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FACULDADES INTEGRADAS PITÁGORAS

MELLINE FREITAS NUZZI

ABRIGO ANIMAL
(Centro de apoio, resgate, reabilitação e bem-estar animal)

MONTES CLAROS
2017
MELLINE FREITAS NUZZI

ABRIGO ANIMAL
(Centro de apoio, resgate, reabilitação e bem-estar animal)

Trabalho apresentado ao curso de Arquitetura e


Urbanismo das Faculdades Integradas
Pitágoras como entrega do estudo de obras
análoga da disciplina de Trabalho Final de
Graduação, sob orientação dos Profs. Cristiano
Coimbra, Lívia Turano, Márcio Antunes, Régis
Eduardo Martins.

MONTES CLAROS
2017
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1

1. OBRAS ANÁLOGAS.............................................................................................3
2.1 CENTRO DE REFÚGIO DE ANIMAIS ................................................................ 3
2.1.1 FICHA TÉCNICA .............................................................................................. 3
2.1.2 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................ 3
2.1.3 SETORIZAÇÃO ................................................................................................ 5
2.1.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA ................................................... 6
2.2 CENTRO DE CUIDADO ANIMAL DO SUL DE LOS ANGELES ......................... 10
2.2.1 FICHA TÉCNICA .............................................................................................. 10
2.2.2 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................ 10
2.2.3 SETORIZAÇÃO ................................................................................................ 12
2.2.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA ................................................... 13
2.3 INSTALAÇÃO DE CUIDADO ANIMAL DE PALM SPRINGS .............................. 16
2.3.1 FICHA TÉCNICA .............................................................................................. 16
2.3.2 LOCALIZAÇÃO ................................................................................................ 16
2.3.3 SETORIZAÇÃO ................................................................................................ 18
2.3.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA ................................................... 19

3.0 REFERENCIAL TEÓRICO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................... 25


3.1 BREVE HISTÓRICO DE RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E O ANIMAL DOMÉSTICO
.................................................................................................................................. 25
3.2 ABANDONO ANIMAL.......................................................................................... 27
3.3 RELAÇÃO DO ANIMAL COM A CIDADE ........................................................... 28
3.4 PARCERIA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO ................................................ 30
3.5 CONCEITOS DE ARQUITETURA APLICADOS AOS ESPAÇOS DESTINADOS
AOS CUIDADOS DE ANIMAIS ................................................................................. 31
3.5.1 CORES............................................................................................................. 31
3.5.2 ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAIS ..................................................... 32
4. ANÁLISE DO TERRENO ...................................................................................... 34
4.1 ZONEAMENTO ................................................................................................... 34
4.2 LOCALIZAÇÃO E ENTORNO ............................................................................. 35
4.3 ACESSOS E HIERARQUIA VIÁRIA ................................................................... 37
4.4 ANÁLISE TOPOGRÁFICA DO TERRENO E ENTORNO ................................... 38
4.5 ANÁLISE AMBIENTAL........................................................................................ 40
4.6 ANÁLISE DE CONFORTO AMBIENTAL E ACÚSTICO ..................................... 42
4.7 ANÁLISE DE INFRAESTRUTURA ..................................................................... 45

5. PROGRAMA DE NECESSIDADES ...................................................................... 48

6. FLUXOGRAMAS .................................................................................................. 50

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 55

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 58
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1. INTRODUÇÃO
Nestes últimos anos, de acordo com a Prefeitura Municipal de Montes
Claros e o Centro de Controle de Zoonoses, somam-se mais de 60.000 animais de
pequeno porte e conta-se em média 1.000 animais de grande porte abandonados na
cidade. Acrescenta-se não ser de responsabilidade do Centro de Controle de
Zoonoses ter um lugar especializado para adoção e que segundo a Lei Estadual n°
21.970, de 15 de janeiro de 2016, o cão ou gato comunitário recolhidos nos termos do
art. 5º serão esterilizados, identificados e devolvidos à comunidade de origem pelo
órgão competente. Assim, após recolhido e castrado o animal é solto novamente em
via pública retomando o ciclo de problemas ocasionados pelo abandono.
A falta de eficiência do Centro de Controle de Zoonoses da cidade e as
iniciativas privadas, porém pouco preparadas, de amparo desses animais, vemos a
necessidade da criação de um centro especializado que busque sanar problemas
esses que afetam a cidade como um todo, sejam maus tratos, acidentes em vias
públicas, proliferação de doenças, descontrole populacional de animais entre outros.
Diante disso o trabalho apresentado tem como objetivo principal o
desenvolvimento de um projeto arquitetônico de um Centro de regaste, reabilitação e
bem-estar animal altamente preparado para atender as diversas demandas da cidade
visando mitigar os efeitos de tais problemas de maneira eficaz e a melhora da
qualidade de vida animal na cidade. Dentre os objetivos específicos, destacam-se:
criação de um ambiente de acolhimento aos animais abandonados; o tratamento
médico dos mesmos e reintegração dos mesmos na sociedade através da
disponibilização para adoção; atendimento com baixo custo para animais
pertencentes a famílias de baixa renda residentes na cidade; criação de um local para
eventos beneficentes ligados à causa animal; proporcionar qualidade de vida para os
animais abandonados e elaborar um centro que seja convidativo para que a população
se sinta envolvida e participante desse espaço.
A metodologia utilizada foi direcionada respectivamente com a visita ao
Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros, elaboração de estudos de obras
análogas, pesquisa bibliográfica, referencial teórico, diagnóstico do terreno escolhido,
criação de um programa de necessidades eficiente e fluxogramas.
O segundo capítulo trata da análise de três obras análogas funcionais,
tipológicas, tecnológicas e plásticas como referenciais de obras já construídas e em
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funcionamento para melhor entendimento da temática do projeto proposto. O terceiro


capítulo apresenta a pesquisa bibliográfica que foi utilizada para a realização do
referencial teórico para melhor embasamento científico e aprofundamento no tema
com autores, arquitetos, profissionais da área, instituições e pensadores atemporais.
O quarto capítulo expõe o diagnóstico do terreno como resultado da pesquisa e
especificações de legislações existentes atuais para implantação de uma instalação
eficiente com estas atividades propostas. O quinto capítulo apresenta, detalhado, a
representação gráfica do programa de necessidades e os fluxogramas elaborados
como produto final de todo o estudo sobre os temas abordados e atividades propostas,
evidenciando a conexão dos espaços dentro do Centro.
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2. OBRAS ANÁLOGAS

2.1 CENTRO DE REFÚGIO DE ANIMAIS


2.1.1 FICHA TÉCNICA
Arquitetos: Arons en Gelauff Architecten.
Localização: Amsterdam, Países Baixos.
Equipe Arquitetônica: Adrie Laan, Rianne Kreijne, Joost van Bergen, Miren
Aramburu, Mariska Koster, Claudia Temperilli, Oliver Rasche.
Arquiteto paisagista: DRO Amsterdam, Ruwan Aluvihare.
Engenheiro Arquiteto: Van Rossum, Amsterdam.
Engenheiro de Instalação: W + R instalações, Utrecht.
Contratante: BAM, Amsterdam.
Cliente: Agência de Gestão de Projectos Amsterdam, Stichting
Dierenopvangcentrum Amsterdam.
Área construída: 5800,0 metros quadrados.
Ano do projeto: 2007.

2.1.2 LOCALIZAÇÃO

Figura 1: Localização do Centro de refúgio de animais de Amsterdam.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.


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Figura 2: Usos e tipologias do entorno do Centro de refúgio de animais de


Amsterdam.

Legenda:

Área comercial

Área residencial

Centro de refúgio animal

Centro de refúgio para gatos

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.

