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03.07.

2019 – Gosto de acordar pouco antes do nascer do sol, ficar aconchegada na janela,
olhando o céu mudar de cor. Da escuridão da noite até os primeiros raios que cegam de tanta
luz, os tons de azul gradativamente se sobrepõem. Mas hoje algo parecia ter mudado na tela
do mundo: é que o azul do céu parecia mais azul nessa manhã. Quando eu era criança e
criança eu era, eu queria entender o limite entre o azul do mar e o azul do céu. No limite desse
azul de hoje, seguindo a travessia da luz e ganhando maior velocidade, lá estava Vênus e
quando o Sol cortar o meio do céu e Libra estiver despontando no horizonte, Vênus caranguejo
será.

Nas cantigas da infância e nas danças de roda tradicionais brasileiras, a dança do caranguejo
diz sobre o aspecto lúdico da descoberta e a sutileza dos encontros. Sincronizados, os pares
dispostos sempre obliquamente um em relação ao outro, se aproximam e recuam, giram
enlaçados num ritmo que parece uma quadrilha. Mas diferente do João que amava Tereza,
que amava Raimundo... dessa vez Tereza vai se nutrir primeiro de amor próprio e só depois vai
sair dando match por aí. É tempo de aprender o minueto, Tereza.

Em seu primeiro passo de dança a Vênus-carangueja desagua num belo trígono com a Fortuna
que, projetada a distância do Sol até a Lua, estará no grau zero de Escorpião. Em sua própria
triplicidade e regida por uma Lua e por um Júpiter domiciliados, ela é a marca de um tempo
em que seremos bem sucedidos ao nutrir vínculos e afetos com sensibilidade, acolher nossas
memórias e nos reinventarmos a partir de nossa própria seiva. Na flutuação das ondas e nas
voltas que a dança dos dias trarão, o princípio do amor e o acalento virão. Tenha fé.

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