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Movimento Ondulatório

Ondas Mecânicas

As ondas do mar viajam milhares de quilômetros através do oceano, mas as


partículas da água não fazem essa jornada. Quando você grita para um amigo, a onda
sonora viaja pelo ar até alcançá-lo, mas as moléculas de ar não percorrem essa distância.
Esses são exemplos de transporte de energia e momento de um lugar para outro
mediante o movimento de partículas; o movimento ondulatório fornece uma maneira
alternativa de transportar energia e momento sem que as partículas materiais façam tal
jornada.

Ondas de água e ondas de som são exemplos de ondas mecânicas que viajam
através do meio deformável ou elástico. Elas são originadas quando alguma parte do
meio é deslocada de usa posição normal e depois abandonada. A perturbação
provocada viaja através do meio, devido às propriedades elásticas deste meio. No nível
microscópico, propriedades mecânicas como as forças que agem entre átomos são
responsáveis pela propagação de ondas mecânicas.

Quando uma onda alcança uma partícula do meio, ela movimenta essa partícula
transferindo-lhe tanto energia cinética quanto energia potencial. Além de energia, o
movimento ondulatório pode transmitir, a grandes distâncias, informações sobre a
natureza da fonte de ondas. Quando uma onda atinge certa partícula em um material,
esta sofre um pequeno deslocamento em torno de sua posição original, mas não
acompanha a onda que está se propagando. Por exemplo, pequenos objetos que boiam
na água, como folhas e pedaços de cortiça, mostram que o movimento da água, quando
uma onda passa, é principalmente para cima e para baixo e um pouco para frente e para
trás; depois que a onda passa, o objeto está mais ou menos no mesmo lugar de antes.
Tipos de Ondas

Podemos distinguir diferentes tipos de ondas mecânicas se levarmos em


consideração como a direção do movimento das moléculas do meio se relaciona com a
direção de propagação da onda. Se as partículas se movimentam na direção
perpendicular à direção de propagação da onda, temos uma onda transversal. Por
exemplo, quando movimentamos para cima e para baixo a extremidade de uma corda
esticada, uma onda transversal viaja ao longo da corda; a perturbação criada viaja ao
longo da corda, mas as partículas que a constituem vibram numa direção perpendicular
à direção de propagação da perturbação. As ondas de luz, embora não sejam ondas
mecânicas, também são ondas transversais.

Como o problema a ser tratado é o de uma partícula submetida a uma força


restauradora linear, nada mais natural do que partirmos da Eq. (2) do Cap. 15 do livro,
que é justamente a equação usada nesse tipo de situação.
Direção de propagação

Gerador de sinais

Se em uma onda mecânica o movimento das partículas constituintes é para


frente e para trás, na direção de propagação, temos uma onda longitudinal. Por
exemplo, quando movimentamos para frente e para trás uma das extremidades de uma
mola esticada, uma onda longitudinal percorre a mola; os anéis vibram para frente e
para trás, paralelamente à direção do deslocamento da perturbação ao longo da mola.

Algumas ondas não são puramente longitudinais nem transversais; por exemplo,
nas ondas que se propagam na superfície da água, as partículas de água se movimentam
para cima e para baixo, assim como para frente e para trás, descrevendo elipses.

As ondas também podem ser classificadas como uni, bi e tridimensionais, de


acordo com o número de dimensões em que ela transmite energia. As ondas ilustradas
na Figura 1, que se propaga ao longo de uma corda ou de uma mola, são
unidimensionais.

As ondas podem ainda ser classificadas de acordo com a variação no tempo do


movimento das partículas do meio. Por exemplo, podemos produzir um pulso que viaja
numa corda esticada se efetuarmos um único movimento transversal, em uma das suas
extremidades. Cada partícula permanece em repouso até que o pulso a alcance, quando
ela se moverá brevemente e voltará a ficar em repouso. Por outro lado, se continuarmos
a mover a extremidade da corda esticada de um lado para o outro, produziremos um
um trem de ondas que viaja ao longo da corda. As ondas ainda podem ser periódicas ou
aperiódicas.

