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Single Minute Exchange of Die (SMED)

Isabela Cristina Stecinski


Rafael de Aguiar Marques
Resumo
Atualmente o consumidor possui uma necessidade maior por obter produtos mais
customizados, fazendo com que a indústria tenha que se adaptar a esse novo modelo
de produção, produzindo cada vez mais lotes menores afim de suprir a necessidade do
consumidor. Entretanto perde-se muito tempo produtivo na preparação das máquinas
quando é feita a troca de produto. Neste contexto surge a ferramenta Single Minute
Exchange of Die (SMED), que nos permite a redução do tempo de preparação (setup)
da máquina. O SMED utiliza-se de técnicas de trabalho cooperativo e também de
maneiras criativas de otimizar os processos. A utilização dessa ferramenta permite um
aumento na capacidade produtiva das máquinas, reduzindo gastos com melhorias,
diminuindo assim os custos na produção.
Palavras-chaves: SMED; necessidade; ferramenta; setup; reduzindo gastos.

1 Introdução
Na década de 1950 surge o grande Sistema Toyota de Produção (STP) pelos
Eiji Toyota e Taiichi Ohno, iniciando uma nova era de sistemas inteligentes de operação
e organização dos processos de manufatura. O intuito do STP é a eliminação de
desperdícios seja em qual for a atividade, para isso, foi desenvolvido diversas
ferramentas para otimização de tempo, grande foco na qualidade, manutenção
preventiva, otimização de estoque, entre diversas ferramentas.
A ferramenta SMED (Single Minute Exchange of Die) foi desenvolvida pelo
consultor Shigeo Shingo, onde a Toyota o contratou para desenvolver especialmente
esta metodologia que tem como foco a redução do tempo de setup de máquina, ou seja,
a troca rápida de ferramenta. Shigeo Shingo cita em seu livro SMED – Revolution in
Manufacturing diversos exemplos e depoimentos de gerentes industriais a aplicação da
ferramenta em análise.
Este artigo propõe um breve estudo e análise do funcionamento da ferramenta
SMED, mostrando os componentes da metodologia difundida hoje mundialmente em
diversos setores e indústrias variadas de todo o mundo.

2 Metodologia SMED
O objetivo da metodologia SMED é aumentar a disponibilidade dos
equipamentos de forma segura e ergonômica, garantindo a confiabilidade e a
flexibilidade da produção pela redução do tempo de troca, com uma meta de reduzir
qualquer processo para menos de 10 minutos.
A ferramenta SMED tem como função reduzir as perdas provocadas por
mudanças de série ou setup, proporcionando uma eficiência melhor para a linha de
fabricação.
Setup trata-se do tempo decorrido entre a última unidade boa da série produzida
até a primeira unidade boa da nova série produzida. Portanto neste tempo decorrido
que se forma o setup entram paradas como: esvaziamento de depósitos no final da
série, ajustes da máquina, paradas para limpeza, start da máquina novamente, entre
outras paradas. Portanto suas perdas não se limitam apenas na parada de máquina.
A aplicação da ferramenta SMED permite a redução dos tempos improdutivos,
que quanto mais são reduzidos, melhor será o desempenho da linha de produção,
cortando custos desnecessários. Com a utilização da ferramenta torna-se viável a
produção de lotes menores, permitindo reduzir os estoques e melhorar o nível de
serviço, ou seja, os prazos e a qualidade. A utilização do SMED aumentar a capacidade
real das máquinas, reduzindo as necessidades de investimento para o aumento de
produção, além de diminuir os custos de produção.

3 Benefícios da implantação do SMED


Rápida resposta as variações de mercado (Maior flexibilidade)
Possibilidade de produção em pequenos lotes
Redução de custos
Diminuição de Lead Time
Aumento de produtividade
Redução dos níveis de estoque
Eliminação de gargalos
Melhoria de qualidade
Redução de tempo de espera de produto para processamento
Possibilidade de aumento de mix de fabricação
Redução dos defeitos e retrabalhos provenientes de preparação mal feita
Aumento da taxa de giro do estoque
Melhor utilização da área fabril
Redução de lotes em processo

