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RESENHA CIENTÍFICA

1. ARTIGO ESCOLHIDO

Princípios da Biologia da Conservação: Diretrizes para o Ensino da


Conservação recomendadas pelo Comitê de Educação da Sociedade para a Biologia da
Conservação.

2. CREDENCIAIS O AUTOR

Traduzido do inglês-Conservation Biology é uma revista científica bimensal


revisada por pares da Society for Conservation Biology, publicada por Wiley-Blackwell
e estabelecida em maio de 1987.Wikipedia (inglês).

3. INTRODUÇÃO

Os autores descreveram de forma hierárquica os princípios centrais da Biologia


da Conservação, para facilitar o desenvolvimento de programas educacionais sobre
conservação em vários níveis e a apreciação pelas pessoas em geral daquilo que os
biólogos da conservação consideram importante para a disciplina. Os autores acreditam
que, nossas sociedades serão capazes de conviver de forma mais harmoniosa com a
natureza se os cidadãos, tomadores de decisão envolvidos com a conservação se
tornarem totalmente instruídos.

4. OBJETIVO

O objetivo desse artigo é descrever o cerne do conhecimento que os autores


enxergam como marca característica do ensino da conservação ao invés de apenas
prescrever o que algum indivíduo em particular deve saber. A expectativa é que esses
princípios sirvam para propósitos e públicos diferentes. Organizações voltadas à
conservação, por exemplo, podem usá-los para desenvolver programas educacionais
para seus membros, nas quais a ênfase seja ajudar cidadãos a entender a base para
políticas conservacionistas efetivas. Podem servir como um guia no desenvolvimento de
cursos de biologia da conservação para estudantes universitários (seja como matéria
principal ou não) ou em programas de formação permanente para profissionais na área
de recursos naturais. Também podem servir como um guia para o desenvolvimento de
programas de pós-graduação em biologia da conservação que enfatizem a aquisição de
habilidades profissionais.

