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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA
NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
Ao Senhor
Domingos Fernandes Lugo Neto
Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba – CRMV/PB
Praça Pedro Gondim, 127, Torre, João Pessoa, PB, CEP n.º 58040-360
Assuntos: Relato dos MAUS TRATOS e CRUELDADE a que são submetidos os,
aproximadamente, 80 (oitenta) animais do CANIL de Sousa/PB, inclusive com a
prática de CANIBALISMO entre eles por falta de alimento e água;
DENÚNCIA por afronta ao CÓDIGO DE ÉTICA DO MÉDICO VETERINÁRIO, em razão
do comportamento ora doloso, ora culposo, quer por ação, quer por omissão, da
médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS, além do cometimento de
1
supostos CRIMES AMBIENTAIS e possível ocorrência de IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA;
Total desrespeito, por parte da médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS, à
Lei n.° 11.140/2018 – CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA – à
Resolução do CFMV n.° 1.236/2018, que “Define e caracteriza crueldade, abuso e
maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos
veterinários e zootecnistas e dá outras providências” e à Portaria do Ministério da
Saúde n.° 104, de 25/jan/2011.
Senhor Presidente,
Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, por último,
solicitar o que abaixo se segue.
1 Veja-se, por oportuno, vídeo postado, em 13/04/19, nas redes sociais da “ONG Anjos Independentes Protetores de Animais”,
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2.1 o CANIL de SOUSA não oferta sequer a higiene básica para esses seres, estando
todos eles em meio a fezes e urinas;
2.2 durante a visita feita pelos denunciantes, mal se podia respirar, justamente pelo
fato de não haver, há dias, qualquer higienização do local, tornando-o
insuportavelmente fétido, lúgubre e insalubre;
2.3 na maioria das baias NÃO existia COMIDA e ÁGUA ao tempo da visita dos
denunciantes;
2.4 decorrente da fome extenuante dos animais, há, no interior do CANIL, a prática de
CANIBALISMO, tal como mostra o início do vídeo cujo link se encontra na nota de
rodapé n.° 1, bem como no apêndice a este ofício;
2
Cavalcante;
2.7 o CANIL não possui teste para detecção da CINOMOSE, doença virótica altamente
contagiosa que acomete, dentre outros animais, os cães, sendo extremamente letal
por comprometer os pulmões, o sistema nervoso, bem como provocar febre e
secreções purulentas;
2.8 o CANIL possui teste rápido de LEISHMANIOSE, porém os animais que são
detectados com tal doença são, imediatamente, eutanasiados sem que haja a
contraprova a ser produzida por exame laboratorial a ser feito, obrigatoriamente,
no Laboratório Central de João Pessoa – LACEN;
2.10 foram encontrados animais SADIOS misturados com outros acometidos por
CINOMOSE e LEISHMANIOSE;
2.11 ao lado da baia dos filhotes tem um pequeno lago onde são depositados os degetos
e demais sujeiras produzidas após a limpeza do CANIL, deixando o ambiente
irrespirável e insalubre para a permanência de qualquer tipo de vida, especialmente
dos animais apreendidos pela municipalidade e ali residentes;
2.12 nesse mesmo lago muitos filhotes já MORRERAM AFOGADOS, haja vista que o
sediada em Sousa, onde resta comprovado o ESTADO DEGRADANTE por que passam os animais custodiados pelo município de
Sousa/PB. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/BwO-nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k> e
<https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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acesso é aberto;
2.13 esse lago, na forma como manejado pela Prefeitura de Sousa, POLUI o meio
ambiente e degrada a natureza, revelando nítido CRIME AMBIENTAL perpetrado
pelos gestores municipais responsáveis pelo local;
2019.
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5 CONSIDERANDO-SE que na Paraíba a EUTANÁSIA somente será possível dentro dos limites
estabelecidos pelo Código de Direito e Bem-Estar Animal (Lei n.° 1.140/2018), que exige,
dentre outras medidas, o laudo de 2 (dois) médicos veterinários atestadores da
necessidade imperiosa da eutanásia, devendo, ainda, ser precedida de exame laboratorial
específico identificador da doença e, também, ser ratificado por novo exame que utilize
metodologia distinta da anteriormente empregada, podendo, o pretenso eutanasiado, ser
adotado por entidade de proteção animal5:
7 CONSIDERANDO-SE que as infrações à Lei n.° 11.140/2018 são puníveis, dentre outras
formas, por MULTAS a ser imputadas ao próprio agente público (gestor) responsável pelo
desrespeito as suas disposições, quer por ação, quer por OMISSÃO, inclusive com o
fechamento definitivo, a depender do caso, do estabelecimento (CANIL, etc.), devendo os
animais ali encontrados sob maus tratos ser disponibilizados à adoção imediata, tal como
consta de várias de suas determinações codificadas7:
8 Lei n.° 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
[...] II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
9
CR/1988 - “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a CRUELDADE” (grifos nossos).