O empreendimento foi inserido em uma zona afastada do centro da cidade


de Amsterdam em um terreno que faz divisão com um córrego, possibilitando assim
um local calmo evitando problemas de ruídos internos interferindo com as
dependências externas e vice-versa. A zona é mista quanto ao uso dos terrenos, tendo
tanto comércio, residências e áreas rurais em seu entorno. Algo que chama atenção
é o fato de ter outro centro de refúgio, apenas para gatos, bem próximo a edificação
caracterizando uma cultura de preocupação com o bem-estar animal e com os
possíveis problemas causados pelo descompromisso do controle de reprodução e
abandono desses animais. Com relação as vias de acesso, observamos que na
fachada principal existe uma via rápida de 4 pistas e uma via lateral de mão dupla,
sendo o acesso principal feito por essa avenida. A região é bem arborizada e com
grande predominância de vegetação
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2.1.3 SETORIZAÇÃO
A setorização do empreendimento gira em torno da naturalidade em que os
usuários circulam em seu interior, assim, todos os setores são ligados por grandes
corredores de acesso facilitando a execução de atividades. A área administrativa se
dispõe de maneira centralizada e têm acesso facilitado em ambas extremidades que
possuem os alojamentos dos animais. Ainda na parte central do empreendimento,
contemplamos a zona médica e a zona de serviços atuando como divisor das
espécies, caninos e felinos, dispostos em extremidades diferentes. As disposições
destes alojamentos acabam por se assemelhar com a de uma cadeia, sendo assim,
um ponto que podemos estar pensando em soluções arquitetônicas de disposição
para se distancie dessa definição. Em sua extremidade esquerda, foi inserido a zona
de quarentena dos animais que necessitam de cuidados específicos, seja médico ou
comportamental, distanciando-os dos demais animais que já possuem essas
estabilidades.

Figura 3: Zoneamento do Centro de refúgio de animais de Amsterdam.

ZONA DE CANINOS
ZONA DE QUARENTENA
ZONA DE FELINOS
ZONA ADMINISTRATIVA
ZONA MÉDICA
ZONA DE SERVIÇOS

Fonte: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten, adaptado


pela autora.
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2.1.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA


Em primeira vista não é possível compreender intuito das placas dispostas
nas fachadas, apenas compreendemos que há o encaixe da obra no local com
predominância do verde. Observando com mais aprofundamento, percebemos a
relação das placas com tonalidades de verde que se assemelham à grama existente
na outra margem do rio e que em conjunto com o reflexo da obra no leito do rio,
representa a continuidade do verde na paisagem. Essa assimilação traz sensação de
pertencimento da obra ao local e de maneira que ela não venha ser um impacto na
paisagem urbana.

Figura 4: Lateral do Centro de refúgio de animais de Amsterdam.

Fonte: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten

Figura 5: Cores presentes na grama.

Fonte: http://bonzabins.com.au/wp-content/uploads/2015/11/Profile-header-1.jpg
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Figura 6: Pátio interno do Centro de refúgio de animais de Amsterdam.

Pátio para soltura e


recreação.

Alojamentos de
felinos e caninos.

Corredores de
acessos e circulação.

Fonte: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten, adaptado


pela autora.

Figura 7: Corte longitudinal dos alojamentos.

Abertura no
alojamento de
felinos com
proteção.

Abertura no
alojamento de
caninos.

Abertura para
alimentação e
soltura de
caninos.

Fonte: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-architecten, adaptado


pela autora.
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Algo importante inserido no projeto foi a preocupação com a segurança e


bem-estar do animal resgatado. Assim como a arquitetura frisa o conforto do ser
humano, nesta obra também se direciona para o bem-estar animal, sendo de suma
importância o conforto nos alojamentos visto ser uma área pequena de permanência.
Como visto na Figura 7, representando um corte dos alojamentos, foram feitas
aberturas para ventilação e iluminação natural. E no caso de felinos, recebe proteção
nessas aberturas, impossibilitando fugas e até mesmo uma forma de distração visto
que os mesmos gostam de locais altos para observação.

Figura 8: Vista aérea da maquete eletrônica do Centro de refúgio de animais de


Amsterdam.

Curvas orgânicas.

Pátios internos.

Forma de cunha.

Fonte: http://www.archdaily.com/2156/animal-refuge-centre-arons-en-gelauff-
architecten, adaptado pela autora.

Figura 9: Cunha.

Fonte: http://www.futilish.com/wp-content/uploads/2011/02/18.jpg
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Conforme mostrado nas Figuras 8 e 9, o projeto acompanha o formato do


terreno, assim como as linhas irregulares da natureza circundante, seja pela
vegetação ou pelo córrego, trazendo sensação de fluidez no projeto. Sua forma
orgânica, assemelha-se a uma cunha, tendo o seu comprimento afunilado em uma
das extremidades se adequando ao terreno.

Observamos o contraste do cheio e do vazio da forma em sua estrutura e


seus pátios. A ventilação e iluminação natural vem como ponto forte neste contraste
valorizando o conforto dos usuários tanto seres humanos quanto animais que ali estão
alojados.

É interessante observarmos que as maiores aberturas estão voltadas para


o a parte interior da obra, assim, possibilita um melhor conforto acústico considerando
tanto os ruídos internos de latidos, miados e etc., quanto os ruídos provocados pelo
do tráfego externo. É de suma importância que os ruídos externos não atinjam a parte
interna da instalação pelo fato de proporcionar uma qualidade de permanência nos
animais possibilitando assim que os latidos sejam controlados e amenizados por não
ter ruídos que causem desconforto aos animais. Em companhia das aberturas
voltadas para o interior temos a forma também, suas extremidades côncavas auxiliam
em um melhor conforto acústico pelo fato de que os ruídos internos sejam refletidos
para o interior.
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2.2 CENTRO DE CUIDADO ANIMAL DO SUL DE LOS ANGELES

2.2.1 FICHA TÉCNICA:


Arquitetos: RA-DA.
Localização: 1850 West 60th Street, Los Angeles, CA 90047, Estados Unidos.
Gestor de projeto: Sofia Ames.
Designers: Carolyn Telgard, Jesse Madrid.
Engenheiro estrutural: John Labib & Associates.
Engenheiro civil: Consultoria RBF, EW Moon.
Especificações: Chew Especificações.
Contratante: Mackone Desenvolvimento Inc.
Proprietário do edifício: Cidade de Los Angeles Bureau of Engineering.
Outros membros da equipe: Serviços de Animais em Los Angeles.
Ano do projeto: 2013.
Fotografias: Ralf Strathmann

2.2.2 LOCALIZAÇÃO

Figura 10: Localização do Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles.

Centro de Los Angeles. Centro de cuidado animal


do sul de Los Angeles.

Centro de cuidado animal do


sul de Los Angeles.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.


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Figura 11: Vista área da implantação do Centro de cuidado animal do sul de Los
Angeles.

Fonte: Google Maps.

Figura 12: Imagem aérea de usos e tipologias no entorno da edificação.

Fábrica
Centro de
cuidado inativa.
animal do
sul de Los Fábrica
Angeles.
inativa.

Clínica de
Medicina
Estacionamento Holística.
de ônibus
escolares.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.


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O Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles está localizado em uma


área de zona industrial e comercial, como visto nas Figuras 10, 11 e 12. Está inserido
em um terreno de esquina onde possui grande visibilidade de acordo com o grande
fluxo de veículo e pessoas que por ali trafegam. Possui algumas fábricas dispostas ao
entorno, algumas delas estão inativas e outras se mantém ativas. Em frente ao
empreendimento, temos um grande estacionamento de ônibus escolares e alguns
carros de uso educacional. As vias públicas são medianas em questões de tamanho,
mas que consegue atender a demanda de circulação de veículos e pedestres.

2.2.3 SETORIZAÇÃO

Figura 13: Setorização do Centro de cuidado animal de Los Angeles.

ÁREAS MENORES

ÁREAS MAIORES

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center,
adaptado pela autora.

O empreendimento foi setorizado de acordo com as funções dadas e


relacionado ao tamanho do ambiente. Observamos que o centro não dispõe de áreas
abertas ou pátios para recreação, sendo todos os ambientes cobertos. Conta com
área médica, área de quarentena, salas para répteis e animais pequenos, sala para
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eutanásia e de isolamento. A setorização acaba sendo rígida, seguindo a tradicional


linha reta, sendo ambientes pequenos, porém altamente eficientes.

2.2.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA


Figura 14: Imagem da fachada principal do Centro de cuidado animal do sul de Los
Angeles.

Formas
trapezoidais.

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center,
adaptado pela autora.

