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H. Norman Wright - Perguntas Que As Mulheres Fazem Na Intimidade 3
H. Norman Wright - Perguntas Que As Mulheres Fazem Na Intimidade 3
mulheres fazem na
intimidade 3
H. Norman Wright
Editora Bompastor
Digitalizado por Ziquinha
www.semeadores.net
Introdução.....................................................................................................4
Pontos Explosivos no Casamento: Finanças, Alcoolismo, Sogros............8
Irresponsabilidade financeira do marido........................................................8
Planejando e mantendo um orçamento.........................................................11
Como lidar com o marido alcoólatra............................................................13
Problemas com a sogra.................................................................................18
Quando seu marido não se da bem com os sogros.......................................21
Colocar a própria família antes dos pais.......................................................23
Famílias Disfuncionais...............................................................................47
Lidando com um pai não amoroso...............................................................51
Quebrando a corrente disfuncional...............................................................53
Habilidade de comunicação..........................................................................56
Introdução
Muito mais mulheres do que homens procuram a ajuda de um
conselheiro. As mulheres são muito mais propensas a querer encontrar
soluções e têm mais disposição para admitir que precisam da ajuda de outra
pessoa do que os homens. Vejo isto o tempo todo em meu próprio trabalho e
em nossa clínica. Ouço as mulheres discutirem muitas questões e
preocupações; algumas são solucionadas rapidamente enquanto outras
podem levar muitos meses. E as questões cobrem uma vasta gama.
Ouço algumas mulheres que se sentem impotentes, desmotivadas e
insatisfeitas na vida. Ouço outras que apenas querem melhorar o que parece
ser uma vida que já está funcionando relativamente bem. Sua aparência às
vezes engana. Elas quase sempre parecem saudáveis, fortes e como se
tivessem tudo sob controle. Mas o interior da mulher nem sempre combina
com o que vejo no exterior. A despeito das circunstâncias, muitas dessas
mulheres sentem-se vazias.
Essas mulheres estão fazendo perguntas honestas e estão procurando
uma maneira de preencher o vazio de suas vidas.
E você? Já foi alguma vez procurar aconselhamento? Alguma vez já
teve vontade de sentar-se com alguém para encontrar ajuda na solução de
um problema? Alguma vez já conjeturou que perguntas as mulheres fazem
nas sessões de aconselhamento? De tempos em tempos as pessoas me
perguntam sobre o que as outras conversam e por que procurariam um
completo estranho para abrir as suas vidas.
"O que as mulheres perguntam no aconselhamento?"
Apresentamos essa pergunta por carta numa pesquisa entre 700
conselheiros profissionais, ministros, conselheiros leigos e assistentes
sociais em 1992. Por mais incrível que pareça, recebemos mais de 700
respostas — um índice inacreditável de resposta.
Perguntamos: "Quais são as cinco perguntas feitas com maior
freqüência por suas clientes que indicam questões problemáticas ou
sensíveis com as quais elas estão lutando no aconselhamento?"
Recebemos mais de 3.500 perguntas. Mas, lembre-se, cada pergunta
feita pode refletir dezenas ou centenas de aconselhadas que fizeram essa
pergunta ao longo dos anos. Cada pergunta foi considerada cuidadosamente
e as perguntas feitas com maior freqüência foram selecionadas para servir
como base para esta série.
Pelos dados que reunimos, temos agora as perguntas mais
significativas e mais freqüentemente feitas pelas mulheres àqueles que elas
vêem como sendo capazes de ajudá-las. As perguntas incluem questões de
submissão, raiva, abuso, divórcio, casos extraconjugais, auto-estima,
intimidade, sexo, romance, como fazer o marido mudar, comunicação,
maternidade, finanças, lar versus trabalho, tensão, vícios, tristeza, abandono
e muitas outras.
Talvez você perceba que se identifica com algumas das perguntas
feitas neste livro. Pode ser que você tenha tido algumas destas mesmas
preocupações no passado ou talvez as esteja enfrentando no momento.
Os livros desta série refletem as perguntas que milhares de mulheres
têm feito. E por não estarmos no consultório de aconselhamento com a
quantidade normal de tempo para dissecar a questão e trabalhar juntos para
descobrir o problema e a solução, as respostas são um tanto mais diretas do
que você talvez ouvisse num aconselhamento. Tentarei oferecer a minha
opinião e dar sugestões baseadas no que aprendi em mais de 25 anos na
atividade de aconselhar, ensinar, estudar e dialogar com as aconselhadas.
O conteúdo desta série não contém a resposta final sobre qualquer
assunto. Antes, é planejado para oferecer sugestões e ajudá-la a descobrir
uma nova perspectiva sobre alguma questão, ou novas alternativas.
Considere-o como um ponto de partida em sua jornada. Você talvez
descubra uma situação idêntica ou semelhante à sua e seja capaz de aplicar
os princípios e sugestões.
Não se surpreenda se a resposta à questão ou pergunta que você está
buscando pessoalmente não seja encontrada na parte que você está
examinando. Talvez você a descubra em outro lugar, razão pela qual é
importante você ler todas as perguntas e respostas. Os capítulos se
sobrepõem de certa forma; a resposta a uma pergunta que não seja problema
para você pode oferecer a ajuda que você está procurando. O que você
descobrir pode não se encaixar exatamente, mas talvez você descubra um
princípio, uma idéia ou um conceito que poderá expandir, apropriar e aplicar
àquilo que a está preocupando. Leia atentamente, pois do seu processo
mental brotará a criatividade.
