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DISCIPLINA:

Qualidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde


QSMS
1. AMBIENTE DE TRABALHO

Podemos adotar como definição de ambiente de trabalho “um conjunto de fatores


interdependentes, materiais ou abstratos, que atua direta e indiretamente na qualidade de vida
das pessoas e nos resultados dos seus trabalhos” (Wada, 1990). Portanto, em nosso ambiente
de trabalho precisamos encontrar condições capazes de proporcionar o máximo de proteção e
ao mesmo tempo, satisfação no trabalho. Esta combinação resulta em aumento da
produtividade e qualidade dos serviços, redução do absenteísmo, redução das doenças e
acidentes do trabalho.
O ambiente de trabalho é composto por um conjunto de fatores. Quando um destes
fatores ou um conjunto deles fogem ao controle, seja pelos níveis permitidos ou pelos
processos que desencadeia, torna o ambiente de trabalho suscetível ao desenvolvimento das
chamadas patologias do trabalho que podem ser citadas como acidentes do trabalho, doenças
profissionais ou doenças do trabalho.

“AS QUESTÕES DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO SÃO OBJETOS


DE ATENÇÃO CONTÍNUA NOS DIVERSOS SEGMENTOS, POIS AS
CONSEQÜÊNCIAS APRESENTADAS PELOS ACIDENTES E DOENÇAS DO
TRABALHO AFETAM TANTO AOS TRABALHADORES, O GOVERNO E A
SOCIEDADE COMO UM TODO”.
Arthur João Donato. Presidente da CNI.

É preciso compreender que a segurança e higiene do trabalho não são mais


consideradas domínios de especialistas. Ambas integram-se a outras áreas do conhecimento
para abancar objetivos mais amplos e atingir maior eficiência. A tendência natural das pessoas
é acreditar que "desgraça só acontece na casa do vizinho".

2. EVOLUÇÃO LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ACIDENTES DO TRABALHO


(Fonte: Série SESI, 2000).

A 1ª lei foi o Decreto legislativo nº 3724 de 15 de janeiro de 1919, que introduziu o


conceito de risco profissional e determinou o pagamento de indenização ao segurado ou à
família, proporcional a gravidade das sequelas do acidente.
O Decreto-Lei n.º 7.036, de 10 de novembro de 1944 manteve o sentido de risco
profissional, mas foi ampliada pela teoria do risco da autoridade, isto é, pregava que a
autoridade é fonte (ou causa) de responsabilidade pelos acidentes havidos.
Em 14 de setembro de 1967, a Lei 5.316, determinou o seguro obrigatório como
prerrogativa da previdência social. Adotou o conceito de acidente ocorrido no trajeto entre
residência e o trabalho e vice-versa (risco social). A previdência social adotou programas de
reabilitação profissional.
Lei 6.367, de 19 de outubro de 1976, regulamentada pelo Decreto 79.037 de 24 de
dezembro de 1976, ao lado dos acidentes de trabalho contemplava as chamadas doenças
profissionais ou doença do trabalho.
Lei 8213, de 24 de julho de 1991, estabeleceu que a empresa fosse responsável
pela adoção das medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do
trabalhador. Assegurou a estabilidade no emprego do segurado que se incapacitarem para o
trabalho por mais de 15 dias.
Enfim, o parágrafo 10º do art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998, estabeleceu que a lei disciplinará
“a cobertura do acidente de trabalho, a ser entendida concorrentemente pelo regime geral de
previdência social e pelo setor privado”.

3. ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO

3.1 Conceito legal.

Lei n 8213 - de 24 de julho de 1991.


Dispõe sobre o Plano de Benefícios da Previdência Social, e dá outras providências.

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa
ou pelo exercício do trabalho dos segurados, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade
para o trabalho.
Para que uma lesão ou moléstia seja considerada acidente do trabalho é necessário que haja
entre o resultado e o trabalho uma ligação , ou seja, que o resultado danoso tenha origem no
trabalho desempenhado e em função do serviço.
Lesão corporal: deve ser entendido qualquer dano anatômico, por exemplo uma fratura, um
machucado, a perda de um membro.
Perturbação funcional: deve ser entendido o prejuízo ao funcionamento de qualquer órgão
ou sentido, como uma perturbação mental devida a uma pancada, o prejuízo ao funcionamento
do pulmão pela aspiração ou ingestão de elemento nocivo usado no trabalho.

Antes de verificarmos a legislação vejamos por que devemos priorizar a atitude


prevencionista em nosso trabalho.
Na postura tradicional:
responsabilidade do setor de segurança;
ação corretiva;
controle de perdas humanas.
Já na postura prevencionista: responsabilidade de todos; ação preventiva; controle de perdas
humanas e materiais. Comprometimento de todos junto aos programas e atividades
desenvolvidas.

Podemos adotar também a definição do ponto de vista prevencionista, “uma ocorrência não
programada e indesejada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no processo
normal de uma atividade, trazendo por conseqüência dor, perda ou morte”.

Na postura prevencionista temos a existência do termo incidente, usado para designar


um “quase acidente”. Em outras palavras , uma situação em que houve um risco e uma
exposição simultânea a ele, mas não houve perdas. Na verdade foi o famoso “por um triz”, em
geral seguido por um “ufaaa!”.
3.2 Benefícios da Previdência Social.

Quanto ao segurado: auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente;


reabilitação profissional; serviço social e assistência médica.
Quanto ao dependente: pensão por morte.

3.3 Tipos de acidente.

Art. 21 Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:

I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação.

II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de


trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o
trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de
trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior.

III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua


atividade;

IV - o acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;


b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou
proporcional proveito;
c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro
de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de
locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado;
d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. ACIDENTE DE
TRAJETO. Deixa de caracterizar-se o acidente quando o empregado tenha por interesse
próprio, interrompido ou alterado o percurso normal.

O ACIDENTE TÍPICO do trabalho ocorre no local e durante o trabalho, considerando como


um acontecimento súbito, violento e ocasional que provoca no trabalhador uma incapacidade
para a prestação de serviço.

§ 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no
exercício do trabalho.

§ 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,


resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do
anterior.

3.3.1 Doenças profissionais e do trabalho.

Art. 20. Considera-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes
entidades mórbidas:

I - Doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do


trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
ministério do trabalho e da previdência social;

Exemplos de doenças profissionais:


Dort: Conjunto de doenças que atingem os músculos, tendões e nervos superiores e que tem
relação com as exigências das tarefas, dos ambientes físicos e da organização do trabalho. São
inflamações provocadas por atividades de trabalho que exigem movimentos manuais
repetitivos durante longo tempo;
Bissinose: ocorre com trabalhadores que desenvolvem atividades com algodão;
Siderose: ocorre com quem desenvolve atividades com limalha e partículas de ferro, para
quem trabalha com o metal;
Asbestose: ocorre com quem desenvolve atividades com amianto (provoca câncer no pulmão).