O trapézio e as formas geométricas vêm como inspiração de sua


volumetria, podendo ser visto em detalhes, pinturas e estruturas, como na imagem
mostrada acima. O Centro desafia o preconceito de que um centro de resgate como
edifício arquitetonicamente projetado e de traços diferenciados. Dispõe de
estacionamento próprio para visitantes e trabalhados e de um bicicletário em sua
fachada principal. Expondo cores vibrantes e alegres, formas irregulares e o concreto
aparente, o centro traz conforto para os usuários seja humano ou animais, pois
escolhem cores do óculo animal. As cores vibrantes, que trazem atenção para o centro
e o torna mais visível em meio das fábricas, faz contraste com a cor branca
apresentada em seu mobiliário e nas paredes do seu interior arremetendo a um local
limpo e de alegria. Na sua parte interna possui as tubulações sistêmicas aparentes,
sendo tingida pela cor verde criando maior amplitude e sensação diferente de estética.
A tubulação, o concreto aparente e o piso de cimento queimado visto em sua fachada
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e interior, caracterizando-o como Brutalista, onde seu foco era a expor a alma do
edifício que no caso é a estrutura da obra.

Figura 15: Imagem da fachada do Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles.

Concreto aparente

Cores vibrantes.

Bicicletário.

Estacionamento
próprio.

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center,
adaptado pela autora.

Figura 16 Recepção principal do Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles.

Cores vibrantes.

Formas
trapezoidais.

Paredes brancas.

Piso de cimento
queimado.

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-
community-center, adaptado pela autora.
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Figura 17 Corte sistemático do Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles.

Cores vibrantes. Formas trapezoidais. Formas geométricas.

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center,
adaptado pela autora.

Figura 18 Ambiente interno do Centro de cuidado animal do sul de Los Angeles.

Tubulações aparentes.

Teto pintado.

Paredes brancas.

Formas trapezoidais.

Piso de cimento
queimado.

Fonte: http://www.archdaily.com/407296/south-los-angeles-animal-care-center-and-community-center,
adaptado pela autora.
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2.3 INSTALAÇÃO DE CUIDADO ANIMAL DE PALM SPRINGS

2.3.1 FICHA TÉCNICA


Arquitetos: Swatt | Miers Arquitetos.
Localização: Demuth Park, Palm Springs, Califórnia 92264, Hoa Kỳ.
Arquitetos: Swatt | Miers Arquitetos.
Equipe de Design: George Miers, AIA,
Designer do Projeto/Principal responsável: Tim Hotz, AIA,
Capitão de Trabalho: Aaron Harte, AIA, LEED AP,
Administrador de construção: Maureen Cornwell, Designer de interiores
Arquiteto paisagista: Randy Purnel Arquitetos paisagistas
Tipo de construção: Tipo V não classificado
Área construída: Não informado.

2.3.2 LOCALIZAÇÃO

Figura 19: Localização da Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Instalação de cuidado Centro da cidade de Instalação de cuidado


animal de Palm Springs. Palm Springs. animal de Palm Springs.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.


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Figura 20: Vista aérea da implantação da Instalação de cuidado animal de Palm


Springs.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.

Figura 21: Imagem aérea de usos e tipologias no entorno da edificação.

Zona
Residencial.

Instalação de
Complexo cuidado
de lazer e animal de
esporte. Palm Springs.

Complexo
Centro de comercial.
tratamento
de água de Terrenos
Palm Springs. vazios.

Fonte: Google Maps, adaptado pela autora.

A instalação de cuidado animal de Palm Springs está inserida em uma zona


mista afastada do centro da cidade. Observamos que, como mostrado nas imagens
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acima, em seu entorno encontramos vários tipos de edificações de diferentes funções


como; Centro de tratamento de água da cidade, complexo de lazer e esportes,
terrenos vazios, complexo comercial, zonas residenciais e um pouco mais afastado
encontramos um Resort Aquático. Demostrando-se assim ser uma implantação em
um local de grande visibilidade social, tranquila e plana. A vegetação claramente se
assemelha a desértica, observando vegetação apenas nos pontos de recreação e
mesmo assim bastante rasteira, com poucas espécies altas. Seu entorno, com
edificações residenciais afastadas, contribui para que não haja problemas de ruídos
tanto internos para vias externas quanto externos para o interior da obra, causando
assim uma maior tranquilidade para os usuários do Centro.

2.3.3 SETORIZAÇÃO

Figura 22: Setorização do Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects,
adaptado pela autora.
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A setorização da instalação conta com diversos ambientes de diversas


funções. Atendem desde cuidados médicos a salas de aula, voltadas à educação de
respeito aos animais e medicina veterinária. Contempla então, uma vasta área de
atendimento e locais necessários para que um centro de resgate funcione de maneira
eficiente. A área de adoção canina é voltada para um pátio interno, assim proporciona
uma melhor ambiência quanto á circulação dos futuros adotantes e trazendo o ar livre
aos animais à serem adotados. A circulação dos usuários é feita por base de
corredores que interligam áreas, mas que ao menos tempo conseguem distinguir
áreas de acordo com as espécies ali instaladas, assim, mantendo distinção da área
felina da canina. A obra possui estacionamento próprio e de uma forma singular que
se adequa ao ambiente inserido, assim, torna-se um local atrativo para que a
sociedade seja participante. Acompanha inicialmente um partido retangular sendo
acrescentado anexos de um retângulo descontruído tomando uma forma singular.

2.3.4 PLÁSTICA E FUNCIONALIDADE DA OBRA


Figura 23: Fachada principal da Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects
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Como mostrado nas Figuras 22 e 23, a obra contempla uma volumetria


geométrica de formas triangulares e retangulares. O contraste de textura e cores é
exposto tanto no interior quanto no exterior do edifício, trazendo cores vibrantes em
detalhes da fachada principal e um tom vermelho terroso nas adjacentes contrastando
com a cobertura em branco. O uso dos pilares esbeltos e em diferentes direções faz
assimilação ao tronco dos coqueiros nativos da região e consequentemente
proporciona leveza estrutural na fachada principal. Utiliza a simbologia animal nas
estátuas expondo a função do edifício que é voltado ao cuidado animal, assim,
apresenta estátuas da cachorros e gatos pela implantação. O acesso principal se dá
pela fachada principal que apresenta um mix de textura e cores, as cores vibrantes
dos tons de roxo, amarelo e vermelho, contrasta com o branco da cobertura. A textura
rugosa da parede vermelha contrasta com o metal nos brises, com os pilares e com a
parede branca que apresenta um revestimento liso e sóbrio. Tornando-se uma obra
que utiliza de diversos artifícios estruturais e de revestimento para concepção da sua
identidade.

Figura 24: Fachada lateral da Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Respeito à vegetação Forma triangular.


existente.

Jogo de textura
de cor chamativa.

Vegetação nativa.

Pilares esbeltos e
em V.

Obras artísticas.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects,
adaptado pela autora.
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Figura 25: Fachada principal da Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Aberturas
assimétricas e
geométricas.

Jogo de cores
chamativas.

Formas
retangulares.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects,
adaptado pela autora.

A área dos felinos mostrada abaixo conta com tons de amarelo alternando
entre tons claros e mais fortes dessa cor. Visto ser uma tonalidade que é perceptível
ao olho felino e que apresenta uma forma de chamar atenção para os ambientes
mostrados e dar a sensação de alegria. A necessidade dos felinos de distração, seja
com escaladas ou brincadeiras relacionadas a caça, se mostra nos brinquedos
presentes na vitrine de adoção e na estrutura presente próximo às aberturas para que
o felino não se sinta extremamente preso em um ambiente e o torne agressivo. O
letreiro “Cool cats” que, traduzido para português: “Gatos legais. ”, traz a estratégia de
desmitificação da agressividade e individualidade dos felinos, para que o adotante
perca o medo da espécie podendo conhecê-lo em sua essência.
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Figura 26: Detalhe das aberturas no gatil da Instalação de cuidado animal de Palm
Springs.

Aberturas
para
iluminação e
visibilidade.

Tons claros e
amarelados de
acordo com a
percepção do
olho felino.

Aberturas para
iluminação e
visibilidade.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-
architects, adaptado pela autora.

Figura 27: Vitrine do gatil da Instalação de cuidado animal de Palm Springs.

Tom
amarelado.

Letreiro
estratégico
para felinos.

Uso do vidro
para iluminação
natural e
visibilidade.

Colocação de
brinquedos
para distração e
recreação dos
felinos.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-
architects, adaptado pela autora.
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A área canina, mostrada nas figuras abaixo, apresenta os mesmos tons de


coloração de que a área dos felinos seguindo também de acordo com a percepção
ocular da espécie e arremetendo às suas sensações. Como o cão possui maior
número de aceitação, número como animal doméstico e maior dependência humana
para sobrevivência com relação aos gatos, consequentemente possui uma
reprodução de maior escala tornando-os animais de maior número que são
abandonados e que precisam de um lar responsável. Assim nota-se mais espaços
destinados ao bem-estar comportamental, médico e áreas destinadas a adoção tanto
externas quanto internas.