Se algo for concretizado pelo conteúdo deste livro, gostaria que fosse
o fato de ele ser para você uma fonte de esperança de que há respostas, há
esperança, pode haver novos começos na vida a despeito do que tiver
ocorrido em seu passado ou numa situação atual. Muitos que vêm em busca
de aconselhamento sentem-se presos, imobilizados no lugar por cimento
endurecido. Converso o tempo todo com pessoas que estão funcionando
fisicamente mas parecem ser emocional e espiritualmente mutiladas por
experiências passadas.
Esteja aberta para a mudança e o crescimento em sua vida. Quanto
mais vivemos com um problema ou situação intolerável, mais nossa visão
de mudança se torna deficiente. Vemos tão-somente a nossa situação atual e
permanecemos enraizados no lugar enquanto a vida e o mundo ao nosso
redor continuam em frente. Ficamos trancados no passado e no presente em
vez de olhar para o futuro. Quanto mais isso ocorre, mais o futuro parece ser
um mundo inatingível, etéreo, irrealista.
Você está hesitando em buscar a ajuda de alguém que possa orientá-la
e aconselhá-la? Está limitando seu futuro e crescimento por causa de um
medo ou ressentimento? Se você tem feito isso por algum tempo, sabe o que
tem conseguido realizar. Então, por que não tentar algo diferente? Busque
ajuda. Procure respostas neste livro. Use-as como um início de seu processo
de cura. Use-as para compartilhar com outros e torne-se uma fonte de cura
em suas vidas.
R.
P. Capítulo 1
Pontos Explosivos no
Casamento: Finanças,
Alcoolismo, Sogros
Irresponsabilidade financeira do
marido
1
I. P ARKER , Christina B. When Someone You Love Drinks Too Much.Nova York,
HarperCollins, 1990. p. 51-4, adaptado
intervenção, conforme descrita por Pauline Bartosch, co-fundadora de
Overcomers Outreach Inc. (uma entidade de alcoólatras em recuperação),
que é um dos melhores ministérios existentes para ajudar no alcoolismo e
em outros vícios.
A intervenção é geralmente bem-sucedida apenas quando executada
com a ajuda de um conselheiro profissional especialmente treinado em
técnicas de intervenção. Os membros da família NUNCA devem achar que
podem fazer isso sozinhos. As emoções estão demasiadamente envolvidas, o
que torna a objetividade praticamente impossível. Embora puxar o tapete de
debaixo de uma pessoa quimicamente dependente seja difícil, é com
freqüência o maior favor que podemos fazer por ela e talvez até salve sua
vida. Você já não pode se dar ao luxo de fazer ameaças ocas que nunca são
cumpridas. Precisa perguntar a si mesma: "O que estou disposta a arriscar
para salvar a vida dessa pessoa?" Então você oferece ao seu ente querido
viciado a ESCOLHA de procurar ajuda ou possivelmente renunciar ao em-
prego, ao seu lar ou até mesmo à família.
As pessoas que se importam — membros da família, amigos chegados
e, se possível, o patrão do alcoólatra — se reúnem com o intervencionista
profissional, geralmente em instalações de tratamento ou programa hospi-
talar. A confrontação é planejada e ensaiada cuidadosamente durante
diversas sessões sem o conhecimento do alcoólatra. Juntos, eles planejam a
estratégia para ajudar o alcoólatra a reconhecer como sua moléstia o tem
afetado e aos seus queridos. Depois, numa hora designada, o alcoólatra é
convidado por um ente querido para acompanhá-lo a uma única sessão de
aconselhamento com o conselheiro profissional.
Entrementes, as pessoas importantes da vida dele já se reuniram no
local designado. Nesse encontro-surpresa, o alcoólatra é saudado pelas
pessoas que lhe são mais chegadas. E feito um esforço combinado para tomar
de vez a evidência tão irresistível que o alcoólatra tome plena consciência da
soma total de sua verdadeira condição. Durante essas sessões, cada pessoa
vem preparada com uma lista de exemplos específicos das vezes em que foi
magoada, envergonhada ou aborrecida pelo comportamento do alcoólatra.
Durante todo esse encontro estratégico, as palavras raivosas, contundentes
precisam ser substituídas por afirmativas simples, concretas, faladas
bondosamente. Qualquer coisa necessária para fazer o alcoólatra passar pela
porta desse primeiro encontro vale o esforço. Às vezes funciona convidá-lo
para vir apenas ouvir "esta única vez".2
2
. Bartosch, Bob & Pauline. Overcomers Outreach Inc., La Habra, CA, 1986.
P.
R.
Problemas com a sogra
Esse problema não é apenas seu. É de seu marido também. Você e seu
marido precisam identificar exatamente o que a incomoda (e se
conscientizar de que talvez não incomode seu marido tanto quanto você).
Depois, decidam o que gostariam que mudasse. Pode ser necessário vocês
dois se sentarem com sua sogra e esclarecerem o que os incomoda e o que
vocês apreciariam da parte dela no futuro. É de esperar que sua sogra fique
ofendida, surpresa, triste, que chore, se zangue e talvez não entre em contato
com vocês por algum tempo. Essas reações são normais. Mas, com o tempo,
o relacionamento pode ficar muito mais forte. Para que isso aconteça,
entretanto, é necessário planejamento de sua parte.
O velho ditado "Você não se casa com uma pessoa, casa-se com uma família"
foi inventado como piada, mas é verdadeiro. Entretanto, nem todos estão
dispostos a aceitar esse truísmo. Dar-se bem com os sogros requer tempo,
paciência e esforço.
Aqui estão algumas sugestões. Decida por si mesma o que quer dizer
com "não se dar bem". Você quer dizer que eles brigam e discutem ou não
passam tempo juntos? Ou é apenas que eles não têm muita coisa em co-
mum? É importante definir especificamente o que você vê como sendo
problema, mas depois estar aberta a ouvir como seu marido se sente e como
ele vê a questão. Seu marido se dá bem com os próprios pais? Se não, talvez
ele esteja projetando esse problema sobre seus pais.
