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Aydson O. Cruz
O tempo nos situa
num contexto total!
O tempo anuncia
a chuva que envelhece!
O tempo passa,
procurando os dias.
O tempo jaz no tempo!
TEMPO
Tempo...
Falha, folha, fuga.
Fresta, réstia, feixe.
Linha de luz,
que em mim busco.
Inexorável espaço
que se desdobra
em manobras infinitas...
Começo e fim
em mim, em nós,
já prontos...
Tempo meu, meu tempo,
distinta luz plural,
a procurar,
um singular momento...
SONIAR...
Tempo
e verbo,
que só eu
sei conjugar!
SONIAR
Meu refúgio...
Amor-amigo!
Parte que me faltava,
vida que me resta.
Alma que me eleva.
Capto essências
neste bom envolvimento.
Quero ser
de quando em quando
o seu único momento!
A verdade de amar
é o amor que ora sinto;
é perder e me achar
nos SEUS-MEUS labirintos!
Meu abrigo
cumplicidade amiga,
eternamente serás
o SONIAR da minha vida!
Existe, na simbiose
desses encontros,
a compreensão
dos nossos atos...
Portanto, assim declaro:
- Obrigado “baixinha”
por viver seu “habitat”!
SUTILEZAS
De tempos em tempos
o tempo me invade;
quando eu sim,
é quem deveria
invadir o tempo!
Ontem,
caminhava adolescente,
procurando tranças
da menina perfeita.
Hoje,
caminho ao seu lado,
sem pressas vãs...
Amo a menina,
a mulher cujos traços, ainda enfeitam
as trilhas bem calmas
do nosso amanhã...
Horizontes longínquos,
inigualáveis...
Incompreensíveis abismos...
Meus pensamentos se perdem...
Sim, há um CRIADOR
disso tudo!
MARAVENTO
O mar,
embalando a si mesmo;
e o vento, as velas,
enfunadas de mistérios!
O vento e o mar
passeiam seus milênios
nas continuas da vida;
nas lonjuras do etéreo...
Mar ancião!
Das brancas vagas
das “barbas longas”:
espumas que flutuam
à tona das profundezas!
Velho vento!
Ventania de assobios...
aves, feitas de nuvens
chilreando sutilezas...
Começos vindos de DEUS:
todos os ventos e mares;
infindáveis naturezas,
naturezas infindáveis!
Amor é reciprocidade!
É a lucidez do homem
e a máxima de DEUS!
É guerrear pelo império
sem brasão e armadura
e bradar lá pros moinhos:
o eu Quixote sou eu!
IMPERADOR
Estrada de terra,
que sobe e que desce.
Sobre ela caminham
muitos pés na poeira.
O velhíssimo arado
é um ponto distante,
no verde constante
dos vegetais...
Pó dos andantes
sobre o barro aquiesce.
Vão por sobre seus passos,
já sem eira nem beira:
como o vento que canta
nos ouvidos do tempo,
embalando a dança
dos canaviais...
Você existe em mim!
Eu não existo sem você!
Somos de nós mesmos
a soma: AYDSONIA,
uma adição feliz!
REFÉNS
Relógio
e artifícios do tempo,
caminham à vista,
à frente, além...
Não chegamos sempre
na hora prevista,
pois sempre somos
um do outro refém...
Demora-preguiça,
que alicia e cativa
o nosso chegar a dois...
Lado a lado
um no outro, apoiados.
Foram-se velhos percalços,
restam caminhos calculados.
Aguardamos no SENHOR, o tempo,
a interrupção dos planos.
Mas, se novos rumos se abrem,
ainda juntos respiramos
a branda poeira dos anos...
O tempo
já se chamava tarde,
quando procurei no silêncio,
todas as minhas
verdades!
Só a tarde define o dia;
ó é noite
após as tardes!
AO CHEGAR À TARDE...
A sombra se deita
no leito do rio.
Se cobre e se esconde
no véu vespertino.
Tal qual um menino,
tranquilas, vadio...
A poeira ao longe
em vira ventos tardios,
se depara com a chuva
(inimiga molhada),
que a terra resseca
e enxuga, calada...
A sombra se ergue,
tocando o horizonte.
Suas vestes em leque,
rubras desmancham
e mostram de longe
o esconderijo do Sol.
E, assim enfeitada,
percorre as distâncias,
simplória e faceira.
E na ânsia das ânsias
com a noite passeia,
doze horas inteiras...
O amor não é só
para motes e leigos;
para mitos e leitos...
feito de versos e anversos,
o amor é:
um humano começo...
CÚMPLICES
Somos cúmplices,
confessos...
