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ENG03366

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA MECÂNICA

ENG 03363 – INTRODUÇÃO À


ENGENHARIA MECÂNICA
Aula No. 1 - Introdução
Francis H. R. França
Tópicos

• O que é engenharia?

• A grade curricular

• Inova Engenharia

• Pós-graduação em engenharia mecânica

• Engenharia e ética

• Criatividade

• Eficiência nos estudos

• Solução de problemas

• Perfis psicológicos
O Que é Engenharia?
O Que é Engenharia?

• “Engenharia é a arte de aplicar conhecimentos científicos e


tecnológicos à criação de estruturas, dispositivos, processos e
informações que possibilitem converter recursos em formas
adequadas ao atendimento das necessidades humanas.”
(Bazzo & Vale Pereira)
O Que é Engenharia?

• “Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos


da ciência, da matemática e da economia para solucionar
problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. É o
conhecimento prático que distingue os engenheiros dos
cientistas.” (Holtzapple & Reece)
E engenharia mecânica?
E engenharia mecânica?

“Engenharia mecânica é a área da engenharia que abrange a


aplicação dos princípios da física para a análise, projeto,
fabricação e manutenção de sistemas mecânicos. Ela requer
um entendimento aprofundado de conceitos como mecânica,
termodinâmica e projeto, além de uma base sólida em física e
matemática. Engenheiros mecânicos utilizam esses e outros
princípios no projeto e análise de veículos, sistemas de
aquecimento e resfriamento, equipamentos industriais,
estruturas mecânicas etc.” (New World Encyclopedia)
O Que é Engenharia?

• Conhecimentos científicos e tecnológicos: acervo de


conhecimentos adquiridos durante o curso e nas atividades
profissionais, e a habilidade de aplicá-lo corretamente na
solução de problemas (análise);

• Arte: individualidade das soluções, emprego de criatividade


e conhecimentos de diferentes áreas, a estética das soluções
de engenharia (síntese).
Estrutura Curricular
Estrutura Curricular

• O currículo do curso abrange uma seqüência de disciplinas


e atividades ordenadas por matrículas semestrais em uma
seriação aconselhada;
• Grade curricular organizada em 10 etapas;
• O currículo é composto por disciplinas obrigatórias e
eletivas, e atividades complementares;
• O número de créditos obrigatórios é 235;
3825 horas
• O número de créditos eletivos é 20;
• O número de créditos de atividades complementares é 6.
Inova Engenharia
Perfil do Engenheiro
(Inova Engenharia)

“Os engenheiros devem ser capacitados não só em conhecimentos


técnicos, como para perceber, definir e analisar problemas e
formular soluções, para trabalhar em equipes, para se reciclar
continuamente ao longo de toda a vida profissional, para fazer uso
de tecnologias de informação e incrementá-las.”
Perfil do Engenheiro
(Inova Engenharia)

“É necessário que o engenheiro tenha iniciativa, criatividade,


espírito empreendedor e capacidade de atualização constante.”
Perfil do Engenheiro
(Inova Engenharia)

“O engenheiro deve ter a capacidade de comunicação e saber


trabalhar em equipes multidisciplinares. Ter consciência das
implicações sociais, ecológicas e éticas envolvidas nos projetos de
engenharia, falar mais de um idioma e estar disposto a trabalhar
em qualquer lugar do mundo.”
Aptidões exigidas
(Inova Engenharia)

• Sólido domínio na áreas básicas;


• Capacidade para apropriar-se de novos conhecimentos;
• Espírito de pesquisa;
• Capacidade para conceber e operar sistemas complexos;
• Aptidão para desenvolver soluções originais e criativas;
• Habilidade para trabalhar em equipe;
• Domínio de conceitos como qualidade total, produtividade,
segurança e preservação do meio ambiente;
• Conhecimentos de aspectos legais e normativos;
• Domínio de línguas estrangeiras;
• Percepção de mercado.
Características do Engenheiro de Sucesso

• Perseverança  gratificação imediata;


• Criatividade;
• Organização;
• Atenção aos prazos e pontualidade;
• Bom senso;
• Curiosidade;
• Manutenção de um biblioteca profissional;
• Envolvimento com a comunidade.
Curva de Conhecimentos
Aplicados do Engenheiro
Curva de Conhecimentos Aplicados

formação em
Conhecimentos aplicados engenheira

formação
técnica

tempo

Saída do curso
Fazer ou Não Fazer Pós-Graduação
em Engenharia Mecânica?
Fazer ou Não Fazer Pós-Graduação em Engenharia Mecânica?

