Você está na página 1de 94

Fenômenos Térmicos e Ópticos

Aula 06
As ondas constituem um dos principais campos de
estudo da física.

Neste capítulo, vamos discutir as ondas que se


Ondas I propagam em meios sólidos, como as cordas de um
violão. O próximo capítulo vai tratar das ondas
sonoras, como as que são produzidas no ar pelos
instrumentos musicais. Antes, porém, vamos definir
os tipos básicos em que podem ser divididas as ondas
que fazem parte do nosso dia a dia.

2
Tipos de Ondas
As ondas podem ser de três tipos principais:
1ª Ondas mecânicas: Essas ondas são as mais
conhecidas, já que estão presentes em toda parte; são,
Ondas I por exemplo, as ondas do mar, as ondas sonoras e as
ondas sísmicas. Todas possuem duas características:
são governadas pelas leis de Newton e existem
apenas em meios materiais, como a água, o ar e as
rochas.

3
2ª Ondas eletromagnéticas. Essas ondas podem ser
menos conhecidas, mas são muito usadas; entre elas
estão a luz visível e ultravioleta, as ondas de rádio e de
televisão, as micro-ondas, os raios X e as ondas de
radar. As ondas eletromagnéticas não precisam de
um meio material para existir.
Ondas I A luz das estrelas, por exemplo, atravessa o vácuo do
e s p a ç o p a r a c h e g a r a t é n ó s . To d a s a s o n d a s
eletromagnéticas se propagam no vácuo com a
mesma velocidade c = 299.792.458 m/s.

4
3ª Ondas de matéria. Embora essas ondas sejam
estudadas nos laboratórios, provavelmente o leitor
não está familiarizado com elas. Estão associadas a
Ondas I elétrons, prótons e outras partículas elementares e
mesmo a átomos e moléculas. São chamadas de
ondas de matéria porque normalmente pensamos nas
partículas como elementos de matéria.

5
Boa parte do que vamos discutir neste capítulo se
Ondas I aplica a ondas de todos os tipos. Os exemplos, porém,
são todos baseados em ondas mecânicas.

6
https://www.vascak.cz/data/android/physicsatsc
Ondas I hool/templateimg.php?s=kv_julius&l=pt

7
Ondas Transversais e Longitudinais
Uma onda em uma corda esticada é a mais simples
das ondas mecânicas.
Quando damos uma sacudidela na ponta de uma
corda esticada, um pulso se propaga ao longo da
corda. O pulso é formado porque a corda está sob
Ondas I tração, puxando os pontos vizinhos.
Enquanto isso, puxamos para baixo a extremidade da
corda, o que faz com que as partes da corda que estão
se deslocando para cima sejam puxadas de volta para
baixo pelas partes vizinhas, que já se encontram em
movimento descendente. O resultado geral é que a
distorção da forma da corda se propaga ao longo da
corda com uma velocidade v.

8
Quando movemos a mão para cima e para baixo
continuamente, executando um movimento
harmônico simples, uma onda contínua se propaga ao
longo da corda com velocidade . Como o movimento
da mão é uma função senoidal do tempo, a onda tem
forma senoidal.

Ondas I

9
Vamos considerar apenas o caso de uma corda “ideal”,
na qual não existem forças de atrito para reduzir a
amplitude da onda enquanto está se propagando.
Ondas I Além disso, vamos supor que a corda é tão comprida
que não é preciso considerar o retorno da onda depois
de atingir a outra extremidade.

10
1º) Um modo de estudar essas ondas é examinar a
forma de onda, ou seja, a forma assumida pela corda
em um dado instante.

2º) Outro modo consiste em observar o movimento


de um elemento da corda enquanto oscila para cima
e para baixo por causa da passagem da onda. Usando
Ondas I o segundo método, constatamos que o deslocamento
dos elementos da corda é perpendicular à direção de
propagação da onda.

Esse movimento é chamado de transversal, e


dizemos que a onda que se propaga em uma corda é
uma onda transversal.