4 Funcionamento da ferramenta SMED


Para iniciar o SMED em algum setor ou máquina na produção, a prioridade é
identificar e garantir que haja uma compreensão de onde está se perdendo o tempo
produtivo e a partir daí com base em dados consolidados, iniciar uma coleta e análise
maior dos dados de desempenho de fabricação.
O próximo passo é analisar de perto todo o processo de setup, cronometrar o
tempo gasto para cada atividade exercida e descrever cada processo realizado
detalhadamente. E então partindo dessa análise separar as atividades realizadas em
internas e externas.
Atividades externas são determinadas tarefas que podem claramente ser feitas
antes que as máquinas sejam paradas para a mudança. Estes incluem alinhar as
pessoas certas, preparar peças e ferramentas, fazer reparos e aproximar as peças e
ferramentas do equipamento. Já as atividades internas são aquelas que só podem ser
realizadas com a máquina parada. Fazendo essa divisão de atividade o tempo de setup
pode ser otimizado de 30% a 50%.
Com as atividades já classificadas, deve-se buscar maneiras de converter setup
interno para externo, a fim de ganhar mais tempo no processo
Para realizar essa conversão é necessário olhar para o objetivo de cada operação,
como se você nunca o tivesse feito. Existem três técnicas práticas ajudam a deslocar
as tarefas de configuração interna para a configuração externa. Essas técnicas são:

• Preparar as condições de funcionamento antecipadamente


• Padronizar funções
• Usar gabaritos intermediários

Na última fase, todas as operações restantes do setup interno e externo, são


melhorados. Isso pode ser feito olhando atentamente cada função e propósito mais uma
vez. Mais especificamente, as melhorias da Fase 3 podem ser divididas em melhorias
de setup externo e interno. Quatro abordagens básicas para conseguir isso são:
Setup externo

• Manter um local de trabalho visualmente organizado.


Setup interno

• Implementar operações paralelas;


• Eliminar a necessidade de ajustes;
• Use grampos funcionais;
• Mecanizar funções.

Funcionamento
São divididos em 6 passos para a aplicação da ferramenta SMED, onde deve
ser seguido um passo após o outro para que durante a operação não se deixe passar
algum detalhe que pode comprometer o resultado final da atividade.
Saber como está a situação atual do processo de setup é o passo primordial a
se realizar, pois terá uma visão de como está a situação atual do processo realizado.
Ao medir o tempo é preciso classificar cada etapa do processo em estudo em interno
e externo, sendo assim, conhecido por todos as atividades que causam maior
impacto no processo. Trabalho interno é toda atividade que só pode ser realizada
com o equipamento parado, já o trabalho externo é toda atividade que só pode ser
realizada com o equipamento em funcionamento.
Ao classificar os tipos de atividade, fica mais fácil mover, isto é, alterar o trabalho
interno para antes ou depois do equipamento estar parada, perdendo menos tempo
de setup e melhorando a eficiência da atividade. Após todo o estudo levantado e
estudado, a etapa seguinte é fazer uma melhora nas atividades interna e externas
do processo para que reduza ainda mais o desperdício de tempo, e por fim
padronizar toda a alteração. Propondo treinamento com os operadores, para que
todos possam realizar suas atividades com mais eficiência.

Como auxílio da ferramenta SMED, outra metodologia vem acompanhada, que


é o caso do Diagrama de Espaguete. É o diagrama percorrido por um produto na medida
em que ele se movimenta ao longo de um fluxo de valor. É assim chamado, pois na
produção em massa, a rota dos produtos comumente se parece com um prato de
espaguete. O objetivo desse diagrama é traçar o movimento das pessoas dentro do
processo para enxergar onde existem as ineficiências de movimento, o que traz no final
da atividade economia de tempo, diminuindo custos e aumentando a produtividade.

5 Conclusão
Tendo em vista a importância da ferramenta SMED em qualquer área que se
possa aplicar, concluímos que a utilização desta metodologia se faz necessário em
qualquer atividade dentro da indústria, pois sua utilização proporciona aumento de
produtividade dos operadores, diminuindo bruscamente a ineficiência do setor.
Toda e qualquer indústria que deseja utilizar esta ferramenta busca a melhoria
continua de sua linha de produção, pois nos dias atuais, cresce e se estabiliza a indústria
que opera de forma mais adequada, com menos desperdício, retrabalho ou qualquer
tipo de perda, proporcionando um valor agregado em seu produto um valor justo e
adequado para o mercado em que se situa.

6 Referências
SMED. Metodologia de Shigeo Shingo (SMED): análise crítica e estudo de caso . Disponível em:
http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/25956/1/S0104-530X2007000200010.pdf.
Acesso em: 20 ago. 2019.

5º CONGRESSO LUSO-MOÇAMBICANO DE ENGENHARIA . IMPLEMENTAÇÃO DA METODOLOGIA


QUICK CHANGEOVER NUMA LINHA DE MONTAGEM FINAL DE AUTO-RÁDIOS: PARA ALÉM DA
TÉCNICA SMED. Disponível em: https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822
/11879/1/14A001.pdf. Acesso em: 22 ago. 2019.

SMED. Como viabilizar a produção em pequenos lotes? O método SMED. Disponível em:
http://rassis.com/artigos/SMED.pdf. Acesso em: 1 set. 2019.

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