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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO


PROJETO DE FINAL DE CURSO

BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES:
UM ESTUDO DE CASO COM
CONDUTORES RÍGIDOS

por

SUELEN HOLDER DE MORAIS E SILVA

Recife, Maio de 2010


UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO
ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO


COM CONDUTORES RÍGIDOS

por

SUELEN HOLDER DE MORAIS E SILVA

Monografia apresentada ao curso de


Engenharia Elétrica – modalidade Eletrotécnica
da Universidade de Pernambuco, como parte
dos requisitos necessários à obtenção do grau
de Engenheira Eletricista.

ORIENTADOR: METHODIO VAREJÃO DE GODOY, D.Sc.


CO-ORIENTADOR: FABIO NEPOMUCENO FRAGA, M.Sc.

Recife, Maio de 2010.

© Suelen Holder de Morais e Silva, 2010.


Dedico este trabalho aos meus pais,
Sidney e Cristina; a minha irmã Soraya; e
a meu namorado Kleber, que me
incentivaram e ajudaram nos momentos
difíceis, com paciência e conselhos que
foram indispensáveis ao meu
desenvolvimento profissional e pessoal.
AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Sidney e Cristina, pelo amor, compreensão, incentivo e


exemplo dado por toda vida.
A meu namorado, Kleber, por seu incentivo e apoio incondicional nos
momentos difíceis.
A minha irmã, Soraya, por me ajudar e apoiar durante minha caminhada.
Ao Professor Methodio Varejão de Godoy pelo apoio e orientação para a
realização deste trabalho, além da contribuição em minha formação acadêmica.
Aos funcionários da Chesf - Divisão de Projeto de Subestações (DEPS) pela
experiência profissional e conhecimento adquirido durante meu estágio na empresa,
em especial ao meu supervisor do estágio, o engenheiro, Fabio Nepumoceno Fraga
pela ajuda neste trabalho.
“Há conhecimento de dois tipos: sabemos
sobre um assunto, ou sabemos onde podemos
buscar informações sobre ele.” (Samuel
Johnson)
Resumo da Monografia apresentada ao curso de Engenharia Elétrica da Escola
Politécnica de Pernambuco.

BARRAMENTO DE SUBESTAÇÕES: UM ESTUDO DE CASO


COM CONDUTORES RÍGIDOS

Suelen Holder de Morais e Silva

05/2010

Orientador: Methodio Varejão de Godoy, D.Sc.


Co-orientador: Fabio Nepomuceno Fraga, M.Sc.
Área de Concentração: Subestações
Palavras-chave: Dimensionamento, Barramento, Condutor rígido.
Número de Páginas: 111.

O presente trabalho apresenta um roteiro para o dimensionamento de barramentos


de subestações com o uso de condutor rígido (tubos de alumínio ou cobre),
destacando as principais características deste material e as considerações que
devem ser feitas durante o projeto para a seleção do condutor que melhor se
adéqua as forças impostas ao barramento, tais como a força do vento e forças
devido às correntes de curto-circuito. Por não existir na literatura brasileira um
material que reúna as informações necessárias ao projeto, serão apresentadas
neste trabalho as etapas para tal dimensionamento. Durante o projeto, será
estudada a influência do peso do condutor, e das forças citadas acima nas
separações entre fase e fase-terra, já que uma menor distância implica em redução
nas dimensões da subestação. Outro item que será verificado são os esforços
impostos aos isoladores e as estruturas de suporte, que podem ocasionar colapso
do barramento se não forem dimensionados corretamente. Finalizando o trabalho,
será realizado um estudo de caso a fim de exemplificar os procedimentos que
devem ser seguidos para o cálculo, este estudo será realizado com a ajuda de uma
ferramenta computacional para simplificação dos cálculos, já que estes são
demorados e repetitivos.
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Esquema de Manobra Barra Simples. .................................................. 22


Figura 2.2 – Esquema de Manobra Barra Simples com by-pass. ............................ 23
Figura 2.3 – Esquema de Manobra Barra Principal e transferência. ........................ 23
Figura 2.4 – Esquema de Manobra Barra Dupla a Quatro Chaves. ......................... 24
Figura 2.5 – Esquema de Manobra Disjuntor e Meio. .............................................. 25
Figura 2.6 – Arranjo Físico elevado para uma Entrada de Linha no esquema de
manobra barra principal e transferência. ................................................................... 26
Figura 2.7 – Bay de entrada de linha de uma subestação de 230 kV com
esquema de manobra barra dupla a quatro chaves padrão Chesf. .......................... 27
Figura 2.8 – Altura da subestação de acordo com o tipo de condutor utilizado. ...... 28
Figura 2.9 – Arranjo físico do esquema de manobra disjuntor e meio. .................... 29
Figura 2.10 – Tubo de cobre e de alumínio.. ............................................................ 30
Figura 2.11 – Efeito corona.. ..................................................................................... 32
Figura 2.12 – Fluxo laminar do vento passando por um tubo................................... 33
Figura 2.13 – Amortecimento do condutor rígido com um cabo. .............................. 34
Figura 2.14 – Amortecimento do condutor rígido com dois cabos............................ 34
Figura 2.15 – Conector para fixação do cabo dentro do condutor rígido.................. 34
Figura 2.16 – Condutor com as extremidades livremente apoiadas......................... 35
Figura 2.17 – Condutor com uma extremidade apoiada e a outra fixa. .................... 36
Figura 2.18 – Condutor com as extremidades fixas. ................................................ 36
Figura 2.19 – Dois vãos (apoiado – fixo – apoiado). ................................................ 37
Figura 2.20 – Três ou mais vãos (apoiado – fixo – fixo – apoiado). ......................... 37
Figura 2.21 – Dois ou mais vãos com suporte simples. ........................................... 38
Figura 2.22 – Forças aplicadas ao condutor. ............................................................ 39
Figura 2.23 – Isopletas dos ventos. .......................................................................... 40
Figura 2.24 – Forças impostas aos condutores pela passagem da corrente
elétrica. ............................................................................................................... 43
Figura 2.25 – Comportamento de uma peça metálica. ............................................. 44
Figura 2.26 – Deformação elástica e plástica de um material. ................................. 44
Figura 2.27 – Conector de expansão. ....................................................................... 45
Figura 2.28 – Conector de sustentação/apoio. ......................................................... 45
Figura 3.1 – Etapas para o projeto de barramento rígido horizontal. ....................... 48
Figura 3.2 – Gradiente admissível de tensão de superfície sob condições
padronizadas para mesma RI versus o diâmetro do condutor. ................................. 52
Figura 3.3 – Distâncias em um sistema monofásico e um sistema trifásico............. 53
Figura 3.4 – Ação do vento sobre o tubo do barramento. ........................................ 58
Figura 3.5 – Kf versus a altura do barramento. ........................................................ 61
Figura 3.6 – Fator Kappa. ......................................................................................... 62
Figura 3.7 – Forças durante um curto-circuito trifásico ............................................. 63
Figura 3.8 – Forças durante um curto-circuito bifásico ............................................. 63
Figura 3.9 – Representação dos vetores das forças exercida sobre o barramento . 64
Figura 3.10 – Fator de plasticidade (q). .................................................................... 68
Figura 3.11 – Deflexão vertical do tubo devido ao próprio peso. Fonte:[9] .............. 69
Figura 3.12 – Deflexão horizontal de um tubo devido a forças de curto-circuito ...... 71
Figura 3.13 – Aproximação de condutores durante curto-circuito. Fonte: [9]. .......... 72
Figura 3.14 – Deflexão máxima do condutor tubular devido à força dinâmica
resultante. .................................................................................................................. 73
Figura 3.15 – Deflexão de um tubo sobre condições de falta................................... 74
Figura 3.16 – Momento fletor na base do isolador (a) e na base da estrutura (b).... 78
Figura 3.17 – Deflexão da estrutura de suporte do isolador. .................................... 79

Figura A.1 – Fatores dinâmicos ( e ) versus  .............................................. 98


Figura A.2 – Fator dinâmico ( ) versus  ......................................................... 100

Figura B.1 – ARRANJO FÍSICO – PLANTA SE 230/13,8 kV ................................. 102


Figura B.2 – ARRANJO FÍSICO – CORTES A, B E C ........................................... 103
Figura B.3 – ARRANJO FÍSICO – CORTES D, E, F E G ....................................... 104
LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Cabos amortecedores recomendados. ................................................ 34


Tabela 2.2 – Valores de  ........................................................................................ 42
Tabela 3.1 – Características dos condutores tubulares de alumínio baseado na
norma DIN.................................................................................................................. 50
Tabela 3.2 – Propriedades mecânica e elétrica de várias ligas de alumino. ............ 51
Tabela 3.3 – Pressões atmosfericas padronizadas. ................................................. 53
Tabela 3.4 – Fatores da freqüência fundamental para várias condições de suporte
do condutoro. ............................................................................................................. 55
Tabela 3.5 – Valores de Kp para determinadas alturas ............................................. 59
Tabela 3.6 – Limites de κ para vários sistemas elétricos. ......................................... 62
Tabela 3.7 – Máximo comprimento efetivo suportado pelos isoladores para
diversos sistemas desuporte. .................................................................................... 76
LISTA DE ABREVIATURAS / SIGLAS

Termo Descrição

ABNT Associação Brasileira de Normas


Técnicas

AIS Air Insulated Substation Subestação Isolada a Ar


AT Alta tensão

ANEEL Agência Nacional de Energia


Elétrica

ANSI American National Standards Instituto Nacional Americano de


Institute Padronização

BSI British Standards Institution Instituto de Padronização Britânico

DIN Deutsches Institut für Normung Instituto Alemão para Normatização

EAT Extra Alta Tensão

IEC International Electrotechnical Comitê Internacional de


Commission Eletrotécnica
IEEE Institute of Electrical and Instituto de Engenheiros Eletricistas
Electronics Engineers e Eletrônicos

GIS Gas Insulated Substation Subestação Isolada a gás


HIS Hybrid Insulated Substation Subestações de Isolamento
Híbrido
NBR Norma Brasileira
NEMA National Electrical Manufacturers Associação Nacional de Fabricantes
Association Elétricos

ONS Operador Nacional do Sistema

RI Radio-influence Rádio Interferência

SE Subestações

SF6 Hexafluoreto de enxofre


LISTA DE SÍMBOLOS

Simbologia Descrição


Área da seção circular do condutor

Área projetada ou efetiva
 Coeficiente de curvatura
 Coeficiente de arrasto
 Constante de pressão para uma superfície.
, Distância entre os condutores durante curto-circuito
 Distância mínima entre fases
 Módulo de elasticidade
 Gradiente médio de tensão de superfície
 Gradiente máximo de tensão de superfície
 Gradiente admissível de tensão de superfície
 Força devido à corrente de referência de curto-circuito
 Força sobre os condutores externos durante curto-circuito
 Força sobre o condutor central durante curto-circuito
 Força transmitida ao isolador devido à corrente de curto-circuito
   Força dinâmica transmitida ao isolador devido a curto-circuito
com religamento automático
  Força dinâmica transmitida ao isolador devido a curto-circuito
sem religamento automático
!" Força térmica (compressão ou tração)
# ()$ Força resultante máxima imposta ao isolador
# () Força resultante imposta ao isolador
# Força resultante
# Força dinâmica resultante sem religamento automático
#  Força dinâmica resultante com religamento automático
% Força do vento sobre o barramento
& Corrente simétrica de curto-circuito
&' Corrente nominal máxima
( Momento de inércia
) Fator de flexibilidade da estrutura de suporte
*! Momento fletor na base da estrutura
* Momento fletor na base do isolador
PA Peso do cabo
PC Peso do tubo condutor
PT Peso total do tubo
/0, Estresse resultando em alongamento permanente inferior a 0,2%
S1 Fator de aspectos geográficos
SFAl Fatores de segurança mínimo
T Temperatura
5 Temperatura final
5 Temperatura inicial
Vo Velocidade básica
8 Tensão de teste entre fase e terra
89 Volume por unidade de comprimento do tubo
8: Velocidade característica do vento
8 A componente do vento característico que é perpendicular ao
tubo
8% Velocidade máxima de fluxo laminar do vento
; Momento resistente a deflexão

<9 Diâmetro externo do condutor, cm.


 Frequência nominal do sistema
 Máxima frequência natural da força do vento
 Freqüência natural do tubo
ℎ Distância do centro do condutor ao solo, cm
ℎ Distância equivalente do centro do condutor ao solo para sistema
trifásico
ℎ Altura da linha de centro do tubo até a base do isolador
ℎ> Altura da estrutura que sustenta o isolador
 Constante que depende da altitude do terreno
: Fator que considera a influência da rugosidade do terreno, das
dimensões da edificação ou parte da edificação em estudo, e de
sua altura sobre o terreno
ℓ Comprimento do vão
ℓ Comprimento permitido do vão devido à deflexão
ℓ! Comprimento efetivo do vão
ℓ@ Comprimento do vão considerando o estresse mecânico
ℓ Comprimento do vão na temperatura inicial
A Massa do condutor por unidade de comprimento
A Massa por unidade de comprimento do cabo amortecedor
AB Massa total do condutor
p Pressão atmosférica
DE Pressão sobre a superfície do condutor a uma altura z
F Fator de plasticidade
G  Tempo para religamento
G Tempo de atuação da proteção durante curto-circuito
tw Espessura do tubo
J Deflexão vertical permitida
J Real deflexão vertical do tubo
J Máxima deflexão dinâmica do tubo
J  Máxima deflexão dinâmica do tubo
JK Posições relativas do condutor
z Altura sobre o solo

M Fator de condição de contorno para condutores rígidos


N Fator de estresse estático
M" Coeficiente de expansão térmica linear
γ Fator da frequência fundamental (natural) baseado nos tipos de
suportes para o barramento
P0 Permissividade do vácuo
>B Máximo estresse estático
σRST O estresse dinâmico máximo sem religamento automático
σRSTUVW O estresse dinâmico máximo com religamento automático
 Relação entre as forças dinâmicas e estáticas sobre os
isoladores de pedestal.
 Relação entre os estresses com e sem religamento automático
sem sucesso.
X Relação entre os estresses dinâmicos e estáticos sobre os
condutores.
∆ℓ Variação do comprimento do condutor
δ Fator de densidade do ar
κ Fator kappa
\ Ângulo entre a incidência do vento e o tubo em graus
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 17

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO ................................................................................................. 18


1.1.1 Objetivo Pricipal ............................................................................................................ 18
1.1.2 Objetivo secundário ...................................................................................................... 18
1.2 METODOLOGIA UTILIZADA .................................................................................................. 18
1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA ........................................................................................... 19

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 20

2.1 ESQUEMAS DE MANOBRA ..................................................................................................... 22


2.1.1 Barra simples ................................................................................................................ 22
2.1.2 Barra simples com by-pass ........................................................................................... 23
2.1.3 Barra principal e transferência ...................................................................................... 23
2.1.4 Barra dupla .................................................................................................................... 24
2.2 ARRANJO FÍSICO ..................................................................................................................... 25
2.3 BARRAMENTO ......................................................................................................................... 28
2.3.1 Condutor rígido: material e características .................................................................... 30
2.3.2 Ampacidade .................................................................................................................. 30
2.3.3 Efeito corona e rádio interferência ................................................................................ 31
2.3.4 Ressonância mecânica no barramento ......................................................................... 33
2.4 ISOLADORES, ESTRUTURAS DE SUPORTE E FERRAGENS. ............................................. 35
2.4.1 Condutor com as extremidades apoiadas. .................................................................... 35
2.4.2 Condutor com uma extremidade apoiada e a outra fixa ............................................... 36
2.4.3 Condutor com as extremidades fixas (biengastada). .................................................... 36
2.4.4 Barramento com condutor contínuo. ............................................................................. 37
2.4.5 Juntas soldadas e acabamento..................................................................................... 38
2.5 FORÇAS APLICADAS AO BARRAMENTO .............................................................................. 38
2.5.1 Peso total do condutor .................................................................................................. 39
2.5.2 Ação do vento ............................................................................................................... 39
2.5.3 Curto-circuito ................................................................................................................. 42

CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO DO BARRAMENTO .............................................................. 47

3.1 CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE (AMPACIDADE) – TABELAS ..................... 49


3.2 EFEITO CORONA – CÁLCULO DO GRADIENTE DE TENSÃO .............................................. 51
3.3 VERIFICANDO A NECESSIDADE DE AMORTECIMENTO ..................................................... 54
3.4 FORÇAS ESTÁTICAS: PESO DO TUBO E AÇÃO DO VENTO ............................................... 56
3.4.1 Peso do condutor .............................................................................................................. 56
3.4.2 Força do vento ................................................................................................................. 57
3.5 FORÇA ELÉTRICA .................................................................................................................... 59
3.5.1 Corrente de referência de curto circuito ............................................................................ 59
3.5.2 Flexibilidade das estruturas de suportes........................................................................... 60
3.5.3 Fator kappa ....................................................................................................................... 62
3.5.4 Pico da corrente de curto-circuito ..................................................................................... 63
3.6 FORÇA RESULTANTE.............................................................................................................. 64
3.7 MÁXIMO ESTRESSE ESTÁTICO IMPOSTO AO CONDUTOR ................................................ 64
3.8 FATOR DINÂMICO .................................................................................................................... 65
3.8.1 Fatores dinâmicos para o sistema de suportes ................................................................ 66
3.8.2 A transição do estático para o dinâmico ........................................................................... 67
3.9 DIMENSIONANDO O BARRAMENTO PARA ATENDER A DEFLEXÃO DO CONDUTOR
SOBRE DIFERENTES CRITÉRIOS .................................................................................................69
3.9.1 Deflexão vertical máxima devido ao próprio peso (repouso) ............................................ 69
3.9.2 Deflexão máxima devido à força dinâmica resultante (sem religamento automático). ..... 71
3.9.3 Deflexão máxima devido a força dinâmica resultante (com religamento automático sem
sucesso)..................................................................................................................................... 74
3.10 FORÇAS IMPOSTAS AOS ISOLADORES DE PEDESTAL .................................................... 75
3.10.1 Força estática nos isoladores ......................................................................................... 75
3.10.2 Máxima força dinâmica resultante imposta aos isoladores ............................................. 77
3.11 MOMENTO FLETOR IMPOSTO AO SISTEMA DO BARRAMENTO ...................................... 78
3.12 EFEITO TÉRMICO .................................................................................................................. 80