11
Ondas Longitudinais. A Fig. mostra como uma onda
sonora pode ser produzida por um êmbolo em um
t u b o c o m a r. Q u a n d o d e s l o c a m o s o ê m b o l o
bruscamente para a direita e depois para a esquerda,
Ondas I produzimos um pulso sonoro que se propaga ao longo
do tubo. O movimento do ar e as variações da pressão
do ar se propagam para a direita ao longo do tubo na
forma de um pulso.

12
Quando deslocamos o êmbolo para a frente e para
trás executando um movimento harmônico simples,
uma onda senoidal se propaga ao longo do tubo.
Ondas I Como o movimento das moléculas de ar é paralelo à
direção de propagação da onda, esse movimento é
chamado de longitudinal, e dizemos que a onda que
se propaga no ar é uma onda longitudinal.

13
Ta n t o a s o n d a s t r a n s v e r s a i s c o m o a s o n d a s
longitudinais são chamadas de ondas progressivas
quando se propagam de um lugar a outro, como no
Ondas I caso das ondas na corda e no tubo.
Observe que é a onda que se propaga e não o meio
material (corda ou ar) no qual a onda se move.

14
Para descrever perfeitamente uma onda em uma
corda (e o movimento de qualquer elemento da corda),
precisamos de uma função que reproduza a forma da
onda. Isso significa que necessitamos de uma relação
como

Ondas I em que y é o deslocamento transversal de um


elemento da corda e h é uma função do tempo t e da
posição x do elemento na corda.
Qualquer forma senoidal pode ser descrita tomando h
como uma função seno ou uma função cosseno; a
forma de onda é a mesma para as duas funções. Neste
capítulo, vamos usar a função seno.

15
Função Senoidal. Imagine uma onda senoidal se
propagando no sentido positivo de um eixo x. Quando
a onda passa por elementos (ou seja, por trechos
muito pequenos) da corda, os elementos oscilam
paralelamente ao eixo y. Em um instante t, o
deslocamento y do elemento da corda situado na
posição x é dado por
Ondas I

Pode ser usada para calcular o deslocamento de todos


os elementos da corda em um dado instante e a
variação com o tempo do deslocamento de um dado
elemento da corda em função do tempo.

16
O movimento da onda está indicado pelo
deslocamento para a direita da seta vertical que
aponta para um dos picos positivos da onda.
De instantâneo para instantâneo, a seta se move para
Ondas I a direita juntamente com a forma da onda, mas a
corda se move apenas paralelamente ao eixo y.
Para confirmar esse fato, vamos acompanhar o
movimento do elemento da corda em x = 0, pintado
de vermelho.

17
Ondas I

18
A amplitude ym de uma onda como é o valor absoluto
do deslocamento máximo sofrido por um elemento a
partir da posição de equilíbrio quando a onda passa
Ondas I por esse elemento. (O índice m significa máximo.)
Como ym é um valor absoluto, é sempre positivo,
mesmo que, em vez de ser medido para cima, seja
medido para baixo.

19
A fase da onda é o argumento kx – ωt do seno.
Em um elemento da corda situado em uma dada
posição x, a passagem da onda faz a fase variar
linearmente com o tempo t. Isso significa que o valor
do seno também varia, oscilando entre +1 e –1. O valor
extremo positivo (+1) corresponde à passagem de um
pico da onda; nesse instante, o valor de y na posição x
Ondas I é ym. O valor extremo negativo (– 1) corresponde à
passagem de um vale da onda; nesse instante, o valor
de y na posição x é –ym.
Assim, a função seno e a variação da fase da onda com
o tempo correspondem à oscilação de um elemento
da corda, e a amplitude da onda determina os
extremos do deslocamento.

20
Comprimento de Onda e Número de Onda
O comprimento de onda λ de uma onda é a distância
(medida paralelamente à direção de propagação da
onda) entre repetições da forma de onda. Um
comprimento de onda típico está indicado na Figura,
que é um instantâneo da onda no instante t = 0. Nesse
Ondas I instante:

Uma função seno se repete pela primeira vez quando


o ângulo (ou argumento) aumenta de 2π rad;

21
O parâmetro k é chamado de número de onda; a
Ondas I unidade de número de onda do SI é o radiano por
metro ou m–1.
(Observe que, nesse caso, o símbolo k não representa
uma constante elástica, como em capítulos anteriores.)

