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Aula 001 PDF
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados,
na forma desta Constituição.
TÍTULO VIII
Da Ordem Social
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça
sociais.
CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.
SEGURIDADE SOCIAL
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base
nos seguintes objetivos:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: ..............
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social
constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
“Para garantir os recursos financeiros para fazer frente às necessidades do SUS, o Governo arrecada
impostos e contribuições destinadas à Seguridade social (saúde, previdência e assistência).
Os recursos das contribuições para a Seguridade Social só podem ser usados em despesas da
Seguridade Social (saúde, previdência e assistência), conforme diz a Constituição.
Já os impostos podem ser utilizados nas outras despesas que o Governo faz, mas também para
completar o financiamento da Seguridade Social.”
Dentre os princípios que nortearam a mudança no tratamento da questão social pela CF, o mais notável,
sem dúvida, é a extensão da cobertura aos segmentos até então desprotegidos. Buscou-se com isso
recuperar a imensa dívida social com grande parcela da população brasileira. Para isto, os constituintes
reconheciam a necessidade de introduzir mecanismos redistributivos e de garantir um financiamento
mais seguro e estável às políticas de proteção social. Assim, se por um lado a CF promulgada em 1988
criou o conceito de Seguridade Social (direitos de cidadania) e ampliou o leque de direitos sociais, por
outro, buscou assegurar fontes de financiamento adequadas para o custeio dos novos benefícios. Os
constituintes estabeleceram que a Seguridade Social seria custeada por um orçamento próprio: o
Orçamento da Seguridade Social (OSS), demonstrando sua preocupação em assegurar adequado
financiamento aos direitos previdenciários, da saúde e à assistência.
Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde – SUS no Brasil - Elias Antônio Jorge e
outros
Seguridade Social e o Financiamento do Sistema Único de Saúde – SUS no Brasil - Elias Antônio Jorge e
outros
A Constituição prevê também o aporte de recursos fiscais por parte das três esferas de governo no
financiamento da seguridade social.
UNIÃO
ESTADOS
DF
MUNICÍPIOS
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
.....
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
UNIÃO
ESTADOS
DF
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
.....
Art. 24
......................
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
MUNICÍPIOS
COM COOPERAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA DA UNIÃO E DOS ESTADOS
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
....
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
....
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da
seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive
dos mencionados no art. 165, 5º;
Art. 220 A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
............
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem ,
com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.
Art. 243. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de
colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao
proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal
especializados no tratamento e recuperação de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de
fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime de tráfico dessas substâncias.
Art. 7º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 77:
“Art. 77. ....
...
§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços
públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Seção II
DA SAÚDE
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
EXECUÇÃO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE PODE SER FEITA DIRETAMENTE PELO PODER PÚBLICO
OU ATRAVÉS DE TERCEIROS
EXECUÇÃO DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE PODE SER FEITA TAMBÉM POR PESSOA FÍSICA OU
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos
termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita
diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e
constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: ...
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços
assistenciais
Participação da comunidade
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da
seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º; => LC Nº
141/2012
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
CAPÍTULO III
DA APLICAÇÃO DE RECURSOS EM AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
Seção I
Dos Recursos Mínimos
...
§ 2o Em caso de variação negativa do PIB, o valor de que trata o caput não poderá ser reduzido, em
termos nominais, de um exercício financeiro para o outro.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I – os percentuais de que trata o § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a
progressiva redução das disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal,
estadual, distrital e municipal;
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e
agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e
complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 51, de 2006)
Admitidos por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas
atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
AGENTES COMUNITÁRIOS
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os
Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de
combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira
complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso
salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010)
Compete à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
AGENTES COMUNITÁRIOS
Poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o
seu exercício.
Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.
....
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei
complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as
seguintes providências:
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança;
II - exoneração dos servidores não estáveis.
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o
cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá
perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal.
É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com
fins lucrativos.
....
§ 2º - É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas
com fins lucrativos.
