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Aplicação de estudo de perigos e

operabilidade “HAZOP”
José Aparecido Leal (SENAI) aparecidoleal@uol.com.br

Sandro Melo Chagas (FEITEP) sandromchagas@gmail.com

Oscar Regis Junior (UTFPR) regis@utfpr.edu.br


INTRODUÇÃO

• Estudo realizado sobre o projeto de uma


caldeira, utilizando a ferramenta HAZOP.
Nesse estudo pudemos levantar os
desvios no projeto executivo do
equipamento, sugerindo medidas
preventivas antes da execução do projeto.
ORIGEM DA FERRAMENTA HAZOP

• Divisão Química Orgânica Pesada da


indústria inglesa Imperial de Química,
“Imperial Chemical Industries” - ICI;
• Em 1964, foi estabelecida uma equipe para
aplicação de exame crítico no projeto da
planta;
• O termo Hazop origina-se do inglês “Hazard
and Operability Study” – conhecido como
“estudo de perigos e Operabilidade”;
• Visa identificar erros ou omissões de projeto .
CONCEPÇÃO DO MÉTODO
• HAZOP consiste na realização de uma
revisão da instalação, identificando perigos
potenciais e/ou problemas;
• Líder da equipe;
• Equipe procura identificar as causas de
desvios;
• A principal vantagem dessa discussão é que
estimula a criatividade;
• Qual a melhor ocasião para realizar o
estudo?
CONCEPÇÃO DO MÉTODO

• Palavras-guia:
PALAVRA-GUIA PARÂMETROS DESVIO
Nenhum Fluxo Nenhum fluxo
Mais (alto) Fluxo Mais fluxo
Menos (baixo) Fluxo Menos fluxo
Reverso Fluxo Reverso
Mais (alto) Pressão Mais pressão
Menos (baixo) Nível Menos
Outros Produtos Material errado/presença
de contaminantes
Mais Reação Mais reação
PARÂMETROS – PALAVRA-GUIA
DESVIOS POSSÍVEIS CAUSAS
Erro de alinhamento, válvula de retenção instalada
Nenhum fluxo incorretamente, vazamento, falha do sistema de controle
diferencial de pressão.
Passagem por válvula de retenção, bloqueio parcial, efeito
Fluxo reverso sifão, diferencial de pressão incorreto, alívio de emergência,
operação incorreta, entrada de equipamento normalmente
em reserva.
Menos fluxo Tubulação parcialmente entupida, válvula restringida,
bloqueio em filtro, bomba defeituosa, mudança de densidade
ou viscosidade do fluído, placa de orifício parcialmente
bloqueada.
DESENVOLVIMENTO DO HAZOP

• Verificar a segurança do projeto e


procedimentos operacionais;
• Melhorar a segurança de uma instalação e
certificar-se de que está reagindo da
melhor forma na operação;
• Considerar que podem ocorrer: perda da
planta ou de equipamentos; perdas de
produção; riscos à segurança pública;
impactos ambientais.
DESENVOLVIMENTO DO HAZOP

 Equipe multidisciplinar, composta por 5 a 7 membros:


Engenheiros de Projetos; Engenheiro de Processo;
Engenheiro de Automação; Engenheiro Eletricista e líder da
equipe.
 Planta em operação: Gerente da Unidade; Supervisor de
Operação; Engenheiro de Manutenção; Engenheiro de
Instrumentação.
 Em novos projetos, incluir diferentes disciplinas:
Engenheiro Elétrico, Engenheiro Civil e Farmacêutico-
bioquímico.
ESTUDO DE CASO

• Estudo realizado no projeto de instalação da


empresa Louis Dreyfus Company.
• DADOS DA CALDEIRA:
- Caldeira aquatubular Monodrum;
- Produção de vapor saturado;
- Capacidade 50 ton./h;
- Pressão de 21 bar (operação), 25,2 bar (projeto);
- Grelhado reciprocante (grelha com 28% de cromo);
- Câmara de combustão com revestimento refratário;
- Temperatura do vapor, a máxima pressão: 216,2 c.
DIVISÃO DOS NÓS
Caldeira monodrum, com o balão Balança de biomassa
Caixa de alimentação sem
protegido fora da zona de dinâmica –
correntes, construção
convecção. favorecimento de
normatizada.
controle e
apontamentos diários.

