelo estudante, através de equações vindas da teoria de mecânica dos sólidos. O ensaio de
estabilidade de colunas, nos mostra qual o comportamento que uma barra chata tem quando
submetida a uma carga axial e fixada em pontos pré- determinados pelo estudante. O ensaio de
barras quebradas nos mostra como é o comportamento de uma barra cilíndrica submetida a uma
carga em um ponto e podendo medir-se seu deslocamento em vários pontos diferentes, útil para
estruturas metálicas com finalidades de construção de máquinas e galpões industriais.
Quando é feito o desenvolvimento de um novo produto, é preciso comprovar sua real
condição de ser utilizado. Isso se faz atualmente utilizando métodos de análise com modelagem
matemática, onde os resultados obtidos nos protótipos são comparados com os obtidos na teoria
que envolve o equipamento. Utilizam-se também os modelos virtuais obtidos através de software
de desenho em 3D e em seguida com a ajuda de um software de análise por elementos finitos,
pode-se fazer a comparação com a experimentação prática real. Isso torna o equipamento um
meio possível de ser utilizado para ensino prático nos cursos de tecnologia e técnico em
mecânica.

A importância em desenvolver estes equipamentos envolve a satisfação pessoal da parte


acadêmica em colaborar para formação de outros colegas e indivíduos que irão cursar na área de
tecnologia e nos cursos técnicos em mecânica, visando apoiar os acadêmicos, agregando práticas
ao ensino das disciplinas.
A contribuição de forma geral, ou seja, envolvendo toda comunidade acadêmica, visa
colaborar com o acréscimo de aulas práticas nas disciplinas, apoiando os docentes que lecionam
nos cursos de tecnologia e cursos técnicos a tornarem o ensino-aprendizagem entre professores e
alunos mais efetivo e prazeroso, tendo um aproveitamento maior por parte dos discentes.

3 - OBJETIVOS

Este projeto está fundamentado em elaborar e desenvolver recursos para o ensino técnico
e tecnológico, ou seja, projetar e fabricar equipamentos de ensaios mecânicos para as disciplinas
relacionadas à área de Mecânica dos Sólidos e Resistência dos Materiais. De forma a elaborar
projetos de equipamentos de ensaios mecânicos didáticos, fabricá-los e qualificá-los por meio de
métodos de comprovação técnico-científicos. Elaborar um guia de aulas práticas para facilitar o
entendimento por parte dos discentes e agregar conhecimento na vida dos futuros profissionais
da tecnologia mecânica e dos cursos técnicos.
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Objetivo geral

O projeto tem o objetivo de elaborar um meio onde os alunos dos cursos de tecnologia e
cursos técnicos em mecânica possam associar a teoria lecionada em sala de aula a uma
experimentação prática onde todos os conceitos possam ser mostrados e relacionados aos
problemas vividos no cotidiano atual.

Objetivos específicos

Elaborar um projeto que visa agregar a experimentação nas disciplinas dos cursos
técnicos e tecnológicos relacionados à Mecânica;
Projetar e fabricar cinco equipamentos de ensaios mecânicos dos materiais tais quais:
ensaio de torção, ensaio de estabilidade, ensaio de flexão oblíqua, ensaio de barras quebradas e
ensaio de estrutura hiperestática;
Comprovar a eficiência dos ensaios por meio de MEF (Método de Elementos Finitos),
simulações computadorizadas e modelagem matemática;
Elaboração de um guia de aulas práticas, visando o melhor entendimento por parte dos
alunos de engenharia.

4 - REFERENCIAL TEÓRICO

Será apresentado a seguir um breve referencial dos conceitos que serviram de base para
este projeto. Nesta revisão será dada uma breve descrição sobre o projeto de máquinas e
equipamentos voltados para as áreas didáticas de ensino e pesquisa.
Conceitos utilizados com intuito de passar conhecimentos das várias teorias estudadas nas
disciplinas Mecânica dos Sólidos e Resistência dos Materiais, tais como lei de Hooke, Método
da Rigidez, Método da Flexibilidade, Tensões de Von Misses, Círculo de Mohr entre outras
designadas para cada ensaio.
A Mecânica Geral engloba áreas fundamentais da física, podendo ser separada em
estática e dinâmica. Suas abordagens mais conhecidas são: clássica, de Lagrange e a dinâmica
dos corpos rígidos. Ainda que a mecânica geral inclua teorias fundamentais de dinâmica, teorias
mais sofisticadas a respeito fogem ao tipo de abordagem, que geralmente trata de corpos
inflexíveis e é pouco viável para análise de sistemas complexos.
Já a estática é a parte da física que estuda sistemas sob a ação de forcas que se
equilibram. De acordo com a segunda lei de Newton, a aceleração destes sistemas é nula. De
acordo com a primeira lei de Newton, todas as partes de um sistema em equilíbrio também estão
em equilíbrio. Este fato permite determinar forças internas de um corpo a partir de forças
externas.
O estudo da resistência dos materiais, ou seja, do uso de materiais com fins estruturais, é
a disciplina central na formação de varias modalidades da engenharia e dos cursos de tecnologia
mecânica. E não é à toa que se trata de disciplina obrigatória nestes cursos. Quase toda
realização humana concreta (não apenas intelectual ou virtual), seja ela um prédio, uma máquina,
um equipamento ou mesmo uma obra de arte (plástica), precisa de um suporte estrutural, algo
que possa realizar mecanicamente sua função, isto é, que faça a interação entre idéia, software, e
o mundo físico real, o hardware. A estrutura mecânica é o esqueleto que suporta as edificações,
os mecanismos e as esculturas.
O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma análise matemática que consiste em uma
discretização de um meio contínuo em pequenos elementos, mantendo as mesmas propriedades
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do meio original. Esses elementos são descritos por equações diferenciais e