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Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227 e correlato alongamento10 ou, ainda, tal
como impõem a Lei Federal n.° 5.517/68 - que regulamenta, dentre outros, o exercício da
profissão de médico veterinário - e a Resolução do CFMV n.° 1.138/16 - que aprova o
Código de Ética do Médico Veterinário;
10 CEPB/1989 - “Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à CRUELDADE” (grifos nossos).
11Vide RESOLUÇÃO n.° 1.138/16 (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Disponível em:
<http://portal.cfmv.gov.br/uploads/RESO%201138_2016%20C%C3%B3digo%20de%20%C3%89tica%20do%20M%C3%A9dico%
20Veterin%C3%A1rio.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2019.
12Idem, Ibidem.
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13 Idem, Ibidem.
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17 CONSIDERANDO-SE, diante desse aparato legal-animalista, por assim dizer, o CASO relativo
ao CANIL DE SOUSA/PB, veiculado nas redes sociais em 13/04/19, cujo relato vem
estampado nos subtópicos do “parágrafo 2” do presente ofício (subtópicos “2.1” a “2.13”),
cuja médica veterinária responsável é a senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS; 11
18 CONSIDERANDO-SE denúncia formulada na Promotoria de Justiça de Sousa/PB (DOC. 01),
onde a médica veterinária senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS é apontada por suposto
CRIME AMBIENTAL e prática de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA por desrespeito à
legislação ambiental em vigor, notadamente em relação ao CÓDIGO DE DIREITO E BEM-
ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA;
19.1 Art. 6°, inciso I: em tese, o completo descaso para com as inovações científicas
propiciadoras de um bem-estar animal e da preservação da ambiência, fizeram
com que a médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS comportasse-se da
maneira ora relatada neste ofício, ocasionando um verdadeiro holocausto para os
animais que estão sob sua guarda em razão da função que exerce junto ao Canil de
Sousa/PB, descumprindo dever básico de sua profissão, tal como evidenciado,
ainda, nos links comprobatórios desta alegação (vide links no APÊNDICE);
19.2 Art. 6°, inciso III: ao consentir que os animais do canil de Sousa permanecessem
naquela localidade sem quaisquer assistências, em meio a fezes e urinas, sem água
e sem comida, com mortes e canibalismos, a denunciada violou as funções
específicas para a qual fora contratada pela Prefeitura Municipal e, assim,
14 Idem, Ibidem.
15 Idem, Ibidem.
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19.3 Art. 6°, inciso IV: estando investida na função de médica veterinária, a denunciada
em tela desafiou o inciso ora comentado, não assegurando as condições para o
desempenho profissional do médico veterinário, tal como se vê das afirmações e
vídeos que compõem este ofício;
19.4 Art. 6°, inciso VII: sendo a leishmaniose e outras doenças de NOTIFICAÇÃO
OBRIGATÓRIA, tal como consta do ANEXO I da Portaria do Ministério da Saúde n.°
104, de 25/jan/2011, incumbindo a ela mesma, enquanto médica veterinária do
CANIL de Sousa, dita notificação à autoridade competente, tal como se deflui do
mandamento contido no art. 7° desse instrumento normativo regulador da saúde
pública, a denunciada desafiou, omitindo-se ao que impõe, além de outras
legislações, o MANDAMENTO ÉTICO do profissional veterinário, NÃO fornecendo
informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades
competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória (vide, em nota
de rodapé, art. 7° e parte do conteúdo do ANEXO I da Portaria do Ministério da
Saúde n.° 104, de 25/jan/2011)16;
19.5 Art. 6°, inciso XV: não comunicação ao CRMV-PB, pela senhora SUZANNA
CAVALCANTE LINS, com discrição e de forma fundamentada, do fato narrado no
12
presente ofício, o qual caracterizar infração ao presente Código de Ética e às demais
normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária, haja vista as
condições dos animais que estão sob sua custódia;
19.6 Art. 6°, inciso XVI: não comunicou ao CRMV-PB, tampouco aos órgãos competentes
(Ministério Público, Vigilância Sanitária, etc.) as falhas nos regulamentos,
procedimentos, normas e condutas da Prefeitura Municipal de Sousa
concernentemente ao descaso e consequentes mortes e maus tratos de animais
residentes do CANIL, com sérios riscos à saúde humana ou animal, dada à
leishmaniose e cinomose que acometem os animais daquele recinto. Também não
cumpriu com o mandamento inserto no art. 3° e caput do art. 4°, bem como de seus
§§ 1° e 2° da Resolução n.° 1.236/2018 do CFMV, mesmo diante do quadro de
CRUELDADE e evidentes MAUS-TRATOS ocorridos no interior do CANIL de Sousa,
enquadrando-se, ainda, no disposto no art. 8° dessa mesma Resolução;
19.7 Art. 8º, inciso V: a médica objeto desta denúncia afrontou as leis de proteção aos
animais, notadamente a lei dos crimes ambientais (art. 32), bem como o Código de
Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, e a lei de improbidade administrativa, (art.
