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Cuiabá tem 3 vezes mais áreas verdes

Cada habitante da cidade desfruta de 50 metros quadrados de vegetação,


enquanto que o recomendado pela ONU é de 16 metros quadrados, ou seja,
3 vezes o ideal

Da Reportagem

Um estudo sobre Zonas de Interesse Ambiental (ZIAs) recém-concluído em Cuiabá reforçou o


notório título que a Capital ostenta há anos, o de Cidade Verde. Revelou que a extensão de
áreas verdes por habitante dentro do perímetro urbano local é três vezes maior que o
recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Enquanto a ONU sugere 16 metros quadrados por habitante, Cuiabá oferece 50 metros,
conforme relatório do estudo recebido ontem pela prefeita em exercício, Jacy Proença, a
presidente do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (IPDU), Adriana Bussiki
Santos e o secretário de Meio Ambiente, Osmário Forte Daltro.

Desenvolvido pelo Departamento de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso


(UFMT), esse estudo aponta a necessidade de
preservação de dois córregos (Gumitá e Baú) e um
rio (Coxipó) que possuem ligação com os recursos
hídricos da Capital.

O estudo aponta que as regiões desses três cursos


d’água deverão ser recuperadas e tornar-se ZIAs,
tendo em vista a importância delas ao ecossistema
da cidade.

No caso do Gumitá, explicou a presidente do IPDU,


Adriana Bussiki, há um programa em andamento
prevendo recuperação do leito, após construção da
rede de esgoto em toda sua extensão, retirada e
reassentamento de mais de mil famílias, além da
construção da primeira avenida-parque, com pistas
nas duas margens do córrego.

O relatório orienta a prefeitura de Cuiabá a preservar


canais naturais de fluxo de água de chuva nas Estudo aponta que margens de córregos, um
cabeceiras dos rios e próximos das nascentes, além deles o Gumitá, precisa de preservação
dos brejos situados no Distrito Industriário e na
Grande Morada da Serra (CPA), e classificação como áreas de preservação permanente
(APPs).

O levantamento também mostrou que há áreas que deverão deixar de ser consideradas de
preservação, como o córrego Canjica, que corta a avenida Rubens de Mendonça (do CPA). De
acordo com o levantamento, o curso de água dele ficou irrecuperável e perdeu totalmente a
funcionalidade ecológica.

No Canjica, explicou o professor Prudêncio Castro, do Departamento de Geologia da UFMT,


circula apenas esgoto. Além disso, a mata, que era considerada nativa, é na verdade uma
vegetação invasora e prejudicial ao ecossistema da região. Para a UFMT, só devem ser
classificadas como ZIAs as áreas que tenham sentido de ligação aos recursos hídricos.

Jacy Proença destacou que a pesquisa será uma ferramenta de planejamento estratégico para
propiciar o desenvolvimento sustentável da cidade com foco na preservação do meio ambiente.

O próximo passo agora é fazer um levantamento sobre as quotas de inundação de Cuiabá,


segundo a presidente do IPDU, para definir o percentual de crescimento do nível de água
durante as enchentes do rio Cuiabá. Hoje, considera-se que a quota de inundação seja de 150
metros acima do nível do mar, conforme observações da Defesa Civil.

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