22
Período, Frequência Angular e Frequência
A Fig. mostra um gráfico do deslocamento y em
função do tempo t para um ponto da corda, o ponto x
= 0.
Observando a corda de perto, veríamos que o
elemento da corda que está nessa posição se move
Ondas I para cima e para baixo, executando um movimento
harmônico simples com x = 0:

em que fizemos uso do fato de que sen(–α) = –sen α


para qualquer valor de α.

23
A Fig. Ao lado é um gráfico da Eq. acima; a curva não
mostra a forma de onda.
Ondas I É um gráfico de uma função do tempo e, portanto, é
uma abstração!

Já esta figura mostra a forma de


onda e é uma imagem da realidade!

24
Definimos o período T de oscilação de uma onda
como o tempo que um elemento da corda leva para
realizar uma oscilação completa.
Um período típico está indicado no gráfico. Aplicando
a Eq. anterior às extremidades desse intervalo de
tempo e igualando os resultados, obtemos:
Ondas I

é satisfeita apenas se ωT = 2π, o que nos dá

25
O parâmetro ω é chamado de frequência angular da onda;
a unidade de frequência angular do SI é o radiano por
segundo (rad/s).
A frequência f de uma onda é definida como 1/T e está
relacionada à frequência angular ω pela equação

Ondas I
Do mesmo modo que a frequência do oscilador harmônico
simples, a frequência f de uma onda progressiva é o
número de oscilações por unidade de tempo; neste caso,
o número de oscilações realizadas por um elemento da
corda. Medida em hertz ou múltiplos do hertz, como, por
exemplo, o quilo-hertz (kHz).

26
Constante de Fase
Quando uma onda progressiva senoidal é expressa
pela função de onda, a onda nas vizinhanças de x = 0
para t = 0 tem o aspecto mostrado na Fig. Note que,
Ondas I em x = 0, o deslocamento é y = 0 e a inclinação tem o
valor máximo positivo.
Podemos generalizar a Eq. introduzindo uma
constante de fase φ na função de onda:

27
O valor de φ pode ser escolhido de tal forma que a
função forneça outro deslocamento e outra inclinação
em x = 0 para t = 0.
Assim, por exemplo, a escolha de φ = π/5 rad nos dá o
deslocamento e a inclinação mostrados na Fig. ao lado
no instante t = 0.
A onda continua a ser é senoidal, com os mesmos
Ondas I valores de ym, k e ω, mas está deslocada em relação à
onda anterior (para a qual φ = 0).
Note também o sentido do deslocamento. Um valor
positivo de φ faz a curva se deslocar no sentido
negativo do eixo x; um valor negativo de faz a curva
se deslocar no sentido positivo.

28
Ondas I

29
A Velocidade de uma Onda Progressiva
A Fig. mostra dois instantâneos de uma onda,
separados por um pequeno intervalo de tempo Δt. A
onda está se propagando no sentido positivo de x,
com toda a forma de onda se deslocando de uma
distância Δx nessa direção durante o intervalo Δt. A
razão Δx/Δt (ou, no limite infinitesimal, dx/dt) é a
velocidade v da onda. Como podemos calcular o valor
Ondas I da velocidade?

30
Quando a onda se move, cada ponto da forma de
onda, como o ponto A assinalado em um dos picos,
conserva seu deslocamento y. (Os pontos da corda não
conservam seus deslocamentos, mas os pontos da
forma de onda o fazem.) Se o ponto A conserva seu
deslocamento quando se move, a fase da onda, que
Ondas I determina esse deslocamento, deve permanecer
constante:

Embora seja constante, tanto x quanto t estão


variando.

31
Para determinar a velocidade v da onda, derivamos a
Eq. em relação ao tempo, o que nos dá

Ondas I

32
Usando k = 2π/λ e ω = 2π/T, podemos escrever a
velocidade da onda na forma

Ondas I
De acordo com a equação v = λ/T, a velocidade da
onda é igual a um comprimento de onda por período;
a onda se desloca de uma distância igual a um
comprimento de onda em um período de oscilação.