11, caput e inciso II) tal como demonstrado no Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB
(DOC. 01) direcionado à Promotoria de Justiça de Sousa/PB;
16
PORTARIA n.° 104/11 (Ministério da Saúde) - “Art. 7º A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de
saúde médicos, enfermeiros, odontólogos, MÉDICOS VETERINÁRIOS, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e outros no
exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino,
em conformidade com os arts. 7º e 8º, da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 [...] ANEXO I [...] Lista de Notificação
Compulsória - LNC [...] 24. Leishmaniose Tegumentar Americana; 25. Leishmaniose Visceral [...]” (grifos nossos).
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19.8 Art. 8º, inciso XX: transgrediu esse dispositivo ao praticar atos de maus-tratos e
crueldade por OMISSÃO, deixando o recinto dos animais sem água, sem comida e
extremamente anti-higiênico e insalubre. Nessa mesma oportunidade, SUZANNA
LINS feriu também as Constituições da República e da Paraíba, tal como se deduz
dos textos insculpidos nas notas de rodapé números “9” e “10” deste ofício, cujos
teores vedam a crueldade em face de quaisquer animais;
19.9 Art. 8º, inciso XXX: a médica ora denunciada deixou de comunicar aos órgãos
competentes e ao CRMV-PB as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas
Prefeitura Municipal de Sousa, mesmo percebendo que o descaso praticado pela
gestão municipal representava riscos a saúde humana e animal;
19.10 Art. 9°, caput, inciso I e correlatas alíneas “a”, “b” e “c”: praticando com dolo – ou
mesmo com culpa –, quer por ação, quer por omissão, os atos ocasionadores de
mortes, fome, sede e canibalismo dos animais do CANIL de Sousa, a médica
veterinária SUZANNA LINS, concomitantemente, foi imperita, imprudente e
negligente, tal como comprovado nos vídeos cujos links encontram-se no APÊNDICE
a este Ofício, desafiando, dentre outras legislações, o seu próprio Código de Ética;
19.11 Art. 9°, inciso V: ao deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos
órgãos ou entidades públicas (a exemplo da Portaria do Ministério da Saúde n.°
13
104/2011, não notificando à autoridade competente os supostos casos de
leishmaniose), inclusive promanadas do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(a exemplo do não cumprimento do mandamento inserto no art. 3° e caput do art.
4°, bem como de seus §§ 1° e 2° da Resolução n.° 1.236/2018 do CFMV, mesmo
diante do quadro de CRUELDADE e evidentes MAUS-TRATOS ocorridos no interior
do CANIL de Sousa, enquadrando-se, ainda, no disposto no art. 8° dessa mesma
Resolução), SUZANNA LINS feriu o presente dispositivo ético;
19.13 Art. 18°, inciso II: com as mortes evidenciadas dentro do CANIL de Sousa,
SUZANNA LINS não respeitou as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas
daqueles animais, atentando, dessarte, contra suas funções vitais e impedindo que
outras pessoas pudessem socorrer esses seres. Nesse cenário, a médica veterinária
feriu de morte o dispositivo ético em comento;
20 CONSIDERANDO-SE, por fim, tudo o mais que consta do Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB
(DOC. 01) e, ainda, levando-se em conta a conduta afrontosa à ordenança vigente da
senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS, ora infringindo as Constituições da República e do
Estado da Paraíba, ora desrespeitando a lei penal, a lei que profissionaliza o serviço de
médico veterinário e, especialmente, o Código de Ética do Médico Veterinário, categoria
profissional à qual pertence, SOLICITA-SE:
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DOC. 01
Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB direcionado à
3.a Promotoria de Justiça Cumulativa de
Sousa/PB, contendo, além de outros temas,
DENÚNCIA por supostos CRIMES AMBIENTAIS
15
e possível ocorrência de IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA de várias autoridades,
dentre elas a senhora SUZANNA CAVALCANTE
LINS
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NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
Ao Excelentíssimo Senhor
Hamilton de Souza Neves Filho
Promotor da 3.a Promotoria de Justiça Cumulativa de Sousa
Rua Aroldo Nazaré, S/N, Jardins, Sousa/PB, 58804-718
Assuntos: Relato dos MAUS TRATOS e CRUELDADE a que são submetidos os,
aproximadamente, 80 (oitenta) animais do CANIL de Sousa/PB, inclusive com a
prática de CANIBALISMO entre eles por falta de alimento e água;
Pedido de providências concernentemente a várias determinações contidas na Lei
do município de Sousa n.° 2.044/2005;
1
DENÚNCIA por supostos CRIMES AMBIENTAIS e possível ocorrência de
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA praticados pelas seguintes autoridades:
AMANDA SILVEIRA (secretária de saúde de Sousa), ALLAMO HILÁRIO DE SÁ
BRAGA (coordenador do canil de Sousa), EDSON FERNANDES (diretor de vigilância
em saúde de Sousa), SUZANNA CAVALCANTE LINS (médica veterinária do canil de
Sousa);
Total desrespeito, por parte das autoridades acima apontadas, da Lei n.°
11.140/2018 – CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA.
Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, por último,
solicitar o que abaixo se segue.
2
periclitância de vida, e que1:
5.1 o CANIL de SOUSA não oferta sequer a higiene básica para esses seres, estando
todos eles em meio a fezes e urinas;
5.2 durante a visita feita pelos denunciantes, mal se podia respirar, justamente pelo
fato de não haver, há dias, qualquer higienização do local, tornando-o
insuportavelmente fétido, lúgubre e insalubre;
5.3 na maioria das baias NÃO existia COMIDA e ÁGUA ao tempo da visita dos
denunciantes;
5.4 decorrente da fome extenuante dos animais, há, no interior do CANIL, a prática de
CANIBALISMO, tal como mostra o início do vídeo cujo link se encontra na nota de
rodapé n.° 1, bem como no apêndice a este ofício;
5.7 o CANIL não possui teste para detecção da CINOMOSE, doença virótica altamente
1 Veja-se, por oportuno, vídeo postado, em 13/04/19, nas redes sociais da “ONG Anjos Independentes Protetores de Animais”,
sediada em Sousa, onde resta comprovado o ESTADO DEGRADANTE por que passam os animais custodiados pelo município de
Sousa/PB. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/BwO-nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k> e
<https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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contagiosa que acomete, dentre outros animais, os cães, sendo extremamente letal
por comprometer os pulmões, o sistema nervoso, bem como provocar febre e
secreções purulentas;
5.8 o CANIL possui teste rápido de LEISHMANIOSE, porém os animais que são
detectados com tal doença são, imediatamente, eutanasiados sem que haja a
contraprova a ser produzida por exame laboratorial a ser feito, obrigatoriamente,
no Laboratório Central de João Pessoa – LACEN;
5.10 foram encontrados animais SADIOS misturados com outros acometidos por
CINOMOSE e LEISHMANIOSE;
5.11 ao lado da baia dos filhotes tem um pequeno lago onde são depositados os degetos
e demais sujeiras produzidas após a limpeza do CANIL, deixando o ambiente
irrespirável e insalubre para a permanência de qualquer tipo de vida, especialmente
dos animais apreendidos pela municipalidade e ali residentes;
5.12 nesse mesmo lago muitos filhotes já MORRERAM AFOGADOS, haja vista que o 3
acesso é aberto;
5.13 esse lago, na forma como manejado pela Prefeitura de Sousa, POLUI o meio
ambiente e degrada a natureza, revelando nítido CRIME AMBIENTAL perpetrado
pelos gestores municipais responsáveis pelo local;
2 CR/1988 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade (grifos nossos).
3 CEPB/1989 - Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade (grifos nossos).
4
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE SOUSA - Art. 153. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII. proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (grifos nossos).
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2019.
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13 CONSIDERANDO-SE que na Paraíba a EUTANÁSIA somente será possível dentro dos limites
estabelecidos pelo Código de Direito e Bem-Estar Animal (Lei n.° 1.140/2018), que exige,
dentre outras medidas, o laudo de 2 (dois) médicos veterinários atestadores da
necessidade imperiosa da eutanásia, devendo, ainda, ser precedida de exame laboratorial
específico identificador da doença e, também, ser ratificado por novo exame que utilize
metodologia distinta da anteriormente empregada, podendo, o pretenso eutanasiado, ser
adotado por entidade de proteção animal10:
veterinárias ou congêneres.
§ 3º A eutanásia autorizada pelos incisos I e II
será precedida, obrigatoriamente, de exame
laboratorial específico atestador da doença,
devendo, ainda, ser ratificado por novo exame que
utilize metodologia distinta da anteriormente
empregada.
§ 4º Os 2 (dois) resultados dos exames exigidos na
forma do § 3º serão anexados ao laudo que embasará
o atestado a ser expedido na forma prevista no §
1º.
§ 5º NÃO será permitida a eutanásia quando a doença
for tratável, a exemplo da esporotricose, dentre
outras.
[...]
Art. 27. Faculta-se, diante da constatação de
necessidade da realização de eutanásia segundo as
hipóteses autorizadoras, a qualquer pessoa física
ou jurídica ou, ainda, à entidade de proteção
animal realizar a ADOÇÃO DEFINITIVA do pretenso
eutanasiado.
