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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA
NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL

Ofício n.º 14/2019/NEJA/UFPB

João Pessoa (PB), 15 de abril de 2019.

Ao Senhor
Domingos Fernandes Lugo Neto
Presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba – CRMV/PB
Praça Pedro Gondim, 127, Torre, João Pessoa, PB, CEP n.º 58040-360

Assuntos:  Relato dos MAUS TRATOS e CRUELDADE a que são submetidos os,
aproximadamente, 80 (oitenta) animais do CANIL de Sousa/PB, inclusive com a
prática de CANIBALISMO entre eles por falta de alimento e água;
 DENÚNCIA por afronta ao CÓDIGO DE ÉTICA DO MÉDICO VETERINÁRIO, em razão
do comportamento ora doloso, ora culposo, quer por ação, quer por omissão, da
médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS, além do cometimento de
1
supostos CRIMES AMBIENTAIS e possível ocorrência de IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA;
 Total desrespeito, por parte da médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS, à
Lei n.° 11.140/2018 – CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA – à
Resolução do CFMV n.° 1.236/2018, que “Define e caracteriza crueldade, abuso e
maus-tratos contra animais vertebrados, dispõe sobre a conduta de médicos
veterinários e zootecnistas e dá outras providências” e à Portaria do Ministério da
Saúde n.° 104, de 25/jan/2011.

Senhor Presidente,

Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, por último,
solicitar o que abaixo se segue.

1 CONSIDERANDO-SE o quadro ameaçador por que passam os animais de Sousa,


notadamente os CÃES que são apreendidos e levados ao CANIL daquela municipalidade;

2 CONSIDERANDO-SE denúncia anônima recebida por este NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL –


NEJA/UFPB, concernentemente ao fato de que os 80 ANIMAIS – em média – que estão sob
a CUSTÓDIA do MUNICÍPIO DE SOUSA/PB encontram-se em estado deplorável e de
periclitância de vida, e que1:

1 Veja-se, por oportuno, vídeo postado, em 13/04/19, nas redes sociais da “ONG Anjos Independentes Protetores de Animais”,
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2.1 o CANIL de SOUSA não oferta sequer a higiene básica para esses seres, estando
todos eles em meio a fezes e urinas;

2.2 durante a visita feita pelos denunciantes, mal se podia respirar, justamente pelo
fato de não haver, há dias, qualquer higienização do local, tornando-o
insuportavelmente fétido, lúgubre e insalubre;

2.3 na maioria das baias NÃO existia COMIDA e ÁGUA ao tempo da visita dos
denunciantes;

2.4 decorrente da fome extenuante dos animais, há, no interior do CANIL, a prática de
CANIBALISMO, tal como mostra o início do vídeo cujo link se encontra na nota de
rodapé n.° 1, bem como no apêndice a este ofício;

2.5 foi detectada a presença de inúmeros filhotes SEM as respectivas mães;

2.6 durante a semana compreendida entre 7 e 13/04/19, o CANIL sousense deixou um


cão MORRER com CINOMOSE e, ainda, com FRATURA EXPOSTA na perna sem que
qualquer socorro fosse promovido pela veterinária responsável, Dra. Suzana Lins

2
Cavalcante;

2.7 o CANIL não possui teste para detecção da CINOMOSE, doença virótica altamente
contagiosa que acomete, dentre outros animais, os cães, sendo extremamente letal
por comprometer os pulmões, o sistema nervoso, bem como provocar febre e
secreções purulentas;

2.8 o CANIL possui teste rápido de LEISHMANIOSE, porém os animais que são
detectados com tal doença são, imediatamente, eutanasiados sem que haja a
contraprova a ser produzida por exame laboratorial a ser feito, obrigatoriamente,
no Laboratório Central de João Pessoa – LACEN;

2.9 o CANIL só dispõe de IVOMEC, medicamento utilizado no tratamento de diversos


tipos de infecções parasitárias (e não de doenças zoonóticas);

2.10 foram encontrados animais SADIOS misturados com outros acometidos por
CINOMOSE e LEISHMANIOSE;

2.11 ao lado da baia dos filhotes tem um pequeno lago onde são depositados os degetos
e demais sujeiras produzidas após a limpeza do CANIL, deixando o ambiente
irrespirável e insalubre para a permanência de qualquer tipo de vida, especialmente
dos animais apreendidos pela municipalidade e ali residentes;

2.12 nesse mesmo lago muitos filhotes já MORRERAM AFOGADOS, haja vista que o

sediada em Sousa, onde resta comprovado o ESTADO DEGRADANTE por que passam os animais custodiados pelo município de
Sousa/PB. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/BwO-nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k> e
<https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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acesso é aberto;

2.13 esse lago, na forma como manejado pela Prefeitura de Sousa, POLUI o meio
ambiente e degrada a natureza, revelando nítido CRIME AMBIENTAL perpetrado
pelos gestores municipais responsáveis pelo local;

3 CONSIDERANDO-SE que os animais da Paraíba têm DIREITOS FUNDAMENTAIS garantidos


pela Lei n.° 11.140/2018, que instituiu o CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA
PARAÍBA”2, in verbis:

Art. 5º Todo animal tem o direito:


I - de ter as suas existências física e psíquica
respeitadas;
II - de receber tratamento digno e essencial à
sadia qualidade de vida;
III - a um abrigo capaz de protegê-lo da chuva, do
frio, do vento e do sol, com espaço suficiente para
se deitar e se virar;
IV - de receber CUIDADOS VETERINÁRIOS em caso de
doença, ferimento ou danos psíquicos
experimentados;
V - a um limite razoável de tempo e intensidade de
3
trabalho, a uma ALIMENTAÇÃO ADEQUADA e a um repouso
reparador (grifos nossos);

4 CONSIDERANDO-SE que os maus-tratos tipificados como CRIME AMBIENTAL no art. 32 da


Lei n.° 9.605/983 têm regulamentação, por assim dizer, em sede administrativa, na Lei n°
11.140/184, que conceitua, em vários incisos, o que vem a ser maus tratos a animais:

Art. 7° Esta Lei estabelece a política a ser


adotada pelo Poder Executivo e seus órgãos,
envolvendo a relação entre a sociedade e os animais
no âmbito do Estado da Paraíba. [...]
§ 2º Para efeitos desta Lei, entende-se como MAUS
TRATOS a animais:
[...]
II - manter animais em lugares ANTI-HIGIÊNICOS ou
que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o
descanso ou, ainda, privem-nos de ar, luz, ÁGUA ou
ALIMENTAÇÃO mínima necessária para sua
subsistência, levando-se sempre em conta a sua
espécie e/ou o seu porte, ocasionando-lhes
2 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.
2019.
3
Lei n.° 9.605/98: “Art. 32. Art. 32. Praticar ato de abuso, MAUS-TRATOS, ferir ou mutilar animais silvestres, DOMÉSTICOS
ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
4 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.

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desconforto físico e/ou mental [...].


§ 3º PRATICARÁ TAMBÉM MAUS TRATOS toda pessoa
física e/ou jurídica: I - que não tomar as medidas
necessárias para que o abandono não ocorra nas
dependências que estejam sob sua governança; II -
OMITIR-SE em cumprir as determinações expressas
nesta Lei (grifos nossos).

5 CONSIDERANDO-SE que na Paraíba a EUTANÁSIA somente será possível dentro dos limites
estabelecidos pelo Código de Direito e Bem-Estar Animal (Lei n.° 1.140/2018), que exige,
dentre outras medidas, o laudo de 2 (dois) médicos veterinários atestadores da
necessidade imperiosa da eutanásia, devendo, ainda, ser precedida de exame laboratorial
específico identificador da doença e, também, ser ratificado por novo exame que utilize
metodologia distinta da anteriormente empregada, podendo, o pretenso eutanasiado, ser
adotado por entidade de proteção animal5:

Art. 25. O animal somente poderá ser submetido à


EUTANÁSIA quando:
I - portador de enfermidade de caráter zoonótico ou
infectocontagioso incurável e que coloque em risco
a saúde e a segurança de pessoas e/ou de outros
animais, sendo vedada essa prática pela simples
4
constatação de tumores, doenças venéreas ou
afecções outras tratáveis e, também, pelo fato de
se encontrar em condição caquética ou, ainda,
decorrente da situação de ser idoso ou de rua;
II - nos demais casos permitidos por Lei Federal
específica.
§ 1º A prática de eutanásia nas hipóteses previstas
nos incisos acima fica condicionada à prévia
emissão de laudo médico, detalhando a condição
clínica do animal, a imperiosidade da execução do
procedimento e a respectiva razão motivadora,
devendo ser elaborado por 2 (dois) médicos
veterinários devidamente inscritos no conselho
profissional pertinente.
§ 2º Deverá ser explicitado, pormenorizadamente,
nesse mesmo laudo médico, o método clínico a ser
utilizado para eutanasiar o animal, quer esse
procedimento se evidencie em centros de zoonoses,
quer em CANIS, abrigos de animais, clínicas
veterinárias ou congêneres.
§ 3º A eutanásia autorizada pelos incisos I e II
será precedida, obrigatoriamente, de exame
laboratorial específico atestador da doença,

5 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


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devendo, ainda, ser ratificado por novo exame que


utilize metodologia distinta da anteriormente
empregada.
§ 4º Os 2 (dois) resultados dos exames exigidos na
forma do § 3º serão anexados ao laudo que embasará
o atestado a ser expedido na forma prevista no §
1º.
§ 5º NÃO será permitida a eutanásia quando a doença
for tratável, a exemplo da esporotricose, dentre
outras.
[...]
Art. 27. Faculta-se, diante da constatação de
necessidade da realização de eutanásia segundo as
hipóteses autorizadoras, a qualquer pessoa física
ou jurídica ou, ainda, à entidade de proteção
animal realizar a ADOÇÃO DEFINITIVA do pretenso
eutanasiado.
§ 1º Para a consecução da possibilidade prevista no
caput, deverá haver a transferência da tutela do
animal para o interessado, desde que garantida,
pelo novo tutor e em documento próprio, a
implementação das condições necessárias a sanar as 5
causas motivadoras do processo de eutanásia [...]
(grifos nossos).

6 CONSIDERANDO-SE que qualquer pessoa do povo poderá requisitar a intervenção da


autoridade responsável por exigir a observância, por parte de CANIS ou estabelecimentos
equivalentes, das determinações contidas no CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL
DA PARAÍBA, nos exatos termos do que dispõe seu art. 56, podendo ainda ter acesso a
todas as informações referentes ao dia a dia do estabelecimento no que diz respeito ao
trato com os animais ali domiciliados e/ou atendidos (art. 57) 6:

Art. 56. Qualquer pessoa do povo ou, ainda, Agente


Público ou integrante de Entidade Protetora dos
Animais poderá REQUISITAR intervenção da autoridade
responsável por exigir a observância das
determinações contidas na presente Lei pelos seus
destinatários, bem como poderá solicitar auxílio de
força policial competente, quando verificar o
desrespeito às suas normas, sujeitando-se o
infrator às penalidades previstas nesta Lei, sem
prejuízo da aplicação das demais sanções possíveis
nas esferas administrativa, penal e/ou civil.
Art. 57. A população em geral e as entidades de
proteção animal terão AMPLO ACESSO a todos os

6 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


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registros relativos aos procedimentos feitos pelo


Estado e pela municipalidade nos Centros de
Controle de Zoonoses, CANIS ou estabelecimentos
equivalentes, os quais deverão permanecer
arquivados por, no mínimo, 5 (cinco) anos (grifos
nossos).

