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Lídia Luz Correia/ Biomed.

Noturno - 2016

Sumário
MICROSCOPIA ............................................................................................................................... 3
1.Microscopia de Luz/Óptica..................................................................................................... 3
1.2 Principais características: ................................................................................................ 3
1.3 Componentes mecânicos do microscópio de luz: ........................................................... 3
1.4 Principais microscopias ópticas: ...................................................................................... 3
2.Microscopia Eletrônica ........................................................................................................... 4
2.1.Microscopia Eletrônica de Transmissão .......................................................................... 4
2.2.Microscopia Eletrônica de Varredura ............................................................................. 5

PROCARIOTOS E EUCARIOTOS ..................................................................................................... 6


Teoria da Sopa ........................................................................................................................... 6
Primeira Célula .......................................................................................................................... 6
Célula ......................................................................................................................................... 6
PROCARIOTOS ........................................................................................................................... 7
Formas das bactérias............................................................................................................. 7
Coloração Gram..................................................................................................................... 8
EUCARIOTOS.............................................................................................................................. 8
Procariotos x Eucariotos............................................................................................................ 9

MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA MP ................................................... 10


1.Membrana Plasmática ou Celular ........................................................................................ 10
1.1.Funções das Membranas Celulares ............................................................................... 10
1.2.Unidades de Membrana (U.M) ..................................................................................... 10
1.3.Membrana Plasmática .................................................................................................. 10
1.4.Representações de Fosfolipídios................................................................................... 11
1.4.1 Mobilidade de moléculas de lipídios em uma bicamada ........................................... 11
1.5 Proteínas da membrana ................................................................................................ 12
1.6 - Transporte através das membranas ........................................................................... 13
1.6.2 Transporters e canais ................................................................................................. 13
1.6.3 Transporte em Massa................................................................................................. 14
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ORGANELAS ................................................................................................................................ 16
1.Evolução das organelas: ....................................................................................................... 16
2.Mitocôndrias ........................................................................................................................ 16
3.Ribossomos .......................................................................................................................... 17
4.Poliribossomos ..................................................................................................................... 18
5. Retículo Endoplasmático ..................................................................................................... 18
6. Transporte Intracelular ....................................................................................................... 19
7. Complexo de Golgi .............................................................................................................. 19
7.1 Distribuição e exportação de proteínas ........................................................................ 21
8. Lisossomos .......................................................................................................................... 21
9. Peroxissomo ........................................................................................................................ 22

COMUNICAÇÕES CELULARES POR SINAIS QUÍMICOS ............................................................... 23


1.Tipos de Comunicação ......................................................................................................... 25
1.1.Comunicação hormonal/Endócrina) ............................................................................. 25
1.2.Comunicação parácrina ................................................................................................. 25
1.3.Comunicação por neurotransmissores (sináptica)........................................................ 25
1.4.Comumicação contato dependente .............................................................................. 26
{DNA} .......................................................................................................................................... 26
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MICROSCOPIA

1. Microscopia de Luz/Óptica

Para que os objetos sejam vistos à microscopia, dois requisitos fundamentais têm de ser
cumpridos: a interação da luz com o espécime tem de gerar absorção ou refração dos raios de
luz, criando contrastes entre o objeto e o meio que o envolve.

Em linhas gerais, os seguintes componentes ópticos do microscópio participam, direta ou


indiretamente, na formação da imagem ampliada do objeto na retina do observador.

Lente Lentes
Fonte de luz Lente Ocular
Condensadora Objetivas

1.2 Principais características:


 O posicionamento estratégico das lentes no microscópio proporciona a formação de
uma imagem invertida;
 Não há profundidade na imagem.

1.3 Componentes mecânicos do microscópio de luz:

1.4 Principais microscopias ópticas:


 Microscopia convencional;
 Microscopia de Contraste de Fase;
 Microscopia de Contraste Interferencial;
 Microscopia de Polarização;
 Microscopia de Campo Escuro;
 Microscopia de Fluorescência;
 Microscopia Confocal a Laser.
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2. Microscopia Eletrônica

O desenvolvimento da microscopia eletrônica teve início principalmente a partir de estudos do


comportamento ondulatório dos elétrons, que como foi demonstrado, comportam-se como
fótons num sistema de vácuo.