33
A Eq.

descreve uma onda que se propaga no sentido


positivo do eixo x. Podemos obter a equação de uma
onda que se propaga no sentido oposto substituindo t
por –t na Eq. Isso corresponde à condição
Ondas I
Que requer que x diminua com o tempo. Assim, uma
onda que se propaga no sentido negativo de x é
descrita pela equação

34
Considere agora uma onda de forma arbitrária, dada
por

em que h representa qualquer função, sendo a função


seno apenas uma das possibilidades.
Ondas I Nossa análise anterior mostra que todas as ondas nas
quais as variáveis x e t aparecem em uma combinação
da forma kx ± ωt são ondas progressivas. Assim,
representa uma possível (um pouco
estranha) onda progressiva. A função y(x, t) = sen(ax² –
bt), por outro lado, não representa uma onda
progressiva!!!!

35
Ondas I

36
Velocidade da Onda em uma Corda Esticada
A velocidade de uma onda está relacionada com o
comprimento de onda e à frequência, mas é
determinada pelas propriedades do meio.
A passagem da onda faz com que as partículas do
Ondas I meio oscilem. Para tanto, o meio deve possuir massa
(energia cinética) e elasticidade (energia potencial).
São as propriedades de massa e de elasticidade que
determinam a velocidade com a qual a onda pode se
propagar no meio. Assim, é possível expressar a
velocidade da onda em um meio a partir dessas
propriedades.

37
Vamos fazer isso agora, de duas formas, para uma
Ondas I corda esticada.

38
Análise Dimensional
Na análise dimensional, examinamos as dimensões de
todas as grandezas físicas que influenciam uma dada
Ondas I situação para determinar as grandezas resultantes.
Neste caso, examinamos a massa e a elasticidade
para determinar a velocidade v, que tem a dimensão
de comprimento dividido por tempo, ou LT–1.

39
No caso da massa, usamos a massa de um elemento
da corda, que é a massa total m da corda dividida pelo
comprimento l. Chamamos essa razão de massa
específica linear μ da corda. Assim, μ = m/l e a
dimensão dessa grandeza é massa dividida por
comprimento, ML–1.
Ondas I
Podemos associar a tração da corda ao alongamento
(elasticidade) da corda. A tração e as forças de
alongamento que a tração produz possuem a
dimensão de força, ou seja, MLT–2 (já que F = ma).

40
P r e c i s a m o s c o m b i n a r μ (d i m e n s ã o M L – 1 ) e τ
(dimensão MLT –2 ) para obter v (dimensão LT –1 ). O
exame de várias combinações possíveis mostra que

Ondas I
em que C é uma constante adimensional que não pode
ser determinada por análise dimensional.
Em nosso segundo método para determinar a
velocidade da onda, vamos ver que a Equação acima
está correta e que C = 1.

41
Demonstração Usando a Segunda Lei de Newton
Em vez da onda senoidal, vamos considerar um único
pulso simétrico como o da Fig., propagando-se em
uma corda da esquerda para a direita com velocidade
v.
Ondas I Por conveniência, escolhemos um referencial no qual
o pulso permanece estacionário, ou seja, nos
movemos juntamente com o pulso, mantendo-o sob
observação. Nesse referencial, a corda parece passar
por nós, movendo-se da direita para a esquerda com
velocidade v.

42
Considere um pequeno elemento da corda de
comprimento Δl no centro do pulso, que forma um
arco de circunferência de raio R e subtende um ângulo
2θ. Duas forças cujo módulo é igual à tração da corda
puxam tangencialmente esse elemento pelas duas
extremidades. As componentes horizontais das
forças se cancelam, mas as componentes verticais se
Ondas I somam para produzir uma força restauradora radial
cujo módulo é dado por

aproximação sen θ ≈ θ para pequenos ângulos. E


também a relação 2θ = Δl/R.