CAPÍTULO 4 - ESTUDO DE CASO ................................................................................................... 81

4.1 DADOS PARA O INÍCIO DE PROJETO. ................................................................................... 81


4.2 ESCOLHA DO TUBO PELA AMPACIDADE (SEM O EFEITO CORONA). ............................... 82
4.3 AMORTECIMENTO ................................................................................................................... 83
4.4 FORÇAS APLICADAS AO BARRAMENTO .............................................................................. 83
4.4.1 Peso do condutor sobre o vão: ......................................................................................... 84
4.4.2 Força do vento aplicada ao vão: ....................................................................................... 84
4.4.3 Força máxima de curto-circuito aplicada ao vão:.............................................................. 84
4.4.4 Força resultante sobre o condutor: ................................................................................... 85
4.4.5 Fatores para o cálculo das forças dinâmicas: ................................................................... 85
4.4.6 Verificando o comprimento do vão em relação ao estresse na fibra do material:............. 86
4.4.7 Verificando o comprimento do vão para a maior deflexão vertical permitida .................... 87
4.4.8 Recalculando os dados para o tubo de 6 in. ..................................................................... 88
4.4.9 Deflexão máxima sobre condições dinâmicas .................................................................. 91
4.4.10 Força resultante nos isoladores: ..................................................................................... 92
4.4.11 Momento fletor ................................................................................................................ 93
4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO ................................................................................ 93

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO ............................................................................................................ 94

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ......................................................................... 95

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................................ 96

ANEXO A – CÁLCULO DOS FATORES DINÂMICOS (]^, ]_E ]`) .................................................. 98

ANEXO B – SUBESTAÇÃO DE 230KV ............................................................................................ 101

ANEXO C – CARACTERÍSTICAS DO TUBO CONDUTOR (ALUMÍNO) ......................................... 105

ANEXO D – RELATÓRIOS DOS TESTES DOS TUBOS ................................................................. 107


17

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de um país vem acompanhado do aumento no consumo


de energia elétrica. Este aumento de carga tem grande repercussão no sistema
elétrico, pois é responsável pelas elevadas correntes nominais e de curto circuito
presentes no sistema. Outra consequência deste aumento de carga é o aumento da
malha do sistema elétrico, onde novas usinas, linhas de transmissão e subestações
(SE) são necessárias para atender esta nova demanda no consumo.
Nas subestações, os barramentos devem estar projetados para suportar uma
determinada corrente nominal e de curto-circuito com valores cada vez mais
elevados, tornando-se necessário, então, o emprego de novas soluções. Dentre as
soluções que não são tão exploradas no país está a de utilizar o condutor rígido no
barramento da SE. Estes condutores apresentam como uma de suas vantagens
possibilitarem a redução das dimensões da SE, já que apresentam menores
deflexões que o condutor flexível, permitindo uma redução na altura do barramento e
uma menor poluição visual (ambiental).
Apesar de o condutor rígido ser muito utilizado em boa parte do mundo, tendo
ampla aplicação na indústria e nas subestações de transmissão e subtransmissão,
no Brasil não existe uma ampla literatura sobre o assunto, nem normas que auxiliem
em tal tarefa, descrevendo os procedimentos e condições mínimas de projeto para
um dimensionamento otimizado, visando um menor custo e alto desempenho.
Levando em consideração este crescente aumento na carga e a necessidade de
buscar novas soluções para o problema do dimensionamento do barramento de
subestações, buscou-se apresentar neste trabalho um roteiro em português que
auxilie no emprego do condutor rígido.
18

1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO

1.1.1 Objetivo principal

Apresentar um roteiro para o projeto de dimensionamento do barramento de


uma subestação utilizando o condutor rígido.

1.1.2 Objetivo secundário

• Realizar uma revisão bibliográfica sobre o conteúdo necessário ao


desenvolvimento do trabalho;
• Debater as vantagens e desvantagens sobre o uso do condutor rígido; e
• Realizar um estudo de caso para validação do roteiro apresentado, utilizando uma
subestação de 230 kV real.

1.2 METODOLOGIA UTILIZADA

Para o desenvolvimento do trabalho foi realizada uma ampla pesquisa


bibliográfica sobre os itens pertencentes ao assunto em apostilas, livros, normas,
artigos e monografias, a fim de reunir informações relevantes ao tema. Depois de
selecionado os conteúdos relevantes, foram apresentadas as descrições das
principais características que influenciam o dimensionamento, bem como das
principais forças que atuam sobre o barramento.
Após estas descrições procurou-se mostrar as equações necessárias a
realização do projeto e as considerações que devem ser feitas para não provocar o
colapso da estrutura do barramento. Procurando simplificar o entendimento,
apresentou-se, através de um estudo de caso, o dimensionamento do barramento
19

principal de uma subestação de 230 kV. Para a realização dos cálculos foi utilizada
uma rotina desenvolvida no Matlab.

1.3 ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Este trabalho está organizado em 5 capítulos:

No capítulo 2 estão reunidos todos os conceitos necessários ao entendimento


do trabalho, apresentando informações sobre o condutor rígido e as forças impostas
ao barramento.
O capítulo 3 descreve o roteiro para o dimensionamento do barramento rígido,
mostrando as equações e considerações que devem ser feitas para o projeto.
Já no capítulo 4 demonstra-se e analisa-se o dimensionamento do
barramento de uma subestação, exemplificando a teoria do capítulo 3, através de
um estudo de caso, utilizando dados de uma Subestação de 230 kV real.
No capítulo 5 são apresentadas as conclusões do trabalho.
20

CAPÍTULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO

O sistema elétrico de potência, que é composto basicamente pela produção,


transmissão e distribuição de energia, tem como objetivo fornecer energia elétrica às
varias cargas existentes com qualidade e confiabilidade. Para que este fornecimento
seja garantido é necessário que haja continuidade no serviço da transmissão.
O sistema de transmissão é formado por dois principais elementos, o circuito
(linhas, cabos, etc.) que permite a passagem da potência e as subestações que
fazem as interconexões destes circuitos (transformando o nível de tensão se
necessário) [1]. A transmissão tem três principais funções que são realizadas
através de diferentes tipos de subestações [1]:

• A transmissão de energia elétrica dos geradores ou outros sistemas para o centro


de carga;
• A interconexão que aumenta a segurança do fornecimento e permite a redução
dos custos da geração; e
• Fornecimento de energia elétrica para o sistema de distribuição e em alguns
casos diretamente ao cliente que está conectado ao sistema.

Mas o que é uma subestação? O comitê Internacional de Eletrotécnica (IEC -


International Electrotechnical Commission) [2] define a subestação como sendo a
parte do sistema de potência, concentrada em um determinado ponto, incluindo os
terminais de linha de transmissão, distribuição, os módulos de manobra,
encapsulamentos, podendo inclusive incluir os transformadores. Pode-se definir [3]
então a subestação como sendo um conjunto de equipamentos usados para
controlar, modificar, comandar, distribuir e direcionar o fluxo de energia elétrica de
um sistema elétrico.
Existem diferentes formas de classificar uma subestação. A primeira delas é
com relação à função que ela desempenha, podendo ser uma SE de manobra, de
transformação, de seccionamento, de distribuição de conversão ou de conversão de
freqüência. Uma mesma SE pode apresentar uma ou mais das funções listadas.
21

Outra forma de classificá-las é quanto ao sistema do qual a subestação faz


parte, transmissão, distribuição ou de consumidor. Quanto ao nível de tensão
classificamos em baixa (até 1 kV), média (entre 1 kV e 66 kV), alta (entre 69 kV e
230 kV), extra alta (entre 231 kV e 800 kV) ou ultra alta tensão (acima de 800 kV).
Esta classificação é realizada pelo maior nível de tensão encontrado na SE. As
subestações podem estar ao tempo ou abrigadas, classificação quanto à instalação.
E por fim, ela é classificada quanto ao tipo de isolamento [3]:

• Subestações Isoladas a Ar (AIS – Air Insulated Substation): são subestações


onde o meio isolante que separa as partes energizadas entre si e da terra é o ar.
Está é a subestação de menor custo, porém o espaço utilizado é maior.
• Subestações Isoladas a Gás (GIS – Gas Insulated Substation): são
subestações que apresentam um dielétrico gasoso como meio isolante, no caso o
hexafluoreto de enxofre (SF6). São denominadas de subestações blindadas, pois,
os barramentos e equipamentos possuem envoltório de alumínio e um gás
preenchendo os espaços entre a tubulação e os componentes energizados. É
indicada para instalações em regiões com elevados custos de terreno ou onde a
questão espaço é determinante, por suas características particulares de
encapsulamento e reduzidas dimensões. São também indicadas onde às
condições ambientais são severas (salinidade, poluição, alto índice de
interferência eletromagnética, etc.). No entanto, possui um elevado custo.
• Subestações com Isolamento Híbrido – HIS (Hybrid Insulated Substation):
são subestações que tem o ar e o gás como meio isolante em pontos específicos,
a fim de reduzir a área ocupada. Apresentam um menor custo que as blindadas.

No projeto de uma subestação é necessário definir o tipo de isolação que será


usada, pois esta escolha está relacionada com o espaço físico necessário e custo da
construção. Outro fator importante para o projeto é o arranjo físico da subestação, o
seu layout, ou seja, as formas de se conectarem entre si, linhas, transformadores e
cargas de uma subestação. Antes de mostrar os tipos de arranjo físico e suas
considerações é necessário apresentar os esquemas de manobra mais utilizados.
22

2.1 ESQUEMAS DE MANOBRA

O esquema de manobra de uma subestação apresenta o arranjo elétrico e


físico dos equipamentos de manobra e do barramento. Denomina-se arranjo [3] a
configuração dos equipamentos eletromecânicos que constituem um pátio
pertencente a um mesmo nível de tensão, de tal forma que sua operação permita
dar à subestação diferentes graus de confiabilidade, segurança ou flexibilidade de
manobra, transformação e distribuição de energia. Os esquemas de manobras mais
utilizados em Alta Tensão (AT) e Extra Alta Tensão (EAT) são:

2.1.1 Barra simples

O esquema de barra simples, representado na figura 2.1, possui apenas um


barramento ao qual se conectam os circuitos por meio de um disjuntor. É econômico,
simples e fácil de proteger, ocupa pouco espaço e não apresenta muitas
possibilidades de operação incorreta. No entanto, quando há necessidade de
manutenção ou reparo na barra, ou de manutenção no disjuntor é preciso
interromper o fornecimento de energia. Logo, este esquema não apresenta
confiabilidade, segurança e flexibilidade.

Figura 2.1 – Esquema de Manobra Barra Simples. Fonte: [3]


23

2.1.2 Barra simples com by-pass

O arranjo barra simples com by-pass difere do esquema anterior por possuir
uma chave seccionadora (by-pass) que permite a manutenção no disjuntor sem
interromper o fornecimento de energia. Este esquema está representado na figura
2.2.

Figura 2.2 – Esquema de Manobra Barra Simples com by-pass. Fonte: [3]

2.1.3 Barra principal e transferência

Neste esquema, representado na figura 2.3, utilizam-se duas barras e um


disjuntor reserva. As linhas são normalmente ligadas à barra de operação (principal)
e, em caso de manutenção no disjuntor, à barra de transferência. A efetividade do
arranjo requer a instalação de um disjuntor especial, o disjuntor de transferência, que
é utilizado como reserva para qualquer disjuntor que esteja fora de operação. Com
esta configuração não teremos a interrupção de energia em nenhum bay em caso de
manutenção no disjuntor. Entende-se por bay [3] o conjunto de equipamentos e o
espaço ocupado por eles.

Figura 2.3 – Esquema de Manobra Barra Principal e transferência. Fonte: [3]


24

2.1.4 Barra dupla

O arranjo de barra dupla é uma evolução do arranjo barra principal e


transferência, onde os circuitos são divididos entre as duas barras. Possui uma
maior flexibilidade e maior segurança quanto às falhas nas barras que o arranjo
anterior, pois como a carga está dividida, mesmo que ocorra uma falha em uma das
barras, parte da subestação continuará operando. No projeto é necessário
considerar que as barras devem ter a mesma capacidade e, por sua vez, a
capacidade total da subestação [3]. Os esquemas apresentados a seguir são os
arranjos recomendados pelos Procedimentos de Rede do Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) para a rede básica (acima de 230 kV).

2.1.4.1 Barra dupla a quatro chaves

Este é o arranjo utilizado para os barramentos de 230 KV. O esquema de


barra dupla a quatro chaves está ilustrado na figura 2.4.

Figura 2.4 – Esquema de Manobra Barra Dupla a Quatro Chaves. Fonte: [3]
25

2.1.4.2 Disjuntor e meio

Neste arranjo (figura 2.5), para cada entrada e saída temos um disjuntor e
meio. Este arranjo é mais utilizado no Brasil, nos sistemas de 500 e 765KV, por
apresentar alta confiabilidade.

Figura 2.5 – Esquema de Manobra Disjuntor e Meio. Fonte: [3]

2.2 ARRANJO FÍSICO

O arranjo físico [3] é a disposição física dos equipamentos em uma


instalação, segundo esquema de manobra pré-determinado e respeitando as
distâncias elétricas e de projeto definidas anteriormente. A diferença presente nos
arranjos se dá, principalmente, ao uso de diversos tipos de chaves seccionadoras,
aos barramentos, à disponibilidade de área a ser construída e às facilidades de
manutenção. Para a seleção do arranjo físico é necessária avaliação de alguns
aspectos, tais como:

• Definição do arranjo elétrico (esquema de manobra)


• Escolha dos equipamentos: os equipamentos de alta tensão, em especial, as
seccionadoras, são quem definem as disposições físicas da subestação;
• Distâncias mínimas de segurança: são determinadas de acordo com o nível de
tensão e nível de isolamento, assim como as condições atmosféricas da área
26

onde será construída a subestação. Quanto maior o nível de tensão e o


isolamento, maior será a distância entre fases e entre fase e terra;
• Área disponível para construção
• Custos: é necessário fazer comparação de custo de diferentes arranjos físicos
para o mesmo arranjo elétrico, assim como deve ser levado em consideração o
custo do terreno que será utilizado para a construção da subestação.
• Facilidade para a manutenção: os arranjos físicos mais altos apresentam maior
dificuldade para manutenção por trabalharem com dois níveis de barras (figura
2.6). Para executar a manutenção em uma das barras é necessário desligar a
outra, perdendo a flexibilidade da barra dupla.

Figura 2.6 – Arranjo Físico elevado para uma Entrada de Linha no esquema de manobra barra
principal e transferência. Fonte: [3]

• Facilidade para expansão


• Padrões da concessionária: o padrão utilizado pelas concessionárias na maioria
de suas subestações, também é um fator importante para a escolha do tipo de
arranjo que será utilizado em cada uma.
• Impacto Ambiental: a estética de um arranjo físico é considerada impacto
ambiental. Quanto menos níveis de conexão são projetados e mais baixos são os
níveis das barras, melhor é a aparência de uma subestação.

Realizada a análise dos aspectos citados, é necessário fazer a distribuição


dos equipamentos pertencentes ao bay. A figura 2.7 ilustra um bay de uma
subestação de 230 kV com o esquema de manobra de barra dupla a quatro chaves.
27

Nela estão indicadas as distâncias de projeto, assim como todos os equipamentos


pertencentes a ele.

Figura 2.7 – Bay de entrada de linha de uma subestação de 230 kV com esquema de manobra barra
dupla a quatro chaves padrão Chesf. Fonte: [3]
28

2.3 BARRAMENTO

O barramento é um componente importante da subestação, pois ele é


responsável por fazer a interligação dos circuitos que entram na subestação
(barramento principal), assim como a interligação dos equipamentos pertencentes a
este circuito. Sua estrutura deve ser cuidadosamente projeta para suportar os
máximos esforços que podem ser impostos ao condutor e aos seus suportes devido
às correntes de curto-circuito e aos ventos fortes.
Os condutores do barramento podem ser rígidos (tubos de alumínio) ou
flexíveis (cabos). Os condutores rígidos apresentam como vantagens a simplicidade,
fácil visualização das configurações de operação, disposição do arranjo com apenas
dois níveis (figura 2.8), facilidade no acesso para o transformador ou pátio dos
equipamentos para manutenção, facilidade no uso de chaves pantográficas ou semi-
pantográficas, facilidade de ampliação da subestação, facilidade na verificação dos
efeitos das forças eletrodinâmicas, rápida construção e pouca área de aterramento
para a instalação.

Figura 2.8 – Altura da subestação de acordo com o tipo de condutor utilizado. Fonte [1]
29

Algumas desvantagens são encontradas na dificuldade temporária para by-


pass dos disjuntores em ambos os lados da subestação, na possibilidade de
ressonância mecânica entre a estrutura de tubo e a frequência de rajada de vento
(que pode ser evitada utilizando cabos amortecedores) e a dificuldade para
viabilidade dos tubos e dos suportes dos materiais em alguns países. Para níveis de
tensão inferior a 500 kV a aplicação de condutores rígidos nos dá uma solução
simples e econômica, contudo pra tensão superior a essa, o uso de condutores
rígidos se torna uma solução de difícil montagem.
Os condutores flexíveis, por sua vez, apresentam como vantagens o uso dos
mesmos materiais empregados em linhas aéreas e o uso de condutores múltiplos
com diâmetro apropriado para reduzir o efeito corona nas extremidades em
subestações de EAT. No entanto, apresentam arranjos complexos pra esquemas
simples, dificuldade de verificação da resistência das forças eletrodinâmicas,
utilização de barramentos superpostos, considerável impacto ambiental devido aos
três níveis de condutores na subestação, custo de construção considerável,
dificuldade de empregar chaves pantográficas e semi-pantográficas e dificuldade na
ampliação da subestação.
A escolha da melhor solução é influenciada pela viabilidade de materiais no
país e pela experiência de diferentes companhias. No Brasil, há uma preferência no
uso do condutor flexível, mas encontramos em algumas subestações o condutor
rígido sendo utilizado. É comum em um projeto o uso dos dois tipos de condutores,
onde várias combinações podem ser realizadas. Uma delas é o uso do condutor
rígido no barramento principal e na interligação dos equipamentos, e o flexível nas
conexões entre os equipamentos e a linha que entra na SE. A figura 2.9 ilustra esta
situação.