Art. 23. É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou de capitais estrangeiros na assistência
à saúde, salvo através de doações de organismos internacionais vinculados à Organização das Nações
Unidas, de entidades de cooperação técnica e de financiamento e empréstimos.
§ 2° Excetuam-se do disposto neste artigo os serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por
empresas, para atendimento de seus empregados e dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade
social.
§ 4º - A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e
substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como
bebidas e águas para consumo humano;
O modelo assistencial diz respeito ao modo como são organizadas, em uma dada sociedade, as ações de
atenção à saúde, envolvendo os aspectos tecnológicos e assistenciais. Ou seja, é uma forma de
organização e articulação entre os diversos recursos físicos, tecnológicos e humanos disponíveis para
enfrentar e resolver os problemas de saúde de uma coletividade.
“Modelos Assistenciais em Saúde: desafios e perspectivas”, de Aluísio Gomes da Silva Junior e Carla
Almeida Alves
Acesso à saúde
1ª fase
Medicina privada
Assistencialismo
Santas Casas de Caridade
2ª fase
Criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão em 1923, através da Lei Eloy Chaves
Cidadania regulada
CAPs
IAPs
INPS INAMPS
Cidadania regulada
Denominação: “Residual”
Ideologia: Liberal
Princípio: Caridade
Efeito: Discriminação
Status: Desqualificação
Finanças: Doações
Atuarial: Fundos
Cobertura: Focalização
Benefícios: Bens e serviços
Acesso: Prova de meios
Administração: Filantrópica
Organização: Local
Referência: "Leis dos Pobres”
Cidadania: Invertida
Fonte: Fleury
Denominação: “Meritocrático”
Ideologia: Corporativa
Princípio: Solidariedade
Efeito: Manutenção
Status: Privilégio
Finanças: % x Salário
Atuarial: Acumulação
Cobertura: Ocupacional
Benefícios: Proporção do salário
Acesso: Filiação
Administração: Corporativa
Organização: Fragmentada
Referência: Bismarck
Cidadania: Regulada
Fonte: Fleury
Denominação: “Institucional”
Ideologia: Social democrata
Princípio: Justiça
Fonte: Fleury
A assistência médica é em geral separada das ações de saúde coletivas (medidas de promoção e
prevenção, vigilância sanitária, epidemiológica ...) e exercida por um órgão público separadamente.
Em geral os seguros sociais dão ênfase a ações curativas individuais e as ações coletivas são relegadas a
segundo plano.
Convivência no Brasil
Século XIX
A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima,
capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro.
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas ao seguinte:
1 - Delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais;
2 - Controle de navios e saúde dos portos;
Estavam criadas as campanhas sanitárias. O sucesso dessas campanhas sanitárias destacou-se tanto por
seus resultados no controle de processos epidêmicos, como pelo exemplo de articulação entre o
conhecimento científico, a competência técnica e a organização do processo de trabalho em saúde.
1903
Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor-Geral de Saúde Pública, cargo que corresponde atualmente ao de
Ministro da Saúde. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio técnico-científico,
deflagrou suas memoráveis campanhas de saneamento. Seu primeiro adversário: a febre amarela, que
angariara para o Rio a reputação de “Túmulo dos Estrangeiros” e que matou, de 1897 a 1906, quatro mil
imigrantes.
Oswaldo Cruz estruturou a campanha contra a febre amarela em moldes militares, dividindo a cidade
em dez distritos sanitários, cada qual chefiado por um delegado de saúde. Seu primeiro passo foi
extinguir a dualidade na direção dos serviços de higiene. Para isso, estabeleceu uma conjugação de
esforços entre os setores federais e a Prefeitura, com a incorporação à Diretoria Geral de Saúde Pública
do pessoal médico e de limpeza pública da municipalidade.