Toda a identificação da área canina interna se dá pelo letreiro central


exposto na entrada do corredor em conjunto com as peças em forma de cães
dispostos nas extremidades do letreiro. Na área de adoção e alojamento interno, é
possível observar uma certa continuação da cor que se inicia no piso de cimento
queimado e se une na tonalidade da parede, de forma a dar atenção aos cartazes e
delimitar o fim do corredor. A iluminação direta é trabalhada de forma a trazer foco
para elementos importantes, foi colocado com o foco nas paredes para possíveis
fixação de cartazes tantos fixos quanto eventuais.

Posteriormente a área externa destinada a adoção de cães, vem


trabalhando com alojamentos dispostos de maneiras paralelas sendo separados por
um jardim central. Esse alojamento externo é possível pelo fato da espécie possuir
limitações físicas que impedem a fuga, sendo totalmente inadequado uma área
externa e com aberturas para os felinos. O jardim central, composto por vegetação
rasteira e nativa, contribui para uma melhor agradabilidade visual, olfativa e de
conforto ocasionando um espaço agradável tanto para o usuário humano de cuidado
e de adoção quanto para o animal que ali está alojado.
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Figura 28: Corredor interno da Instalação de Cuidado Animal de Palm Springs.

Tom
amarelado.

Simbologia do
cão.

Figuras

Uso do vidro para


iluminação natural
e visibilidade.

Piso de cimento
queimado
tonalizado.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-architects,
adaptado pela autora.

Figura 29: Alojamentos externo de cães da Instalação de Cuidado Animal

Faixa pintada
em cor
chamativa.

Revestimento
nas paredes.

Alojamento
externo para
adoção.

Fonte: http://www.archdaily.com/237233/palm-springs-animal-care-facility-swatt-miers-
architects, adaptado pela autora.
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3.0 REFERENCIAL TEÓRICO/REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 BREVE HISTÓRICO DE RELAÇÃO ENTRE O HOMEM E O ANIMAL


DOMÉSTICO
A domesticação de animais se tem por relatos de mais de 100.000 mil anos,
onde homens davam abrigos a filhotes de lobos que eram abandonados e que
rondavam por seus acampamentos. A relação inicialmente, era dada pela troca de
interesses tanto do homem quanto do animal. O homem tinha como interesse a
proteção que lhe era dada como retribuição pela alimentação do animal com restos
de suas caças. Ao longo da evolução da domesticação canina, eram observados
fatores como o comportamento e comunicação entre o homem e o cão. Os animais
escolhidos para o convívio próximo com o humano eram os animais de melhor
comportamento e que de certa forma entendiam a rotina e as limitações daquele grupo
de humanos.

A relação arcaica não visava o bem-estar do animal tendo uma relação


totalmente exploratória e insensível, tanto que, no século XVII, ao chegarem em idade
avançada e não conseguiam mais praticar suas atividades como a caça e a guarda,
esses cães eram sacrificados por meio de enforcamentos ou afogamentos. Isso se
dava à superioridade e à falta de sensibilidade do humano para com o cão. Uma forma
de afirmar essas práticas de insensibilidade humana é citarmos René Descartes, que
difundia a ideia dos animais como máquinas insensíveis e irracionais, que para provar
sua tese dissecava cães com corações ainda pulsantes para entender como
funcionavam, ignorando o sofrimento do animal.

Foi quando Arthur Schopenhauer (1788,1869) refletiu o seguinte


pensamento: “A compaixão pelos animais está intimamente ligada à bondade de
caráter, e quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem. ” Assim,
reconhece o animal doméstico como ser sensível e passível de compaixão do homem.
Sendo de um pensamento de profunda indignação contra atitudes insensíveis
praticadas pelos homens na sociedade em que se vivia. Para Schopenhauer, o
homem naquela época pouco fazia para tornar as relações entre o homem e o animal
mais amistosas e com devido respeito à vida.
P á g i n a | 26

Chegando ao pensador Charles Darwin, analisa a seleção artificial no qual


se refere a uma seleção conduzida pelo homem de cruzamentos seletivos entre
plantas e animais, objetivando espécies de características desejáveis. Assim, os
animais domésticos que mais se adaptavam ao convívio humanos ganharam
vantagem adaptativa, tendo chance de maiores reproduções. Assim, a sociedade
passa a reconhecer a senciência, capacidade dos seres de sentir algo
conscientemente como sensações e sentimentos, dos animais e da necessidade de
medidas mitigadoras para o bem-estar animal e a proteção dos mesmos contra
quaisquer tipos de abusos.

Em relação às espécies felinas de pequeno porte, há relatos de que a data


estimada para início de sua domesticação seja de 7.000 a 100 a.C. O gato, não é
considerado, em todas as teorias, como um ser totalmente domesticado, visto que
suas habilidades o torna um animal independente do ser humano, sendo
autossustentável, sem a necessidade da ajuda humana para sobreviver. Atualmente
o animal doméstico é visto incorretamente como objeto de status, acarretando
valorização de determinada espécie e consequentemente a desvalorização de outra,
seja de uma raça que não esteja mais em alta ou de animais sem raça definida.

A relação atual de apego aos animais domésticos, foi resultado de um


processo evolutivo em conjunto de humanos e animais, explicitada na sociedade atual
onde o número de animais domésticos cresce drasticamente, superando até o número
de crianças em determinadas cidades. Os animais domésticos assumem a
importância de manter o equilíbrio mental das pessoas, visto que a sociedade
moderna individualista atua como fator de isolamento pessoal, sendo o animal um
refúgio psicológico para aqueles que necessitam de um certo tipo de conforto
sentimental.

Uma pesquisa feita em 2013, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), calculou que o número de crianças nos lares familiares sofreu uma
queda com relação às famílias que possuem cães (Gráfico 1). No Brasil, crianças de
até 14 anos somam 45 milhões nos lares e já os cães um total de 52 milhões se
igualando a países como Estados Unidos e Japão. (RITTO, 2015)
P á g i n a | 27

Gráfico 1: Projeção de crescimento da população de animais e crianças


(Em milhões).

Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (ABINPET), com
base nos dados do Mercado e Projeção sobre pesquisas do IBGE, 2015.

3.2 ABANDONO ANIMAL


Ao adquirir um animal de estimação a pessoa deve ter a consciência de
suas responsabilidades para com o mesmo. Os cães e gatos necessitam de um
cuidado em especial, consultas rotineiras com o médico veterinário, boa alimentação,
lazer e brincadeiras, passeios, espaço, higiene e todas as necessidades que um
companheiro animal necessita.

“Outra atitude que normalmente acaba em abandono é a compra de


animais por impulso, principalmente nas famosas feirinhas de filhotes ou pet shops.”
(SHULTZ, 2009.). Assim os animais são transformados em objetos para presentear
crianças e até mesmo adultos em datas comemorativas. Muitos possuem a ilusão do
filhote como algo fofo e que nunca irá crescer e desenvolver. Um dos pontos principais
do abandono é o crescimento de filhotes que se tornam cachorros de grande porte
que não se adequam nas residências que tendem a se tornar apartamentos ou com
metragem quadrada reduzidas. Assim esses animais são destinados as vias públicas,
estradas afastadas ou até mesmo ao Centro de Controle de Zoonoses do município.

“Estima-se que, de 10 animais abandonados, 8 já tiveram um lar. São animais


que, por um motivo ou outro, foram rejeitados, não superaram as expectativas
de seus “donos” e por isso, foram descartados. Cresceram demais,
P á g i n a | 28

adoeceram, não foram educados o suficiente, geraram gastos e


aborrecimentos. ” (SHULTZ, 2009)

Assim, vários motivos são dados para o abandono de animais de acordo


com a Revista veterinária “Journal of Applied Animal Welfare Science”, como
mostrado na tabela 1, a respeito de uma pesquisa realizada nos Estados Unidos que
contemplou12 abrigos em 2007:

Tabela 1: Motivos de abandonos.