1. Aprofundar os conhecimentos adquiridos durante a


graduação;
2. Cursar disciplinas em uma fase de maior maturidade
técnica e em assuntos de maior interesse;
3. Realizar pesquisa e escrever uma dissertação ou tese em
uma área específica de interesse;
4. Participar de congressos científicos, publicar;
5. Aproveitar um dos momentos ideais para a realização da
pós-graduação: logo após a graduação;
6. Demanda no País por mestres e doutores em engenharia.
Fazer ou Não Fazer Pós-Graduação em Engenharia Mecânica?

Lato sensu (cursos de especialização e MBA)


• Abrange domínio científico e técnico de uma certa e
limitada área do saber ou da profissão;
• Concede certificado.
Stricto sensu (mestrado e doutorado);
• Desenvolve e aprofunda a formação adquirida no âmbito
da graduação de forma ampla;
• Concede grau acadêmico.
Engenharia e Ética
Introdução à Engenharia (Holtzapple e Reece, 2006)
Engenharia e Ética
(Holtzapple e Reece)

• Proteger a segurança, a saúde e o bem-estar públicos;


• Atuar apenas em áreas de competência;
• Ser verdadeiro e objetivo;
• Comportar-se de forma honrosa e digna;
• Seguir aprendendo para aprimora-se tecnicamente;
• Prover trabalho honesto e árduo aos clientes e empregadores;
• Informar as autoridades competentes sobre as atividades
danosas, perigosas ou ilegais;
Engenharia e Ética
(Holtzapple e Reece)

• Envolver-se com assuntos cívicos e comunitários;


• Proteger o meio-ambiente;
• Não aceitar propinas ou presentes que possam interferir no
julgamento da engenharia;
• Proteger a informação confidencial de empregadores e
clientes;
• Evitar conflitos de interesse.
O Professor Como
Modelo Profissional e Ético

• Preparação para as aulas;


• Organização, clareza, objetividade e pontualidade;
• Atualização contínua do conhecimento;
• Exigência elevada quanto à qualidade de ensino e aprendizado;
• Avaliações condizentes com o conteúdo lecionado;
• Transparência nas correções e revisões;
• Disponibilidade para atendimento fora dos horários de aula;
• Respeito e cordialidade com os alunos;
• Exercer a autoridade sem autoritarismo.
Ética Acadêmica

Considere o seguinte cenário:


A turma se reúne em um dos bares da cidade baixa na quinta-
feira à noite. Um dos colegas diz que passou em um disciplina
sem estudar, apenas colando. Como você acha que o grupo
julgaria o colega?
( ) Positivamente, afinal ele conseguiu enganar o
professor.
( ) Com indiferença.
( ) Há um certo constrangimento; o colega passa a ser
tratado com desconfiança pelos demais.
( ) O colega é repreendido pelo grupo.
Ética Acadêmica

Em qual ambiente acadêmico você preferiria estudar?


( ) Naquele em que os todos os alunos são avaliados
igualmente por seus méritos acadêmicos, frutos do
trabalho, diligência e talento.
( ) Naquele em que tudo é válido: professores e estudantes
não observam a ética acadêmica.
Ética Acadêmica

Código Disciplinar Discente – UFRGS/Resolução Nº 07/2004


Art. 9º – São infrações disciplinares discentes graves:
(...)
IX – plagiar, total ou parcialmente, obras literárias, artísticas,
científicas, técnicas ou culturais;
X – apresentar, em nome próprio, trabalho que não seja de
sua autoria;
(...)
Criatividade
Introdução à Engenharia (Bazzo e Vale Pereira, 2000)
O Estereótipo do Engenheiro

• Indivíduo frio e calculista;

• Dedicado apenas a assuntos técnicos e a problemas práticos


bem específicos;

• Os resultados dependem somente dos conhecimentos


científicos formais consagrados e dos desenvolvimentos
tecnológicos dominados;

• Para solucionar os problemas, existem técnicas próprias


adequadas e fórmulas prontas que, convenientemente
aplicadas, resolvem qualquer um deles.
Engenharia e Criatividade