Figura 2.9 – Arranjo físico do esquema de manobra disjuntor e meio. Fonte: [4]
30

2.3.1 Condutor rígido: material e características

Na fabricação do condutor rígido utiliza-se o cobre ou as ligas de alumínio.


Dentre estes dois materiais o alumínio é o material mais empregado, em AT e EAT,
por apresentar menor peso que o cobre e necessitar de pouca manutenção.
Apresenta ainda, uma maior resistência à corrosão e uma maior temperatura de
operação. O formato utilizado nas subestações está apresentado na figura 2.10. A
preferência por um tubo oco de seção circular deve-se ao efeito pelicular (skin) e ao
efeito corona.

Figura 2.10 – Tubo de cobre e de alumínio. Fonte: Informativo da ALCOMET.

Em comparação a outros formatos, o tubular apresenta uma melhor


distribuição da corrente, porém possui uma área de superfície menor para
dissipação de calor. No projeto do barramento tubular estas duas características
devem ser balanceadas.

2.3.2 Ampacidade

A ampacidade é a capacidade de condução de corrente do condutor. Esta


capacidade é normalmente determinada pela máxima temperatura em que o
condutor é permitido operar. A resistividade dos metais condutores varia com a
temperatura, assim, a elevação de temperatura provoca um aumento na resistência
dos condutores e provoca o aumento das perdas por efeito Joule. Num barramento a
31

capacidade de condução de corrente será dada pelo equilíbrio entre o calor gerado
pelas perdas e o calor dissipado por irradiação.
A temperatura máxima de operação contínua [5] em barras de cobre e de
ligas de alumino é de 90°C sem perda considerada da resistência mecânica. Em
condições de emergência podem ser operadas a 100°C. No entanto, o tubo de cobre
pode sofrer excessiva oxidação se operado acima de 80°C.
A seção reta do condutor tem uma grande importância na ampacidade do
barramento, principalmente no caso de corrente alternada. Devido ao efeito pelicular
(skin) a densidade de corrente não é uniforme ao longo do condutor, mas se
concentra principalmente na periferia. Dessa forma o material condutor na parte
central não é tão efetivo quanto o material da periferia. Daí a vantagem de utilizar
condutores ocos ou tubulares e perfis, posto que esses tenham o material condutor
colocado na região onde a sua utilização é mais efetiva. A preferência está no uso
dos tubulares de seção circular, já que os perfis apresentam pontas que intensificam
o efeito corona no condutor.

2.3.3 Efeito corona e rádio interferência

O efeito corona aparece na superfície das ferragens, dos isoladores e dos


condutores, quando o valor do gradiente de potencial aí existente excede o valor do
gradiente crítico disruptivo do ar. Quando dois eletrodos, imersos no ar, possuem
uma diferença de tensão e esta diferença é aumentada progressivamente, verifica-
se a ionização do ar, ou seja, quando o campo é forte o suficiente é iniciada a
formação de partículas carregadas, através de choques entre os elétrons livres que
existem na atmosfera.
Aumentando-se mais a tensão aplicada, ocorre o efeito corona, ou seja,
quando o campo em torno do eletrodo de menor raio de curvatura se torna maior
que um determinado valor crítico, tem inicio as descargas nas primeiras camadas de
ar próximas do eletrodo [6]. O efeito corona é observado melhor no escuro, quando
nota-se a formação de um eflúvio luminoso (figura 2.11), acompanhado de um ruído
sibilante e de desprendimento de ozônio.
32

Figura 2.1
2.11 – Ef
Efeito
eito corona.
corona. Fonte: Brasitest.

Se as vibrações emitidas forem da ordem de kHz, produzirão áudio-ruí


áudio ruído;
do; se
forem da ordem de MHz produzir
produzirão
ão rá
rádio
dio ruído;
dio-ru do; e,, se forem da ordem de centenas
de MHz produzirão o chamado tele
tele--ruído
ruído [6].
[6]. A medida dessas interferên
interferências
cias
denomina se Rádio IInterferência
denomina-se nterferência (RI). Para projetos de barramento rígido de ate 115
kV o efeito corona não é considerado. No entanto, é necessário que o engenheiro
respons
responsável
ável pelo projeto saiba que a rá
rádio
dio interferência existe em qualquer nível de
te
tensão.
nsão.
O problema de projeto encontrado é o de selecionar um condutor que não
apresente efeito corona durante tempo bom em tensão, altitude e temperatura de
operação mas
operação, mas possa ocorrer,
ocorrer, de forma minimizada, em tempo úmido, chuvoso ou
em condições de contaminação [5].
[5]
Para uma operação sem corona, o gradiente máximo de tensão d
da superfície
do condutor d
doo barramento (Em) deve ser menor que o admissível (Eo). Podemos
determinar o gradiente máximo de tensão d
daa superfície do condutor (Em) por quatro
fatore
fatoress básicos:

• Diâmetro do condutor ou forma;


• Distância para a terra;
• Distâ
Distância
ncia entre fase;
• Voltagem aplicada.

Tubo com seção circular geralmente apresenta melhor desempenho,


desempenho, pois sua
forma arredondada
arredondada, isenta de pontos aguçados e protusões
protusões,, reduz o gradie
gradiente
nte de
superfície (kV/cm) [7].
[7]. Uma superfície lisa é importante se operar próximo do
gradiente de tensão admissível de
d superfície,
superfície, já que a ausência de rugosidade
também reduz o gradiente de superfície
superfície.
33

2.3.4 Ressonância mecânica

Ressonância mecânica ou simplesmente ressonância é o fenômeno físico em


que se registra a transferência de energia de um sistema oscilante para outro,
quando a frequência do primeiro coincide com a frequência natural do segundo. No
projeto devem ser considerados dois agentes que podem causar vibrações: a
corrente alternada passando pelo tubo e o vento (figura 2.12). Para o barramento
esta vibração não é desejável, pois pode causar estresse dinâmico e tensões na
estrutura que podem vir a ocasionar fadiga no material e sua destruição.

Figura 2.12 – Fluxo laminar do vento passando por um tubo.

Segundo [8], para reduzir essas vibrações na estrutura do barramento,


devemos diminuir as respostas à excitação aplicada ao barramento através do
aumento de sua massa, de sua rigidez, ou de seu amortecimento. No
dimensionamento adotamos o amortecimento como a opção mais viável. Existem
duas formas para amortecer o tubo, a primeira é através do uso de conectores
amortecedores (aumento dos suportes, que implica na redução do vão) e a segunda
através de um cabo condutor. Recomenda-se o uso do mesmo material do condutor
para evitar corrosão, no caso um cabo de Alumínio com Alma de Aço (CAA).
Normalmente, utiliza-se apenas um cabo por tubo (figura 2.13) em tubos com
diâmetro externo entre 80mm e 120mm. Para diâmetro maior que 120mm
recomenda-se o uso de um cabo em cada extremidade do condutor (figura 2.14),
com o comprimento de 2/3 do tubo [9]. O guia do Instituto de Engenheiros
Eletricistas e Eletrônicos (IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineer) [5]
recomenda que o cabo tenha de 10% a 33% do peso do tubo.
34

ℓ - 100 mm

Figura 2.13 – Amortecimento do condutor rígido com um cabo. Fonte [9]


2c
3 ℓ

2c
3 ℓ

Figura 2.14 – Amortecimento do condutor rígido com dois cabos. Fonte: [9]

A tabela 2.1 apresenta alguns valores para o cabo de amortecimento,


relacionando o diâmetro do tubo e o vão máximo.

Tabela 2.1 – Cabos amortecedores recomendados.


Diâmetro do tubo (mm) Vão máximo sem amortecimento (m) Cabo de alumínio (mm2)
100 4,5 240
120 5,5 300
160 7,5 500
200 9,5 625
250 12,0 625

Fonte: [10]

A figura 2.15 apresenta um tipo de conector (tampão) usado na extremidade


do tubo para fixar o cabo. Seu formato ajuda a redução do efeito corona.

Figura 2.15 – Conector para fixação do cabo dentro do condutor rígido. Fonte: catálogo Yonggu.
35

2.4 ISOLADORES, ESTRUTURAS DE SUPORTE E FERRAGENS.

Na construção do barramento é necessário o uso de componentes que


permitam a isolação do condutor a terra e que suportem os esforços mecânicos
impostos devido às correntes de curto circuito, ventos e intempéries. Tais
componentes são denominados isoladores, que junto às estruturas de suporte
sustentam os condutores do barramento. Estas estruturas podem ser construídas
em concreto ou metal (aço galvanizado) e são utilizadas para dar altura aos
condutores, aumentando a separação entre a fase e a terra. Por fim, os acessórios e
as ferragens compõem um conjunto de dispositivos metálicos utilizados para a
fixação dos condutores aos suportes.
A escolha do sistema de suporte que será utilizado tem um grande impacto na
seleção do próprio condutor, na escolha do tipo de amortecimento e na força que
será imposta sobre os isoladores de pedestal. As três principais condições utilizadas
(modelos fundamentais) serão definidas a seguir.

2.4.1 Condutor com as extremidades apoiadas.

O sistema de suporte ilustrado na figura 2.16 é usado na maioria dos casos


onde os extremos são livremente suportados. Esta condição permite movimentos
laterais nas pontas do tubo que, caso contrário, resultaria em um torque sobre o topo
dos isoladores de pedestal se eles estivessem fixados. Os conectores são
normalmente projetados de forma que permitam o movimento vertical, usualmente
na região de ±5°, para acompanhar os pequenos desvi os nos níveis da fundação e
pesos das estruturas de suporte.

Figura 2.16 – Condutor com as extremidades livremente apoiadas. Fonte: [9]


36

2.4.2 Condutor com uma extremidade apoiada e a outra fixa

O sistema de suporte ilustrado na figura 2.17 só deve ser usado nos casos
em que o comprimento do vão (ℓ), distância de um suporte a outro, é tão curta que o
valor do torque e da força resultante por unidade de comprimento não excedam os
valores nominais do isolador. Neste sistema um lado do tubo é fixo (engastado)
enquanto o outro está livre para mover-se permitindo a expansão linear. Os
conectores de fixação não permitem o movimento vertical.

ℓ ℓ

OU

F S
Figura 2.17 – Condutor com uma extremidade apoiada e a outra fixa. Fonte: [9]

2.4.3 Condutor com as extremidades fixas (biengastada).

O apoio apresentado na figura 2.18 também só deve ser usado quando o vão
(ℓ) for de tamanho reduzido. Esta configuração geralmente não deve ser aplicada em
subestações de AT e EAT, onde longos tubos são normalmente utilizados devido às
distâncias de projeto. No entanto, devem existir algumas aplicações nas quais
pequenos tubos são necessários para fazer interconexões, e as forças impostas ao
isolador de pedestal, como resultado da expansão linear, é pequena.

ℓ ℓ

OU

F F

Figura 2.18 – Condutor com as extremidades fixas. Fonte: [9]


37

2.4.4 Barramento com condutor contínuo.

Na prática, o barramento das subestações não é formado por um único vão,


mas sim por uma série deles, lado a lado. Este barramento pode conter seções
formadas por vários tubos de tamanho (ℓ) unidos por um conector de expansão, ou
por um condutor contínuo suportado ou fixado no isolador de pedestal.
A figura 2.19 apresenta um condutor tubular contínuo com a extensão de dois
vãos, simplesmente suportado nas extremidades e fixo no centro. Este arranjo é
bastante aceitável, pois a força de torção no ponto fixo F se cancela. Qualquer
expansão linear é permitida pelas extremidades apoiada em S.

ℓ ℓ

S F S

Figura 2.19 – Dois vãos (apoiado – fixo – apoiado). Fonte: [9]

A figura 2.20 mostra um condutor contínuo com a extensão de três ou mais


vãos. Este arranjo deve ser empregado apenas em casos onde os dois suportes
fixos (F) são próximos o suficiente para que as forças no tubo contínuo impostas aos
suportes, como resultado da expansão linear, sejam baixas.

ℓ ℓ ℓ

S F F S

Figura 2.20 – Três ou mais vãos (apoiado – fixo – fixo – apoiado). Fonte: [9]

O arranjo apresentado na figura 2.21 é provavelmente o mais seguro dos três


arranjos ilustrados nesta seção. Não há restrições, desde que à expansão linear e a
força de torção estejam envolvidas.
38

ℓ ℓ ℓ

S S S S
Figura 2.21 – Dois ou mais vãos com suporte simples. Fonte: [9]

2.4.5 Juntas soldadas e acabamento

Os maiores tubos de alumínio disponíveis no mercado, às vezes, não são


suficientes para atender a determinado vão do barramento. Neste caso, é aceitável a
união de dois ou mais condutores rígidos através de soldas, para que cheguem ao
tamanho desejado. A solda do alumínio é muito usada no caso de barramentos
tubulares. O alumínio é cortado de modo a produzir um chanfro com ângulo de 45° e
as duas peças são limpas para remover óxido de alumínio e resíduos de óleo. A
remoção do óxido de alumínio se faz necessária, pois o alumínio funde a uma
temperatura mais baixa do que o óxido de alumínio, e assim, qualquer resíduo de
óxido impedirá a penetração adequada do material fundido no processo de solda.
Depois da limpeza, a região de solda é protegida com um jato de gás argônio e a
solda elétrica é feita usando-se fios de liga de alumínio especiais, oferecendo um
conjunto que é mecânica e eletricamente aceitável [11]. É muito importante, seguir
as recomendações do fabricante do tubo com relação à haste de enchimento e as
etapas meticulosas de soldagem. Um acúmulo do material utilizado na solda da
ordem de 1,0 – 2,0mm melhoram significativamente a força mecânica na junção e
não cria efeito corona, considerando que todas as pontas sejam removidas.

2.5 FORÇAS APLICADAS AO BARRAMENTO

As forças aplicadas ao condutor estão ilustradas na figura 2.22. A força


resultante é composta pelo peso total do tubo (PT), força do vento e a força de curto-
circuito.
39

FV FCC2

PC
Força
PT Resultante (FR)

PA

Figura 2.22 – Forças aplicadas ao condutor. Fonte: [9]

2.5.1 Peso total do condutor

A força gravitacional imposta ao condutor é responsável por sua deflexão


vertical. Esta força consiste no peso do condutor (PC) e no peso do cabo (PA)
utilizado para amortecer o tubo.

2.5.2 Ação do vento

Com o aumento da velocidade do vento, a força imposta ao condutor torna-se


um componente importante para o cálculo da força resultante, pois as estruturas de
suporte do barramento devem ser capazes de resistir a essa força. Esta velocidade
aumenta de forma logarítmica com a altura e, para o dimensionamento correto,
devemos calculá-la apropriadamente. Para isso algumas considerações devem ser
feitas [9]:

• A velocidade do vento utilizada é a básica (Vo) para uma dada altura (z) sobre o
solo.
• Esta velocidade deve ser obtida através da isopletas dos ventos da região ou país
onde, será realizado o projeto (figura 2.23). Este valor (Vo) deve ser ajustado para:
40

V0 = em m/s
V0 = máxima velocidade média medida
sobre 3 s, que pode ser excedida em
média uma vez em 50 anos, a 10 m
sobre o nível do terreno em lugar aberto
e plano.

Figura 2.23 – Isopletas dos ventos. Fonte: [12]

− Um tempo médio de ocorrência de 50 ou 100 anos;


− A rugosidade do terreno, que define as características das irregularidades de
superfície de uma determinada área, que surge a partir de elementos
naturais ou construídos, é criada na superfície afetando o grau de
turbulência e a variação da velocidade com a altura do vento que passa
sobre a área. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) [12]
apresenta a seguinte definição para as categorias de terreno:
Categoria I: Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de
extensão, medida na direção e sentido do vento incidente. Exemplos: mar
calmo (3); lagos e rios; pântanos sem vegetação.
Categoria II: Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com
poucos obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas.
Exemplos: zonas costeiras planas; pântanos com vegetação rala; campos de
41

aviação; pradarias e charnecas; fazendas sem sebes ou muros. A cota


média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 1,0 m.
Categoria III: Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como
sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores, edificações baixas e
esparsas. Exemplos: granjas e casas de campo, com exceção das partes
com matos; fazendas com sebes e/ou muros; subúrbios a considerável
distância do centro, com casas baixas e esparsas. A cota média do topo dos
obstáculos é considerada igual a 3,0 m.
Categoria IV: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco
espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizados. Exemplos: zonas de
parques e bosques com muitas árvores; cidades pequenas e seus arredores;
subúrbios densamente construídos de grandes cidades; áreas industriais
plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos obstáculos é
considerada igual a 10 m. Esta categoria também inclui zonas com
obstáculos maiores e que ainda não possam ser consideradas na categoria
V.
Categoria V: Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados. Exemplos: florestas com árvores altas, de copas isoladas;
centros de grandes cidades; complexos industriais bem desenvolvidos. A
cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou superior a 25 m.
− Os efeitos locais sobre a velocidade do vento. Um número de aspectos
geográficos (fator S1=1,00) deve ser considerado nas imediações em que a
subestação será construída.
− A altura sobre o solo (z)
− A classe da estrutura ou componente [12]:
Classe A: Todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e
peças individuais de estruturas sem vedação. Toda edificação na qual a
maior dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m.
Classe B: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 m e 50
m.
Classe C: Toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior
dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 50 m.
42

Depois realizadas as considerações, devemos calcular a força que o vento


aplica sobre o barramento. O fator  (tabela 2.2) considera o efeito combinado da
rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do
terreno e das dimensões da edificação ou parte da edificação em consideração [12].