Às vezes, nossos pais podem ser ofensivos, mas, devido à nossa
lealdade para com eles, ignoramos o que os outros não tolerarão. Em geral,
os problemas com sogros ocorrem porque queremos passar mais tempo com
nossos próprios pais em vez de com nossos sogros. Quando os pais moram
perto, é em geral mais fácil para o filho adulto visitá-los mais
freqüentemente do que o cônjuge está disposto a ir. E não há nada errado
com visitar os pais sozinha. Quando estes moram longe, é necessário certo
ajuste criativo para visitá-los. E se seus pais moram longe, vocês passam as
férias anuais visitando os sogros? Isso pode ser satisfatório para um cônjuge,
mas não para o outro. Dividir suas férias ou alternar onde vocês as passam
talvez seja a resposta.
Acima de tudo, ouça o que seu cônjuge sente e juntos descubram
algumas alternativas para o que estão fazendo agora. Às vezes pode ser um
ato de amor da parte do seu marido passar tempo com sogros que nada têm
em comum com ele. Ele sente um senso de obrigação. Às vezes seus pais
também sentem o mesmo, e os dois lados sofrem a tensão de ter de inventar
o que dizer. Seja paciente, mantenha breves as visitas, e isso pode funcionar
melhor para todos.
P.
R.
Colocar a própria família antes dos
pais
3
SAMALI NANCY. Love and Anger: The Parental' Dilemma. Nova York, Viking Penguin, 1991.
p. 5.
Don Westgate, diretor executivo de uma organização dedicada à
prevenção do abuso infantil, chamada For Kid's Sake, desenvolveu este
questionário para ajudá-la a descobrir se deve procurar ajuda para sua raiva.
1. Você se sente inadequada como mãe e sobre seus
conhecimentos de desenvolvimento infantil?
2. Você tem auto-estima baixa?
3. Você está ficando zangada com freqüência cada vez maior?
4. Algumas pessoas têm indicado que suas reações disciplinares
são desmedidas?
5. Você acha que seu filho raramente satisfaz suas expectativas ou
se questiona se suas expectativas são altas demais?
6. Você se sente isolada ou deprimida?
7. Você algum dia deixou uma marca em seu filho?
8. Você sofreu abusos quando criança?
9. Você visualiza alguma fantasia sexual sobre seu filho?
10. Você visualiza machucar seu filho ou achar que a sensação de
fazer isso seria boa?
Se você colocou uma marca ao lado de uma ou duas perguntas, não
significa necessariamente que sua raiva está descontrolada. Mas se marcou
mais de duas, ou se marcou alguma dos números 7 a 10, seria bom
conversar com seu pastor ou um terapeuta cristão profissional. Fazer isso
ajudará você a lidar de maneira mais eficaz com sua raiva.4
Você tem escolha sobre até onde sua frustração irá e sobre como pode
lidar com ela, da mesma forma que pode escolher o que fazer com sua raiva.
Ouço mães me dizendo vez após vez:
— Norm, não quero falar abusivamente com meus filhos, mas alguma
coisa simplesmente me sobrevém, e mando brasa! Há um limite de quanto
posso agüentar deles. Amo meus filhos de verdade, mas às vezes não gosto
4
COSGROVE Mark P. Counseling for Anger. Dallas, TX, WORD Inc., 1988. p. 120.
muito deles. Já cheguei até a ter pensamentos de esganá-los! Isso me
apavora. Não sei o que fazer para mudar.
Em geral, respondo com a pergunta:
— Quando se sente frustrada e zangada com seus filhos, no que se
concentra? Em como se comportaram e no que você disse ou em
como gostaria que se comportassem?
As mães freqüentemente respondem:
Oh! fico remoendo seu mau comportamento e meus comentários
destrutivos. Repito isso vez após vez e quero me bater por magoá-los.
Você percebe que ao repassar seus fracassos está se programando para
repeti-los? — pergunto.
As mães em geral respondem com um olhar de dúvida. Mas é verdade.
Quando você passa tanto tempo pensando sobre o que não deveria ter feito,
reforça o comportamento negativo. Redirecionar seu tempo e energia para
uma solução fará grande diferença em como você se comunica com seu
filho. Focalize sua atenção em como quer reagir às suas frustrações e
experimentará mudança!5
A raiva que você sente é o resultado de ficar frustrada. A frustração é
uma das três causas principais da raiva, sendo as outras o medo e a mágoa.
O primeiro passo neste ponto é começar a manter um registro da raiva
que trata apenas de sua raiva para com seu filho ou filhos. Identifique a
freqüência, intensidade e duração de sua raiva para com cada criança. O que
você está fazendo é identificar algumas das situações que provocam sua
raiva. Sei de uma mãe que avisa os filhos com a frase: — Isso é um gatilho e
5
WRIGHT H. Norman Power of a Parents Words. Ventura, CA, Regai Books, 1991. p. 122,
adaptado.
estou chegando pertinho de puxá-lo. — Quando ouvem essa frase, eles já
aprenderam a dar um tempo. Depois, siga estes passos:
1. Estabeleça um programa de prestação de contas. Encontre alguém
com quem possa compartilhar suas lutas e frustrações como mãe e
desenvolva um relacionamento de prestação de contas. Escolha uma pessoa
que esteja disposta a orar com você e averiguar com regularidade como você
está indo.
Você precisa também ser honesta e prestar contas a si mesma e a seu
marido sobre as mudanças que deseja fazer. Tome uma folha de papel e
responda por escrito às seguintes perguntas. Depois compartilhe as respostas
com seu marido ou parceira de oração:
Como se sente a respeito de ficar frustrada? Seja específica.