Mesmo submetidos
aos avios do tempo:
princípio e fim,
em nós mesmos...
Adventos acervos
assim descobertos
nas estantes um do outro...
Vamos por esquinas
arquitetando eventos.
Somos cúmplices,
recessos,
ante os reveses de prantos
e risos...
Humanos somos,
por isso, imprecisos...
Não matamos, nem roubamos!
Fomos sim, surpreendidos,
em nossas próprias cenas...
Somos cúmplices, confessos,
nos amamos, apenas!
Gosto de colecionar.
Entendo que assim,
estarão guardados em mim
muitos e muitos eventos...
Então, é ó relembrar
seu tempo em meu tempo...
COLECIONADOR
Junto lembranças.
Seculares, temporais.
Antepassados...
Relaciono estórias,
ocasiões, memórias,
que ficaram para trás...
Arregimento palavras;
momentos, vitórias.
Classifico fotos,
figuras, imagens:
pois quem sabe um dia,
folhearei a sós...
Coleciono sentimentos
E, do pouco que aprendi
tudo agora me faz...
Um entendedor do próximo;
um sonhador do lógico;
um procurador da paz!
Nossos caminhos
se encontram
no mesmo porto.
E assim,
olhos de um,
acharam,
os olhos do outro.
FONTE
Lá se vai o tempo!
E com ele sigo a trilha.
O tempo,
é como maré batendo,
nas praias de uma ilha...
Pouco a pouco,
lentamente...
Lá vou eu e o tempo!
Assim com ele a vida sigo.
O tempo é gaivota cortando
o céu obliquo...
Sou a terra cercada
por este tempo urgente!
Sou as asas que o azul cruza,
sobrevoando horizontes!
Ah!
Imensurável
Atlântico!
Um minúsculo
ser humano
te contempla!
Homúsculo,
que por ti
navega,
em pensamentos!
E assim viaja
sobre tuas
líquidas profundezas.
Há o tempo dos meus olhos!
Que num piscar transforma
a imensidão do Atlântico,
no mais “pacífico”
dos oceanos...
Tantos anos
nesta grande
e difícil aventura!
Homem e mulher
plantando e colhendo,
sentimentos...
AMOR E TEMPO
É remédio. É bálsamo,
que me alivia o peito;
é a causa e o efeito,
este amor de tantos anos!
Adentra o coração.
Estaciona. Transmuta.
E, à mercê do enlevo,
acorda em mim
o silêncio das letras...
Penetra, no pensamento.
Mistérios ou razões?
Não sei...
Sei que momentos
partilhares enfrento.
Aquieto e noto,
que palavras
se transformam e tocam
as linhas do meu tempo.
E, ecos após eco levam,
aos auriculares labirintos,
misturas e essências;
que transformam o que penso,
e o que sinto;
quando nelas morro
e nelas ressuscito...
Havia um menino
Naquele amor primeiro.
Existe um homem
que ainda dorme,
em seus nexos
e mistérios...
BERÇO
Amo,
seus nexos
e mistérios...
Reflexos e segredos.
Desvendando os vou,
a sério, sem medos.
Assim,
pouco a pouco
vou entendendo;
todo o universo,
todo o império;
o berço calmo,
o colo servo;
da mulher que amo
e não nego!
Dispersa o canto
a passarada
no bate-bate
das asas...
Risca os céus
nuvem alada,
pois a noite,
já se aproxima
anunciada...
ASAS
E voa leve...
ave-marinha!
Preenche a pseudo -solidão,
infinita dos céus...
Corta os mistérios
das cristas do mar!
Desdenha seu voo,
lambendo horizontes
de nuvens salgadas.
Fura, de repente,
a massa azulada;
na busca eterna
do sul e do norte...
Pouse,
sua engenhosa
natureza,
nos penhascos e abismos;
e pinta,
com a brancas asas,
as imensas lousas
do tempo!
Também sei,
que no marco
dos seus olhos,
minha alma
à sua se avizinha...
SÓ SEI...
Recordações...
sequelas da saudade!
O tempo disparado,
qual míssil-passado,
atingindo em cheio
meus sonhos vazios.
Pés descalços,
pisando escombros;
e o peso dos anos
destoando sentimentos.
Atlas-Menino...
o mundo nos ombros!
Velhos sonhos
que no céu vagam,
como nuvens de água
em rios tranquilos.
Lá se foram no tempo,
tudo aquilo.
Hoje, só andança,
na foz dos pensamentos;
lembranças
de águas passadas;
na beira de rios...
Não existe
um grande amor
sem a mistura
das essências...
Esta necessidade
é primordial
para um eterno
envolvimento...