Frentes de onda

Raios

Imagine uma pedra lançada num lago de águas paradas. Cristas circulares se
originam onde a pedra caiu na água e se espalham em direção às bordas do lago. Em
uma certa crista circular, todos os pontos estão no mesmo estado de movimento e
definem uma superfície chamada frente de onda. Se a densidade do meio for uniforme,
a direção do movimento das ondas será perpendicular à frente de onda; uma reta
traçada a partir da origem e normal às frentes de onda indica a direção em que esta se
propaga e é chamada de raio.

Ondas Progressivas

Um exemplo do comportamento das ondas mecânicas é o de uma onda


transversal que se propaga em uma longa corda esticada. Vamos considerar uma corda
“ideal” em que uma perturbação, seja um pulso ou um trem de ondas, mantém sua
forma enquanto se propaga. Isto ocorre quando forem desprezíveis as perdas por atrito
e outras formas de dissipação de energia. A perturbação considerada situa-se no plano
𝑥𝑦 e se propaga na direção 𝑥.

A Fig. 4a mostra um pulso ondulatório de forma arbitrária no instante 𝑡 = 0;


podemos considera-la como uma fotografia instantânea do pulso que percorre a corda
ilustrada na Fig. 1c. O pulso viaja no sentido positivo de 𝑥 com velocidade 𝑣; em um
instante posterior 𝑡, o pulso percorreu a distância 𝑣𝑡, mostrada na Fig. 4b. Observe que
a forma do pulso é a mesma em 𝑡 = 0 e em um instante posterior 𝑡.

A coordenada 𝑦 indica o deslocamento transversal de um ponto particular da


corda e depende da posição 𝑥 e do tempo 𝑡; essa dependência em relação às duas
variáveis é indicada por 𝑦(𝑥, 𝑡).

Podemos representar a onda da Fig. 4a como

𝑦(𝑥, 0) = 𝑓(𝑥), (1)

onde 𝑓 é a função que descreve a forma da onda. Como supomos que a forma da onda
não muda enquanto a onda se propaga, mais tarde, no instante 𝑡, ela ainda de ser
descrita pela mesma função 𝑓(𝑥). Em relação a um referencial que acompanhe o pulso,
a forma desde é descrita pela função 𝑓(𝑥 ′ ) relativamente à origem 𝑂′ , como está
indicado na Fig. 4b. A relação entre as abscissas 𝑥 nos dois referenciais é

𝑥 ′ = 𝑥 − 𝑣𝑡 ,

como pode ser verificado pela Fig. 4b. Portanto, num instante 𝑡 a onda é descrita por

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑓(𝑥 ′ ) = 𝑓(𝑥 − 𝑣𝑡). (2)

Isto é, a função 𝑓(𝑥 − 𝑣𝑡) tem no instante 𝑡 a mesma forma em relação ao ponto 𝑥 =
𝑣𝑡, que a função 𝑓(𝑥) tem com relação ao ponto 𝑥 = 0 no instante 𝑡 = 0.

Em conjunto, as Eqs. (1) e (2) indicam que podemos transformar uma função de
qualquer forma que descreva uma onda que se propague no sentido 𝑥 positivo
simplesmente substituindo 𝑥 por 𝑥 − 𝑣𝑡 em 𝑓(𝑥).

Analisemos o movimento de uma determinada parte ou (fase) da onda, como o


ponto P no pulso da Fig. 4. Se a onda mantiver sua forma enquanto progredir, então a
coordenada 𝑦 do ponto P, designada 𝑦𝑃 não deve mudar. A Eq. (2) indica que a única
condição para isso acontecer é que a coordenada 𝑥 do ponto P aumente com 𝑡 de modo
que 𝑥 − 𝑣𝑡 se mantenha constante. Isto é, o valor 𝑥 − 𝑣𝑡 seria o mesmo no ponto P da
Fig. 4b e no ponto P da Fig. 4a. Isso é válido para qualquer ponto da onda e para todo
instante de tempo 𝑡; portanto, qualquer fase da onda que se propaga obedece à
equação

𝑥 − 𝑣𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒. (3)

Podemos verificar que esta equação caracteriza o movimento da fase da onda se


a diferenciarmos em relação ao tempo, resultando

𝑑𝑥 𝑑𝑥
−𝑣 =0 𝑜𝑢 = 𝑣. (4)
𝑑𝑡 𝑑𝑡

A velocidade descreve o movimento da fase da onda, sendo então conhecida como


velocidade de fase. Considera-se 𝑣 uma constante positiva, independente de qualquer
propriedade da onda, mas possivelmente dependente de propriedades do meio (como
veremos mais adiante).