Basicamente pode-se dizer que existem duas formas de microscopia eletrônica: a microscopia
eletrônica de transmissão e a microscopia eletrônica de varredura.

A formação final da imagem pode ser interpretada como sendo eletrodensa, ou seja, escura,
quando os elétrons encontram elementos como ferro, ósmio, chumbo ou ouro, e eletrolúcida
ou clara, quando os elétrons encontram elementos como hidrogênio, carbono, nitrogênio ou
oxigênio.

O material biológico é constituído na grande maioria por elementos que se comportam como
eletrolúcidos, de modo que é necessário contrastar o material. Pode-se contrastar o material
biológico com metais pesados para se conseguir um bom contraste na imagem final.

2.1 Microscopia Eletrônica de Transmissão

O funcionamento do microscópio eletrônico de transmissão está relacionado, principalmente,


à natureza dos feixes de elétrons, utilizados na formação da imagem. Nesse tipo de
microscopia, os elétrons têm de interagir com o objeto para fornecer a imagem.

2.1.1 Principais características:


 Focaliza um feixe de elétrons utilizando uma lente eletromagnética circular;
 É utilizado em amostras de tecido superfinas (espessura de nanômetros);
 Aplicabilidade:
- Análises morfológicas;
- Caracterização de precipitados;
- Determinação de parâmetros de rede.

2.1.2 Diferenças entre microscopia de luz e eletrônica de transmissão:

Aspectos de Microscopia de luz Microscopia eletrônica


comparação convencional de transmissão

Fonte Luz visível Elétrons


Lentes De vidro Eletromagnéticas
Limite de Resolução 200 nm 0,2 nm
Formação da imagem Absorção Elétron-opacidade

2.1.3 Tecidos intactos normalmente são fixados e cortados antes


da microscopia:

Como a maioria das amostras de tecido é muito espessa para que suas células individuais
sejam examinadas diretamente a uma alta resolução, elas precisam ser cortadas em fatias
transparentes muito finas, ou secções. Primeiro, para imobilizar, matar e preservar as células
no tecido elas devem ser tratadas com um fixador. Fixadores comuns incluem formaldeído e
glutaraldeído.
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2.1.4 Microtomia:

Como os tecidos geralmente são macios e frágeis, mesmo após a fixação, eles
necessitam ser envolvidos em um meio de suporte antes de serem seccionados.
Os meios comuns de emblocamento são ceras ou resinas. Na forma líquida,
esses meios tanto permeiam como envolvem o tecido fixado; eles então podem
ser endurecidos (por resfriamento ou polimerização) para formar um bloco
sólido, que pode ser prontamente seccionado com um micrótomo, uma
máquina com uma lâmina afiada que funciona como um “fatiador de carne”.

As secções (normalmente de 1-10 µm de espessura) são estão posicionadas sobre a superfície


de uma lâmina de vidro para microscópio.

2.2 Microscopia Eletrônica de Varredura

A microscopia eletrônica de varredura pode revelar feições topográficas de uma superfície


com grande nitidez de detalhes. Esse aparelho fornece imagens tridimensionais, tanto de
objetos grandes, como vermes e insetos, quanto de células livres, como tecidos animais e
vegetais.

Essas imagens tridimensionais são obtidas quando não são utilizados os elétrons transmitidos,
e sim os elétron secundários ou refletidos, que partem da superfície da amostra quando
bombardeada pelo feixe eletrônico.