• Uma pessoa criativa tem a capacidade de sintetizar novas


combinações de idéias e conceitos, entre formas comuns e
usuais;
• Idéias criativas não surgem de um lampejo mágico ou
espontaneamente.
• Requisitos para a criatividade:
- Conhecimentos;
- Esforço exercido;
- Aptidão;
- Método empregado.
Conhecimento e Criatividade

• Quanto mais amplo o acervo de conhecimentos, maior o


volume de matéria-prima para originar soluções (criativas);
• Principal requisito para a geração de soluções quanto maior
o acervo de conhecimentos mais ampla será a fonte de
informações e maior a probabilidade de gerar idéias:
- Formação técnica nas ferramentas da engenharia;
- Economia;
- Administração;
- Direito;
- Concepção ambiental;
- Outras áreas de conhecimento.
Esforço e Criatividade

• A perseverança é um fator decisivo: não se pode desistir no


primeiro obstáculo:
“O gênio é 1% de inspiração e 99% de transpiração”
(Thomas Alva Edison);
• Deve-se aprender com os erros e com o inesperado;
• Prosseguir no trabalho enquanto se divisar possibilidade de
sucesso é o caminho para a solução bem-sucedida;
• A quantidade de esforço empregado em num trabalho
depende unicamente de cada pessoa.
Aptidão e Criatividade

• Característica que tem íntima relação com a formação


educacional do indivíduo;
• Sabe-se que determinadas pessoas têm mais aptidão que
outras para certas atividades;
• Os tipos de inquietudes, incentivos que se tem desde a
infância, certamente é um fator primordial que direciona o
gosto que se adquire pelas diversas atividades;
• Uma relativa ausência de aptidão pode ser amenizada pelos
conhecimentos adquiridos, esforço e método empregado.
Método e Criatividade

• É o caminho ao longo do qual se pode chegar ao ponto


desejado;
• Isto implica intencionalidade e movimento: caráter dinâmico
do método;
• É imprescindível a utilização de um método na procura de
soluções pois economiza tempo com a eliminação de passos
desnecessários;
• Emprego de técnicas de visualização e desenho;
• Um método também auxilia a busca em fontes de consulta
(livros, revistas científicas, catálogos, Internet etc.)
realimentando o acervo de conhecimentos do profissional.
Contra a Criatividade

• Hábito;
• Preocupação prematura com os detalhes;
• Dependência excessiva dos outros;
• Motivação em excesso;
• Medo de crítica;
• Conservadorismo;
• Satisfação prematura;
• Rejeição prematura.
Solução de Problemas
Teaching Engineering (Wankat e Oreovicz, 1993)
Solução de problemas (1)

Aspecto Novato Expert

Estratégia Tentativa-e-erro Bem definida

Preparação Solução desorganizada Solução organizada

Informação Não reconhece o que realmente Reconhece o que é mais relevante


importa no problema

Esquematização Geralmente não faz Geralmente faz

Atitude Desiste quando em dificuldade Persistência, não desiste

Avaliações Ansiedade Confiança

Problemas extensos Não analisa as partes Resolve em partes

Enunciado do problema Dificuldade em interpretá-lo Precisão no entendimento

Memória Poucos itens Padrões e blocos


Solução de problemas (2)

Aspecto Novato Expert

Limites Não calcula Calcula para verificar a solução

Equações Memoriza ou procura uma pronta Utiliza relações fundamentais para


para cada tipo de problema deduzir cada caso

Monitoramento da solução Não faz Mantém-se atento

Precisão Não se preocupa Bastante cuidadoso

Avaliação dos resultados Não faz Utiliza experiência adquirida

Erros cometidos Ignora-os Procura aprender com eles

Ações Pensa, inativo, quieto Utiliza papel e lápis, ativo, inquieto

Procedimento Decide resolver depois de Entende que equações e métodos


encontrar a equação estão integrados
Estratégias de Solução de Problemas (1)

• Motivação. Considerando-se que a ansiedade é um dos maiores


entraves à solução de problemas, a auto-confiança é fundamental.

• Definição. Listar dados e incógnitas, esboçar o sistema


considerado, indicar as hipóteses e restrições.