43
A massa do elemento é dada por

No instante mostrado na Fig., o elemento de corda Δl


está se movendo em um arco de circunferência. Assim,
o elemento possui uma aceleração centrípeta dada
por
Ondas I

E portanto

44
A velocidade de uma onda em uma corda ideal
esticada depende apenas da tração e da massa
específica linear da corda.

Ondas I A frequência da onda depende apenas da força


responsável pela onda.
O comprimento de onda da onda está relacionado à
velocidade e à frequência (λ = v/f).

45
Ondas I

46
Energia e Potência de uma Onda Progressiva em
uma Corda
Quando produzimos uma onda em uma corda
esticada, fornecemos energia para que a corda se
Ondas I mova.
Quando a onda se afasta de nós, ela transporta essa
energia como energia cinética e como energia
potencial elástica.

47
Energia Cinética
Um elemento da corda, de massa dm, que oscila
transversalmente em um movimento harmônico
simples produzido por uma onda, possui energia
cinética associada à velocidade transversal do
elemento.
Ondas I
Quando o elemento está passando pela posição y = 0
(como o elemento b), a velocidade transversal (e,
portanto, a energia cinética) é máxima. Quando o
elemento está na posição extrema y = ym (como o
elemento a), a velocidade transversal (e, portanto, a
energia cinética) é nula.

48
Energia Potencial Elástica
Quando um trecho inicialmente reto de uma corda é
excitado por uma onda senoidal, os elementos da corda
sofrem deformações. Ao oscilar transversalmente, um
elemento da corda de comprimento dx aumenta e diminui
periodicamente de comprimento para assumir a forma da
onda senoidal. Como no caso da mola, uma energia
Ondas I potencial elástica está associada a essas variações de
comprimento.
Quando o elemento da corda está na posição y = ym (como
o elemento a), o comprimento é o valor de repouso dx e,
portanto, a energia potencial elástica é nula. Por outro
lado, quando o elemento está passando pela posição y = 0,
o alongamento é máximo e, portanto, a energia potencial
elástica também é máxima.

49
Transporte de Energia
Os elementos da corda possuem, portanto, energia
cinética máxima e energia potencial máxima em y =
0.
No instantâneo da Fig., as regiões da corda com
Ondas I deslocamento máximo não possuem energia, e as
regiões com deslocamento nulo possuem energia
máxima. Quando a onda se propaga ao longo da
corda, as forças associadas à tração da corda realizam
trabalho continuamente para transferir energia das
regiões com energia para as regiões sem energia.

50
Suponha que produzimos em uma corda esticada ao
longo de um eixo x horizontal uma onda. Podemos
produzir esse tipo de onda fazendo uma das
extremidades da corda oscilar continuamente.
Ao fazer isso, fornecemos energia para o movimento e
alongamento da corda; quando as partes da corda de
Ondas I deslocam perpendicularmente ao eixo x, elas
adquirem energia cinética e energia potencial elástica.
Quando a onda passa por partes da corda que
estavam anteriormente em repouso, a energia é
transferida para essas partes. Assim, dizemos que a
onda transporta energia ao longo da corda.

51
A Taxa de Transmissão de Energia
A energia cinética dK associada a um elemento da
corda de massa dm é dada por

Ondas I onde

sendo

52
Dividindo a Equação por dt, obtemos a taxa com a
qual a energia cinética passa por um elemento da
corda e, portanto, a taxa com a qual a energia cinética
é transportada pela onda

Ondas I A taxa média com a qual a energia cinética é


transportada é

A energia potencial elástica também é transportada


pela onda, com a mesma taxa média.
53
A potência média, que é a taxa média com a qual as
duas formas de energia são transmitidas pela onda, é,
portanto,

Ondas I

54
Potência média de uma onda transversal
Uma corda tem uma massa específica linear μ = 525
Exemplo g/m e está submetida a uma tração τ = 45 N. Uma
onda senoidal de frequência f = 120 Hz e amplitude ym
= 8,5 mm é produzida na corda. A que taxa média a
onda transporta energia?