Tabela 2.2 – Valores de : .


Categoria
Z I II III IV V
(m) Classe Classe Classe Classe Classe
A B C A B C A B C A B C A B C
≤5 1,06 1,04 1,01 0,94 0,92 0,89 0,88 0,86 0,82 0,79 0,76 0,73 0,74 0,72 0,67
10 1,10 1,09 1,06 1,00 0,98 0,95 0,94 0,92 0,88 0,86 0,83 0,80 0,74 0,72 0,67
15 1,13 1,12 1,09 1,04 1,02 0,99 0,98 0,96 0,93 0,90 0,88 0,84 0,79 0,76 0,72
20 1,15 1,14 1,12 1,06 1,04 1,02 1,01 0,99 0,96 0,93 0,91 0,88 0,82 0,80 0,76
30 1,17 1,17 1,15 1,10 1,08 1,06 1,05 1,03 1,00 0,98 0,96 0,93 0,87 0,85 0,82
40 1,20 1,19 1,17 1,13 1,11 1,09 1,08 1,06 1,04 1,01 0,99 0,96 0,91 0,89 0,86
50 1,21 1,21 1,19 1,15 1,13 1,12 1,10 1,09 1,06 1,04 1,02 0,99 0,94 0,93 0,89
60 1,22 1,22 1,21 1,16 1,15 1,14 1,12 1,11 1,09 1,07 1,04 1,02 0,97 0,95 0,92
80 1,25 1,24 1,23 1,19 1,18 1,17 1,16 1,14 1,12 1,10 1,08 1,06 1,01 1,00 0,97
100 1,26 1,26 1,25 1,22 1,21 1,20 1,18 1,17 1,15 1,13 1,11 1,09 1,05 1,03 1,01
120 1,28 1,28 1,27 1,24 1,23 1,22 1,20 1,20 1,18 1,16 1,14 1,12 1,07 1,06 1,04
140 1,29 1,29 1,28 1,25 1,24 1,24 1,22 1,22 1,20 1,18 1,16 1,14 1,10 1,09 1,07
160 1,30 1,30 1,29 1,27 1,26 1,25 1,24 1,23 1,22 1,20 1,18 1,16 1,12 1,11 1,10
180 1,31 1,31 1,31 1,28 1,27 1,27 1,26 1,25 1,23 1,22 1,20 1,18 1,14 1,14 1,12
200 1,32 1,32 1,32 1,29 1,28 1,28 1,27 1,26 1,25 1,23 1,21 1,20 1,16 1,16 1,14
250 1,34 1,34 1,33 1,31 1,31 1,31 1,30 1,29 1,28 1,27 1,25 1,23 1,20 1,20 1,18
300 - - - 1,34 1,33 1,33 1,32 1,32 1,31 1,29 1,27 1,26 1,23 1,23 1,22
350 - - - - - - 1,34 1,34 1,33 1,32 1,30 1,29 1,26 1,26 1,26
400 - - - - - - - - - 1,34 1,32 1,32 1,29 1,29 1,29
420 - - - - - - - - - 1,35 1,35 1,33 1,30 1,30 1,30
450 - - - - - - - - - - - - 1,32 1,32 1,32
500 - - - - - - - - - - - - 1,34 1,34 1,34
Fonte: [12]

No capítulo 3, seção 3.4.2, será apresentada as equações e demais


considerações para o cálculo da força aplicada ao barramento devida á ação do
vento.

2.5.3 Curto-circuito

O curto-circuito é um caminho de baixa impedância entre dois pontos com


níveis de tensões diferentes. As correntes geradas são de elevada intensidade, em
geral 10 vezes superior à corrente nominal do circuito, que surgem devido a um
contato ou arco entre duas partes condutoras. Este contato pode ser direto (metálico
43

ou franco) ou indireto (através de um arco voltaico). Devido às elevadas correntes,


surgem esforços mecânicos (efeitos dinâmico) entre os condutores e o seu
aquecimento (efeitos térmicos).
Estes esforços mecânicos devem ser suportados pelos condutores e seus
suportes, enquanto os efeitos térmicos devem ser evitados com a atuação da
proteção. Mesmo com a atuação da proteção, os condutores devem ser capazes de
resistir aos efeitos térmicos por um curto intervalo de tempo (tempo de atuação da
proteção e do disjuntor). Por isso, o dimensionamento do barramento precisa
considerar os maiores valores das correntes de curto-circuito em seu cálculo.

2.5.3.1 Efeito mecânico

Condutores elétricos conduzindo corrente exercem uma força de atração ou


repulsão entre si. Com o aumento repentino desta corrente (curto-circuito), estas
forças se intensificam e caso os condutores não sejam adequadamente suportados,
podem sofrer deformações e tocarem-se ou até mesmo romper-se. Para evitar isso
os barramentos devem ser dimensionados para suportar os esforços produzidos
pela corrente de curto-circuito [13] e [14]
O catálogo de um fabricante de equipamentos elétricos [14] apresenta os dois
princípios que regem os efeitos mecânicos de interesse ao dimensionamento de
barramentos, são eles:

• Condutores paralelos imersos em campo magnético e percorridos por correntes


ficam submetidos a forças diretamente proporcionais ao produto das correntes e
inversamente proporcionais à distância entre eles. A figura 2.24 mostra a
distribuição da força.

Figura 2.24 –: Forças impostas aos condutores pela passagem da corrente elétrica. Fonte: [13].
44

• No ponto de contato entre dois condutores em que haja mudança na direção do


percurso da corrente, surge uma força de repulsão que tende a afastar as duas
peças e que é proporcional à intensidade da corrente e inversamente proporcional
à distância entre eles.

Depois de realizado o cálculo destas forças, podemos dimensionar a seção


do condutor através de dois critérios. No primeiro caso, o material deverá trabalhar
no regime elástico, em que não há deformação permanente. No segundo, o material
poderá trabalhar no regime plástico, permitindo-se uma pequena deformação
permanente que, por razões estéticas, não deve ser perceptível a olho nu – essa
deformação deverá ser de, no máximo, 0,2% (figura 2.25). Esta possibilidade de não
restringir o tipo de estresse imposto ao material possibilita uma melhor utilização e
projetos mais econômicos. A figura 2.26 ilustra estes tipos de deformação no
material.

Figura 2.25 – Comportamento de uma peça metálica. Fonte: [11]

Figura 2.26 – Deformação elástica e plástica de um material. Fonte: [14]


45

2.5.3.2 Efeito térmico

Com a passagem das elevadas correntes de curto-circuito o condutor aquece


e acaba sofrendo uma expansão longitudinal. Esta dilatação provoca o surgimento
de esforços nos isoladores e pode provocar a deformação do condutor, a
deformação do isolador ou até mesmo a ruptura. O esforço que surge devido à
dilatação pode ser calculado igualando-se o aumento de comprimento do condutor
devido à elevação de temperatura com o alongamento que é sofrido por um corpo
metálico sob a ação de força de tração. Os esforços no barramento aparecem no
isolador e, dependendo do comprimento do mesmo, o momento na base pode ser
bastante elevado. Para evitar esforços exagerados pode-se usar um suporte
deslizante no barramento, assim um lado está fixo e o outro desliza sobre o isolador.
A continuidade do isolamento é garantida através de elementos flexíveis, tais como
cordoalhas ou conectores de expansão. As figuras 2.27 e 2.28 mostram alguns tipos
de conectores usados nos barramentos.

Figura 2.27 – Conector de expansão. Fonte: catálogo da Mcwade

Figura 2.28 – Conector de sustentação/apoio. Fonte: catálogo da Mcwade.


46

2.5.3.3 Considerações para o cálculo da força durante falta

Os projetos de novas subestações, hoje, exigem uma maior compactação


(menor separação entre fases) combinada com o aumento dos níveis de curto-
circuito, que demandam um uma maior integridade dos componentes das
subestações. Quando se dimensiona um componente, as seguintes medidas
mecânicas são imperativas para o bom funcionamento durante curto-circuito:

• Deflexão máxima do tubo condutor que pode resultar em uma deformação


permanente.
• Forças transferidas aos conectores e acessórios.
• Carregamento dinâmico que resulta em momento fletor máximo na base dos
isoladores de suporte e na estrutura de sustentação.
• Efeitos de torque que pode resultar em falha, normalmente no topo dos isoladores
de porcelana.

Para condutores rígidos tubulares o método e as equações, para o cálculo


dos estresses são lineares e baseiam-se nas seguintes hipóteses:

• A distância entre os centros dos condutores deve ser muito menor que seu
comprimento, para que possa ser considerado com o comprimento infinito.
• O diâmetro do condutor e a deflexão durante oscilações são muito menores que a
distância entre os centros dos condutores, logo eles podem ser considerados
linhas paralelas.
• O curto-circuito ocorre longe dos geradores.
• O curto-circuito ocorre simultaneamente para todas as fases.
• A estrutura de suporte do condutor é rígida, implicando em deflexão zero sobre
qualquer força aplicada.
47

CAPÍTULO 3 - DIMENSIONAMENTO DO BARRAMENTO

Neste capítulo serão apresentadas as etapas para o dimensionamento do


barramento com condutor rígido, a teoria abordada no capítulo anterior será agora
discutida matematicamente. Este roteiro é aplicado à subestações abrigadas ou ao
tempo, com isolamento a ar (AIS) e corrente alternada. O problema do projeto
considerado neste trabalho é a seleção dos componentes estruturais e sua
aplicação. Visando a segurança, confiabilidade, e economia no projeto, os
componentes e suas aplicações devem ser otimizados para satisfazer estas
condições.
A figura 3.1 [5] mostra um diagrama com uma seqüência de etapas que
devem ser seguidas para o dimensionamento. Este processo é iterativo, devido aos
vários componentes disponíveis na estrutura do barramento e às possibilidades de
combinação. A iteração é relacionada à ampacidade do condutor, à limitação da
radio interferência, eliminação das vibrações no condutor e à integridade estrutural.
Neste esquema é preciso considerar diversos parâmetros que serão listados a
seguir:

• Capacidade de condução de corrente - ampacidade;


• Corrente de curto circuito máxima esperada;
• Tensão máxima de operação;
• Velocidade máxima do vento esperada;
• Altitude do pátio da subestação; e
• Arranjos básicos da subestação.

Neste trabalho, as considerações sísmicas não serão abordadas devido a sua


complexidade. Caso haja a necessidade, o guia do IEEE [5] sugere a norma IEEE
Std 693-1997, onde é possível obter informações sobre o assunto. O mesmo guia
também oferece informações a respeito da força aplicada ao tubo devido ao
aumento de sua massa com o acumulo de gelo (baixas temperaturas). Esta situação
também não será abordada neste trabalho, já que, em quase todo o país, não se
aplica.
48

Estabelecer as condições de
projeto e arranjo do
barramento.

Selecionar a forma do
condutor do barramento e
seu material.

Estabelecer a menor
dimensão do condutor por
ampacidade e efeito corona.

Selecionar a dimensão do
condutor para teste.

Estabelecer necessidade para


amortecimento e selecionar o
tipo e a dimensão do cabo.

Calcular a força da corrente


Calcular a força da gravidade Calcular a força do vento no
de curto circuito no condutor
no condutor (P). condutor (FV).
(FCC2).

Calcular a força vetorial total


sobre o condutor (FR).

Calcular o comprimento Calcular o comprimento


máximo do condutor baseado máximo do condutor baseado
na deflexão (ℓD). no estresse do material (ℓS).

Comprimento máximo
permitido ℓA=ℓD ou ℓS, o que
for menor.

O comprimento de todos os SIM


vãos no arranjo é menor que
ℓA?

NÃO
ou Calcular a carga máxima no
topo de cada isolador de
pedestal (# ()$ )

Selecione um condutor com Determinar o momento fletor


Reduzir o comprimento do Aumentar o comprimento do
suporta o isolador (*! )
dimensões maiores ou/e na base da estrutura que
nova forma ou/e material. vão condutor

Determinar o local para os


conectores de expansão

Projeto satisfatório.

Figura 3.1 – Etapas para o projeto de barramento rígido horizontal. Fonte: [5]
49

A primeira etapa do projeto é definir todos os parâmetros necessários ao


dimensionamento, é necessário saber a corrente nominal, de curto-circuito, a
localização da subestação e as condições meteorológicas da região. Estas são
algumas das informações que precisamos ter para o início do projeto. É preciso
definir, também, o arranjo do barramento, pois é necessário saber qual o sistema de
suporte utilizado. O material proposto neste trabalho, para o dimensionamento, é o
alumínio, pelos motivos apresentados no capítulo 2.

3.1 CAPACIDADE DE CONDUÇÃO DE CORRENTE (AMPACIDADE) – TABELAS

Como foi explicado no capítulo 2, seção 2.3.1, o condutor utilizado é de


alumínio e tem seção transversal circular. Estes condutores tubulares são
fabricados seguindo normas, dentre as quais podemos citar: a ABNT, a NEMA
(National Electrical Manufacturers Association), Instituto Nacional Americano de
Padronização (ANSI - American National Standards Institute), Instituto de
Padronização Britânico (BSI - British Standards Institution) e Instituto Alemão para
Normatização (DIN - Deutsches Institut für Normung).
A tabela 3.1 foi baseado na norma DIN e apresenta algumas informações a
respeito do condutor. Nesta tabela o item mais importante é a capacidade de
condução de corrente para uma determinada dimensão de tubo. Para a primeira
tentativa em selecionar o tubo correto, devemos escolher aquele que apresenta o
valor da ampacidade esperada.
Além da capacidade de condução de corrente serão utilizados nos cálculos os
valores de diâmetro (dbo) e espessura (tw) do tubo. Os valores da espessura da
parede do tubo em negrito são os preferidos pela IEC. A tabela 3.2 expõe
informações a respeito das propriedades elétricas e mecânicas de algumas ligas de
alumínio disponíveis para utilizarmos no barramento.
50

Tabela 3.1 – Características dos condutores tubulares de alumínio baseado na norma DIN.
Diâmetro Espessura Área da Massa Intensidade de Intensidade de
externo da parede Seção por corrente para corrente para
(dbo) (tw) circular metro E-AIMgSiO,5F22 E-AIMgSiO,5F25
2
(mm) (mm) (mm ) (Kg) 65° (A) 85° (A) 65° (A) 85° (A)
63 4 741 2,00 1150 1530 1110 1480
5 911 2,46 1280 1700 1240 1640
6 1074 2,90 1380 1830 1330 1770
8 1382 3,73 1560 2070 1510 2000
80 4 955 2,58 1400 1860 1350 1800
5 1178 3,18 1560 2070 1510 2000
6 1395 3,77 1690 2240 1630 2160
8 1810 4,89 1920 2550 1850 2460
10 2199 5,94 2110 2790 2040 2690
100 4 1206 3,26 1690 2240 1630 2160
5 1492 4,03 1880 2490 1820 2400
6 1772 4,78 2040 2710 1970 2620
8 2312 6,24 2320 3070 2240 2960
10 2827 7,63 2540 3360 2450 3240
120 4 1458 3,94 1950 2580 1880 2490
5 1806 4,88 2170 2880 2090 2780
6 2149 5,80 2370 3140 2290 3030
8 2815 7,60 2700 3580 2610 3460
10 3456 9,33 2960 3920 2860 3790
12 4072 10,99 3130 4150 3020 4010
160 4 1960 5,29 2520 3330 2430 3220
5 2435 6,57 2790 3700 2690 3570
6 2903 7,84 3060 4050 2950 3910
7 3365 9,08 3270 4330 3160 4180
8 3820 10,31 3490 4630 3370 4470
10 4712 12,72 3830 5070 3700 4900
12 5579 15,06 4060 5380 3920 5200
200 4 2463 6,65 3030 4010 2930 3870
5 3063 8,27 3410 4520 3290 4360
6 3657 9,87 3720 4920 3590 4750
8 4825 13,0 4270 5660 4120 5470
10 5969 16,1 4680 6200 4520 5990
12 7087 19,1 4990 6610 4820 6390
250 5 3848 10,4 4140 5490 390 5300
6 4599 12,4 4520 5990 4370 5780
8 6082 16,4 5190 6870 5010 6640
10 7540 20,4 5700 7560 5500 7300
12 8972 24,2 610 0 8080 5890 7800
14 10380 28,0 6420 850 6200 8210
16 11762 31,8 6640 8800 6410 8500
300 7 6443 17,4 5810 7700 5610 7440
8 7339 19,8 6140 8130 593 7850
10 9111 24,6 6720 8900 6490 8600
12 10857 29,3 7180 9510 6930 9190
14 12579 34,0 7490 9930 7230 9590
16 14275 38,5 7770 10300 7500 9950
18 15947 43,0 7920 10500 7650 10140
315 8 7716 20,8 6420 8510 6200 8220
10 9582 25,9 7060 9360 6820 9040
12 11423 30,8 7540 9990 7280 9650
14 13239 35,7 7850 10400 7580 10050
16 15030 40,6 8150 10800 7870 10430
51

Diâmetro Espessura Área da Massa Intensidade de Intensidade de


externo da parede Seção por corrente para corrente para
(dbo) (tw) circular metro E-AIMgSiO,5F22 E-AIMgSiO,5F25
2
(mm) (mm) (mm ) (Kg) 65° (A) 85° (A) 65° (A) 85° (A)
18 16795 45,3 8380 11100 8090 10720
330 8 8595 23,2 7060 9350 6820 9030
10 10681 28,8 7770 10300 7506 9950
12 12742 34,4 8230 10900 7950 10530
14 14778 39,9 8600 11400 8310 11010
16 16789 45,3 8910 11800 8610 11400
18 18774 50,7 9130 12100 8820 11670
400 10 12252 33,1 8750 11600 8450 11200
12 14627 39,5 9360 12400 9040 11980
14 16977 45,8 9810 13000 9480 12560
16 19302 52,1 10100 13400 9760 12940
18 21602 58,3 10300 13700 9950 13230
Fonte:[9]

Tabela 3.2 – Propriedades mecânica e elétrica de várias ligas de alumino.