Quando a onda se mover no sentido 𝑥 negativo, só é necessário substituir 𝑣 por


– 𝑣. Neste caso obteremos

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑓(𝑥 + 𝑣𝑡), (5)

onde, como antes, 𝑓(𝑥) representa a forma da onda em 𝑡 = 0. Isto é, se substituirmos


𝑥 por 𝑥 + 𝑣𝑡 na função 𝑓(𝑥) teremos uma onda que se move para a esquerda na Fig. 4.
O movimento de qualquer fase da onda é então caracterizado pela condição

𝑥 + 𝑣𝑡 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒,

e, por analogia com a Eq. (4) podemos mostrar que

𝑑𝑥 𝑑𝑥
+𝑣 =0 𝑜𝑢 = − 𝑣,
𝑑𝑡 𝑑𝑡

indicando que a componente 𝑥 da fase da onda é realmente negativa neste caso.

A função 𝑦(𝑥, 𝑡) descreve completamente a forma da onda e o seu movimento.


Em um instante particular 𝑡1 , a função 𝑦(𝑥, 𝑡1 ) fornece 𝑦 como função de 𝑥, o que define
a curva; essa curva representa a forma da corda naquele instante e pode ser considerada
como uma “fotografia instantânea” da onda. Por outro lado, podemos considerar o
movimento de um ponto particular na corda, por exemplo de coordenada fixa 𝑥1 . A
função 𝑦(𝑥1 , 𝑡) nos fornece então a coordenada 𝑦 deste ponto em função do tempo.
A Fig. 5 mostra como um ponto no eixo 𝑥 se moverá no tempo, quando passar por ele
um pulso da Fig. 4, que se move no sentido 𝑥 positivo.

Ondas Senoidais

Suponhamos que no instante 𝑡 = 0, esteja se propagando ao longo da corda um


trem de ondas definido por

2𝜋
𝑦(𝑥, 0) = 𝑦𝑚 sen 𝑥. (6)
𝜆

Ver Fig. 6. O deslocamento máximo 𝑦𝑚 é chamado de amplitude da onda senoidal. O


deslocamento transversal 𝑦 tem o mesmo valor em um dado 𝑥 assim como em 𝑥 +
𝜆, 𝑥 + 2𝜆, etc. O símbolo 𝜆 representa o comprimento de onda do trem de onda e indica
a distância entre dois pontos adjacentes na onda que têm a mesma fase. Se a onda se
propaga no sentido + 𝑥 com velocidade 𝑣, então a equação da onda é
2𝜋
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑥 − 𝑣𝑡). (7)
𝜆

Note que essa função tem a forma 𝑓(𝑥 − 𝑣𝑡) que descreve uma onda progressiva (Eq.
2).

O período T da onda é o tempo necessário para que um ponto qualquer, de


abscissa 𝑥, complete um ciclo do movimento transversal. Durante este intervalo de
tempo T, a onda percorre a distância 𝑣𝑇, que deve corresponder a um comprimento de
onda 𝜆, isto é

𝜆 = 𝑣𝑇. (8)

O inverso do período é chamado a frequência 𝜈 da onda: 𝜈 = 1/𝑇 e sua unidade é ciclos


por segundo ou hertz(Hz). O período e a frequência já foram previamente discutidos no
Cap. 15.

Substituindo da Eq. (8) na Eq. (7) obtemos

2𝜋
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑥 − 𝑣𝑡)
𝑣𝑇
𝑥 𝑣𝑡
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen 2𝜋 ( − )
𝑣𝑇 𝑣𝑇

𝑥 𝑡
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen 2𝜋 ( − ). (9)
𝜆 𝑇

Nessa forma é claro que 𝑦, a qualquer instante, tem o mesmo valorem 𝑥, 𝑥 + 𝜆, 𝑥 + 2𝜆,
etc., e que 𝑦, em qualquer posição, tem o mesmo valor nos instantes 𝑡, 𝑡 + 𝑇, 𝑡 + 2𝑇,
etc.