§ 1º Para a consecução da possibilidade prevista no 7
caput, deverá haver a transferência da tutela do
animal para o interessado, desde que garantida,
pelo novo tutor e em documento próprio, a
implementação das condições necessárias a sanar as
causas motivadoras do processo de eutanásia [...]
(grifos nossos).
15 CONSIDERANDO-SE que as infrações à Lei n.° 11.140/2018 são puníveis, dentre outras
formas, por MULTAS a ser imputadas ao próprio agente público (gestor) responsável pelo
desrespeito as suas disposições, quer por ação, quer por OMISSÃO, inclusive com o
fechamento definitivo, a depender do caso, do estabelecimento (CANIL, etc.), devendo os
animais ali encontrados sob maus tratos ser disponibilizados à adoção imediata, tal como
consta de várias de suas determinações codificadas12:
INDIVIDUALMENTE:
[...]
II - MULTA SIMPLES, que variará entre 200
(duzentos) e 630 (seiscentos e trinta) UFR-PB;
III - MULTA DIÁRIA:
a) até que sejam cessados os maus tratos
constatados e/ou
b) no caso de continuidade ao desrespeito a esta
Lei por motivo outro diferente daquele contido na
alínea anterior;
IV - resgate dos animais encontrados em situação de
maus tratos pelos órgãos competentes;
[...]
VI - INTERDIÇÃO definitiva dos estabelecimentos,
incluindo-se CANIS e gatis fixados no Estado da
Paraíba que comercializam, expõem, hospedam,
alojam, permutam, doam ou realizam prestação de
serviço a animais vivos.
§ 1º Sendo o Ente Público o descumpridor desta Lei,
a penalidade aplicada será destinada diretamente ao
patrimônio do respectivo responsável pelo seu fiel
cumprimento, ficando a possibilidade de o próprio 9
Ente ser responsabilizado no caso de
impossibilidade financeira de seu representante.
§ 2º Nos casos de reincidência específica,
caracterizados pelo cometimento de nova infração da
mesma natureza e gravidade, a multa corresponderá
ao dobro da anteriormente imposta.
§ 3º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas
ou mais infrações, serão aplicadas cumulativamente
as sanções a elas cominadas, somando-se, assim,
seus respectivos valores, considerando-se, ainda,
cada animal atingido individualmente.
§ 4º As penalidades previstas neste artigo poderão
ser aplicadas cumulativamente com a penalidade de
multa e em relação a cada animal considerado
INDIVIDUALMENTE.
[...]
§ 7º Além da específica multa a que está sujeito,
fica, o infrator, pessoa física ou jurídica,
obrigado a custear todas as despesas médico-
veterinárias decorrentes dos maus tratos
evidenciados, tais como consultas, cirurgias,
medicamentos, fisioterapias, peças ortopédicas,
dentre outras.
[...]
Art. 107. Em razão dos princípios da prevenção e da
precaução, independentemente das penalidades
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13 Lei n.° 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
[...] II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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18.2 informar à Prefeitura que o art. 10 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 e, ainda, que o
parágrafo único do seu art. 16 foram REVOGADOS pela Lei Federal n.°
13.426/2017, que, assim, NÃO permite a eutanásia de animais como meio de
controle populacional, mas, sim, determina que os municípios esterilizem-nos como
forma de controle de natalidade;
14 LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 16 - TODA pessoa fica obrigada a permitir a entrada em seu domicílio ou em lugares
cercados de sua propriedade ou submetida a seus cuidados, dos médicos veterinários ou outra autoridade do serviço de saúde pública
[...] para efeitos de exame, tratamento, captura ou SACRIFÍCIOS de animais doentes ou suspeitos de Zoonoses e controle de
vetores.
15
CR/1988 - Art. 5° [...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial [...]
(grifos nossos).
16 LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 24 - O município não responde por indenização de qualquer espécie no caso do animal
apreendido vir a sucumbir nas dependências de suas instalações do canil ou curral (baias) municipal.
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NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
19.1 que promova à apuração de prováveis CRIMES AMBIENTAIS, quer por ação, quer
por omissão, perpetrados pelas seguintes autoridades e na forma delineada no
corpo do presente ofício:
17 CR/1988 - Art. 37 [...] § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa (grifo nosso).
18 CR/1988 - Art. 225 [...] § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (grifo
nosso).
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NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
DOC. 01
Ofício n.° 03/2018/CDA/OAB/PB remetido,
em 12/03/18, pela Comissão de Direito
Animal da OAB/PB à 3ª Promotoria de Justiça
Cumulativa de Sousa, solicitando: 14
1 - Informações pormenorizadas acerca da NOTÍCIA DE
FATO n.° 472/2017 e do Procedimento Administrativo n.°
20/2017;
Ao Excelentíssimo Senhor
Hamilton de Souza Neves Filho
Promotor da 3ª Promotoria de Justiça Cumulativa de Sousa
Rua Aroldo Nazaré, S/N, Jardins, Sousa/PB, 58804-718
1
n.° 20/2017.