A polícia sanitária adotava medidas rigorosas para o combate ao mal amarílico, inclusive multando e
intimando proprietários de imóveis insalubres a demolí-los ou reformá-los. As brigadas; mata-mosquitos
percorriam a cidade, limpando calhas e telhados, exigindo providências para proteção de caixas d’água,
colocando petróleo em ralos e bueiros e acabando com depósitos de larvas e mosquitos.
Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde,
então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a propaganda e a educação sanitária na técnica
rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial .
Década de 1940
1942
O então Ministério da Educação e Saúde é autorizado a organizar, por intermédio do Decreto 4275, o
Serviço Especial de Saúde Pública (SESP). O novo órgão é criado em decorrência da Terceira Conferência
Extraordinária dos Ministros das Relações dos Continentes Americanos, realizada em janeiro daquele
ano, no Brasil;
Ainda nesse ano, Brasil e EUA assinaram, em Washington, o Acordo Básico, que definia
responsabilidades em relação às garantias sanitárias, a fim de desenvolver na área de extração de
borracha na Amazônia as atividades de saneamento, profilaxia da malária e assistência médico-sanitária
aos trabalhadores daquele setor da economia;
Assistência médica => responsável apenas pela criação e manutenção de hospitais para enfermidades
crônicas.
Década de 70
O modelo de medicina voltado para a assistência à doença em seus aspectos individuais e biológicos,
centrado no hospital, nas especialidades médicas e no uso intensivo de tecnologia é chamado de
medicina científica ou biomedicina ou modelo flexneriano, em homenagem a Flexner, cujo relatório,em
1911, fundamentou a reforma das faculdades de medicina nos EUA e Canadá.
Atenção primária
Nos anos 70, estabeleceu-se, internacionalmente, um debate sobre modelos de assistência à saúde.
Reverte o enfoque curativo, individual e hospitalar tradicionalmente instituído, voltando o foco para um
modelo preventivo, coletivo, territorializado e democrático.
Declaração de Alma-Ata
Determina uma postura político-ideológica que propõe reformular as políticas públicas de saúde e
reorganizar os serviços de saúde.
Carta de Otawa
1986
Valorização de ações voltadas para a promoção da saúde.
Perfil epidemiológico mais bem explicado a partir de determinantes ambientais e do estilo de vida.
Sistema de saúde
“E podemos resumir essa visão, definindo assim um sistema de saúde: conjunto de relações políticas,
econômicas e institucionais responsáveis pela condução dos processos referentes à saúde de uma dada
população que se concretizam em organizações, regras e serviços que visam a alcançar resultados
condizentes com a concepção de saúde prevalecente na sociedade.”
Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato
Conjunto de partes interrelacionadas e interdependentes que tem como objetivo garantir a atenção à
saúde
Componentes
Dinâmica
Perspectiva histórica
Financiamento
Prestação de serviços
Gestão
Regulação
“O Brasil tem posição particular, pois enquanto a maioria dos países estava empreendendo reformas
para reduzir a intervenção do estado, o Brasil implementava sua reforma universalizante.”
Lenaura de Vasconcelos Costa Lobato
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
Art. 8o O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde se inicia pelas Portas de
Entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade do
serviço.
Alimentação saudável
Prática corporal/atividade física
Prevenção e controle do tabagismo
Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e outras drogas
Redução da morbimortalidade por acidentes de trânsito
Prevenção da violência e estímulo à cultura de paz
Promoção do desenvolvimento sustentável
PROTEÇÃO DA SAÚDE
vigilância epidemiológica
vacinações
saneamento básico
vigilância sanitária
exames médicos periódicos
exames odontológicos periódicos.
RECUPERAÇÃO DA SAÚDE
1 – NÃO SISTEMA
SAÚDE PÚBLICA
MEDICINA DO TRABALHO
MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
SAÚDE PÚBLICA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE
1953 – MINISTÉRIO DA SAÚDE
SAÚDE DO TRABALHADOR
MINISTÉRIO DO TRABALHO
MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES
IAPs/INPS/INAMPS
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA
1986
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
TEMA: DEMOCRACIA E SAÚDE
MOMENTO CHAVE DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade.