GATOS CÃES
1º 37% Suja a casa. 20% Destrutivo dentro de casa
2º 16,9% Agressividade. 18,5% Suja a casa.
3º 14,6% Destrutivo dentro de casa. 12,6% Destrutivo fora de casa.
4º 11,4% Destrutivo fora de casa. 12,1% Agressividade.
5º 9,0% Mordidas. 11,6% Fugas da residência.
6º 8,0% Não se adapta com outros animais. 11,4% Hiperatividade.
7º 6,9% Requer muita atenção. 10,7% Requer muita atenção.
8º 6,9% Não amistoso. 10,7% Late ou uiva muito.
9º 4,6% Eutanásia por motivos de comportamento. 9,7% Mordidas.
10º 4,6% Hiperatividade. 9,0% Desobediência.
Fonte: Revista veterinária “Journal of Applied Animal Welfare Science” , adaptado pela autora.

Ressaltando que o crime de maus-tratos contra o animal é legitimado pelo


Art. 32, da Lei Federal nº. 9.605 de 1998 (Lei de Crimes Ambientais) e o Art. 164 do
Código Penal, prevê o crime de abandono de animais para aqueles que introduzirem
ou deixarem animais em propriedade alheia sem consentimento resultando em penas
como:

A pena prevista pelo Art. 32 da Lei de Crime Ambientais é de detenção de


3 meses a 1 ano e multa e a pena prevista pelo Art. 164 do Código Penal é de
detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa.

3.3 RELAÇÃO DO ANIMAL COM A CIDADE


Diante de todo o contexto do relacionamento do homem com o animal
doméstico fica evidente a preocupação com os problemas que possam estar
relacionado com a falta de conscientização e descontrole de população animal. Além
P á g i n a | 29

disso, a existência dessa nova configuração social impõe a necessidade de uma


instituição de resgate e amparo animal para que não interfira na sociedade.

A ineficiência de um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e de abrigos


que não são propriamente projetados e administrados é um polo radiador de
potenciais problemas de saúde pública, segurança e da imagem da cidade.

De acordo com a pesquisa realizada em 2005, como forma de verificação


da situação da Leishmaniose Visceral na cidade de Montes Claros, constatou-se uma
cidade característica e propícia à ocorrência da doença resultante da convivência
elevada com animais domésticos abandonados na cidade, proporcionando condições
favoráveis para a ocorrência da transmissão epidêmica da doença. Outro fator
importante na transmissão, sendo descrito por Sherlock, é que a Leishmaniose
Visceral vem ocorrendo com mais frequência em áreas quentes, onde o clima se
assemelha com o da cidade de Montes claros, seco e com média baixa de chuvas
anuais.
A cidade também foi analisada pelo Ministério da Saúde e escolhida de
acordo com a gravidade da doença instalada referente ao número de animais
abandonados em vias públicas. De acordo com o Centro de Controle de Zoonoses
(CCZ) de Montes Claros, órgão responsável pelo controle de agravos e doenças
transmitidas por animais, de 2007 a 2011 foram confirmados 129 casos humanos,
com 10 óbitos. Foram realizados 44.228 exames preventivos em cães na cidade, no
período de 2009 a 2011. Foram diagnosticados 2.472 casos caninos positivos
considerando a ineficácia de acesso aos hospedeiros domésticos visto que o número
de animais na cidade, de acordo com a Bióloga responsável pela pesquisa de
Leishmaniose Visceral Sandra da Silva Barros Marinho, passa de 60.000 cães.

“O abandono relacionado com o descontrole de reprodução gera outro


problema grave visto que cada cria que nasce pode gerar 15 cães ou 45
gatos. Assim, em seis anos uma cadela e seus descendentes conseguem
produzir aproximadamente 64 mil filhotes. No décimo ano de uma geração de
um casal de cachorro são gerados 80 milhões de animais. No caso de gatas,
consequentemente, esse número é ainda maior. ” (CESARINI, 2016.)

Segundo Cesarini (2016), a maneira mais eficiente de solucionar o


problema de controle populacional de cachorros e gatos é a castração e não o
sacrifício. A castração além de evitar o abandono traz outros benefícios como a
diminuição drástica do risco de doenças nas vias uterinas; do câncer de mama, útero,
P á g i n a | 30

próstata e testículos; elimina a gravidez psicológica; ameniza o risco das fugas e


brigas, que podem acarretar acidentes; entre outros.
O alto número de animais abandonados nas vias públicas atua também
como um problema de imagem da cidade. “Entre seus inúmeros papéis, a paisagem
urbana também é algo a ser visto e lembrado, um conjunto de elementos do qual
esperamos que nos dê prazer. ” (LYNCH, Kevin. 1997). Montes Claros é uma grande
cidade muito visada pela região sul da Bahia e pelo entorno norte mineiro,
consequência de uma economia que gira entorno da Zona Industrial, Saúde e
Educação Acadêmica, recebendo grande quantidade de população flutuante e até
mesmo de pessoas que após utilizar de serviços oferecidos pela cidade se instalam
permanentemente. Assim problemas de abandono de animais em vias públicas
transforma a imagem da cidade tornando algo desagradável, desconfortável e
perigoso.
Continuando com o pensamento de Lynch (1997) sobre a legibilidade da
cidade ele cita “Uma boa imagem ambiental oferece ao seu possuidor um importante
sentimento de segurança emocional. ”. Diante disso há necessidade de interação do
cenário urbano e políticas públicas visando a qualidade do controle de abandono de
animais e maus tratos dos mesmos que consequentemente muda a imagem da cidade
diante o usuário.

3.4 PARCERIA ENTRE O PÚBLICO E O PRIVADO


Os centros urbanos estão cada vez mais lotados de animais domésticos
abandonados. Os bichos vivem ao relento, sofrem maus tratos, correndo risco de
serem atropelados, geram um certo caos à saúde pública, até que são recolhidos pelo
Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), onde os animais ficam instalados por três
dias, até que são eutanásiados. (SCHULTZ, 2014.)

Segundo Schultz (2014) soluções para minimizar o abandono de animais


existem e são possíveis, embora que ainda com certa dificuldade, de serem
implementadas na prática. A conscientização da população, políticas governamentais,
públicas e privadas que vissem a castração e até mesmo a castração em massa e de
baixo custo são uma dessas soluções. Contempla também políticas de adoção
responsável, orientação quanto à responsabilidade de compra de filhotes em feitas de
adoções e incentivo da adoção e não da compra, ou se optar pela compra que seja
P á g i n a | 31

apenas de animais com ótima procedência vindo de criadores sérios que se


preocupam com o estudo da raça e do bem-estar animal.

Para a manutenção do centro, a verba virá de serviços prestados a


comunidades, por meio de doações da sociedade e sociedade com protetores de
animais que já realizam trabalhos a respeito dessa causa.

A parceria visa benefícios para ambos contribuintes, ajudando na saúde e


segurança pública e possibilita um local de refúgio para os animais resgatados das
ruas pelos protetores independentes. Assim foi necessário entender como os
conceitos de arquitetura aplicados aos espaços destinados aos cuidados do animal
traz uma percepção e eficiência para o projeto.

3.5 CONCEITOS DE ARQUITETURA APLICADOS AOS ESPAÇOS DESTINADOS


AOS CUIDADOS DE ANIMAIS
“A temática arquitetônica é muito variada. Ela deve ser tão ampla quanto a
variedade das atividades humanas na sociedade. ” (NEVES, 2011. p.15). Visto que os
animais e os seres humanos possuem percepções espaciais diferentes nota-se
necessária avaliação e relação das duas percepções ao projetar espaços destinados
aos cuidados destes animais. Assim, de acordo com PALLASMAA (2011) a
Arquitetura oferece formas e superfícies agradáveis e configuradas para o toque dos
olhos e dos demais sentidos.

3.5.1 CORES
Um mito que se espalha ao redor do mundo é que os animais não enxergam
cores, enxergando apenas em preto e branco. Os humanos possuem três tipos de
pigmentos na retina capazes de captar o azul, o vermelho e o verde, já os cães e
gatos só possuem dois pigmentos, assim a capacidade dos cães e gatos de poder
identificar cores é reduzida de acordo com o espectro deles. Uma exposição na Grã-
Bretanha da universidade de Lincoln explica como a percepção dos cães e gatos pode
ser diferente das dos humanos, como mostrado na Figura 29 e Figura 30.
P á g i n a | 32

Figura 30: Relação da percepção animal com a dos humanos.

