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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0701.12.000512-2/001 Númeração 0520162-


Relator: Des.(a) Geraldo Augusto
Relator do Acordão: Des.(a) Geraldo Augusto
Data do Julgamento: 22/10/2013
Data da Publicação: 31/10/2013

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DIVÓRCIO C/C PARTILHA DE


BENS - CARTA DE SENTENÇA - EXPEDIÇÃO - CERTIDÕES NEGATIVAS
FISCAIS - PRESCINDÍVEL - CASO CONCRETO - PRESTAÇÃO
JURISDICIONAL EFICAZ/EFICIENTE.

Considerando-se que a exigência das certidões negativas fiscais busca


salvaguardar o crédito público e; que, não há prejuízo algum à Fazenda
Pública, neste caso concreto, visto subsistir, ainda, a parte do requerido do
imóvel em questão; não deve haver óbice à expedição da Carta de Sentença.

E, considerando o caso concreto e a impossibilidade de serem colacionadas


as já referidas certidões e, principalmente, diante da premente necessidade
de uma prestação jurisdicional eficiente/eficaz, justifica-se a necessidade de
dar-se provimento a este agravo, para determinar seja expedida a Carta de
Sentença.

AGRAVO DE INSTRUMENTO CV Nº 1.0701.12.000512-2/001 - COMARCA


DE UBERABA - AGRAVANTE(S): A.S.G.S. - AGRAVADO(A)(S): D.J.S.

ACÓRDÃO

(SEGREDO DE JUSTIÇA)

Vistos etc., acorda, em Turma, a 1ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos,
à unanimidade, em DAR PROVIMENTO AO AGRAVO.

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DES. GERALDO AUGUSTO

RELATOR.

DES. GERALDO AUGUSTO (RELATOR)

VOTO

Conhece-se do recurso ante a presença dos requisitos exigidos à


sua admissibilidade.

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra a decisão que,


nos autos da ação de Divórcio Direto c/c Partilha de Bens, indeferiu o pedido
de inscrição de Hipoteca Judicial no registro do imóvel partilhado (f.38-TJ).

Irresignada recorre a agravante alegando, em resumo, que o juízo


sentenciante determinou a ela que apresentasse as Certidões Negativas de
Débito do agravado para expedição de carta de Sentença, as quais foram
constatadas irregularidades com o fisco federal e municipal; que o agravado,
obviamente, não tem interesse em regularizar sua situação juntos às
Fazendas Públicas, mormente para desobstruir a formalização da partilha de
bens; que, em relação ao pedido de inscrição de hipoteca judicial, não há
qualquer exigência de que o processo esteja em fase de cumprimento de
sentença. Pede, ao final, seja reformada a decisão para o fim de que seja
determinada a expedição de Carta de Sentença sem exigência das Certidões
Negativas de Débito do agravado; bem como, para determinar a inscrição de
hipoteca judiciária junto ao Cartório de Registro de imóveis (ff.02/08-TJ).

Às ff.44/44v-TJ não foi concedida a antecipação de tutela recursal.

Informações prestadas pelo MM. Magistrado a quo à f.50-TJ.

Contraminuta, em síntese, pelo desprovimento do recurso

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(ff.53/56-TJ).

É o sucinto relatório.

Inicialmente, cumpre salientar que a matéria objeto deste agravo


restringe-se à decisão que indeferiu o pedido de inscrição de Hipoteca
Judicial no registro do imóvel partilhado.

Conforme se verifica com a análise dos autos, a agravante busca a


expedição da Carta de Sentença para fins de registro do bem partilhado. Tal
expedição foi obstada pela necessidade de apresentação de certidões
negativas fiscais; o que não foi possível, por se constatar que o réu, ora
agravado, possui débitos com a Fazenda Pública.

De fato, como já asseverado pelo d. Magistrado não é possível,


neste caso concreto, a constituição da Hipoteca Judicial, prevista no art. 466,
do CPC, nos termos pretendidos pela agravante.

Entretanto, considerando-se que a exigência das certidões


negativas fiscais busca salvaguardar o crédito público e; que, não há prejuízo
algum à Fazenda Pública, neste caso concreto, visto subsistir, ainda, a parte
do requerido do imóvel em questão; não deve haver óbice à expedição da
Carta de Sentença.

E, considerando o caso concreto e a impossibilidade de serem


colacionadas as já referidas certidões e, principalmente, diante da premente
necessidade de uma prestação jurisdicional eficiente/eficaz, justifica-se a
necessidade de dar-se provimento a este agravo, para determinar seja
expedida a Carta de Sentença.

Com tais razões, DÁ-SE PROVIMENTO AO AGRAVO.

DESA. VANESSA VERDOLIM HUDSON ANDRADE - De acordo com o(a)


Relator(a).

DES. ARMANDO FREIRE - De acordo com o(a) Relator(a).

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SÚMULA: "DERAM PROVIMENTO AO AGRAVO."

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