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Código Penal

Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo
anterior.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição
é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a
12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Código Penal
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Roubo Extorsão
Bens móveis

Meios de execução – violência própria,


grave ameaça e violência imprópria (reduzir
à impossibilidade de resistência da vítima)

Ação/colaboração da vítima é dispensável

Crime material (consumação – inversão da


posse – Súmula 582 do STJ)
SÚMULA 96
O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem
indevida.
Impossibilidade de continuidade delitiva
entre roubo e extorsão

“Nos termos da jurisprudência desta Corte, conquanto os crimes de roubo e


extorsão sejam do mesmo gênero, são de espécies distintas, o que afasta a
possibilidade de reconhecimento da continuidade delitiva, tornando despiciendo o
exame dos requisitos objetivos e subjetivos necessários para a incidência do art. 71
do Código Penal”. (HC 435792 / SP, Quinta Turma, STJ, julgado em 24/05/2018)
Extorsão circunstanciada/majorada
Extorsão
Art. 158
(...)
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de
arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.
Extorsão qualificada
Extorsão
Art. 158 (...)
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo
anterior.

Relembrando...
Art. 157 (...)
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
Extorsão com restrição de liberdade
“sequestro-relâmpago”
Extorsão
Art. 158 (...)
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição
é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a
12 (doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

- Trata-se de uma forma de extorsão qualificada


- Não confundir com o crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP)
- Não é crime hediondo (corrente legalista) – não há previsão da lei 8.072/90
- É crime hediondo – “o §3º apresenta um meio de execução da extorsão. Logo, se a
extorsão com resultado morte (§2º) é crime hediondo, também o será a extorsão com
restrição de liberdade e resultado morte.”
Extorsão com restrição de liberdade
“sequestro-relâmpago”
Causas de aumento de pena da extorsão circunstanciada (art. 158, § 1º do
CP) se aplicam à extorsão com restrição de liberdade (art. 158, § 3º do CP)?

Informativo 590
Em extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, sendo essa
condição necessária para a obtenção o da vantagem econômica (art. 158, § 3º,
do CP), é possível a incidência da causa de aumento prevista no § 1º do art.
158 do CP (crime cometido por duas ou mais pessoas ou com emprego de
arma). STJ, REsp 1.353.693-RS, julgado em 13/9/2016.
Código Penal
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou
maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a
libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
Código Penal
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

- Crime complexo: extorsão (art. 158, CP) + sequestro (art. 148, CP)
- Crime permanente – Súmula 711, STF: “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao
crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.”
- Crime formal
- Sequestro de animais com exigência de preço do resgate?
- Não importa o meio de execução: grave ameaça, violência, fraude, violência imprópria
- “Qualquer vantagem”?
- Dupla subjetividade passiva (em regra) – o sequestrado e aquela que suporta a lesão patrimonial
Código Penal

Extorsão mediante sequestro


Art. 159 (...)
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido
por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
Código Penal

Extorsão mediante sequestro


Art. 159 (...)
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Código Penal
Extorsão mediante sequestro
Art. 159 (...)
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à
autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um
a dois terços.

Requisitos
- Concurso de pessoas
- Denúncia à autoridade
- Facilitar libertação do sequestrado
Código Penal
CAPÍTULO IV
DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

1) Elemento subjetivo: dolo, somente!

Cuidado: A Lei de crimes ambientais (Lei 9.605/98) possui várias hipóteses de crimes
culposos. Ex.: Art. 49. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio,
plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia: Pena
- detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Parágrafo único. No crime culposo, a pena é de um a seis meses, ou multa.
Código Penal
CAPÍTULO IV
DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

2) Pichação configura o crime de dano?

Depende
Pichação em edificação ou monumento urbano configura o crime do art. 65, Lei 9.605.
Pichação em bens móveis ou bens imóveis rurais configura o crime de dano (art. 163, CP)
Código Penal
CAPÍTULO IV
DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

3) Ação penal de iniciativa privada

Art. 167, CP - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente
se procede mediante queixa.
Código Penal
CAPÍTULO IV - DO DANO
Art. 163 - (...)
Dano qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município ou de
autarquia, fundação pública, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviços públicos; (Redação dada pela Lei nº 13.531, de 2017)
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Direito Penal
PCDF
1) (CESPE - 2004 - PRF) Em cada um dos itens subsequentes, é apresentada uma situação
hipotética a respeito dos crimes contra o patrimônio e a administração pública, seguida de
uma assertiva a ser julgada.

Um indivíduo, mediante violência e grave ameaça exercida com o emprego de um revólver


municiado, exigiu que a vítima preenchesse e assinasse um cheque no valor de R$ 4 mil,
entregando-o posteriormente para ser sacado no banco. Nessa situação, o indivíduo
praticou um crime de roubo, com a causa de aumento de pena devido ao emprego de
arma.
2) (CESPE - 2004 – PF – Escrivão) Julgue os seguintes itens, relativos a crimes contra o
patrimônio.

No crime de roubo e no crime de extorsão, o agente pode-se utilizar dos mesmos modos
de execução, consistentes na violência ou grave ameaça. A diferença fundamental
existente entre os dois delitos consiste em que, no crime de extorsão, pretende-se um
comportamento da vítima, restando um mínimo de liberdade de escolha, enquanto que,
no crime de roubo, o comportamento é prescindível.
3) (CESPE - 2017 - TRE-TO - Analista Judiciário - Área Judiciária)

A extorsão é crime material, e a sua consumação exige a concretização da


vantagem econômica exigida pelo agente.
4) (CESPE - 2013 - PC-BA - Investigador de Polícia ) No que se refere a crimes contra
o patrimônio, julgue os itens subsequentes

Considere a seguinte situação hipotética. Heloísa, maior, capaz, em conluio com


três amigos, também maiores e capazes, forjou o próprio sequestro, de modo a
obter vantagem financeira indevida de seus familiares. Nessa situação, todos os
agentes responderão pelo crime de extorsão simples.
“A ação de comunicar falso sequestro de um parente, com exigência de pagamento de resgate,
sob o pretexto de matá-lo, revela que o sujeito passivo em momento algum agiu iludido, mas
sim em razão da grave ameaça suportada, configurando o delito do art. 158 do Código Penal -
CP.” AgRg no REsp 1704122, julgado em 12/12/2018.