Como se sente a respeito de ficar com raiva? Algumas pessoas
gostam de sua frustração e raiva. Elas lhe dão uma injeção de
adrenalina e uma sensação de poder. Você já sentiu isso alguma
vez?
Quando frustrada, você quer poder controlar sua reação ou ser
espontânea? Em outras palavras, você quer decidir o que fazer
ou apenas deixar seus sentimentos levarem-na aonde quiserem
ir? Se você vai pelo que sente, como conseguirá mudar?
Se você quer manter o controle, quanto tempo e energia está
disposta a gastar para fazer com que isso aconteça? Para que a
mudança possa ocorrer, o nível motivacional precisa
permanecer constante e elevado.
Quando você se aborrece com alguma coisa que seu filho faz,
como gostaria de reagir? O que gostaria de dizer? Seja bem
específica.
2. Use a Palavra de Deus para estabilizá-la. Escreva cada um dos
seguintes versículos num cartão separado: Provérbios 12.18; 14.29; 16.32 e
Efésios 4.26. Acrescente ao seu arquivo de cartões outros versículos que
descobrir e que estejam relacionados à frustração e à raiva. Leia esses
versículos em voz alta pela manhã e à noite por um mês. Prepare-se para uma
mudança.
3. Planeje com antecedência. Você somente conseguirá mudar se
planejar mudar. Suas intenções podem ser boas, mas uma vez que a
seqüência frustração-raiva se engrene, sua capacidade de pensar com clareza
fica limitada. Identifique com antecedência o que deseja dizer ao seu filho
quando começar a sentir-se frustrada. Seja específica. Aqui estão algumas
afirmações que você pode usar:
"Estou muito zangada no momento." "Preciso tirar um tempo para
pensar e orar sobre o que estou sentindo antes de resolver o que fazer."
"É difícil para mim concentrar em dirigir o carro quando você está
berrando e jogando coisas."
"Gostaria que você ficasse quieto." "Estou decepcionada e magoada
por você ter mentido para mim."
"Estou exausta e preciso de tranqüilidade agora."
"Terei prazer em ajudar você com isso depois do jantar."
"Não gosto quando você fala assim comigo."
Escreva suas respostas e leia em voz alta para si mesma e para a sua
parceira de oração. Em meu consultório de aconselhamento, muitas vezes
faço minhas pacientes praticar suas novas respostas comigo, e tento
responder como a outra pessoa. Ao praticar comigo, elas conseguem refinar
suas afirmações, eliminar a ansiedade ou sentimentos de desconforto e
adquirir confiança para sua nova abordagem. Seu marido ou parceira de
oração podem ajudá-la desta forma.
4. Retarde sua reação. Comece a se treinar para retardar suas reações
verbal e comportamental quando reconhecer que está frustrada com seu
filho. Provérbios nos admoesta repetidamente para sermos tardios em nos
irar. Você precisa retardar suas reações se quiser mudar algum hábito de
falar quando zangada que tenha cultivado ao longo dos anos. Quando
permitimos que a frustração e a raiva sejam expressas desimpedidamente,
elas ficam como uma locomotiva descontrolada. Detenha as duas antes que
possam ganhar momentum para você poder trocar de trilho e conduzi-las na
direção certa.
Uma boa maneira de mudar a direção é usar uma palavra-gatilho.
Sempre que sentir a frustração e a raiva se avolumando dentro de você,
relembre-se de diminuir a velocidade e obter controle dizendo a si mesma
algo como "pare", "pense", "controle" e assim por diante. Use uma palavra
que a ajude a mudar a marcha e colocar em ação seu novo plano.
5. Será que isso precisa frustrá-la? Uma das abordagens que
geralmente sugiro aos pais para desarmar uma frustrante luta pelo poder
com seus filhos é esta: Mentalmente, dê permissão a seu filho para estar
envolvido no comportamento que a frustra. Por exemplo, sua Marinazinha
sempre deixa a porta dos fundos aberta quando sai para brincar — e isso a
deixa louca da vida. Mais de uma vez você gritou com ela enraivecida:
"Marina, venha cá neste instante e feche a porta! Você não foi criada num
estábulo!" Em geral, a escaramuça relacionada à porta dos fundos estragou
toda a manhã para você e para Marina.
A próxima vez em que Marina deixar a porta dos fundos aberta, diga
para si mesma: "Não sei por que Marina deixa a porta aberta, mas não vou
deixar isso estragar meu dia. Não é a pior coisa que ela poderia fazer. Se ela
quer deixar a porta aberta, dou-lhe permissão para tal. Sei que há uma razão
para isso, e é importante descobrir a razão. Será uma experiência instrutiva
para Marina e para mim ao tentarmos resolver este comportamento."
A abordagem de dar permissão desarma sua frustração e lhe dá tempo
para implementar um plano racional.6
6. Descubra o estilo de aprendizado e personalidade singulares de seu
filho e adapte suas reações de acordo, e seu nível de frustração diminuirá.
Você não pode reagir da mesma forma para com cada criança, e mesmo que você
só tenha um filho ou filha, suas reações precisam ser afiadas e refinadas para se
adaptarem a essa criança. Este é o significado de Provérbios 22.6:
“Instrui o menino no caminho em que deve andar [e de acordo com seu dom ou
inclinação individual], e, até quando envelhecer, não se
desviará dele" (ampliado).
7. Quando você conversar com seu filho sobre o problema, não seja
previsível. Se você geralmente grita, fale baixinho. Se geralmente fica em
pé, ajoelhe-se. Certifique-se de ter a atenção dele. Fale com suavidade,
coloque a mão delicadamente no ombro da criança, olhe em seus olhos
e fale lenta e suavemente. Focalize o que é essencial. Faça a expressão da
sua raiva descritiva, exata e direta; não diversas conclusões, mas uma só.
