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Resistência e Corrente Elétrica: Universidade de São Paulo
Resistência e Corrente Elétrica: Universidade de São Paulo
I. As Leis de Ohm
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UNIVERSIDADE Laboratório de Eletricidade e Magnetismo:
DE SÃO PAULO Resistência e Corrente Elétrica
Instituto de Física de São Carlos
de corrente. Logo dize-se que a razão V/I é uma medida da dificuldade imposta pelo
dispositivo à passagem da corrente elétrica e por isso é denominada de resistência
elétrica (R). A unidade de resistência no SI foi denominada Ohm (Ω) em homenagem a
Georg Simon Ohm. A formulação matemática dessa lei é:
V = RI (1)
Outra observação feita por Ohm em seus experimentos foi que a resistência
elétrica é proporcional ao comprimento do condutor e inversamente proporcional a área
da seção transversal, o que ficou conhecido como a segunda lei de Ohm, o que pode ser
escrita como:
L (2)
R=ρ
A
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V I (3)
=ρ
L A
E = ρJ (4)
J =σE (5)
No final do século XIX, foi descoberto o elétron, partícula carregada que seria
responsável pelos fenômenos elétricos. Havia então necessidade de explicar os
fenômenos usando a idéia do elétron, incluindo as leis de Ohm. Isso foi feito por Paul
Drude em 1900.
Da eletrostática sabia-se que o valor do potencial elétrico é o mesmo em todos
os pontos de um condutor em equilíbrio eletrostático. Em outras palavras, nessa situação
não há diferença de potencial entre dois pontos quaisquer de um metal
eletrostaticamente carregado. No entanto, em um material condutor os elétrons mais
externos aos átomos estão fracamente ligados aos núcleos. Devido à energia térmica,
esses elétrons estão livres para se mover aleatoriamente ao longo do condutor (por isso
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Vb I
∆L
Va b
a
A
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∆v eE∆t (6)
m = −eE ⇒ ∆v = −
∆t m
A quantidade de carga que flui através da seção transversal do condutor pode ser
escrita da forma ∆Q = n(-e)Avm∆t, onde n representa a densidade volumétrica dos
elétrons de condução, e a carga do elétron, A a seção transversal do condutor, vm a
velocidade média de deslocamento dos elétrons e ∆t o tempo decorrido. Logo a corrente
elétrica que flui através do condutor pode ser escrita da forma:
∆Q (7)
I= = −neAvm
∆t
I (8)
vm =
neA
1 3 (9)
me v 2 = k BT
2 2
Onde me é a massa do elétron e v 2 á a média do quadrado das velocidades dos
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3k BT (10)
vrms = v2 =
me
me = 9,11×10−31 kg, obtemos que vrms = 1,17 × 105 m / s . De fato, esse valor é ainda
maior quando se usa a mecânica quântica para fazer o cálculo. Neste caso o valor de
velocidade obtido é conhecido como velocidade de Fermi, sendo o seu valor
vF = 1,57 × 106 m / s .
Para fim de comparação, vamos estimar a velocidade média de arraste dos
elétrons devido ao campo quando uma corrente de 1A atravessa um fio de cobre de
1 mm de raio. A densidade do cobre é de 8,92 g/cm3 e sua massa atômica é de 63,5g o
que diz que a massa de um mol de cobre é de 63,5 g. Como o número de átomos em um
mol é dado pela constante de Avogadro NA = 6,02x1023, o número de átomos por cm3 no
8, 92
cobre é 6, 02 ×10 23 = 8, 46 ×10 22 atomos/cm3 . Considerando que cada átomos de
63,5
cobre contribui com um elétron para a condução, temos que a densidade volumétrica de
elétrons n = 8, 46 × 1028 atomos/m 3 . Assim, usando que a carga do elétron é de
I 1
vm = = = 2, 35 ×10−5 m / s = 8,5 cm / h
neA 8, 46 ×10 ×1, 6 × 10 π (10 )
28 −19 − 3 2
(11)
Vemos então que a velocidade média de arraste dos elétrons devido ao campo é
muito menor que a velocidade devido a agitação térmica.
Da quarta hipótese, a velocidade de um elétron após uma colisão tem direção
aleatória. No entanto, o que importa é o comportamento coletivo dos elétrons, e não os
comportamentos individuais. Assim, fazemos uma média de velocidades sobre todos os
elétrons, que resulta que a velocidade após a colisão é nula (vi = 0). Assim, podemos
escrever:
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∆v = v f − vi = v f (12a)
v f + vi vf (12b)
vm = =
2 2
I eE ∆t (13)
−2 =−
neA m
mI (14)
∆t = 2
ne 2 AE
2vF mI (15)
l = vF ∆t =
ne 2 AE
2 m ∆L (16)
V= I
ne 2 ∆t A
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V 2 m ∆L (17)
R= = 2
I ne ∆t A
2m (18)
ρ=
ne 2 ∆t
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Experimentos
(a) (b)
R
A
I II III
V
Corte transversal
da fita x V
e
H
Figura 2– (a) fita condutora de alumínio. (b) Circuito para estudar a tensão sobre a fita condutora.
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Resultados das medidas de tensão versus posição em uma fita metálica em forma de escada.
Região Posição Tensão Campo Dens. de
corrente
Elétrico
Região I:
Espessura da Fita:_____
Região II:
Espessura da Fita:_____
Região III:
Espessura da Fita:_____
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a) Vamos usar agora uma outra fita metálica, com formato de trapézio (figura
3). Ligue os terminais da fita a um resistor de 4,7 Ω e ajuste a fonte de tensão para que a
corrente na fita seja 0,5 A.
d2
d1
L
Figura 3 – Fita condutora de alumínio (experimento opcional)
Resultados das medidas de tensão versus posição em uma fita metálica em forma trapezoidal.
Posição Tensão Posição Tensão
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x
ρI dx '
V = I ∫ dR = ∫d
h 0 1 + ( d 2 − d1 ) x '/ L
ρ LI (d − d ) x
V ( x) = ln 1 + 2 1
(d 2 − d1 ).h d1 L
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