7 CONSIDERANDO-SE que as infrações à Lei n.° 11.140/2018 são puníveis, dentre outras
formas, por MULTAS a ser imputadas ao próprio agente público (gestor) responsável pelo
desrespeito as suas disposições, quer por ação, quer por OMISSÃO, inclusive com o
fechamento definitivo, a depender do caso, do estabelecimento (CANIL, etc.), devendo os
animais ali encontrados sob maus tratos ser disponibilizados à adoção imediata, tal como
consta de várias de suas determinações codificadas7:

Art. 102. Constitui infração, para os efeitos desta


Lei, toda AÇÃO ou OMISSÃO que importe na
inobservância de preceitos estabelecidos por ela ou
na desobediência às determinações das autoridades
administrativas competentes.
Art. 103. Para a imposição e gradação das
penalidades referentes às infrações definidas nesta
Lei serão considerados(as):
6
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos
da infração e suas consequências para a saúde e o
bem-estar do animal;
[...]
IV - a situação econômica do infrator, no caso de
incidência de multa, devendo sua aplicação ser
diretamente proporcional à sua capacidade
financeira.
§ 1º Responderá pela infração quem por qualquer
modo a cometer, concorrer para sua prática ou dela
se beneficiar.
[...]
Art. 104. Sem prejuízo da obrigação de o infrator
REPARAR O DANO por ele causado ao animal e da
aplicação das sanções civis e penais cabíveis, as
infrações indicadas nesta Lei serão punidas,
isoladas ou cumulativamente, com as seguintes
sanções administrativas, considerando-se, quando de
sua aplicação, cada animal atingido
INDIVIDUALMENTE:
[...]
II - MULTA SIMPLES, que variará entre 200
(duzentos) e 630 (seiscentos e trinta) UFR-PB;

7 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


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III - MULTA DIÁRIA:


a) até que sejam cessados os maus tratos
constatados e/ou
b) no caso de continuidade ao desrespeito a esta
Lei por motivo outro diferente daquele contido na
alínea anterior;
IV - resgate dos animais encontrados em situação de
maus tratos pelos órgãos competentes;
[...]
VI - INTERDIÇÃO definitiva dos estabelecimentos,
incluindo-se CANIS e gatis fixados no Estado da
Paraíba que comercializam, expõem, hospedam,
alojam, permutam, doam ou realizam prestação de
serviço a animais vivos.
§ 1º Sendo o Ente Público o descumpridor desta Lei,
a penalidade aplicada será destinada diretamente ao
patrimônio do respectivo responsável pelo seu fiel
cumprimento, ficando a possibilidade de o próprio
Ente ser responsabilizado no caso de
impossibilidade financeira de seu representante.
§ 2º Nos casos de reincidência específica,
caracterizados pelo cometimento de nova infração da 7
mesma natureza e gravidade, a multa corresponderá
ao dobro da anteriormente imposta.
§ 3º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas
ou mais infrações, serão aplicadas cumulativamente
as sanções a elas cominadas, somando-se, assim,
seus respectivos valores, considerando-se, ainda,
cada animal atingido individualmente.
§ 4º As penalidades previstas neste artigo poderão
ser aplicadas cumulativamente com a penalidade de
multa e em relação a cada animal considerado
INDIVIDUALMENTE.
[...]
§ 7º Além da específica multa a que está sujeito,
fica, o infrator, pessoa física ou jurídica,
obrigado a custear todas as despesas médico-
veterinárias decorrentes dos maus tratos
evidenciados, tais como consultas, cirurgias,
medicamentos, fisioterapias, peças ortopédicas,
dentre outras.
[...]
Art. 107. Em razão dos princípios da prevenção e da
precaução, independentemente das penalidades
previstas no artigo antecedente, a pessoa física ou
jurídica que cometer maus tratos sob quaisquer das
formas determinadas nesta Lei:
I - NÃO poderá ficar como depositário, sob nenhuma
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circunstância, com o animal cujos maus tratos foram


identificados;
II - perderá definitivamente a guarda do animal tão
logo sejam comprovados os maus tratos pela
autoridade competente;
III - perderá também, em definitivo, a guarda de
outros animais que estejam sob sua custódia, ainda
que não comprovados os maus tratos em relação a
eles em específico;
[...]
Art. 110. As sanções previstas serão aplicadas
pelos órgãos executores competentes estaduais.
[...]
Art. 111. A autoridade ou servidor que deixar de
cumprir as obrigações de que trata esta Lei ou,
ainda, agir para impedir, dificultar ou retardar o
seu cumprimento incorrerá nas mesmas
responsabilidades do infrator, sem prejuízo da
incidência das demais penalidades administrativas,
civis e penais cabíveis.
Art. 112. A autoridade ambiental
conhecimento de qualquer infração ambiental é
que tiver
8
obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante instauração de processo administrativo
próprio, bem como tomar as medidas legais
adequadas, sob pena de se responsabilizar
solidariamente, observada, ainda, a determinação
contida no § 3º do art. 70 da Lei nº. 9.605/98
(grifos nossos);

8 CONSIDERANDO-SE que a Lei n.° 2.044/2005, do município de Sousa, “DISCIPLINA A


CRIAÇÃO DE ANIMAIS E PREVENÇÃO DE CONTROLE DE ZOONOSES”;

9 CONSIDERANDO-SE que a não iniciativa da Prefeitura Municipal de Sousa em relação aos


cuidados com os animais que estão sob sua custódia quadra-se, dentre outras
possibilidades, como ato de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA8;

10 CONSIDERANDO-SE a necessária participação do Poder Público na solução da problemática


envolvendo animais, quer na conformidade do que determina a Constituição da República
em seu art. 225 e respectivos desdobramentos9, quer em consonância com o que dispõe a

8 Lei n.° 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
[...] II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
9
CR/1988 - “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam
os animais a CRUELDADE” (grifos nossos).
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Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227 e correlato alongamento10 ou, ainda, tal
como impõem a Lei Federal n.° 5.517/68 - que regulamenta, dentre outros, o exercício da
profissão de médico veterinário - e a Resolução do CFMV n.° 1.138/16 - que aprova o
Código de Ética do Médico Veterinário;

11 CONSIDERANDO-SE esse retrocitado ordenamento legal, bem assim a ênfase dada no


início do próprio texto da resolução instituidora do Código de Ética do Médico Veterinário,
enaltecendo, além de outras diretrizes, que a

Medicina Veterinária, conceituada como atividade


imprescindível ao progresso socioeconômico, à
proteção da saúde humana e animal, ao meio ambiente
e ao bem-estar da sociedade e dos animais requer
dos que a exercem a formação, o conhecimento e o
aprimoramento profissional (grifos nossos)11;

12 CONSIDERANDO-SE, ainda, parte do preâmbulo do próprio texto ÉTICO codificado, em


especial aquele localizado em seu item 5, qual seja,

Para o exercício da Medicina Veterinária com


INTEGRIDADE, RESPEITO, dignidade e consciência, o
médico veterinário deve observar as normas de ética
9
profissional previstas neste código, na legislação
vigente, e pautar seus atos por princípios morais
de modo a se fazer respeitar, preservando o prestí-
gio e as nobres tradições da profissão (grifos
nossos)12;

13 CONSIDERANDO-SE, ainda, os DEVERES estipulados na legislação em comento (Código de


Ética), mormente os impostos por seu art. 6°, verbis:

Art. 6º São deveres do médico veterinário:


I - aprimorar continuamente seus conhecimentos e
usar o melhor do progresso científico em benefício
dos animais, do homem e do meio-ambiente;
[...];
III - combater o exercício ilegal da Medicina
Veterinária denunciando toda violação às funções
específicas que a ela compreende;

10 CEPB/1989 - “Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à CRUELDADE” (grifos nossos).
11Vide RESOLUÇÃO n.° 1.138/16 (Conselho Federal de Medicina Veterinária). Disponível em:
<http://portal.cfmv.gov.br/uploads/RESO%201138_2016%20C%C3%B3digo%20de%20%C3%89tica%20do%20M%C3%A9dico%
20Veterin%C3%A1rio.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2019.
12Idem, Ibidem.
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IV - assegurar, quando investido em função de


direção, as condições para o desempenho
profissional do médico veterinário;
[...];
VII - fornecer informações de interesse da saúde
pública e de ordem econômica às autoridades
competentes nos casos de enfermidades de
notificação obrigatória [...];

14 CONSIDERANDO-SE, ainda, as VEDAÇÕES impostas por esse mesmo instrumento


normativo, enfatizando-se aquelas encontradas em seu art. 8°, a saber:

Art. 8º É vedado ao médico veterinário:


[...];
V - praticar atos que a lei defina como CRIME ou
CONTRAVENÇÃO;
[...];
IX - deixar de elaborar prontuário e relatório
médico veterinário para casos individuais e de
rebanho, respectivamente;
[...];
XX - PRATICAR OU PERMITIR QUE SE PRATIQUEM ATOS DE 10
CRUELDADE PARA COM OS ANIMAIS nas atividades de
produção, pesquisa, esportivas, culturais,
13
artísticas, ou de qualquer outra natureza .

15 CONSIDERANDO-SE, nessa pisada, as RESPONSABILIDADES do médico veterinário


estampadas no art. 9° da resolução ora comentada, ipsis litteris:

Art. 9º O médico veterinário será responsabilizado


pelos atos que, no exercício da profissão, praticar
com dolo ou culpa, respondendo civil e penalmente
pelas infrações éticas e ações que venham a causar
dano ao paciente ou ao cliente e, principalmente;
I - praticar atos profissionais que caracterizem:
a) a imperícia;
b) a imprudência;
c) a negligência.
II - delegar atos ou atribuições privativas da
profissão de médico veterinário;
[...];
V - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas
emanadas dos órgãos ou entidades públicas,
inclusive dos Conselhos Federal e Regionais de
Medicina Veterinária;
[...];

13 Idem, Ibidem.
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VII - praticar qualquer ato profissional sem


consentimento formal do cliente, salvo em caso de
iminente risco de morte ou de incapacidade
permanente do paciente [...] (grifos nossos)14.

16 CONSIDERANDO-SE, nesse passo, o conteúdo do CAPÍTULO X do Código de Ética,


estabelecendo as regras que devem presidir a RELAÇÃO entre o MÉDICO VETERINÁRIO, o
ANIMAL e o meio ambiente, especialmente as seguintes:

Art. 18º O médico veterinário deve:


I - CONHECER A LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO AOS ANIMAIS
[...];
II - RESPEITAR AS NECESSIDADES FISIOLÓGICAS,
ETOLÓGICAS e ECOLÓGICAS DOS ANIMAIS, não atentando
contra suas funções vitais e impedindo que outros o
façam [...] (grifos nossos)15.