Sistema de
alimentação de
biomassa por pistão e
gaveta, sem fosso de
moega, minimizando a
necessidade de
intervenções de
manutenção e
eliminando um local
confinado na planta.
Ajuste de queima por
Duas torres de escadas leitura de gases de
padronizadas em lados distintos. Grelhado e retirada de cinzas combustação e
Sem escadas de marinheiro no secas automático. automação da
projeto. descarga da caldeira.
FORMULÁRIO DO HAZOP
COMPOSIÇÃO DOS NÓS
NÚMERAÇÃO FLUXO DO NÓ EQUIPAMENTOS COMPOSTOS

01 01 - Uma moega receptora de


biomassa com caixa de estocagem;
02 – Cilindro hidráulico de biomassa;
03 – Motor de acionamento;
04 – Correia transportadora;
Moega de biomassa até o silo de alimentação da 05 – Duto de descarga;
caldeira 06 – Chapa defletora;
07 – Sistema móvel;
08 – Torre;
09 – Fim de curso;
10 – Estrutura, sensores e guarda
corpo.
02 01 – Visor do Silo;
02 – Tampa do silo;
03 – Guilhotina;
Alimentação da caixa de entrada até a grelha de queima 04 – Olhal;
05 – Moega;
06 – Gaveta dosadora;
07 – Fechamento de mancal;
08 – Duto de rejeito;
09 – Chapa fim de curso;
10 – Acionamento do silo.
COMPOSIÇÃO DOS NÓS
NÚMERAÇÃO FLUXO EQUIPAMENTOS
COMPOSTOS
08 01 – Sistema de lava gases;
02 – Bombas de água dos
lavadores de gases;
Sistema de tiragem de cinzas por via 03 – Motores de
úmida acionamentos;
04 – Tubulações de água;
05 – Sistema de chuveiros;
06 – Sistema de retirada de
cinzas.
PLANILHA DO PRIMEIRO NÓ DO ESTUDO
PLANILHA DO PRIMEIRO NÓ DO ESTUDO
AÇÕES E RECOMENDAÇÕES
PARÂMETROS DO ESTUDO

• Após a realização dos estudos, a equipe


apresentou:

• 54 recomendações para instalações no


projeto;

• 54 ações preventivas para melhor e maior


segurança.
CONCLUSÃO
• Concluímos que o estudo de perigos e operabilidade (HAZOP) da
caldeira da unidade de Ponta Grossa obteve o resultado esperado pelos
responsáveis na condução do projeto:
• O projeto executivo foi desenvolvido dentro das melhores práticas de
prevenção de perdas;
• Contribuição para uma melhor compreensão dos responsáveis na
condução do projeto em relação às operações;
• Oportunidade de sugerir recomendações e executá-las durante a
implantação do projeto;
• Oportunizou uma sinergia entre os participantes e diversas discussões
que ocorreram durante as sessões de estudo;
• Melhoria da eficiência da planta: além da identificação dos perigos, o
HAZOP ofereceu oportunidade de descobrir cenários que podem levar a
desvios na planta;
• Recomendação: que em todos os projetos de valor expressivo para a
companhia sejam realizados estudos semelhantes.
REFERÊNCIAS
ARAUJO E LIMA, Júlio C. de & LOPES, João C. G. Estudos de Perigos e Operabilidade
(Hazards and Operability Studies). Curso de Engenharia da Confiabilidade. IBP - Instituto
Brasileiro de Petróleo. 1994.

Chemical Industries Association. A guide to Hazard and Operability Studies. London, 1987.

Guidelines for Hazard Evaluation Procedures. American Institute of Chemical Engineers -


AIChE, 1985.

JONES, D. W.. Lessons from HazOp experiences. Hydrocarbon Processing. April, 1992.
I Seminário Internacional de Engenharia e Análise de Riscos em Industrias Químicas e
Petroquímicas. ABGR e UFBA. Salvador - Brasil, 1987.

KLETZ, T. A. HazOp and Hazan: Identifying and Assessing Process Industry Hazards.3rd ed.
London. Institution of Chemical Engineers, 1992.

OLIVEIRA, Maria Cecília de. HazOp - Análise de Perigos e Operabilidade. Curso Técnicas de
Análise de Risco. CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. São
Paulo, 1993.
FOTOS DA CALDEIRA CONCLUÍDA

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