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Vitória da Conquista – BA
15 de Fevereiro de 2019
BRENO PEREIRA LIMA DE AZEVEDO
DANIELA SILVA RODRIGUES
JOSÉ LUCAS LEÃO BARROS
TAMARA SANTOS CUNHA
THAÍS MOTA FREITAS
YURE SERTÃO LOBO
Vitória da Conquista – BA
15 de Fevereiro de 2019
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4
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A Tabela 1 a seguir, mostra as principais características da Bacia Hidrográfica
do Rio Salitre.
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Os comitês de bacias hidrográficas constituem-se como um fórum de gestão
das águas, pois congrega o poder público, a sociedade civil e os usuários com o
intuito de elaborar e aprovar o Plano de Bacia como principal instrumento de
gestão, por conter as informações referentes à bacia hidrográfica e a partir do
exposto arbitrar em primeira instância os conflitos relacionados aos recursos
hídricos, planejar a cobrança pelos usos múltiplos da água, propor aos conselhos
de recursos hídricos as acumulações, derivações, as captações e os lançamentos de
pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade e outorga de direitos
de uso.
Segundo a Agência Nacional de Águas (2013) são atribuições do Comitê de
Bacia Hidrográfica:
a) promover o debate sobre questões relacionadas a recursos hídricos e articular a
atuação das entidades intervenientes;
b) arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos
recursos hídricos;
c) aprovar o Plano de Recursos Hídricos da Bacia, acompanhar a sua execução e
sugerir as providências necessárias ao cumprimento das metas;
d) propor aos conselhos de recursos hídricos as acumulações, as derivações, as
captações e os lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da
obrigatoriedade de outorga de direitos de uso;
e) estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir
os valores a serem cobrados.
Neste contexto, serão abordados aspectos gerais sobre o Comitê da Bacia
Hidrográfica Salitre, analisando os principais conflitos pelo uso da água na bacia,
bem como o funcionamento do CBH, os instrumentos de gestão e os principais
problemas identificados na Bacia do Rio Salitre.
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2. COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SALITRE
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prefeitura municipal de Mirangaba, a prefeitura municipal de Jacobina, a prefeitura
municipal de Morro do Chapéu e prefeitura municipal de Várzea Nova.
O segmento da sociedade civil, tem sua representação através de associações,
como a Associação Quilombola do Povoado de São Tomé, Associação Comunitária e
Agrícola de Lagoa de Canabrava entre outras, o Conselho Regional de
Desenvolvimento Rural e Sustentável da Região do Piemonte da Diamantina, e
universidades: Universidade Estadual da Bahia (UNEB) e Universidade Federal do
Vale do São Francisco (UNIVASF).
O segmento dos usuários é composto majoritariamente por pequenos
usuários da categoria irrigação e agropecuária, com representação por pessoa
física, além da Embasa, na categoria de abastecimento urbano e lançamento de
efluentes.
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Essa situação tem levado à mobilização e à organização de comunidades
atingidas pela escassez das águas. Como foi registrado no Mapa de Conflitos
Ambientais (2013), “em épocas de seca extrema, muitas famílias dessas
comunidades têm recorrido à destruição da rede elétrica como forma de parar o
bombeamento realizado rio acima e permitir que parte da água chegue às suas
terras ou plantações, o que gera um contínuo clima de discórdia e violência na
região” (Fiocruz; Fase, 2013).
2.3 Fiscalização
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disponibilizado para o CBHSF é de aproximadamente 532,5 milhões de reais,
sendo este valor o necessário segundo o Plano para a gestão decenária.
A Secretaria de Meio Ambiente diz que o FERHBA é regido pelas normas
estabelecidas na Lei nº 11.612 e pelo Decreto nº 12.024, de 25 de março de 2010, e
é dirigido por um Conselho Deliberativo composto por representantes da SEMA e
dos órgãos a ela vinculados, INEMA e CERB, e por dois representantes do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos - CONERH, sendo um do setor usuário e um da
sociedade civil, escolhido entre os seus pares. A SEC ainda externa que é atribuição
do FERHBA o repasse financeiro para os seguintes itens:
Estudos, programas, projetos, pesquisas e obras no setor de recursos
hídricos, observada a aplicação prioritária dos recursos da cobrança prevista no §
2º do art. 24 desta Lei;
Desenvolvimento de tecnologias para o uso racional das águas;
Operação, recuperação e manutenção de barragens;
Projetos e obras de sistemas de abastecimento de água e esgotamento
sanitário;
Melhoria da qualidade e elevação da disponibilidade da água;
Comunicação, mobilização, participação e controle social para o uso
sustentável das águas;
Educação ambiental para o uso sustentável das águas;
Fortalecimento institucional;
Capacitação e treinamento dos integrantes do SEGREH;
Custeio do SEGREH, na forma do disposto no § 1º do art. 24 desta Lei.
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CBHS, que se encontra ainda em estruturação efetiva, levando em conta que este
faz parte do CBHSF, sendo uma sub-bacia da Bacia do Rio São Francisco.