HULETT`S S.A. NORMA ASA NORMA DIN
Tipos de ligas AlMgSi,5 AlMgSi,5
D50STF D65STF 6063T6 6061T6
F22 F25
Resistividade elétrica a
2 0,03133 0,037 0,0325 0,0431 0,03333 0,03571
20 °C (max.) em Ω mm / m
Massa específica (ρd )
3 2703 2703 2703 2703 2703 2703
Kg / m
Modulo da elasticidade (E)
9 9 9 9 9 9
em 65,66*10 69,12*10 69*10 70*10 70*10 70*10
2
N/m
Coeficiente térmico de -6 -6 -6 -6 -6 -6
23*10 23*10 23*10 23*10 23*10 23*10
expansão por °C

Limite de escoamento
0,2% em Mpa 170 240 214 276 160 195
Rp 0,2

Fonte: [9]

3.2 EFEITO CORONA – CÁLCULO DO GRADIENTE DE TENSÃO

Para a determinação das dimensões do tubo por efeito corona é necessário


calcular os gradientes de superfície e verificar se ocorre ou não este efeito. O
gradiente admissível de tensão de superfície (Eo) para condutores lisos e circulares
é uma função do diâmetro do condutor (dbo), pressão atmosférica (p), e temperatura
de operação [5].
52

 = f × h (3.1)

Onde:
h = Gradiente admissível de tensão de superfície sob condições
padronizadas para mesma RI e para condutores circulares, kV RMS/cm. (figura 3.2)
 = Gradiente admissível de tensão de superfície, kV/cm [kV/in].

7,05×p
δ=
459+T
(3.2)

Onde:
δ = Fator de densidade do ar.
p = Pressão atmosférica, em cm de Hg.
T = Temperatura, °F
Gradiente Admissível de tensão de superfície h (kV RMS/cm)

Diâmetro do condutor (in)

Figura 3.2 – Gradiente admissível de tensão de superfície sob condições padronizadas para mesma
RI versus o diâmetro do condutor. Fonte: [5]
53

A temperatura que deve ser usada na equação (3.2) é a temperatura de


operação do condutor. A tabela 3.3 apresenta valores da pressão atmosférica para
várias altitudes.

Tabela 3.3 – Pressões atmosfericas padronizadas.


Altitude (ft) Altitude (m) Pressão (cm de Hg)
-1000 -300 79,79
-500 -150 77,39
0 0 76,00
1.000 300 73,30
2.000 600 70,66
3.000 900 68,10
4.000 1.201 65,63
5.000 1.501 63,22
6.000 1.801 60,91
8.000 2.402 56,44
10.000 3.003 52,27
15.000 4.504 42,88
0.000 6.006 34,93
Fonte:[5]

Os gradientes médios e máximos de tensão de superfície podem ser


calculados através das equações retiradas da NEMA CC 1-1993. A figura 3.3 ilustra
duas situações, um sistema monofásico e um sistema trifásico.

<9
<9

ℎ ℎ
 

Figura 3.3 – Distâncias em um sistema monofásico e um sistema trifásico. Fonte: [5]

Para o sistema monofásico:

8
 =
<9 4ℎ
o p q
2 <9
(3.3)


 = × 
<
ℎ − 9
2
(3.4)
54

Para o sistema trifásico:

10 × 8
 =
<9 4ℎ
o
2  p <9 q
(3.5)


 = × 
<9
ℎ −
2
(3.6)

ℎ
ℎ =
s4ℎ +  
(3.7)

Onde:
ℎ = Distância do centro do condutor ao solo, cm
ℎ = Distância equivalente do centro do condutor ao solo para sistema
trifásico, cm.
<9 = Diâmetro externo do condutor, cm.
 = Distância entre fases (medida entre o centro dos condutores), cm.
8 = Tensão de teste entre fase e terra, kV.
 = Gradiente médio de tensão de superfície, kV/cm
 = Gradiente máximo de tensão de superfície, kV/cm

Para uma operação satisfatória,  deve ser menor que  . Para o cálculo do
gradiente de tensão em circuitos com mais de um condutor por fase, deve-se
consultar a norma NEMA CC 1-1993.

3.3 VERIFICANDO A NECESSIDADE DE AMORTECIMENTO

Com o tubo definido pelos critérios de ampacidade e efeito corona, o próximo


passo é a verificação da necessidade de amortecimento. Para isso, é preciso
calcular a freqüência mecânica fundamental do condutor. Esta freqüência é obtida
por [14]:

γ E×J
fW = v
ℓ mW
(3.8)
55

Onde:
 = Freqüência natural do tubo, Hz
ℓ = Comprimento do vão, m
 = Módulo de elasticidade, N/m2
( = Momento de inércia da área de seção transversal, m4
A = Massa do condutor por unidade de comprimento, Kg/m
γ= Fator da frequência fundamental (natural) baseado nos tipos de suportes
para o barramento (tabela 3.4)

π
(= × |(<9
} )
− (<9 − 2G~ )} 
64
(3.9)

Onde:
G~ = Espessura da parede do tubo, mm
<9 = Diâmetro externo do condutor, mm.

Tabela 3.4 – Fatores da freqüência fundamental para várias condições de suporte do condutoro.
Tipos de tubos e suportes Fator € Fator  Fator ‚

AeB A: 0,5
1,0 1,57
Apoiados B: 0,5

Condutor com A fixo


A: 0,625
comprimento e 0,73 2,45
B: 0,375
simples B apoiado

AeB A: 0,5
0,5 3,56
fixos B: 0,5

Dois vãos
A: 0,375
A apoiado e 0,73 2,45
B: 1,250
B fixo

Condutor Três ou
contínuo com mais vãos A: 0,4
0,73 3,56
suportes A apoiado e B: 1,1
eqüidistantes B fixo

Dois ou
mais vãos A: 0,5
0,73 1,57
A e B B: 1,0
apoiados

Fonte: [9] e [15]


56

Caso a frequência natural do tubo seja superior a metade da freqüência da


corrente (frequência do sistema), o comprimento do vão deve ser alterado para que
uma nova freqüência natural seja calculada, ou uma análise dinâmica deve ser feita
para determinar os estresses envolvidos. O impacto do vento na vibração é
verificado através da equação (3.10), caso o valor encontrado seja inferior ao dobro
da freqüência natural ( < 2 ), o vão deve ser alterado (aumentando o número de
suportes com conectores para amortecer o tubo) ou o tubo deve ser amortecido (o
cabo deve ter de 10% a 33% do peso do tubo [5]).

51,75 × V„
 =
d†‡
(3.10)

Onde:
 = Máxima frequência natural da força do vento, Hz
8% = Velocidade máxima de fluxo laminar do vento, Km/h
<9 = Diâmetro externo do condutor, mm.

3.4 FORÇAS ESTÁTICAS: PESO DO TUBO E AÇÃO DO VENTO

3.4.1 Peso do condutor

O peso do condutor é calculado por:

ˆ" = ˆ‰ +ˆ = 9,81×(A + A ) (3.11)

Onde:
ˆ" = Peso total do condutor por unidade de comprimento, N/m
ˆ‰ = Peso do cabo de amortecimento por unidade de comprimento, N/m
ˆ = Peso do tubo por unidade de comprimento, N/m
57

3.4.1.1 Massa do condutor

A massa do tubo por unidade de comprimento, caso não seja fornecida, pode
ser calculada usando a relação de densidade:

A
ρUŒ = → A = ρUŒ × V†‡
V†‡
(3.12)

Onde:
A = Massa por unidade de comprimento do tubo, Kg/m
Žd = Densidade (massa específica) do alumínio em Kg/m3
V†‡ = Volume por unidade de comprimento do tubo em m3

Como o volume por unidade de comprimento, geralmente, não é fornecido


nas tabelas dos fabricantes, podemos obter seu valor através de:

89 = 2,5 × 10 × ‘ × ’<9  − (<9 − 2G~ ) “


(3.13)

Depois de verificada a necessidade ou não do uso de um sistema de


amortecimento para o tubo, a massa total do tubo pode ser calculada como sendo:

m” = A + mU (3.14)

Onde:
A = Massa por unidade de comprimento do cabo amortecedor, Kg/m
m” = Massa total do condutor por unidade de comprimento, Kg/m

3.4.2 FORÇA DO VENTO

Na maioria dos casos o vento é perpendicular ao tubo (figura 3.4), mas caso
ele atinja o tubo com uma angulação, sua velocidade será:
58

Força do vento sobre


área projetada do tubo
Velocidade do Vento VV
dbo

Tubo de Alumínio

Figura 3.4 – Ação do vento sobre o tubo do barramento. Fonte: [9]

8 = 8: •– \ (3.15)

Onde:
8 = A componente do vento característico que é perpendicular ao tubo, m/s
8: = Velocidade característica do vento, m/s
\ = Ângulo entre a incidência do vento e o tubo em graus

V— = V‡ × k — (3.16)

Onde:
8 = Velocidade básica do vento, m/s: velocidade de uma rajada de 3 s,
excedida na média uma vez em 50 anos, a 10 m acima do terreno, em campo aberto
e plano.
: = Fator que considera a influência da rugosidade do terreno, das
dimensões da edificação ou parte da edificação em estudo, e de sua altura sobre o
terreno (ver tabela 2.2).

DE =  × ) (3.17)

DE = Pressão sobre a superfície do condutor a uma altura z, N/m2.


 = Constante de pressão para uma superfície.
 = Constante que depende da altitude do terreno (ver tabela 3.5).
59

<™š–›<œ<™ <• œ
 =
2
(3.18)

Tabela 3.5 – Valores de Kp para determinadas alturas


Altitude de terreno acima do nível do mar (m) ž
0 0,60
500 0,56
1000 0,53
1500 0,50
2000 0,47
Fonte: [9]

A força do vento é:

% =  ×  × (8 × : ) ×  ×
=  ×  × (8 × : ) ×  × (<9 )

Como,
 = Coeficiente de arrasto, para tubos circulares = 1,00.
 = Coeficiente de curvatura = 0,6.

% = 0,6 ×  × (8 × : ) × (<9 ) (3.19)

Onde:
% = Força resultante do vento, N/m.

= Área projetada ou efetiva em m2

3.5 FORÇA ELÉTRICA

3.5.1 Corrente de referência de curto circuito

A corrente de referência de curto circuito pode ser calculada, considerando as


hipóteses apresentadas no capítulo 2 seção 2.5.3.3, com a seguinte equação:


P0 Ÿ√2 × & ¡ 4 × 10 × (& )
 = →  =
2‘ ×  
(3.20)
60

Onde:
 = Força devido à corrente de referência de curto-circuito por unidade de
comprimento do condutor, N/m.
& = Corrente simétrica de curto-circuito, A.
 = Distância entre fases (medida entre o centro dos condutores), m.
P0 = Permissividade do vácuo = 4π × 10

A força de curto-circuito é inversamente proporcional a distância entre fases,


logo, quanto maior a distância menor será a força.

3.5.2 Flexibilidade das estruturas de suportes

Vários tipos de matérias são utilizados na fabricação das estruturas de


suporte dos isoladores e estas estruturas podem se apresentar com vários arranjos
(ver figura 3.16). Devido a sua flexibilidade, estas estruturas são capazes de
absorver parte da energia gerada devido ao curto circuito reduzindo sua força sobre
o barramento. Com isso, (3.20) será modificada para:

4 × 10 × (IWW )
FWW = )
D¤¤
(3.21)

Onde:
) = Fator de flexibilidade da estrutura de suporte.

Este fator pode ser obtido através da figura 3.5, que apresenta os valores de
) para diversos tipos de materiais.
61

¨^

Altura do barramento - ©ª (««)

Figura 3.5 – Kf versus a altura do barramento. Fonte: [9].

Os parâmetros para estimar o valor deste fator são:

)‰ = 1,0 → 0 < ℎ9 ≤ 2683 mm


)‰ = 1,0723 − 2,6953 × 10¦ × ℎ9 → 2683 < ℎ9 ≤ 12.192 mm (3.22)
)§ = 1,0 → 0 < ℎ9 ≤ 4213 mm
)§ = 1,1056 − 2,5066 × 10¦ × ℎ9 → 4213 < ℎ9 ≤ 12.192 mm (3.23)

) = 1,0 → 0 < ℎ9 ≤ 4543 mm


) = 1,1467 − 2,3841 × 10¦ × ℎ9 → 6152 < ℎ9 ≤ 12.192 mm (3.24)

) = 1,0 → 0 < ℎ9 ≤ 10.007 mm


) = 1,2519 − 2,5172 × 10¦ × ℎ9 → 10.007 < ℎ9 ≤ 12.192 mm (3.25)

Onde:
ℎ9 = Altura do barramento, mm
A = Treliça e tubo de alumínio
B = Tubos ou perfis de Aço, postes de madeira
C = Treliça em Aço
D = concreto sólido
62

3.5.3 Fator kappa

O fator kappa (κ) é a relação do maior valor assimétrico da corrente de curto-


circuito com o maior valor simétrico, levando em consideração o decaimento da
componente constante desta corrente. O curto-circuito entre fase e terra não é
considerado, pois sua força eletromagnética é pequena. O fator kappa é
determinado pela relação ¬c/ da impedância resultante do sistema (­E = /E + ®¬E )
no local da falta (figura 3.6). A tabela 3.6 apresenta valores de κ para diferentes
sistemas.

Figura 3.6 – Fator Kappa. Fonte: [10]

Tabela 3.6 – Limites de κ para vários sistemas elétricos.


Sistema Limites de κ
Baixa tensão 1,8
Subestações de alta tensão longe dos geradores 2,0
Próximo dos geradores < 100 MVA 1,8
Próximo dos geradores > 100 MVA 1,9
Fonte: [9]

Seu valor pode ser obtido por:


#
¯ = 1,02 + 0,98 × ™ p°±q (3.26)
63

3.5.4 Pico da corrente de curto-circuito

• Cálculo do valor de pico das forças entre condutores durante o curto-circuito


trifásico [16], a figura 3.7 ilustra a distribuição dessas forças:
a b c

Fcc1 Fcc2 Fcc1

Dff Dff
Figura 3.7 – Forças durante um curto-circuito trifásico. Fonte [9].

• Força no condutor central (fase B):

 = 0,866 ×  × ¯  (3.27)

Onde:
 = Força sobre o condutor central durante curto-circuito, N/m

• Força nos condutores externos (fase A e C):

 = 0,808 ×  × ¯  (3.28)

Onde:
 = Força sobre os condutores externos durante curto-circuito, N/m

• Cálculo do valor de pico das forças entre condutores durante um curto-circuito


fase-fase [16], a figura 3.8 ilustra a distribuição dessas forças:
a b c

Ib2 Ic2
Fcc2 Fcc1

Dff Dff

Figura 3.8 – Forças durante um curto-circuito bifásico. Fonte [9].

 = 0,750 ×  × ¯  (3.29)


64

As faltas ocorrem por diversos motivos e é difícil prever a ocorrência de um


tipo em particular de curto. Por isso para o dimensionamento, consideramos o pior
caso, dado por (3.27), sendo assim, as equações (3.28) e (3.29) podem ser
desconsideradas.

3.6 FORÇA RESULTANTE

FV FCC2

PC
ˆ"
Força
Resultante

PA

Figura 3.9 – Representação dos vetores das forças exercida sobre o barramento. Fonte: [9]

O barramento rígido deve ser capaz de suportar a força resultante (figura 3.9)
aplicada sobre ele. Esta força é dada por:

# = ²( + % ) + (ˆ" ) (3.30)

Onde:
F³ = Força resultante por unidade de comprimento, N/m

3.7 MÁXIMO ESTRESSE ESTÁTICO IMPOSTO AO CONDUTOR

O máximo estresse estático imposto ao condutor é dado por:


# × ℓ@ × N
>B =
8×;
(3.31)
65

(
;=
<
p 9 q
2
(3.32)

Onde,
>B = Máximo estresse estático, N/m2
N = Fator de estresse estático (ver tabela 3.4)
; = Momento resistente a deflexão, m3
( = Momento de inércia, m4 (calculado em 3.9)
ℓ@ = Comprimento do vão considerando o estresse mecânico, m

Se o comprimento do vão for conhecido, podemos calcular o esforço


mecânico imposto ao condutor. Mas se não conhecermos o comprimento do vão e
soubermos o máximo esforço que pode ser imposto ao material, podemos calcular a
distância permitida entre os suportes (ℓ@ ) para evitar o estresse mecânico ao
material.

3.8 FATOR DINÂMICO

Os fatores dinâmicos permitem converter condições estáticas em dinâmicas.


Os três fatores dinâmicos são determinados através da relação entre a freqüência
mecânica fundamental e a freqüência nominal do sistema elétrico ( = 60 ´ ).

 A™š• ™Füêš›œ A™⚛œ <• •š<¸G•


=
 ™Füêš›œ š•A›šœ¹ <• –›–G™Aœ
(3.33)

Onde:

≫ 1, o estresse é proporcional a força de excitação


≪ 1, o estresse é menor, exceto para ressonância harmônica especial.

66

Caso o condutor tenha um sistema de amortecimento, o valor de  deve ser


calculado utilizando a massa total(AB = mW + mU ), devemos então substituir mW por
AB em (3.8).

3.8.1 Fatores dinâmicos para o sistema de suportes

• Fator dinâmico para o sistema de suportes

•çœ <›šâA›œ š•– ›–•¹œ<•™– <™ D™<™–Gœ¹


 =
•çœ ™–GáG›• š•– ›–•¹œ<•™– <™ D™<™–Gœ¹
(3.34)

Onde:
 = Relação entre as forças dinâmicas e estáticas sobre os isoladores de
pedestal.