2.2.1 Comparação entre a microscopia eletrônica de transmissão e a de varredura quanto


ao preparo de amostras biológicas

Microscopia eletrônica de Microscopia eletrônica de


transmissão varredura
Fixação pelo glutaraldeído
Pós-fixação pelo tetróxido de ósmio
Desidratação em série alcoólica ou acetona
Material deverá ser incluído em Material deverá passar por uma
resinas especiais secagem especial – “ponto crítico”
Ultramicrotomia para obtenção Evaporação com ouro na superfície
dos cortes ultrafinos a ser analisada
Contrastação com metais pesados Não necessita de contrastação
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PROCARIOTOS E EUCARIOTOS

Classificação dos organismos e células

REINO Monera Protistas Fungos Vegetais Animais


Organismos Bactérias Protozoários Mofos Algas verdes, Matazoários
representativos Algas azuis Crisófitas Fungos vermelhas,
verdadeiros marrons
Briófitas
Traqueífitas
Classificação Procariontes Eucariontes Eucariontes Eucariontes Eucariontes
celular

 Teoria da Sopa
A vida teria começado em uma “sopa primordial” de moléculas orgânicas, antes de evoluir
para fora dos oceanos.
Porém, recentemente, um artigo pioneiro teria afirmado que foi a energia química da Terra,
procedente dos respiradouros hidrotermais oceânicos, seria o catalizador que deu o primeiro
impulso para a vida.

 Energia geotérmica + matéria inorgânica

Bactéria

Animais multicelulares

 Primeira Célula

Formação de uma membrana por moléculas fosfolipídicas anfifílicas.


Essas moléculas possuem uma cabeça hidrofílica (afinidade por água,
fosfato) e uma cauda hidrofóbica (evitam água, hidrocarboneto). Na
interface entre o óleo e a água, as moléculas se arranjam como uma
camada simples com seus grupos hidrofílicos voltados para a água e
os hidrofóbicos para o óleo. Quando imersas em água, elas se
agregam em forma de bicamadas, contendo compartimentos
aquosos.

 Célula
 Menor unidade estrutural e funcional dos organismos;
 Unicelulares
 Pluricelulares
 Precisa possuir membrana plasmática;
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 Necessita conter material genético para codificar RNA’s e Proteínas;


 Precisa possuir maquinaria biológica para síntese proteica.

 Obs: Vírus
 Organismo acelular;
 Depende de células hospedeiras (parasita obrigatório);
 Ausência de membrana semipermeável;
 Contém apenas um tipo de ácido nucleico (RNA ou DNA);
 Apresenta capsídeo ou envoltório do vírus;
Formado de proteínas, função de proteger o ácido nucleico

 PROCARIOTOS
 Escassez de membrana;
 Parede celular rígida, resistente (20nm) e permeável;
 Polissacarídeos
 Lipídeos
 Proteínas - Porinas
 Permeabilidade (Gram positivas)
 Marcadores antigênicos
 Ácido Teicóico (nas gram positivas)
 Membrana plasmática lipoprotéica seletiva;
 Enzimas imersas
 Mesossomos
 Nucleóide (um cromossomo circular sem nucléolo);
 Transcrição e tradução simultâneas e num único compartimento;
 Ribossomos 70S (50S + 30S) coeficiente de sedimentação;
 Presença de plasmídeo;
 Formam esporos;
 Condições adversas
 Prolongamentos
 Flagelos (flagelina)
 Fímbrias comuns e sexuais (pili) + numerosas que flagelos
 Reprodução: Divisão por fissão binária
 Formas das bactérias

1º- Cocos

2º- Bacilos

4º- Espirilos
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 Coloração Gram
Devido às propriedades de suas paredes, as bactérias são divididas em dois grupos: as
gram-positivas e as gram-negativas. A colocação de um determinado tipo de bactéria em
um desses grupos depende de sua reação com a técnica de gram. As bactérias que, após a
aplicação da técnica de Gram, aparecem coradas de roxo, são chamadas de Gram-
positivas. As que não retêm a cor roxa, permanecendo com a cor vermelha ou adquirindo
tal cor, são chamadas de Gram-negativas. Essa diferença ocorre, pois a composição da
parede celular das células gram-positivas é muito diferente da gram-negativa,
possibilitando a entrada do corante para dentro do citoplasma, causando a marcação pelo
corante. Isso não ocorre com as bactérias gram-negativas, pois a sua parede celular é
muito mais complexa. A membrana externa das bactérias gram-negativas contém
moléculas proteicas, denominadas porinas, que formam canais por onde penetram
diversas substâncias.