Analisando estes fatores, é possível externar que o CBHS se mantém ativo
mediante as cobranças legais atribuídas à suas funções, bem como em virtude de
doações e que, possivelmente, também recebe repasses advindos do CBHSF, estes
sendo originados do FERHBA, dentre outros órgãos, porém, estes dados não estão
sendo catalogados e registrados em meios oficiais de divulgação e transparência
financeira dos órgãos governamentais envolvidos.
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redução dos riscos de salinização dos solos e à manutenção de sua capacidade
produtiva.”
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hídricos, implementação e uso de instrumentos de gestão. Através de oficinas de
capacitação, o presente Comitê tem buscado, principalmente, levar orientação
quanto a outorgas e uso da água, com vistas a amenizar uma das grandes
problemáticas encontradas pela região. Dentre as atividades encontra-se a
Capacitação Sanitária e Ambiental, cujas intervenções nesta área visam
conscientizar a população no que tange à relação recursos hídricos x meio
ambiente x usuário, com cursos de capacitação, seminários de conscientização e
um programa de educação sanitária e ambiental, estando esta ação presente em
qualquer linha da proposta deste trabalho de capacitação. Há ainda, para promover
uma maior inclusão da sociedade nas questões concernentes à Bacia, as audiências
públicas promovidas pelo Plenário do Comitê através de Reuniões Extraordinárias
do CBHS, cuja convocação, além dos membros titulares e suplentes está incluída a
participação de todos os interessados dentre a comunidade.
A despeito dessas atividades, tem-se no Regimento Interno do CBHS no
Capítulo I, artigo 3º alguns incisos que direta ou indiretamente abordam da
obrigatoriedade e/ou importância da aplicação dessas atividades, são eles,
referentes a atribuição:
Articular a viabilidade técnica, econômica e financeira de programas e
projetos de investimentos e apoiar a integração entre as políticas
públicas e setoriais, visando à sustentabilidade socioambiental da bacia
hidrográfica como um todo. (CBSH. Comitê da Bacia Hidrográfica do
Salitre. Regimento Interno do Comitê da Bacia Hidrográfica do Salitre –
Capítulo I, Art. 3º, Inciso V).
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climáticos ou ainda sociais, políticos e econômicos. Segundo estudos do
(IDEAS/CESD, 2006), as principais problemáticas que surgem na gestão estão
relacionadas à competição entre setores e grupos de atores interessados; conflitos
gerados pela pobreza e por estratégias externas de desenvolvimento e de
inovação; e conflitos gerados pelas estratégias do setor público e fragilidades
institucionais.
Em relação à Bacia do Rio Salitre, destacam-se como principais problemas:
Escassez de água. Que de acordo com a coordenadoria do Grupo de
Recursos Hídricos (GRH) não está relacionada apenas com o baixo índice
pluviométrico, alta taxa de evaporação local e elevado teor de salinidade
dos recursos hídricos disponíveis, mas, também, com a poluição das águas
superficiais e subterrâneas, uso indiscriminado da água, barragens mal
projetadas e mal localizadas e mau uso do solo, que fazem com que ocorram
grandes conflitos. A poluição das águas superficiais vem sendo agravada
pela falta de investimentos no setor de saneamento e falta de
implementação de instrumentos legais que disciplinem o uso do solo na
região. Estes dois instrumentos poderiam evitar o lançamento de efluentes
domésticos nos cursos d’água e a disposição inadequada de lixo em suas
proximidades, além de impedir o cultivo de lavouras próximas às margens
dos rios onde é feito o uso de agrotóxicos de forma indiscriminada. Essa
problemática aliada a falta de educação sanitária e ambiental agravam o
quadro ainda mais.
Insuficiência de águas superficiais para usos múltiplos na Bacia. A qual
representa uma das maiores cadeias causais de problemas. Agravada pela
contaminação e poluição das águas, além de uso de técnicas (como
irrigação) de maneira primitiva e incorreta, gerando desperdício
descontrolado.
Existência de barramentos inseguros. Estes, além de não receberem
adequada administração e devida manutenção, as quais colocam em risco a
segurança da comunidade através da instabilidade das estruturas, foram
construídos a muitos anos atrás com métodos errôneos que, segundo
análises, contribuíram para diminuição da vazão do rio.
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Gestão deficiente das águas da Bacia do Rio Salitre. Problemática apontada,
principalmente, pela população em relação a falta de posicionamento dos
governos municipal e estadual frente aos conflitos e desigualdades descritas
em um dos tópicos deste trabalho, como também a falta de um
posicionamento mais assíduo dos órgãos representativos e defensores da
Bacia, como o CBHS.
Ainda destacam-se problemas com outorgas e cadastros no Instituto do
Meio Ambiente e Recursos Hídrico (INEMA).
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Plenária Extraordinária. Contabilizando as Reuniões Plenárias Ordinárias e
Extraordinárias e as 5 reuniões sobre o andamento do Plano de Recursos Hídricos
e da Proposta de Enquadramento dos Corpos de Água da Bacia Hidrográfica do Rio
Salitre, os 12 anos de existência do comitê totalizam uma média de
aproximadamente 4 reuniões por ano.
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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