Pedido de providências junto à Prefeitura de Sousa, relativamente a vários temas.
1
CR/1988 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade (grifos nossos).
2
CEPB/1989 - Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade (grifos nossos).
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL (CDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA
COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL – CDA
3
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE SOUSA - Art. 153. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII. proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (grifos nossos).
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL (CDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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7.1.1 à compulsoriedade para que o Município de Sousa promova ações de educação em saúde,
tais como campanhas de esclarecimentos populares sobre zoonoses junto à comunidade
ou mesmo por meio de comunicação, difundindo essa temática também nas escolas de 1º
e 2º graus (art. 4º, inciso VII);
7.1.2 à obrigatoriedade de vacinação dos animais contra as doenças especificadas pelo
Ministério da Saúde (art. 6º);
7.1.3 à proibição dos animais permanecerem em espaços públicos (art. 8º);
7.1.4 à vacinação e ao registro dos animais que integram as carroças (veículos de tração animal)
(art. 9º);
7.1.5 à incumbência à Administração para registrar todos os animais sousenses, especialmente a
população canina (art. 22);
7.2 de informar à Prefeitura que o art. 10 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 e, ainda, que o
parágrafo único do seu art. 16 foram REVOGADOS pela Lei Federal n.° 13.426/2017, que,
assim, NÃO permite a eutanásia de animais como meio de controle populacional, mas, sim,
determina que os municípios esterilizem-nos como forma de controle de natalidade;
7.3 de comunicar à Prefeitura que o art. 16 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 4 é
COMPLETAMENTE INCOMPATÍVEL com o que determina o inciso XI do art. 5º da
3
Constituição da República5, impedindo que qualquer autoridade pública municipal ou
mesmo de outra esfera de Poder adentre em domicílio de qualquer munícipe, ressalvadas
as situações trazidas no corpo da própria Carta Magna;
7.4 de notificar a Prefeitura de que o art. 24 da Lei Municipal n.° 2.044/20056 é incompatível
com o que determina o § 6º do art. 377 e § 3º do art. 2258 da CR/88 (responsabilidade
objetiva no caso de danos ambientais), possibilitando, dessa maneira, a Administração
indenizar o munícipe a depender da situação evidenciada;
7.5 de instigar a Prefeitura sousense para cumprir a Lei Federal n.° 13.426/2017,
principalmente no que concerne ao seu art. 3o, que ativa o programa [educativo] que diz
respeito a “campanhas educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem
4
LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 16 - TODA pessoa fica obrigada a permitir a entrada em seu domicílio ou em lugares
cercados de sua propriedade ou submetida a seus cuidados, dos médicos veterinários ou outra autoridade do serviço de saúde pública
[...] para efeitos de exame, tratamento, captura ou SACRIFÍCIOS de animais doentes ou suspeitos de Zoonoses e controle de
vetores.
5
CR/1988 - Art. 5° [...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial [...]
(grifos nossos).
6
LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 24 - O município não responde por indenização de qualquer espécie no caso do animal
apreendido vir a sucumbir nas dependências de suas instalações do canil ou curral (baias) municipal.
7
CR/1988 - Art. 37 [...] § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa (grifo nosso).
8
CR/1988 - Art. 225 [...] § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (grifo
nosso).
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RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
DOC. 02
Ofício n.° 13/2018/CDA/OAB/PB remetido, em
2/04/2018, pela Comissão de Direito Animal da 15
OAB/PB à 3ª Promotoria de Justiça Cumulativa
de Sousa, reiterando o pedido de providências
concernente ao Ofício n.°
3/2018/CDA/OAB/PB
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NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL
DOC. 03
Ofício n.° 04/2018/CDA/OAB/PB enviado ao
Diretor de Vigilância em Saúde de Sousa,
oportunidade na qual são solicitadas
16
“Informações pormenorizadas acerca do
trabalho desenvolvido pelo Canil-Laboratório
da cidade de Sousa/PB, com fundamento nas
legislações ambientais (federal, estadual e
municipal) protetivas das saúdes humana e
animal, bem como em consonância com o que
dispõe a Lei Federal de acesso à informação
(Lei n°. 12.527/11)”
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CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA
COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL – CDA
Ao Senhor
Edson Natanael Fernandes Duarte
Diretor de Vigilância em Saúde de Sousa
Rua Cel. José Gomes de Sá, n.º 27, Centro, Sousa/PB, 58800-050
1
Senhor Diretor,
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DEFESA DOS DIREITOS DOS ANIMAIS (CDDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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3 CONSIDERANDO-SE que essa mesma LEI n°. 13.426/17 ainda impõe que o Poder Público
ocupe-se de desencadear “campanhas educativas pelos meios de
comunicação adequados, que propiciem a assimilação pelo
público de noções de ética sobre a posse responsável de
animais domésticos”;
4 CONSIDERANDO-SE as várias zoonoses virais que podem acometer os equídeos (cavalos, 2
jumentos etc.) que servem para movimentar os veículos de tração animal - VTAs - por toda
a cidade de Sousa, a exemplo da raiva, da encefalite equina leste, da encefalite equina
oeste, da encefalite equina venezuelana, da encefalite St. Louis e da febre do Nilo
Ocidental4;
5 CONSIDERANDO-SE especificamente, as zoonoses reemergentes de equídeos de
importância aos serviços municipais de saúde, como, ilustrativamente falando, a febre
maculosa, o mormo, a melioidose e a brucelose 5;
6 CONSIDERANDO-SE o que determina a Lei Orgânica do Município de Sousa no que diz
respeito ao “registro, vacinação e captura de animais, com a finalidade precípua de
erradicar as moléstias de que possam ser portadores ou transmissores” (inciso XXIII do art.