SUS
A organização do SUS em nosso país está assentada em três pilares:
rede => integração dos serviços interfederativos
regionalização => região de saúde
hierarquização => níveis de complexidade dos serviços.
Estes são os pilares que sustentam o modelo de atenção à saúde, conforme dispõem o art. 198 da CF.
A Constituição ao estatuir que o SUS é um sistema integrado, organizado em rede regionalizada e
hierarquizada, definiu o modelo de atenção à saúde e a sua forma organizativa.
Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público,
constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais de
controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
SUS
“O Sistema Único de Saúde é o arranjo organizacional do Estado brasileiro que dá suporte à efetivação
da política de saúde no Brasil, e traduz em ação os princípios e diretrizes desta política.”
Cipriano Maia de Vasconcelo e Dário Frederico Pasche , “ O Sistema Único de Saúde”, in Tratado de
Saúde Coletiva.
Cipriano Maia de Vasconcelo e Dário Frederico Pasche , “ O Sistema Único de Saúde”, in Tratado de
Saúde Coletiva.
SAÚDE PÚBLICA
MEDICINA DO TRABALHO
MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
SAÚDE DO TRABALHADOR
MINISTÉRIO DO TRABALHO
MEDICINA PREVIDENCIÁRIA
CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES
IAPs/INPS/INAMPS
MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
1974
É criado o Ministério da Previdência e Assistência Social - MPAS, a partir da Lei nº 6.025, de 25 de junho
de 1974. Com isso, há uma redefinição das atribuições do Ministério da Saúde (criado em 1953) e do
recém-criado MPAS.
O INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social é criado no mesmo ano como
parte do processo de institucionalização do MPAS. Institui-se nesse momento o SINPAS (Sistema
Nacional de Previdência e Assistência Social), do qual fazem parte o INAMPS, o INPS (Instituto Nacional
de Previdência Social), IAPAS (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social),
LBA (Fundação Legião Brasileira de Assistência), FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do
Menor), DATAPREV (Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social)
O INAMPS, com recursos previdenciários, passa a responder pela assistência médica dos contribuintes
por meio de sua rede própria e de serviços contratados e conveniados — com forte ênfase nestes
segundos. Nos Estados havia as Superintendências Regionais do INAMPS, que apesar de subordinadas
às decisões centrais, administravam os serviços próprios e se relacionavam diretamente com os
prestadores privados.
CRISE DE 1975
Impasses do modelo previdenciário
Prioridade da medicina curativa => incapacidade de solucionar os principais problemas de saúde coletiva
Modelo hospitalocêntrico, utilização de tecnologia de complexidade crescente => aumento dos custos
Baixo crescimento econômico => Diminuição da arrecadação das contribuições previdenciárias sobre a
folha de salários
Esfera Federal
Ministério da Saúde:
Elaboração de uma política nacional de saúde;
Elaboração de planos de proteção à saúde e combate a doenças transmissíveis e orientação da sua
execução;
Elaboração de normas capazes de assegurar a proteção, recuperação e promoção da saúde coletiva;
elaboração de um programa nacional de alimentação e nutrição;
Coordenação da vigilância epidemiológica em todo o país;
Normatização da instalação de equipamentos de saúde;
Avaliação do quadro sanitário do país;
Fiscalização das condições de trabalho dos profissionais ligados à saúde, entre outras
Ministério da Educação
formação e habilitação dos profissionais do setor saúde, manutenção de hospitais universitários, entre
outras.
Ministério do Trabalho
atividades vinculadas à higiene e segurança no trabalho.
Ministério do Interior
saneamento ambiental, desenvolvimento de programas de saneamento básico, de acordo com as
prioridades definidas pelos planos de saúde.
Municípios
Manutenção dos serviços de pronto-socorros e de vigilância epidemiológica.
Segundo a Lei, os Estados e Municípios receberiam incentivos técnicos e financeiros da União" para
organização de serviços, atividades e programas de saúde, de acordo com as diretrizes
da Política Nacional de Saúde
1981 – CONASP
Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) ligado ao INAMPS.