resolvidos por modelos matemáticos, para que sejam obtidos os resultados desejados.
Hoje o MEF está consolidado como ferramenta universal para análise estrutural e existem
inúmeros softwares comerciais extremamente elaborados que se baseiam nele (por exemplo,
NASTRAN e ANSYS). Além da análise estrutural, o MEF pode ser usado na análise térmica e
análise de campos eletromagnéticos. Esta característica é muito útil na modelagem de sistemas
híbridos, como é o caso de sistemas micro eletromecânico (ou microssistemas), onde a interação
entre os fenômenos estruturais, térmicos e eletromagnéticos pode ser muito forte.

4 – METODOLOGIA

MÉTODO: Adota-se neste processo o método dedutivo que parte de uma observação
geral para o particular.
Conforme Lakatos e Marconi, (2007, p. 44) “Método é o caminho pelo qual se chega a
determinado resultado ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo
refletido e deliberado”.
Conforme Andrade, (2006, p.131), “Método Dedutivo é o caminho das conseqüências,
pois uma cadeia de raciocínio em conexão descendente, isto é, do geral para o particular, leva à
conclusão”. Segundo esse método, partindo-se de teorias e leis gerais, pode-se chegar à
determinação ou previsão de fenômenos particulares.
TÉCNICA: Conforme Andrade, (2006, p. 135) “as técnicas de pesquisa acham-se
relacionadas com a coleta de dados, ou seja, a parte prática da pesquisa.”.
Conforme Andrade, (2006, p. 135) “Técnicas são conjuntos de normas usadas
especificamente em cada área das ciências, podendo-se afirmar que a técnica é a instrumentação
especifica da coleta de dados”.
Conforme Lakatos e Marconi (2006, p.185) “A pesquisa bibliográfica, ou de fonte
secundária, abrange toda bibliografia já tornada publica em relação ao tema de estudo, desde
publicação avulsa, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material
cartográfico, meios de comunicação orais”.

PROCEDIMENTO: Conforme Lakatos e Marconi, (2007, p.223)” Procedimentos


constituem etapas mais concretas da investigação, com finalidade mais restrita em termos de
explicação geral dos fenômenos menos abstrato. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao
fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Nas ciências sociais os principais métodos
de procedimentos são: históricos, comparativos, monográficos ou estudo de caso estatístico,
tipológicos funcionalista, estruturalista.”.

Conforme Andrade, (2006, p. 135) “Consiste no estudo de indivíduos, profissões,


condições, instituições grupos ou comunidade com finalidade de obter generalizações.”.

5 – REFERÊNCIAS:

ALCANTARA, Paulo. Disciplina Didática no Ensino Superior – Mestrando em


Educação – e-mail: professor.alcantara@yahoo.com.br – 12/08/2008.

ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução a Metodologia do Trabalho Científico.


3ª Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
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CALLISTER JR., W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma


introdução. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

DINIZ, Anselmo Eduardo; MARCONDES, Francisco Carlos; COPPINI, Nivaldo Lemos.


Tecnologia da usinagem dos materiais. 6. ed. São Paulo: Artliber, 2008.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Técnicas de pesquisa. 6. ed. São Paulo: Atlas.


2006.
LIRA, Francisco Adval de. Metrologia na indústria. 7.ed. São Paulo: Érica, 2010.

MELCONIAN, Sarkis. Mecânica técnica e resistência dos materiais. 10. ed. São Paulo:
Érica, 2000.

NEGRIN, Diaz, C, Pedro; BETANCOURT, VEJA, HERIBERTO. “Medios Auxiliares y


Equipos de Laboratorio de Resistencia de Materiales”, Universidade Central de Las Villas,
PP. 01-80. 1987.

PISARENKO G. S., YAKOVLEV A. P., MATVEEV V. V.- Manual de Resistencia de


Materiales, Editora MIR MOSCÚ, 1979.

SILVA, Arlindo et al. Desenho técnico moderno. 4.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006.

SILVA, Júlio César et al. Desenho técnico mecânico. 2. ed. rev. e ampl. Florianópolis:
UFSC, 2009.

SORIANO, Humberto Lima, LIMA SILVIO DE SOUZA. Análise de


Estruturas - método das forças e dos deslocamentos - Volume - Rio de Janeiro -
Editora: Ciência Moderna, 2004

YOUSSEF, H. A., EL-HOFY, H. Machining technology: machine tools and


operations. CRC Press Taylor & Francis Group, 2008.
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CRONOGRAMA
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PROJETO, FABRICAÇÃO E ANÁLISE DE EQUIPAMENTOS DIDÁTICOS


PARA ENSAIOS MECÂNICOS DOS MATERIAIS

JEFFERSON RENAN SANTOS DA SILVA

MANAUS
2015

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