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19 de Maio de 2019
Katz (1988), por exemplo, quando ensina sobre o crime, aponta que ele não
se trata somente de aquisição, materialismo ou necessidades financeiras,
mas se reveste de presença, status e emoções (como paixão, ódio,
adrenalina, etc.), envolvendo a assunção de riscos e perigos, que podem
representar uma tentativa de superar circunstâncias sociais degradantes, a
fim de exercer controle e assumir a responsabilidade do próprio destino.
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19/05/2019 Criminologia Cultural e Mídia: apontamentos introdutórios
A criminologia cultural, portanto, é uma matéria interdisciplinar, que não
se utiliza apenas das ferramentas da Criminologia, do Direito Penal e da
Sociologia, masa também de aspectos relativos a estudos culturais,
midiáticos, urbanos, filosóficos, de movimentos sociais, da teoria crítica
pós-moderna, da geografia e da antropologia humana, além de abordagens
de pesquisa ativa (ROCHA, 2012). A sua responsabilidade é "manter
'girando o caleidoscópio' sobre as maneiras pela qual pensamos o crime, e,
mais importante, sobre as respostas jurídicas e sociais à quebra de regras"
(HAYWARD, 2011). Logo, a fim de se estudar a questão do crime e da
criminalização, é muito importante considerar a dinâmica dos meios de
comunicação de massa (FERRELL, 1995).
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experiência ilícita torna-seCriminologia Cultural e Mídia: apontamentos introdutórios
gratificante, pois propicia o auferimento do
objeto de desejo e a consequente inserção do indivíduo no campo social que
almeja.
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19/05/2019 Criminologia Cultural e Mídia: apontamentos introdutórios
Todos os dias, manchetes de jornais clamam pela atenção, ao contar
histórias sobre a criminalidade e que mais parecem designadas a chocar e
assustar os telespectadores, ao mesmo tempo em que passam uma sensação
de alívio, por não serem eles as vítimas daquela violência. Entre 1986 e
1990, os meios de comunicação na cidade de Nova York construíram uma
imagem convincente da realidade em que a violência relacionada à droga
estava se espalhando e tornando-se aleatória na seleção das vítimas. Ao
fazê-lo, encorajou a crença na crescente vulnerabilidade das pessoas
brancas e de classe média diante dessa violência (BROWNSTEIN, 1995).
Tal caso se mostrou um exemplo de como a mídia, operando em um
contexto político particular, efetivamente apoiou a ideologia das políticas
governamentais para que estas, de certa forma, se legitimassem.
HAYWARD, Keith. Opening the lens: cultural criminology and the image.
In: HAYWARD, Keith; PRESDEE, Mike (Eds.). Framing Crime: cultural
criminology and the image. New York: Routledge, 2010.
ROCHA, Álvaro Filipe Oxley da. Crime, Violência e Segurança Pública como
produtos culturais: inovando o debate. In. Revista dos Tribunais, ano
101, vol. 917, março 2012, pp. 271-289.
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