Qual é a conclusão? O que é negociável e o que é inegociável? Você sabe?
Seus filhos sabem? Ademais, mantenha coerentes as suas regras, padrões e
expectativas. Se você mudar de um lado para outro, seu filho ficará confuso.
6
Id., ib., p. 124-8, adaptado.
Pergunte a si mesma: "Qual é o meu motivo?" O que quero realizar?
Como posso usar esta situação para comunicar meu amor e preocupação,
para nos unir mais, fortalecer os laços de confiança e ajudar meu filho a
aprender? Seu alvo deve ser o de comunicar raiva de tal forma que seus
filhos saibam que ainda assim são amados, valorizados e significativos os
seus olhos. Pais que reagem agressivamente à raiva de seus filhos têm maior
probabilidade de fazer declarações negativas e críticas que comunicam a
seus filhos que eles não têm valor nem são dignos de ser amados. Antes de
responder, pergunte a si mesma: "Como posso reconhecer os direitos,
valores e preocupações de meu filho? Como posso responder de forma a
encorajá-lo? Como posso ajudá-lo a tornar-se mais responsável?” 7
8. Tire folga dos seus filhos. Toda mãe precisa de um tempo de folga.
Recrute seu marido para cuidar deles a fim de você poder sair sozinha ou
com suas amigas. Ou, se for mãe descasada, peça a uma amiga para lhe dar
uma folga de vez em quando. Encontre outra mãe e troquem turnos
cuidando dos filhos uma da outra.
7
WRIGHT, H. Norman & OLIVER, Gary Jackson. When Anger Hitshome Chicago, IL,
Moody Press, 1992. p. 186, adaptado.
P.
R.
Como lidar com um filho rebelde
Estabeleça Regras
As regras que você estabelece precisam ser definidas claramente e
expressas em linguagem de criança que esteja no mesmo nível de com-
preensão de seu filho. Desde o início, é bom que mamãe, papai e o filho se
sentem juntos e repassem as regras para os pais explicarem o propósito e
esclarecer qualquer mal-entendido. Diga a seu filho que você o considera
capaz de cumprir o que está sendo discutido. Coloque as regras por escrito e
faça com que todos as assinem, indicando que compreendem e concordam.
Se houver uma infração, vocês todos podem examinar as regras de novo.
Você pode abordar as infrações de duas formas. (1) Pode tratar da
infração na hora em que ocorrer, dizendo: "Gostaria que você tirasse um
tempinho e considerasse o que acha que as conseqüências devem ser." Faça
com que a criança se envolva nesse processo. (2) Ou você pode discutir com
antecedência os benefícios de seguir as diretrizes. A criança que apronta
pode aprender logo que há mais benefícios em obedecer do que em
desobedecer. Ela pode não gostar disso, mas o propósito não é fazê-la gostar
das regras.
Independente da abordagem que você usar, é importante que haja
coerência da parte do pai e da mãe. E necessário que haja ação imediata e
um mínimo de conversa.
Ensine Responsabilidade
Quando a criança ainda for bem pequena, ensine-lhe o conceito de
responsabilidade pessoal. Seja qual for a situação que ela crie, deixe que
experimente as conseqüências e seja responsável pela solução do problema.
Muitos pais agem como capacitadores e reforçam o comportamento
indesejada Se o filhinho ou adolescente deixa o banheiro todo bagunçado, os
pais o limpam. Assim, a criança aprende a não se dar ao trabalho de limpar a
sujeira que deixa. Em vez disso, faça a criança ser responsável. Se ela deixar
roupas sujas no guarda-roupas, terá de passar sem roupas limpas. Se as roupas
não estiverem à mão quando as roupas da casa forem lavadas, ela pode
esperar até a semana seguinte por roupas limpas ou pode lavar as roupas ela
mesma. Se a criança faz uma bagunça, ela mesma a arruma.
Severo? Não, de forma alguma. Isso é simplesmente ensinar a criança
a ser responsável. Sei de famílias ricas com empregadas que usam essas
regras para os filhos. Cada membro da família precisa aprender a arte de dar
e receber. Uma das razões pelas quais os pais têm problemas com os filhos é
que, com excessiva freqüência, os pais só dão e seus rebentos só recebem.
Se seu filho abusar dos privilégios, os perderá com parte das
conseqüências naturais. Se seu adolescente abusar das leis do trânsito e
arrumar uma pilha de infrações, depressa perderá o privilégio de dirigir. O
Estado lhe tomará a carta de motorista. Se ele usar mal o carro, o telefone ou
a TV, perderá o acesso a esses itens até que a confiança seja restaurada.
Certifique-se de estabelecer as diretrizes com antecedência. Dê ao
adolescente tempo para considerar o que acha que deveria estar contido no
acordo e depois peça-lhe que submeta a você suas sugestões. Quando isso
tiver sido concluído, tanto os pais quanto o adolescente assinam e datam o
papel, indicando sua disposição e compromisso de seguir o pacto.
Aqui está um exemplo de acordo que foi feito com uma garota de
quinze anos e os pais. Não estou dizendo que todos os pais devem usar este
acordo, é apenas um exemplo. Talvez você concorde com algumas de suas
provisões e discorde de outras.
O acordo contém tanto restrições quando liberdades. Esses acordos
devem ser revisados a cada seis meses para ver como estão funcionando e
para determinar quais áreas devem ser revistas.
Mais da metade dos itens desta lista foram sugeridos pela filha. A
palavra "totalmente" foi acrescentada ao número dois pelos pais. Papai
acrescentou o número três, que era o menos favorito para ela, mas um com
que a filha disse que poderia viver. A razão para essa regra era a de que
muitas vezes o rádio era uma distração e freqüentemente tocado alto demais.