17 CONSIDERANDO-SE, diante desse aparato legal-animalista, por assim dizer, o CASO relativo
ao CANIL DE SOUSA/PB, veiculado nas redes sociais em 13/04/19, cujo relato vem
estampado nos subtópicos do “parágrafo 2” do presente ofício (subtópicos “2.1” a “2.13”),
cuja médica veterinária responsável é a senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS; 11
18 CONSIDERANDO-SE denúncia formulada na Promotoria de Justiça de Sousa/PB (DOC. 01),
onde a médica veterinária senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS é apontada por suposto
CRIME AMBIENTAL e prática de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA por desrespeito à
legislação ambiental em vigor, notadamente em relação ao CÓDIGO DE DIREITO E BEM-
ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA;

19 CONSIDERANDO-SE infringência ao CÓDIGO DE ÉTICA DO MÉDICO VETERINÁRIO


(Resolução do CFMV n.° 1.138/16) perpetrada por SUZANNA CAVALCANTE LINS,
especialmente em relação aos dispositivos abaixo relacionados:

19.1 Art. 6°, inciso I: em tese, o completo descaso para com as inovações científicas
propiciadoras de um bem-estar animal e da preservação da ambiência, fizeram
com que a médica veterinária SUZANNA CAVALCANTE LINS comportasse-se da
maneira ora relatada neste ofício, ocasionando um verdadeiro holocausto para os
animais que estão sob sua guarda em razão da função que exerce junto ao Canil de
Sousa/PB, descumprindo dever básico de sua profissão, tal como evidenciado,
ainda, nos links comprobatórios desta alegação (vide links no APÊNDICE);

19.2 Art. 6°, inciso III: ao consentir que os animais do canil de Sousa permanecessem
naquela localidade sem quaisquer assistências, em meio a fezes e urinas, sem água
e sem comida, com mortes e canibalismos, a denunciada violou as funções
específicas para a qual fora contratada pela Prefeitura Municipal e, assim,

14 Idem, Ibidem.
15 Idem, Ibidem.
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desrespeitou a própria Lei n.° 5.517/68;

19.3 Art. 6°, inciso IV: estando investida na função de médica veterinária, a denunciada
em tela desafiou o inciso ora comentado, não assegurando as condições para o
desempenho profissional do médico veterinário, tal como se vê das afirmações e
vídeos que compõem este ofício;

19.4 Art. 6°, inciso VII: sendo a leishmaniose e outras doenças de NOTIFICAÇÃO
OBRIGATÓRIA, tal como consta do ANEXO I da Portaria do Ministério da Saúde n.°
104, de 25/jan/2011, incumbindo a ela mesma, enquanto médica veterinária do
CANIL de Sousa, dita notificação à autoridade competente, tal como se deflui do
mandamento contido no art. 7° desse instrumento normativo regulador da saúde
pública, a denunciada desafiou, omitindo-se ao que impõe, além de outras
legislações, o MANDAMENTO ÉTICO do profissional veterinário, NÃO fornecendo
informações de interesse da saúde pública e de ordem econômica às autoridades
competentes nos casos de enfermidades de notificação obrigatória (vide, em nota
de rodapé, art. 7° e parte do conteúdo do ANEXO I da Portaria do Ministério da
Saúde n.° 104, de 25/jan/2011)16;

19.5 Art. 6°, inciso XV: não comunicação ao CRMV-PB, pela senhora SUZANNA
CAVALCANTE LINS, com discrição e de forma fundamentada, do fato narrado no
12
presente ofício, o qual caracterizar infração ao presente Código de Ética e às demais
normas e leis que regem o exercício da Medicina Veterinária, haja vista as
condições dos animais que estão sob sua custódia;

19.6 Art. 6°, inciso XVI: não comunicou ao CRMV-PB, tampouco aos órgãos competentes
(Ministério Público, Vigilância Sanitária, etc.) as falhas nos regulamentos,
procedimentos, normas e condutas da Prefeitura Municipal de Sousa
concernentemente ao descaso e consequentes mortes e maus tratos de animais
residentes do CANIL, com sérios riscos à saúde humana ou animal, dada à
leishmaniose e cinomose que acometem os animais daquele recinto. Também não
cumpriu com o mandamento inserto no art. 3° e caput do art. 4°, bem como de seus
§§ 1° e 2° da Resolução n.° 1.236/2018 do CFMV, mesmo diante do quadro de
CRUELDADE e evidentes MAUS-TRATOS ocorridos no interior do CANIL de Sousa,
enquadrando-se, ainda, no disposto no art. 8° dessa mesma Resolução;

19.7 Art. 8º, inciso V: a médica objeto desta denúncia afrontou as leis de proteção aos
animais, notadamente a lei dos crimes ambientais (art. 32), bem como o Código de
Direito e Bem-Estar Animal da Paraíba, e a lei de improbidade administrativa, (art.
11, caput e inciso II) tal como demonstrado no Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB
(DOC. 01) direcionado à Promotoria de Justiça de Sousa/PB;

16
PORTARIA n.° 104/11 (Ministério da Saúde) - “Art. 7º A notificação compulsória é obrigatória a todos os profissionais de
saúde médicos, enfermeiros, odontólogos, MÉDICOS VETERINÁRIOS, biólogos, biomédicos, farmacêuticos e outros no
exercício da profissão, bem como os responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino,
em conformidade com os arts. 7º e 8º, da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 [...] ANEXO I [...] Lista de Notificação
Compulsória - LNC [...] 24. Leishmaniose Tegumentar Americana; 25. Leishmaniose Visceral [...]” (grifos nossos).
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19.8 Art. 8º, inciso XX: transgrediu esse dispositivo ao praticar atos de maus-tratos e
crueldade por OMISSÃO, deixando o recinto dos animais sem água, sem comida e
extremamente anti-higiênico e insalubre. Nessa mesma oportunidade, SUZANNA
LINS feriu também as Constituições da República e da Paraíba, tal como se deduz
dos textos insculpidos nas notas de rodapé números “9” e “10” deste ofício, cujos
teores vedam a crueldade em face de quaisquer animais;

19.9 Art. 8º, inciso XXX: a médica ora denunciada deixou de comunicar aos órgãos
competentes e ao CRMV-PB as falhas nos regulamentos, procedimentos e normas
Prefeitura Municipal de Sousa, mesmo percebendo que o descaso praticado pela
gestão municipal representava riscos a saúde humana e animal;

19.10 Art. 9°, caput, inciso I e correlatas alíneas “a”, “b” e “c”: praticando com dolo – ou
mesmo com culpa –, quer por ação, quer por omissão, os atos ocasionadores de
mortes, fome, sede e canibalismo dos animais do CANIL de Sousa, a médica
veterinária SUZANNA LINS, concomitantemente, foi imperita, imprudente e
negligente, tal como comprovado nos vídeos cujos links encontram-se no APÊNDICE
a este Ofício, desafiando, dentre outras legislações, o seu próprio Código de Ética;

19.11 Art. 9°, inciso V: ao deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos
órgãos ou entidades públicas (a exemplo da Portaria do Ministério da Saúde n.°
13
104/2011, não notificando à autoridade competente os supostos casos de
leishmaniose), inclusive promanadas do Conselho Federal de Medicina Veterinária
(a exemplo do não cumprimento do mandamento inserto no art. 3° e caput do art.
4°, bem como de seus §§ 1° e 2° da Resolução n.° 1.236/2018 do CFMV, mesmo
diante do quadro de CRUELDADE e evidentes MAUS-TRATOS ocorridos no interior
do CANIL de Sousa, enquadrando-se, ainda, no disposto no art. 8° dessa mesma
Resolução), SUZANNA LINS feriu o presente dispositivo ético;

19.12 Art. 18°, inciso I: a médica em debate demonstrou completo desconhecimento e


desrespeito à legislação de proteção aos animais e da melhoria da qualidade de
vida, ferindo o presente item do seu Código de Ética com as atitudes praticadas nos
moldes comprovados no vídeo encontrado no link indicado no APÊNDICE;

19.13 Art. 18°, inciso II: com as mortes evidenciadas dentro do CANIL de Sousa,
SUZANNA LINS não respeitou as necessidades fisiológicas, etológicas e ecológicas
daqueles animais, atentando, dessarte, contra suas funções vitais e impedindo que
outras pessoas pudessem socorrer esses seres. Nesse cenário, a médica veterinária
feriu de morte o dispositivo ético em comento;

20 CONSIDERANDO-SE, por fim, tudo o mais que consta do Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB
(DOC. 01) e, ainda, levando-se em conta a conduta afrontosa à ordenança vigente da
senhora SUZANNA CAVALCANTE LINS, ora infringindo as Constituições da República e do
Estado da Paraíba, ora desrespeitando a lei penal, a lei que profissionaliza o serviço de
médico veterinário e, especialmente, o Código de Ética do Médico Veterinário, categoria
profissional à qual pertence, SOLICITA-SE:
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DOC. 01
Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB direcionado à
3.a Promotoria de Justiça Cumulativa de
Sousa/PB, contendo, além de outros temas,
DENÚNCIA por supostos CRIMES AMBIENTAIS
15
e possível ocorrência de IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA de várias autoridades,
dentre elas a senhora SUZANNA CAVALCANTE
LINS
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Ofício n.º 13/2019/NEJA/UFPB

João Pessoa (PB), 15 de abril de 2019.

Ao Excelentíssimo Senhor
Hamilton de Souza Neves Filho
Promotor da 3.a Promotoria de Justiça Cumulativa de Sousa
Rua Aroldo Nazaré, S/N, Jardins, Sousa/PB, 58804-718

Assuntos:  Relato dos MAUS TRATOS e CRUELDADE a que são submetidos os,
aproximadamente, 80 (oitenta) animais do CANIL de Sousa/PB, inclusive com a
prática de CANIBALISMO entre eles por falta de alimento e água;
 Pedido de providências concernentemente a várias determinações contidas na Lei
do município de Sousa n.° 2.044/2005;
1
 DENÚNCIA por supostos CRIMES AMBIENTAIS e possível ocorrência de
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA praticados pelas seguintes autoridades:
AMANDA SILVEIRA (secretária de saúde de Sousa), ALLAMO HILÁRIO DE SÁ
BRAGA (coordenador do canil de Sousa), EDSON FERNANDES (diretor de vigilância
em saúde de Sousa), SUZANNA CAVALCANTE LINS (médica veterinária do canil de
Sousa);
 Total desrespeito, por parte das autoridades acima apontadas, da Lei n.°
11.140/2018 – CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA PARAÍBA.

Excelentíssimo Senhor Promotor,

Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, por último,
solicitar o que abaixo se segue.

