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Os Crimes Contra a
19 Paz Pública
Incitação ao Crime
CÓDIGO PENAL Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
Objetividade Jurídica:
Protege-se a paz pública (a tranqüilidade social).
Sujeito Ativo:
Pode ser qualquer pessoa.
Sujeito Passivo:
É a coletividade.
Tipo Objetivo:
A conduta típica é incitar (excitar, açular), publicamente, a prática de crime. A incitação deve ser de
crime determinado. Se o agente incita publicamente, à prática de contravenção, o fato é atípico. O
mesmo ocorre se a incitação pública for de ato imoral.
Consumação e Tentativa:
O crime se consuma com a percepção, por indeterminado número de pessoas, da incitação pública ao
crime. É crime formal, não se exigindo que as pessoas que foram instigadas realmente pratiquem o
crime. A tentativa é possível, uma vez que o iter criminis é passível de fracionamento no tempo: se o
agente, por exemplo, antes de iniciar a distribuição de panfletos com conteúdo incitatório é obstado
por circunstâncias alheias a sua vontade.
Objetividade Jurídica:
Protege-se a paz pública.
Sujeito Ativo:
Pode ser qualquer pessoa.
Sujeito Passivo:
É a coletividade.
Tipo Objetivo:
A conduta típica é fazer apologia, ou seja, fazer uma incitação “indireta” ao crime, exaltando,
enaltecendo ou elogiando, publicamente, fato criminoso ou autor de crime. Damásio entende que
para configurar este crime, a apologia deve ser de crime doloso que tenha realmente ocorrido.
Se a apologia for realizada através da imprensa, o crime será o do art. 19 da Lei 5.250/67 (Lei de
Imprensa). Se se tratar de apologia de crime contra a segurança nacional, a conduta é prevista pelo
art. 22 da Lei 7.170/83.
Tipo Subjetivo:
O dolo é a vontade de fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou autor de crime.
Consumação e Tentativa:
O crime se consuma com a percepção, por indefinido número de pessoas, dos elogios endereçados a
crime anteriormente praticado ou a autor de crime. Admite-se a tentativa.
CÓDIGO PENAL Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer
crimes:
Objetividade Jurídica:
Protege-se a paz pública.
Sujeito Ativo:
Pode ser qualquer pessoa que se associe a, no mínimo, mais três pessoas. É um crime de concurso
necessário, ou seja, necessariamente deve ser praticado por mais de uma pessoa.
O agente responderá por este crime mesmo que os outros integrantes não tenham sido
identificados ou sejam inimputáveis.
Sujeito Passivo:
É a coletividade.
Tipo Objetivo:
A conduta típica é a associação de no mínimo quatro pessoas com o fim de cometer crimes da mesma
espécie ou não. A associação não se confunde com a simples reunião, pois tem caráter estável,
projetada com laços de permanência, ou seja, exige-se um vínculo estável e permanente entre os
integrantes da associação.
Conforme Vicente Greco, a existência das associações criminosas está condicionada a "um animus
associativo, isto é, um ajuste prévio no sentido da formação de um vínculo associativo de fato, uma
verdadeira societas sceleris, em que a prática de se associar seja separada da vontade necessária à
prática do crime visado".
O crime de quadrilha ou bando somente se configura quando as partes se reúnem para praticar uma
série indeterminada de crimes. Se os agentes pretendem praticar uma quantidade determinada de
crimes (um, dois, três, etc.), não caracteriza o crime.
Tipo Subjetivo:
O dolo é a vontade de associarem-se, mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de
cometer crimes. Não existe a forma culposa.
Consumação e Tentativa:
O crime se consuma no momento em que mais de três pessoas se associam para a prática de crimes,
executando atos que evidenciem a formação da quadrilha. Em princípio, sabemos que os crimes não
são punidos na sua fase de preparação, porém o delito de quadrilha ou bando é uma figura autônoma,
que se consuma tenham os integrantes praticado ou não qualquer crime. Não é admitida a forma
tentada.
LEI N° 8.072, Art. 8º - Será de 3 (três) a 6 (seis) anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
DE 25.07.90 quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins ou terrorismo.
O disposto não se aplica mais no que se refere ao tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.
Delação Premiada:
A delação premiada somente é aplicada nos casos de quadrilhas destinadas à prática de crimes
hediondos (art. 8°, parágrafo único da Lei 8.072/90). Se o participante que denunciar à autoridade o
bando ou quadrilha terá a pena reduzida de 1 a 2/3. É necessário, entretanto, que a delação permita o
desmantelamento da quadrilha ou bando.
Com o advento da Lei 9.807/99, a colaboração do participante da ação criminosa poderá ter como
conseqüência até o perdão judicial. De acordo com o art. 13 da referida lei, a colaboração pode ser
aceita em qualquer espécie de crime.
LEI N° 11.343, Art. 35 – Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
DE 24.08.2006 qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta Lei.
Pena: Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e
duzentos) dias-multa.
02 - (Ministério Público/SP – 79) A associação de mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para
a prática de crimes considerados como hediondos, tem o efeito de:
( ) a) acarretar maior punição aos agentes por se tratar de modalidade agravada do delito de
quadrilha ou bando;
( ) b) acarretar aos agentes a impossibilidade de progressão de regime prisional, sem
qualquer reflexo na quantidade de pena prevista no artigo 288 do Código Penal;
( ) c) acarretar maior punição aos agentes por se tratar de modalidade qualificada do crime
de quadrilha ou bando;
( ) d) acarretar aos agentes a impossibilidade de serem beneficiados com o livramento
condicional;
( ) e) acarretar aos agentes a impossibilidade de serem beneficiados com indulto, sem
qualquer reflexo na quantidade de pena prevista no artigo 288 do Código Penal.
04 - O indivíduo que, ao ver um criminoso passar algemado e escoltado pela polícia, bate-lhe
acaloradas palmas, pratica
( ) a) crime de apologia de criminoso;
( ) b) delito de incitação ao crimes;
( ) c) contravenção penal de conduta inconveniente;
( ) d) conduta atípica.
05 - [ ] é permanente.
07 - [ ] requer mais de três pessoas para a sua configuração, sendo que todas elas devem
ser imputáveis.
09 - [ ] exige que ao menos três dos integrantes pratiquem os atos executórios dos crimes.
10 - [ ] só se consuma com a prática de qualquer delito pelo bando ou por alguns de seus
integrantes.
01.B 02.C 03.C 04.A 05.C 06.C 07.E 08.E 09.E 10.E
Bibliografia
Direito Penal
19 – Os Crimes Contra a Paz Pública
Apostila de Demonstração
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