Fonte: http://abes-sp.blogspot.com.br/2012/07/exposicao-revela-misterios-da-
percepcao.html#.WP5_bNLyvIU.

Figura 31: Relação da percepção animal com a dos humanos.

Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/121256/Vis%C3%A3o-de-gato-Ver-o-mundo-
com-os-olhos-de-um-felino.htm

Para Farina (1982) o indivíduo que recebe a comunicação visual, a cor


exerce uma ação tríplice: a de impressionar, a de expressar e a de construir. A cor é
vista: impressiona a retina. É sentida: provoca uma emoção. E é construtiva, pois,
tendo um significado próprio, tem valor de símbolo e capacidade, portanto, de
construir uma linguagem que comunique uma ideia. O projeto de um centro para
animais deve estar de acordo com a questão da percepção do animal e da
agradabilidade visual humana, ambos em equilíbrio visando eficiência
comportamental e atrativa.
P á g i n a | 33

3.5.2 ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO NATURAIS


Um projeto arquitetônico define o desempenho do edifício de acordo com o
conforto dos usuários, pensando desta forma Frota (1995) cita que a Arquitetura,
como uma de suas funções, deve oferecer condições térmicas compatíveis ao
conforto térmico humano no interior dos edifícios, sejam quais forem as condições
climáticas externas. E assim como os humanos necessitam de conforto térmico os
animais, que possuem diferentes formas de transpiração, necessitam de diretrizes
voltadas a ventilação e iluminação natural.

Em lugares como Montes Claros o conforto térmico anda lado a lado com
a ventilação natural, visto que necessita ser um local que tenha uma eficiente
ventilação natural, mas que ocorra pouco índice de insolação na edificação pois a
iluminação e ventilação natural agem como fontes de calor se não pensada
corretamente. Citando Frota (1995) novamente podemos ver que a ventilação
proporciona a renovação do ar do ambiente, sendo de grande importância para a
higiene em geral e que a renovação do ar dos ambientes proporciona a dissipação de
calor e a desconcentração de vapores, fumaça, poeiras, de poluentes.

Seguindo esse pensando o etólogo Bruno Tauz diz que para proporcionar
ao cão uma vida mais próxima possível da vida natural que ele teria em seu habitat,
deve ser imprescindível o projetar com a consciência de um lugar que possua uma
área de solário onde o mesmo atua como uma poderosa ferramenta para que elimina
eventuais bactérias das fezes, além de favorecer a osteogênese (ossificação) pela
indução à produção, pelo organismo, das vitaminas A+D3.

Nesse contexto foi necessário buscar conhecimento a respeito de


especificações técnicas e dimensionamento de uma arquitetura que volta para a
percepção humana, mas também contemple a perspectiva do olhar e necessidades
do animal.
P á g i n a | 34

4. ANÁLISE DO TERRENO

A escolha do terreno para esse tipo de instalação é de suma importância


pois segue recomendações que são necessárias para eficiência das atividades.
Assim, o estudo do terreno expõe a relação do terreno com o entorno e a cidade em
si abordados em seu diagnóstico.
Segundo a Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) alguns aspectos
devem ser considerados como:
a) Abastecido de energia elétrica, água e instalações telefônicas, de forma a
atender à demanda;
b) Dispor de rede de esgoto apropriada, ou outra forma de destino
tecnicamente viável, evitando-se a contaminação ambiental;
c) Distante de mananciais e áreas com risco de inundação;
d) Áreas que possuam lençol freático profundo;
e) Considerar acréscimo mínimo de 100% à área de construção, para efeito
de cálculo da área do terreno;
f) A área do terreno deve ser suficiente para garantir o acesso e manobra de
caminhão de médio porte;
g) De fácil acesso à comunidade para a qual a instituição prestará seus
serviços, por vias públicas em condições permanentes de uso;
h) Distante de áreas densamente povoadas, de forma a evitar incômodos à
vizinhança;
i) Distante de fontes de poluição sonora. (FUNASA, 2016)

De acordo com George Thomas Mies, sócio da Swatt | Miers Architects na


Califórnia (EUA), a localização influencia em uma preocupação histórica de
implantações de Abrigos de animais que é o controle de ruídos e odores assim a
instalação deve estar próxima de vegetação e longe de áreas densamente povoadas.

4.1 ZONEAMENTO
O terreno foi escolhido na Zona Especial 2, como mostrado na Figura 31,
na Avenida Osmane Barbosa situado no bairro Universitário, extremo Norte de Montes
Claros. A escolha segue diretrizes da LUOS da cidade onde explica no Art. 6º,
parágrafo 2º que SE-2 que são espaços, estabelecimentos e instalações sujeitos a
controle e destinados a grandes usos institucionais, tais como: hospitais, centro cívico,
centro administrativo, universidades, estádios, terminais, usinas de lixo, aterro
sanitário, cemitérios, áreas de lazer e escolas em geral. A instalação se considera
como Institucional de Bairro com especificação de que o terreno tenha possua área
mínima de 5.000m² (cinco mil metros quadrados) e sem limites de área edificada.
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Figura 32: Mapa de Zoneamento de Montes Claros.

Fonte: Prefeitura de Montes Claros, 2017, adaptado pela autora.

4.2 LOCALIZAÇÃO E ENTORNO

A escolha do terreno teve grande influência do seu entorno diante das


recomendações da Fundação Nacional da Saúde (FUNASA) e do Arquiteto
especialista em Instalações de Abrigos de animais, George Thomas Mies. Ambos
atribuem a um terreno eficiente características como, serem afastados de centros
urbanos e de áreas densamente povoadas, vegetação presente para dispersão de
odores, ter um sistema viário que comporte veículos de grande carga, infraestrutura e
distante de áreas com auto índice de sonoridade.
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Figura 33: Marcos do entorno.

Fonte: My Maps, Google e acervo pessoal, 2017, adaptado pela autora.

Visto que as atividades Centro também serão voltadas para a educação


médica veterinária, o terreno deve estar localizado próximo aos marcos educacionais
como as Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE) onde oferta o curso
de Medicina Veterinária e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) o curso
de Zootecnia. A localização está próxima também do Hospital Veterinário pertencente
a FUNORTE. Assim, o acesso aos alunos é facilitado diante da proximidade do Centro
às Faculdades.
Como mostrado na Figura 33, o terreno está localizado longe de áreas
residenciais e próximas a grandes áreas verdes contribuindo para a dispersão de
odores e controle de ruídos. Os bairros próximos são de população de baixa renda,
um dos principais alvos dos serviços oferecidos pelo Centro.
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Figura 34: Mapa do entorno do terreno.

Fonte: My Maps, Google, adaptado pela autora.

4.3 ACESSOS E HIERARQUIA VIÁRIA

Como mostrado na Figura 34, o acesso se dá principalmente pela Avenida


Osmane Barbosa que percorre de maneira extensa a região tendo as Avenidas Sidney
Chaves e como complemento para comunicação direta ao centro da cidade. O sistema
viário de acesso é composto por Avenidas de grandes dimensões de fluxo rápido e de
vias locais existentes no entorno, contribuindo para que o acesso ao Centro de resgate
seja facilitado pela população.
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Figura 35: Mapa viário do entorno.

Fonte: My Maps, Google, adaptado pela autora.

4.4 ANÁLISE TOPOGRÁFICA DO TERRENO E ENTORNO


O terreno da região tem variação considerável de altitudes, possuindo lotes
com pouca diferenciação de altitude e alguns com maior diferenciação. O terreno
escolhido possui a topografia relativamente plana caracterizando-a como um planalto,
o que afeta diretamente no Projeto Arquitetônico do Centro de resgate em questões
da disposição dos alojamentos dos animais e na transição dos mesmos nos ambientes
internos.
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Figura 36: Delimitação do terreno e curvas de nível do entorno.

Fonte: Prefeitura Municipal de Montes Claros, MG, adaptado pela autora.

Figura 37: Delimitação do terreno e curvas de nível.

Fonte: Prefeitura Municipal de Montes Claros, MG, adaptado pela autora.


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Figura 38: Corte AA do terreno

Fonte: Autora.

Figura 39: Corte BB do terreno

Fonte: Autora.