Para reduzir a Eq. (9) a uma forma mais compacta, introduziremos duas
grandezas: o número de onda 𝑘 e a frequência angular 𝜔, definidos por (ver também o
Cap. 15),

2𝜋 2𝜋
𝑘= 𝑒 𝜔= = 2𝜋𝜈. (10)
𝜆 𝑇

O número de onda 𝑘, assim como 𝜔, é um grandeza angular; e 𝑘 pode ser medido, por
exemplo, em rad/m, e 𝜔 em rad/s. Escrevendo a equação para uma onda senoidal que
se propaga no sentido positivo de 𝑥 em termos dessas grandezas teremos
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡). (11)

A equação para a onda senoidal que se propaga no sentido negativo de 𝑥 é

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 + 𝜔𝑡). (12)

Comparando as Eqs. (8) e (10), vemos que a velocidade de fase 𝑣 da onda é dada por

𝜆 𝜔
𝑣 = 𝜆𝜈 = = . (13)
𝑇 𝑘

Fase e Constante de Fase

Nas ondas progressivas das Eqs. (11) e (12) estamos supondo que o
deslocamento 𝑦 na posição 𝑥 = 0 e no instante 𝑡 = 0 seja nulo. É claro que não é
necessário que seja sempre assim. A expressão geral para onda senoidal progressiva no
sentido progressiva no sentido 𝑥 positivo é

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙). (14)

A grandeza que aparece como argumento do seno, ou seja, 𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙, é chamada


fase da onda. Duas ondas de mesma fase (ou cujas fases difiram por um múltiplo inteiro
de 2𝜋) são ditas “em fase”; elas executam o mesmo movimento ao mesmo tempo.

O ângulo 𝜙 é chamado constante de fase; ela não afeta a forma da onda; apenas
desloca a onda para frente ou para trás, no espaço ou no tempo. Isso pode ser
observado mais claramente se reescrevermos a Eq. (14) em duas formas equivalentes:

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜙 − 𝜔𝑡)

𝜙
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen [𝑘 (𝑥 − ) − 𝜔𝑡]. (15a)
𝜔

ou

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙)

𝜙
𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen [𝑘𝑥 − 𝜔 (𝑡 + )]. (15b)
𝜔
A Fig. 7a mostra uma “foto instantânea”, em dado instante t, das duas ondas
representadas pelas Eqs. (11) (na qual 𝜙 = 0) e 14.

Quando a constante de fase da Eq. 14 for positiva, a onda correspondente está à


frente de uma onda descrita por uma equação semelhante em que 𝜙 = 0. É por essa
razão que introduzimos a constante de fase com o sinal negativo na Eq. 14. Quando uma
onda está à frente de outra, no espaço ou no tempo, dizemos que ela “adianta”; se a
constante de fase for negativa, na Eq. 14, a onda correspondente ficará atrás da onda
de 𝜙 = 0 e dizemos que essa onda “atrasa”.

Velocidade da Onda

Consideremos a velocidade da onda como sendo a velocidade de fase de uma


onda senoidal ou como a velocidade de grupo de um pulso e um meio não dispersivo.
Desse modo, a velocidade da onda não dependerá da frequência ou do comprimento de
onda. É possível calcular a velocidade de uma onda mecânica a partir das propriedades
do meio, aplicando os princípios básicos da mecânica newtoniana. Vamos nos
concentrar em ondas transversais numa corda esticada.

Basicamente existem dois métodos para a obtenção da velocidade: o primeiro,


baseado na análise dimensional, e, o segundo, na análise mecânica. Usaremos aqui o
primeiro método.

A velocidade das ondas na corda depende da massa de um elemento da corda e


da força entre elementos vizinhos, que é a tração 𝐹 à qual a corda está sujeita. Se
aumentarmos a tração (por exemplo, aperando os pinos das cordas de um violão), a
força entre elementos vizinhos vai crescer e é de esperar que a velocidade da onda deva
crescer. Caracterizaremos um elemento de massa da corda pela densidade linear de
massa 𝜇, que é a massa por unidade de comprimento da corda. Supondo que a
velocidade da onda 𝑣 depende apenas de 𝐹 e 𝜇, podemos usar a análise dimensional
(consulte a Seção 1-7, Cap. 1, Vol. 1) eescrever

𝑣 ∝ 𝐹𝑎 𝜇𝑏 ,

onde 𝑎 e 𝑏 são expoentes a determinar. Podemos reescrever essa expressão


dimensional em termos da massa M, do comprimento L e do tempo T, isto é

[𝑣] = [𝐹 𝑎 ][𝜇 𝑏 ]

𝐿𝑇 −1 = (𝑀𝐿𝑇 −2 )𝑎 (𝑀𝐿−1 )𝑏

𝐿𝑇 −1 = 𝑀𝑎 𝐿𝑎 𝑇 −2𝑎 𝑀𝑏 𝐿−𝑏

𝐿𝑇 −1 = 𝑀𝑎 𝑀𝑏 𝐿𝑎 𝐿−𝑏 𝑇 −2𝑎

1
𝑇 −1 = 𝑇 −2𝑎 ⇒ −1 = −2𝑎 ⇒ 𝑎=
2

1⁄ −𝑏 1 1 1
𝐿 = 𝐿𝑎 𝐿−𝑏 = 𝐿 2𝐿 ⇒ 1= −𝑏 ⇒ 1− = −𝑏 ⇒ 𝑏=−
2 2 2

Portanto,

1 1
𝑣 ∝ 𝐹 2 𝜇 −2
1
𝐹2
𝑣∝ 1
𝜇2

𝑣 ∝ √𝐹 ⁄𝜇 .

Introduzindo a constante de proporcionalidade C, obtemos

𝐹
𝑣 = 𝐶√ (16)
𝜇

O valor dessa constante pode ser obtido através da análise mecânica do problema ou
pela experimentação; ambos esses métodos mostram que essa constante é igual à
unidade. Portanto, a Eq. (16) pode ser escrita como

𝐹
𝑣=√ (18)
𝜇

Velocidade Transversal de uma Partícula

O movimento de uma partícula em repouso em uma onda transversal, tal como


ilustrada na Fig. 6 é na direção 𝑦. A velocidade da onda descreve o movimento da onda
ao longo da direção de propagação (direção 𝑥). A velocidade da onda não caracteriza o
movimento transversal das partículas da corda.

Para encontrar a velocidade transversal da partícula na corda precisamos da


variação da coordenada 𝑦 com o tempo. Concentraremos nossa atenção em uma única
partícula da corda, isto é, em uma certa abscissa 𝑥. Assim, precisamos da derivada de 𝑦
em relação a 𝑡, supondo 𝑥 constante. O símbolo usado para representar a derivada
parcial de 𝑦 em relação a 𝑡, mantendo constantes todas as outras variáveis da quais 𝑦
depende, é 𝜕𝑦⁄𝜕𝑡. Representamos por 𝑢(𝑥, 𝑡) a velocidade da partícula, que varia com
𝑥 ( a localização da partícula) e com 𝑡. Supondo que a onda seja senoidal, com a forma
da Eq. (14), teremos

𝜕𝑦 𝜕
𝑢(𝑥, 𝑡) = = [𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙)]
𝜕𝑡 𝜕𝑡
𝑢(𝑥, 𝑡) = − 𝑦𝑚 𝜔 cos (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙) (20)

Para a aceleração obtemos

𝜕𝑢 𝜕 2 𝑦
𝑎(𝑥, 𝑡) = = = − 𝑦𝑚 𝜔2 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙)
𝜕𝑡 𝜕𝑡 2

𝑎(𝑥, 𝑡) = −𝜔2 𝑦 (21)

A Eq. (21) tem a mesma forma da Eq. (5) do Cap. 15; a aceleração transversal de qualquer
ponto é proporcional ao seu deslocamento transversal, mas tem sentido oposto. Isso
mostra que cada partícula da corda executa um movimento harmônico simples
transversal quando uma onda senoidal percorre a corda.
O Princípio da Superposição

Quando várias ondas se combinam numa região do espaço, o deslocamento de


qualquer partícula nessa região, em qualquer instante de tempo, é simplesmente a
soma dos deslocamentos que cada onda provocaria nessa partícula se atuasse sozinha.

Outra definição do princípio da superposição: a função de onda resultante devida a duas


ou mais funções de onda individuais é a soma dessas funções.

Considere duas ondas que percorrem simultaneamente uma mesma corda


esticada (ver Fig. Acima); se cada onda estivesse se propagando sozinha na corda, os
deslocamentos causados nesta seriam 𝑦1 (𝑥, 𝑡) e 𝑦1 (𝑥, 𝑡). O deslocamento na corda
esticada, quando ambas as ondas estão se propagando, é

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦1 (𝑥, 𝑡) + 𝑦1 (𝑥, 𝑡), (30)

que é uma soma algébrica.


Ondas Complexas

Quando duas ou mais ondas com amplitudes e comprimentos de onda diferentes


estão simultaneamente presentes em um meio, podemos aplicar o princípio da
superposição em cada ponto e obteremos um complexo padrão de onda 𝑦(𝑥, 𝑡) que não
se parece com as ondas componentes.

A Fig. 14a mostra um exemplo disso: duas ondas senoidais de amplitudes iguais, cujos
comprimentos de onda estão na razão 3:1. As ondas se movendo no mesmo sentido e
com a mesma velocidade de fase e estão em fase em 𝑥 = 0. A curva mais escura mostra
a forma da onda resultante, que pode ser calculada usando a Eq. (30). Observe que ela
não é uma onda senoidal. Na Fig. 14b, difere da Fig. 14a está 180° fora de fase em 𝑥 =
0. Note que a forma da onda resultante é muito diferente da que aparece na Fig. 14a.
Interferência de Ondas

Quando duas ondas se combinam em um ponto no espaço, diz-se que elas


interferem e o fenômeno é chamado interferência. A forma de onda resultante depende
fortemente das fases relativas das ondas que interferem. A Fig. 16 mostra um exemplo
de duas ondas que estão interferindo. Ondas Complexas

Primeiro vamos considerar duas ondas senoidais de mesma amplitude e mesmo


comprimento de onda, que se movem no sentido 𝑥 positivo com mesma velocidade.
Supondo que a constante de fase de uma onda seja 𝜙, e a da outra seja nula. A Fig. 17
mostra a forma de onda resultante em um instante particular, em dois casos: o de 𝜙 ser
aproximadamente nulo (as duas ondas estão quase em fase) e de 𝜙 ser
aproximadamente 180° (as ondas estão quase fora de fase). Por simples adição dos
deslocamentos individuais em cada posição 𝑥, você pode observar que no primeiro caso
as duas se reforçam quase completamente, e a resultante tem quase o dobro da
amplitude das componentes individuais; no segundo caso há um cancelamento quase
total em cada ponto e a amplitude resultante é próxima de zero. Esses casos são
conhecidos como interferência construtiva e destrutiva, respectivamente.

Consideremos o caso geral de duas ondas, cujas constantes de fase são 𝜙1 e 𝜙2 ,


respectivamente. As equações para as duas ondas são

𝑦1 (𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙1 ) (32)

𝑦2 (𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙2 ) (33)

Determinaremos a onda resultante. Aplicando o princípio da superposição,


somamos as Eqs. (32) e (33), o que nos dá

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦1 (𝑥, 𝑡) + 𝑦1 (𝑥, 𝑡)

𝑦(𝑥, 𝑡) = 𝑦𝑚 [sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙1 ) + sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙2 )]. (34)


Usando a identidade trigonométrica para soma dos senos de dois ângulos,

1 1
sen 𝐵 + sen 𝐶 = 2sen (𝐵 + 𝐶) cos (𝐵 − 𝐶), (35)
2 2

obtemos, depois de rearranjar alguns termos,

𝑦(𝑥, 𝑡) = [2𝑦𝑚 cos(Δϕ⁄2)] sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙 ′ ), (36)

onde 𝜙 ′ = (𝜙1 + 𝜙2 )/2. A grandeza Δϕ = 𝜙2 − 𝜙1 é chamada diferença de fase entre


as duas ondas.

𝑦(𝑥, 𝑡) = [2𝑦𝑚 cos(Δϕ⁄2)] sen (𝑘𝑥 − 𝜔𝑡 − 𝜙 ′ )

Amplitude

A Eq. (36) é a onda resultante que corresponde a uma nova onda cuja a
frequência é a mesma das componentes, mas sua amplitude (ver Figura acima) é
2𝑦𝑚 cos(Δϕ⁄2).

Para maiores detalhes ver Fig. 18 abaixo,

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