“No crime de extorsão, a entrega do bem ocorre mediante o emprego de violência ou de grave
ameaça. A vítima não age iludida: faz ou deixa de fazer alguma coisa motivada pelo
constrangimento a que é exposta. Ao revés, no estelionato o prejuízo resulta de artifício, ardil,
ou qualquer outro meio fraudulento capaz de induzir em erro a vítima. 2. O caso em apreço
melhor se subsume, em princípio, ao crime de extorsão, pois o interlocutor teria, por meio de
ligação telefônica, simulado o sequestro da irmã da vítima, exigindo o depósito de determinada
quantia em dinheiro sob o pretexto de matá-la, tudo a revelar que o sujeito passivo do delito em
momento algum agiu iludido, mas sim em razão da grave ameaça suportada.” CC 129275 / RJ -
Data do Julgamento: 11/12/2013 .
5) (CESPE - 2012 – DPE-ES – Defensor Público) Com relação aos crimes contra a
pessoa, contra o patrimônio e contra a dignidade sexual, julgue os itens que se
seguem.

Para a configuração do denominado crime de sequestro-relâmpago, a restrição da


liberdade da vítima é condição necessária para a obtenção da vantagem
econômica, independentemente da ocorrência desta.
6) (CESPE - 2016 - PC-PE - Escrivão de Polícia Civil)

Situação hipotética: João sequestrou Sandra e exigiu de sua família o pagamento do


resgate. Após manter a vítima em cárcere privado por uma semana, João a libertou,
embora não tenha recebido a quantia exigida como pagamento. Assertiva: Nessa
situação, está configurado o crime de extorsão mediante sequestro qualificado.
7) (CESPE - 2004 – PF – Agente) Em cada um dos itens seguintes, é apresentada
uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.

Rômulo sequestrou Lúcio, exigindo de sua família o pagamento de R$ 100.000,00


como resgate. Nessa situação, o crime de extorsão mediante sequestro praticado
por Rômulo é considerado crime habitual.
8) (CESPE - 2015 - MPU - Técnico do MPU) A respeito dos crimes contra o
patrimônio, julgue o item a seguir.

O crime de extorsão mediante sequestro, desde que se prove que a intenção do


agente era, de fato, sequestrar a vítima, se consuma no exato instante em que a
pessoa é sequestrada, privada de sua liberdade, independentemente de o(s)
sequestrador(es) conseguir(em) solicitar(em) ou receber(em) o resgate.
9) (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) O crime de extorsão mediante sequestro
(CP, art. 159)

a) é qualificado se do fato resulta lesão corporal grave ou morte.


b) é qualificado se cometido contra vítima menor de 18 (dezoito) anos ou maior de 50
(cinquenta) anos.
c) não admite a modalidade tentada.
d) consuma-se quando o agente solicita vantagem como preço do resgate, por se tratar
de crime contra o patrimônio.
e) consuma-se quando o agente obtém vantagem como preço do resgate, por se tratar
de crime contra o patrimônio.
10) (CESPE - 2008 - PRF - Policial Rodoviário Federal)

No crime de extorsão mediante sequestro, faz jus à delação premiada o coautor


que delatou os comparsas e indicou o local do cativeiro, ainda que reste
comprovado que a vítima tenha sido liberada após configurada a expectativa de
êxito da prática delituosa, isto é, após o recebimento do dinheiro exigido como
preço do resgate.
11) (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Técnico Legislativo - Agente de Polícia
Legislativa) Durante uma passeata na Esplanada dos Ministérios, um manifestante, logo
após ter sido alertado por um agente da polícia legislativa de que deveria se afastar do
local, arremessou pedras em direção ao Congresso Nacional, o que resultou na quebra de
vidraças da Câmara dos Deputados. O manifestante foi preso em flagrante e, na delegacia,
confessou a prática do delito.

Com base na situação hipotética acima, julgue o item seguinte, relativo à prova, à prisão
preventiva e aos crimes previstos na parte especial do Código Penal.

Por ter acarretado a quebra das vidraças, o manifestante deve responder pela prática do
crime de dano qualificado, uma vez que o crime foi praticado contra o patrimônio da
União, sendo a ação penal, nesse caso, pública incondicionada.
12) (CESPE - 2016 - PC-PE - Delegado de Polícia)

Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar edificação urbana. Nesse caso, a
pena privativa de liberdade consiste em detenção de um a seis meses, que pode
ser convertida em prestação de serviços à comunidade.
13) (FUNDATEC - 2018 - PCRS - Delegado de Polícia)

Não incide aumento de pena previsto para o crime de dano quando o objeto
material do crime envolver bens do patrimônio da Caixa Econômica Federal, por
ausência de expressa previsão legal, sob pena de analogia in malam partem.
14) (VUNESP - 2014 - PC-SP - Delegado de Polícia) Para subtrair um automóvel, “X”,
de forma violenta, danificou a sua porta. Nesse caso, “X” deverá responder

a) pelo crime de roubo, visto que se utilizou de violência para danificar a porta.
b) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da subsidiariedade.
c) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da consunção.
d) pelos crimes de furto e de dano.
e) apenas pelo crime de furto, em razão do princípio da especialidade.

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