4º);
7 CONSIDERANDO-SE que a Lei Municipal n.º 2.044/2005, “proíbe a permanência de animais
nos logradouros públicos” (caput do art. 8º);
8 CONSIDERANDO-SE o que dispõe o Código de Trânsito Brasileiro no que diz respeito à
4
Vide “Manual de Vigilância de Zoonoses e Manejo de Equídeos do Estado de São
Paulo”, publicado, em 2010, pela Secretaria de Saúde daquele Ente Federativo:
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais-
ccd/edicao_vol._2.pdf>.
5
Vide “Manual de Vigilância de Zoonoses e Manejo de Equídeos do Estado de São
Paulo”, publicado, em 2010, pela Secretaria de Saúde daquele Ente Federativo:
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais-
ccd/edicao_vol._2.pdf>.
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competência dos Municípios para regular o trânsito de animais nas cidades6, como, por
exemplo, quando estabelece que sejam promovidos o registro, a autorização para
condução de veículos de tração animal (carroças) e respectivos emplacamentos, tal como
impõem seu art. 24, incisos II, XVII e XVIII7, seu art. 1298 e, por fim, o § 1° do seu art. 1419;
9 CONSIDERANDO-SE o princípio da cooperação ambiental, insculpido que está no caput do
art. 225 da Constituição da República10 e no caput do art. 227 da Constituição do Estado da
Paraíba11), afirmando ser dever de todos, coletividade e PODER PÚBLICO, defender e
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, constituindo-se, dessarte,
de indiscutível importância para a concretização de uma política ambiental preventiva,
concreta e eficaz, uma vez que convida todos(as) os(as) cidadãos(ãs) a participarem da luta
na preservação da ambiência;
10 CONSIDERANDO-SE, ainda, que esse mesmo princípio da cooperação ambiental vem
regulamentado pela Lei Complementar Federal n°. 140, de 8 de dezembro de 2011,
quando, então, de acordo com sua própria ementa, “Fixa normas, nos termos
dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do
art. 23 da Constituição Federal 12 , para a cooperação entre a
3
6
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB): “Art. 21. Compete aos órgãos e entidades
executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no âmbito de sua circunscrição: [...] II - planejar, projetar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas [...]”
(grifos nossos).
7
CTB: “Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos
MUNICÍPIOS, no âmbito de sua circunscrição: [...] II - planejar, projetar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; [...] XVII
- REGISTRAR e LICENCIAR, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão
humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e
arrecadando multas decorrentes de infrações; XVIII - conceder autorização para
conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal [...]” (grifos nossos).
8
CTB: “Art. 129. O REGISTRO e o LICENCIAMENTO dos veículos de propulsão humana
e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em
legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários [...]”
(grifos nossos).
9
CTB: “Art. 141 [...] § 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão
humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios [...]” (grifos nossos).
10
CF/88: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações” (grifos nossos).
11
CEPB/89: “Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à
qualidade de vida, sendo dever do Estado defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações” (grifos nossos).