1 CONSIDERANDO-SE a entrega nessa respeitada Promotoria de Justiça, em 12/03/2018, do


OFÍCIO n.° 3 da Comissão de Direito Animal da OAB/PB, onde são solicitadas veiculados os
seguintes assuntos (DOC. 01):

Informações pormenorizadas acerca da NOTÍCIA DE


FATO n.° 472/2017 e do Procedimento Administrativo
n.° 20/2017;
Pedido de INSERÇÃO como INTERESSADO JURÍDICO no
Procedimento Administrativo n.° 20/2017 que
processa a Notificação de Fato n.° 472/2017;
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Pedido de NOTIFICAÇÃO desta CDA/OAB-PB de todos os


atos praticados no PA n.° 20/2017;
Pedido de providências junto à Prefeitura de Sousa,
relativamente a vários temas.

2 CONSIDERANDO-SE a reiteração feita a essa Promotoria relativa ao Ofício n.°


03/2018/CDA/OAB/PB, efetivada em 2/04/2018, por meio do Ofício n.°
13/2018/CDA/OAB/PB (DOC. 02);

3 CONSIDERANDO-SE consulta formulada, em 12/03/2018, por intermédio do Ofício n.°


04/2018/CDA/OAB/PB ao Diretor de Vigilância em Saúde de Sousa (DOC. 03), cuja
resposta foi dada em 03/04/2018 (DOC. 04);

4 CONSIDERANDO-SE o quadro ameaçador por que passam os animais de Sousa,


notadamente os CÃES que são apreendidos e levados ao CANIL daquela municipalidade;

5 CONSIDERANDO-SE denúncia anônima recebida por este NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL –


NEJA/UFPB, concernentemente ao fato de que os 80 ANIMAIS – em média – que estão sob
a CUSTÓDIA do MUNICÍPIO DE SOUSA/PB encontram-se em estado deplorável e de

2
periclitância de vida, e que1:

5.1 o CANIL de SOUSA não oferta sequer a higiene básica para esses seres, estando
todos eles em meio a fezes e urinas;

5.2 durante a visita feita pelos denunciantes, mal se podia respirar, justamente pelo
fato de não haver, há dias, qualquer higienização do local, tornando-o
insuportavelmente fétido, lúgubre e insalubre;

5.3 na maioria das baias NÃO existia COMIDA e ÁGUA ao tempo da visita dos
denunciantes;

5.4 decorrente da fome extenuante dos animais, há, no interior do CANIL, a prática de
CANIBALISMO, tal como mostra o início do vídeo cujo link se encontra na nota de
rodapé n.° 1, bem como no apêndice a este ofício;

5.5 foi detectada a presença de inúmeros filhotes SEM as respectivas mães;

5.6 durante a semana compreendida entre 7 e 13/04/19, o CANIL sousense deixou um


cão MORRER com CINOMOSE e, ainda, com FRATURA EXPOSTA na perna sem que
qualquer socorro fosse promovido pela veterinária responsável, Dra. Suzanna
Cavalcante Lins;

5.7 o CANIL não possui teste para detecção da CINOMOSE, doença virótica altamente

1 Veja-se, por oportuno, vídeo postado, em 13/04/19, nas redes sociais da “ONG Anjos Independentes Protetores de Animais”,
sediada em Sousa, onde resta comprovado o ESTADO DEGRADANTE por que passam os animais custodiados pelo município de
Sousa/PB. Disponível em: <https://www.instagram.com/p/BwO-nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k> e
<https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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contagiosa que acomete, dentre outros animais, os cães, sendo extremamente letal
por comprometer os pulmões, o sistema nervoso, bem como provocar febre e
secreções purulentas;

5.8 o CANIL possui teste rápido de LEISHMANIOSE, porém os animais que são
detectados com tal doença são, imediatamente, eutanasiados sem que haja a
contraprova a ser produzida por exame laboratorial a ser feito, obrigatoriamente,
no Laboratório Central de João Pessoa – LACEN;

5.9 o CANIL só dispõe de IVOMEC, medicamento utilizado no tratamento de diversos


tipos de infecções parasitárias (e não de doenças zoonóticas);

5.10 foram encontrados animais SADIOS misturados com outros acometidos por
CINOMOSE e LEISHMANIOSE;

5.11 ao lado da baia dos filhotes tem um pequeno lago onde são depositados os degetos
e demais sujeiras produzidas após a limpeza do CANIL, deixando o ambiente
irrespirável e insalubre para a permanência de qualquer tipo de vida, especialmente
dos animais apreendidos pela municipalidade e ali residentes;

5.12 nesse mesmo lago muitos filhotes já MORRERAM AFOGADOS, haja vista que o 3
acesso é aberto;

5.13 esse lago, na forma como manejado pela Prefeitura de Sousa, POLUI o meio
ambiente e degrada a natureza, revelando nítido CRIME AMBIENTAL perpetrado
pelos gestores municipais responsáveis pelo local;

6 CONSIDERANDO-SE, dessarte, a necessária participação do Poder Público na solução da


problemática envolvendo animais, quer na conformidade do que determina a Constituição
da República em seu art. 225 e respectivos desdobramentos 2, quer em consonância com o
que dispõe a Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227 e correlato alongamento3
ou, ainda, tal como impõe o Código de Posturas do Município de Sousa 4;

7 CONSIDERANDO-SE o que dispõe a LEI FEDERAL n°. 13.426, de 30 de março de 2017,


quando, então, o legislador determina aos 5.570 municípios brasileiros, dentre outros

2 CR/1988 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade (grifos nossos).
3 CEPB/1989 - Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado

defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade (grifos nossos).
4
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE SOUSA - Art. 153. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII. proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (grifos nossos).
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encargos, os mencionados abaixo, segundo a literalidade da própria norma:

Art. 1o O controle de natalidade de cães e gatos em


todo o território nacional será regido de acordo
com o estabelecido nesta Lei, mediante
esterilização permanente por cirurgia, ou por outro
procedimento que garanta eficiência, segurança e
bem-estar ao animal.
Art. 2o A esterilização de animais de que trata o
art. 1o desta Lei será executada mediante programa
em que seja levado em conta:
I - o estudo das localidades ou regiões que apontem
para a necessidade de atendimento prioritário ou
emergencial, em face da superpopulação, ou quadro
epidemiológico;
II - o quantitativo de animais a serem
esterilizados, por localidade, necessário à redução
da taxa populacional em níveis satisfatórios,
inclusive os não domiciliados; e
III - o tratamento prioritário aos animais
pertencentes ou localizados nas comunidades de
baixa renda [...] (grifos nossos). 4
8 CONSIDERANDO-SE que essa mesma LEI n°. 13.426/17 ainda impõe que o Poder Público
ocupe-se de desencadear “CAMPANHAS EDUCATIVAS pelos meios de
comunicação adequados, que propiciem a assimilação pelo
público de noções de ética sobre a posse responsável de
animais domésticos” (grifos nossos);

9 CONSIDERANDO-SE o princípio da cooperação ambiental, insculpido que está no caput do


art. 225 da Constituição da República5 e no caput do art. 227 da Constituição do Estado da
Paraíba6, afirmando ser dever de todos, COLETIVIDADE e PODER PÚBLICO (especialmente
da UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA), defender e preservar o meio ambiente para as
presentes e futuras gerações, constituindo-se, dessa maneira, de indiscutível importância
para a concretização de uma política ambiental preventiva, concreta e eficaz, uma vez que
convida todos(as) os(as) cidadãos(ãs) a participarem da LUTA na preservação da
ambiência;

10 CONSIDERANDO-SE, ainda, que esse mesmo princípio da cooperação ambiental vem


regulamentado pela Lei Complementar Federal n°. 140, de 8 de dezembro de 2011,
quando, então, de acordo com sua própria ementa, tal instrumento

Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII


5
CF/88: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações” (grifos nossos).
6 CEPB/89: “Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado defendê-

lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações” (grifos nossos).


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do caput e do parágrafo único do art. 23 da


Constituição Federal, para a cooperação entre a
União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do
exercício da competência comum relativas à proteção
das paisagens naturais notáveis, à PROTEÇÃO DO MEIO
AMBIENTE, ao COMBATE À POLUIÇÃO EM QUALQUER DE SUAS
FORMAS e à PRESERVAÇÃO das florestas, da FAUNA e da
flora [...] (grifos nossos).

11 CONSIDERANDO-SE que os animais da Paraíba têm DIREITOS FUNDAMENTAIS garantidos


pela Lei n.° 11.140/2018, que instituiu o CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL DA
PARAÍBA”7, in verbis:

Art. 5º Todo animal tem o direito:


I - de ter as suas existências física e psíquica
respeitadas;
II - de receber tratamento digno e essencial à
sadia qualidade de vida;
III - a um abrigo capaz de protegê-lo da chuva, do
frio, do vento e do sol, com espaço suficiente para
se deitar e se virar; 5
IV - de receber CUIDADOS VETERINÁRIOS em caso de
doença, ferimento ou danos psíquicos
experimentados;
V - a um limite razoável de tempo e intensidade de
trabalho, a uma ALIMENTAÇÃO ADEQUADA e a um repouso
reparador (grifos nossos);

12 CONSIDERANDO-SE que os maus-tratos tipificados como CRIME AMBIENTAL no art. 32 da


Lei n.° 9.605/988 têm regulamentação, por assim dizer, em sede administrativa, na Lei n°
11.140/189, que conceitua, em vários incisos, o que vem a ser maus tratos a animais:

Art. 7° Esta Lei estabelece a política a ser


adotada pelo Poder Executivo e seus órgãos,
envolvendo a relação entre a sociedade e os animais
no âmbito do Estado da Paraíba. [...]
§ 2º Para efeitos desta Lei, entende-se como MAUS
TRATOS a animais:
[...]
II - manter animais em lugares ANTI-HIGIÊNICOS ou
que lhes impeçam a respiração, o movimento ou o

7 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


2019.
8
Lei n.° 9.605/98: “Art. 32. Art. 32. Praticar ato de abuso, MAUS-TRATOS, ferir ou mutilar animais silvestres, DOMÉSTICOS
ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
9 Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.

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descanso ou, ainda, privem-nos de ar, luz, ÁGUA ou


ALIMENTAÇÃO mínima necessária para sua
subsistência, levando-se sempre em conta a sua
espécie e/ou o seu porte, ocasionando-lhes
desconforto físico e/ou mental [...].
§ 3º PRATICARÁ TAMBÉM MAUS TRATOS toda pessoa
física e/ou jurídica: I - que não tomar as medidas
necessárias para que o abandono não ocorra nas
dependências que estejam sob sua governança; II -
OMITIR-SE em cumprir as determinações expressas
nesta Lei (grifos nossos).