5. INTERPRETAÇÃO

O termo Biologia da Conservação foi introduzido pela primeira vez em 1978,


como o título de uma conferência realizada na Universidade da Califórnia, em San
Diego, Estados Unidos, organizado por biólogos Bruce Wilcox e Michael E. Soulé. O
motivo do encontro foi a preocupação acerca do desmatamento tropical,
desaparecimento de espécies e a erosão da diversidade genética dentro das espécies. A
conferência buscou preencher uma lacuna existente na época entre teoria e prática, no
que se referia à conservação e, com isso, fez nascer a Biologia da Conservação e o
conceito de diversidade biológica (biodiversidade).
É uma matéria interdisciplinar que busca recursos em ciências naturais, sociais
e na prática de gestão de recursos naturais, definida como o estudo científico da
natureza e do estado da biodiversidade do planeta, com o objetivo de proteger espécies,
seus habitats e ecossistemas das excessivas taxas de extinção e de erosão das interações
entre os seres vivos.
Os biólogos da conservação pesquisam e educam sobre as tendências e
processos de perda de biodiversidade, extinção de espécies, e o efeito negativo que têm
sobre a manutenção do bem-estar da sociedade humana. Nesta tarefa, são guiados por
alguns pressupostos básicos: (I) Toda espécie tem o direito de existir, pois são frutos de
uma história evolutiva e são adaptadas; (II) Todas as espécies são interdependentes, pois
estas interagem de modo complexo no mundo natural, e a perda de uma espécie leva a
consequente influência sobre as demais; (III) Os humanos vivem dentro das mesmas
limitações que as demais espécies, que são restritas a um desenvolvimento, em razão a
capacidade do meio ambiente, e a espécie humana deveria seguir esta regra, para não
prejudicar a sua e as outras espécies; (IV) A sociedade tem responsabilidade de proteger
a Terra, devendo usar os recursos de modo a não esgotá-los para as próximas gerações;
(V) O respeito pela diversidade humana é compatível com o respeito pela diversidade
biológica, pois como apreciamos a diversidade cultural humana deveríamos apreciar a
diversidade biológica; (VI) A natureza tem um valor estético e espiritual que transcende
o seu valor econômico, e isto deve ser mantido independente de qualquer coisa; (VII) A
diversidade biológica é necessária para determinar a origem da vida, espécies que vão se
extinguindo poderiam ser importantes nas pesquisas sobre a origem da vida
(PRIMACK, R. B.; Rodrigues, E. Biologia da conservação. Londrina: Vida, 2001).
Além dos pressupostos, a Biologia da Conservação adota três principais
diretrizes (Groom, Meffe & Carroll 2006): (I) A evolução é o axioma básico que unifica
toda a biologia (papel evolutivo); (II) o mundo ecológico é dinâmico e comumente não
está em equilíbrio (O teatro ecológico, ou o contexto ecológico); (III) a presença
humana deve ser incluída no planejamento da conservação (humanos são parte do jogo).
Uma vez que os campos da Antropologia, da Biogeografia, da Ecologia, dos
Estudos Ambientais, da Biologia Evolucionária, da Genética, da Biologia de
Populações, Sociologia e da Taxonomia aplicados não são abrangentes o suficiente para
tratar das ameaças à diversidade biológica, a Biologia da Conservação se utiliza de
todos eles para oferecer novos enfoques e ideias à gestão de recursos ambientais. Esta
base multidisciplinar tem levado ao desenvolvimento de várias novas subdisciplinas
como a filogeografia, a genética da conservação, ciências sociais da conservação,
comportamento e fisiologia da conservação.
A Biologia da Conservação se propõe a responder às questões surgidas no
processo, por exemplo, de determinar as melhores estratégias para proteger espécies
raras e ameaçadas, de conceber reservas naturais, em programas de reprodução para
manter a variação genética de pequenas populações e até na harmonização das
preocupações de conservação quando conflitam com as necessidades do povo e governo
locais. Ela vem para dar a orientação necessária que os governos, as empresas e o
público em geral necessitam quando têm de tomar decisões cruciais.
O Brasil tem especial responsabilidade em relação à Convenção para
Diversidade Biológica já que é portador de uma das maiores biodiversidades do mundo
e vivencia o desafio diário da conservação e do uso sustentável dos seus recursos.
Tarefa nada fácil posto que as dificuldades em termos de pesquisa científica,
desenvolvimento tecnológico e recursos financeiros tomam a dimensão deste legado. E
se o Século passado evidenciou o caráter conflituoso que reveste a relação “homem x
ambiente” e “sociedade x natureza”, trouxe também a questão ambiental como uma
abordagem geral nas tratativas deste tema.
A emergência da questão ambiental global ao mesmo tempo em que
evidenciou a necessidade de tratar o meio ambiente a partir de um enfoque
interdisciplinar, expôs a fragilidade da ciência moderna para lidar com um pensar
complexo. Todos estes fatores fizeram com que a ecologia, em pouco mais de cem anos,
ganhasse destaque na agenda global com um duplo e simultâneo desenvolvimento no
mundo, um dentro da sociedade civil, como movimento social ecologista e outro, dentro
da academia, como disciplina científica.
A ecologia como ciência experimentou ramificações que resultaram numa série
de sub-disciplinas em seu interior, entre elas a Biologia da Conservação (BC), surgida
com a missão de reduzir a perda da diversidade biológica. Desta perspectiva, este estudo
se propôs a analisar o perfil que a pesquisa científica necessita ter para subsidiar a
conservação da biodiversidade brasileira e como está a formação interdisciplinar dos
pesquisadores com perfil para a conservação da biodiversidade no Brasil.
Se vivemos uma época caracterizada pela crescente importância da
complexidade - tratamento que se contrapõe ao reducionismo - a ponte que integraria os
campos disciplinares se edifica por meio de um processo interdisciplinar de
comunicação, num primeiro momento, para então se desdobrar em concepção e ação no
mundo real (mundo da vida, na denominação de Habermas). Trata-se da constituição de
um ambiente de ensino, pesquisa e produção de conhecimento que permita a interface
de diversos campos em torno de objetos cujo tratamento exige enfoque
multidimensional.
Se esta edificação interdisciplinar é de fato possível, como ela se daria no
tratamento da questão ambiental? E como se comportaria a disciplina da ecologia neste
contexto de transição da modernidade? De início, apresenta-se uma breve revisão do
entendimento do que é a ecologia no âmbito da questão ambiental, para depois destacar
a importância de um tratamento interdisciplinar na geração do conhecimento ecológico
e, sobretudo na ampliação de fazê-lo circular de sorte que aumente o seu impacto na
sociedade moderna.

6. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO

Através da leitura e análise do referido artigo, pode-se concluir que, de acordo


com os autores, O estudo da conservação precisa ocorrer em todos os níveis e em todas
as sociedades para que os seres humanos possam aprender a conviver melhor com a
natureza. Programas educacionais sobre conservação buscam desenvolver nas pessoas
uma compreensão mais profunda da importância e das ferramentas da biologia da
conservação. O estudo tem mais sucesso quando tem foco no desenvolvimento do
conhecimento, de habilidades e de atitudes, de maneira que proporcione às pessoas
experiências amplas e diretas. Os biólogos da conservação têm um conjunto único de
conhecimento, habilidades e interesses para compartilhar.
O artigo também se refere á otimização dos usos da biodiversidade pelo
homem, compatibilização das atividades econômicas com a preservação ambiental,
integração dos valores da biodiversidade no estudo de impactos ambientais e no
ordenamento territorial. Possui uma linguagem um tanto difícil, exige ter conhecimento
relacionado ao meio ambiente, porém, todos os temas tem uma ligação para o todo.
Recomendo este artigo para estudantes na área de Engenharia Ambiental,
Biologia, Geografia, Ecologia. Destina-se também a quem pretenda beneficiar de um
curso de aprofundamento de conhecimentos, que estabeleça uma ponte entre a
Licenciatura e um programa de Doutoramento em Ecologia ou noutras áreas centrais da
Biologia da Conservação, gestão de espécies e de ecossistemas.

ALUNO: MARCIO MARTINS DE SOUZA


R.A.: 315745
CURSO: 17º turma do curso de Pós Graduação do Curso Saneamento e meio ambiente -
Unilins

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