Duas medidas do CONASP vão dando contorno ao redirecionamento do modelo assistencial no plano
gerencial: a introdução da AIH – Autorização de Internação Hospitalar e das AIS – Ações Integradas de
Saúde entre o Ministério da Previdência e Assistência Social, o Ministério da Saúde e as secretarias
estaduais de saúde, promovendo a transferência financeira do governo federal para os demais entes
federativos, segundo o princípio de universalização do direito à saúde e de responsabilidade pública
para garanti-lo
1982 - Criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) ou municipais
(CONASEMS)
SUDS –
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde
Forma de implantação: convênios com os Estados — entre o INAMPS e as SES, com a passagem
gradativa das unidades assistenciais próprias do INAMPS e dos seus contratos e convênios para os
Estados.
Modelo: os serviços primários sob o controle das prefeituras e os secundários e terciários seriam
controlados pelos Estados.
1986
VIII CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE
TEMA: DEMOCRACIA E SAÚDE
MOMENTO CHAVE DA REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA
Participaram dessa conferência mais de 4.000 delegados, impulsionados pelo movimento da Reforma
Sanitária, e propuseram a criação de uma ação institucional correspondente ao conceito ampliado de
saúde, que envolve promoção, proteção e recuperação.
Quanto aos principais temas discutidos, destaca-se a saúde como um direito vinculado à cidadania, isto
é, o Estado como responsável pela garantia do acesso universal e igualitário dos cidadãos aos serviços.
Estes devem estar organizados de modo descentralizado, e o Estado deve "normatizar e controlar" a
oferta de serviços tanto do setor público quanto doprivado.
SUS
Em 1986, a 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) tinha como tema “Democracia é Saúde” e
constituiu-se em fórum de luta pela descentralização do sistema de saúde e pela implantação de
políticas sociais que defendessem e cuidassem da vida (Conferência Nacional de Saúde, 1986). Era um
momento chave do movimento da Reforma Sanitária brasileira e da afirmação da indissociabilidade
entre a garantia da saúde como direito social irrevogável e a garantia dos demais direitos humanos e de
cidadania. O relatório final da 8ª CNS lançou os fundamentos da proposta do SUS.
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/8_CNS_Relatorio%20Final.pdf
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/construcao_do_SUS.pdf
A reestruturação do Sistema Nacional de Saúde deve resultar na criação de um Sistema Único de Saúde
que efetivamente represente a construção de um novo arcabouço institucional separando totalmente
saúde de previdência, através de uma ampla Reforma Sanitária.
“No nível federal, este novo sistema deve ser coordenado por um único Ministério, especialmente
concebido para esse fim. Com este objetivo o Poder Executivo deve encaminhar, a curto prazo,
mensagem ao Congresso, garantindo-se, entretanto, que a reformulação proposta seja prévia e
Criação do SUS
Resgatar o compromisso do Estado para com o bem-estar social, especialmente no que refere a saúde
coletiva, consolidando-o como um dos direitos da CIDADANIA.
Municipalização.
Propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos:
GESTÃO PLENA DE ATENÇÃO BÁSICA
GESTÃO PLENA DOS SISTEMA MUNICIPAL
NOB-SUS 01/96
Os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunitários,
criando, assim, condições para uma efetiva participação e controle social.
Repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios passa a ser feito com base num
valor fixo per-capita e não mais vinculado a produção de serviços.
O PAB (Piso Assistencial Básico) consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio
de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é
definido pela multiplicação de um valor per capita nacional ( atualmente ) pela população de cada
município (fornecida pelo IBGE) e transferido regular e automaticamente ao fundo de saúde ou conta
especial dos municípios. Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de
determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB . As ações de saúde que fornecem incentivo são :
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS);
Programa de Saúde da Família(PSF);
Assistência Farmacêutica básica;
Programa de combate as Carências Nutricionais;
ações básicas de vigilância sanitária;
ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental.