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Tema:
Conteúdo da parte 5
1 Introdução
1 Introdução
OBS. O solo é uma estrutura multifásica, porque o solo é formado por três fases, as
quais são: fase sólida (formada pelas partículas sólidas), fase líquida (formada pela
água) e fase gasosa (formada pelo ar).
Uma das principais causas dos recalques (ou afundamentos) das estruturas
é a compressibilidade do solo, ou seja, a diminuição de volume do solo devido à
ação de cargas aplicadas.
OBS(s).
a) Um solo está saturado quando todos os vazios do solo estão preenchidos pela
água; e
b) Interstícios do solo são os pequenos vazios existentes entre as partículas sólidas
do solo.
a) Em areias, que são solo de alta permeabilidade, a água poderá ser expulsa
rapidamente, quando o solo é comprimido; e
b) Em argilas, que são solos de baixa permeabilidade, a água será expulsa dos
vazios do solo lentamente.
OBS(s).
a) O recalque final (ou total) de uma estrutura é composto de mais de uma parcela;
Por exemplo, além do recalque por adensamento, a estrutura também está sujeita
ao recalque elástico (ou imediato) estudado pela teoria da elasticidade;
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A Figura 1.1 mostra uma foto da torre de Pisa na Itália, a qual dá uma idéia
da inclinação vertical da torre.
Figura 1.1 - Foto da torre de Pisa na Itália, a qual dá uma idéia da inclinação
vertical da torre
Figura 1.2 - Edifício em Santos - SP, o qual apresenta uma inclinação máxima
(ou um desaprumo) da ordem de 2,00 m
c) De acordo com Hazen, os solos finos (ou solos com partículas pequenas)
apresentam baixa permeabilidade, já os solos grossos (ou com partículas maiores)
apresentam alta permeabilidade. Logo, a água demora mais tempo para se
movimentar em solos mais finos;
d) Permeabilidade é a propriedade que o solo apresenta de permitir o fluxo (ou
escoamento) de água através dele; Sendo que o grau de permeabilidade do solo é
expresso numericamente pelo coeficiente de permeabilidade (K); e
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e) A Figura 1.3 mostra, para vários solos, alguns valores típicos do coeficiente de
permeabilidade dos solos.
OBS. O tempo para uma partícula de água atravessar 1 (um) metro de um solo
argiloso, que apresenta um coeficiente de permeabilidade de 10-9 m/s, é igual a 31,7
anos.
1.3 Cálculo do recalque total (H) que ocorre em um elemento (ou pequena)
parte de solo
i) Inicialmente, seja um elemento (ou pequena parte) de solo, que será submetido a
uma compressão unidirecional em seu topo; E ainda, seja os sólidos do elemento de
solo incompressíveis, como ilustra a Figura 1.4(a);
ii) Observe, na Figura 1.4(a), que inicialmente, o elemento de solo possui uma altura
total igual à Hi, uma altura de vazios igual à HVi e um índice de vazios igual à ei;
a) Uma redução na sua altura, que passou de Hi para HF; Devido à redução na altura
de vazios do elemento de solo, que passou de HVi para HVF;
b) Uma redução em seu índice de vazios, que passou de e i para eF; e
c) Um pequeno recalque (ou afundamento) total igual à H.
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OBS(s).
a) A redução do índice de vazios de solo de ei para eF, na Figura 1.4, se deve à
redução do volume de vazios do elemento de solo (Vv) causada pela redução da
altura de vazios do elemento de solo, que passou de HVi para HVF, devido à
compressão unidirecional do solo;
b) Sabe-se que índice de vazios (e) = volume de vazios (Vv) / volume de sólidos
(Vs); e
c) Na Figura 1.4 o volume de sólidos (Vs) do elemento de solo permanece
constante, pois não há variação na altura de sólidos (HS) do elemento de solo.
iv) De acordo com Bueno e Vilar (1980), o recalque total (H) sofrido pelo elemento
de solo da Figura 1.4, quando submetido à compressão unidirecional, em seu topo,
é dado pela seguinte equação:
e
H .Hi (1.1)
1 ei
em que:
H = recalque total sofrido pelo elemento de solo, quando submetido à compressão
unidirecional em seu topo;
e = ei - eF = variação do índice de vazios do elemento de solo ao ser comprimido;
ei = e0 = índice de vazios inicial do elemento de solo, antes do elemento de solo
sofrer a compressão unidirecional em seu topo;
eF = índice de vazios final do elemento de solo, após o elemento de solo sofrer a
compressão unidirecional em seu topo; e
Hi = altura inicial do elemento de solo.
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OBS(s).
a) Interstícios são os vazios existentes entre as partículas do solo; e
b) A tensão efetiva atua no esqueleto sólido do solo.
u1 ui ' V (2.1)
em que:
u1 = pressão neutra no elemento de solo, imediatamente após o acréscimo de
tensão vertical no solo;
ui = pressão neutra no elemento de solo no estado inicial ou de equilíbrio, quando
não havia acréscimo de tensão vertical no solo; e
’V = acréscimo de tensão vertical atuante no elemento de solo.
Figura 2.3 - Situação do elemento de solo saturado, após passar algum tempo
da atuação do acréscimo de tensão vertical (’V) sobre o
elemento de solo
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Figura 2.4 - Situação do elemento de solo saturado, após passar muito tempo
da atuação do acréscimo de tensão vertical (’V) sobre o
elemento de solo
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3.1 Introdução
K.1 e 2u u
. (3.1)
a V . W z 2 t
2u u
CV . 2 (3.2)
z t
2u / z2 = derivada parcial de segunda ordem da pressão neutra (u) em relação à
profundidade do elemento de solo (z);
u / t = derivada parcial da pressão neutra (u) em relação ao tempo de acréscimo
de carga (t);
t = tempo de adensamento, ou tempo decorrido após o acréscimo de tensão no solo;
z = profundidade do elemento de solo;
u = pressão neutra atuante no elemento de solo, na profundidade z; e
CV = coeficiente de adensamento do solo.
Sendo que:
K.1 e
CV (3.3)
a V . W
E também:
K
CV (3.4)
m V . W
aV
mV (3.5)
1 e
em que:
mV = coeficiente de deformação volumétrica do solo;
aV = coeficiente de compressibilidade do solo; e
e = índice de vazios do solo.
e
aV (3.6)
' V
em que:
aV = coeficiente de compressibilidade do solo;
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OBS(s).
a) O símbolo tem pronúncia “d´round”, e indica derivada parcial para funções de
várias variáveis, em relação a uma ou mais variáveis da função. Por exemplo:
OBS(s).
a) O coeficiente de adensamento do solo (CV) é determinado no laboratório para
cada acréscimo ou estádio de tensão aplicado ao solo (ou corpo-de-prova); Assim
sendo, um mesmo solo pode apresentar vários coeficientes de adensamento (C V); e
b) Sabe-se que o coeficiente de permeabilidade do solo (K) e o índice de vazios do
solo (e) variam com a pressão (ou tensão) atuante no solo; Pois a pressão (ou
tensão) atuante no solo faz o índice de vazios do solo (e) e coeficiente de
permeabilidade (K) do solo diminuírem; Contudo, o coeficiente de permeabilidade do
solo (K) e o índice de vazios do solo (e) são considerados como constantes na
equação fundamental do adensamento de Terzaghi.
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Figura 4.1 - Distância de drenagem (Hd) para uma camada de solo saturada e
compressível com duas camadas drenantes; sendo, uma camada
drenante em seu topo e uma camada drenante em sua base
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Figura 4.2 - Distância de drenagem (Hd) para uma camada de solo saturada
compressível com apenas uma camada drenante; sendo, uma
camada drenante em seu topo e uma camada impermeável em
sua base
uT
UZ 1 (5.1)
uT 0
em que:
UZ = porcentagem ou grau de adensamento do solo localizado a uma profundidade z
na camada compressível, após um tempo (t) de carregamento (ou do acréscimo de
tensão) no solo;
uT = pressão neutra ou poropressão a uma profundidade z na camada compressível,
após um tempo (t) de carregamento (ou do acréscimo de tensão) no solo; e
uT=0 = pressão neutra ou poropressão a uma profundidade z na camada
compressível, para um tempo de carregamento (ou do acréscimo de tensão) no solo
igual a 0 (zero), ou seja, para um tempo imediatamente após o carregamento (ou
acréscimo de tensão) no solo.
C V .t
TV (5.2)
em que: Hd 2
TV = fator tempo;
CV = coeficiente de adensamento do solo (para um dado estádio ou acréscimo de
tensão ou carregamento sobre a camada de solo);
t = tempo de adensamento, ou tempo em que o acréscimo de tensão ou de
carregamento está atuando sobre a camada de solo; e
Hd = distância de drenagem (para a camada de solo que está sendo analisada).
OBS(s).
a) O recalque (ou afundamento) total da camada de solo (H) pode ser calculado
com dados do ensaio de adensamento, e com o valor da espessura da camada de
solo no campo;
b) O ensaio de adensamento será apresentado no tópico 6 desta aula; e
c) O símbolo é a letra grega “rô”.