• Fator dinâmico para o sistema de condutor tubular

™–G™––™ <›šâA›• –•¿™ • •š<¸G•


X =
™–G™––™ ™–GáG›• –•¿™ • •š<¸G•
(3.35)

Onde:
X = Relação entre os estresses dinâmicos e estáticos sobre os condutores.


Os valores para  e X podem ser determinados analisando a relação

e

utilizando a figura A.1 do ANEXO A para encontrar estes dois fatores dinâmicos.

• Fator dinâmico para religamento automático sem sucesso sobre o sistema

™–G™––™ <›šâA›• š• •š<¸G• •A ™¹›hœA™šG• œ¸G•AáG›•


 =
™–G™––™ <›šâA›• –™A ™¹›hœA™šG• œ¸G•AáG›•
(3.36)
67

Onde:
 = Relação entre os estresses com e sem religamento automático sem
sucesso.


Os valores para 

podem ser determinados analisando a relação e

utilizando a figura A.2 no ANEXO A para encontrar este fator dinâmico.

3.8.2 A transição do estático para o dinâmico

O estresse dinâmico máximo sem religamento automático que é aplicado ao


condutor pode ser calculado através da relação:

σRST = X × σÀ” (3.37)

Onde:
σRST = Estresse dinâmico máximo sem religamento automático, N/m2

E o estresse dinâmico máximo com religamento automático que é aplicado ao


condutor pode ser calculado através da relação:

σRSTUVW =  × σRST =  × X × σÀ” (3.38)

Onde:
σRSTUVW = Estresse dinâmico máximo com religamento automático, N/m2

A aplicação das equações (3.37) e (3.38) está limitada ao uso do religamento


automático no sistema. Se ele não for solicitado, as forças e estresses nos
componentes são menores, resultando em economia na compra dos equipamentos
[9]. A determinação das forças impostas ao condutor assumindo-se que elas
ocorrem na região elástica leva a um projeto que requer um vão reduzido, uma maior
seção transversal do condutor e/ou um sistema de suporte mais robusto, resultando
em um aumento nos custos. Se, após a ocorrência de um curto-circuito for permitida
68

uma pequena deformação plástica ao condutor, um projeto favorável é conseguido


[16].
Este condutor deve ser capaz de suportar estes estresses com um grau de
segurança. Vários fatores de segurança mínimo (SFAl) foram sugeridos na literatura.
O Tutorial [9] adota um SFAl = 2,65 para o condutor de alumínio e a norma da IEC
[15] um SFAl = 1,3. Os dois fatores de segurança respeitam o limite de escoamento
de 0,2%.

• Para Tutorial Notes SC B3 [9]:

/0, ≥   × 2,65 (3.39)

• Para a Norma IEC 865-1 [15]:

F × /0, ≥   × 1,3 (3.40)

Onde:
/0, = Estresse resultando em alongamento permanente inferior a 0,2%,
N/m2. (A tabela 3.2 apresenta alguns valores de R Ã0, para diferentes ligas de
alumínio).
F = Fator de plasticidade (ver figura 3.10).

1 − (1 − 2 G~ ⁄<9 )°
F = 1,7 ×
1 − (1 − 2 G~ ⁄<9 )}
(3.41)

Figura 3.10 – Fator de plasticidade (q). Fonte: [15]


69

3.9 DIMENSIONANDO O BARRAMENTO PARA ATENDER A DEFLEXÃO DO


CONDUTOR SOBRE DIFERENTES CRITÉRIOS

Figura 3.11 – Deflexão vertical do tubo devido ao próprio peso. Fonte:[9]

3.9.1 Deflexão vertical máxima devido ao próprio peso (repouso)

A deflexão do condutor (figura 3.11) depende do tipo de suporte utilizado, ver


capítulo 2 seção 2.4. Podemos calculá-la por:

• Condutor com os extremos apoiados:


5 9,81 × AB × ℓ}
yW =
384 ×(
(3.42)

• Condutor com um extremo apoiado e o outro fixo:


1 9,81 × AB × ℓ}
J =
185 ×(
(3.43)

• Condutor com os extremos fixos:


1 9,81 × AB × ℓ}
J =
384 ×(
(3.44)

Onde:
J = Real deflexão vertical do tubo, m
70

AB = Massa total do condutor (condutor e cabo de amortecimento) por


unidade de comprimento, Kg/m
ℓ = Comprimento permitido do vão devido à deflexão (peso do tubo), m

A deflexão vertical permitida para o condutor é normalmente limitada pela


aparência e, às vezes, é referida como relação de aspecto. A relação de aspecto é
dada por:
J
™¹œç㕠<™ œ–D™G• = = 0,5 œ 1,0
<9
(3.45)

ℓ
™¹œç㕠<™ œ–D™G• =
300
(3.46)

ℓ
™¹œç㕠<™ œ–D™G• =
150
(3.47)

Onde:
J = Deflexão vertical permitida, mm

Esta relação pode ser calculada relacionando a deflexão admissível com o


diâmetro do tubo ou pode ser baseada na relação entre a deflexão do condutor e o
comprimento do vão (ℓ: 300 a ℓ: 150). Para testar o valor calculado podemos usar a
seguinte relação:

J
™¹œç㕠<™ œ–D™G•= = (0,5 œ 1,0) ≥ J → J = (0,5 œ 1,0) × <9 ≥ J
<9
(3.48)

Caso a condição não seja atendida, podemos diminuir a espessura do tubo


para reduzir sua massa por unidade de comprimento ou podemos utilizar um tubo
com diâmetro maior para calcular a deflexão novamente e ver se atende à condição.
O cálculo da máxima deflexão é feito se o comprimento do vão for conhecido. Se
não conhecemos o comprimento do vão devemos calculá-lo considerando uma
deflexão máxima para o tubo.

O comprimento do vão adotado para o projeto, o valor amissível (ℓ‰ ), deve ser
o menor valor entre ℓ e ℓ@ .
71

3.9.2 Deflexão máxima devido à força dinâmica resultante (sem religamento


automático).

A deflexão máxima do condutor tubular sobre condições dinâmicas (J ) é na


direção da força resultante aplicada (figura 3.12). Esta força resultante pode ser
calculada através do estresse dinâmico relacionado com o estático (fator dinâmico).

FV FCC2

Deflexão

ˆ" (JÈ )
PC Vertical

(J )

PA

Força Resultante (# )

Deflexão Horizontal (JK )

Figura 3.12 – Deflexão horizontal de um tubo devido a forças de curto-circuito. Fonte: [9]

# × ℓ × N σRST × 8 × ;
σRST = → # =
8×; ℓ × N
(3.49)

A deflexão do condutor não pode exceder as distâncias entre fases. Esta


deflexão máxima do condutor sobre condições dinâmicas é dada por:

• Condutor com os extremos apoiados:


5 # × ℓ}
J =
384 ×(
(3.50)

• Condutor com um extremo apoiado e o outro fixo:


1 # × ℓ}
J =
185 ×(
(3.51)

• Condutor com os extremos fixos:


1 # × ℓ}
J =
384 ×(
(3.52)
72

Onde:
J = Máxima deflexão dinâmica do tubo, m

Além do deslocamento é importante determinar o quão próximo as duas


fases, que se atraem, podem ficar. Isto é necessário, pois as distâncias mínimas de
projeto devem ser respeitadas. Deve-se verificar que a força devido ao curto-circuito
no condutor 2 é oposta a direção da força no condutor 1. A figura 3.13 ilustra essa
situação.

FV FCC2 FV FCC1

ˆ"
ˆ"
JÈ
∅
∅ JÈ J

J

,
Força Força
JK JK
Resultante Resultante
(# ) (# )

Dff

Figura 3.13 – Aproximação de condutores durante curto-circuito. Fonte: [9].

Para o condutor 1 os seguintes parâmetros são conhecidos: peso do tubo (ˆ" ), força
do vento (% ), força resultante (F³ ) e a deflexão do condutor 1 (J ). Com estas
informações podemos calcular a força de curto–circuito no condutor 2.

F³ = ²( − % ) + (ˆ" )


(3.53)
# × ℓ × N
σÀ” =
8×; (3.54)

σRST × 8 × ;
# =
ℓ × N
(3.55)

Onde:
# = Força resultante sobre o condutor 2, N/m
>B = Máximo estresse estático, N/m2
# = Força dinâmica resultante sobre o condutor 2, N/m
73

Depois de calculada a força dinâmica resultante sobre o condutor 2, podemos


achar as posições relativas do condutor 1 (JÊ ) e do condutor 2 (JÊ ).

ˆ"
cos ∅ =
#
(3.56)

JÊ = J sin ∅ (3.57)

JÈ = J cos ∅ (3.58)

ˆ"
cos ∅ =
#
(3.59)

JÊ = J sin ∅ (3.60)

JÈ = J cos ∅ (3.61)

O valor de J deve ser calculado com a equação (3.50), (3.51) ou (3.52). A
distância entre eles é calculada por:

D, = sŸ − yRST sin ∅ − yRST sin ∅ ¡ + (yRST cos ∅ −yRST cos ∅ ) − d†‡

(3.62)

Devemos então assegurar que: , ≥ , distancia mínima entre fases (figura
3.14).

Deflexão Horizontal

J$K


J$K

Figura 3.14 – Deflexão máxima do condutor tubular devido à força dinâmica resultante. Fonte: [9].
74

3.9.3 Deflexão máxima devido à força dinâmica resultante (com religamento


automático sem sucesso).

A deflexão máxima do condutor tubular sobre condições dinâmicas (J  )


é na direção da força resultante aplicada (figura 3.15). Esta força resultante pode ser
calculada através do estresse dinâmico relacionado com o estático (fator dinâmico).

FV FCC2

Deflexão

ˆ"
PC
J 
Vertical

J 
PA
Força Resultante ( #  )

Deflexão Horizontal J 

Figura 3.15 – Deflexão de um tubo sobre condições de falta. Fonte: [9]

σRSTUVW × 8 × ;
#  =
ℓ × N
(3.63)

A deflexão do condutor não pode exceder as distâncias entre fases. Esta


deflexão máxima do condutor sobre condições dinâmicas é dada por:

• Condutor com os extremos apoiados:


5 #  × ℓ}
J  =
384 ×(
(3.64)

• Condutor com um extremo apoiado e o outro fixo:


1 #  × ℓ}
J  =
185 ×(
(3.65)

• Condutor com os extremos fixos:


1 #  × ℓ}
J =
384 ×(
(3.66)
75

Onde:
J  = Máxima deflexão dinâmica do tubo, m

Além do deslocamento, é importante determinar o quão próximo as duas


fases, que se atraem, podem ficar. Isto é necessário, pois as distâncias mínimas de
projeto devem ser respeitadas. A distância D1,2 é calculada da mesma forma da
seção anterior, mas deve-se usar o valor de #  ao invés de # .

3.10 FORÇAS IMPOSTAS AOS ISOLADORES DE PEDESTAL

A deflexão da estrutura depende de sua geometria e material com que foi


construída, e pode ser determinada usando programas de engenharia civil. O uso
deste tipo de programa não será abordado neste trabalho. Será utilizada uma
abordagem mais prática considerando a estrutura de apoio em termos de suas
propriedades elásticas e a capacidade de absorver parte da energia, reduzindo
assim eficazmente as forças da corrente de curto-circuito aplicadas sobre o condutor
tubular e os isoladores.
As forças atuando no condutor devido à corrente de curto-circuito impõem
uma força de reação no topo do isolador de pedestal. Ele deve ser capaz de
suportar esta força com um grau de segurança de no mínimo 1,2 que é o
recomendado para isoladores de porcelana. Este fator de segurança será adotado,
pois, a porcelana apresenta uma resistência mecânica inferior aos demais materiais
utilizados na fabricação dos isoladores.

3.10.1 Força estática nos isoladores

A força estática imposta ao isolador é calculada com a equação (3.67) e o


valor efetivo do vão pode ser determinado com a ajuda da tabela 3.7.

 = ℓ! ×  (3.67)


76

Onde:
 = Força transmitida ao isolador devido à corrente de curto-circuito, N
ℓ! = Comprimento efetivo do vão, m
FWW = Força sobre o condutor central durante um curto trifásico, N/m

 = α × ℓ ×  (3.68)

Onde:
ℓ = Comprimento do vão, m.
M = Fator de condição de contorno para condutores rígidos (o valor de M
também pode ser consultado na tabela 3.4)

Tabela 3.7 – Máximo comprimento efetivo suportado pelos isoladores para diversos sistemas de
suporte.

(ÐÑ = € × Ð)
Condições de suporte Máximo comprimento do vão
Sistema de suporte
(1⁄2)ℓ
S1 S2 S3 S4 S5

(5⁄8)ℓ (máximo em s2)


A A

(1⁄2)ℓ
Vão simples A F

(5⁄4)ℓ (máximo em s2)


F F

(9⁄8)ℓ (máximo em s2)


A C A
Dois vãos contínuos A F F

(11⁄10)ℓ (máximo em s2)


F F F ℓ (máximo em s2)

(32⁄28)ℓ (máximo em s2)


Três vãos contínuos A C C A
Quatro vãos contínuos A C C C A
Fonte: [5]

Onde:
A = Apoiado
F = Fixo
C = Suporte central

O valor de  deve ser calculado para cada tipo de suporte (fixo ou
apoiado). O suporte central só apresenta força de reação, nenhum momento é
imposto a ele apesar de haver momento no ponto de suporte.
77

3.10.2 Máxima força dinâmica resultante imposta aos isoladores

A força resultante atuando nos isoladores deve ser multiplicada pelo fator de
segurança (1,2 para isoladores de porcelana [9]), a resultante deve ser inferior a
mínima carga mecânica suportada pelo isolador. A força dinâmica atuando no
isolador é:

• Força dinâmica sem religamento automático.

  = M × ℓ ×  ×  =  ×  (3.69)

Onde:
  = Força dinâmica transmitida ao isolador devido a curto-circuito sem
religamento automático, N

• Força dinâmica com religamento automático.

   =   ×  (3.70)

Onde:
   = Força dinâmica transmitida ao isolador devido a curto-circuito
com religamento automático, N

Os valores de   e    devem ser calculados para cada suporte.

Com o valor da força dinâmica imposta em cada isolador podemos calcular a


força resultante por:

F³ (SÃ) = s|ˆ" × ℓ + ŸF„ × ℓ + FWWSà RSTUVW ¡



(3.71)

Onde:
# () = Força resultante imposta ao isolador, N
78

ˆ" = Peso total do condutor, N/m


% = Força do vento sobre o barramento, N/m
ℓ = Comprimento do vão, m

Aplicando o fator de segurança obtemos a força resultante máxima sobre os


isoladores.
# ()$ = # () × 1,2 (3.72)

Onde:
# ()$ = Força resultante máxima imposta ao isolador, N

O valor de # ()$ deve ser calculado para cada suporte.

3.11 MOMENTO FLETOR IMPOSTO AO SISTEMA DO BARRAMENTO

Uma maior exigência na escolha do isolador quer seja de porcelana ou


compósito, é para garantir que o momento fletor máximo na base não seja
ultrapassado. O momento fletor é a relação entre a máxima força dinâmica na base
dos isoladores, e a altura da linha de centro do tubo até a base do isolador. A figura
3.16 apresenta dois arranjos de suportes.

# ()$ # ()$
ℎ ℎ

(a) (b)
Figura 3.16 – Momento fletor na base do isolador (a) e na base da estrutura (b). Fonte: [9].
79

* = # ()$ × ℎ (3.73)

Onde:
* = Momento fletor na base do isolador, N.m
ℎ = Altura da linha de centro do tubo até a base do isolador, m

Além do momento fletor na base do isolador é preciso verificar este esforço


na base da estrutura metálica que o sustenta, pois esta força é transferida. É
necessário assegurar que esta força não será superior ao momento fletor máximo
admissível. Assim como nos isoladores o momento é dado pela altura da linha de
centro do tubo até a base da estrutura (figura 3.17). Para uma estrutura metálica é
necessário utilizar um fator de segurança de 1,7.

Figura 3.17 – Deflexão da estrutura de suporte do isolador. Fonte: [9].

*! = 1,7 × # ()$ × (ℎ + ℎ! ) (3.74)

Onde:
*! = Momento fletor na base da estrutura, N.m
ℎ = Altura da linha de centro do tubo até a base do isolador, m
ℎÀ = Altura da estrutura que sustenta o isolador, m
80

3.12 EFEITO TÉRMICO

Quando temperatura do condutor do barramento é alterada, ocorre uma


mudança em seu tamanho. Este comprimento pode ser calculado através de (3.75).

αÒ × ℓS × (T¤ − TS )
∆ℓ=
1 + αTS
(3.75)

Onde:
∆ℓ = Variação do comprimento do condutor, m
αÒ = coeficiente de expansão térmica linear, 1/°C
ℓS = comprimento do vão na temperatura inicial, °C
T¤ = Temperatura final, °C
TS = Temperatura inicial, °C
Se o barramento tiver seus extremos fixos, impedindo a contração ou
expansão, e a temperatura do condutor for alterada, forças de compressão ou tração
irão surgir. Podemos obter esta força através de (3.79).

∆ℓ
FÓÒ = C × A × E × = C × A × E × α × (T¤ − TS )
ℓS
(3.76)

Onde:
FÓÒ = Força térmica (compressão ou tração), N
C = 0,1
A = Área da seção circular do condutor, cm2
E = Módulo de elasticidade, kPa.
81

CAPÍTULO 4 - ESTUDO DE CASO

Com o objetivo de exemplificar os conceitos abordados nos capítulos 2 e 3


deste trabalho, será apresentado um estudo de caso. Neste estudo será realizado o
dimensionamento do barramento principal de uma subestação de 230 kV real. Esta
subestação apresenta em seu pátio o arranjo de barra dupla a quatro chaves
(figuras 01, 02 e 03 do ANEXO B), de acordo com os procedimentos de rede do
ONS. Foi escolhido para o projeto, o dimensionamento do barramento principal da
SE com o uso de condutor rígido. Na configuração da subestação serão
consideradas duas linhas de transmissão e quatro transformadores 230/13,8 kV de
100 MVA cada (300 MVA de potência final com um transformador a mais para
atender o critério n-1 de planejamento.
Para o inicio do projeto serão assumidos valores para algumas informações a
respeito do sistema elétrico, tais como: a corrente nominal, a frequência do sistema,
±
#
a corrente de curto-circuito, a relação , se existe religamento automático e seu

tempo para atuar, e a distância mínima de isolamento entre fases. Estes valores não
serão calculados, pois não é o objetivo do trabalho. Com estas informações
podemos então prosseguir para o dimensionamento.

4.1 DADOS PARA O INÍCIO DE PROJETO.

Corrente nominal máxima: ÔÕ = Ö×Ø Ù


Corrente de curto-circuito: ÔÚÚ = ÛØ ÜÙ
Ý
= ßà
Þ
Relação

Tempo de atuação da proteção durante curto-circuito: á ââ = Ø, à ã


Tempo para religamento: á äåâ = Ø, æ ã
Distância mínima entre fases: çèè = Û é
Velocidade básica do vento: êë = ×ß é/ã
82

A subestação está classificada na categoria III, classe A, com uma altura de


15 metros. Consultando a tabela 2.2 é possível obter o valor de k — correspondente
(í î = Ø, Öï). O barramento será construído com um tubo contínuo de alumínio e com
5 estruturas de suporte (IP + estrutura de concreto) por fase (ver figura 3 do ANEXO
B). Da tabela 3.4 obtemos os valores de γ, M9 ™ M‰ para o tipo de suporte escolhido
(Três ou mais vãos A apoiado e B fixo).

γ=3,56
M‰ = 0,4 ™ M9 = 1,1

Depois de definidos todas as condições de projeto, precisamos escolher


(estimar) um tubo condutor para o início dos cálculos. O ANEXO C apresenta
algumas informações a respeito da liga de alumínio (6063 T6) que será adotada
neste projeto. Optou-se por usar uma liga que é comercializada no país pela
ALCOA. A fabricação desta liga é determinada pela Associação Americana de
Padronização (ASA - American Standards Association). Para o início do
dimensionamento será escolhido o tubo de tamanho nominal Ÿ1 1c2 ›š¡ e Schedule
40, pois ele atende a corrente nominal máxima.

4.2 ESCOLHA DO TUBO PELA AMPACIDADE (SEM O EFEITO CORONA).

Para o início do dimensionamento será escolhido o tubo de tamanho nominal


Ÿ1 1c2 ›š¡ e Schedule 40 (dados no ANEXO C), pois ele atende a corrente nominal
máxima estabelecida. Fazendo a conversão das unidades:

<9 = 0,048260 m
G~ = 0,003683 m

Da tabela 3.2 obtemos as demais informações sobre a liga de alumínio


escolhida, onde:
Žd = 2703 Kg/m°
83

R Ã0, = 214 MPa


E = 69 × 10ô N/m2

Com os dados obtidos podemos calcular a massa do condutor por unidade de


comprimento.

A = ρUŒ × V†‡ = ρUŒ × 2,5 × 10 × ‘ × ’<9  − (<9 − 2G~ ) “


A = 2703 × (2,5 × 10 × ‘ × |0,048260 − (0,048260 − 2 × 0,003683) ) × 10ö
A = 1,39887411 Kg/m

4.3 AMORTECIMENTO

A próxima etapa do projeto é estabelecer a necessidade ou não do


amortecimento:

π
(= × |(0,048260} ) − (0,048260 − 2 × 0,003683)}  = 1,289878 × 10 m}
64

3,56 69 × 10ô × 1,289878 × 10


 = v = 1,262051 Hz
15 1,39887411

51,75 × 24
 = = 25,7356 Hz
0,048260 × 1000

Como  > 2 não existe necessidade de utilização de condutor de


amortecimento

4.4 FORÇAS APLICADAS AO BARRAMENTO

Após definida a necessidade de amortecimento e escolhido o cabo, caso


tenha necessidade, podemos então calcular as forças imposta ao condutor.
84

4.4.1 Peso do condutor sobre o vão:

N
ˆ" = 9,81×(mW + mU ) = 9,81×1,39887411 = 13,723 × 15m = 205,8443 N
m

4.4.2 Força do vento aplicada ao vão:

O valor de K Ã pode ser encontrado através de uma interpolação linear com os


dados apresentados na tabela 3.5:

0,56 − 0,6
k ÃT = ù ú × (300 − 0) + 0,6 = 0,5760
500 − 0
N
F„ = 1 × 0,5760 × (31 × 0,98) × 0,6 × 0,048260 = 15,3935 × 15 m = 230,9021N
m

4.4.3 Força máxima de curto-circuito aplicada ao vão:

No calculo da força de curto circuito devemos considerar o sistema de suporte


utilizado, logo a força de referencia é calculada por:

4 × 10 × (IWW ) 4 × 10 × (40.000)


FWW = ) = 0,997663 = 159,626 N/m
D¤¤ 4

Como explicado no capítulo 3, seção 3.11, a estrutura é capaz de absorver


parte da energia durante o curto-circuito, logo esta energia que é absorvida não
precisa ser considerada nos cálculos. Para uma estrutura de suporte de concreto
com altura superior a 10.007 mm (ver figura 03 do NEXO B), ) é:

) = 1,2519 − 2,5172 × 10¦ × ℎ9 = 1,2519 − 2,5172 × 10¦ × 10.1 × 10°


) = 0,997663
85

A força máxima de curto-circuito é:

FWW = 0,866 × FWW × ¯  = 0,866 × 159,626 × (1,8224) = 459,080 û/A

Onde o fator kappa é calculado por:


# 
¯ = 1,02 + 0,98 × ™ = 1,02 + 0,98 × ™ = 1,8224
p° q p° q
± ¦

4.4.4 Força resultante sobre o condutor:

F³ = ²( + % ) + (ˆ" ) = ²(459,080 + 15,3935) + (13,7230) = 474,6719 û/A

4.4.5 Fatores para o cálculo das forças dinâmicas:

 1,262051
= = 0,0210
 60


≪ 1, o estresse é menor, exceto para ressonância harmônica especial.


Com as equações apresentadas no ANEXO A é possível obter os valores dos


fatores nas figuras 3.8 e 3.9.

 º
 = 0,232 + 3,52™ ,}¦ü + 0,166 log p ºq para < 0,04
 

 = 0,232 + 3,52™ ,}¦×,ö + 0,166 log(0,0210) = 0,2994


 º
X = 0,0929 + 4,49™ ,öþü + 0,0664 log p ºq para < 0,04
 

X = 0,0929 + 4,49™ ,öþ×,ö + 0,0664 log(0,0210) = 0,2869



 = 1,8 Dœœ ≤ 0,05

86

4.4.6 Verificando o comprimento do vão em relação ao estresse na fibra do


material:

• Cálculo do estresse estático no condutor:

( 1,289878 × 10
W= = = 5,3455 × 10ö A°
<9 0,048260
p q p q
2 2
# × ℓ@ × N 474,6719 × 15 × 0,73
>B = = = 1.823,1423 × 10ö û/A
8×; 8 × 5,3455 × 10ö

• Cálculo do estresse dinâmico no condutor:

σRSTUVW =  × σRST =  × X × σÀ”


σRSTUVW = 1,8 × 0,2869 × 1.823,1423 × 10ö = 941,5072 × 10ö N/m

• Aplicando o fator de segurança:

− Para Tutorial Notes SC B3 [9]:

R Ã0, ≥ σRSTUVW × 2,65 → R Ã0, ≥ 941,5072 × 10ö × 2,65


R Ã0, ≥ 2.494,9940 × 10ö N/m

Como  žØ,æ = æßÛ ä , o tubo selecionado não pode ser utilizado para este
comprimento de vão, sendo necessário a escolha de um novo tamanho de tubo ou
uma redução no comprimento do vão.

− Para a Norma IEC 865-1 [15]:

q × R Ã0, ≥ σRSTUVW × 1,3


1 − 1 − 2 t  ⁄d†‡ °
q = 1,7 × = 1.374103
1 − 1 − 2 t  ⁄d†‡ }
q × R Ã0, = 214 × 1.374103 = 294,0580 MPa
87

σRSTUVW × 1,3 = 941,5072 × 10ö × 1,3 = 1.223,9593 MPa

Comparando os resultados podemos verificar que o tubo também não


atendeu ao critério de fator de segurança da Norma IEC 865-1 [15].

4.4.7 Verificando o comprimento do vão para a maior deflexão vertical


permitida

1 9,81 × AB × ℓ} 1 9,81 × 1,39887411 × 15}


J = = yW = = 0,4219 A
185 ×( 185 69 × 10ô × 1,289878 × 10

ℓ 15
relação de aspecto = = = 0,05
300 300
ℓ 15
relação de aspecto = = = 0,1
150 150

Como a relação de aspecto calculada é inferior a 0,5 utilizaremos 1,0 para o


calculo de J .

J
relação de aspecto= → J = 1,0 × 0,048260 = 0,02413 A
<9

Comparando os resultados podemos verificar que o tubo também não


atendeu ao critério da máxima deflexão vertical permitida.

Para este estudo vamos considerar o vão com o valor fixo e tentaremos
encontrar um tubo que atenda as exigências de projeto. Realizando várias
simulações com uma rotina criada no Matlab, foi encontrado o valor nominal de
6 ›š. Os valores encontrados na simulação são apresentados no ANEXO D.
Iremos retomar os cálculos com os dados da simulação do tubo de 6 ›š.
88

4.4.8 Recalculando os dados para o tubo de 6 in.

<9 = 0.168275 m
G~ = 0.007112 m
A = 2703 × 2,5 × 10 × ‘ × |0.168275  − 0.168275 − 2 × 0.007112  × 10ö
A = 9,7331 Kg/m

π
(= × |0.168275}  − 0.168275 − 2 × 0.007112 }  = 1,1714 × 10¦ m}
64

3,56 69 × 10ô × 1,1714 × 10¦


 = v = 4,5595 Hz
15 9,7331

51,75 × 24
 = = 7,3808 Hz
0.168275 × 1000

Como  < 2 existe necessidade de utilização de condutor de


amortecimento, iremos considerar a massa do cabo como sendo 25% da massa do
tubo, logo:
A = 0,25 × 9,7331 = 2,4333 Kg/m

A massa total do conjunto será:

m” = A + mU = 9,7331 + 2,4333 = 12,1664 Kg/m

Como a massa mudou, devemos recalcular a freqüência natural do tubo.

3,56 69 × 10ô × 1,1714 × 10¦


 = v = 4,0782Hz
15 12,1664

Consultando o catálogo de um fabricante, podemos verificar qual a bitola do


cabo para o peso calculado. O próximo passo é calcular as forças impostas ao
barramento.
N
ˆ" = 9,81×(mW + mU  = 9,81×12,1664 = 119,3521 × 15m = 1.790,2821 N
m
89

N
F„ = 1 × 0,5760 × 31 × 0,98 × 0,6 × 0.168275 = 53,6747 × 15 m = 805,1206 N
m
FWW = 0,866 × FWW × ¯  = 0,866 × 159,626 × 1,8224 = 459,080 û/A

F³ = ² + %  + ˆ"  = ²459,080 + 53,6747 + 119,3521 = 526,4621 û/A

Como a freqüência natural do tubo mudou, devemos recalcular os fatores


dinâmicos, logo:
 4,0782
= = 0,0680
 60

Para 0,04 < < 0,8:



 = 0,839 + 3,52™ ,}¦ü + 0,6 log ù ú = 0,4844


X = 0,756 + 4,49™ ,öþü + 0,54 log ù ú = 0,4304


 = 1,0 − 0,615 log ù ú = 1,7180

Vamos agora verificar o comprimento do vão em relação ao estresse na fibra
do material:

• Cálculo do estresse estático e dinâmico no condutor:

( 1,1714 × 10¦
W= = = 1,39224 × 10} A°
<9 0,168275
p 2 q p q
2
# × ℓ@ × N 526,4621 × 15 × 0,73
>B = = = 77,63694 × 10ö û/A
8×; 8 × 1,39224 × 10}
σRSTUVW = 1,7180 × 0,4304 × 77,63694 × 10ö = 57,407 × 10ö N/m

• Aplicando o fator de segurança:

− Para Tutorial Notes SC B3 [9]:

R Ã0, ≥ σRSTUVW × 2,65 → R Ã0, ≥ 57,407 × 10ö × 2,65


R Ã0, ≥ 152,1282 × 10ö Pa → 214 ≥ 152,1282
90

Como  žØ,æ = æßÛ ä , o tubo selecionado pode ser utilizado para este
comprimento de vão.

− Para a Norma IEC 865-1 [15]:

q × R Ã0, ≥ σRSTUVW × 1,3 → 284,5216 ≥ 74,6289


1 − 1 − 2 t  ⁄d†‡ °
= 1.329540
1 − 1 − 2 t  ⁄d†‡ }
q = 1,7 ×

q × R Ã0, = 214 × 1.329540 = 284,5216 MPa


σRSTUVW × 1,3 = 57,407 × 10ö × 1,3 = 74,6289 MPa

Comparando os resultados podemos verificar que o tubo também atendeu ao


critério de fator de segurança da Norma IEC 865-1 [15]. Agora, verificaremos o
comprimento do vão para a maior deflexão vertical permitida:

1 9,81 × AB × ℓ} 1 9,81 × 12,1664 × 15}


J = = yW = = 0,0404 A
185 ×( 185 69 × 10ô × 1,1714 × 10¦

ℓ 15
relação de aspecto = = = 0,05
300 300
ℓ 15
relação de aspecto = = = 0,1
150 150

Como a relação de aspecto calculada é inferior a 0,5 utilizaremos 1,0 para o


calculo de J .

J
relação de aspecto= → J = 0,5 × 0,168275 = 0,0841 A
<9

Comparando os resultados podemos verificar que o tubo também atendeu ao


critério da máxima deflexão vertical permitida.
91

4.4.9 Deflexão máxima sobre condições dinâmicas

σRSTUVW × 8 × ; 57,407 × 10ö × 8 × 1,3922 × 10}


# = = = 284,1672 N/m
ℓ × N 15 × 0,73
1 # × ℓ} 1 284,1672 × 15}
J = = = 0,1318 m
185 ×( 185 69 × 10ô × 1,1714 × 10¦

È importante verificar se esta deflexão que o condutor pode sofrer durante o


curto-circuito aproxima as fases mais do que o permitido, logo:

F³ =² − %  + ˆ"  = ²459,080 − 53,6747 + 119,3521 = 422,6090û/A


# × ℓ × N 422,6090 × 15 × 0,73
σÀ” = = = 62,3218 × 10ö û/A
8×; 8 × 1,39224 × 10}
62,3218 × 10ö × 1,7180 × 0,4304 × 8 × 1,39224 × 10}
# = = 312,4886 N/m
15 × 0,73
1 # × ℓ} 1 312,4886 × 15}
J = = = 0,106 m
185 ×( 185 69 × 10ô × 1,1714 × 10¦

ˆ" 119,3521
cos ∅ = = = 0,4200 → ∅ = 65,1654 → sen ∅ = 0,9075
# 284,1672
ˆ" 119,3521
cos ∅ = = = 0,3819 → ∅ = 67,5461 → sen ∅ = 0,9242
# 312,4886

D, = sŸ − yRST sin ∅ − yRST sin ∅ ¡ + yRST cos ∅ −yRST cos ∅  − d†‡


D, = ²4 − 0,098 − 0,1196 + 0,0405 − 0,0554 − 0,168275 = 3,6142 m

Deve-se assegurar que esta distancia seja superior a distancia mínima entre
fases.
92

4.4.10 Força resultante nos isoladores:

As forças estáticas aplicadas ao topo do isolador como reação a esta corrente


de curto-circuito é calculada por:

‰ = ℓ! ×  = α × ℓ ×  = 0,4 × 15 × 459,080 = 2.754 û


§ = ℓ! ×  = α × ℓ ×  = 1,1 × 15 × 459,080 = 7.575 û

• Forças dinâmicas de curto-circuito nos isoladores:

‰   = ‰  ×  = α ×  × ℓ ×  × 


‰   = 2.754 × 0,4844 × 1,7180 = 2.292 û

§   = §  ×  = α ×  × ℓ ×  × 


§  = 7.575 × 0,4844 × 1,7180 = 6.304 û

# ‰ = s|ˆ"  × ℓ + Ÿ% × ℓ + ‰   ¡




# ‰ = ²|1.790,2821 + 805,121 + 2.292 = 3.577 N

# § = s|ˆ"  × ℓ + Ÿ% × ℓ + §   ¡




# § = ²|1.790,2821 + 805,121 + 6304 = 7.331 N

A força resultante máxima é:

# ‰$ = # ‰ × 1,2 = 3.577 × 1,2 = 4.293 û


# §$ = # § × 1,2 = 7.331 × 1,2 = 8.797 û

A maior força é imposta ao isolador B. Logo, deve-se escolher um isolador


com resistência mecânica superior ao valor encontrado.
93

4.4.11 Momento fletor

*‰ = # ‰$ × ℎ = 4.293 × 2,032 = 8.723 û. A


*§ = # §$ × ℎ = 8.797 × 2,032 = 17.875 û. A
*!‰ = 1,7 × # ‰$ × ℎ + ℎ!  = 1,7 × 4.293 × 2,032 + 8,068 = 73.711 û. A
*!§ = 1,7 × # §$ × ℎ + ℎ!  = 1,7 × 8.797 × 2,032 + 8,068 = 151.044 û. A

Neste estudo não será considerado o efeito térmico para o dimensionamento.

4.5 CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROJETO

O projeto será considerado satisfatório, quando todas as condições de projeto


forem atendidas, ou seja, o vão deve ter um comprimento que permita ao condutor
uma menor deflexão possível e um estresse mecânico reduzido, caso contrário
devemos reduzi-lo, modificar o tamanho do tubo ou aumentar a separação entre
fases, já que, o estresse mecânico está relacionado com a força resultante que é
aplicada ao condutor. Com o vão, o condutor e a separação de fases definida
podemos então calcular as forças impostas aos isoladores e estrutura de suporte
para a escolha daquele que resista as forças de reação impostas à estrutura de
sustentação.
Por ser um processo iterativo, cabe ao projetista a escolha da melhor solução,
se será reduzido o vão, aumentado o diâmetro do tubo, ou aumentada à separação
entre os condutores, o fator econômico é o que apresenta um maior impacto nesta
escolha, portanto devem ser realizadas estimativas do custo para cada solução
citada.
94

CAPÍTULO 5 - CONCLUSÃO

Este trabalho demonstrou, através de um estudo de caso, que o procedimento


apresentado poder ser utilizado para o dimensionamento de barramento de uma
subestação de AT ou EAT que utilize a tecnologia de condutor rígido. A escolha
deste condutor deve-se a necessidade de novas soluções que acompanhem o
aumento da corrente nominal e de curto-circuito dos sistemas elétricos de potência,
já que esta tecnologia apresenta uma maior capacidade de condução de corrente
que a do condutor flexível. A solução em tubo permite a redução das alturas da SE,
diminuindo o impacto visual (impacto ambiental), proporciona uma maior facilidade
de acesso ao pátio para manutenção, facilidade para ampliação da SE, entre outras
vantagens.
Pode-se destacar como aspecto relevante ao desenvolvimento deste trabalho
o fato de existir pouca literatura em português sobre o tema proposto, sendo preciso
consultar literatura estrangeira como normas, trabalhos e livros para conseguir
informações sobre o dimensionamento do barramento utilizando o condutor rígido.
Neste procedimento procurou-se detalhar as principais informações e dados
necessários ao projeto do barramento, com isso foi verificado que os cálculos
executados não são de difícil solução. No entanto, por se tratar de um processo
iterativo, estes cálculos tornam-se cansativos, já que, durante o dimensionamento
testam-se vários tipos de tubos, até encontrar o que se adéque aos esforços que
serão aplicados sobre o barramento, evitando o colapso da estrutura e buscando um
projeto econômico, confiável e otimizado.
95

5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

As seguintes atividades são propostas como continuação deste trabalho:

• Desenvolvimento de um aplicativo para o dimensionamento do barramento.

• Dimensionamento para mais de um condutor rígido por fase.

• Estudar individualmente os parâmetros apresentados no projeto do barramento,


variando-os e analisando seu impacto no dimensionamento.
96

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

[1] CIGRE. General Guidelines for the Design of Outdoor A. C. Substations. Paris:
CIGRE, 1992.

[2] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMISSION. International


Electrotechnical Vocabulary. IEC 60050-605. Suíça, 1983.

[3] GODOY, A. V. Subestações. Recife, 2010. CD-ROM.

[4] DIETZMAN, W. B.; BOLIN, P. C.; Substation. In: Dietzman. Standard


Handbook for Eletrical Engineers. 15. ed. Estados Unidos: McGraw-Hill, 2006.
p. 17.1-17.51

[5] INSTITUTE OF ELETRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS. Guide for


Design of Substantion Rigid-Bus Structures. IEEE-605. New York, 1998.

[6] LUNA, A. M. Materiais de engenharia elétrica. Recife, 2006.

[7] PAVLIK, B.L. Tecnologia da ferragem para linhas de AT e EAT. 1. Ed. São
Paulo: Gente, 1989.

[8] Beards, C.F. Estructural Vibration - Analysis and damping. Londres: BH, 2003.

[9] GROENEWALD, A. J. S. The Use of Tubular Conductors n the Design of high


Voltage Substations. In: CIBRE 6th Southern Africa Regional Conference, SC
B3, 2009, Cape Town. Tutorial Notes. Africa do Sul, 2009.

[10] ASEA BROWN BOVERI POCKET BOOK – SWITCHGEAR MANUAL. 10. ed.
Berlim: Cornelsen Verlag, 2001.

[11] MOURENTE, P. M.; Considerações sobre conexões elétricas.Brasil. Apostila.

[12] ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Forças devidas ao


vento em edificações. NBR 6123. Rio de Janeiro, 1990.
97

[13] GODOY, A. M. Sistemas Elétricos de Potência: Estudo de curto-circuito.


Recife, 2009. Material de aula.

[14] SCHNEIDER ELECTRIC. Programa de Formação Técnica Continuada - Os


Efeitos dos Curtos-Circuitos.Brasil. Apostila

[15] INTERNATIONAL ELECTROTECHNICAL COMISSION. Short-circuit current –


Calculation of effects. IEC 865-1. Suíça, 1993.

[16] GIGRE Working Group 23.03. The Mechanical Effects of Short-Circuit Currents
in Open Air Substations (part 2). Paris: v.214, 2002.

[17] ACA CONDUCTOR ACESSORIES. Bus Conductors. 2003.


98

ANEXO A – CÁLCULO DOS FATORES DINÂMICOS ( ^ _e `)


Figura A.1 – Fatores dinâmicos  e   versus

99

• Calculo do fator  para curto-circuito trifásico.

 º
 = 0,232 + 3.52™ ,}¦ü + 0,166 log p ºq para < 0,04
 
(A.01)
 º
 = 0,839 + 3.52™ ,}¦ü + 0,6 log p ºq ∗ para 0,04 < < 0,8
 
(A.02)

 = 2,38 + 6 log p º q ∗

(A.03)

 = 1,8 para 0,8 < < 1,2

(A.04)
 º
 = 1,23 + 7,2 log p ºq para 1,2 < < 1,6
 
(A.05)

 = 2,7 para 1,6 < < 2,4

(A.06)
 º
 = 8,59 − 15,5 log p º q para 2,4 < < 3,0
 
(A.07)
 º
 = 1,50 − 0,646 log p ºq para 3,0 < < 6,0
 
(A.08)

 = 1,0 para > 6,0

(A.09)

* Usar o menor valor entre  e  . Caso ¯ > 1,6, deve-se usar ¯ = 1,6.

• Calculo do fator X para curto-circuito trifásico.

 º
X = 0,0929 + 4,492™ ,öþü + 0,0664 log p ºq para < 0,04
 
(A.10)
 º
X = 0,756 + 4,49™ ,öþü + 0,54 log p ºq ∗ para 0,04 < < 0,8
 
(A.11)

X = 1,0 ∗ (A.12)



 = 1,0 para > 0,8

(A.13)

* Usar o menor valor de X ou X .


100


Figura A.2 – Fator dinâmico   versus


• Calculo do fator  para curto-circuito trifásico.


1,8 para ≤ 0,05


 
 = 1,0 − 0,615 log ù ú para 0,05 < < 1,0 
 
(A.14)

1,0 
para ≥ 1,0

101

ANEXO B – SUBESTAÇÃO DE 230/ 13,8 kV

Figura B.1 – ARRANJO FÍSICO – PLANTA SE 230/13,8 kV

Figura B.2 – ARRANJO FÍSICO – CORTES A, B E C

Figura B.3 – ARRANJO FÍSICO – CORTES D, E, F E G


102

Figura B.1: ARRANJO FÍSICO DO PÁTIO DE 230 Kv


103

Figura B.2: ARRANJO FÍSICO – CORTES A, B E C


104

Figura B.3: ARRANJO FÍSICO – CORTES D, E, F E G


105

ANEXO C - CARACTERÍSTICAS DO TUBO CONDUTOR (ALUMÍNO)


106
107

ANEXO D – RELATÓRIOS DOS TESTES DOS TUBOS

**********************************************************************************************
Dados de Entrada - Bitola: 1 1/2"
**********************************************************************************************

Dados Gerais
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Barramento 230 kV - 40 kA
-> Comprimento do Vão (m): 15.0
-> Numero de Vãos: 4.0
-> Distancia entre fases (m): 4.0
-> Altitude (m): 300.0
-> Frequência da rede (Hz): 60.0
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados de Curto-Circuito
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Corrente de Curto (A): 40000.00
-> Duração do Curto (s): 0.5
-> Duração religamento (s): 0.2
-> Relação x/r: 15.000
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Bitola: 1 1/2"
-> Schedule 40
-> Liga: ASA 6063T6
-> Fator de Segurança para Stress no Tubo: 2.65
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do Suporte
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Altura do suporte (m): 8.068
-> Altura do IP (m): 2.032
-> Altura do Barramento (m): 10.100
-> Fator de Segurança Isolador de Porcelana: 1.20
-> Fator de Segurança Momento na Estrutura: 1.70
-> Estrutura de Concreto
-> Arranjo: Vão continuo - 3 ou mais vãos (suporte simples-fixo-fixo-simples)
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do Vento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Velocidade do Vento - 50 anos (m/s) : 31.000
-> Categoria 2
-> Classe B
-> Velocidade do Vento para efeito laminar (km/h) : 24.000

**********************************************************************************************
Barramento 230 kV - 40 kA
**********************************************************************************************
-> Fator de Assimetria (Kappa): 1.822356
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Fator de Estrutura Flexível: 0.997663
-> Estrutura de Concreto
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Determinação de alfa, beta, gamma e kflecha
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Numero de Vãos: 4.0
-> Arranjo: Vão continuo - 3 ou mais vãos (suporte simples-fixo-fixo-simples)
-> Alfa A: 0.40
-> Alfa B: 1.10
108

-> Beta: 0.73


-> Gamma: 3.56
-> kflecha: 0.0054
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do tubo escolhido
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Bitola: 1 1/2"
-> Schedule 40
-> Espessura da parede (m): 0.003683
-> Massa (kg/m): 1.398874110
-> Modulo de Elasticidade (N/m2): 6.90e+010
-> Limite de Escoamento (Mpa): 214.0
-> Fator Plástico - q: 1.374103
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados da frequência mecânica fundamental
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Momento de Inércia (m4) : 1.289878e-007
-> Frequência Mecânica Fundamental (Hz): 1.262051
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados da máxima frequência força eólica - necessidade de amortecimento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Frequência Força Eólica (Hz): 25.735599
-> Não existe necessidade de utilização de condutor de amortecimento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Determinação de VF, Vr ,Vsigma
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> VF: 0.299529
-> Vr: 1.800000
-> Vsigma: 0.286938
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Determinação de Vz, kpn e kzn
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Kpn: 0.576000
-> Kzn: 0.981012
-> Vz (m/s): 30.411374

**********************************************************************************************
Barramento 230 kV - 40 kA
**********************************************************************************************
-> Força de Referencia (N/m): 159.626
-> Força de Pico (N/m): 459.080
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esforços nos Suportes
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Força Estática - Suporte A (kN): 2.754
-> Força Estática - Suporte B (kN): 7.575
-> Força Dinâmica sem ARC - Suporte A (kN): 0.825
-> Força Dinâmica sem ARC - Suporte B (kN): 2.269
-> Força Dinâmica com ARC - Suporte A (kN): 1.485
-> Força Dinâmica com ARC - Suporte B (kN): 4.084
-> Força Resultante - Suporte A (kN): 1.729
-> Força Resultante - Suporte B (kN): 4.320
-> Momento Fletor na Base do Isolador - Suporte A (kN.m): 4.215
-> Momento Fletor na Base do Isolador - Suporte B (kN.m): 10.535
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte A (kN.m): 17.460
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte B (kN.m): 43.635
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esforços de Segurança nos Suportes
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Fator de Segurança no Isolador: 1.20
-> Força Resultante - Suporte A (kN): 2.075
-> Força Resultante - Suporte B (kN): 5.184
-> Fator de Segurança no Momento Fletor: 1.70
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte A (kN.m): 35.619
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte B (kN.m): 89.015
109

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Stress no Tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Stress Resultante no Condutor (Mpa): 941.688
-> Fator de Segurança: 2.65
-> Stress Resultante no Condutor com Fator de Segurança (Mpa): 2495.472
-> Limite de Escoamento - Rp0,2% (Mpa): 214.000
-> Fator Plástico - q: 1.374103
-> Limite de Escoamento - Rp0,2%, com Fator Plástico (Mpa): 294.058
**** Critério Tutorial Notes SCB3 ****
**** ATENÇÃO - TUBO NÃO SUPORTA ESFORÇO ****
**** Escolha outro tubo, diminua o vão ou ****
**** aumente a distancia entre fases ****
**** Critério IEC -60865-1 ****
**** ATENÇÃO - TUBO NÃO SUPORTA ESFORÇO ****
**** Escolha outro tubo, diminua o vão ou ****
**** aumente a distancia entre fases ****
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Flechas no Tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Flecha em repouso (mm): 421.933
-> Flecha durante curto-circuito (mm): 7538.385
**** ATENÇÃO - TUBO NÃO SUPORTA FLECHA ****
**** Escolha outro tubo, diminua o vão ou ****
**** aumente a distancia entre fases ****
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Distância Entre Fases
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Distância Durante o Curto-Circuito (m): 10.514

**********************************************************************************************

**********************************************************************************************
Dados de Entrada - Bitola: 6"
**********************************************************************************************

Dados Gerais
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Barramento 230 kV - 40 kA
-> Comprimento do Vão (m): 15.0
-> Numero de Vãos: 4.0
-> Distancia entre fases (m): 4.0
-> Altitude (m): 300.0
-> Frequencia da rede (Hz): 60.0
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados de Curto-Circuito
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Corrente de Curto (A): 40000.00
-> Duração do Curto (s): 0.5
-> Duração religamento (s): 0.2
-> Relação x/r: 15.000
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Bitola: 6"
-> Schedule 40
-> Liga: ASA 6063T6
-> Fator de Segurança para Stress no Tubo: 2.65
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do Suporte
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Altura do suporte (m): 8.068
110

-> Altura do IP (m): 2.032


-> Altura do Barramento (m): 10.100
-> Fator de Segurança Isolador de Porcelana: 1.20
-> Fator de Segurança Momento na Estrutura: 1.70
-> Estrutura de Concreto
-> Arranjo: Vão continuo - 3 ou mais vãos (suporte simples-fixo-fixo-simples)
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do Vento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Velocidade do Vento - 50 anos (m/s): 31.000
-> Categoria 2
-> Classe B
-> Velocidade do Vento para efeito laminar (km/h): 24.000

**********************************************************************************************
Barramento 230 kV - 40 kA
**********************************************************************************************
-> Fator de Assimetria (Kappa): 1.822356
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Fator de Estrutura Flexível: 0.997663
-> Estrutura de Concreto
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Determinação de alfa, beta, gamma e kflecha
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Numero de Vãos: 4.0
-> Arranjo: Vão continuo - 3 ou mais vãos (suporte simples-fixo-fixo-simples)
-> Alfa A: 0.40
-> Alfa B: 1.10
-> Beta: 0.73
-> Gamma: 3.56
-> kflecha : 0.01
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados do tubo escolhido
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Bitola: 6"
-> Schedule 40
-> Espessura da parede (m): 0.007112
-> Massa (kg/m) 12.1664
-> Modulo de Elasticidade (N/m2): 6.90e+010
-> Limite de Escoamento (Mpa): 214.0
-> Fator Plástico - q: 1.329540
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados da frequência mecânica fundamental
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Momento de Inércia (m4): 1.171366e-005
-> Frequência Mecânica Fundamental (Hz): 4.070139
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Dados da máxima frequência força eólica - necessidade de amortecimento
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Frequência Força Eólica (Hz): 7.380776
-> Existe necessidade de utilização de condutor de amortecimento
-> Bitola do Cabo; 1750.0
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Detrerminação de VF, Vr, Vsigma
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> VF: 0.483798
-> Vr: 1.718653
-> Vsigma: 0.430383
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Detrerminação de Vz, kpn e kzn
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Kpn: 0.576000
-> Kzn: 0.981012
-> Vz (m/s): 30.411374
111

**********************************************************************************************
Barramento 230 kV - 40 kA
**********************************************************************************************
-> Força de Referencia (N/m): 159.626
-> Força de Pico (N/m): 459.080
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esforços nos Suportes
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Força Estática - Suporte A (kN): 2.754
-> Força Estática - Suporte B (kN): 7.575
-> Força Dinâmica sem ARC - Suporte A (kN): 1.333
-> Força Dinâmica sem ARC - Suporte B (kN): 3.665
-> Força Dinâmica com ARC - Suporte A (kN): 2.290
-> Força Dinâmica com ARC - Suporte B (kN): 6.298
-> Força Resultante - Suporte A (kN): 3.581
-> Força Resultante - Suporte B (kN): 7.329
-> Momento Fletor na Base do Isolador - Suporte A (kN.m): 8.731
-> Momento Fletor na Base do Isolador - Suporte B (kN.m): 17.871
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte A (kN.m): 36.166
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte B (kN.m): 74.022
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Esforços de Segurança nos Suportes
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Fator de Segurança no Isolador: 1.20
-> Força Resultante - Suporte A (kN) : 4.297
-> Força Resultante - Suporte B (kN) : 8.795
-> Fator de Segurança no Momento Fletor: 1.70
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte A (kN.m) : 73.779
-> Momento Fletor na Base da Estrutura - Suporte B (kN.m) : 151.004
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Stress no Tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Stress Resultante no Condutor (Mpa): 57.451
-> Fator de Segurança: 2.65
-> Stress Resultante no Condutor com Fator de Segurança (Mpa): 152.246
-> Limite de Escoamento - Rp0,2%(Mpa): 214.000
-> Fator Plástico - q: 1.329540
-> Limite de Escoamento - Rp0,2%, com Fator Plástico (Mpa): 284.522

**** Critério Tutorial Notes SCB3 ****


**** TUBO APROVADO ****
**** Critério IEC -60865-1 ****
**** TUBO APROVADO ****
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Flechas no Tubo
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Flecha em repouso (mm): 40.568
-> Flecha durante curto-circuito (mm): 131.898
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Distância Entre Fases
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-> Distância Durante o Curto-Circuito (m): 3.608

**********************************************************************************************

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