13 CONSIDERANDO-SE que na Paraíba a EUTANÁSIA somente será possível dentro dos limites
estabelecidos pelo Código de Direito e Bem-Estar Animal (Lei n.° 1.140/2018), que exige,
dentre outras medidas, o laudo de 2 (dois) médicos veterinários atestadores da
necessidade imperiosa da eutanásia, devendo, ainda, ser precedida de exame laboratorial
específico identificador da doença e, também, ser ratificado por novo exame que utilize
metodologia distinta da anteriormente empregada, podendo, o pretenso eutanasiado, ser
adotado por entidade de proteção animal10:

Art. 25. O animal somente poderá ser submetido à


EUTANÁSIA quando:
6
I - portador de enfermidade de caráter zoonótico ou
infectocontagioso incurável e que coloque em risco
a saúde e a segurança de pessoas e/ou de outros
animais, sendo vedada essa prática pela simples
constatação de tumores, doenças venéreas ou
afecções outras tratáveis e, também, pelo fato de
se encontrar em condição caquética ou, ainda,
decorrente da situação de ser idoso ou de rua;
II - nos demais casos permitidos por Lei Federal
específica.
§ 1º A prática de eutanásia nas hipóteses previstas
nos incisos acima fica condicionada à prévia
emissão de laudo médico, detalhando a condição
clínica do animal, a imperiosidade da execução do
procedimento e a respectiva razão motivadora,
devendo ser elaborado por 2 (dois) médicos
veterinários devidamente inscritos no conselho
profissional pertinente.
§ 2º Deverá ser explicitado, pormenorizadamente,
nesse mesmo laudo médico, o método clínico a ser
utilizado para eutanasiar o animal, quer esse
procedimento se evidencie em centros de zoonoses,
quer em CANIS, abrigos de animais, clínicas

10Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


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veterinárias ou congêneres.
§ 3º A eutanásia autorizada pelos incisos I e II
será precedida, obrigatoriamente, de exame
laboratorial específico atestador da doença,
devendo, ainda, ser ratificado por novo exame que
utilize metodologia distinta da anteriormente
empregada.
§ 4º Os 2 (dois) resultados dos exames exigidos na
forma do § 3º serão anexados ao laudo que embasará
o atestado a ser expedido na forma prevista no §
1º.
§ 5º NÃO será permitida a eutanásia quando a doença
for tratável, a exemplo da esporotricose, dentre
outras.
[...]
Art. 27. Faculta-se, diante da constatação de
necessidade da realização de eutanásia segundo as
hipóteses autorizadoras, a qualquer pessoa física
ou jurídica ou, ainda, à entidade de proteção
animal realizar a ADOÇÃO DEFINITIVA do pretenso
eutanasiado.
§ 1º Para a consecução da possibilidade prevista no 7
caput, deverá haver a transferência da tutela do
animal para o interessado, desde que garantida,
pelo novo tutor e em documento próprio, a
implementação das condições necessárias a sanar as
causas motivadoras do processo de eutanásia [...]
(grifos nossos).

14 CONSIDERANDO-SE que qualquer pessoa do povo poderá requisitar a intervenção da


autoridade responsável por exigir a observância, por parte de CANIS ou estabelecimentos
equivalentes, das determinações contidas no CÓDIGO DE DIREITO E BEM-ESTAR ANIMAL
DA PARAÍBA, nos exatos termos do que dispõe seu art. 56, podendo ainda ter acesso a
todas as informações referentes ao dia a dia do estabelecimento no que diz respeito ao
trato com os animais ali domiciliados e/ou atendidos (art. 57) 11:

Art. 56. Qualquer pessoa do povo ou, ainda, Agente


Público ou integrante de Entidade Protetora dos
Animais poderá REQUISITAR intervenção da autoridade
responsável por exigir a observância das
determinações contidas na presente Lei pelos seus
destinatários, bem como poderá solicitar auxílio de
força policial competente, quando verificar o
desrespeito às suas normas, sujeitando-se o
infrator às penalidades previstas nesta Lei, sem

11Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


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prejuízo da aplicação das demais sanções possíveis


nas esferas administrativa, penal e/ou civil.
Art. 57. A população em geral e as entidades de
proteção animal terão AMPLO ACESSO a todos os
registros relativos aos procedimentos feitos pelo
Estado e pela municipalidade nos Centros de
Controle de Zoonoses, CANIS ou estabelecimentos
equivalentes, os quais deverão permanecer
arquivados por, no mínimo, 5 (cinco) anos (grifos
nossos).

15 CONSIDERANDO-SE que as infrações à Lei n.° 11.140/2018 são puníveis, dentre outras
formas, por MULTAS a ser imputadas ao próprio agente público (gestor) responsável pelo
desrespeito as suas disposições, quer por ação, quer por OMISSÃO, inclusive com o
fechamento definitivo, a depender do caso, do estabelecimento (CANIL, etc.), devendo os
animais ali encontrados sob maus tratos ser disponibilizados à adoção imediata, tal como
consta de várias de suas determinações codificadas12:

Art. 102. Constitui infração, para os efeitos desta


Lei, toda AÇÃO ou OMISSÃO que importe na
inobservância de preceitos estabelecidos por ela ou
na desobediência às determinações das autoridades
8
administrativas competentes.
Art. 103. Para a imposição e gradação das
penalidades referentes às infrações definidas nesta
Lei serão considerados(as):
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos
da infração e suas consequências para a saúde e o
bem-estar do animal;
[...]
IV - a situação econômica do infrator, no caso de
incidência de multa, devendo sua aplicação ser
diretamente proporcional à sua capacidade
financeira.
§ 1º Responderá pela infração quem por qualquer
modo a cometer, concorrer para sua prática ou dela
se beneficiar.
[...]
Art. 104. Sem prejuízo da obrigação de o infrator
REPARAR O DANO por ele causado ao animal e da
aplicação das sanções civis e penais cabíveis, as
infrações indicadas nesta Lei serão punidas,
isoladas ou cumulativamente, com as seguintes
sanções administrativas, considerando-se, quando de
sua aplicação, cada animal atingido

12Lei n° 11.140/18: Disponível em: <http://static.paraiba.pb.gov.br/2018/06/Diario-Oficial-09-06-2018.pdf>. Acesso em: 14 abr.


2019.
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INDIVIDUALMENTE:
[...]
II - MULTA SIMPLES, que variará entre 200
(duzentos) e 630 (seiscentos e trinta) UFR-PB;
III - MULTA DIÁRIA:
a) até que sejam cessados os maus tratos
constatados e/ou
b) no caso de continuidade ao desrespeito a esta
Lei por motivo outro diferente daquele contido na
alínea anterior;
IV - resgate dos animais encontrados em situação de
maus tratos pelos órgãos competentes;
[...]
VI - INTERDIÇÃO definitiva dos estabelecimentos,
incluindo-se CANIS e gatis fixados no Estado da
Paraíba que comercializam, expõem, hospedam,
alojam, permutam, doam ou realizam prestação de
serviço a animais vivos.
§ 1º Sendo o Ente Público o descumpridor desta Lei,
a penalidade aplicada será destinada diretamente ao
patrimônio do respectivo responsável pelo seu fiel
cumprimento, ficando a possibilidade de o próprio 9
Ente ser responsabilizado no caso de
impossibilidade financeira de seu representante.
§ 2º Nos casos de reincidência específica,
caracterizados pelo cometimento de nova infração da
mesma natureza e gravidade, a multa corresponderá
ao dobro da anteriormente imposta.
§ 3º Se o infrator cometer, simultaneamente, duas
ou mais infrações, serão aplicadas cumulativamente
as sanções a elas cominadas, somando-se, assim,
seus respectivos valores, considerando-se, ainda,
cada animal atingido individualmente.
§ 4º As penalidades previstas neste artigo poderão
ser aplicadas cumulativamente com a penalidade de
multa e em relação a cada animal considerado
INDIVIDUALMENTE.
[...]
§ 7º Além da específica multa a que está sujeito,
fica, o infrator, pessoa física ou jurídica,
obrigado a custear todas as despesas médico-
veterinárias decorrentes dos maus tratos
evidenciados, tais como consultas, cirurgias,
medicamentos, fisioterapias, peças ortopédicas,
dentre outras.
[...]
Art. 107. Em razão dos princípios da prevenção e da
precaução, independentemente das penalidades
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previstas no artigo antecedente, a pessoa física ou


jurídica que cometer maus tratos sob quaisquer das
formas determinadas nesta Lei:
I - NÃO poderá ficar como depositário, sob nenhuma
circunstância, com o animal cujos maus tratos foram
identificados;
II - perderá definitivamente a guarda do animal tão
logo sejam comprovados os maus tratos pela
autoridade competente;
III - perderá também, em definitivo, a guarda de
outros animais que estejam sob sua custódia, ainda
que não comprovados os maus tratos em relação a
eles em específico;
[...]
Art. 110. As sanções previstas serão aplicadas
pelos órgãos executores competentes estaduais.
[...]
Art. 111. A autoridade ou servidor que deixar de
cumprir as obrigações de que trata esta Lei ou,
ainda, agir para impedir, dificultar ou retardar o
seu cumprimento incorrerá nas
responsabilidades do infrator, sem prejuízo da
mesmas
10
incidência das demais penalidades administrativas,
civis e penais cabíveis.
Art. 112. A autoridade ambiental que tiver
conhecimento de qualquer infração ambiental é
obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante instauração de processo administrativo
próprio, bem como tomar as medidas legais
adequadas, sob pena de se responsabilizar
solidariamente, observada, ainda, a determinação
contida no § 3º do art. 70 da Lei nº. 9.605/98
(grifos nossos);

16 CONSIDERANDO-SE que a Lei n.° 2.044/2005, do município de Sousa, “DISCIPLINA A


CRIAÇÃO DE ANIMAIS E PREVENÇÃO DE CONTROLE DE ZOONOSES”;

17 CONSIDERANDO-SE que a não iniciativa da Prefeitura Municipal de Sousa em relação aos


cuidados com os animais que estão sob sua custódia quadra-se, dentre outras
possibilidades, como ato de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA13;

18 CONSIDERANDO-SE, dado ao cenário ora apresentado, as URGENTES medidas que devem


ser tomadas para que a legislação AMBIENTAL-ANIMALISTA, por assim dizer, seja
respeitada pelo município de Sousa/PB, SOLICITA-SE de V. Exa.:

13 Lei n.° 8.429/92: “Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
[...] II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício [...]” (grifos nossos). Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8429.htm>. Acesso em: 14 abr. 2019.
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18.1 que tome todas as medidas necessárias ao cumprimento da legislação ambiental-


animalista apontada no teor do texto do presente ofício, especialmente para:

18.1.1 fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005


(vigente há mais de 10 anos) relativamente à sua compulsoriedade, a fim de
que o Município de Sousa promova ações de EDUCAÇÃO EM SAÚDE, tais
como campanhas de esclarecimentos populares sobre zoonoses junto à
comunidade ou mesmo por meios de comunicação, difundindo essa
temática também nas escolas de 1º e 2º graus (art. 4º, inciso VII);

18.1.2 fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005


relativamente à OBRIGATORIEDADE DE VACINAÇÃO DOS ANIMAIS contra
as doenças especificadas pelo Ministério da Saúde (art. 6º);

18.1.3 fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005


relativamente à PROIBIÇÃO de os animais permanecerem em espaços
públicos (art. 8º);

18.1.4 fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005


relativamente à VACINAÇÃO e ao REGISTRO dos animais que integram as
carroças (veículos de tração animal) (art. 9º); 11
18.1.5 fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005
relativamente à incumbência à Administração para REGISTRAR todos os
animais sousenses, especialmente a POPULAÇÃO CANINA (art. 22);

18.2 informar à Prefeitura que o art. 10 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 e, ainda, que o
parágrafo único do seu art. 16 foram REVOGADOS pela Lei Federal n.°
13.426/2017, que, assim, NÃO permite a eutanásia de animais como meio de
controle populacional, mas, sim, determina que os municípios esterilizem-nos como
forma de controle de natalidade;

18.3 comunicar à Prefeitura que o art. 16 da Lei Municipal n.° 2.044/200514 é


COMPLETAMENTE INCOMPATÍVEL com o que determina o inciso XI do art. 5º da
Constituição da República15, impedindo que qualquer autoridade pública municipal
ou mesmo de outra esfera de Poder adentre em domicílio de qualquer munícipe,
ressalvadas as situações trazidas no corpo da própria Carta Magna;

18.4 notificar a Prefeitura de que o art. 24 da Lei Municipal n.° 2.044/200516 é

14 LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 16 - TODA pessoa fica obrigada a permitir a entrada em seu domicílio ou em lugares
cercados de sua propriedade ou submetida a seus cuidados, dos médicos veterinários ou outra autoridade do serviço de saúde pública
[...] para efeitos de exame, tratamento, captura ou SACRIFÍCIOS de animais doentes ou suspeitos de Zoonoses e controle de
vetores.
15
CR/1988 - Art. 5° [...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial [...]
(grifos nossos).
16 LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 24 - O município não responde por indenização de qualquer espécie no caso do animal

apreendido vir a sucumbir nas dependências de suas instalações do canil ou curral (baias) municipal.
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incompatível com o que determina o § 6º do art. 3717 e § 3º do art. 22518 da CR/88


(responsabilidade objetiva no caso de danos ambientais), possibilitando, dessa
maneira, a Administração indenizar o munícipe a depender da situação evidenciada;

18.5 instigar a Prefeitura sousense a cumprir a Lei Federal n.° 13.426/2017,


principalmente no que concerne à ESTERILIZAÇÃO de cães e gatos, bem assim em
relação ao seu art. 3o, que ativa o programa [educativo] que diz respeito a
“campanhas educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem a
assimilação pelo público de noções de ética sobre a posse responsável de animais
domésticos”;

19 Ante o quadro desolador no qual se encontram os animais do CANIL de Sousa, SOLICITA-


SE, ainda, de V. Exa.:

19.1 que promova à apuração de prováveis CRIMES AMBIENTAIS, quer por ação, quer
por omissão, perpetrados pelas seguintes autoridades e na forma delineada no
corpo do presente ofício:

19.1.1 AMANDA SILVEIRA (secretária de saúde de Sousa);

19.1.2 ALLAMO HILÁRIO DE SÁ BRAGA (coordenador do canil de Sousa; e-mail 12


allamohilario@hotmail.com);

19.1.3 EDSON FERNANDES (diretor de vigilância em saúde de Sousa; e-mail


dredsonfernandes@hotmail.com);

19.1.4 SUZANNA CAVALCANTE LINS (médica veterinária do canil de Sousa);

19.2 que promova à apuração de provável cometimento de IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA praticada pelas seguintes autoridades e na forma delineada no
corpo do presente ofício:

19.2.1 AMANDA SILVEIRA (secretária de saúde de Sousa);

19.2.2 ALLAMO HILÁRIO DE SÁ BRAGA (coordenador do canil de Sousa; e-mail


allamohilario@hotmail.com);

19.2.3 EDSON FERNANDES (diretor de vigilância em saúde de Sousa; e-mail


dredsonfernandes@hotmail.com);

19.2.4 SUZANNA CAVALCANTE LINS (médica veterinária do canil de Sousa);

17 CR/1988 - Art. 37 [...] § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa (grifo nosso).
18 CR/1988 - Art. 225 [...] § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas

físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (grifo
nosso).
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DOC. 01
Ofício n.° 03/2018/CDA/OAB/PB remetido,
em 12/03/18, pela Comissão de Direito
Animal da OAB/PB à 3ª Promotoria de Justiça
Cumulativa de Sousa, solicitando: 14
1 - Informações pormenorizadas acerca da NOTÍCIA DE
FATO n.° 472/2017 e do Procedimento Administrativo n.°
20/2017;

2 - Pedido de INSERÇÃO como INTERESSADO JURÍDICO no


Procedimento Administrativo n.° 20/2017 que processa a
Notificação de Fato n.° 472/2017;

3 - Pedido de NOTIFICAÇÃO desta CDA/OAB-PB de todos


os atos praticados no PA n.° 20/2017;

4 - Pedido de providências junto à Prefeitura de Sousa,


relativamente a vários temas
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CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA
COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL – CDA

Ofício n.° 03/2018/CDA/OAB/PB

João Pessoa (PB), 12 de março de 2018.

Ao Excelentíssimo Senhor
Hamilton de Souza Neves Filho
Promotor da 3ª Promotoria de Justiça Cumulativa de Sousa
Rua Aroldo Nazaré, S/N, Jardins, Sousa/PB, 58804-718

Assuntos:  Informações pormenorizadas acerca da NOTÍCIA DE FATO n.° 472/2017 e do


Procedimento Administrativo n.° 20/2017;
 Pedido de INSERÇÃO como INTERESSADO JURÍDICO no Procedimento
Administrativo n.° 20/2017 que processa a Notificação de Fato n.° 472/2017;
 Pedido de NOTIFICAÇÃO desta CDA/OAB-PB de todos os atos praticados no PA

1
n.° 20/2017.
 Pedido de providências junto à Prefeitura de Sousa, relativamente a vários temas.

Excelentíssimo Senhor Promotor,

Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, ao


final, requerer o que se segue.
1 CONSIDERANDO-SE a audiência havida nessa Promotoria no dia 8/nov/17, referente ao
Procedimento Administrativo (PA) n.° 20/2017, oportunidade na qual vários detalhes na
direção da solução do problema apontado na Notícia de Fato n.° 472/2017 foram expostos
pelos atores então participantes (Secretária Municipal de Agricultura, Diretor de Vigilância
em Saúde de Sousa, Presidente e Secretária da APAS);
2 CONSIDERANDO-SE a necessária participação do Poder Público na solução da problemática
envolvendo animais, quer na conformidade do que determina a Constituição da República
em seu art. 225 e respectivos desdobramentos1, quer em consonância com o que dispõe a
Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227 e correlato alongamento2 ou, ainda, tal

1
CR/1988 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade (grifos nossos).
2
CEPB/1989 - Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade (grifos nossos).

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL (CDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL – CDA

como impõe o Código de Posturas do Município de Sousa 3;


3 CONSIDERANDO-SE a criação, de abrangência estadual, da Comissão de Direito Animal da
OAB-PB no intuito institucional de, dentre outros, apoiar juridicamente a sociedade na
proteção, defesa e direitos dos animais, cumprindo, dessarte, os desideratos
constitucionais retromencionados;
4 CONSIDERANDO-SE, por fim, o objetivo único desta CDA/OAB-PB contribuir na solução dos
problemas com os animais salvaguardados por ONGs de proteção animal (especialmente
aqueles sob a tutoria da Associação de Proteção aos Animais de Sousa/PB - APAS), pelo
Município de Sousa e em discussão nessa honrada Promotoria de Justiça, SOLICITA-SE de
V.Ex.ª o seguinte:
4.1 síntese do conteúdo da Notícia de Fato n.° 472/2017;
4.2 síntese do conteúdo do Procedimento Administrativo (PA) n.° 20/2017;
4.3 INSERÇÃO como INTERESSADA, juridicamente falando, da Comissão de Direito Animal da
OAB-PB no Procedimento Administrativo n.° 20/2017, decorrente da Notificação de Fato
n.° 472/2017;
4.4 que esta Comissão de Direito Animal da OAB-PB seja, a partir desta data, NOTIFICADA
previamente à realização de todos os ATOS praticados no Procedimento Administrativo
2
n.° 20/2017.
5 PEDE-SE, ainda, a V.Ex.ª, que disponibilize, caso exista na Notícia de Fato n.° 472/2017 ou
no PA n.° 20/2017, cópia dos seguintes documentos:
5.1 comprovações de quaisquer sortes (atestados de vacinas, laudos produzidos por
profissionais habilitados, quer atestem doenças, quer sanidades, etc.) dos animais cuidados
pela APAS;
5.2 vídeos e/ou fotos e/ou sons dos animais tutorados pela APAS.
6 Saliente-se que a disponibilização de todos os documentos acima solicitados poderá, caso
V.Ex.ª entenda e em razão da economia e da celeridade, ser feita com o envio para o
whatsapp 83-99919-7604 ou, então, para o e-mail fj.ufpb@gmail.com.
7 Por fim, DESEJA-SE saber que procedimentos já foram tomados por essa respeitada
Promotoria no sentido:
7.1 de fazer valer as determinações contidas na Lei Municipal n.° 2.044/2005 (vigente há mais
de 10 anos) relativamente:

3
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE SOUSA - Art. 153. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII. proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (grifos nossos).

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL (CDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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7.1.1 à compulsoriedade para que o Município de Sousa promova ações de educação em saúde,
tais como campanhas de esclarecimentos populares sobre zoonoses junto à comunidade
ou mesmo por meio de comunicação, difundindo essa temática também nas escolas de 1º
e 2º graus (art. 4º, inciso VII);
7.1.2 à obrigatoriedade de vacinação dos animais contra as doenças especificadas pelo
Ministério da Saúde (art. 6º);
7.1.3 à proibição dos animais permanecerem em espaços públicos (art. 8º);
7.1.4 à vacinação e ao registro dos animais que integram as carroças (veículos de tração animal)
(art. 9º);
7.1.5 à incumbência à Administração para registrar todos os animais sousenses, especialmente a
população canina (art. 22);
7.2 de informar à Prefeitura que o art. 10 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 e, ainda, que o
parágrafo único do seu art. 16 foram REVOGADOS pela Lei Federal n.° 13.426/2017, que,
assim, NÃO permite a eutanásia de animais como meio de controle populacional, mas, sim,
determina que os municípios esterilizem-nos como forma de controle de natalidade;
7.3 de comunicar à Prefeitura que o art. 16 da Lei Municipal n.° 2.044/2005 4 é
COMPLETAMENTE INCOMPATÍVEL com o que determina o inciso XI do art. 5º da
3
Constituição da República5, impedindo que qualquer autoridade pública municipal ou
mesmo de outra esfera de Poder adentre em domicílio de qualquer munícipe, ressalvadas
as situações trazidas no corpo da própria Carta Magna;
7.4 de notificar a Prefeitura de que o art. 24 da Lei Municipal n.° 2.044/20056 é incompatível
com o que determina o § 6º do art. 377 e § 3º do art. 2258 da CR/88 (responsabilidade
objetiva no caso de danos ambientais), possibilitando, dessa maneira, a Administração
indenizar o munícipe a depender da situação evidenciada;
7.5 de instigar a Prefeitura sousense para cumprir a Lei Federal n.° 13.426/2017,
principalmente no que concerne ao seu art. 3o, que ativa o programa [educativo] que diz
respeito a “campanhas educativas pelos meios de comunicação adequados, que propiciem
4
LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 16 - TODA pessoa fica obrigada a permitir a entrada em seu domicílio ou em lugares
cercados de sua propriedade ou submetida a seus cuidados, dos médicos veterinários ou outra autoridade do serviço de saúde pública
[...] para efeitos de exame, tratamento, captura ou SACRIFÍCIOS de animais doentes ou suspeitos de Zoonoses e controle de
vetores.
5
CR/1988 - Art. 5° [...] XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial [...]
(grifos nossos).
6
LEI MUNICIPAL n.° 2.044/2005 - Art. 24 - O município não responde por indenização de qualquer espécie no caso do animal
apreendido vir a sucumbir nas dependências de suas instalações do canil ou curral (baias) municipal.
7
CR/1988 - Art. 37 [...] § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa (grifo nosso).
8
CR/1988 - Art. 225 [...] § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados (grifo
nosso).

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL (OAB) – CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA – COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL (CDA)
RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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DOC. 02
Ofício n.° 13/2018/CDA/OAB/PB remetido, em
2/04/2018, pela Comissão de Direito Animal da 15
OAB/PB à 3ª Promotoria de Justiça Cumulativa
de Sousa, reiterando o pedido de providências
concernente ao Ofício n.°
3/2018/CDA/OAB/PB
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DOC. 03
Ofício n.° 04/2018/CDA/OAB/PB enviado ao
Diretor de Vigilância em Saúde de Sousa,
oportunidade na qual são solicitadas
16
“Informações pormenorizadas acerca do
trabalho desenvolvido pelo Canil-Laboratório
da cidade de Sousa/PB, com fundamento nas
legislações ambientais (federal, estadual e
municipal) protetivas das saúdes humana e
animal, bem como em consonância com o que
dispõe a Lei Federal de acesso à informação
(Lei n°. 12.527/11)”
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Ofício n.° 04/2018/CDA/OAB/PB

João Pessoa (PB), 12 de março de 2018.

Ao Senhor
Edson Natanael Fernandes Duarte
Diretor de Vigilância em Saúde de Sousa
Rua Cel. José Gomes de Sá, n.º 27, Centro, Sousa/PB, 58800-050

Assunto:  Informações pormenorizadas acerca do trabalho desenvolvido pelo Canil-


Laboratório da cidade de Sousa/PB, com fundamento nas legislações ambientais
(federal, estadual e municipal) protetivas das saúdes humana e animal, bem
como em consonância com o que dispõe a Lei Federal de acesso à informação
(Lei n°. 12.527/11).

1
Senhor Diretor,

Ao cumprimentá-lo cordialmente, vem-se, por meio do presente expediente, expor e, ao


final, requerer o que se segue.
1 CONSIDERANDO-SE a necessária participação do Poder Público na solução da problemática
envolvendo animais, quer na conformidade do que determina a Constituição da República
em seu art. 225 e respectivos desdobramentos1, quer em consonância com o que dispõe a
Constituição do Estado da Paraíba em seu art. 227 e correlato alongamento 2 ou, ainda, tal
como impõe o Código de Posturas do Município de Sousa 3;
2 CONSIDERANDO-SE o que dispõe a LEI FEDERAL n°. 13.426, de 30 de março de 2017,
quando, então, o legislador determina aos 5.570 municípios brasileiros, dentre outros
encargos, os mencionados abaixo, segundo a literalidade da própria norma:
1
CR/1988 - Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII - proteger a fauna e a flora,
vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade (grifos nossos).
2
CEPB/1989 - Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, sendo dever do Estado
defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Parágrafo único. Para garantir esse objetivo, incumbe ao Poder
Público: [...] II - proteger a fauna e a flora, proibindo as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a
extinção da espécie ou submetam os animais à crueldade (grifos nossos).
3
CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE SOUSA - Art. 153. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público Municipal e a
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º. Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao Poder Público: [...] VII. proteger a fauna e a flora, vedadas na forma da Lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade (grifos nossos).

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RUA RODRIGUES DE AQUINO, 37, CENTRO – JOÃO PESSOA, PB – CNPJ: 08.865.164/0001-93
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CONSELHO SECCIONAL DA PARAÍBA
COMISSÃO DE DIREITO ANIMAL – CDA

Art. 1o O controle de natalidade de cães e gatos em todo o


território nacional será regido de acordo com o estabelecido
nesta Lei, mediante esterilização permanente por cirurgia, ou
por outro procedimento que garanta eficiência, segurança e
bem-estar ao animal.
Art. 2o A esterilização de animais de que trata o art. 1o
desta Lei será executada mediante programa em que seja levado
em conta:
I - o estudo das localidades ou regiões que apontem para a
necessidade de atendimento prioritário ou emergencial, em
face da superpopulação, ou quadro epidemiológico;
II - o quantitativo de animais a serem esterilizados, por
localidade, necessário à redução da taxa populacional em
níveis satisfatórios, inclusive os não domiciliados; e
III - o tratamento prioritário aos animais pertencentes ou
localizados nas comunidades de baixa renda [...] (grifos
nossos).

3 CONSIDERANDO-SE que essa mesma LEI n°. 13.426/17 ainda impõe que o Poder Público
ocupe-se de desencadear “campanhas educativas pelos meios de
comunicação adequados, que propiciem a assimilação pelo
público de noções de ética sobre a posse responsável de
animais domésticos”;
4 CONSIDERANDO-SE as várias zoonoses virais que podem acometer os equídeos (cavalos, 2
jumentos etc.) que servem para movimentar os veículos de tração animal - VTAs - por toda
a cidade de Sousa, a exemplo da raiva, da encefalite equina leste, da encefalite equina
oeste, da encefalite equina venezuelana, da encefalite St. Louis e da febre do Nilo
Ocidental4;
5 CONSIDERANDO-SE especificamente, as zoonoses reemergentes de equídeos de
importância aos serviços municipais de saúde, como, ilustrativamente falando, a febre
maculosa, o mormo, a melioidose e a brucelose 5;
6 CONSIDERANDO-SE o que determina a Lei Orgânica do Município de Sousa no que diz
respeito ao “registro, vacinação e captura de animais, com a finalidade precípua de
erradicar as moléstias de que possam ser portadores ou transmissores” (inciso XXIII do art.
4º);
7 CONSIDERANDO-SE que a Lei Municipal n.º 2.044/2005, “proíbe a permanência de animais
nos logradouros públicos” (caput do art. 8º);
8 CONSIDERANDO-SE o que dispõe o Código de Trânsito Brasileiro no que diz respeito à

4
Vide “Manual de Vigilância de Zoonoses e Manejo de Equídeos do Estado de São
Paulo”, publicado, em 2010, pela Secretaria de Saúde daquele Ente Federativo:
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais-
ccd/edicao_vol._2.pdf>.
5
Vide “Manual de Vigilância de Zoonoses e Manejo de Equídeos do Estado de São
Paulo”, publicado, em 2010, pela Secretaria de Saúde daquele Ente Federativo:
<http://www.saude.sp.gov.br/resources/instituto-pasteur/pdf/manuais-
ccd/edicao_vol._2.pdf>.

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competência dos Municípios para regular o trânsito de animais nas cidades6, como, por
exemplo, quando estabelece que sejam promovidos o registro, a autorização para
condução de veículos de tração animal (carroças) e respectivos emplacamentos, tal como
impõem seu art. 24, incisos II, XVII e XVIII7, seu art. 1298 e, por fim, o § 1° do seu art. 1419;
9 CONSIDERANDO-SE o princípio da cooperação ambiental, insculpido que está no caput do
art. 225 da Constituição da República10 e no caput do art. 227 da Constituição do Estado da
Paraíba11), afirmando ser dever de todos, coletividade e PODER PÚBLICO, defender e
preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações, constituindo-se, dessarte,
de indiscutível importância para a concretização de uma política ambiental preventiva,
concreta e eficaz, uma vez que convida todos(as) os(as) cidadãos(ãs) a participarem da luta
na preservação da ambiência;
10 CONSIDERANDO-SE, ainda, que esse mesmo princípio da cooperação ambiental vem
regulamentado pela Lei Complementar Federal n°. 140, de 8 de dezembro de 2011,
quando, então, de acordo com sua própria ementa, “Fixa normas, nos termos
dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do
art. 23 da Constituição Federal 12 , para a cooperação entre a

3
6
CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO (CTB): “Art. 21. Compete aos órgãos e entidades
executivos rodoviários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, no âmbito de sua circunscrição: [...] II - planejar, projetar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas [...]”
(grifos nossos).
7
CTB: “Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos
MUNICÍPIOS, no âmbito de sua circunscrição: [...] II - planejar, projetar,
regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas; [...] XVII
- REGISTRAR e LICENCIAR, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão
humana e de tração animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e
arrecadando multas decorrentes de infrações; XVIII - conceder autorização para
conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal [...]” (grifos nossos).
8
CTB: “Art. 129. O REGISTRO e o LICENCIAMENTO dos veículos de propulsão humana
e dos veículos de tração animal obedecerão à regulamentação estabelecida em
legislação municipal do domicílio ou residência de seus proprietários [...]”
(grifos nossos).
9
CTB: “Art. 141 [...] § 1º A autorização para conduzir veículos de propulsão
humana e de tração animal ficará a cargo dos Municípios [...]” (grifos nossos).
10
CF/88: “Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações” (grifos nossos).
11
CEPB/89: “Art. 227. O meio ambiente é do uso comum do povo e essencial à
qualidade de vida, sendo dever do Estado defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações” (grifos nossos).
12
CF/88: “Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios: [...] III - proteger os documentos, as obras e outros
bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
naturais notáveis e os sítios arqueológicos; [...] VI - proteger o meio ambiente
e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas,
a fauna e a flora [...]”. Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas

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União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas


ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à
proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer
de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da
flora” (grifos nossos);
11 CONSIDERANDO-SE, por fim, a competência legal desse respeitado CANIL, bem como
levando-se em conta o que obriga a Lei Federal de acesso à informação (Lei n°.
12.527/1113);
12 CONSIDERANDO-SE, por fim, o objetivo único desta CDA/OAB/PB em contribuir na solução
dos problemas com os animais, quer estejam abandonados (errantes), quer salvaguardados
por ONGs de proteção animal ou por protetores(as) independentes, SOLICITA-SE de V.S.ª
que sejam disponibilizadas, PORMENORIZADAMENTE e dentro do prazo legal, as seguintes
informações:
12.1 em relação ao FUNCIONAMENTO e DINÂMICA desse CANIL:
12.1.1 horário de trabalho e relação nominal dos médicos veterinários, tanto daqueles que fazem
cirurgias quanto os que prestam outra modalidade de atendimento à população,
especificando, ao lado de cada nome, suas exatas funções dentro do Centro;
12.1.2 horário de trabalho e relação nominal dos auxiliares de cirurgias esterilizantes de animais,
4
se houver;
12.1.3 horário de trabalho e relação nominal dos laboratoristas, se houver, especificando quais

para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em
âmbito nacional. (grifos nossos).
13
LEI FEDERAL N°. 12.527/11: Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar
pedido de acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1o desta
Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a identificação do
requerente e a especificação da informação requerida. Art. 11. O órgão ou
entidade pública deverá autorizar ou conceder o ACESSO IMEDIATO À INFORMAÇÃO
disponível. [...] § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não
superior a 20 (VINTE) DIAS: I - comunicar a data, local e modo para se realizar
a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de
fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou III -
comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o
órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão
ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação.
§ 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias,
mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. [...] §
6o Caso a informação solicitada esteja disponível ao público em formato
impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de acesso universal, serão
informados ao requerente, por escrito, o lugar e a forma pela qual se poderá
consultar, obter ou reproduzir a referida informação, procedimento esse que
desonerará o órgão ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto,
salvo se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si mesmo
tais procedimentos (grifos nossos).