COMO TE AMO...
Como te amo!
Não há segredos.
Existe sim o medo
de ficar no caminho,
um ou outro.
Mas, juntos somos um,
longe, somos órfãos!
Como te amo!
Não há fantasias.
Apenas os dias
que junto estamos um do outro;
descobrindo acertos,
consertando erros!
Como te amo!
Não acho razões,
apenas senões,
imperceptíveis.
Um = um: o outro.
Misturando essências
em cadinhos invisíveis!
Quão difícil desfazer
a linha que se interpõe
entre o certo e o errado...
Só DEUS conhece
o atalho!
TÊNUE FIO
Por vezes,
precisamos muito
fechar os olhos
e procurar, velhos “abrigos”.
Pois certos caminhos
não mostram saídas...
Às vezes,
necessitamos muito,
encontrar atalhos
ao caminhar perdidos;
reconhecendo desconhecidos
em nós mesmos...
Há vezes,
em que os caminhos,
são intransponíveis;
enquanto outros, ...
duram a eternidade
de um segundo...
E, certas vezes,
existimos no tempo
do impossível e do tardio...
É neste ponto que acontece:
um brilho cega
e DEUS nos chega,
na luz acesa,
na luz acesa
de um tênue fio...
Cada vez mais
a você admiro!
Seu amor
e sua fé em DEUS,
me reanimam!
POR TI...
Só contigo
o conteúdo.
O núcleo dos temporais...
O silêncio
dos motivos,
A canção
das multidões;
a certeza
do além-mais.
O começo. O sim.
Meu ir e vir,
Só contigo;
Contido,
nesse evento maior:
O MEU AMOR POR TI!
Tempo...
linha de ação
para a vida...
DEUS no tempo:
hora e ação
para a vida eterna!
DEVE SER ASSIM...
Viver...
É sentimento agudo.
É chorar e rir
a finitude dos limites...
Viver...
É captar segundos,
desnudando a amplitude
do tempo em riste...
Viver...
É amar o próximo
e o distante;
o primeiro e o último...
Viver...
Deve ser assim:
sabedor do tempo,
sem pensá-lo triste!
Além do mar
e dos céus:
a linha do horizonte...
Além de lá e de amar,
só TUAS bênçãos!
ALÉM...
Dentro de mim,
sentimentos latejam.
São lembranças,
que atravessam
a densa pele do tempo.
Me avisto assim,
andarilho, previsível;
e faço de espelho
aquela a quem
de amar não deixo.
Vou tranquilo, sem medo
e assim, vou além:
além dos encontros,
além dos abraços,
além de amar.
Só assim vou,
além de mim mesmo...
DEUS é a explicação!
Simplória e verdadeira.
ELE ecoa
em cada célula:
de cada SER,
a vida inteira!
UM QUÊ – MAIOR
Quando,
não houver mais tempo
e o derradeiro vento,
assobiar na última curva
do caminho;
Deitarei o corpo lasso,
num terno abraço
ao seu carinho...
Quando,
não houver mais tempo
e o coração chorar,
a última visão
em desalinho;
Relembrarei
meus pés descalços,
nos entre laços,
dos seus,
cálidos ninhos...
Canto,
para surpreender
a tristeza;
louvo,
quando a alma,
necessita
da voz do corpo.
CANTARES...
Ao meu deparar
com seus passos,
que ali passaram
adolescentes...
Repintei no tempo o retrato
que antes sonhava,
somente...
Sem perguntas, respostas,
hoje te olho e assim...
descubro nos seus sorrisos
um tudo que existe em mim.
Transformei meus sonhos
em livros...
Folheio de você, poesias...
E agradeço todo este êxito!
A menina que um dia pintei,
hoje é a mulher
por quem me atrevo!
Dezessete horas e vinte e sete minutos,
de vinte e cinco de setembro
de mil novecentos
e quarenta e sete...
Vinte e dois mil
e duzentos e setenta e sete dias,
aproximadamente...
OS DIAS...
Não conto
mais meus dias...
São como as pedras
que piso...
As pedras, são incontáveis;
meus dias
indivisíveis...
Não conto
mais esse tempo.
Meu tempo
já é passado!
Mas, a cada esquina
se refaz anunciado.
Na verdade, na verdade...
Todos os meus dias passam
num passar já visitado!
Em mim
uma canção adormece
cheia de versos e rimas;
não acordei ainda as letras,
para chamá-la de “obra-prima” ...
A CANÇÃO
É uma canção
silenciosa...
Nasce. Aflora,
diariamente.
De onde vem
não se percebe;
não se precisa...
Parece que vem
de longe
e sorrateira
se esconde
em meio à brisa...