A regra oito indica uma latitude e liberdade para a experiência dela em guiar
o carro. Essa família viajava bastante no verão e os pais queriam que ela ti-
vesse a experiência de dirigir sob diversas condições de estrada, trânsito e
tempo para estar bem preparada quando tivesse de dirigir sozinha.
Mesmo antes que este acordo fosse feito, a filha havia ganho metade
do aumento do custo do seguro ajudando a pintar a casa da família.
Algumas pessoas perguntam sobre as conseqüências se alguma dessas
regras for infringida. O pai disse que não haviam resolvido nada a respeito
por dois motivos. Eles, como pais, estavam dispostos a investir confiança na
filha a ponto de esperar que ela respeitasse o acordo. Se, contudo, houvesse
uma infração, as conseqüências seriam discutidas com ela e ela teria de
responder a três perguntas: (1) "Por que você acha que fez o que fez?" (2)
"O que você fará da próxima vez?" (3) "Quais você acha que deveriam ser as
conseqüências desta infração do acordo?" Os pais pediriam que ela desse
duas ou três sugestões e lhe dariam tempo suficiente para pensar sobre elas;
depois, uma das sugestões seria escolhida.
Às vezes, seu filho pequeno ou adolescente fará ameaças para tentar
manipulá-la. Por exemplo: "Vou largar da escola", "Vou fugir de casa", "Vou
me suicidar", "Vou fazer uma coisa da qual você sentirá remorso". Acima de
tudo, não o desafie a ir em frente e fazer o que ameaçou. Você pode dizer:
"Amo você e confio em que não faria isso, mas mesmo assim você não pode
fazer o que tem feito. Se você fizer o que está prometendo ou continuar a
fazer o que não pode, está escolhendo para nós a seguinte ação..."
Está vendo onde a responsabilidade está sendo colocada? Não sobre
você. Sobre ele!
P.
R.
Aprendendo com seus filhos
Quando seus filhos não lhe obedecem ou não a respeitam, considere uma
nova abordagem ouvindo o que eles têm a lhe dizer. Fiquei impressionado
com um livro intitulado Relief for Hurting Parentes (Alívio Para Pais
Sofredores), por Buddy Scott. Um dos conceitos apresentados é que nossos
filhos nos ensinam o que fazer e como reagir por suas ações. Esta pode ser
uma idéia nova para você. Eis aqui alguns exemplos, e note como as con-
seqüências estão de acordo com a ofensa:
Filhos que nos ensinam que não podemos confiar neles quando estão
fora de nossas vistas precisam permanecer sob nossas vistas (em casa e mais
vigiados).
Filhos que nos ensinam que dão uma festa em nossa casa quando nós,
os pais, estivermos fora da cidade não podem mais receber a confiança de
ficar sozinhos em casa.
Filhos que nos ensinam que não podemos confiar no que nos dizem
precisam entender que estaremos averiguando quase tudo o que nos
disserem.
Filhos que nos ensinam que não podemos confiar neles para
permanecer sóbrios precisam não ter mais permissão para dirigir o carro da
família (ou o carro pelo qual assumimos responsabilidade conjunta).
Filhos que nos ensinam que permitirão que suas notas caiam precisam
ser supervisionados mais de perto em seus estudos, precisam assistir a
menos TV e brincar menos com jogos de vídeo, e precisam receber
averiguação mais freqüente na escola.
Filhos que nos ensinam que usarão sua privacidade para planejar coisas
contra os valores morais da família precisam ter sua privacidade invadida
para poderem ser vigiados mais de perto.
Filhos que nos ensinam que usarão o telefone em seus quartos para
conversar com a turma errada terão seus aparelhos removidos do quarto.
Filhos que nos ensinam que precisam de aconselhamento, terão
aconselhamento providenciado.
Filhos que nos ensinam que não estão fazendo o esforço de se lembrar
de pegar o dinheiro para o lanche precisam solucionar sua própria fome sem
mamãe ou papai ir até a escola.
Filhos que nos ensinam que não estão fazendo o esforço de colocar
sua roupa suja na cesta de roupa suja precisam lavar suas próprias roupas
aquela semana.
Filhos que nos ensinam que não estão levando a sério suas tarefas
precisam postergar suas próprias atividades (privilégios na família) até que
as tarefas tenham sido completadas.8
8
SCOTT, Buddy. Relief for Hurting Parents. Nashville, TN, Thomas Nelson, 1989. p. 47.
Este conceito precisa ser explicado a seu filho. As crianças têm o
poder de tornar as coisas melhores para si mesmas e quando o tiverem
percebido, talvez seu mau comportamento seja afetado.
Segue-se um exemplo disto:
Davi, sua mãe e eu descobrimos como rotular o que tem acontecido
em nossa casa. Você é o professor, e nós os alunos que reagem. Estamos
reagindo ao que você nos tem ensinado com as atitudes e ações que nos tem
mostrado.
Ora, nós dois queremos a mesma coisa. Você quer mais liberdade e
privilégios, e queremos essas coisas para você. Queremos poder confiar em
você o suficiente para lhe dar mais independência. Nosso sonho durante
todos estes anos tem sido o de criar filhos dignos de confiança.
Como professor, Davi, você é quem manda. Se escolher nos ensinar a
confiar em você, reagiremos confiando em você.
Se escolher nos ensinar a desconfiar de você, reagiremos fazendo uma
porção de perguntas e averiguando as coisas. Se escolhemos ensinar a não
confiar em você, reagiremos não deixando você sair de casa a fim de
podermos supervisionar você mais de perto e lhe dar a oportunidade de nos
ensinar a confiar em você de novo.
Faremos qualquer coisa que nos ensinar. Seremos sensíveis.9
9
Id., ib., p. 50.
R.
P.