55
A Equação de Onda
Quando uma onda passa por um elemento de uma
corda esticada, o elemento se move
perpendicularmente à direção de propagação da onda
Ondas I (estamos falando de uma onda transversal).
Aplicando a segunda lei de Newton ao movimento do
elemento, podemos obter uma equação diferencial
geral, chamada equação de onda, que governa a
propagação de ondas de qualquer tipo.

56
Ondas I

57
O Princípio da Superposição de Ondas
Frequentemente acontece que duas ou mais ondas
Ondas I passam simultaneamente pela mesma região.

58
Suponha que duas ondas se propagam
simultaneamente na mesma corda esticada. Sejam
y1(x, t) e y2(x, t) os deslocamentos que a corda
sofreria se cada onda se propagasse sozinha. O
deslocamento da corda quando as ondas se propagam
ao mesmo tempo é a soma algébrica
Ondas I

59
Ondas superpostas se somam algebricamente para
Ondas I produzir uma onda resultante ou onda total.

60
Esse é outro exemplo do princípio de superposição,
segundo o qual, quando vários efeitos ocorrem
simultaneamente, o efeito total é a soma dos efeitos
individuais.
A Figura mostra uma sequência de instantâneos de
Ondas I dois pulsos que se propagam em sentidos opostos na
mesma corda esticada.
Nos pontos em que os pulsos se superpõem, o pulso
resultante é a soma dos dois pulsos. Além disso, cada
pulso passa pelo outro se ele não existisse:

Ondas superpostas não


se afetam
mutuamente.
61
Interferência de Ondas
Suponha que produzimos duas ondas senoidais de
Ondas I mesmo comprimento de onda e amplitude que se
propagam no mesmo sentido em uma corda. O
princípio da superposição pode ser usado. Que forma
tem a onda resultante?

62
A forma da onda resultante depende da fase relativa
das duas ondas. Se as ondas estão em fase (ou seja, se
os picos e os vales de uma estão alinhados com os da
outra), o deslocamento total a cada instante é o dobro
do deslocamento que seria produzido por uma das
Ondas I ondas. Se as ondas têm fases opostas (ou seja, se os
picos de uma estão alinhados com os vales da outra),
elas se cancelam mutuamente e o deslocamento é
zero; a corda permanece parada. O fenômeno de
combinação de ondas recebe o nome de interferência
e dizemos que as ondas interferem entre si.

63
Suponha que uma das ondas que se propagam em
uma corda é dada por

Ondas I
e que outra, deslocada em relação à primeira, é dada
por

64
As duas ondas têm a mesma frequência angular ω (e,
portanto, a mesma frequência f), o mesmo número de
onda k (e, portanto, o mesmo comprimento de onda λ)
e a mesma amplitude ym.
Ambas se propagam no sentido positivo do eixo x,
Ondas I com a mesma velocidade.
Elas diferem apenas de um ângulo constante φ, a
constante de fase. Dizemos que as ondas estão
defasadas de φ, ou que a diferença de fase entre elas é
φ.

65
Segundo o princípio de superposição a onda
resultante é a soma algébrica das duas ondas e tem
um deslocamento

Ondas I

66
A onda resultante também é uma onda senoidal que
se propaga no sentido positivo de x. Ela é a única onda
que se pode ver na corda

Ondas I

67
Se φ=0

Ondas I Se φ = π rad (ou 180°), as ondas que interferem estão


totalmente defasadas

68
Ondas I

69
Como a forma de uma onda senoidal se repete a cada
2π rad, uma diferença de fase = 2π rad (ou 360°)
corresponde a uma defasagem de uma onda em
relação à outra equivalente a um comprimento de
onda.
Ondas I Duas ondas com o mesmo comprimento de onda
estão em fase se a diferença de fase é nula ou igual a
um número inteiro de comprimentos de onda; a parte
inteira de qualquer diferença de fase expressa em
comprimentos de onda pode ser descartada.