É uma canção
bem urgente...
Cativa, envolvente.
Como um vulcão
vem lá de dentro,
de corações
que se completam...
Nada se mexe;
nada se apressa.
Só eu e você
dançamos juntos
nessa festa...
Faça do seu tempo um aliado!
Não se apresse em vive-lo!
O tempo é a resposta,
para quem deseja
aprendê-lo...
MELHOR IDADE
Sibila
a voz do tempo
nas folhas secas
que se espalham...
- Já é outono, companheiro!
Em torno
desse tronco,
centenário!
Avisa
aos meus ouvidos
o amigo tempo,
solidário:
- Vá devagar, companheiro!
A presa é inimiga
do sexagenário!
Como a lua,
vivemos ambos
da luz do sol;
Juntos buscamos
o tempo do amanhã...
VIVER DE AMBOS
O tempo
nos permite ensaios;
conluios,
com ele mesmo!
O amor
já nos garante apoios,
determinantes;
que nos apronta
e prepara aos passos
que caminharemos adiante!
E sendo assim, carece,
de estarmos juntos...
Viver de ambos não envelhece
nossos momentos...
O nosso amor
é peça-chave
que se desdobra
em qualquer tempo...”
Obrigado SENHOR!
Pela felicidade
de viver o tempo,
dos filhos
dos meus filhos!
PARA LUCAS EMANUEL
Um pequeno
artista
um desenho
me dava:
o sol era marrom,
a árvore roxa
e amarela,
a casa...
E aquele
risco preto
eu perguntava,
do lado
da casa amarela?
- Ora, é meu vô,
pendurado
na janela!
O meu amor me diz:
é triste sabê-la longe.
Não sei sentir saudades!
É difícil aceitar
Esta imprescindível verdade!
IMPRESCINDÍVEL...
Já não mais
desejo o ontem.
É difícil prever
um futuro.
Careço sim
do seu porto seguro!
Para que o passado?
Nada a sonhar
de manhã...
Necessito
da realidade do já...
Não me apraz
um retrato no quadro.
É preciso
você no presente!
Sua fala, seus olhos
e sorrisos...
São coisas de que preciso,
pois é-me imprescindível
todo o conjunto, ausente...
O mundo está fragmentado!
Existe uma grande ponte,
separando,
valores e “valores” ...
CAOSTIDIANO
A violência
se mostra nas celas
e em nossas próprias casas;
Nos olhos
das inúmeras telas,
de quarenta e duas
polegadas...
Ribombam “cogumelos”
nas cenas retangulares;
guerras em pleno almoço;
nas mesas
dos nossos lares...
Em cidades, morros
e vilas;
o caos diário se agiganta;
e em torno
das nossas famílias;
distorcidos valores
se plantam...
A você, esposa
companheira e amiga;
que comigo caminha
a mesma trilha...
CONHECER
Conheço você...
No íntimo da palavra:
CONHECER...
Conheço cada plano, cada sulco,
na palma da sua mão!
Conheço você...
a cada passo;
no ritmo, no compasso
do seu coração!
Conheço você...
no âmago da palavra:
CONHECER...
Ah! E com certeza
conheço todo seu
desconhecer!
Os filhos hoje
não nos procuram;
eles querem ser encontrados;
e como ficou difícil,
seguir as pistas
que deixam...
“PEDRAS QUE ROLAM”
(Para júnior, Anderson, William e Lincoln)
Cabe-me
sonhar objetivos;
para que possa,
por VOCÊ,
realizar
pensamentos!
Cabe-me
auferir os sentidos;
para estar atento,
a VOCÊ
e a mim mesmo!
Cabe-me
dizer aquilo
que preciso;
para que possa,
de VOCE,
ouvir o que desejo!
Cabe-me
a VOCÊ servir;
e amar VOCÊ,
estando longe
ou aqui mesmo!
Às vezes,
me visto do passado,
caminho o presente
e, me preparo
para o futuro...
BISSETRIZ
Sou de um tempo
que já se foi...
Ainda me sinto
no ontem
das minhas manhãs.
Hoje carrego o fardo,
perdido elo,
que lúcido guardo
no singelo desabafo
desse afã...
Sou o tempo
que dizem passado;
fadado à saudade
que não curo.
Causa e causador
me sinto, enfim...
E nessas imagens que faço,
dividido, arrisco e traço;
a bissetriz que carrego
cá dentro de mim...
Existem pessoas
e lugares;
existem estes
para aquelas,
existem VOCÊ e eu...
SEU LUGAR
Há um lugar
onde você sempre estará!
Em mim há um lugar
onde você deve estar!