• Exploração. Questões sobre o problema: “Trata-se de um


problema rotineiro?”, “Já resolvi algo parecido?”, “Quais conteúdos
estão envolvidos?”, “Qual método de solução a ser aplicado?”
Estratégias de Solução de Problemas (2)

• Planejamento. Lógica para uma solução passo-a-passo.

• Resolução. Colocar números para obter a resposta. Esta etapa


pode envolver antes uma solução simbólica.

• Verificação. Verificar internamente (cálculos, unidades, equações)


e externamente (“As grandezas fazem sentido?”) os resultados.

• Generalização. “O que foi aprendido?”, “Quais as dificuldades


superadas?”, “Como resolver mais eficientemente da próxima
vez?”, “Quais os parâmetros mais relevantes?”
Lidando com dificuldades

• Simplifique o problema e resolva alguns casos limites;

• Verifique se não há informações de menos ou em excesso;

• Relacione o problema a algum já resolvido;

• Tente substituir números;

• Mude a representação do problema;

• Tente resolver de trás para frente;

• Dê um tempo;

• Repense os fundamentos;

• Procure alguma ajuda: colegas e professores.


Tipos Psicológicos
Teaching Engineering (Wankat e Oreovicz, 1993)
Tipos psicológicos

Direcionamento da energia e interesses


E meio externo à pessoa Extrovertido
I mundo interno de idéias e ações Introvertido
Tipo de percepção
S aspectos práticos e imediatos da experiência Sensorial
N possibilidades e significados da experiência Intuitivo
Tipo de tomada de decisão
R lógica, objetividade Racional
M subjetividade, individualidade Emocional
Orientação ao mundo externo
J ordenamento, planejamento Julgador
P espontaneidade, adaptabilidade Perceptivo
Extrovertido × Introvertido

• Extrovertido (E):
- Apreciação por pessoas e ações;
- Ações rápidas;
- Facilidade de comunicação;
- Orientação para aplicações;
- Preferência pelo trabalho em grupo.
• Introvertido (I):
- Preferência pela quietude e concentração;
- Apreciação por idéias e conceitos;
- Dificuldade de comunicação;
- Confia no brilho interno;
- Preferência pelo trabalho individual.
Sensorial × Intuitivo

• Sensorial (S):
- Emprego dos sentidos e observação;
- Trabalho contínuo e passo-a-passo;
- Apreciação pela precisão;
- Preferência por métodos estabelecidos;
- Adaptabilidade à rotina.
• Intuitivo (N):
- Imaginação e visualização de novas possibilidades;
- Trabalho intenso durante períodos descontínuos;
- Certa negligência pela precisão;
- Confia na intuição;
- Desapego à rotina.
Racional × Emocional

• Racional (R):
- Objetividade analítica;
- Trabalho através de causa e efeito;
- Tendência à lógica;
- Opiniões bem determinadas;
- Imparcialidade.
• Emocional (M):
- Entendimento das pessoas;
- Desejo de harmonia;
- Valorização das relações entre pessoas.
Julgador × Perceptivo

• Julgador (J):
- Preferência em viver de modo planejado e organizado;
- Tendência a regular e controlar as situações.

• Perceptivo (P):
- Preferência pela flexibilidade e espontaneidade;
- Tendência a entender e se adaptar aos eventos.
Atividade para o Trabalho da Disciplina

• Com base na grade curricular, identificar as disciplinas dentro do


curso que fornecerão conteúdos para o assunto proposto para o
trabalho, incluindo todos os pré-requisitos

• As ementas podem ser encontradas na página da UFRGS:

www.ufrgs.br

Cursos – Graduação – Engenharia Mecânica


Referências

• Introdução à Engenharia, 6a Edição, Bazzo e Vale Pereira,


Editora da UFSC, 2000.

• Introdução à Engenharia, Holtzapple e Reece, LTC Editora, 2006.

• Perfil e Representação dos estudantes de Graduação da UFRGS,


Equipe LABORS Laboratório de Observação Social, Gráfica da
UFRGS, 2002.

• Teaching Engineering, Wankat e Oreovicz, McGraw-Hill, 1993.

• Inova Engenharia - Propostas para a Modernização da Educação


em Engenharia no Brasil, preparado por CNI, SENAI e IEL. (Dis-
ponível na homepage da disciplina, em Materiais Complementares.)

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