Convivendo com a turma errada
Se seu filho está convivendo com a turma errada, Buddy Scott, em seu livro
Kelief for Hurting Parents (Alívio Para Pais Sofredores), sugere-lhe as
seguintes declarações: "Se você está envolvido com um amigo, toda a nossa
família está envolvida com esse amigo. Temos uma família do tipo unido.
Portanto, podemos ter alguma coisa a dizer sobre quem são os seus
amigos."10
Se seu filho estiver convivendo com a turma errada, exija uma ruptura
imediata, completa, limpa com a pessoa ou o grupo.
Você tem de enfrentar a atitude rebelde e a turma que alimenta essa
atitude. Não é fácil, mas é possível.
10
Id., ib., p. 71.
P.
R.
Como lidar com um filho mentiroso
Se seu filho não vier dormir em casa, tome ação imediata. Nunca hesite em
conversar com outros pais para descobrir quem está mentindo para quem.
Descubra onde seu filho esteve, com quem esteve e o que aconteceu. Sei de
alguns pais que levam imediatamente o adolescente à divisão juvenil do
departamento de polícia. Os pais pedem às autoridades que conversem com
o filho, contando-lhes as conseqüências legais e compartilhando algumas
das histórias de horror de sua experiência. Sou a favor de uma técnica
imediata de choque.
R.
P.
O adolescente que usa drogas
Toda vez que um filho ou filha estiver envolvido com drogas, o plano que
você usar deve visar a abstinência total. Como você já sabe que seu filho
está usando drogas, não examinaremos os indicadores normais. (Entretanto,
se você não tem certeza de que seu filho está usando drogas, recomendo
enfaticamente que procure se informar sobre a questão para descobrir a
verdade.)
Quando, como mãe, você descobre o uso de drogas, sente-se traída e
zangada com seu filho e com o traficante, e provavelmente luta com alguns
sentimentos de fracasso. Reagir a qualquer desses sentimentos com fúria
não resolve o problema. É preciso fazer uma intervenção e tratamento. Às
vezes, apenas conversar com seu filho você mesma funciona, mas em
muitos casos é necessária uma intervenção.
Ao usar a intervenção, você precisará reunir, com a ajuda de um
conselheiro, todos os que estão cientes do envolvimento de seu filho com as
drogas (ou álcool). Esse grupo pode incluir professores, amigos ou outros
pais. Acumule dados especificamente relacionados ao uso de drogas. Esses
incluem informações relativas a quanto foi usado, quando, com que
freqüência, e o comportamento de seu filho quando drogado. Tudo isso é
necessário para determinar que plano de tratamento empregar.
A intervenção precisa ser marcada para uma hora em que é menos
provável que seu filho esteja usando drogas. Durante a intervenção, peça
que seu filho ouça enquanto cada pessoa apresenta a evidência do problema.
Se um dos participantes disser a seu filho que ele precisa procurar
tratamento e ele se recusar, é preciso apresentar as conseqüências.
Estabeleça essas conseqüências previamente com o conselheiro: expulsão de
casa; término do sustento financeiro; não disponibilidade da casa de algum
parente ou amigo para ele morar; e qualquer outra conseqüência severa que
você conseguir arranjar. Ele precisa saber que você está falando a sério e
que as conseqüências não são agradáveis.
O tratamento pode ser um programa ambulatorial ou de internação. Na
maioria dos casos, é melhor começar com programa de internação em
alguma clínica cristã. Após usar algum desses programas, é necessário fazer
um acompanhamento rigoroso.
Leitura Recomendada:
DOBSON, Dr. James. Coragem Para os Pais. São Paulo, Ed.
Mundo Cristão, 1990.
R.
P.
Capítulo 3
Famílias Disfuncionais
13
Id., ib., p. 179, adaptado
R.
P.
Lidando com um pai não amoroso
Sua pergunta sobre a experiência com seu pai e seu relacionamento com
Deus não é uma luta incomum. Freqüentemente criamos nossa imagem de
Deus baseada em nossos pais. Muitas pessoas têm dificuldade em
experimentar o amor e a graça de Deus porque o conceito está enterrado
pelos detritos de nossos relacionamentos em casa. Uma passagem no livro
de Jeremias trata dessa questão: "Seria possível ao homem criar a Deus? Os
ídolos feitos pelo homem não têm nada de Deus, são falsos deuses" (Jr
16.20, A Bíblia Viva).
O que você pode fazer? Conte a Deus e a outra pessoa como você o vê
nesta fase de sua vida. Contar ao próprio Deus ajuda. Afinal, não será
nenhuma surpresa para ele. Leia em voz alta todos os dias as passagens
relacionadas na seção sobre auto-estima. Sugiro também que leia dois livros
como processo corretivo: The Knowledge of the Holy (O Conhecimento do
Santo), de A. W Tozer, é uma apresentação devocional dos atributos de
Deus. O livro O Conhecimento de Deus, de J. I. Packer, expande nosso
conhecimento e compreensão dos atributos de Deus de outra forma. Medite
sobre essas verdades e as verdades das Escrituras. Escreva uma carta, que
não será enviada, a seu pai terreno, declarando as descobertas que você fez a
respeito de Deus e declarando que essas experiências já não ditarão sua per-
cepção de Deus. Se seu pai ainda for vivo, ore para que ele venha a fazer a
mesma descoberta a respeito de Deus que você fez.
P.
R.
Quebrando a corrente disfuncional
Ao tentar ser para seus filhos um tipo de mãe diferente daquele de seus pais,
você experimentará conflito. Seus pais lhe passaram mensagens sobre como
ser filha e seus filhos também lhe passam mensagens.
Seus pais disseram: "Filhos? Eles são irresponsáveis, impotentes e
exigentes."
Seus filhos dizem: "Somos poderosos e simples e inocentes."