II - Doença do trabalho, assim entendida a produzida ou desencadeada em função de


condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacione diretamente, constante
da relação mencionada no inciso I;

Exemplos de doenças do trabalho:


Estresse: nada mais é do que a resposta do organismo a uma situação de ameaça, tensão,
ansiedade ou mudança, seja ela boa ou má, pois o corpo esta se preparando para enfrentar o
desafio. Significa que o organismo em permanente situação de estresse estará praticamente o
tempo todo em estado de alerta, funcionando em condições anormais;
Fadiga: a fadiga é um estado de nosso organismo produzido por um trabalho de longa duração
ou com exigências acima das capacidades do operador, que, entre outros sintomas, apresenta
certa redução da capacidade e do gosto para o trabalho;
Sofrimento mental: como exemplo deste caso tem a neurose das telefonistas- uma constante
presença de cefaléia, zumbidos e assobios em alteração do sono e do humor. Essas
perturbações produzem-se não só durante o trabalho, mas também fora dele.

§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:

a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva,
salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela
natureza do trabalho.

§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos
incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e
com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.

DECRETO n. 3.048 de 6 de maio de 1999.


“Agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho, conforme previsto
no artigo 20 da Lei n. 8.213, de 1991”

3.4 Comunicação de Acidentes do Trabalho - CAT

Art. 22. A empresa deverá comunicar o acidente do trabalho à Previdência Social até o 1º
(primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de imediato, à comunidade
competente, sob pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário-
de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela
Previdência social.

§ 1º Da comunicação a que se refere este artigo receberão cópia fiel o acidentado ou seus
dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.
§ 2º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,
seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecendo neste caso o prazo previsto neste artigo.
§ 3º A comunicação a que se refere o § 2º não exime a empresa de responsabilidade pela falta
de cumprimento do disposto neste artigo.
§ 4º Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela.
Previdência Social, das multas previstas neste artigo.

Art. 23 Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a


data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da
segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito
o que ocorrer primeiro.

Art. 169 O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de 12
meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-
doença acidentário. Independentemente da percepção de auxilio-acidente.
Art. 173 O pagamento pela Previdência Social das prestações por acidente do trabalho não
exclui a responsabilidade civil d empresa ou de outrem.

3.5. Causas de Acidentes do Trabalho

3.5.1. Os acidentes são causados por:

CONDIÇÕES INSEGURAS INERENTES AO AMBIENTE, ESTAÇÃO DE


TRABALHO OU PROCESSO - são situações existentes no meio de trabalho e que podem
vir a causar acidentes. Exemplos:
- Das construções e Instalações da Empresa: prédio com áreas insuficientes, pisos não
adequados; iluminação deficiente e mal distribuídas; ventilação deficiente ou
excessiva; instalação sanitária imprópria, insuficiente; excesso de ruído e trepidações;
falta de ordem e limpeza; instalações elétricas impróprias ou com defeito;
- Das máquinas: localização imprópria das máquinas; falta de proteção das partes
móveis e pontos de operações; máquinas com defeitos;
- Das matérias-primas: matéria-prima com defeitos ou de má qualidade; matéria-prima
fora de especificação;
- Das proteções dos trabalhadores proteção insuficiente ou inexistente; vestuário não
apropriado; calçado impróprio ou inexistente; equipamento de proteção com defeito;
- Dos horários de trabalho: esforços repetitivos e prolongados; má distribuição de
horários e tarefas.

ATOS INSEGUROS DIRETOS E INDIRETOS - ação ou omissão que, contrariando um


preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocorrência de acidentes. São
comportamentos emitidos pelo trabalhador que podem levá-lo a sofrer um acidente. Os
fatores que levam o indivíduo a praticá-lo são múltiplos, sendo que os principais podem
ser assim resumidos:
- o desconhecimento das regras de segurança dos métodos seguros do trabalho;
- o emprego impróprio e sem habilitação de ferramentas e maquinários, ou sua
utilização com defeitos;
- o equipamento de segurança impróprio para as atividades, sua má utilização ou
recusa em usá-lo;
- a falta de treinamento, conscientização, orientação especifica para as atividades;
- o excesso de confiança, descuido, pressa, distração, insegurança e brincadeiras de mau
gosto.

FATOR PESSOAL DE INSEGURANÇA - é o que podemos chamar de "problemas


pessoais" do indivíduo e que agindo sobre o trabalhador podem vir a provocar acidentes
ou doenças. Exemplos são problemas de saúde não tratado; conflitos familiares; falta de
interesse pela atividade que desempenha; uso de substâncias tóxicas; problemas diversos
de ordem social e/ou psicológica.

Tem como consequências:

ACIDENTES SEM LESÕES OU DANOS MATERIAIS


LESÕES IMEDIATAS E MEDIATAS
LESÕES NÃO INCAPACITANTES OU INCAPACITANTES TEMPORARIA,
PARCIAL PERMANENTE, TOTAL PERMANENTE, MORTE.

3.6 Investigação e Análise de Acidente do trabalho

Segundo a NR-5 em seu item 5.16. a CIPA terá por atribuição participar, em conjunto
com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e
acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados.
A ocorrência de acidente de trabalho é a comprovação direta de falhas no sistema de
prevenção de acidentes. Por isso, todo o programa destinado à prevenção de acidentes busca,
“a priori” a não ocorrência do fato, ou seja, preconiza a ausência de acontecimentos e
infortúnios indesejáveis no exercício das atividades laborais, através de métodos que permitam
prever o fato e corrigi-las antes que aconteçam. Porém, quando o acidente acontece, é de vital
importância recorrer ao estudo dos fatos que o geraram para se detectar suas causas e
consequências e corrigi-las, evitando assim, a recorrência do mesmo.
Todos os acidentes são de real importância, independentemente de vir acompanhado de lesão
física ou não.

3.6.1 Regras básicas na investigação de acidentes:

- Buscar as informações o mais breve possível, não deixar o assunto esfriar;


- Fazer o levantamento no próprio local e, se possível, procurar simular a ocorrência.
- Cuidado para não criar situações constrangedoras ou perigosas;
- Não dar a ideia de procurar culpado;
- Escutar todos os envolvidos, vítima, colegas, líder do setor e até, técnicos
especializados;
- Registrar e preservar todas as informações possíveis, por menos significativas que
possa parecer;
- Investigar todos os acidentes: a diferença entre um acidente banal e outro sério, é fruto
do acaso;
- Restringir-se aos fatos;
- Determinar providências imediatas para evitar a repetição do acidente;
- Divulgar os resultados (ações corretivas e preventivas), pois seu valor é
fundamentalmente educativo; a partir desses resultados, deve-se iniciar um programa
de prevenção de acidentes ou uma campanha de segurança;
- Uma investigação mal conduzida poderá distorcer a causa real de um acidente, motivo
pelo qual deverá ser feita com toda atenção e cuidado, além de contar com o apoio
das lideranças diretas do acidentado e de suas colegas de trabalho.