0,1667
(TV )3
U ; para 0 U 95% ou TV 1,128 (5.6)
(TV ) 0,5
3
em que:
U = porcentagem de adensamento médio para toda a camada de solo, após um
tempo t do acréscimo de tensão (ou carregamento) sobre a camada de solo;
TV = fator tempo; e
e = 2,7183 [na eq.(5.5)].
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Sendo que:
C V .t
TV (5.7)
Hd 2
em que:
TV = fator tempo;
CV = coeficiente de adensamento do solo (obtido no ensaio de adensamento para
um acréscimo, ou estádio, de tensão específico);
t = tempo de adensamento, ou tempo em que a camada de solo está submetida ao
acréscimo de tensão (ou ao carregamento); e
Hd = distância de drenagem (para a camada de solo em análise).
a) Curva índice de vazios do solo versus tensão efetiva vertical aplicada ao solo; e
b) Curva recalque do solo (para um dado estádio ou acréscimo de tensão) versus
tempo de adensamento.
OBS(s).
a) Geralmente, o recalque do corpo-de-prova no ensaio de adensamento é dado em
milímetros, e o tempo de adensamento é dado em minutos; e
b) Oedos é uma palavra grega que significa confinado lateralmente, e dá origem a
palavra oedométrico.
ii) Após depositar o corpo-de-prova no anel, são colocadas pedras porosas no topo e
na base do corpo-de-prova, e então o conjunto (anel, corpo-de-prova e pedras
porosas) é depositado sobre a base do oedômetro.
A Figura 6.4 mostra uma curva típica (ou característica) índice de vazios do
solo versus tensão vertical aplicada ao solo, que representa um dos resultados do
ensaio de adensamento.
OBS. A curva índice de vazios versus tensão efetiva vertical aplicada ao solo é
importante para obter o índice de compressão do solo (CC), o qual é utilizado no
cálculo do recalque total do solo (), quando o solo é carregado.
Figura 6.4 - Curva típica (ou característica) índice de vazios do solo versus
tensão efetiva vertical aplicada ao solo, que representa um dos
resultados do ensaio de adensamento
A Figura 6.5 mostra uma curva típica (ou característica) recalque do solo
(para um estádio ou acréscimo de tensão) versus tempo de adensamento, que
representa um dos resultados do ensaio de adensamento.
Observa-se, na Figura 6.5, que o tempo (em minutos) necessário para que
ocorra um determinado recalque (em milímetros) é dado em escala logarítmica.
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Figura 6.5 - Curva típica (ou característica) recalque do solo (para um estádio
ou acréscimo de tensão) versus tempo de adensamento, que
representa um dos resultados do ensaio de adensamento
hL
eL 1 (6.1)
hS
em que:
eL = índice de vazios do corpo-de-prova no ensaio de adensamento ao final de um
estádio de tensão (ou carregamento);
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h0
hS (6.2)
1 e0
em que:
hS = altura reduzida, ou seja, altura ocupada pelas partículas sólidas do solo do
corpo-de-prova (mm);
h0 = altura inicial do corpo-de-prova, ou altura do corpo-de-prova antes do início do
ensaio (mm); e
e0 = índice de vazios inicial do corpo-de-prova, ou índice de vazios natural do solo
do corpo-de-prova.
Finalmente, a partir das relações dos índices físicos do solo, sabe-se que o
índice de vazios inicial do corpo-de-prova (e0) é obtido pela seguinte equação:
S .[1 ( W / 100 )]
e0 1 (6.3)
em que:
e0 = índice de vazios inicial do corpo-de-prova, ou índice de vazios natural do solo
do corpo-de-prova;
S = peso específico dos sólidos do solo, do corpo-de-prova utilizado no ensaio de
adensamento;
= peso específico natural do solo, do corpo-de-prova utilizado no ensaio de
adensamento; e
W = teor de umidade do solo, do corpo-de-prova utilizado no ensaio de
adensamento.
OBS(s).
a) Os valores de S, e W do solo do corpo-de-prova são obtidos do solo do bloco de
amostragem de onde foi retirado o corpo-de-prova para o ensaio de adensamento; e
b) A dedução da fórmula da eq.(6.1) é apresentada por Caputo (2007).
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Referências Bibliográficas
BUENO, B. S.; VILAR, O. M. Mecânica dos solos. Apostila 69. Viçosa - MG:
Universidade Federal de Viçosa, 1980. 131p. (1.o Bibliografia Principal)
CRAIG, R. F. Mecânica dos solos. 7. ed., Rio de Janeiro - RJ: LTC - Livros
Técnicos e Científicos Editora S. A., 2007. 365p.
PINTO, C. S. Curso básico de mecânica dos solos. 3. ed. São Paulo - SP: Oficina
de Textos, 2006. 355p.
http://www.solotest.com/catalogos/A17.PDF
http://mitstory.mit.edu/education