Existe em mim um lugar,
onde ando,
passo a passo com você!
Em todos os dias e noites;
nos muitos ontens e hojes
do nosso intenso entender!
Grão de areia, fundo do mar;
extremos que nada são;
pois a muito está escrito
que seu único e eterno abrigo
é um cantinho escondido
dentro do meu
coração!
Contorne obstáculos
como os rios!
DEUS monstra na natureza,
muito das suas lições...
NASCENTE
Buscaria você
se já tivesse ido.
Procuraria seus passos
até acha-los,
em mim perdidos!
Chamaria você
em altos brados;
inventaria mais versos,
até ouvi-los,
por você cantados!
Sorriria,
desejo alados,
e beijaria o céu e a terra,
da boca e dos pés...
Até que os laços
do peito e dos braços,
me indicassem
seu amor, seu mister!
E DEUS,
na sua magnitude,
traçou a linha do tempo;
E, deste tempo hoje faço parte.
E NELE, tudo aguardo...
FINÍSSIMO TRAÇO
Tempo algoz.
Tempo cela.
Bebo, ávido,
toda a vida do meu tempo.
Sacio, árido,
toda a sede dessa espera.
Respiro, toda gana
a mim doada;
vislumbro ansioso
tudo que me conforma.
Tudo que me é dado:
é cedo, é pouco, é nada...
O tempo é como um imã,
que ora me comporta;
O tempo é o magneto:
sem sul, sem norte, sem orla...
Finíssimo traço invisível,
que oscila,
entre o estar e o ir embora!
Há que se dar
e receber...
Achar e guardar...
Dar e receber.
Achar e guardar...
sentimentos...
VOCÊ, MEU TEMPO...
Meus versos
são pensamentos reditos...
Muitas vezes são gritos
que a alma confusa
põe às claras...
São sentimentos avulsos
que no peito explodem,
nas ondas
do meu mar interno!
Meus versos,
são gráficos mudos
que recuperaram a fala...
Momentos guardados
em gavetas e malas
de uma vivência fechada
e já esquecida
dos anos-cinquenta!
Meus versos,
são metas;
pequenos retalhos
que em mim se fizeram
grandes jornadas...
Meus versos,
são meus pensamentos,
a tempos, guardados na alma!
Seu amor em minha alma,
tem efeitos diversos...
Quer saber o que faço?
Fortes laços,
para prendê-lo
em meus versos...
NA ALMA
Nada,
nada nos completa
Se não tivermos repleta
a alma:
- Do amor que cresce
e cura!
Nada,
nada nos importa!
Se não tivermos à porta
da alma... o amor:
que em nós ora se mostra!
Nada,
nada nos anima!
Se não tivermos na alma,
as rimas:
que em mim adentra,
quando de você brota!
O tempo pesa
e nos divide...
O tempo ecoa, escorre,
e se vai...
O tempo avisa
e ele mesmo nos castiga...
e do seu nada,
nos conta a vida...
AMPULHETA
Escoa,
pela garganta do tempo
a areia dividida.
Dois hemisférios do nada
contando a vida...
Escorre,
pelo ingurgitamento,
grãos, finos e épicos
que silenciosamente,
contam e recontam
séculos...
“Teia de Penélope”
que se faz e é refeita?
Ou o vai-e-vem
do conteúdo,
na virada da ampulheta?
Seu amor
é a matriz do meu tempo!
Poesia que pulsa,
nos versos que escrevi...
Seu amor,
será sempre o evento
que muito deste tempo,
sempre me deixou feliz!
Seu amor,
é a raiz do meu tempo!
É a alegria que se usa,
nas cenas que ora proclamo...
Cara amiga aqui eu digo
como no texto bíblico:
“...e quarenta anos são poucos
pelo muito que a amo...”
Verdes lume
os seus olhos...
Às vezes à noite
outras nos dias...
São muitos os seus mistérios.
Que bom desvendá-los
a cada dia!
VERDES LUMES
Se não há sonhos...
Não haverá descobertas.
Sonhamos, desde que,
aquáticos,
estagiámos
no Mar Amniótico.
Sempre sonhei,
verbos e versos,
e ora, o acalanto,
“navegando”
por sobre as folhas
de um livro...
Sonhar é preciso!
É humano!
Realidade é estar vivo
e acima de tudo,
sonhando...
Sem sonhos,
como visualizaremos as metas
e aos “faróis” daremos nomes?
Sonhar é a percepção maior
que DEUS, impôs ao homem!
ÚLTIMA PÁGINA
A você Sonia,
muito agradeço
por estar presente
em muitos
desses meus dias...
Obrigado Baixinha!