3.6.2 Termos usado na investigação e análise de acidentes:

- Localização da lesão: indicação no corpo do local da lesão. Ex.: braço, antebraço,


perna;
- Natureza da lesão: identifica a lesão segundo suas características principais. Ex.:
luxação, fratura exposta, choque elétrico;
- Agente do acidente: indica à coisa, substância ou ambiente que, sendo inerente à
condição ambiente de insegurança, tenha provocado o acidente;
- Lesão com afastamento (lesão incapacitante ou lesão com perda de tempo): lesão
pessoal que impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao do acidente
ou de que resulte incapacidade permanente;
- Lesão sem afastamento (lesão não incapacitante ou lesão sem perda de tempo):
Lesão pessoal que não impede o acidentado de voltar ao trabalho no dia imediato ao
do acidente, desde que não haja incapacidade permanente.

Na análise do acidente, no item onde ocorre a identificação dos atos e condições inseguras,
convêm utilizar a Tabela Fatores Causais dos acidentes do Trabalho do Ministério do
Trabalho disponível no site.

4. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO

A importância da proteção individual e coletiva está diretamente ligada à preservação


da saúde e da integridade física do trabalhador. É diretamente ligada ao aumento de
produtividade e lucros para a empresa, através da minimização dos acidentes e doenças do
trabalho e suas consequências.
Paralelamente ao desenvolvimento da legislação sobre segurança e medicina do trabalho,
ocorre o da engenharia de controle dos riscos nos locais de trabalho ou, engenharia de
segurança do trabalho. Desta forma, livrar os locais de trabalho de fatores de risco pode
requerer estudos que vão desde uma extensa revisão da engenharia de processo ou de método
de fabricação até a escolha de adequados métodos de movimentação e manuseio de materiais.
O processo de escolha entre EPI e EPC deve favorecer sempre o EPC, mas devemos analisar
cada caso, por existirem algumas operações em que a única solução tecnicamente e
financeiramente viável sugere o uso de EPI (mergulho, por ex.).

4.1. Equipamento de proteção individual – EPI

Para os fins de aplicação da NR- 6 considera-se Equipamento de Proteção Individual,


de fabricação nacional ou estrangeira, todo dispositivo de uso individual destinado a proteger
a saúde e a integridade física do trabalhador.

4.1.1 Obrigações do empregador quanto ao EPI.

A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco e em


perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não
oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças
profissionais e do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender as situações de emergência.

O empregador também deve:


• Adquirir o tipo adequado à atividade do empregado;
• Fornecer ao empregado somente EPI aprovado;
• Treinar o trabalhador sobre seu uso adequado;
• Tornar obrigatório seu uso;
• Substituí-lo, imediatamente, quando danificado ou extraviado;
• Responsabilizar-se pela sua higienização e manutenção periódica.

4.1.2 Obrigações do empregado quanto ao EPI:

• Usá-lo apenas para a finalidade a que se destina;


• Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para o uso;

O EPI, de fabricação nacional ou importada, só poderá ser colocado à venda,


comercializado ou utilizado, quando possuir o Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo
Ministério do Trabalho e da Administração - MTA, atendido o disposto no subitem 6.9.3. –
“todo EPI deverá apresentar, em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da
empresa fabricante ou importador, e o número de CA”.

4.1.3. Grupos de EPI:

A - EPI para proteção da cabeça;


B - EPI para proteção dos olhos e face;
C - EPI para proteção auditiva;
D - EPI para proteção respiratória;
E - EPI para proteção do tronco;
F - EPI para proteção dos membros superiores;
G - EPI para proteção dos membros inferiores;
H - EPI para proteção do corpo inteiro;
I - EPI para proteção contra quedas com diferença de nível.

4.2. Equipamento de proteção coletiva – EPC

Ergonômica é a solução que gera segurança sem que o peso desta recaia sobre o
trabalhador.
É o equipamento instalado na fonte de risco. Assim, mesmo que uma pessoa não
preste atenção ela não se machucará, porque o risco foi eliminado na fonte.
Como proteção coletiva entendemos as medidas de ordem geral executadas no ambiente de
trabalho, nas máquinas e nos equipamentos, assim como medidas orientativas quanto ao
comportamento dos trabalhadores para evitar atos inseguros e medidas preventivas de
Medicina do trabalho.
É exemplos o sistema de ventilação, a proteção de máquinas, os andaimes, os
abafadores, enclausuradores de ruídos, de vibrações, as proteções contra quedas e contra
incêndio, normas e regulamentos, colocar borracha entre peças de metal que se chocam,
sinalizações, substituição de produtos químicos por outras substâncias menos tóxicas, etc.
4.3. Vantagens e desvantagens

A grande vantagem da proteção coletiva é que de uma maneira geral, sua eficiência
independe do comportamento humano. O acidente só poderá ocorrer por falha eventual na
proteção.
Já a eficiência da proteção individual esta relacionada diretamente com o
comportamento humano. O trabalhador só usará o equipamento se tiver consciência da
importância do uso do mesmo para a preservação de sua saúde e integridade física. Para maior
eficiência, a proteção coletiva deve ser prevista nos projetos de instalação da empresa.
No projeto arquitetônico, por exemplo, deve ser observada a localização adequada das
aberturas que permitirão a perfeita ventilação dos locais de trabalho, ou local para a colocação
de exaustores ou sistemas de ventilação mecânica.

5. RISCOS AMBIENTAIS.

A PORTARIA nº 5, do Ministério do Trabalho, por meio da NR – 9 definiu o que são


considerados riscos ambientais: os agentes físicos, químicos, biológicos existentes nos
ambientes de trabalho capazes de causar acidentes e/ou doenças em função da sua natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição.
Consideram-se ainda riscos ambientais, para feito das NR, os agentes mecânicos,
ergonômicos e outras condições de insegurança existentes nos locais de trabalho, capazes de
provocar lesões à integridade física do trabalhador.
Os agentes passíveis de produzir condições insalubres ou perigosas no ambiente de
trabalho constam das Nr’s sobre “Atividades e operações insalubres” (NR 15) e “Atividades e
operações perigosas” (NR 16).

Conforme NR um, em seu item 1.7., cabe ao empregador:


a) cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina
do trabalho;

b) elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos
empregados, com os seguintes objetivos:
I - prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho;
II - divulgar as obrigações e proibições que os empregados devam conhecer e cumprir;
III - dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo
descumprimento das ordens de serviço expedidas;
IV - determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e
doenças profissionais ou do trabalho;
V - adotar medidas determinadas pelo Mtb;
VI - adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de
trabalho.

c) informar aos trabalhadores:


I - os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho;
II - os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa;
III - os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais
os próprios trabalhadores forem submetidos;
IV - os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho.

d) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos


legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho.

5.1. Agentes Físicos

5.1.1. Temperatura.

Para melhor entendermos os assuntos a respeito de temperatura, é necessário apresentar


alguns conceitos e definições a respeito:

Segundo o pesquisador dinamarquês Ole Fanger (1970): “conforto térmico é a


condição da mente que expressa satisfação com o ambiente térmico”.
De acordo com Shin-Iche Tanabe (1984): “neutralidade térmica é a condição da mente
que expressa satisfação com a temperatura do corpo como um todo”.

Variáveis que influenciam na condição de conforto térmico:


• Atividade desempenhada
• Isolamento térmico das roupas utilizadas temperatura do ar
• Temperatura radiante média velocidade do ar
• Umidade do ar.

Estresse térmico.
O estresse térmico é uma expressão derivada da língua inglesa que tem por definição “ação
específica dos agentes e influências nocivas (frio ou calor excessivos, infecção, intoxicação,
emoções violentas tais como inveja, ódio, medo, etc.) que causam reações típicas do
organismo, tais como síndrome de alerta e síndrome de adaptação.” Dicionário Brasileiro da
língua Portuguesa, enciclopédia Britânica do Brasil, 1975.
O ser humano, no desempenho de suas atividades, quando submetido à condição de estresse
térmico, tem entre outros sintomas, a debilitação do estado geral de saúde, alterações das
reações psicossensoriais e a queda da capacidade de produção.
Apesar da capacidade de adaptação humana ao trabalho em temperaturas extremas, ele morre
com a variação de 33 a 42 ºC.

Estresse por calor.


Possíveis problemas ocasionados por temperaturas elevadas no trabalho, resultando em
hipertemia ou intermação, problemas circulatórios, tontura e desfalecimento devido à
deficiência de iodo, cãibras, tontura e desfalecimento devido à deficiência relativa de volume
de líquido circulante e devido à evaporação inadequada de suor, desidratação, distúrbios
psicológicos, comprometimento da produtividade e do trabalho intelectual. O calor ambiente é
considerado risco ergonômico por gerar desconforto.
Estresse por frio
Para uma única e ocasional exposição em um ambiente frio, a queda da temperatura interna
do corpo abaixo dos 35º C é aceitável. Porém para uma exposição maior e contínua, a
definição dos limites de tolerância tem por objetivo prevenir que a temperatura interna do
corpo fique abaixo de 36º C e com isso evitar danos nas extremidades do corpo, protegendo
todas as partes, com maior ênfase para as mãos, pés e cabeça.
Dor nas extremidades podem ser os primeiros sintomas do risco, durante a exposição ao frio,
fortes calafrios aparecem quando a temperatura do corpo cai abaixo de 35ºC, isto deve ser
encarado como um sinal de perigo para o trabalhador e a exposição ao frio deve cessar
imediatamente por qualquer trabalhador com esses sintomas.
Em ambientes abaixo de 4ºC, roupas de proteção adequadas para manter a temperatura
devem ser providenciadas. Congelamento superficial ou profundo de tecidos pode ocorrer
somente quando a temperatura está abaixo de –1ºC. Para trabalhos delicados realizados com
as mãos por mais de 10 a 20 minutos em um ambiente com temperatura abaixo de 16ºC,
devem ser providenciadas medidas especiais para manter as mãos dos trabalhadores quentes.
Os principais problemas causados pelo frio são enregelamento dos membros (que poderá levar
a gangrena e até mesmo a amputação), pés de imersão (doença provocada pela umidade
constante dos pés), ulcerações de frio (feridas, rachaduras e necroses dos tecidos superficiais).

5.1.2. Ruído.

O ouvido humano é o mais sofisticado sensor de som. Qualquer redução na


sensibilidade de audição é considerada perda de audição. A exposição a níveis altos de ruído
por tempo longo danifica as células da cóclea. O tímpano por sua vez, raramente é danificado
por ruído industrial.

Pesquisas mostram que:


a) dificuldade significativa na recepção de som ocorre para perdas de audição maiores que 25
DB (valor médio nas frequências de 500 Hz, 1 kHz e 2 kHz).
b) exposição a níveis de pressão sonora abaixo de 80 dB (A) – para 90 % da população – não
causa dificuldade na sensação e interpretação do som.
c) a perda de audição por exposição a níveis acima de 80 dB(A) depende da distribuição dos
níveis com o tempo de exposição e da susceptibilidade do indivíduo.

A avaliação da intensidade de ruído tem como objetivos:


a) determinar o risco de perda auditiva
b) avaliar a interferências com as comunicações
c) determinar o potencial de desconforto ou incômodo
d) descrever a fonte de ruído para orientar as medidas corretivas de engenharia
e) comparar com critérios legais ou normas da empresa

Os danos causados pelo ruído ao sistema auditivo humano estão ligados a dois fatores:
- freqüência (exposição prolongada ou constante);
- intensidade (ruídos muito fortes).

A exposição prolongada ou constante a ruídos intensos poderá ter efeito direto e


indireto sobre o organismo humano:
a) efeito direto: redução da capacidade auditiva ou até mesmo surdez permanente;
b) efeito indireto: a longo prazo, o ruído intenso poderá produzir alterações no estado
emocional dos indivíduos (nervosismo, irritabilidade, perturbação na atenção e no sono etc.)
as quais, por sua vez, poderão causar dores de cabeça, aumento da pressão sanguínea e outros
males.

Tecnicamente o grau de ruído de um ambiente é medido por meio de instrumentação


apropriada. A umidade utilizada para medir a diferença de nível de sensação acústica, isto é, a
diferença de intensidade de um ruído para outro, é o decibel (dB).

5.1.3. Vibração.

A vibração é o resultado das trepidações provocadas por diversos tipos de máquinas e


equipamentos motorizados, operados nas várias atividades profissionais. São exemplos de
fontes de vibração: tratores, máquinas de terraplanagem, caminhões, máquinas de polir, serras
manuais, marteletes, rebitadeiras pneumáticas, etc.
Existem dois tipos de vibração, que tem diferentes efeitos no organismo: as localizadas e as
de corpo inteiro.
As vibrações localizadas são transmitidas a determinada parte do corpo pelo equipamento
operado. Exemplos: martelete pneumático e ferramentas manuais motorizadas, cujas
vibrações são, principalmente, absorvidas pelas mãos e braços. Podem causar perda da
sensibilidade tátil, problemas nas articulações, problemas na circulação periférica e
deslocamento de nervos.
As vibrações de corpo inteiro são transmitidas ao corpo pelo operador de equipamentos, que
pode estar de pé, sentado ou deitado. É o caso dos motoristas de caminhão, operadores de
grandes maquinas, pilotos de avião, etc. Tem como efeitos pequenas alterações no organismo
em geral, lesões na coluna, nos rins e cansaço visual.

5.1.4 Pressões anormais.

São aquelas a que estão expostos os indivíduos que operam fora do ambiente normal,
como por exemplo, em grandes altitudes ou em explorações submarinas. Elas podem ser:
- baixas, quando o trabalho é realizado a grandes altitudes, e
- altas, quando o trabalho é realizado em tubulações de ar comprimido, caixões pneumáticos e
campânulas, ou em grandes profundidades marítimas, principalmente. (A NR 15 possui
anexo que trata especificamente do trabalho sob pressões hiperbáricas, ou seja, sob ar
comprimido e em mergulho.)

5.1.5. Radiações.

As radiações são uma forma de energia que se transmite como ondas eletromagnéticas pelo
espaço. Em alguns casos elas podem apresentar também comportamento corpuscular. Podem
ser:
Ionizantes – provocam câncer, anemias, cataratas. Provém de elementos naturais, como
urânio, potássio, rádio, ou de equipamentos como raios-X, gama e beta.
Não ionizantes- podem ser naturais como o sol, provocando câncer de pele, ou artificiais,
produzidas por fornos, fornalhas, solda elétrica, solda de oxiacetileno, cujos efeitos são
vasodilatação, catarata, etc.

5.1.6. Umidade.

As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados, ou seja, com


umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores.

5.2 Agentes Químicos.


Toxicologia é a ciência que estuda os agentes tóxicos.
Toxicologia industrial é a área da toxicologia que se ocupa do estudo das ações e dos
efeitos tóxicos, sobre o organismo humano, das substâncias químicas utilizadas ou produzidas
em processos industriais.
Os agentes químicos são aqueles que podem reagir com os tecidos humanos ou afetar o
organismo, causando alterações em sua estrutura e/ou funcionamento. Podem ser sólidos,
líquidos ou gasosos, sob as formas de:

Poeiras: os que se apresentam sob a forma de poeira nociva que podem provocar uma
série de doenças nos pulmões. Sua origem pode ser mineral (poeira do jato de areia), vegetal
(poeira do processamento do jato de algodão) ou animal (dos pelos e do couro de animais).
Fumos: aerossóis formados por condensação ou reação química. Para os higienistas,
são os aerossóis metálicos;
Fumaça: combustão incompleta de materiais orgânicos;
Névoas: aerossóis resultante da condensação de vapores ou ocorrências como
nebulização, borbulhamento, respingo.
Neblinas: partículas líquidas produzidas pela condensação de vapores de substâncias
que são líquidas à temperaturas normais.
Gases: substâncias que em condições normais de temperatura e pressão estão no
estado gasoso.
Vapor: é a fase gasosa de uma substância, que em condições normais de temperatura e
pressão é liquida ou sólida.

As substâncias químicas penetram no organismo por três diferentes vias:

a) Via pulmonar (respiratória)


Afetam trato respiratório alto, baixo ou parênquima pulmonar. Exemplos:
Perfuração do septo nasal: exposição ao cromo e níquel – galvanoplastia, cromação e
niquelação (principalmente).
Rinolitíase: exposição ao cimento – intensa atividade higroscópica. Afinidade pelo vapor
d’água.
Rinite alérgica: exposição a grãos, farinhas, aves, plantas, madeiras.
Carcinoma: exposição a poeiras das madeiras (marcenarias e serrarias).
Asma ocupacional: obstrução reversível das vias aéreas causada pela exposição a inalantes
gasosos ou particulados no ambiente de trabalho.
Silicose: principal pneumoconiose no Brasil, em combinação com ferro, magnésio, alumínio.
Forma compostos de sílica denominados silicatos.
Asbestose: asbesto (conhecido como amianto). Efeitos tóxicos: potenciais carcinogênicos e
fibrinogênico.

(b) Via cutânea


A pele é o maior órgão do corpo humano e representa 1/15 do seu peso, sendo constituída por
10% de água. A pele fornece uma cobertura impermeável à água, que é contínua em toda a
superfície corporal. Existem basicamente duas camadas: epiderme e derme, além de apêndices
cutâneos (unhas, pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas).

Dermatose ocupacional – é definida como inflamação ou anormalidade da pele produzida ou


agravada pelo ambiente de trabalho. O termo dermatose pode representar uma descoloração,
uma mancha, um calo, uma cicatriz, uma erupção inflamatória ou mesmo um tumor. O termo
dermatite ocupacional refere-se somente a um tipo inflamatório agudo de dermatose
ocupacional.

(c) Via digestiva


A intoxicação ocupacional por esta via é menos comum, a freqüência e o grau de contato com
os agentes tóxicos depositados nas mãos, alimentos e cigarros são muito menores que na
inalação.

5.3. Agentes biológicos.

Os vírus, as bactérias, os fungos, os protozoários são agentes biológicos que fazem


parte dos riscos ambientais a que estão submetidos os trabalhadores pelo contato durante sua
atividade profissional. São microorganismos que invadem o organismo humano e causam
diversas doenças, como a tuberculose, hepatite, o tétano, a malária, a febre amarela, a febre
tifóide, a leptospirose, micoses, etc.
Os profissionais mais expostos a esses agentes são os médicos, enfermeiros,
funcionários de hospitais e de laboratórios de análise biológica, lixeiros, açougueiros,
lavradores, tratadores de gado, trabalhadores de curtume e de estações de esgoto, etc.

5.4. Agentes mecânicos ou de acidentes.

São chamadas de agentes mecânicos as condições de insegurança que podem existir


nos locais de trabalho, capazes de provocar lesões à integridade física do trabalhador. Em
algumas literaturas são encontrados também como “riscos de acidentes”.
Arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas
inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, probabilidade de incêndio ou explosão,
armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras situações de risco que poderão
contribuir para ocorrência de acidentes.

5.5. Agentes ergonômicos.

Ergonomia é o estudo entre o homem e seu trabalho, equipamento e ambiente, e


particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução
dos problemas surgidos desse relacionamento (Ergonomics Research Society, Inglaterra).
A ergonomia é, portanto, o estudo da adaptação do trabalho ao homem.
A palavra trabalho tem, aqui, uma acepção bastante ampla: abrange não apenas as
máquinas e os equipamentos utilizados, para transformar os materiais, mas também toda
situação em que ocorre o envolvimento do homem com a atividade de produção. Isso implica
o ambiente físico e também os aspectos organizacionais, de programação e controle de
trabalho, para a produção dos resultados desejados.
É importante observar que a adaptação sempre ocorre do trabalho para o homem e que
raramente a recíproca é verdadeira. Isso porque é muito difícil adaptar o homem ao trabalho.
Por isso, a ergonomia parte do conhecimento do homem para fazer o projeto da atividade de
produção, ajustando-a as capacidades e limitações humanas.
Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, a satisfação e o bem estar dos
trabalhadores em seu relacionamento com os sistemas produtivos. A eficiência virá como
resultado, mas não será o objetivo principal, pois a busca de eficiência poderia significar
sacrifício e sofrimento do trabalhador, algo contraditório aos objetivos da ergonomia.

Segurança e bem estar já são preocupações normais de projetistas (engenheiros e desenhistas


industriais), gerentes e administradores de empresas. A diferença é que a ergonomia trata
desses assuntos cientificamente, tendo acumulado conhecimentos e metodologias para
interferir, tanto durante o projeto quanto durante a operação de sistemas produtivos, com
razoável certeza de produzir resultados satisfatórios.
Para realizar este estudo e análise do ambiente, observa-se a legislação específica (NR-
17).

A ANALISE ERGONOMICA DO TRABALHO é uma ferramenta capaz de permitir uma gestão


mais participativa, contando com a interação do pessoal do nível gerencial com os operários,
antes de tomar uma decisão, evitando assim as grandes diferenças entre o trabalho prescrito e
o trabalho real. Deve conduzir e orientar modificações para melhorar as condições de trabalho
nos pontos críticos que foram evidenciados.
Analise ergonômica exige:
a) discussão dos objetos do estudo como o conjunto das pessoas envolvidas;
b) aceitação dos trabalhadores que ocupam o posto a ser estudada;
c) analise da tarefa: considera o que o trabalhador deve realizar e as condições ambientais,
técnicas e organizacionais para esta realização;
d) analise das atividades: considera o que o trabalhador efetivamente realiza para executar a
tarefa;
e) Conhecimento dos dados pessoas: características físicas, sexo idade, experiência
profissional, ritmos biológicos, fadiga, vida fora do trabalho.

As principais Síndromes (sintomas, sinais) de problemas ergonômicos são:


• problemas de saúde
• problemas de clima organizacional
• erros humanos
• incidentes críticos
• acidentes de trabalho
• panes no sistema
• defeitos de produção
• baixa produtividade.
6. NORMAS REGULAMENTADORAS

As normas regulamentadoras definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas,


responsabilidades e punições. Sua obrigatoriedade foi definida e é parte integrante da CLT.

Antes de iniciarmos o estudo dos programas existentes vale ressaltar a relação existente
entre segurança do trabalho e qualidade total.

Conforme a ISO 8402, qualidade é a totalidade de propriedades e características de um


produto ou serviço que confere sua habilidade em satisfazer necessidades explícitas ou implícitas.
Trata-se então de conferir cuidado extra em todas as etapas de elaboração do produto ou serviço,
visando o “erro zero”.
Quando falamos em segurança e higiene do trabalho, falamos de uma ciência que trata do
reconhecimento, avaliação e controle dos fatores e condições ambientais que podem causar danos
à saúde, bem-estar e eficiência dos trabalhadores. Para que isso acontece é necessário monitorar
constantemente os ambientes de trabalho, observando os processos, os produtos e os
trabalhadores individual e coletivamente, evitando acidentes e consequentemente, “erro zero”.
Portanto quando buscamos qualidade teremos que buscar paralelamente a segurança no
ambiente de trabalho.

“O CONCEITO DE QUALIDADE SOMENTE TEM SENTIDO SE FOR ENTENDIDO EM


UM CONTEXTO DE MELHORIA DO BEM-ESTAR DA POPULAÇÀO. É UM CONCEITO
QUE SE APLICA AO HOMEM E A SUA VIDA”.
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - PBQP

6.1 NR 5 - CIPA

A CIPA constitui um espaço legalmente instituído, em que os trabalhadores podem não


apenas reconhecer os riscos a sua segurança e saúde relacionados ao trabalho, como também
sentar-se à mesa de negociações a fim de solicitarem às mudanças que se fizerem necessárias
no ambiente e nas condições de trabalho, de forma a torná-los o mais possível saudável e
seguro e consequentemente, altamente eficaz nos processos da produtividade. A formação da
CIPA nas pequenas, médias e grandes empresas, constitui um imperativo à sua prosperidade.

Objetivo:

Item 5.1 “a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - tem como objetivo a
prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível
permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador.”.

Item 5.16 “A CIPA terá por atribuição:


a) identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do
maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
b) elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de
segurança e saúde no trabalho;
c) participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias,
bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho;
d) realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à
identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores;
e) realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho
e discutir as situações de risco que foram identificadas;
f) divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho;
g) participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para
avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionado à segurança e
saúde dos trabalhadores;
h) requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor
onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores;
i) colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas
relacionados à segurança e saúde no trabalho;
j) divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de
acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho;
l) participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das
causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas
identificados;
m) requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na
segurança e saúde dos trabalhadores;
n) requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas;
o) promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver a Semana Interna de
Prevenção de Acidentes do Trabalho - SIPAT;
p) “participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS.”.

6.2. Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho –


SESMT

Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho tem a


finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho.

O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em


Medicina do Trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de
empregados do estabelecimento, constantes dos Quadros I e II, anexos observados as exceções
previstas nesta NR.

Formado por enfermeiros do trabalho engenheiros de segurança do trabalho, médicos do


trabalho, técnicos de segurança do trabalho e auxiliares de enfermagem do trabalho, conforme
quadro II da NR.

6.3 Programas de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO

Regulamentado pela NR 7 conforme segue:

Item 7.1.1. Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade de elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o
objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores.

Item 7.2. Das diretrizes.


7.2.1. O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo
da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR.
7.2.2. O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de
trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre
sua saúde e o trabalho.
7.2.3. O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos
à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores.

Como parte integrante do PCMSO encontramos o ASO e o Programa de Proteção


Auditiva.
O Atestado de saúde ocupacional deve ser emitido sempre que houver trabalhadores nas
situações de:
• admissional
• demissional
• transferência de função
• retorno ao trabalho
• exames periódicos

O Programa de Proteção Auditiva deve conter o controle de ruídos, refúgios do ruído,


rotatividade de função, especificação do ruído, proteção auditiva, educação, supervisão e
treinamento, audiometria.

6.4 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

Também com sua Norma Regulamentadora, a NR 9, conforme segue:

Item 9.1.1. "Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece a obrigatoriedade da elaboração e


implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando à
preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,
avaliação e conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a
existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos
recursos naturais."

Item 9.5 “O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados".

Segundo a Organização Mundial de Saúde os objetivos de um programa de higiene


industrial são os seguintes:
a) Determinar e combater nos locais de trabalho todos os fatores químicos, físicos, mecânicos,
biológicos e psicossociais de nocividade reconhecida ou suposta;
b) Conseguir que o esforço mensal e físico de cada trabalhador esteja dentro de suas capacidades,
limitações anatômicas, fisiológicas e psicológicas;
c) Adotar medidas para proteção dos indivíduos vulneráveis e reforçar suas capacidades de
resistência;
d) Descobrir e corrigir as condições de trabalho que sejam insalubres para que a morbidade geral
dos diversos grupos profissionais não supere a do conjunto da população;
e) Educar tanto os dirigentes quanto os trabalhadores no cumprimento das o b r i g a ç õ e s com
relação à proteção e promoção da saúde;
f) Aplicar nas empresas ações sanitárias que abranjam todos os aspectos de saúde, o qual
auxiliará nos serviços de saúde publica a elevar o nível sanitário da coletividade.
6.5 Programas das Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção
– PCMAT

A Norma Regulamentadora n.º 18 estabelece diretrizes de ordem administrativa, de


planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na
Indústria da Construção.

Item 18.3.1. São obrigatórios a elaboração e o cumprimento do PCMAT nos estabelecimentos com
20 (vinte) trabalhadores ou mais, contemplando os aspectos desta NR e outros dispositivos
complementares de segurança.

6.6 Mapa de risco

O mapa de risco é uma representação gráfica (esboço, layout), dos riscos de acidentes nos
diversos locais de trabalho, de fácil visualização e afixado em locais acessíveis no ambiente de
trabalho, para informação e orientação de todos os que ali atuam e de outros que eventualmente
transitem pelo local.
No mapa de risco, círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os
fatores que podem gerar situações de perigo pela presença de agentes físicos, químicos,
biológicos, ergonômicos e de acidentes. É elaborado pela CIPA, ouvidos os trabalhadores e com a
orientação do SESMT.
O mapeamento ajuda a criar uma atitude mais cautelosa por parte dos trabalhadores diante
dos perigos identificados e graficamente sinalizados. Desse modo, contribui para a eliminação ou
controle dos riscos detectados. Ele está baseado no conceito filosófico de que ninguém conhece
melhor a máquina do que o seu operador.
O mapeamento deve ser feito anualmente, toda vez que se renova a CIPA. Com essa
reciclagem cada vez mais trabalhadores aprendem a identificar e a registrar graficamente os focos
de acidentes nas empresas, contribuindo para eliminá-los ou controlá-los.
A realização do mapa é informada formalmente ao empregador por meio da cópia da ata
da respectiva reunião da CIPA, assim como o resultado deste trabalho.

6.6.1 O Mapa de Riscos tem como objetivos:

a) reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e


saúde no trabalho na empresa;
b) possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os
trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção.

6.6.3 Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial, deverá
ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para os
trabalhadores.

6.6.4 No caso das empresas da indústria da construção, o Mapa de Riscos do estabelecimento


deverá ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato
novo e superveniente modificar a situação de riscos estabelecida.
CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE
ACORDO COM A SUA NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES
CORRESPONDENTES
GRUPO I1: GRUPO 2: GRUPO 3: GRUPO 4: GRUPO 5:
VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL
Riscos Riscos Riscos Riscos Riscos de
Físicos Químicos Biológicos Ergonômicos Acidentes
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico Arranjo físico
intenso Inadequado
Vibrações Fumos Bactérias
Levantamento e Máquinas e
Radiações Névoas Protozoários transporte manual equipamentos
ionizantes de peso sem proteção
Neblinas Fungos
Radiações não Exigência de Ferramentas
Ionizantes Gases Parasitas postura inadequada inadequadas ou
defeituosas
Frio Vapores Bacilos Controle rígido de
produtividade Iluminação
Calor Substâncias, inadequada
compostos ou Imposição de ritmos
Pressões anormais produtos químicos Excessivos Eletricidade
em geral
Umidade Trabalho em turno e Probabilidade de
Noturno incêndio ou
explosão
Jornadas de trabalho
Prolongadas Armazenamento
inadequado
Monotonia e
Repetitividade Animais
peçonhentos
Outras situações
causadoras de Outras situações
estresse de risco que
físico e/ou psíquico poderão
contribuir para a
ocorrência de
acidentes
7. PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

Fogo é a consequência de uma reação química denominada combustão que libera luz e
calor. Para que haja combustão deverão estar presentes três elementos: combustível, calor e
oxigênio. O princípio do incêndio pode ser representado sob forma de um triângulo, no qual a
extinção se dá ao eliminar um dos lados.

CLASSE DE INCÊNDIO GÁS CARBÔNICO PÓ QUIMICO ÁGUA/ GÁS


SECO
MATERIAIS SÓLIDOS – A
. Papel, madeira, etc. Material que Apaga somente na Apaga somente na EXCELENTE
deixa brasa ou cinza superfície superfície Resfria, encharca e
. Requer um agente que molhe e apaga totalmente
resfrie
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS– B BOM EXCELENTE Só em forma de
. Óleo, gasolina, graxas, etc. Não deixam Abafa rapidamente borrifo, saturando o
. Requer ação rápida de resíduos eé ar de umidade
resfriamento e abafamento inofensivo
EQUIPAMENTOS EXCELENTE BOM NÃO USAR
ENERGIZADOS – C Não deixa resíduo, não Não é condutor de Conduz eletricidade
. Equipamento elétrico danifica o corrente elétrica
. Requer agente não condutor de equipamento e não
corrente conduz eletricidade
RESFRIAMENTO
MÉTODO DE EXTINÇÃO ABAFAMENTO ABAFAMENTO PELA
SATURAÇÃO

8.1. Sistemas Preventivos de Combate a Incêndios - SPCI.

No Brasil encontramos as seguintes legislações de regulamentação dos sistemas de


combate a incêndio: Normas da ABNT , NR 23 - Proteção contra incêndios do Ministério do
Trabalho e Emprego e Normas de segurança contra incêndios do Centro de Atividades
Técnicas - CAT, do Corpo de Bombeiros, sendo esta de âmbito estadual e tendo como
principal referência a ABNT.
- Proteção por extintores;
- Sistema hidráulico preventivo;
- Instalações de gás combustível;
- Saída de emergência;
- Paredes contra-fogo;
- Elevadores de emergência;
- Dispositivo de ancoragem de cabos;
- Proteção contra descargas atmosféricas;
- Iluminação de emergência;
- Sistema de alarme e detecção;
- Hidrantes urbanos;
- Sistema para edificações especiais: chuveiros automáticos, sistema fixo de gás carbônico,
sistema de água nebulizada de alta velocidade, sistemas para instalações de centro de
processamento de dados, instalações industriais de líquidos inflamáveis, depósitos e manuseio
de explosivos e GLP, caldeiras estacionárias a vapor e proteção florestal de matas nativas e
reflorestamento.
ESTUDOS DE IMPACTO AMBIENTAL E RELATÓRIOS DE IMPACTO AMBIENTAL:
EIA – RIMA

Conforme resolução do CONAMA 01/86, poderíamos considerar impacto ambiental como "qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem estar da população; II - as atividades sociais e econômicas;


“III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e V - a qualidade dos
recursos ambientais”.
Obviamente, o Estudo de Impacto Ambiental seria um instrumento técnico-científico de caráter
multidisciplinar, capaz de definir, mensurar, monitorar, mitigar e corrigir as possíveis causas e
efeitos, de determinada atividade, sobre determinado ambiente materializando-o num documento,
agora já direcionado ao público leigo, denominado de RELATÓRIO DE IMPACTO AO MEIO
AMBIENTE - RIMA.
No sentido de tornar obrigatória a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório, a
Resolução CONAMA 01/86 define quais os empreendimentos que necessitam de prévio EIA-RIMA.
O Decreto 750/93 criado com base no Art. 14 da Lei 4.771/65 também impõe obrigatoriedade na
elaboração desse Instrumento quando se tratar de supressão de vegetação nativa de mata atlântica
primária, e secundária nos estágios médio e avançado de regeneração, em atividades de utilidade
pública e/ou interesse social.
A Lei 6.938/81 que definiu a Política Nacional de Meio Ambiente - PNMA lança as bases dos
instrumentos de licenciamento ambiental e define sua obrigatoriedade e discorre sobre as etapas de
um licenciamento. No mesmo sentido a Resolução CONAMA 237/97 expande a definição dessas
etapas e inclui o grau de competência dos Órgãos ambientais quanto ao licenciamento.
O EIA/RIMA não figura sozinho no rol dos Instrumentos de Licenciamento Prévio.
Há também o PCA/RCA (Plano de Controle Ambiental e Relatório de Controle Ambiental e o
PRAD (Programa de Recuperação de Áreas Degradadas)).
O PCA/RCA se destina a avaliar o impacto de atividades capazes de gerar impacto ao ambiente,
porém em grau menor e por isso dispensaria a complexidade e o aparato técnico-científico para tal
elaboração. Já o PRAD (Decreto 97.632/89) seria um instrumento complementar ao EIA/RIMA em
atividades de mineração visando garantir a plena recuperação da área degradada.

O lixo deteriorável (biodegradável), composto pelos restos de carne, vegetais, frutas, etc, é separado
do lixo restante, podendo ter como destino os aterros sanitários ou entrarem num sistema de
valorização de resíduos.
A reciclagem tornou-se uma ação importante na vida moderna pois houve um aumento do
consumismo e uma diminuição do tempo médio de vida da maior parte dos acessórios que se
tornaram indispensáveis no dia a dia trouxeram um grave problema: qual o destino a dar quando
perdem utilidade? No inicio os resíduos resultantes da atividade humana tinham como destino as
lixeiras ou então aterros sanitários, contudo com o aumento exponencial da quantidade de resíduos e
da evolução tecnológica, aliados ao interesse econômico de busca de mais matérias primas de baixo
custo, o vulgarmente designado lixo começa a perder o caráter pejorativo do nome e começa a ser
considerado como um resíduo, passível de ser reaproveitado. Com as tecnologias atuais apenas uma
ínfima parte dos resíduos urbanos não são passiveis de reaproveitamento, sendo direcionados para
unidades de eliminação dos mesmos, normalmente os aterros sanitários.
Felizmente a maior parte dos mesmos pode ser destinada ao reaproveitamento, quer
seja reciclagem ou outros tipos de reaproveitamento. A coleta seletiva, ou recolha seletiva tem como
objetivo a separação dos resíduos urbanos pelas suas propriedades e pelo destino que lhes pode ser
dados, com o intuito de tornar mais fácil e eficiente a sua recuperação. Assim pretendem-se resolver
os problemas de acumulação de lixo nos centros urbanos, e reintegrar os mesmos no ciclo industrial,
o que traz vantagens ambientais e econômicas. Os pontos onde são depositados para a recolha são
denominados de lixões, ou ecopontos. Estes podem oferecer vários tipos de coletores, de acordo com
as especificidades dos resíduos da zona e das respostas de tratamento existentes pela entidade que
procede ao seu encaminhamento para os centros de valorização.

Fonte: Wikipédia, 11/2014

AGROTÓXICOS:

Agrotóxicas são substâncias químicas naturais ou sintéticas destinadas a combater as pragas


que atacam as lavouras. Algumas centenas de compostos químicos são utilizados como
agrotóxicos, incluídos em vários milhares de formulações ou produtos comerciais. Além do
uso agrícola, inúmeros produtos são também utilizados em campanhas de saúde pública (como
malária, doença de Chagas, esquistossomose) ou nas residências (produtos domissanitários).
Do ponto de vista toxicológico, os agrotóxicos podem ser classificados em dois tipos
principais: os inibidores das colinesterases (organofosforados e carbamatos) e os neurotóxicos
(organoclorados e piretróides).

Bibliografia

BRASIL – Segurança e Medicina do Trabalho. Normas Regulamentadoras, São Paulo, Ed. Atlas, 2010.

PAOLESCHI, Bruno, CIPA – Guia Prático de Segurança do Trabalho, Editora Érica, 2009;

VAREJÃO, Fabrício de Medeiros Dourado, Incidentes e Acidentes do trabalho: Guia Prático para
Investigação e Análise, Olinda, Luci Artes Gráficas, 2011.

CAMILO JUNIOR, Abel Batista, Manual de Prevenção e Combate a Incêndios, 15ª Ed., Editora SENAC,
2013;

ARAÚJO, Wellington Tavares de, Manual de Segurança do Trabalho, São Paulo, DCL, 2010;

ASSUMPSÃO, Luiz Fernando Joly - Sistema de Gestão Ambiental, Manual Prático para implementação de
SGA e Certificação ISO 14.001/2004, 3ª ed., Juruá, 2011;

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