4.5 ANÁLISE AMBIENTAL


As melhores visadas estão situadas em sua lateral direita e aos fundos do
terreno por possuir grande quantidade de vegetação. O terreno contempla vegetação
nativa mista, sendo árvores de grande à pequeno porte, espalhadas pelo terreno e o
entorno, criando um local eficiente para esse tipo de implantação que necessita da
existência e preservação do meio ambiente arbóreo.
Essas visadas são primordiais para uma boa dispersão de odores, ruídos,
iluminação e ventilação natural da Instalação, contribuindo para eficiência e bem-estar
dos trabalhadores, frequentadores e dos animais ali alojados.
Figura 40: Testada frontal do terreno

Fonte: Acervo pessoal.


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Figura 41: Vegetação nativa presente na região.

Fonte: Google, My Maps, adaptado pela autora.

Figura 42: Vegetação nativa do terreno, adaptado pela autora.

Fonte: Autora.
P á g i n a | 42

Assim como mostrado nas Figuras 40 e 41, nota-se que não há


necessidade do total desmatamento da vegetação nativa do terreno para a
implantação do Centro de resgate. A vegetação será somada com as diretrizes de
conforto ambiental e sonoro descritos abaixo.

4.6 ANÁLISE DE CONFORTO AMBIENTAL E ACÚSTICO

Uma vez que ventilação e incidência solar são fatores essenciais para a
eficiência de uma instalação com esse tipo de função, devem ser analisados e
registrados para a abertura de vãos e setorização de áreas que necessitam de
incidência solar e ventilação maior por questões higiênicas e conforto.
O terreno está disposto praticamente no alinhamento do eixo da Rosa dos
ventos, assim segue a trajetória comum do movimento do Sol. Como mostrado no
estudo de Cartas Solares abaixo, as testadas Oeste e Norte irão receber maior
incidência solar. Oeste irá receber toda a insolação da parte da tarde e a Norte irá
receber incidência solar durante todo o dia requerendo medidas para amenizar a
temperatura exposta.
Figura 43: Estudo de insolação do terreno (carta solar)

Fonte: Autora.
P á g i n a | 43

Seguindo a predominância dos ventos de Montes Claros, Leste/Oeste


mostrado na Figura 43, o terreno terá por toda sua dimensão longitudinal a passagem
dos ventos contribuindo para aberturas que irão ventilar e fazer a troca de ar dos
ambientes internos.
Figura 44: Ventilação predominante Leste/Oeste

Fonte: Autora.

O conforto acústico de um Centro de Resgate Animal tem a necessidade


de procurar soluções para um típico problema em instalações que abrigam cães, os
latidos. Historicamente, este é o padrão de comportamento em abrigos de animais
que já estão em funcionamento. Estes que muitas vezes abrigam em um mesmo
alojamento um grande número de cães assustados, agitados, alguns dos quais estão
doentes e muitos dos quais foram maltratados. Os principais condicionantes para a
geração de latidos são: o stress, a agitação e provocação. Por isso, maioria dos cães
em ambientes onde recebem atenção humana e qualidade de vida adequada, não
latem, garantindo harmonia e controle de ruídos internos.
Outro fator que se deve levar em consideração é a produção de ruídos
externos ao Centro de Resgate, esses ruídos interferem diretamente no
comportamento dos animais abrigados podendo deixá-los irritados. Como mostrado
na Figura 44, a geração de ruídos externos no terreno está direcionada pelo trânsito
P á g i n a | 44

de veículos de grande, médio e pequeno porte proveniente da Av. Osmane Barbosa


e pela circulação de pedestres proveniente da FUNORTE e da UFMG.

Figura 45: Geração de ruídos no entorno.

FUNORTE

UFMG
Fonte: Autora.

Medidas que serão levadas em consideração no projeto para a melhoria do


padrão comportamental de cães que produzirem latidos serão:

1) Um processo extensivo de avaliação de comportamento ocorrerá


com cada cão e com base nas avaliações, eles podem ser colocados com
outro(s) cão/cães para socialização e companheirismo.
2) Um rigoroso programa de adestramento na área livre, onde será
um lugar onde os cães entrarão em contato frequente com adestradores,
canalizando a energia dos cães e fazendo com que os mesmos pratiquem
atividades físicas para melhor comportamento.
3) Cada alojamento canino receberá um sistema de música
canalizada fornecendo som de fundo calmo visando reduzir outras fontes de
ruído mais abruptas às quais os cães muitas vezes reagem de forma
exagerada.
P á g i n a | 45

4.7 ANÁLISE DE INFRAESTRUTURA

Ainda seguindo as especificações da Fundação Nacional da Saúde para a


escolha do terreno, a presença de infraestrutura no terreno e entorno foi de suma
importância para que suas atividades sejam feitas com eficiência e que a implantação
esteja de acordo com as especificações. Assim, ligação de água, ligação de luz,
esgoto, pavimentação das vias, equipamentos urbanos, pontos de ônibus entre
outros, se destacam no entorno do terreno escolhido.
O entorno conta com um trabalho feito pela Funorte recentemente que
possui a elaboração de um projeto de paisagismo para a rotatória, novos pontos de
ônibus, inserção de coleta seletiva de resíduos sólidos, sinalização vertical de trânsito,
pavimentação das ruas, inserção de novos postes de iluminação e colocação de brita
no estacionamento de veículos de transporte.
Em suma, o entorno do terreno escolhido é agradável, não possui presença
de nenhum tipo de poluição, possui acessibilidade com pavimentação das ruas,
contempla iluminação artificial das ruas de maneira eficiente contribuindo para a
melhoria da segurança do lugar.
Figura 46: Equipamentos urbanos do entorno.

Pontos de ônibus

Fonte: Acervo da autora.


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Figura 47: Pontos de ônibus em frente ao terreno.

Fonte: Acervo da autora.

Figura 48: Paisagismo em frente ao terreno.

Fonte: Acervo da autora.


P á g i n a | 47

Figura 49: Coleta seletiva de resíduos sólidos e piso direcional.

Fonte: Acervo da autora.


P á g i n a | 48

5. PROGRAMA DE NECESSIDADES
Diante de todo conhecimento adquirido ao longo da pesquisa, se fez
possível a elaboração de um programa de necessidades que atendesse as atividades
propostas pelo Centro de Resgate, como mostrado na Tabela 2 abaixo.

Ambiente Quant. Área Área T. Área total


Depósito 1 10m² 10m²
Banheiros 2 20m² 40m²
Setor Copa/Descanso 1 20m² 20m²
130m²
Administrativo Direção 1 20m² 20m²
Recepção 1 20m² 20m²
Secretaria 1 20m² 20m²
Banheiros dos funcionários 2 10m² 20m²
Consultórios 2 10m² 20m²
Isolamento ou quarentena 8 8m² 64m²
Farmárcia 1 20m² 10m²
Laboratório 1 50m² 50m²
Maternidade veterinária 1 30m² 30m²
Setor de
Piscina terapêutica (grande porte) 1 60m² 60m²
Cuidados 418m²
Piscina terapêutica (pequeno porte) 1 20m² 20m²
Médicos
Raio X/Ultrasson 1 20m² 20m²
Sala de banho e Tosa 1 12m² 12m²
Sala cirúrgica 3 2x16m²/36m²70m²
Sala de recuperação 1 30m² 30m²
Triagem (ambulatório) 1 10m² 10m²
Vestiário 1 20m² 20m²
Setor Sala de aula 2 48m² 96m²
116m²
Educacional Banheiros 2 10m² 20m²
Individuais 80 6m² 480m²
Canis 730m²
Coletivos 10 25m² 250m²
Individuais 50 8m² 400m²
Gatis 460m²
Coletivos 2 30m² 60m²
Depósito de materiais 1 6,25m² 6,25m²
Setor de Pet place 1 50m² 50m²
Adestramento/ Piscina 1 35m² 35m² 600,25m²
Recreação Sala do adestrador 1 9m² 9m²
Solário/Adestramento 1 500m² 500m²
Atendimento/Recepção 1 12m² 12m²
Banheiros para funcionários 1 7,5m² 7,5m²
Petshop Depósito 1 6,25m² 6,25m² 65,75m²
Sala de banho e tosa 1 20m² 16m²
Área de exposição de produtos 1 20m² 20m²
Depósitos de ração 3 6m² 18m²
Depósitos de resíduos (animais) 1 12m² 12m²
Entrada de Depósito de resíduos (hospitalares) 1 12m² 12m²
561m²
serviços Estacionamento (vagas comuns) 30 12,5m² 375m²
Estacionamento (grande porte) 5 28m² 140m²
Guarita 1 4m² 4m²
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Atendimento/Recepção 1 12m² 12m²