70
Ondas I

71
Ondas I

72
Interferência de duas ondas no mesmo sentido e
com a mesma amplitude
Duas ondas senoidais iguais, propagando-se no
mesmo sentido em uma corda, interferem entre si. A
amplitude ym das ondas é 9,8 mm e a diferença de
Exercício fase entre elas é 100°.
(a) Qual é a amplitude y′m da onda resultante e qual é
o tipo de interferência?
( b) Q u e d i f e r e n ç a d e f a s e , e m r a d i a n o s e e m
comprimentos de onda, faz com que a amplitude da
onda resultante seja 4,9 mm?

73
Fasores
A soma de duas ondas da forma indicada no módulo
anterior só pode ser executada se as ondas tiverem a
mesma amplitude!
Ondas I Caso as ondas tenham o mesmo número de onda, a
mesma frequência angular e amplitudes diferentes,
precisamos recorrer a métodos mais gerais. Um
desses métodos é o uso de fasores para representar
as ondas.

74
Um fasor é um vetor, de módulo igual à amplitude ym
da onda, que gira em torno da origem com velocidade
angular igual à frequência angular ω da onda. Assim,
por exemplo, a onda

é representada pelo fasor das Figura ao lado. O


Ondas I módulo do fasor é a amplitude ym1 da onda.
Quando o fasor gira em torno da origem com
frequência angular ω, a projeção y1 no eixo vertical
varia senoidalmente, de um máximo de ym1 a um
mínimo de –ym1 e de volta a ym1. Essa variação
corresponde à variação senoidal do deslocamento y1
de um ponto qualquer da corda quando a onda passa
pelo ponto.

75
Ondas I

76
Quando duas ondas se propagam na mesma corda e no
mesmo sentido, podemos representar as duas ondas e a
onda resultante em um diagrama fasorial.

Ondas I

Se é um número positivo, o fasor da onda 2 está


atrasado em relação ao fasor da onda 1. Se é um número
negativo, o fasor da onda 2 está adiantado em relação ao
fasor da onda 1.

77
A onda resultante é da forma

Para determinar os valores de y′m e β, temos que


somar as duas ondas. Para fazer isso em um diagrama
Ondas I fasorial, somamos vetorialmente os dois fasores em
qualquer instante da rotação.
Deslocamos o fasor ym2 para a extremidade do fasor
ym1. O módulo da soma vetorial é igual à amplitude
y′m. O ângulo entre a soma vetorial e o fasor de y1 é
igual à constante de fase β.

78
Ondas Estacionárias

Discutimos o caso de duas ondas senoidais de mesmo


comprimento de onda e mesma amplitude que se
propagam no mesmo sentido em uma corda.
Ondas I
O que acontece se as ondas se propagam em sentidos
opostos?
Também nesse caso podemos obter a onda resultante
aplicando o princípio da superposição.

79
Ondas I

80
O que chama a atenção na onda resultante é o fato de
que existem pontos da corda, chamados nós, que
permanecem imóveis. Quatro desses nós estão
assinalados por pontos na Figura.
No ponto médio entre nós vizinhos estão antinós,
Ondas I pontos em que a amplitude da onda resultante é
máxima. Ondas como a da Fig. são chamadas de
ondas estacionárias porque a forma de onda não se
move para a esquerda nem para a direita; as
posições dos máximos e dos mínimos não variam com
o tempo.

81
Se duas ondas senoidais de mesma amplitude e
mesmo comprimento de onda se propagam em
Ondas I sentidos opostos em uma corda, a interferência
mútua produz uma onda estacionária.

82
Para analisar uma onda estacionária, representamos as
duas ondas pelas equações

De acordo com o princípio de superposição, a onda


resultante é dada por
Ondas I
Aplicando a identidade trigonométrica

obtemos

Que não tem a mesma forma que descreve uma onda


progressiva!

83
O fator 2ym sen kx entre colchetes pode ser visto como a
amplitude da oscilação do elemento da corda situado na
posição x.
Em uma onda senoidal progressiva, a amplitude da onda
Ondas I é a mesma para todos os elementos da corda.
Isso não é verdade para uma onda estacionária, na qual a
amplitude varia com a posição. Na onda estacionária da
Eq., por exemplo, a amplitude é zero para valores de kx
tais que sen kx = 0. Esses valores são dados pela relação

84
A amplitude da onda estacionária da Eq.

tem um valor máximo de 2ym, que ocorre para


valores de kx tais que |sen kx| = 1. Esses valores são
dados pela relação
Ondas I

85
Reflexões em uma Interface
Podemos excitar uma onda estacionária em uma
corda esticada fazendo com que uma onda
progressiva seja refletida em uma das extremidades
da corda e interfira consigo mesma. A onda (original)
incidente e a onda refletida podem ser descritas pelas
Ondas I Eqs.

, respectivamente, e se combinam para formar uma


onda estacionária.

86
Ondas I

87
Ondas Estacionárias e Ressonância
Considere uma corda, por exemplo, uma corda de
violão, esticada entre duas presilhas. Suponha que
produzimos uma onda senoidal contínua de certa
frequência que se propaga para a direita. Quando
chega à extremidade direita, a onda é refletida e
começa a se propagar de volta para a esquerda. A
Ondas I onda que se propaga para a esquerda encontra a onda
que ainda se propaga para a direita. Quando a onda
que se propaga para a esquerda chega à extremidade
esquerda, é refletida mais uma vez, e a nova onda
refletida começa a se propagar para a direita,
encontrando ondas que se propagam para a esquerda.
Dessa forma, logo temos muitas ondas superpostas,
que interferem entre si.

88
Para certas frequências, a interferência produz uma
onda estacionária (ou modo de oscilação) com nós e
grandes antinós. Dizemos que uma onda estacionária
desse tipo é gerada quando existe ressonância e que
a corda ressoa nessas frequências, conhecidas como
frequências de ressonância. Se a corda é excitada em
Ondas I uma frequência que não é uma das frequências de
ressonância, não se forma uma onda estacionária.
Nesse caso, a interferência das ondas que se
propagam para a esquerda com as que se propagam
p a r a a d i r e i t a r e s u l t a e m p e q u e n a s (e t a l v e z
imperceptíveis) oscilações da corda.

89
Suponha que uma corda esteja presa entre duas
presilhas separadas por uma distância L. Para obter
uma expressão para as frequências de ressonância da
corda, observamos que deve existir um nó em cada
extremidade, pois as extremidades são fixas e não
podem oscilar.
Existe apenas um antinó, no centro da corda.
Ondas I Note que o comprimento L da corda é igual a meio
comprimento de onda. Assim, para essa configuração,
λ/2 = L e, portanto, para que as ondas que se
propagam para a esquerda e para a direita produzam
essa configuração por interferência, devem ter um
comprimento de onda λ = 2L.

90
Uma segunda configuração simples que satisfaz o
requisito de que existam nós nas extremidades fixas
aparece na Fig. b.
Ondas I Essa configuração tem três nós e dois antinós. Para
que as ondas que se propagam para a esquerda e para
a direita a excitem, elas precisam ter um comprimento
de onda λ = L.

91
Uma terceira configuração é a que aparece na Fig. c.
Essa configuração tem quatro nós e três antinós e o
comprimento de onda é λ = 2L/3.
Poderíamos continuar essa progressão desenhando
configurações cada vez mais complicadas. Em cada
Ondas I passo da progressão, o padrão teria um nó e um
antinó a mais que o passo anterior e um meio
comprimento de onda adicional seria acomodado na
distância L.

92
Assim, uma onda estacionária pode ser excitada em
uma corda de comprimento L por qualquer onda cujo
comprimento de onda satisfaz a condição

Ondas I

93
De acordo com a Eq.

as frequências de ressonância são múltiplos inteiros da


menor frequência de ressonância, f = v/2L, que
Ondas I corresponde a n = 1.
O modo de oscilação com a menor frequência é chamado
de modo fundamental ou primeiro harmônico.
O segundo harmônico é o modo de oscilação com n = 2, o
terceiro harmônico é o modo com n = 3, e assim por diante.
O conjunto de todos os modos de oscilação possíveis é
chamado de série harmônica, e n é chamado de número
harmônico do enésimo harmônico...

94

Você também pode gostar