12
CF/88: “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios: [...] III - proteger os documentos, as obras e outros
bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos; [...] VI - proteger o meio ambiente
e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas,
a fauna e a flora [...]”. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas
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5
12.2.8 como é efetuada a entrega dos resultados pelo(s) laboratório(s) ao CANIL?;
12.2.9 que tipo de informação é prestada à população que chega com animais com suspeita dessa
doença? Caso haja essa comunicação, que seja minudenciada a forma como ela é prestada
(se oral, se na forma escrita etc.);
12.2.10 os animais que chegam acompanhados de seus tutores com suspeita dessa doença
ficam, desde logo, sob a custódia desse CANIL ou são liberados para voltarem ao local de
origem?;
12.2.11 os animais de rua que são identificados como potenciais portadores dessa doença
ficam apreendidos no CANIL ou que outro rumo lhes são dispensados?;
12.3 em relação à LEISHMANIOSE:
12.3.1 que exames (nomes dos exames) são feitos por esse CANIL para detecção da doença?;
12.3.2 há uma segunda avaliação para confirmação do primeiro resultado?;
12.3.3 caso seja feito mais de um exame, é coletado um novo material para reavaliação (segundo
exame) ou é aproveitado aquele utilizado na primeira análise laboratorial?;
12.3.4 que material é coletado para a efetivação do(s) exame(s)?;
12.3.5 de que modo é feita a coleta desse material?;
12.3.6 quais são os locais (nomes e endereços dos laboratórios, bem como os correlatos
responsáveis técnicos) onde são efetuados os exames?;
12.3.7 como é feito o transporte do material coletado para efetivação dos exames?;
12.3.8 como é efetuada a entrega dos resultados pelo(s) laboratório(s) ao CANIL?;
12.3.9 que tipo de informação é prestada à população que chega com animais com suspeita dessa
doença? Caso haja essa comunicação, que seja minudenciada a forma como ela é prestada
(se oral, se na forma escrita etc.);
12.3.10 os animais que chegam acompanhados de seus tutores com suspeita dessa doença
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ficam, desde logo, sob a custódia desse CANIL ou são liberados para voltarem ao local de
origem?;
12.3.11 os animais de rua que são identificados como potenciais portadores dessa doença
ficam apreendidos no CANIL ou que outro rumo lhes são dispensados?;
12.4 de que modo são disponibilizados à população interessada os resultados dos exames
laboratoriais decorrentes da avaliação:
12.4.1 da esporotricose?;
12.4.2 da leishmaniose?;
12.4.3 do estado clínico pré-cirúrgico, no caso de cirurgias esterilizantes de cães e gatos?;
12.5 em relação às ESTERILIZAÇÕES: (caso haja cirurgia nesse CANIL)
12.5.1 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo cães?;
12.5.2 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo cadelas?;
12.5.3 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo gatos?;
12.5.4 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo gatas?;
12.5.5 quais os horários de ocorrências das esterilizações?;
12.5.6 qual a quantidade de vagas por turno para as cirurgias esterilizantes?;
6
12.5.7 de que forma são disponibilizadas à população as vagas para esterilização de animais?
(quais os canais veiculadores dessas vagas?; que políticas são feitas para disseminar a
informação relativa a tal serviço e vagas?);
12.5.8 existe fila de espera? Se sim, quantos(as) interessados(as) estão aguardando?;
12.5.9 que exame(s) é(são) obrigatoriamente feito(s) antes da cirurgia esterilizante?;
12.5.10 que LABORATÓRIO é responsável pelos exames pré-cirúrgicos, no caso de cirurgias
esterilizantes?;
12.5.11 que tipo de informação/orientação é prestada à população em geral no que diz
respeito ao necessário controle de natalidade de cães e gatos, haja vista o teor impositivo
da Lei Federal n°. 13.426, de 30/03/17?;
12.5.12 se essas informações/orientações (“11.5.11”) são prestadas, que veículo(s) é(são)
utilizado(s) para tal feito?;
12.5.13 que campanhas educativas vêm sendo promovidas por esse CANIL objetivando a
assimilação, pelo público em geral, de noções de ética sobre a posse responsável de
animais domésticos, visando a minimizar a difusão de doenças zoonóticas, tal como impõe
a Lei Federal n°. 13.426, de 30/03/17?;
12.6 há a recepção, por esse CANIL, de animais sadios (ninhadas de gatos, de cachorros etc.)?
Se sim:
12.6.1 em que circunstâncias?;
12.6.2 eles recebem algum tratamento específico (vacinação, vermifugação etc.)?;
12.6.3 que destino é dado a esses animais?;
12.7 tendo-se em vista a grande população de animais (cães e gatos) existente no Município
sousense, bem como seu crescimento acelerado, e, ainda, em razão dos ditames da Lei
Federal n°. 13.426/17, que estabelece para todos os municípios o necessário controle de
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DOC. 04
Resposta dada pelo Diretor de Vigilância em 17
Saúde de Sousa referente consulta formulada,
em 12/03/2018, por intermédio do Ofício n.°
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APÊNDICE
LINKS relativos aos vídeos divulgados nas redes sociais, os quais
denunciam os MAUS TRATOS a que são submetidos os animais do CANIL 18
de SOUSA/PB:
https://www.instagram.com/p/BwO-
nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k
https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/
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APÊNDICE
LINKS relativos aos vídeos divulgados nas redes sociais, os quais
denunciam os MAUS TRATOS a que são submetidos os animais do CANIL 16
de SOUSA/PB:
https://www.instagram.com/p/BwO-
nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k
https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/