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são os responsáveis pela realização dos exames pré-operatórios de animais a ser


submetidos a cirurgias esterilizantes;
12.1.4 horário de trabalho e relação nominal dos servidores que capturam os animais nas ruas ou
em alguma outra localidade solicitada, a exemplo de residências, universidades etc;
12.1.5 dias e horários de funcionamento do CANIL;
12.1.6 dias e horários de ocorrências das cirurgias esterilizantes, se houver;
12.1.7 dias e horários de ocorrências dos exames laboratoriais pré-cirúrgicos, se houver;
12.2 em relação à ESPOROTRICOSE:
12.2.1 que exames (nomes dos exames) são feitos por esse CANIL para detecção da doença?;
12.2.2 há uma segunda avaliação para confirmação do primeiro resultado?;
12.2.3 caso seja feito mais de um exame, é coletado um novo material para reavaliação (segundo
exame) ou é aproveitado aquele utilizado na primeira análise laboratorial?;
12.2.4 que material é coletado para a efetivação do(s) exame(s)?;
12.2.5 de que modo é feita a coleta desse material?;
12.2.6 quais são os locais (nomes e endereços dos laboratórios, bem como os correlatos
responsáveis técnicos) onde são efetuados os exames?;
12.2.7 como é feito o transporte do material coletado para efetivação dos exames?;

5
12.2.8 como é efetuada a entrega dos resultados pelo(s) laboratório(s) ao CANIL?;
12.2.9 que tipo de informação é prestada à população que chega com animais com suspeita dessa
doença? Caso haja essa comunicação, que seja minudenciada a forma como ela é prestada
(se oral, se na forma escrita etc.);
12.2.10 os animais que chegam acompanhados de seus tutores com suspeita dessa doença
ficam, desde logo, sob a custódia desse CANIL ou são liberados para voltarem ao local de
origem?;
12.2.11 os animais de rua que são identificados como potenciais portadores dessa doença
ficam apreendidos no CANIL ou que outro rumo lhes são dispensados?;
12.3 em relação à LEISHMANIOSE:
12.3.1 que exames (nomes dos exames) são feitos por esse CANIL para detecção da doença?;
12.3.2 há uma segunda avaliação para confirmação do primeiro resultado?;
12.3.3 caso seja feito mais de um exame, é coletado um novo material para reavaliação (segundo
exame) ou é aproveitado aquele utilizado na primeira análise laboratorial?;
12.3.4 que material é coletado para a efetivação do(s) exame(s)?;
12.3.5 de que modo é feita a coleta desse material?;
12.3.6 quais são os locais (nomes e endereços dos laboratórios, bem como os correlatos
responsáveis técnicos) onde são efetuados os exames?;
12.3.7 como é feito o transporte do material coletado para efetivação dos exames?;
12.3.8 como é efetuada a entrega dos resultados pelo(s) laboratório(s) ao CANIL?;
12.3.9 que tipo de informação é prestada à população que chega com animais com suspeita dessa
doença? Caso haja essa comunicação, que seja minudenciada a forma como ela é prestada
(se oral, se na forma escrita etc.);
12.3.10 os animais que chegam acompanhados de seus tutores com suspeita dessa doença

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ficam, desde logo, sob a custódia desse CANIL ou são liberados para voltarem ao local de
origem?;
12.3.11 os animais de rua que são identificados como potenciais portadores dessa doença
ficam apreendidos no CANIL ou que outro rumo lhes são dispensados?;
12.4 de que modo são disponibilizados à população interessada os resultados dos exames
laboratoriais decorrentes da avaliação:
12.4.1 da esporotricose?;
12.4.2 da leishmaniose?;
12.4.3 do estado clínico pré-cirúrgico, no caso de cirurgias esterilizantes de cães e gatos?;
12.5 em relação às ESTERILIZAÇÕES: (caso haja cirurgia nesse CANIL)
12.5.1 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo cães?;
12.5.2 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo cadelas?;
12.5.3 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo gatos?;
12.5.4 quantas esterilizações mensais ocorrem envolvendo gatas?;
12.5.5 quais os horários de ocorrências das esterilizações?;
12.5.6 qual a quantidade de vagas por turno para as cirurgias esterilizantes?;

6
12.5.7 de que forma são disponibilizadas à população as vagas para esterilização de animais?
(quais os canais veiculadores dessas vagas?; que políticas são feitas para disseminar a
informação relativa a tal serviço e vagas?);
12.5.8 existe fila de espera? Se sim, quantos(as) interessados(as) estão aguardando?;
12.5.9 que exame(s) é(são) obrigatoriamente feito(s) antes da cirurgia esterilizante?;
12.5.10 que LABORATÓRIO é responsável pelos exames pré-cirúrgicos, no caso de cirurgias
esterilizantes?;
12.5.11 que tipo de informação/orientação é prestada à população em geral no que diz
respeito ao necessário controle de natalidade de cães e gatos, haja vista o teor impositivo
da Lei Federal n°. 13.426, de 30/03/17?;
12.5.12 se essas informações/orientações (“11.5.11”) são prestadas, que veículo(s) é(são)
utilizado(s) para tal feito?;
12.5.13 que campanhas educativas vêm sendo promovidas por esse CANIL objetivando a
assimilação, pelo público em geral, de noções de ética sobre a posse responsável de
animais domésticos, visando a minimizar a difusão de doenças zoonóticas, tal como impõe
a Lei Federal n°. 13.426, de 30/03/17?;
12.6 há a recepção, por esse CANIL, de animais sadios (ninhadas de gatos, de cachorros etc.)?
Se sim:
12.6.1 em que circunstâncias?;
12.6.2 eles recebem algum tratamento específico (vacinação, vermifugação etc.)?;
12.6.3 que destino é dado a esses animais?;
12.7 tendo-se em vista a grande população de animais (cães e gatos) existente no Município
sousense, bem como seu crescimento acelerado, e, ainda, em razão dos ditames da Lei
Federal n°. 13.426/17, que estabelece para todos os municípios o necessário controle de

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natalidade em massa dos mencionados bichos, quer-se saber:


12.7.1 atualmente, os gatos que são acolhidos pelo CANIL ficam em gatis ou em gaiolas?;
12.7.2 se ficam em gatis, quais são as exatas especificações técnicas desse espaço?;
12.7.3 qual o planejamento desse CANIL no que diz respeito ao quantitativo de animais a ser
esterilizados no ano de 2018 (esmiúce mês a mês esse quantitativo para o ano de 2018)?;
12.7.4 qual o planejamento desse Centro em relação à AMPLIAÇÃO do serviço de controle
populacional desses animais para o ano de 2018 e subsequentes?;
12.8 em relação aos ANIMAIS DE GRANDE PORTE (equídeos: jumentos, cavalos etc.):
12.8.1 no que diz respeito ao controle zoonótico, que tratamento é dado quando são encontrados
nas ruas sousenses?;
12.8.2 em relação àqueles que servem aos veículos de tração animal, que controle zoonótico é
dispensado por esse CANIL?;
12.8.3 se são feitos exames laboratoriais detectadores de zoonoses nesses animais (tanto nos
achados na rua quanto naqueles atrelados aos veículos e que têm tutor), de que modo são
disponibilizados os resultados aos interessados (tutores dos animais) e à população em
geral?;
12.8.4 existe algum registro e/ou cadastro nesse CANIL dos animais que são utilizados em veículos
de tração animal no Município de João Pessoa? Se sim, onde os dados estão
disponibilizados?
7
12.9 em relação à prática de EUTANÁSIA por esse CANIL:
12.9.1 quais os específicos casos em que a eutanásia é manejada?;
12.9.2 que protocolo médico-veterinário é utilizado para a ocorrência da eutanásia?;
12.9.3 quando indicada, que exame(s) precede(m) a eutanásia dos animais?;
12.9.4 quando positivo o resultado indicador da eutanásia, o exame é repetido para que seja
confirmada a doença e/ou o motivo autorizador dessa prática?; Se sim, em que casos?;
12.9.5 quando indicada, que profissional pratica a eutanásia (especificar os NOMES desses
profissionais)?;
12.9.6 é emitido algum laudo médico atestador da doença justificadora da eutanásia? Se sim, por
quantos médicos é ele assinado e quais os NOMES desses profissionais?;
12.9.7 a população interessada tem acesso aos exames e/ou laudos precedentes da eutanásia
praticada por esse CANIL?;
12.9.8 se a resposta anterior for positiva, que canais são disponibilizados para que essa mesma
população tenha acesso aos resultados dos exames e/ou conteúdo dos laudos precedentes
da eutanásia?;
12.9.9 caso existam, por quanto tempo os laudos médicos autorizadores da eutanásia ficam
arquivados?;
12.9.10 qual a quantidade de animais submetidos à eutanásia nos anos de 2015, 2016 e
2017 (até a presente data)?;
12.9.11 quais os motivos e respectivos quantitativos de eutanásia praticada nos anos de
2015, 2016 e 2017 (até a presente data)?;
12.9.12 é utilizada a eutanásia como meio de controle populacional de animais sadios?;

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA
NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL

DOC. 04
Resposta dada pelo Diretor de Vigilância em 17
Saúde de Sousa referente consulta formulada,
em 12/03/2018, por intermédio do Ofício n.°
04/2018/CDA/OAB/PB
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA
NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL

APÊNDICE
LINKS relativos aos vídeos divulgados nas redes sociais, os quais
denunciam os MAUS TRATOS a que são submetidos os animais do CANIL 18
de SOUSA/PB:

https://www.instagram.com/p/BwO-
nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k

https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL PARAÍBA
NÚCLEO DE JUSTIÇA ANIMAL

APÊNDICE
LINKS relativos aos vídeos divulgados nas redes sociais, os quais
denunciam os MAUS TRATOS a que são submetidos os animais do CANIL 16
de SOUSA/PB:

https://www.instagram.com/p/BwO-
nbKhH1z/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=l3348stszh5k

https://www.facebook.com/149692935698816/posts/308390346495740/

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