Adoção de gatos 1 50m² 50m²
Setor de Adoção de cachorros 1 50m² 50m²
adoção/ Banheiros 2 10m² 10m² 801m²
Visitantes Espaço para eventos 1 300m² 300m²
Estacionamento 30 vagas 12,5m² 375m²
Guarita 1 4m² 4m²
Curral 1 50m² 50m²
Animais de Baias 6 16m² 96m²
370m²
grande porte Isolamento ou quarentena 1 24m² 24m²
Solário (grande porte) 1 200m² 200m²
Setor Cozinha animal 1 24m² 24m²
30,25m²
alimentação Despensa 1 6,25m² 6,25m²
Banheiros 2 9m² 18m²
Casa de gás (GLP) 1 10m² 10m²
Casa de máquinas 1 20m² 20m²
Setor de Central elétrica 1 10m² 10m²
108,25m²
serviços Copa de funcionários 1 20m² 20m²
DML 4 6,25m² 6,25m²
Lavanderia 1 12m² 12m²
Vestiário 1 12m² 12m²
Circulação 20% 820,90m²
Total de área construída 5.175,5 m²

Fonte: Autora.
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6. FLUXOGRAMAS

Gráfico 2: Fluxograma geral

Fonte: Autora.

Gráfico 3: Fluxograma do Setor Administrativo

Fonte: Autora.
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Gráfico 4: Fluxograma do Setor de Cuidados Médicos

Fonte: Autora.

Gráfico 5: Fluxograma do Setor Educacional

Fonte: Autora.

Gráfico 6: Fluxograma dos Canis

Fonte: Autora.

Gráfico 7: Fluxograma dos Gatis

Fonte: Autora.
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Gráfico 8: Fluxograma do Setor de Adestramento/Recreação

Fonte: Autora.

Gráfico 9: Fluxograma do PetShop

Fonte: Autora.

Gráfico 10: Fluxograma da Entrada de Serviços

Fonte: Autora.
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Gráfico 11: Fluxograma do Setor de Adoção/Visitantes

Fonte: Autora.

Gráfico 12: Animais de Grande Porte

Fonte: Autora.

Gráfico 13: Setor de Alimentação animal

Fonte: Autora.
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Gráfico 14: Setor de Serviços

Fonte: Autora.
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Logo, diante de todo o estudo levantado, se faz viável a construção de um
Centro de Resgate e Reabilitação Animal na cidade de Montes Claros que vise
atender toda a demanda deficiente de atividades fornecidas pelos órgãos públicos em
funcionamento.
As etapas do desenvolvimento do trabalho foram de suma importância para
aprofundamento no conhecimento sobre o tema pouco estudado na área arquitetônica
e as atividades que serão desenvolvidas no Centro.
O estudo de obras análogas vem abrir os olhos das instalações brasileiras
quanto ao o tema de abrigo animal. Durante a pesquisa, é notável a falta de interesse
sobra aprofundamento projetual e melhoramento das diretrizes que abordam o
assunto no Brasil, onde só se encontra instalações altamente eficientes fora do Brasil,
como no Estados Unidos, Canadá e Países Baixos. A falta de eficiência nas
instalações brasileiras reflete os problemas encontrados para justificativa da
implantação do Centro como abandono de animais em vias públicas, maus tratos
desses animais, acidentes de trânsito, impacto na imagem da cidade, reprodução
descontrolada e proliferação de doenças letais em humanos e animais. As obras
análogas analisadas demonstram instalações que adequam funcionalidade e estética,
sendo seriamente projetadas visando solucionar problemas tipicamente apresentados
em instalações antigas que refletem na eficiência das atividades e na qualidade de
vida dos animais alojados e funcionários. Assim, a análise das obras teve grande
importância para o entendimento do projeto arquitetônico de uma instalação de abrigo
animal mostrando dimensionamento de ambientes, qualidade de conforto ambiental e
acústico, plástica visando o olhar da população, disposição de ambientes, aberturas,
cores utilizadas materiais escolhidos para melhor higiene etc.
O estudo bibliográfico foi de grande relevância para o desenvolvimento do
referencial teórico. Novamente foi possível observar a deficiência de estudos
científicos na área da Arquitetura sobre o tema e observando grande quantidade de
normas que gerenciam as instalações do Centro de Controle de Zoonoses que mesmo
atualizadas não visam a qualidade de vida animal. Foi analisado um breve histórico
da relação dos seres humanos com o animal domesticado para a compreensão dessa
ligação que se torna cada dia mais comum, sendo o número de cachorros maiores
que o de crianças nas casas brasileiras e essa ação tende a se perpetuar na
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sociedade. Outro ponto de importância foi o entendimento da prática comum da


eutanásia em Centros de Controle de Zoonoses nas cidades brasileiras, prática essa
que não resolve o problema de descontrole populacional e que é crime contra os
direitos dos animais, tendo como solução os mutirões de castração e reintegrados na
sociedade através da adoção responsável. Os artigos científicos internacionais foram
de suma importância para compreensão de medidas mitigadoras e melhor
entendimento sobre os assuntos levantados para o planejamento projetual de uma
instalação que visa amparo animal.
De acordo com as normas analisadas no referencial teórico, o terreno
escolhido para a implantação com as atividades previstas adequa a todas as
características topográficas, de infraestrutura, de zoneamento, presença de
vegetação, conforto térmico e acústico. O terreno possui entorno favorável de acordo
com seu zoneamento, SE-2, contando os aspectos de Marcos Arquitetônicos, pois
está localizado próximo às Faculdades que oferecem cursos voltados à Medicina
Veterinária e a Zootecnia, FUNORTE E UFMG, possibilitando integração aos cursos
e possíveis estágios para os alunos. Outro fator ligado ao seu zoneamento é a questão
de potencialidade construtiva, foi escolhido um terreno que possui 9.505m² que terá
cerca de 5.175,5m² de área construída possibilitando que o restante da área não seja
desmatada contribuindo para o conforto térmico e acústico da edificação. Está
localizado em uma região com habitações de população de baixa renda, sendo
pessoas que possuem pouco conhecimento e condições para tratar de seus animais
e prevenir o descontrole populacional e proliferação de doenças, onde o Centro pode
contribuir para a conscientização da mesma e ajuda com tratamentos e atendimento
mais acessíveis para a população carente. Todo o trabalho desenvolvido como as
visitas técnicas, levantamento fotográfico, análise de mapas da Prefeitura Municipal
de Montes Claros, estudo de Cartas Solares, cortes do terreno reafirmou a pertinência
do terreno para a implantação do Centro de Resgate, Reabilitação e Bem-estar
animal.
Como resultado de todo o estudo analisado anteriormente foi possível a
elaboração do programa de necessidades e da representação gráfica dos fluxogramas
apresentados conforme as necessidades vivenciadas na cidade de Montes Claros na
atualidade e visando atender demandas futuras de acordo com o constante
crescimento urbano. Foi pensado o dimensionamento dos ambientes visando a
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qualidade de vida animal e dos funcionários que irão atuar no Centro. Como as
instalações independentes e as municipais não possuem uma área destinada à
eventos filantrópicos, se faz necessário a presença do mesmo, afim de acumular
recursos para a manutenção do Centro juntamente com atividades que serão
oferecidas para a população.
Pela observação dos aspectos analisados e levando em consideração os
argumentos apresentados, o tema proposto, Centro de Apoio, Resgate, Reabilitação
e Bem-estar animal pretende atender com alta qualidade a demanda de animais
abandonados na cidade de Montes, pequeno e grande porte, oferecer a reabilitação
médica por meio de tratamentos e oferecendo também a castração, reabilitação
comportamental por meio de adestramento e reintegração social por meio de áreas
destinadas a adoção responsável. Será oferecido também atividades e salas de aula
para alunos dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia oferecendo todo suporte
necessário para a área educacional e estágios supervisionado. Pretende atender o
alto número de Protetores de Animais encontrados na cidade que não possuem local
próprio para eventos beneficentes ligados à doações, adoções e atividades de
conscientização.
Assim, ao final do presente trabalho, é possível afirmar que os objetivos
propostos no início foram alcançados com o decorrer da pesquisa, obtendo sucesso
na sua conclusão.
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