 Gram Positiva: Acetona + Etanol não retiram a cor (ROXO)


 Parede de Ácido Teicóico
 Gram Negativa: Acetona + Etanol retiram a cor (ROSA)

FIXAÇÃO

CRISTAL VIOLETA

IODO

DESCOLORAÇÃO

RECOLORAÇÃO (Safrina)

 EUCARIOTOS
 Riqueza de membranas;
 Compartimentalização
 Especialização funcional;
 Forma;
 Adaptações funcionais
 Citoesqueleto
 Envoltório nuclear/ Invólucro: carioteca
 Núcleo de morfologia variável
 Cromatina (complexo de DNA(RNA) e proteínas)/Ribossomos
 Nucléolo
 Transcrição no núcleo
1 trinca = 1 aminoácido
 Tradução no citoplasma
 Ribossomos 80s (60s e 40s) – coeficiente de sedimentação
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 Citoplasma = Organelas + citosol + citoesqueleto envoltos pela M.P


 Unidade de membrana (U.M)
 Barreira seletiva
 Mosaico flúido (lipoprotéica)
 Glicocálix

Esquema representando uma célula eucariótica animal típica

 Procariotos x Eucariotos
 Semelhanças:
 Organização molecular e funções
 Mesmo código genético
 Maquinaria de síntese proteica
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MEMBRANA PLASMÁTICA E TRANSPORTE ATRAVÉS DA


MP

1. Membrana Plasmática ou Celular


 Localiza-se na porção mais externa do citoplasma e separa a célula do
meio externo, contribuindo para manter a homeostasia no meio
interno;
 É uma estrutura trilaminar (7-10nm de espessura) e só pode ser vista
utilizando microscópio eletrônico como duas linhas escuras separadas
por uma linha central clara chamada unidade de membrana ou
membrana unitária.
TEM mostrando as
membranas
plasmáticas e o
espaço intercelular

1.1 Funções das Membranas Celulares


 Define os limites da célula;
 Separa o conteúdo intracelular do meio extracelular mantendo sua
composição diferencial;
 Seleciona as moléculas polares que possam entrar na célula;
 Permeabilidade seletiva
 Permite a modificação da forma do e do tamanho da célula;
 Flexibilidade
 Permite adesão e comunicação entre as células e a matriz extracelular;

1.2 Unidades de Membrana (U.M)

Formada por bicamadas lipídicas formadas principalmente por fosfolipídios contendo uma
quantidade variável de moléculas protéicas que se projetam em uma das faces da membrana
ou nas duas.

1.3 Membrana Plasmática


Apesar de morfologicamente parecidas, as unidades de membrana não são iguais nem na
composição química nem nas suas funções (propriedades biológicas).
 – Ex: membrana da mielina tem papel isolante elétrico e constitui-se 80% de
lipídios;
 – as membranas mitocondriais, metabolicamente muito ativas são compostas
predominantemente por proteína e 25% de lipídios.
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1.4 Representações de Fosfolipídios


São constituídos por uma molécula de glicerol, duas (ou uma) cadeias de ácidos graxos (uma
saturada e uma insaturada), um (ou dois) grupo fosfato e uma molécula polar ligada a ele.

Os lipídios das membranas são moléculas longas com uma extremidade hidrofílica (sol. água)
e uma cadeia hidrofóbica (sol. lipídios).
Nas Moléculas anfipáticas, as cadeias apolares (hidrofóbicas) estão colocadas no interior da
membrana enquanto as polares (hidrofílicas), voltadas para superfícies da membrana.

2. Obs - Lipossomo: vesícula esférica que varia de 25nm a 1μm

1.4.1 Mobilidade de moléculas de lipídios em uma bicamada


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1.5 Proteínas da membrana


Distinguem-se proteínas periféricas e as integrais da membrana conforme a maior ou menor
facilidade de extração. As que atravessam toda espessura da membrana chamam-se
transmembrana.

As proteínas podem ser deslocadas no plano da membrana, por atividade do citoesqueleto


(microtúbulos e filamentos de actina).

Existe nítida assimetria entre as duas faces da membrana plasmática. A face externa é rica em
glicoproteínas receptoras enquanto a face interna (citoplasmática) possui proteínas que se
ligam de modo reversível aos filamentos de citoesqueleto.

Açucares ligado a proteínas, a glicosaminoglicanos e a Lipídios da face externa de membrana


formam uma camada contínua, de espessura variável, em volta das células: Glicocálix

Glicocalix: Protege a célula contra agressões físicas e químicas, retém nutrientes e enzimas e
participa do reconhecimento celular e reconhecimento intercelular

Dentre as glicoproteínas secretadas que passam a fazer parte do glicocálix uma das mais
abundantes é a fibronectina. Ela possui regiões que se combinam com moléculas
extracelulares e da superfície de outras células. Faz a continuidade do citoesqueleto e o meio
externo. Unindo a célula à matriz extracelular.

Para que as células cresçam e se multipliquem é necessário que as substâncias adequadas


sejam selecionadas e transferidas para dentro da célula e as substâncias desnecessárias sejam
impedidas de penetrar, ou então, eliminadas do citoplasma.

 Enzimas, bomba Na e K, proteínas carreadoras transmembrana, canais iônicos


seletivos e uma grande variedade de receptores exercem estas funções.

Graças a seus receptores específicos, a membrana tem a capacidade de reconhecer outras


células e diversos tipos de moléculas;

É dotada de especificidade permitindo o estabelecimento de certos tipos de relacionamento:

 Inibição por contato: células cultivadas de um tecido quando encontram-se


com células de outro grupo cessam as mitoses (multiplicação).

As proteínas da membrana são imunogênicas, e promovem resposta imunitária frente um


organismo estranho.

O mecanismo para distinguir o que é próprio do que é estranho depende de um grupo de


glicoproteínas que se projetam na face externa da membrana: Complexo principal de
histocompatibilidade MHC (major histocompatibility complex).
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1.6 - Transporte através das membranas


 Transporte passivo: quando não envolve o consumo de energia do sistema, sendo
utilizada apenas a energia cinética das moléculas; a movimentação dá-se a favor do
gradiente de concentração.
 Transporte ativo: quando o transporte das moléculas envolve a utilização de
energia pelo sistema; no caso da célula viva, a energia utilizada é na forma de
Adenosina tri-fosfato (ATP); a movimentação das substâncias dá-se contra o
gradiente de concentração.

1.6.1 Relativa Permeabilidade de uma bicamada lipídica sintética a diferentes classes


de moléculas:

Quanto menor a molécula e, mais


importante, quanto menos fortemente
ela se associa à água, com mais
rapidez a molécula difunde-se através
da bicamada.

1.6.2 Transporters e canais

Existem duas principais classes de proteínas de transporte de membrana: transportadoras e de


canal

 Transporters (carreadores ou permeases): ligam-se ao soluto, sofrem mudanças


conformacionais e o transportam através da membrana; Cada proteína transporta uma
classe determinada de moléculas (como íons, açúcares ou aminoácidos) e, muitas
vezes, somente certas espécies moleculares de uma classe.
 Canais: formam poros aquosos que se estendem através da bicamada lipídica; quando
esses poros são abertos, eles permitem que solutos específicos (geralmente íons
inorgânicos de tamanho e de carga apropriados) passem através deles e, portanto,
cruzem a membrana.


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 Transportes passivo e ativo comparados:

O transporte passivo a favor de um gradiente


eletroquímico ocorre espontaneamente, por
difusão simples através da bicamada lipídica ou
por difusão facilitada através de canais e
transportadores passivos. Em contraste, o
transporte ativo requer um aporte de energia
metabólica e é sempre mediado por
transportadores que captam energia metabólica
para bombear o soluto contra seu gradiente
eletroquímico.

 (Curiosidade) Respostas de hemácia humana a mudanças na osmolaridade do


fluido extra-celular:

A célula incha ou murcha com o movimento da água para o interior ou para o exterior da célula
a favor do seu gradiente de concentração.

Transporte através da Membrana


• Compostos hidrofóbicos: passam facilmente pela membrana (solúveis em lipídios:
ácidos graxos, hormônios esteroides, anestésicos);
 Substâncias hidrofílicas: (insolúveis em lipídios) penetram nas células com mais
dificuldade.

1.6.3 Transporte em Massa


Conjunto de mecanismos de incorporação e eliminação de substâncias por endocitose ou
exocitose.

 Endocitose:
 Fagocitose : restrita a alguns tipos celulares;
 Diminuí a área da MP
 Pseudópodos englobam partículas sólidas que se fixam no glicocálix
 Ex: partículas estranhas englobadas pelos macrófagos
 Pinocitose: ocorre em quase todos os tipos celulares.
 Não seletiva: englobamento de qualquer partícula líquida;
 Seletiva: englobamento de substâncias que se aderem a receptores.
 Ex.: transferrina.
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 Exocitose:
 O trânsito para fora de célula (células secretoras);
 Aumenta a área da MP

 Curiosidade: Após a digestão de macromoléculas


nos lisossomos podem restar resíduos do processo
digestivo corpos residuais que se acumulam nas
células de vida longa grânulos de fuscina.
 Outras enzimas lisossômicas podem participar de
digestão extracelular
 Ex: eosinófilos em certos tipos de infecção.
 Os lisossomos são responsáveis pelo processo de
destruição de organelas alteradas (autofagia
formando autofagossomo).
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ORGANELAS

1. Evolução das organelas:

• Precursores da 1ª célula eucariótica

 Microorganismos simples (bactérias)


 Apenas com membrana plasmática

• Ocorreram 2 formas de evolução:

 Originadas de invaginações da MP;


 organelas das vias endocítica e secretora
 Engolfadas por células eucarióticas primitivas;
 mitocôndrias e cloroplastos

2. Mitocôndrias
 Teoria da origem simbiótica
 Defeitos mitocondriais: doenças envolvendo tecidos que necessitam de uma alta
demanda energética proveniente de respiração, como no tecido muscular, onde a
miopatia mitocondrial leva a uma fraqueza do músculo.
 Morfologia: limitada por duas UM, são principalmente formadas por proteínas e
lipídios. Contém material genético (DNA/RNA), renovando-se constantemente. De
forma esférico-alongada, localizam-se nas porções
citoplasmáticas onde há maior gasto energético, em
quantidade e número de cristas proporcionais ao
metabolismo. Crista – divisão interna das mitocôndrias,
de formato esférico ou tubular.
 Funções: (1) liberar energia pela oxidação de ácidos
graxos e glicose, dispersando-a na forma de calor ou
armazenando-a como ATP.* Se há necessidade de
liberação de energia, a enzima ATPase cliva a molécula de
ATP em um ADP e um fosfato inorgânico (Pi).
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3. Ribossomos
 Partículas pequenas compostas por 2 subunidades distintas, cada uma contendo
proteínas características e RNAs ribossomais;
 São locais de síntese protéica;
 Existem 2 tipos de ribossomos;
 Procariontes, cloroplastos e mitocôndrias
 Eucariontes
 Composição:
 Subunidade Pequena - 40S
 Ligação ao mRNA e ao tRNA
 1 rRNA (18S) + 33 proteínas
 Subunidade Grande - 60S
 Catalisa as ligações da cadeia peptídica envia para a luz do RE
 3 rRNAs (5S; 5,8S e 28S) + 49 proteínas
 Função: Síntese proteica

Código Genético: é a relação entre a sequência de bases no RNA e a sequência


correspondente de aminoácidos na proteína.

Dobramento co-traducional de uma proteína: Uma


cadeia polipeptídica em crescimento é ilustrada
adquirindo suas estruturas secundária e terciária
conforme emerge do ribossomo. O domínio N-terminal
dobra-se primeiro, enquanto o domínio C-terminal
ainda está sendo sintetizado. Essa proteína ainda não
adquiriu sua conformação final no momento em que é
liberada do ribossomo.
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4.Poliribossomos
É a ligação de vários ribossomos a um mesmo mRNA.

 Síntese Protéica - 20 a 60 segundos


 Cada ribossomo funciona independentemente;
 Tipos:

 Livres
 Acoplados ao RER

5. Retículo Endoplasmático
É o maior sistema de membranas da célula, constituído por um sistema de túbulos e cisternas
interconectados:

 Dividido de acordo com a presença de ribossomos:


 Retículo Endoplasmático Rugoso ou Granular
 Continuidade com a membrana nuclear externa
 Funções:
 Secreção de proteínas
céls. acinosas do pâncreas (enzimas)
fibroblastos (colágeno)
plasmócitos (imunoglobulinas)
 Segregar do citosol proteínas
secreção - lisossomos – MP
 Glicosilação inicial de glicoproteínas;
 Direcionamento das Proteínas
Co-traducional
Pós-traducional
 Retículo Endoplasmático Liso ou Agranular
 Funções:
 Síntese de esteróides, colesterol e triglicerídios (céls. de Leydig, céls. da
teca interna, adrenal);
 Degradação de material tóxico (barbitúricos e álcool, conjugação,
oxidação e metilação);
 Regula a contração muscular (sequestro de Ca++);
 Síntese de fosfolipídios;
Movimentos (Flip-flop, difusão
lateral, torração e flexão)
 Hidrólise do glicogênio;
glicose-6-fosfatase
também ocorre no RER

REL E REG são a mesma organela mas com funções diferentes e


complementares dependendo do acoplamento e
desacoplamento das unidade ribossomais.
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6. Transporte Intracelular
Os microtúbulos formam o substrato para os movimentos intracelulares de organelas e
vesículas. Este transporte é efetuado pelas proteínas motoras (dineína e cinesina), que utilizam
energia de ATP.

 Extremidade (+): crescimento mais rápido, periferia celular (cinesina)


 Extremidade (-): crescimento mais lento, centrossomo (dineína)

Organelas envolvidas com fornecimento de energia, degradação e síntese:

7. Complexo de Golgi

A face cis das pilhas de Golgi é aquela mais


próxima ao RE.
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Funções:

 Processamento e Distribuição de Proteínas:


 Modificação e síntese da porção glicídica das glicoproteínas;
 Grande variedade de oligossacarídios adicionados.
 Síntese de Lipídios e Glicolipídios:
 Síntese de glicolipídios e esfingomielina;
 Adição de polissacarídios.

Setas azuis: recuperação de componentes selecionados.


Setas Vermelhas: Há QUATRO DESTINOS – lisossomos, endossomos primários, vesículas de secreção e
ambiente extracelular.
Setas Verdes: Via endocítica de degradação de conteúdo importado.

 Clatrina
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 Cavéolas (membrana plasmática):


 Além das fossas e das vesículas revestidas de clatrina, há outros mecanismos
menos conhecidos pelos quais as células podem formar vesículas pinocíticas;
 Transportar moléculas através das células endoteliais;
 Acredita-se que eles se formem a partir de microdomínios de membrana, ou
balsas lipídicas;

7.1 Distribuição e exportação de proteínas


 Via Secretora Constitutiva:
 incorporação na MP;
 secreção contínua e sem controle.
 Via de Secreção Regulada:
 secreção controlada por sinais externos;
 armazenamento na rede trans;
 ex: neurotransmissores, hormônios.
 Via Lisossomal:
 proteínas marcadas com resíduos de manose 6-fosfato;
 fosforilação da manose.

8. Lisossomos
 envoltos por membranas;
 suas enzimas são capazes de hidrolisar todos os
tipos de polímeros biológicos.
 Bomba de hidrogênio que bombeia prótons
(havendo gasto de energia ATP) para acidificar o
meio/lúmen (ph +/- = 5) para maximizar o
rendimento das enzimas.
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 Manose 6-fosfato:
 é um marcador único ligado a oligossacarídeos em algumas glicoproteínas
destinadas aos lisossomos.