Seus pais disseram: "Os filhos são maus e incontroláveis."
Seus filhos dizem: "Podemos ser bons."
Seus pais disseram: "Amá-la significa que temos de nos sacrificar e
ser mártires."
Seus filhos dizem: "Amar pode ser divertido."
Seus pais disseram: "Você, como pessoa, é indefesa e inadequada e
não consegue vencer sozinha."
Seus filhos dizem: "Você é poderosa demais. E também talentosa e
intimidadora."
Seus pais disseram: "A vida é dura, difícil e uma mistura de coisas
boas e ruins."
Seus filhos dizem: "Há alegria em viver."
E daí... a quem você vai dar ouvidos?14
O que você pode fazer especificamente para ajudar a quebrar a
corrente, a não cometer os mesmos erros e a se tomar a pessoa de transição?
Resolva como quer ser diferente.
Algumas das reações mais comuns que as pessoas que vieram de
famílias disfuncionais querem evitar com os filhos são: (1) incoerência; (2)
regras irracionais, arbitrárias, excessivas; (3) distância emocional; (4) não
ouvir; (5) preocupação e atenção insuficiente para com a criança; e (6)
informação errada ou falta de informação.
Contrabalance cada mensagem incorreta dos pais com a verdade.
Focalize como Deus vê você na Escritura. Perdoe a seus pais o que eles
fizeram e as mensagens incorretas que lhe passaram. Perdoe a si mesma por
se agarrar tanto tempo a essas falsidades. Perdoe a si mesma por culpá-los
pelas faltas e déficits que por tanto tempo você não enxergou. Desenvolva
de novo os pensamentos que você deseja ter sobre si mesma e seus filhos e
releia-os todos os dias.15
Na base do dia-a-dia, preste atenção para ver se detecta a tendência de
ser muito crítica de seus filhos se você foi muito criticada quando criança.
Isso é fácil fazer porque você talvez sinta que eles precisam do seu
conselho, precisam ser colocados em seus lugares, ou talvez você viva com
o medo de ser criticada pelos outros através do que seus filhos fizerem.
14
ROLFE, Randy Colton. Adult Children Raising Adult Children. Deerfield Beach, FL,
Health Communication Inc., 1989. p. 19, adaptado.
15
Id., ib., p. 19, adaptado.
Reaja a cada criança como sendo uma criatura diferente. Suas realizações
e aptidões precisam ser avaliadas com base na individualidade.
Avalie suas expectativas para cada filho. Talvez precisem ser
abaixadas. Edifique a auto-estima de seus filhos através de sua identidade
em Cristo. Arrange pequenos sucessos, dê-lhes respeito e uma abundância
de elogios e afirmação. Quando eles fizerem algo de que você não gosta,
faça com que saibam que mesmo assim você os ama como pessoa. Quando
você cometer um erro como mãe (e o fará), admita-o, peça desculpas e
perdoe-se imediatamente.16
A comunicação é uma grande parte do processo. Algumas reações
podem fazer o papel de barreiras no desenvolvimento da criança e outras
podem edificar.
16
WASSIE-GRIMM, Claudette. How to Avoid Your Parent's Mistak.es When You Raise Your
Children. Nova York, Pocket Books, 1990. p. 181, 2, adaptado.
Habilidade de comunicação
BARREIRAS EDIFICAÇÕES
1. PRESUMIR: Se presumirmos que 1. CONFERIR: Ao conferirmos com
nosso filho terá a mesma reação a a criança toda vez que queremos que
um estímulo que teve da última vez, ela tente um comportamento,
e agirmos de acordo com essa permitiremos que ela mostre quanto
premissa, estaremos ignorando a cresceu desde a última vez que se
capacidade de mudança do defrontou com um pedido desses.
indivíduo.
2. SOCORRER/EXPLICAR: Se 2. EXPLORAR: Ao explorar as
interferir- mos e explicarmos as várias soluções com a criança, ao
coisas ou interviermos para que fazer perguntas tendenciosas e
nosso filho não experimente as permitir-lhe que pense sobre as
conseqüências de seu respostas, ajudamo-la a desenvolver
comportamento, privamo-lo da a habilidade de solucionar
oportunidade de aprender com a problemas.
própria experiência.
3. DIRIGIR: Se dirigirmos cada 3. ENCORAJAR/CONVIDAR: Ao
movimento dos filhos, acolher bem a participação e a
provavelmente nos defrontaremos contribuição, em vez de dirigir,
com resistência e hostilidade e transmitimos um senso de respeito
derrotaremos a iniciativa de nossos por nosso filho.
filhos.
4. ESPERAR: Se esperarmos 4. CELEBRAR: Ao elogiar os
perfeição no começo, interferiremos pequenos passos dados na direção
nos pequenos passos importantes certa, afirmaremos o progresso de
que nossos filhos dão para aprender nosso filho e mostraremos confiança
a fazer uma tarefa e os em seu potencial de crescimento.
desencorajaremos
desnecessariamente.
5. ADULTISMOS: Se nos 5. COMPREENSÃO: Ao
esquecermos como é ser criança e compreendermos que atitudes e
esperarmos ou exigirmos que a comportamentos vêm de percepções
criança pense como adulto, produzi e crenças, podemos reconhecer a
remos sentimentos de impotência, maneira diferente como nosso filho
frustração, hostilidade e vê o mundo e afirmar seu direito de
ressentimento. ser criança.17
17
Id., ib., p. 199.
R.
P.
Filhos adultos de pais alcoólatras
Leitura Recomendada
PACKER, J. I. O Conhecimento de Deus. São Paulo, Editora Mundo
Cristão, 1980. Dr. SPICKARD, Anderson e THOMPSON Barbara R.
Dando a Vida por um Drinque. Editora Vida, 1992.