9. Peroxissomo

Funções:

 Degradação de compostos e desintoxicação:


 ácido úrico, aminoácidos e ácidos graxos;
 rim e fígado: etanol (25% - oxidado a acetoaldeido).
 Quebra de moléculas de ácidos graxos:
 ácido graxo - AcetilCoA - citoplasma (β-oxidação).
 Formação dos plasmalógenos:
 fosfolipídios mais abundantes na mielina;
 anormalidades na mielinização dos nervos.
 Utilizam O2 para remover átomos de H associados a substratos orgânicos específicos;
 Se reproduzem por divisão, como as mitocôndrias;
 Circundados por membranas simples;
 Sem DNA ou ribossomos (proteínas do citosol);
 Contêm enzimas oxidativas:
 Catalase (usa o peróxido de hidrogênio);
 Urato oxidase.
Lídia Luz Correia/ Biomed. Noturno - 2016

COMUNICAÇÕES CELULARES POR SINAIS QUÍMICOS

Quatro processos essenciais ao desenvolvimento dos organismos multicelulares:

 Produção de MUITAS células;


 Criação de Células diferentes;
 Coordenação do comportamento de células vizinhas;
 Deslocamento e rearranjo das células.

Células Animais dependem de múltiplas moléculas sinalizadoras Extracelulares:

Diferentes tipos celulares respondem diferentemente a MESMA molécula


sinalizadora extra-celular:
Lídia Luz Correia/ Biomed. Noturno - 2016

Nos organismos multicelulares, a troca de informações se dá por meio de moléculas: sinais ou


mensageiros químicos.
A troca de sinais químicos entre as células é essencial para:
•formação de tecidos;
• multiplicação celular;
• fagocitose;
• síntese de anticorpos;
• atração de leucócitos para defesa;
• coordenação do metabolismo;
• outras atividades celulares.

Os sítios de ligação a moléculas sinalizadoras extra-celulares podem localizar-se na superfície


celular ou internamente.

Eventos intracelulares ativados por molécula sinalizadora extra-celular:


Lídia Luz Correia/ Biomed. Noturno - 2016

1. Tipos de Comunicação

 A molécula que constitui o sinal químico chama-se ligante.


 A molécula celular que se combina com o ligante e desencadeia uma resposta na célula
chama-se receptor.
 Considerando-se principalmente a distância percorrida pela molécula sinalizadora e as
características de seu trajeto, distinguem-se 4 tipos de comunicação:

1. Comunicação hormonal ou endócrina;


2. Comunicação parácrina;
3. Comunicação por neurotransmissores;
4. Comunicação contato dependente.

1.1 Comunicação hormonal/Endócrina)

Sinalizadores (hormônios) são transportados pelo sangue e vão agir à distância sobre células-
alvo (com receptores específicos)

 Secretados por glândulas endócrinas;


 Lançados no meio extracelular;
 Penetram na circulação sanguínea;
 Distribuem-se por todo corpo.

1.2 Comunicação parácrina

Molécula sinal difunde-se alguns milímetros ou centímetros no meio extracelular atuando em


células próximas.

 Secreção que atua sobre o mesmo tipo de


células chama-se secreção autócrina.

Secreção parácrina corresponde a mediadores químicos de ação local.

Ex: histamina e heparina sintetizados por mastócitos (células tecido


conjuntivo).

1.3 Comunicação por neurotransmissores (sináptica)

Ocorre nas sinapses. Estruturas muito especializadas conectam funcionalmente um neurônio


com outro, ou com células musculares ou glandulares. O axônio (prolongamento do neurônio
pré-sináptico), conduz as moléculas neurotransmissoras e as libera na fenda sináptica. A
membrana da célula pós-sináptica possui receptores para o sinal e encontra-se a 20nm da
membrana do terminal axônico.
Lídia Luz Correia/ Biomed. Noturno - 2016

Neurônios Olfativos: cílios apresentam tanto receptores quanto maquinaria responsável pela
transdução de sinais.

1.4 Comumicação contato dependente


Não precisa de um mediador. A célula sinalizadora através da molécula-sinal liga-se
diretamente à célula-alvo.

{DNA}

Inserção (In): inserir um nucleotídeo no DNA

Deleção (Del): Tira-se um nucleotídeo

Substituição

Danos:

 Transição: A G ou C T (púrica p/ púrica ou pirimídica p/ pirimídica);


 Transversão: A ou G por C ou T (púrica p/ pirimídica e vice-versa)

Hematoxilina (He) – Roxo: Núcleo é Basófilo

Eosina – Rosa: Citoplasma é Acidófilo (eosinofílico)

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